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Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul: Escola de Engenharia Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Escola de Engenharia
Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da


Barragem de Itaba

Camila de Souza Dahm Smiderle

Porto Alegre
2014

Camila de Souza Dahm Smiderle

SEGURANA DE BARRAGENS: ANLISE DA


INSTRUMENTAO DA BARRAGEM DE ITABA

Dissertao apresentada ao Programa de Ps-Graduao em


Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
como parte dos requisitos para obteno do ttulo de Mestre em
Engenharia.

Porto Alegre
2014
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

CAMILA DE SOUZA DAHM SMIDERLE

SEGURANA DE BARRAGENS: ANLISE DA


INSTRUMENTAO DA BARRAGEM DE ITABA
Esta dissertao de mestrado foi julgada adequada para obteno do ttulo de MESTRE EM
ENGENHARIA, rea de Concentrao Geotecnia, e aprovada em sua forma final pelos
orientadores e pelo Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul.

Porto Alegre, 14 de outubro de 2014.

Prof. Luiz Antnio Bressani


PhD pelo Imperial College de Londres
orientador

Prof. Marcelo Giulian Marques


Dr pela Universite Laval
Co-orientador

Prof. Armando Miguel Awruch


Coordenador do PPGEC/UFRGS

BANCA EXAMINADORA

Prof. Washington Peres Nez (UFRGS)


Dr. em Eng., Universidade Federal do Rio
Grande do Sul
Prof. Paulo Teixeira da Cruz (USP)
DSc, Universidade de So Paulo e
Ps-doutorado pelo Imperial College
Prof. Osmar Gustavo Whl Coelho (UNISINOS)
Doutor em Cincia do Solo/UFRGS e ITC-Holanda

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

Dedico este trabalho aos profissionais e professores que,


de diversas maneiras, colaboraram para todo
conhecimento adquirido.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

AGRADECIMENTOS
Aos professores orientadores Luiz Antonio Bressani e Marcelo Giulian Marques pelas
discusses, sugestes e tempo dedicado a me auxiliar.
Companhia Estadual de Gerao e Transmisso de Energia Eltrica (CEEE-GT) pelo apoio,
confiana e por permitir o acesso a todos os documentos necessrios para esta pesquisa. Aos
colegas, pelo timo ambiente, em especial ao colega de campo, Marcondes Muria Antunes,
pela amizade e ateno que dispensou Itaba durante o perodo em que foi o responsvel por
sua manuteno. A meu chefe e colega Marcelo Andr Frantz por perceber a importncia
deste trabalho para a empresa e para meu desenvolvimento profissional.
Agradeo, especialmente, estagiria Gabriele Angel Aguzzolli Santos por toda ajuda com as
documentaes da Barragem de Itaba, discusses em torno do tema e conselhos. Sempre
disposta e feliz por aprender.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) por, mais uma vez, oportunizar
estudo gratuito e de qualidade. sociedade em geral que contribui com seus os impostos,
com este trabalho retribuo transmitindo o conhecimento adquirido.
Aos meus pais, por investir na educao de qualidade que eu e minhas irms tivemos.
Ao meu marido, Cleomar Smiderle, por me apoiar e compreender que o mestrado era muito
importante para mim, e por isso, sacrificar finais de semana e noites juntos, foi necessrio.
s minhas amigas pelos momentos de distrao que realmente precisava.
A todos os profissionais envolvidos com o projeto, construo e manuteno da Barragem de
Itaba, sem o registro feito por eles, este trabalho no teria sido possvel.
E porque no agradecer prpria Barragem de Itaba que, desde que visitei pela primeira vez,
despertou em mim um amor incrvel pela estrutura, e foi este sentimento que me estimulou a
entender cada vez mais sobre sua origem e seu comportamento desde sua concepo.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.


Cora Coralina
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

RESUMO
SMIDERLE, C. de S.D. Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da
Barragem de Itaba. 2014. Dissertao de Mestrado em Engenharia Civil Programa de
Ps-Graduao em Engenharia Civil, UFRGS, Porto Alegre.
Neste trabalho foi feita a anlise das leituras da instrumentao da barragem de terra e
enrocamento de Itaba, localizada no centro do estado do Rio Grande do Sul, coletada ao
longo de 35 anos. A auscultao por instrumentao atual inclui medidores de vazo,
piezmetros, marcos de deslocamento superficial e medidor de recalque tipo KM, compondo
um banco de dados de 10.000 dados de leitura. Foi observado que as vazes medidas atravs
dos drenos de fundao da barragem reduziram pela metade desde o primeiro ano de operao
da barragem at o final de 2013, embora os nveis piezomtricos do sistema de drenagem
jusante no tenham sofrido alterao.
As vazes dos filtros inclinado e vertical so afetadas pelas chuvas, mesmo assim foi possvel
concluir que as vazes reduziram 1/3 em comparao com a vazo logo aps o segundo
enchimento do reservatrio. A vazo pela barragem e fundao era de 1.800 l/min no primeiro
ano de operao decrescendo para 930 l/min (dez / 2013).
Observou-se que at o fim do perodo construtivo j haviam ocorrido 101,75cm de recalque
(92% de todo o recalque medido). Os recalques do ncleo estabilizaram entre o 5 e 10 ano
de operao da barragem, isto , desde 1988 a barragem no apresenta recalques
significativos. O recalque total de Itaba foi de 109,6cm que representa 1,2% da altura da
seo onde o medidor de recalque est instalado. A anlise permite concluir que a Barragem
de Itaba esta estabilizada quanto aos deslocamentos verticais e horizontais. Apesar de tratarse de dados de leituras coletados desde 1976, as informaes apresentadas aqui so de
relevante interesse e ainda no haviam sido publicadas.
Palavras-chave: Barragem de Itaba; Instrumentao de auscultao, Barragem de terra e
enrocamento.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

ABSTRACT
SMIDERLE, C. de S.D. Safety of Dams: Analysis of Instrumentation of Itaba Dam.
2014. Civil Engineering Master's Thesis- Civil Engineering Postgraduate Programme,
UFRGS, Porto Alegre.
In this work, the analysis of Itauba dam instrumentation is carried out. This earth and rock fill
dam is located in the center of Rio Grande do Sul state and the readings cover its 35 years of
operation. The currentinstrumentation includes flow meters, piezometers, surface
displacement and settlements gauge type KM, composing a 10,000 reading database. It was
observed that the flow rates measured through the dam foundation drains reduced to half since
the first year of dam operation, although the piezometric levels of the downstream drainage
system showed no significant change.
Flow rates of inclined and vertical filters are affected by the rains, even so it was still possible
to conclude that the flows reduced circa of 1/3 compared to the flow after the second filling of
the reservoir. The flow through the dam and foundation which was 1,800 l / min in the first
year of operation decreased to 930 l / min (Dec / 2013).
It was observed that by the end of the construction period had occurred 101,75cm of
settlement (92% of all the measured settlement). The settlement core stabilized between the 5
th and 10th year of dam operation, that is, since 1988 the dam does not present significant
settlements. The total discharge of Itaba was 109,6cm representing 1.2% of the section
height where repression meter is installed. The analysis shows that the Itaba dam has
stabilized its vertical and horizontal displacements.
Keyswords: Itaba Dam; Instrumentation auscultation, Earth and Rock Fill Dams.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

SUMRIO
1

INTRODUO .............................................................................................................. 16

1.1

JUSTIFICATIVA............................................................................................................ 16

1.2

OBJETIVOS ................................................................................................................... 18

1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 18


1.2.2 Objetivos Especficos ...................................................................................................... 18
1.3
2

ESTRUTURA DA DISSERTAO .............................................................................. 19


REVISO BIBLIOGRFICA ...................................................................................... 21

2.1

SEGURANA DE BARRAGENS ................................................................................. 21

2.2

IMPORTNCIA DA INSTRUMENTAO DE BARRAGENS ................................ 27

2.3

TIPOS DE INSTRUMENTO.......................................................................................... 31

2.3.1 Medidores de Vazo ........................................................................................................ 32


2.3.2

Medidores de Presso ................................................................................................. 38

2.3.3

Medidores de recalque e deslocamento .................................................................... 51

METODOLOGIA........................................................................................................... 62

A BARRAGEM DE ITABA ....................................................................................... 66

4.1

EMPREENDIMENTO.................................................................................................... 66

4.2

GEOLOGIA REGIONAL............................................................................................... 69

4.3

GEOLOGIA LOCAL ...................................................................................................... 69

4.4

CONSTRUO DA BARRAGEM ............................................................................... 72

4.4.1 Tratamento da fundao .................................................................................................. 72


4.4.2 Barragem de Terra e Enrocamento ................................................................................. 74
4.4.3 Execuo do Ncleo Impermevel.................................................................................. 76
4.4.4 Execuo das Camadas de Transio e Filtro ................................................................. 77

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

4.4.5 Execuo do Enrocamento .............................................................................................. 79


4.5
5
5.1

INSTRUMENTAO NA BARRAGEM ..................................................................... 82


INSTRUMENTAO DE MEDIO DE VAZO E PRESSO ........................... 90
MEDIO DE VAZO NA BARRAGEM DE ITABA ............................................ 90

5.1.1 Previso inicial de percolao baseada em clculo estimativo (1972 e 1973)................ 91


5.1.2 Perodo Construtivo (1973 a 1978) ................................................................................. 93
5.1.3 Enchimento do reservatrio (abril a agosto de 1978) ..................................................... 96
5.1.4 Comportamento da Barragem aps 35 anos de operao (1978 2013) ...................... 100
5.1.5 Comparativo das percolaes em Itaba com outras barragens brasileiras .................. 106
5.2

MEDIO DE PRESSES NA BARRAGEM DE ITABA .................................... 109

5.2.1 Previses das Presses em Itaba (1972) ...................................................................... 110


5.2.2 Perodo Construtivo (1973 1978) ............................................................................... 111
5.2.3 Enchimento do reservatrio (1978)............................................................................... 114
5.2.4 Anlise aps 35 anos de operao (1978 a 2013) ......................................................... 116
6

DESLOCAMENTOS NA BARRAGEM DE ITABA ............................................. 120

6.1

PREVISO INICIAL DE RECALQUES .................................................................... 121

6.2

PERODO CONSTRUTIVO ........................................................................................ 124

6.3

ENCHIMENTO DO RESERVATRIO ...................................................................... 128

6.4

PERODO OPERACIONAL ........................................................................................ 134

6.4.1 Anlise dos recalques no ncleo de argila .................................................................... 135


6.4.2 Anlise dos recalques no enrocamento de jusante ........................................................ 139
6.4.3 Anlise dos deslocamentos Horizontais no enrocamento de jusante ............................ 145
7
7.1

CONCLUSO............................................................................................................... 153
CONCLUSES QUANTO S PERCOLAES E PRESSES NA BARRAGEM DE

ITABA ................................................................................................................................. 153


Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

7.2

CONCLUSO QUANTO AOS DESLOCAMENTOS NA BARRAGEM DE ITABA


155

7.2.1 Recalques no ncleo:..................................................................................................... 155


7.2.2 Deslocamentos do enrocamento jusante..................................................................... 156
7.3

SUGESTES PARA FUTURAS PESQUISAS ........................................................... 157

REFERNCIAS ................................................................................................................... 160

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Ruptura x Idade da barragem (baseado em: Boletim 99-ICOLD 1995) ................... 22
Figura 2: Acidentes com barragens por dcada (baseado em: Zuffo, 2005) ............................ 23
Figura 3: Causas de rompimento em barragens de terra e enrocamento (baseado em: Boletim
99 ICOLD 1995)....................................................................................................................... 24
Figura 4: Histrico de legislao sobre segurana de barragens nos EUA e Europa ............... 25
Figura 5: Medidor de vazo na barragem de Canastra ............................................................. 37
Figura 6: Medidor de vazo triangular no tnel da barragem de Itaba................................... 37
Figura 7: Medidor de vazo retangular no tnel da barragem de Itaba .................................. 37
Figura 8: Medidor de Vazo trapezoidal na barragem Dona Francisca ................................... 38
Figura 9: Representao esquemtica dos esforos hidrostticos atuantes em uma barragem 39
Figura 10: Solo sob condies geostticas ............................................................................... 40
Figura 11: Perfil geotcnico de um solo saturado .................................................................... 41
Figura 12: Perfil geotcnico com nvel dgua abaixo do nvel do terreno .............................. 42
Figura 13: Perfil de solo submerso ........................................................................................... 43
Figura 14: Clulas de tenso total instaladas em argila compactada e detalhe de uma clula . 45
Figura 15: representao da gerao de poropresso positiva durante a construo................ 47
Figura 16: Detalhe de um marco de deslocamento (Fonte: Projeto Aproveitamento
Hidreltrico de Itaba CI-C-25-86/1975) .............................................................................. 57
Figura 17: Tubo do tubo guia do inclinmetro e Aparelho de medio ................................... 58
Figura 18: Medidor de recalque tipo KM com tubos telescpicos (fonte: Projeto do
Aproveitamento Hidreltrico de Itaba CI-C-25-38/1974) e Instalao da 1 placa do
medidor de recalque KM da Barragem de Itaba (15/06/1976) ............................................... 60
Figura 19: Perspectiva interna da caixa sueca e detalhe de instalao no enrocamento (fonte:
Projeto do Aproveitamento Hidreltrico de Itaba CI-C-25-40/1974) ................................. 61
Figura 20: Material catalogado e consultado na usina de Itaba. ............................................. 63
Figura 21: Localizao do aproveitamento Hidreltrico de Itaba .......................................... 66
Figura 22: Vista de montante do Rio Jacu antes da construo da Barragem (Fonte: Arquivo
tcnico Itaba, 1972) e Arranjo geral do complexo Itaba (Fonte: Google Earth, 2012) ........ 67
Figura 23: Desvio do Rio Jacu para construo da Barragem (Fonte: Arquivo tcnico Itaba,
1973) e Comporta de fechamento para enchimento do reservatrio (Fonte: cedido Vitor
Dahm, 1978) ............................................................................................................................. 68
Figura 24: Vista da ombreira direita da barragem e detalhe do basalto amigdaloidal situado
nas cotas 141 a 174 (Fonte: arquivo tcnico de Itaba, 1975) ................................................. 71
Figura 25: Derrames baslticos no local da barragem de Itaba. Vista de Jusante (Fonte:
Projeto do Aproveitamento Hidreltrico de Itaba CI-C-03-63, adaptado). ......................... 71
Figura 26: Fundao da barragem com fissuras e percolaes (Fonte: Arquivo tcnico Itaba,
maro/1976) e tratamento da ombreira esquerda por gunitagem e concreto projetado na regio
do ncleo (Fonte: Arquivo tcnico Itaba, setembro/1976) ..................................................... 73
Figura 27: Seo transversal da Barragem de Itaba na estaca 11 (fonte: Projeto do
Aproveitamento Hidreltrico de Itaba CI-C-25-62/1974 - adaptado) ................................. 75
Figura 28: Detalhe das camadas de transio (Fonte: Projeto do Aproveitamento Hidreltrico
de Itaba CI-C-25-02/1977) .................................................................................................. 78
Figura 29: Execuo das transies e ncleo da Barragem de Itaba (17/05/1976) ................ 79
Figura 30: Vista do p da barragem e localizao dos medidores de vazo ............................ 91
Figura 31: Drenos e piezmetros no p da barragem e ombreira direita.................................. 94
Figura 32: Drenos e piezmetros no p da barragem e ombreira esquerda e detalhamento do
dreno ......................................................................................................................................... 94
Figura 33 Drenos e piezmetros da ombreira direita e resultado do ensaio de perda dgua .. 95
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

Figura 34: Drenos e piezmetros da ombreira esquerda e resultado do ensaio de perda dgua
.................................................................................................................................................. 96
Figura 35: Drenos projetados PA-26A, 25A e 24A para rebaixamento do nvel piezomtrico
na ombreira direita. ................................................................................................................... 97
Figura 36: Comportamento da linha dgua perante o enchimento do reservatrio ................ 98
Figura 37: Vazes jusante da Barragem durante a execuo do plug ................................... 99
Figura 38: Situao da drenagem aps 2 enchimento do reservatrio e em dezembro de 2013.
................................................................................................................................................ 101
Figura 39: Grfico de vazo total dos poos de alvio com artesianismos jusante da
Barragem de Itaba................................................................................................................. 103
Figura 40: Surgncia junto ao PA-27 e medidor de vazo de monitoramento da surgncia e
vazo do dreno PA-26 ............................................................................................................ 104
Figura 41: Medidores de vazo na barragem (1979 a 2013) x Pluviometria e Nvel do
Reservatrio ............................................................................................................................ 105
Figura 42: Vazo especfica x altura mxima (Silveira 2006 adaptado) ................................ 107
Figura 43: Ensaio de recuperao de nvel dgua nos piezmetros PJ-2, 4 e 5 .................... 113
Figura 44: Leitura dos piezmetros jusante da Barragem ................................................... 117
Figura 45: Comportamento dos piezmetros e poos de alvio jusante da barragem.......... 119
Figura 46: Previso de recalques na barragem ....................................................................... 123
Figura 47: Distribuio das tenses (t/m) no final de construo da Barragem de Itaba na
estaca 12 (fonte: Projeto do Aproveitamento Hidreltrico de Itaba CI-C-25-189/1978,
adaptado) ................................................................................................................................ 125
Figura 48: Recalques (cm) no final de construo da Barragem de Itaba na estaca 12 (fonte:
Projeto do Aproveitamento Hidreltrico de Itaba CI-C-25-189/1978, adaptado. ............. 125
Figura 49: Medidas dos deslocamentos horizontais pelos inclinmetros na estaca 12 (final de
construo).............................................................................................................................. 127
Figura 50: Marco de referncia localizado na ombreira esquerda da Barragem de Itaba .... 128
Figura 51: Leitura das caixas suecas no final do perodo construtivo e 3 meses aps o segundo
enchimento do reservatrio (18/10/1978)............................................................................... 129
Figura 52: Recalques no ncleo da barragem fornecidos pelas leituras no medidor de recalque
KM (estaca 12) ....................................................................................................................... 130
Figura 53: Leitura dos inclinmetros no final do perodo construtivo e 3 meses aps o
segundo enchimento do reservatrio (18/10/1978) ................................................................ 132
Figura 54: Direo e Magnitude dos deslocamentos dos marcos da barragem resultantes do
enchimento do reservatrio .................................................................................................... 133
Figura 55: Recalques na Barragem de Itaba desde o enchimento do reservatrio ............... 136
Figura 56: Recalques e taxas de recalque na seo 1 ............................................................. 141
Figura 57: Recalques e taxas de recalque na seo 2 ............................................................. 142
Figura 58: Recalques e taxas de recalque na seo 3 ............................................................. 142
Figura 59: Recalques e taxas de recalque na seo 4 ............................................................. 143
Figura 60: Recalques superficiais em 18 anos de operao Anlise por Seo .................. 144
Figura 61: Deslocamentos dos marcos 1 a 3 Seo 1 da Barragem de Itaba .................... 146
Figura 62: Deslocamentos dos marcos 4 a 7 Seo 2 da Barragem de Itaba .................... 147
Figura 63: Deslocamentos dos marcos 8 a 11 Seo 3 da Barragem de Itaba .................. 147
Figura 64: Deslocamentos dos marcos 12 a 15 Seo 4 da Barragem de Itaba ................ 148
Figura 65: Direo e magnitude dos deslocamentos mximos em 5 anos de operao ......... 149
Figura 66: Deslocamento acumulado nos primeiros 5 anos de operao ............................... 151

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

LISTA DE TABELAS E QUADROS


Quadro 1: Principais caractersticas da instrumentao de barragens de terra e enrocamento no
Brasil ......................................................................................................................................... 29
Quadro 2: Principais caractersticas da instrumentao de barragens de terra e enrocamento no
Brasil (continuao).................................................................................................................. 30
Quadro 3: Tipos de Medidores de Vazo ................................................................................. 37
Quadro 4: Tipos de Medidores de Vazo (continuao) .......................................................... 38
Quadro 5: Tipos e descrio dos piezmetros .......................................................................... 48
Quadro 6: Tipos e descrio dos piezmetros (continuao) ................................................... 49
Quadro 7: Tipos e descrio dos piezmetros (continuao) ................................................... 50
Quadro 8: Tipos de trincas em barragem.................................................................................. 52
Quadro 9: Instrumentos para medio de deslocamento vertical e horizontal ......................... 54
Quadro 10: Instrumentos para medio de deslocamento vertical e horizontal (continuao) 55
Quadro 11: Instrumentos para medio de deslocamento vertical e horizontal (continuao) 56
Quadro 12: Descrio dos materiais utilizados na Barragem ................................................... 75
Tabela 13: Parmetros geotcnicos dos materiais do ncleo de Itaba .................................... 76
Tabela 14: Resultados dos ensaios nas Britas 1 e 2 de Itaba .................................................. 79
Quadro 15: Descrio da instrumentao instalada em Itaba ................................................. 83
Quadro 16: Descrio da instrumentao instalada em Itaba (Continuao) ......................... 84
Quadro 17: Descrio da instrumentao instalada em Itaba (Continuao) ......................... 85
Quadro 18: Descrio da instrumentao instalada em Itaba (Continuao) ......................... 86
Quadro 19: Descrio da instrumentao instalada em Itaba (Continuao) ......................... 87
Quadro 20: Histrico do estado de conservao da instrumentao na Barragem de Itaba ... 88
Quadro 21: Histrico do estado de conservao da instrumentao na Barragem de Itaba
(continuao) ............................................................................................................................ 89
Tabela 22: Comparao entre vazes de projeto e medidas em algumas barragens brasileiras
de terra .................................................................................................................................... 108
Tabela 23: Comparao entre vazes de projeto e medidas na Barragem de Itaba.............. 108
Tabela 24: Poro-presses previstas nas diversas camadas da Barragem de Itaba ................ 111
Tabela 25: Leitura dos piezmetros pneumticos no enchimento do reservatrio................. 115
Tabela 26: Previso dos recalques na Barragem de Itaba .................................................... 122
Tabela 27: Recalques durante o perodo construtivo dados pelo medidor de recalque KM .. 126
Tabela 28: Recalques na Barragem de Itaba medidos pelo Medidor de recalque KM ........ 135
Tabela 29: Recalques totais observados em macios compactados em barragens brasileira . 137
Tabela 30: Recalques totais observados em macios compactados em barragens brasileira
(Continuao) ......................................................................................................................... 138
Tabela 31: Recalques acumulados no enrocamento de jusante .............................................. 139
Tabela 32: Recalques acumulados no enrocamento de jusante (Continuao) ...................... 140
Tabela 33: Taxa de recalque superficial (cm/ms) e velocidade mdia (cm/ano).................. 141
Tabela 34: Deslocamentos acumulados no enchimento do reservatrio em 5 anos de operao
................................................................................................................................................ 150
Tabela 35: Velocidade mdia dos deslocamentos horizontais ............................................... 151

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

LISTA DE SMBOLOS
CEEE-GT - Companhia Estadual de Gerao e Transmisso de Energia Eltrica
CBDB - Comit Brasileiro de Barragens
CEMIG Companhia Energtica de Minas
CESP Companhia Energtica de So Paulo
cm centmetros
s peso especfico aparente seco mximo
g/cm - gramas por centmetro cbico
GM - Gravel Mod
Ho grau de umidade
Hot (%) umidade tima
IP (%) ndice de plasticidade
IPT Instituto de Pesquisas Tecnolgicas
kg/cm - quilograma por centmetro quadrado
kgf/cm - quilograma fora por centmetro quadrado
kN/m - quilonewton por metro cbico
LL(%) ndice de liquidez
l/min - litros por minuto
l/min/m litros por minuto por metro
m - metro
NA - Nvel dgua
PN Presso neutra
a - Tenso de pr-adensamento
f - Tenso final do solo
i - Tenso inicial do solo
u Poro-presso
- Recalque
UHE Usina hidreltrica

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

16

INTRODUO

1.1

JUSTIFICATIVA

Na dcada de 70, acompanhando o crescimento econmico do Brasil, teve incio um boom


na construo de grandes barragens para aproveitamento hidreltrico. Estas obras utilizaram
toda a tecnologia de ponta existente na poca e contaram com engenheiros consultores como
Karl Terzaghi, Arthur Casagrande e Vitor de Mello. Como consequncia, as grandes
concessionrias de energia formaram um quadro tcnico capacitado e experiente.
Hoje, as questes referentes segurana de barragens no Brasil so tratadas pela Lei Federal
12.334, publicada em 20 de setembro de 2010. Esta lei busca, entre outros objetivos, garantir
a observncia de padres de segurana de maneira a reduzir a possibilidade de acidentes e
suas consequncias, regulamentar as aes de segurana a serem adotadas nas diversas fases
de vida til da barragem e promover o monitoramento e o acompanhamento das aes de
segurana empregadas pelos responsveis por barragens.
A publicao desta lei refora a obrigatoriedade da manuteno das estruturas que at ento
dependia principalmente do interesse dos proprietrios de barragem em preservar seu
patrimnio, a continuidade de seu negcio e a segurana da populao.
Esta nova lei reabre um campo de trabalho pouco explorado pela engenharia geotcnica atual.
Este trabalho vai exigir conhecimento dos novos engenheiros consultores que devem busc-lo
atravs de livros, congressos relativos ao tema e, se tiverem oportunidade, junto aos
engenheiros que trabalharam na construo das grandes obras. Em muitos casos, essa busca
tambm possvel atravs dos arquivos histricos das estruturas (relatrios, projetos, laudos,
ensaios, etc.) quando poder ser montado um diagnstico histrico do comportamento da
estrutura a ser observada/mantida.
A manuteno das barragens geralmente inicia com o monitoramento peridico realizado
atravs de inspees visuais e leitura de instrumentaes, quando existentes. Este
monitoramento, especialmente atravs da leitura da instrumentao, visa analisar
sistematicamente os dados e informaes relevantes para adoo de medidas preventivas e
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

17
corretivas em tempo hbil. O histrico montado atravs dos dados de leituras da
instrumentao possibilita a realizao de comparativos do comportamento da barragem nas
suas diversas fases de vida til.
A elaborao desse histrico, de extrema importncia, somente possvel a partir da
confeco de um banco de dados de leituras organizado e completo, que contenha todas as
informaes desde a poca da construo e o registro de todas as leituras executadas. Este
trabalho pode ser uma tarefa difcil quando o registro dessa memria tcnica no feito ou as
informaes so em quantidade excessiva, sem anlise ou esto desorganizadas e arquivadas
em locais distintos ou desconhecidos. Este tipo de problemas pode ocorrer por motivos como:
(a) troca de proprietrio ou perda de concesso para operao e manuteno de determinado
empreendimento; (b) substituio ou desligamento de funcionrios responsveis pela tarefa de
coleta e arquivamento de dados; (c) documentos arquivados de forma inadequada (extravio ou
danificao); (d) perda dos documentos por inundao, incndio ou outras causas.
Na Companhia Estadual de Gerao e Transmisso de Energia Eltrica (CEEE-GT), por
exemplo, este tipo de problema ocorreu aps o ano de 1997. Com a privatizao parcial da
empresa em 1997, grande parte dos funcionrios que trabalharam na construo das barragens
da Companhia e que faziam o monitoramento no perodo operacional, se aposentaram. Com
isto, alm de parte da memria tcnica ter se perdido, documentaes tais como relatrios,
plantas e desenhos de projeto e dados de leitura da instrumentao foram arquivados em
diversos locais (sede em Porto Alegre, nas prprias usinas ou nas sedes no interior do estado).
A partir do ano de 2006 novos engenheiros ingressaram na empresa e desde ento os trabalhos
de monitoramento das barragens esto sendo retomados, recebendo ainda mais importncia
aps a publicao de Lei Federal 12.334/2010. Infelizmente no ocorreu uma transio de
conhecimento da gerao de engenheiros mais antiga para a nova gerao, sendo necessria a
busca do conhecimento do histrico tcnico das barragens atravs das documentaes
disponveis.
Uma das barragens cuja histria est sendo pesquisada a barragem de terra e enrocamento
da Usina Hidreltrica de Itaba, a maior usina em potencial eltrico sob concesso da CEEEGT. A Barragem de Itaba foi selecionada para ser o estudo de caso desta dissertao de
mestrado por possuir instrumentao de monitoramento diversificada e vrios documentos de
projeto, relatrios e ensaios detalhados (nas sedes da CEEE-GT e na usina) disponibilizados
para pesquisa.
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

18
Durante a pesquisa para esta dissertao de mestrado, foi feito o resgate e a organizao do
histrico de dados de mais de 35 anos, incluindo boletins de leitura de instrumentao,
inspees de campo, ensaios, especificaes e relatrios. A dissertao apresenta a
metodologia utilizada para coleta e tratamento dos dados de leitura da instrumentao,
descrio das ocorrncias da obra e a relao com o observado nas inspees visuais de
campo realizadas recentemente. Foram produzidos grficos com os dados de leitura de alguns
instrumentos, o que possibilitou uma anlise inicial das condies em que a barragem e a
instrumentao operante encontram-se atualmente.

1.2

OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral


Apresentar os resultados da pesquisa do comportamento histrico de uma barragem do tipo
terra e enrocamento possibilitando a definio do referencial de comportamento da estrutura.
O estudo foi realizado a partir da anlise detalhada do projeto, relatrios de obra e dos dados
da instrumentao geotcnica em operao na barragem de Itaba, permitindo a comparao
entre as premissas de projeto e as leituras histricas da instrumentao. Isto permitir
eventuais reorientaes para novos projetos de barragens do tipo terra enrocamento.

1.2.2 Objetivos Especficos


Para atingir o objetivo geral, foram definidos os seguintes objetivos especficos:
a) Conhecer em detalhes o projeto da barragem construda e melhor definir os
parmetros de segurana da estrutura e a relao com a configurao final da
barragem;
b) Entender o funcionamento da instrumentao de barragens, como os dados so
interpretados e quais padres devem ser esperados da instrumentao instalada;
c) Montar o histrico da Barragem de Itaba atravs da organizao de toda
documentao disponvel desde a poca da construo at hoje, com o objetivo
de relacionar o motivo pelo qual cada instrumento foi instalado em sua posio
especfica, os ensaios realizados, os resultados e a implicao no projeto;
d) Conhecer a caracterizao geolgico-geotcnica do local, materiais utilizados
na construo e anomalias identificadas nas inspees visuais;
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

19
e) Construir os grficos das instrumentaes operantes na barragem de terra e
enrocamento de Itaba, a saber: piezmetros Casagrande, medidor de vazo,
medidor de recalque tipo KM e marcos topogrficos, desde o perodo
construtivo at os dias atuais. O intuito fazer um diagnstico preliminar do
estado atual da barragem e de sua instrumentao;
f) Verificar a instrumentao quanto provvel colmatao de drenos e do filtro e
a possvel identificao deste fenmeno atravs da leitura dos piezmetros;
g) Identificar a inter-relao das leituras dos instrumentos com algumas anomalias
observadas em campo, incidentes ocorridos na barragem e geologia local;
h) Comparar os dados de leituras da Barragem de Itaba com os dados de
barragens brasileiras com configurao semelhante com o intuito de identificar
se o comportamento similar;
i) Verificar quais instrumentos esto funcionando de maneira satisfatria, isto ,
ainda fornecem subsdios para anlise global da segurana da barragem.

1.3

ESTRUTURA DA DISSERTAO

No captulo 1 Introduo - apresenta-se a justificativa e a importncia do tema em pauta, os


objetivos da dissertao e a estrutura do trabalho.
O captulo 2 refere-se reviso bibliogrfica. Esse captulo est dividido em trs partes.
A primeira trata de dados estatsticos de histrico de rompimentos de barragens,
regulamentaes nacionais e internacionais relativas ao tema segurana de barragens e citamse diversos trabalhos j estudados relativos coleta de dados de barragens para estudos
especficos. Na segunda parte, descreve-se a importncia da anlise da instrumentao de
monitoramento de barragens. Na terceira parte descrevem-se os tipos e caractersticas de
instrumentos existentes para monitoramento de percolaes, presso, recalques e
deslocamentos.
No captulo 3 apresentada a metodologia utilizada para confeco desta dissertao de
mestrado.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

20
No captulo 4 apresenta-se a barragem de Itaba. Nesse capitulo onde se expem os
aspectos gerais da barragem, arranjo geral, descrio do projeto, sequncia executiva, ensaios
realizados, condicionantes geolgicos e detalhes da instrumentao.
No captulo 5 discute-se a instrumentao de vazo e poropresso. Este captulo divido em
duas partes. A primeira trata da medio de vazo na barragem de Itaba, onde apresentada
a previso das percolaes, o monitoramento durante o enchimento do reservatrio e o
resultado aps 35 anos de operao. Ao final, faz-se um comparativo das percolaes na
Barragem de Itaba com as ocorrncias em barragens brasileiras semelhantes. Na segunda
parte apresentada a memria de clculo das poro-presses, comportamento durante a
construo e enchimento do reservatrio e aps 35 anos de operao da barragem.
O captulo 6 tambm subdividido em dois. Semelhantemente ao descrito no captulo
anterior, a mesma anlise feita para os deslocamentos e recalques da barragem.
Por fim, no captulo 7 apresenta-se a concluso da dissertao, encerrando com a descrio do
estado geral da estrutura baseado na anlise da instrumentao feita nos captulos anteriores.
Sugerem-se, ao final do captulo, as pesquisas que podero ainda ser desenvolvidas
considerando a completa base de dados da Barragem de Itaba apresentada nesta dissertao.
No Anexo I, apresenta-se a descrio dos derrames baslticos na rea da barragem de Itaba e
no Anexo II esto contidos os grficos e planilhas de leitura da instrumentao de Itaba no
apresentados no corpo da dissertao.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

21

REVISO BIBLIOGRFICA

2.1

SEGURANA DE BARRAGENS

At a dcada de 1960, o enfoque dado a projetos e construo de barragens de terra e


enrocamento no levava em considerao informaes de eventuais problemas e suas
respectivas causas em obras similares. Entretanto, com a crescente experincia dos
engenheiros e com problemas ocorridos durante e aps a concluso dessas obras, passou-se a
valorizar a etapa de projeto e estudos de retroanlise. (Ladeira, 2007)
A afirmao acima facilmente evidenciada pelo nmero de acidentes em barragens
ocorridos desde o incio do sculo XX. Com o crescimento do nmero de barragens
construdas e o natural envelhecimento das j existentes, a tendncia que aumentasse
tambm a quantidade de barragens que apresentariam comportamento deficiente, porm,
felizmente, a engenharia tem se desenvolvido de modo que os rompimentos de barragens no
tm aumentado na mesma proporo.
De acordo com o Boletim 99 (ICOLD, 1995), cerca de 2,2% de todas as barragens construdas
at 1950 romperam e apenas 0,5% das que foram construdas aps este perodo. Esses
percentuais referem-se a 117 barragens que romperam das 5.268 construdas at 1950, e 59
das 12.138 construdas entre 1951 e 1986. Esses dados excluem a China, onde cerca de 3.200
barragens romperam desde 1950, o que representa 4% das 80.000 barragens cadastradas
(Zuffo, 2005).
Como publicao nacional, pode-se destacar o "Cadastro Brasileiro de Deterioraes de
Barragens e Reservatrios" (CBDB, 1995) que apresenta 140 casos de deterioraes ou
acidentes em barragens e reservatrios brasileiros, alm da descrio das solues adotadas
para a recuperao.
Quando verificados dados de rompimento de barragens pela altura das mesmas, Zuffo (2005)
cita que as barragens que mais sofreram falhas foram as de altura entre 11 e 20 metros (27 %
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

22
do total). As barragens acima de 81 metros de altura correspondem menor porcentagem de
acidentes (cerca de 4%), provavelmente devido a um monitoramento mais frequente e
eficiente, alm de, a grande maioria possuir instrumentao de monitoramento e regras de
manobras de vertedouros definidas e detalhadas.
Quando comparados os dados de rompimento de barragens com a idade (Figura 1), conclui-se
que a maioria dos rompimentos est associada quelas com menos de 10 anos de construo,
sendo este perodo considerado crtico para as estruturas, pois quando sofrem os primeiros
carregamentos, presses e deslocamentos. Quanto mais antiga a barragem, menor o nmero
de casos de rompimento.

Figura 1: Ruptura x Idade da barragem (baseado em: Boletim 99ICOLD 1995)


Por outro lado, o fato de uma barragem estar em operao h longo tempo no garantia de
sua segurana, j que tanto a barragem quanto sua fundao esto sujeitas a um lento processo
de deteriorao devido a diversos fatores, tais como variaes de temperatura, alteraes
fsico-qumicas, reaes lcali-agregado e os ciclos de enchimento e esvaziamento (Pierre,
2003).
Um bom exemplo disso foi o ocorrido na barragem de Bennett, localizada na provncia de
British Columbia, na costa oeste canadense. Silveira (2006) relata que, em junho de 1996,
aps 28 anos de operao normal, a barragem sofreu um afundamento na crista (sinkhole). O
reservatrio foi rebaixado e uma extensa investigao foi feita. As verificaes revelaram que
os 2 sinkholes estavam associados instalao de tubulaes de topografia colocadas durante
a construo em ambas as ombreiras da barragem. Durante os 28 anos de operao da
barragem, a baixa compactao do material no entorno das tubulaes permitiu a ocorrncia
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

23
de certo fluxo dgua vertical favorecendo o carreamento dos finos no entorno e resultando na
formao dos afundamentos.
Alteraes nas barragens tambm podem ocorrer devido fatores externos, mesmo aps muitos
anos de operao. A barragem em arco de Zeuzier, na Suia, com 156 metros de altura,
apresentava comportamento normal aps 21 anos de operao, quando, em 1978, os pndulos
diretos passaram a indicar deslocamentos que ultrapassaram os valores elsticos normalmente
observados. A crista comeou a apresentar deslocamento para montante mesmo com
reservatrio cheio e as medies geodsicas indicavam um movimento de aproximao das
ombreiras. Descobriu-se que o problema estava associado escavao de um tnel rodovirio
afastado 1.400m da barragem. A barragem encontra-se em operao normal aps a
paralisao da construo do tnel e a execuo de obras de reparo (Silveira et al., 1996).
Ainda em relao s estatsticas de rompimento de barragens, a dcada mais marcada pelos
acidentes graves com barragens foi a de 60 (Figura 2), devido ao aumento na altura das
barragens construdas. Nas dcadas de 70, 80 e 90, falharam devido ao envelhecimento das
estruturas construdas ao longo do sculo XX, e antes de 1900, pode-se esperar que as falhas
se dessem devido a uma tcnica construtiva deficiente (Zuffo, 2005).

Figura 2: Acidentes com barragens por dcada (baseado em: Zuffo,


2005)
Zuffo (2005) afirma que as barragens que esto mais sujeitas a falhas so as de terra (39%),
seguidas pelas de enrocamento (18%). O Boletim 99 (ICOLD,1995) apresenta uma relao
das causas de acidente em barragens de enrocamento (Figura 3) sendo as principais o
galgamento, seguido por eroso interna do corpo da barragem e eroso interna da fundao.
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

24
35,00%

30,00%

Causas Primrias
Causas Secundrias

% de casos

25,00%

20,00%

15,00%

10,00%

5,00%

1
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6

Patologias na fundao
Deformao do solo
Cisalhamento
Infiltrao
Eroso interna
Tratamento falho
Deslizamento de terra

2
2.1
2.2
2.3
2.4

Patologias no corpo da barragem


Argilas dispersivas
Siltes e areia finas uniformes
Comporta
Compactao

3
3.1
3.2
3.3
3.4
3.5
3.6
3.7

DESCRIO DAS CAUSAS


Ocorrncias excepcionais
Presso hidrosttica e por acumulao de sedimentos
Precipitao
Terremotos
Forte exploso nas proximidades
Galgamento
Ruptura da barragem montante
Atraso na construo

5
5.1

Manuteno
Barragem demolida para evitar galgamento

4
4.1
4.2
4.3
4.4
4.5
4.6
4.7
4.8
4.9
4.10
4.11
4.12

5.1

4.12

4.11

4.9

4.10

4.8

4.7

4.6

4.5

4.4

4.3

4.2

4.1

3.7

3.6

3.5

3.4

3.3

3.2

3.1

2.4

2.3

2.2

2.1

1.6

1.5

1.4

1.3

1.2

1.1

0,00%

Comportamento estrutural da barragem


Ncleo impermevel
Outros sistemas estanques
Zona de transio
Proteo de encostas
Zona entre macio e estrutura
Movimento diferencial
Rachaduras no corpo
Infiltrao
Eroso interna no macio
Liquefao
Deslizamento a jusante
Rompimento de conduto dentro do macio

Figura 3: Causas de rompimento em barragens de terra e enrocamento


(baseado em: Boletim 99 ICOLD 1995)
A maioria das runas ocorridas em barragens provavelmente poderiam ter sido evitadas, caso
o comportamento dessas estruturas tivessem sido inspecionados, monitorados e analisados
continuamente e se medidas corretivas tivessem sido adotadas a tempo. Sabendo-se ento da
probabilidade de ruptura de uma barragem e do alto impacto que este evento ter a jusante,
deve-se estudar como este risco pode ser reduzido.
De uma maneira geral, no mundo todo, regulamentos e legislaes relativas segurana de
barragens s so estabelecidos aps algum acidente que sensibilize a opinio pblica. Na
Figura 4 apresenta-se um resumo histrico de alguns incidentes e legislaes referentes
segurana de barragens nos Estados Unidos e Europa.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

25

USA:
St
Francis

1929

Baldwin
Hill

San
Fernando

1965

1971

Buffalo
Creek

Lei Programa Nacional


de Inspeo de
Teton
Barragens

1972

1972

1975

Mais verbas para o


U.S. Corps of
Kelly
Engineers
Barnes

1977

Lei Reclamation
Safety of Dams Act
e criao do U.S.
Bureau of
Reclamation,

1977

1978

Europa:

Frana: Plano de
Emerg. p/ barragens
h>18m

1968

Portugal: Regul.
de pequenas
barragens

Portugal: Novo
regulamento

1968

1990

Espanha: Legislacion
sobre Seguridad de
Presas

1992

Portugal:
Novo
Regulamento

1993

Espanha: El
Regulamento
Tcnico sobre
Seguridad y
Emblases

Portugal:
Legislao sobre
Segurana de
Barragens

1996

1999

Figura 4: Histrico de legislao sobre segurana de barragens nos


EUA e Europa
No Brasil, o CBDB (Comit Brasileiro de Barragens) publicou, em 1983, o documento
intitulado: Diretrizes para a Inspeo e Avaliao de Segurana de Barragens em Operao.
Posteriormente publicou a edio das Recomendaes para Formulao e Verificao de
Critrios e Procedimentos de Segurana de Barragens (1986) e, em 1996, Auscultao e
Instrumentao de Barragens no Brasil. Desde ento os avanos tm sido significativos e
vm ganhando cada vez mais interesse por parte de profissionais brasileiros.
O estado de So Paulo, aps o acidente ocorrido com a barragem de Euclides da Cunha e
consequente rompimento da barragem Armando de Salles Oliveira em 1977, foi o pioneiro na
criao de um decreto-lei, dispondo sobre a segurana das barragens do estado e
recomendando auditorias tcnicas permanentes. Porm o mesmo no foi implementado. Este
documento serviu de modelo para a Lei Federal 9.433 de 1997, que instituiu a Poltica
Nacional de Recursos Hdricos e outras providncias.
Entretanto, o assunto segurana de barragens somente se tornou prioridade para o governo
brasileiro em 2009, aps a ruptura da barragem de Algodes, no Piau, com a confirmao de
pelo menos 7 mortos. Esse acidente revelou a necessidade de se aprimorar a gesto das
barragens brasileiras. Foi ento publicada, em 20 de setembro de 2010, a Lei Federal 12.334.
Cabe mencionar que desde 2003 um projeto de lei referente a uma poltica de segurana de
barragens PL 1.181 j tinha sido proposto pelo Deputado Federal Leonardo Monteiro e
seu substituto Fernando Ferro.
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

26
Alm da exigncia de classificao das barragens quanto ao risco e dano potencial, a lei
obriga os proprietrios a confeccionarem um Plano de Ao Emergencial dependendo do
resultado da classificao da barragem, executarem vistorias, relatrios peridicos e
monitoramento constante das estruturas. O intuito dos programas de segurana de barragens
propostos pela lei federal reconhecer os perigos potenciais oferecidos pelas estruturas e
reduzi-los a nveis aceitveis.
Porm, o monitoramento de uma barragem no deve ser feito apenas porque uma lei federal
obriga, o objetivo principal a preservao da estrutura para segurana da populao
jusante. Atravs das inspees visuais e do monitoramento da instrumentao,
periodicamente, possvel identificar anomalias na estrutura e providenciar o tratamento das
mesmas precocemente.
Para tanto, o proprietrio ou engenheiro responsvel por uma barragem necessita aprender
com as lies do passado, com foco na eficincia e no cumprimento das finalidades previstas
nos projetos das barragens, levando em considerao o alto custo desses empreendimentos e
os impactos inevitveis na vida das pessoas.
Apesar dos avanos obtidos com segurana de barragens, o conhecimento sobre os
mecanismos que conduzem aos incidentes e acidentes com ruptura em barragens no so de
domnio total da engenharia. So muitas as incertezas, inclusive com a crescente a utilizao
de modelos e simulaes matemticas quando ainda se depende de dados de entrada no
confiveis ou inexistentes, sem tratamento ou quando a avaliao crtica feita por
profissional no qualificado, equipes sem capacitao e treinamento tcnico adequado para as
atividades de operao e manuteno, sistemas de auscultao deficiente e/ou sem
regularidade nas leituras, anlises e interpretao, desorganizao da documentao sobre a
memria tcnica da barragem, etc. (Medeiros, 2003).
A situao se agrava quando o engenheiro tem que lidar com barragens em operao,
projetadas e construdas sem o rigor tcnico necessrio e sem o registro de sua memria
tcnica: elementos de projeto, plantas do como construdo, relatrios de inspeo, leituras
com anlise e interpretao dos instrumentos, etc. Barragens com informaes em
abundncia, mas desorganizadas, sem anlises e interpretaes, conduzem aos mesmos
resultados.
A ruptura da barragem de Teton, em junho de 1976, um bom exemplo do grau de incerteza
envolvido na arte da engenharia de barragens (Seed & Duncan, 1981). Foi este acidente que
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

27
originou a formao de uma comisso de especialistas que produziu um estudo detalhado e
imparcial sobre as causas do acidente, dando margem a outros trabalhos sobre o problema do
fraturamento hidrulico em barragens, hoje motivo de preocupao nos projetos.
Silveira (2013) comenta que, apesar de um expressivo nmero de barragens rompidas no
Brasil nos anos mais recentes, lamentvel constatar que muito pouco ou quase nada est
sendo aprendido com esses acidentes. Sobre o acidente de Teton, o autor destaca que em
menos de seis meses aps o ocorrido, a Bureau of Reclamation, empresa proprietria da
barragem, divulgou um extenso relatrio contendo as provveis causas do acidente.
Infelizmente, no caso do Brasil, ainda no existe nenhum rgo do governo ou entidade na
rea de barragens que estude seriamente as causas dos acidentes, para que possam ser evitados
no futuro.
Portanto, antes da anlise de barragens em operao, imprescindvel um estudo do histrico
da estrutura: perodo que a mesma foi construda (conhecimentos tcnicos da poca),
acidentes em barragens semelhantes, incidentes, causas, consequncias, solues. A memria
tcnica no pode ser perdida, as ocorrncias devem ser discutidas e registradas para que os
futuros engenheiros tenham subsdios para tomada de deciso.

2.2

IMPORTNCIA DA INSTRUMENTAO DE BARRAGENS

Durante a construo, os instrumentos de uma barragem fornecem dados que possibilitam


avaliar o comportamento da obra e, com isso, corrigir ou aprimorar determinadas premissas
de projeto.
Na fase de elevao do aterro, os dados da instrumentao tm a funo de alertar sobre a
ocorrncia de eventuais anomalias no comportamento do macio, possibilitando o estudo de
solues menos conservadoras e mais econmicas. nesta fase que se obtm informaes
sobre parmetros especficos dos materiais empregados na barragem para uma previso mais
realista de seu comportamento.
O enchimento do reservatrio o primeiro teste do desempenho da barragem e de suas
fundaes quando, geralmente ocorre a maioria dos acidentes e incidentes, sendo, portanto, o
perodo que merece mais ateno. Nesta fase possvel tambm usar os resultados da
instrumentao para retroanlise das hipteses fornecidas pelo modelo matemtico utilizado,
verificando a eficincia e simplificaes para novos projetos.
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

28
Na fase operacional possvel aferir se o comportamento da estrutura est satisfatrio, alm
de permitir a deteco das variaes nas condies de segurana das barragens, como
resultado de processos de envelhecimento ou alteraes ambientais e estabelecer previses de
comportamentos futuro do macio.
Os instrumentos das barragens devem ser bem especificados, posicionados nos locais onde o
projeto indica incerteza de comportamento ou necessidade de confirmao das previses do
comportamento. A escolha da seo de controle para o monitoramento do desempenho da
estrutura da barragem implica na capacidade de antever problemas potenciais e valores limites
para o parmetro a ser observado.
Kuperman et al. (2006) alerta que o fato de uma barragem no possuir instrumentao no ,
em absoluto, sinal de que um sistema de auscultao deva ser instalado. O melhor instrumento
no aumenta a segurana da barragem se no estiver funcionando, se estiver no lugar errado
ou se no estiver sendo lido em intervalos de tempo adequados (Divino e Fusaro, 2006). A
instrumentao de uma barragem um dos dispositivos de monitoramento, no podendo se
descartar a importncia das inspees visuais.
A auscultao de barragens tem como ferramenta as inspees visuais e a instrumentao. O
olho humano treinado geralmente o melhor instrumento para avaliar a performance de uma
barragem. Apesar das inspees visuais certamente terem limitaes, nenhum outro mtodo
tem o mesmo potencial de integrar rapidamente toda a situao do comportamento (ASCE,
2000).
Por outro lado, o Boletim 68 (ICOLD, 1989) ressalta que, sem instrumentao, as avaliaes
da segurana seriam feitas apenas com base nas informaes provenientes do julgamento da
engenharia. A instrumentao pode agregar valor a essas avaliaes, como um meio de fazer
medidas da aferio do comportamento de uma barragem. Essas medidas no eliminam a
necessidade do julgamento da engenharia, mas fornecem informaes importantes sobre o
comportamento das estruturas e permitem uma viso de dentro sobre a existncia ou no de
determinado problema.
Segundo Santos e Correa (1991), apesar da importncia da instrumentao em uma barragem,
o fato de existir instrumentao instalada no garante que os problemas ou anomalias que
ocorrem sero detectados por ela. Mesmo que a instrumentao seja bem especificada, a
escolha da seo de controle e localizao justificada e a equipe ou profissional responsvel

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

29
pela leitura, anlise e interpretao dos resultados seja qualificada, que garantia teramos de
que um determinado evento (incidente) seja percebido pela instrumentao?
fundamental que exista uma boa comunicao entre as equipes encarregadas das inspees
rotineiras e coleta de dados e os engenheiros responsveis pela anlise e interpretao do
comportamento da obra. Os resultados das inspees devem ser registrados em relatrios
peridicos documentados com fotos, desenhos e grficos de maneira que possam ser efetuadas
comparaes a intervalos de anos permitindo verificar lentas modificaes da barragem. A
correlao entre as deterioraes na estrutura e uma possvel indicao das mesmas pela
instrumentao tambm deve ser analisada.
O uso de instrumentao nas barragens possibilitou e ainda possibilita a evoluo e
refinamento dos novos projetos, permitindo o aprimoramento da construo e execuo de
estruturas mais ousadas. Porm, a instalao de instrumentao sem a anlise e interpretao
adequadas o mesmo que no se ter instrumentao alguma.
No Brasil, a instrumentao de barragens de terra passou a existir de maneira efetiva e
criteriosa somente a partir do final da dcada de 50 e incio de 60. A instrumentao utilizada
em barragem de terra e enrocamento naquela poca, consistia basicamente em medidores de
recalque de placa, medidores de vazo e piezmetros no macio e fundao, refletindo a
preocupao com as presses neutras de perodo construtivo.
A partir do final da Dcada de 60, a instrumentao tornou-se mais sofisticada, envolvendo a
instalao de clulas piezomtricas, clulas de presso total, inclinmetros e medidores de
recalque instalados no ncleo, caixas suecas e extensmetros. Nesta poca, tambm foi
crescente o uso de programas computacionais para elaborao dos projetos de barragens com
o emprego do mtodo dos elementos finitos (Silveira et al., 1996). Apresenta-se no Quadro 1,
um breve histrico da evoluo da instrumentao nas barragens de terra e enrocamento no
Brasil.

Quadro 1: Principais caractersticas da instrumentao de barragens de


terra e enrocamento no Brasil
Dcada
At 1920
1920 e 1930
1940 e 1950

Principais caractersticas da Instrumentao


Instrumentao praticamente inexistente.
Observao eventual de subpresses, vazes de drenagem e deslocamentos
superficiais.
Medies de presso neutra e de deformao, porm com instrumentos de
pouca confiabilidade.
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

30
Quadro 2: Principais caractersticas da instrumentao de barragens
de terra e enrocamento no Brasil (continuao)
Dcada
1960
1970

1980

1990
2000

2010

Principais caractersticas da Instrumentao


Primeiras obras com medio de deslocamentos horizontais com
inclinmetros e com instalao de clulas de presso total em aterros.
Medies de tenso e deformao. Os instrumentos de medio ganham
confiabilidade. O mtodo dos elementos finitos passa a ser aplicado em
anlises paramtricas de projeto e na anlise dos dados.
Desenvolvimento de instrumentos nacionais, exceo feita aos inclinmetros
e piezmetros de corda vibrante. Incio da aplicao generalizada dos recursos
da informtica para projeto e anlise.
Aperfeioamento dos instrumentos de medio e informatizao das fases de
coleta, transmisso, processamento e anlise dos dados. Automatizao da
instrumentao de algumas barragens.
Aperfeioamento das tcnicas de medio.
Aquisio remota de dados, com uso de satlites espaciais.
Muitos instrumentos eltricos e pneumticos instalados nas dcadas de 60 e
70 danificaram e alguns esto sendo substitudos. A retroanlise dos dados de
leitura da instrumentao e a reavaliao do comportamento das estruturas
cada vez mais comum.
Fonte: (CBGB,1996) adaptado

Para verificao do desempenho de uma barragem atravs de sua instrumentao necessrio


algum parmetro comparativo com as leituras executadas. Estes parmetros so chamados de
limites de leitura da instrumentao e devem ser determinados durante a execuo dos
projetos.
Segundo Kuperman et al. (2006), no era costume nas dcadas de 60 e 70, a fixao
determinstica de valores limites mximos para a maioria dos instrumentos instalados, no s
pelas dificuldades de se realizar esta operao atravs dos procedimentos de clculo, como
tambm pela falta de representatividade que tais valores poderiam apresentar.
Nas barragens de terra, no mximo, fixavam-se nveis limites para instrumentos instalados no
dreno horizontal em funo de estudos de estabilidade. s vezes, alguns instrumentos
possuam estimativas de valores de referncia de leitura baseadas em casos histricos
similares, mas raramente se chegava a impor previamente ao enchimento do reservatrio um
limite mximo, seja de ateno, alerta ou emergncia, que indicaria uma situao insegura da
barragem.
Devido s incertezas envolvidas em todas as fases do projeto de uma barragem e que se
estende ao longo de sua vida til, tem sido grande o interesse e o esforo pela utilizao de

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

31
mtodos estatsticos e probabilsticos na tentativa de se reduzir as diferenas entre previso e
real comportamento da barragem e sua fundao.
Estudos j foram realizados em diversas barragens brasileiras, como por exemplo, Ilha
Solteira, Jaguari, Eng. Souza Dias (Jupi), Paraibuna e Paraitinga (Kuperman et al., 2006),
Emborcao e Piau (Fusaro, 2007), Jurumirim (Kuperman et al., 2003), Funil (de Faria et al.,
2005) entre outras. Vale destacar que todos estes trabalhos puderam ser desenvolvidos, pois
os engenheiros possuam, sua disposio, os registros histricos do comportamento das
barragens desde sua construo.
Cruz (2006) relata que num incidente referente ao aumento de percolao na barragem de
Gafanhoto, uma das principais dificuldades para a soluo do problema foi levantar
informaes de projeto sobre a barragem. O desconhecimento exigiu grande trabalho nas
etapas de investigao para que os reparos necessrios fossem executados e a segurana do
barramento restabelecida.
A engenharia de barragens est percebendo que o resgate do histrico de inspees e de
leituras da instrumentao de uma barragem extremamente importante. Este trabalho
possibilita o conhecimento profundo do funcionamento da estrutura permitindo a deteco
antecipada de anomalias para intervenes imediatas.

2.3

TIPOS DE INSTRUMENTO

Uma barragem est sujeita a esforos tais como presso hidrosttica, subpresso, peso
prprio, efeitos ssmicos etc. A estabilidade da estrutura ento garantida pelo atendimento
dos fatores de segurana contra movimentos de corpo rgido:
a) Estabilidade ao tombamento: visa verificar a possibilidade de movimento de
rotao como corpo rgido para jusante em relao ao p de jusante da
barragem;
b) Estabilidade flutuao: visa verificar a resultante das foras verticais contra a
fundao, face ao alvio do peso da barragem pelos empuxos hidrulicos,
quando submersa parcial ou totalmente;
c) Estabilidade ao deslizamento: a resistncia ao deslizamento da barragem contra
as foras horizontais atuantes conferida pela coeso e ngulo de atrito do
contato da fundao;
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

32
d) Verificao das tenses atuantes na fundao da barragem em funo dos
esforos horizontais e verticais.
A instrumentao de uma barragem tem como objetivo, portanto, a mensurao desses
esforos atuantes e seus efeitos na estrutura. O propsito principal o de fornecer dados que
auxiliem na avaliao da segurana da estrutura ao longo do tempo possibilitando a deteco
precoce de problemas potenciais. O objetivo secundrio permitir a comparao do
comportamento da estrutura com as previses dadas em projeto (Lima e Alarcon, 2003).
Segundo USACE (1995), citado por Fusaro (2007), os parmetros-chave a serem monitorados
para acompanhamento e avaliao do comportamento de um macio (e seus respectivos
instrumentos de medio) so:
a) Poropresses em aterros e fundaes (piezmetros);
b) Vazes de percolao (medidores de vazo);
c) Carregamento de partculas pelos fluxos de gua atravs do macio e/ou
fundaes (medio de turbidez da gua);
d) Deformao dos macios e fundaes (marcos de recalque superficial,
medidores de recalque, inclinmetros, extensmetros de haste);
e) Eroses jusante e/ou em bacias de dissipao (levantamentos topogrficos);
f) Sismos naturais ou induzidos (acelergrafos);
g) Tenses no aterro (clulas de presso total);
h) Empuxos de terra sobre estruturas de concreto (clulas de presso total).
A seguir, so descritos instrumentos para medio de vazo, poro-presses, recalques e
deslocamentos existentes em barragens do tipo terra e enrocamento. So citados diversos
instrumentos, porm detalham-se, mais especificamente, aqueles existentes na barragem do
estudo de caso desta dissertao. O intuito apresentar o funcionamento de cada instrumento
permitindo o entendimento e a anlise das instrumentaes descritas nos captulos 5 e 6.

2.3.1 Medidores de Vazo


As barragens de enrocamento com ncleo dito impermevel (na realidade constitudo de
solo de baixa permeabilidade), no constituem dispositivos estanques. Toda barragem
apresenta percolaes atravs do prprio aterro compactado ou atravs das fundaes, cujas
medies so de relevante importncia no controle de seu desempenho (Silveira, 2006).
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

33
Durante a confeco do projeto de uma barragem, as previses de vazes tanto atravs do
macio quanto da fundao so fundamentais para dimensionamento do sistema de drenagem
interno, externo e tratamento de fundao.
Macios rochosos de fundao das barragens costumam apresentar geometrias normalmente
muito complexas, onde as descontinuidades ocorrem de forma anisotrpica e heterognea.
Desta forma, o uso de modelos matemticos ou fsicos para a anlise do fluxo em macios
fraturados se justifica somente se houver disponibilidade suficiente de informaes acerca dos
parmetros in situ (Louis (1972) apud Souza (2005)).
A dificuldade de se obter uma soluo analtica para resolver problemas de fluxo em meios
porosos levou utilizao de mtodos numricos, como o mtodo dos elementos finitos e o
mtodo das diferenas finitas. Quando se dispe de ferramenta computacional eficiente, a
resoluo de problemas de fluxo por mtodos numricos torna-se recomendada.
Com o intuito de prever ou verificar as vazes de percolao de uma barragem, diversos
autores utilizam-se dos recursos computacionais, tais como Frana e Gomes (2007), no estudo
da percolao da gua atravs da fundao da barragem Castanho, utilizando o software
SEEP/W Geo Slope, Kermani e Barani (2012) que utilizaram o mtodo de diferenas finitas
(FDM) e compararam os resultados com os obtidos atravs da anlise com software
Geostudio 2007, Lefebvre et al. (1982) utilizaram o mtodo numrico como ferramenta de
anlise de um problema de fluxo na barragem de Choinire (Canad), Alexander e Engemoen
(1985) analisaram o fluxo atravs da fundao permevel da barragem de Calamus (EUA),
com o programa SEEP3D (MEF), dentre outros.
Silveira (2006) destaca que as vazes medidas normalmente ultrapassam os valores previstos
em projeto. Isto decorre de incertezas geolgicas de campo, das complexidades de geometria
e heterogeneidade das camadas de compactao, gerando coeficientes de permeabilidades
diferentes dos calculados. A regio das ombreiras, por ser uma zona de intemperismo, a
interface com altas permeabilidades. Por isso, ao se fixar os valores de controle para
medidores de vazo de uma barragem, segundo o autor, mais aconselhvel a utilizao dos
valores observados em barragens similares, que se confiar em valores tericos baseados em
modelos matemticos bidimensionais de percolao.
Durante o perodo operacional, medidores de vazo so instalados em um ou mais locais para
monitorar a percolao atravs do macio da barragem e fundao com o intuito de comparar
com as previses feitas. Em muitos casos, os valores das vazes de percolao tm sido
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

34
evidncias das imperfeies dessas estruturas, portanto, o monitoramento de vazo torna-se
prtica de longa data, no sendo restrito apenas aos primeiros anos de operao.
No caso das barragens homogneas de terra ou as barragens de enrocamento com ncleo
impermevel, esse controle torna-se fundamental para a estabilidade do talude de jusante, de
forma a propiciar um adequado abatimento da linha fretica, minimizando os efeitos das
poropresses nessa zona da barragem (Carim, 2007). Para garantir que a gua percolada
atravs do macio e da fundao seja drenada de forma disciplinada e controlada, necessria
a construo dos sistemas de drenagem interna ou filtros.
Uma funo clssica do sistema de drenagem interna o de proteger a estrutura contra os
eventuais efeitos danosos de piping. Piping uma eroso regressiva, diferente da eroso
superficial (onde se consegue observar o carreamento de solo na superfcie). No caso do
piping, isto ocorre internamente no macio, sendo seu avano no sentido contrrio ao fluxo.
Segundo Albuquerque (2003), os filtros visam uma otimizao da barragem, tendo como
principais fatores: drenar a gua na base da barragem, otimizar as redes de fluxo, vazes de
percolao e gradiente de sada, alm de controlar a percolao pela fundao.
O material constituinte do filtro deve ser selecionado e construdo de tal maneira que os
vazios do filtro sejam suficientemente pequenos para que o solo do ncleo da barragem no
migre atravs dele causando colmatao. Para estudo detalhado sobre dimensionamento de
filtro em barragens, ver Terzaghi (1922), Sherard, J.L., Dunnigan, L.P. & Talbot, J.R. (1984),
Pinto (2000).
De acordo com Cruz (1996), a experincia e os resultados tericos mostram que os filtros
horizontais so mais exigidos que os verticais pois a vazo pela fundao, independente de ser
em solo ou rocha, , em geral, muito superior vazo que percola pelo aterro das barragens.
Por isso, muitas vezes, faz-se necessria a construo de poos de alvio para auxiliar na
drenagem excessiva pela fundao. Eles so utilizados quando as camadas mais permeveis
encontram-se muito profundas para serem atingidas por trincheiras de vedao ou trincheiras
de drenagem. Os poos devem ser previstos durante a construo da barragem, pois, se
deixados para serem perfurados depois da barragem em operao, sua execuo torna-se
arriscada e onerosa (Mello, 1990).
Com o intuito de no sobrecarregar o sistema de drenagem interno da barragem (filtros e
poos de alvio), o tratamento de fundaes poder ser requerido. Uma soluo que vem
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

35
sendo utilizada extensamente no Brasil para o tratamento de fundao em rocha a utilizao
de injeo de cimento, que visa homogeneizao quanto permeabilidade dos macios
rochosos. (Cruz, 1996).
Nesse sentido, o projeto de uma barragem condicionado pelos processos de
impermeabilizao das fundaes e pelo controle da sada do fluxo a jusante do eixo
longitudinal atravs de dispositivos de drenagem. Estes podem incluir filtros verticais ou
inclinados, tapete horizontal, drenos de p ou de sada, trincheiras drenantes de fundao e
furos de drenagem.
Quanto utilizao de injeo de calda de cimento para impermeabilizao da fundao em
rocha, inicialmente utilizava-se esta tcnica sem muita base terica e, s vezes, sem
considerar os resultados dos ensaios de perda dgua e testemunhos de sondagem. Por volta
de 1956, comearam as primeiras pesquisas sistemticas por meio de ensaios de perda dgua
e injees-testes, em todo o mundo. Assim, era usual estabelecer procedimentos in situ para
os trabalhos de injeo, considerando as especificidades locais.
O objetivo dos ensaios de infiltrao ou perda dgua encontrar o valor da permeabilidade
(K), cujo clculo diferenciado para trechos ensaiados acima ou abaixo do nvel dgua, e
funo de variveis tais como: vazo, dimetro da perfurao, comprimento do trecho e altura
de coluna dgua. O coeficiente de permeabilidade (K), como definido por Darcy, representa
a velocidade de percolao da gua quando o gradiente hidrulico igual a 1,0.
As injees conseguem reduzir substancialmente as vazes, mas no igualmente as
subpresses. Casagrande j alertava, em 1961, para a confiana demasiada em injees
quando analisou as subpresses em barragens de concreto. Ele mostrou que apenas uma
pequena fenda ou abertura numa cortina de injees de cimento em rocha fissurada seria
suficiente para restabelecer uma linha piezomtrica de montante para jusante semelhante a
que haveria sem nenhuma cortina impermeabilizadora, embora com reduo substancial das
vazes percoladas (Vargas, 1996).
A posio e a geometria da cortina depende do tipo de barragem e das condicionantes
geolgicas locais. Em barragens de terra e enrocamento, a cortina deve ser posicionada ao
longo da linha central do ncleo ou ligeiramente montante da mesma at um afastamento
mximo da ordem de um tero da distncia que separa o eixo do p de montante do ncleo.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

36
Aps a execuo do tratamento de fundaes e implementao do sistema de drenagem
interna e poos de alvio para drenagem complementar, as medies dessas percolaes so
requeridas.
O controle das percolaes feito atravs de medidores de vazo. Medidor de vazo todo
dispositivo que permite, de forma indireta, determinar o volume de fluido que passa atravs
de uma dada seo de escoamento por unidade de tempo, permitindo obter concluses sobre o
funcionamento do sistema de drenagem interna atravs da avaliao do volume drenado. O
procedimento tpico para a medida de vazes promover a concentrao do fluxo em caixas
ou galerias de concreto, s quais se incorporam vertedouros de seo triangular, retangular,
trapezoidal ou calhas Parshalls (Silveira, 2006).
Nos locais onde ocorrem pequenas infiltraes, no h a necessidade de se instalar medidores
de vazo elaborados, bastando a execuo de uma pequena mureta de reteno e de uma
tubulao para coleta da gua (Figura 5).
Para pequenas vazes, recomenda-se um recipiente de coleta de 200 ml, e para vazes mdias,
um recipiente de 1 litro (Silveira, 2006). O recipiente deve ser transparente e graduado para
permitir a leitura do volume dgua. O tempo, controlado atravs de um cronmetro, refere-se
ao tempo necessrio para encher o recipiente. Se ocorrer aumento de vazes e o recipiente for,
ento, pequeno para coleta dgua, recomenda-se a instalao de medidores de vazo
triangular, retangular, trapezoidal ou calha Parshall.
O medidor triangular de vazo (Figura 6) consiste de uma placa metlica, com a geometria
escolhida, instalada no final de um canal, em posio normal ao fluxo. So recomendados
para faixas de vazo entre 0 a 600 l/min., podendo atingir no mximo 8.000l/min. Para vazes
maiores, devem ser utilizados medidores de vazo retangulares ou trapezoidais.
O medidor de vazo retangular (Figura 7) trata-se de uma placa delgada, com soleira
horizontal biselada, instalada perpendicularmente ao escoamento, ocupando toda a largura do
canal, portanto, sem contraes laterais.
Segundo Melo Porto (2001), assumindo alguma hiptese simplificadora, supondo que a
distribuio de velocidades montante seja uniforme, que a presso em torno da seo da
lmina vertente seja atmosfrica e que os efeitos oriundos da viscosidade, tenso superficial,
turbulncia e escoamentos secundrios possam ser desprezados, sendo L a largura da soleira
igual largura do canal, a vazo total descarregada vale de acordo com a Equao 3.
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

37
Os medidores trapezoidais ou Cipolletti (Figura 8), como so mais conhecidos, so
normalmente instalados em substituio aos medidores triangulares quando h necessidade de
se medir vazes maiores, que ultrapassam o limite dos triangulares. Seu coeficiente Cd,
determinado experimentalmente, vale 0,63. Sendo assim, a medio de vazo calculada pela
Equao 4. O Quadro 3 resume os medidores de vazo descritos.

Quadro 3: Tipos de Medidores de Vazo


Tipo de
medidor

Figura

Equao

Faixa
de Q

Equao 1

Q=

V
t

Mureta

Figura 5: Medidor de vazo na


barragem de Canastra

Onde:
V = volume coletado (litros)
t = intervalo de tempo
(minutos ou segundos)

Equao 2

Q=

Triangular

5
8
Cd 2 g tg ( / 2)h 2
15

Onde:

Figura 6: Medidor de vazo


triangular no tnel da barragem de
Itaba

0 a 600
L/min

g = acelerao da gravidade
= ngulo de abertura do
medidor
h= altura da lmina vertente
Equao 3
3
2
Q = Cd 2 g Lh 2
3

Retangular

Figura 7: Medidor de vazo


retangular no tnel da barragem
de Itaba

Onde:
g = acelerao da gravidade
L= Largura do canal
h= altura da lmina vertente
Cd = os valores deste
coeficiente podem ser obtidos
a partir das frmulas de Bazin
(1889), Rehbock (1929),
Francis (1905) ou Kindsvater e
Carte (1957).

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

0a
40.000
L/min

38
Quadro 4: Tipos de Medidores de Vazo (continuao)

Tipo de
medidor de
vazo

Figura

Faixa
de
Vazo

Equao

Equao 4

h
L

Trapezoidal

Q = 1,861Lh

Onde:
L= Base do trapzio
h= altura da lmina vertente

40.000
L/min

Figura 8: Medidor de Vazo


trapezoidal na barragem Dona
Francisca

Quando as vazes de infiltrao so de grande intensidade, sendo de vrias centenas de litros


por segundo, empregam-se calhas Parshall. Esse medidor composto por trs partes: uma
seo convergente, uma seo estrangulada intermediria e uma seo divergente,
obedecendo s relaes geomtricas padronizadas e tendo o nvel do fundo do canal na seo
convergente mais alto do que o nvel na seo divergente (Azevedo Netto e Alvarez, 1977).
Com a utilizao de um medidor de vazo, possvel tambm controlar a quantidade de
materiais slidos carreados pela gua de drenagem, podendo se identificar o fenmeno de
piping, objetivando tambm avaliar a evoluo desse carreamento em funo do tempo.

2.3.2 Medidores de Presso


Na instrumentao de barragens importante diferenciar poropresses medidas no aterro da
barragem daquelas medidas na fundao. As primeiras so designadas de poropresses e as da
fundao so designadas de subpresses por atuarem de baixo para cima (Silveira 2006).
A construo de uma barragem pode causar aumento significativo de subpresses, sendo
considerados os esforos mais desfavorveis para a segurana e estabilidade da estrutura,
portanto os mtodos para quantificao destes esforos so muito importantes.
A subpresso pode ser explicada como o empuxo relativo ao volume de gua deslocada pela
fundao da barragem. De maneira conservadora, tomada como a variao linear da presso
hidrosttica no p da barragem na direo de montante para jusante, conforme Figura 9.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

39

Figura 9: Representao esquemtica dos esforos hidrostticos


atuantes em uma barragem
O clculo da fora de presso ou empuxo que os fluidos em repouso exercem sobre as
superfcies slidas que os limitam, efetuado com base nos princpios da hidrosttica. No
caso das barragens, as foras atuantes so: empuxos horizontais (FH) - exercidos pelo nvel de
gua de montante e jusante, empuxos verticais (Fv) - exercidos pela subpresso de gua,
sobrepresso de gua a montante e jusante e peso prprio da estrutura, e empuxos quaisquer
exercidos por esforos externos.
Fissuras na fundao e insero de drenos no macio e na fundao de uma barragem de
enrocamento com ncleo de argila vem auxiliar no alvio das foras resultantes de subpresso.
O filtro horizontal em fundaes mais permeveis, por exemplo, mais til para alvio de
subpresses do que para drenar a gua que vem do filtro vertical.
J as poro-presses ou presses neutras numa barragem, so geradas pela gua existente nos
poros dos solos compactados, pela rede de fluxo a ser estabelecida, pelos acrscimos de
tenses causados pelo peso do aterro em construo e seu adensamento.
A medio de presso neutra no ncleo de barragens de enrocamento com ncleo
impermevel durante o perodo construtivo e de operao importante pois tem influncia na
estabilidade de taludes. Serve tambm para verificar a eficincia da drenagem das camadas de
transio, pois a subida da linha fretica da rede de percolao pode indicar um processo de
colmatao das camadas drenantes.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

40
Em fundao, as presses neutras so medidas para a determinao das condies de
percolao e verificao da efetividade dos dispositivos de impermeabilizao e/ou drenagem,
j que situaes atpicas podem ocorrer quando existem feies geolgicas desfavorveis.
Para entender a diferena entre presso neutra e subpresso e como as mesmas so medidas
necessrio o conhecimento do estado de tenses em pontos do subsolo, antes e depois da
construo de uma estrutura qualquer. As tenses na massa de solo so causadas por cargas
externas ou pelo prprio peso do solo. As consideraes acerca dos esforos introduzidos por
um carregamento externo so bastante complexas e sua determinao, normalmente se d a
partir das hipteses formuladas pela teoria da elasticidade.
Supondo um solo sem carregamentos externos prximos, nvel do terreno horizontal e cuja
natureza do solo no varia horizontalmente (Figura 10), diz-se que o solo esta sob tenses
geostticas.

Figura 10: Solo sob condies geostticas


Neste caso, a tenso normal vertical inicial (vo) no ponto A pode ser obtida considerando
o peso do solo acima do ponto A dividido pela rea, j que, sendo o terreno horizontal, no
existiro tenses cisalhantes em planos verticais e horizontais. A tenso inicial vertical dada
por:

Equao 5

v0 =

W ( .b 2 .z )
=
= .z
A
b2

Onde:
W = .V (peso do prisma); V = b2.z (volume do prisma); A = b2 (rea do prisma); =
peso especfico natural do solo

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

41
A

Equao 5 vlida para solo homognio. Se o solo for estratificado, a tenso vertical

ser dada pela soma dos pesos das diferentes camadas de solo com peso especfico natural dos
distintos solos.
Se o solo estiver saturado (todos os vazios do solo so preenchidos por gua) (Figura 11) e
sem fluxo dgua (em condies hidrostticas), a profundidade na qual a presso na gua
atmosfrica o chamado nvel dgua natural (N.A.) ou lenol fretico. Portanto, abaixo do
nvel dgua, a presso na gua, ou poropresso ou presso neutra (u0) positiva, sendo
definida pela expresso:

Equao 6

u 0 = w .z w

Onde:
u0 = presso neutra ou poropresso; w = peso especfico da gua, tomado igual a 10
kN/m = 1g/cm; Zw = profundidade em relao ao nvel da gua
Neste caso, a tenso normal vertical inicial (vo) no ponto A ser obtida considerando o
peso do solo saturado acima do ponto A dividido pela rea.

Figura 11: Perfil geotcnico de um solo saturado


Se o nvel dgua no for na superfcie, isto , parte do solo estiver saturado e parte no
(Figura 12), a tenso vertical total inicial no ponto A do perfil de solo ser:

Equao 7

v0 = .z1 + sat .z2

Onde:
0 = tenso vertical inicial; = peso especfico do solo seco, Z1 = espessura da
camada de solo seco; sat = peso especfico do solo saturado, Z2 = espessura da camada
de solo saturado.
A poropresso ou presso neutra no mesmo ponto ser: u0 = w . zw

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

42

Figura 12: Perfil geotcnico com nvel dgua abaixo do nvel do


terreno
A existncia de gua no solo sob carregamento, nos leva ao conceito de tenso efetiva.
Terzaghi (1925) definiu que o comportamento dos solos saturados quanto compressibilidade
e resistncia ao cisalhamento depende fundamentalmente da presso mdia intergranular
denominado de tenso efetiva (tenso gro a gro). Utilizou um tanque com solo saturado e
gua para comprovar este princpio.
Aumentando o nvel da gua no tanque, a presso total (v0) tambm aumenta no solo.
Entretanto, no se observa qualquer diminuio de volume no solo, o que vem comprovar que
seu comportamento totalmente independente das tenses totais.
Nos solos saturados (S = 100%) parte das tenses normais suportada pelo esqueleto slido
(gros) e parte pela fase lquida (gua), portanto, tem-se que:

Equao 8

= '+u

Onde:
= tenso total; = tenso efetiva; u = presso neutra
Em solos submersos (Figura 13), a tenso total e poropresso so dadas por:

Equao 9
Equao 10

v0 = w .z1 + sat .z
u0 = w .z w = w ( z1 + z )

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

43

Figura 13: Perfil de solo submerso


Desta forma, da

Equao 8, a tenso efetiva ser dada por:

Equao 11

' v0 = v0 u0 = w .z1 + sat .z w ( z1 + z) = ( sat w ).z

Como sub = sat w, temos:

' v0 = sub .z

Equao 12

Esta equao independente de zw, portanto a presso efetiva no varia com a espessura da
lmina de gua.
Para solos parcialmente saturados haver, em seus vazios, dois fludos, geralmente ar e gua.
Esta situao difere da anterior, em face das seguintes alteraes:
a) no h uma continuidade da coluna dgua;
b) a presso neutra total a soma da presso na fase gasosa mais a presso na fase
lquida. Ento, a

Equao 8 poder ser colocada na forma proposta por

Bishop (1959):

Equao 13

' = + uar + (uar uw )

Onde:
uar = presso na fase gasosa; uw = presso na fase lquida; = coeficiente que varia de
0 (solos secos) a 1 (solos saturados).
O valor de , alm de ser muito influenciado pelo grau de saturao do solo, sofre influncia
tambm da estrutura, do ciclo de inundao-secamento e de alteraes ocorridas no estado de
tenses.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

44
Em condies hidrodinmicas (com fluxo dgua), que a condio encontrada em fundaes
e solo de aterro de barragens, a tenso efetiva tambm calculada pela

Equao 8, porm,

neste caso, o valor da poropresso (u) estimado ou medido (in situ) atravs de piezmetros.
Segundo Silveira (2006), a resistncia e a deformao dos solos so controladas pela tenso
efetiva. A medio de poro presso particularmente til para determinar a posio da
superfcie fretica e de toda a rede de percolao atravs da barragem e de sua fundao, nas
seguintes situaes:
a) As poropresses medidas em um aterro de barragem e em sua fundao podem
ser utilizadas para o clculo de estabilidade pelo mtodo de equilbrio limite,
usando-se as tenses efetivas para a avaliao dos fatores de segurana dos
taludes;
b) A medio das poropresses, imediatamente a montante e a jusante do ncleo
ou de uma trincheira de vedao fornece uma indicao do desempenho desses
dispositivos de vedao;
c) Onde uma camada de argila encontra-se sobreposta a uma fundao permevel,
possvel que altas presses neutras ocorram na camada permevel, de modo
que a instalao de um piezmetro nessa camada, nas proximidades do p de
jusante, pode fornecer informaes muito teis sobre as subpresses na
fundao. Podem tambm alertar sobre a necessidade de execuo ou
suplementao de poos de alvio no p de jusante para reduo de subpresses
na rea;
d) Piezmetros a montante podem fornecer dados sobre as condies de
estabilidade de taludes durante a construo ou esvaziamento rpido do
reservatrio.
Se considerarmos que o fluxo de gua ocorre sempre na mesma direo, como no caso dos
permemetros, diz-se que o fluxo unidimensional. Porm, numa barragem, as partculas de
gua seguem caminhos curvos, mas contidos em planos paralelos, o fluxo ento
bidimensional. Sendo, portanto, bidimensional o estado de tenses e por isso, alm da tenso
vertical (iniciais, total e efetiva) tambm devem se caracterizar as tenses horizontais.
Para determinao das tenses laterais, utiliza-se o conceito de coeficiente K0. Quando no h
deformao lateral do depsito (por exemplo, extensos depsitos sedimentares), a tenso

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

45
horizontal efetiva e a tenso vertical efetiva se relacionam de maneira simples, o chamado
coeficiente de tenso lateral no repouso (ko), que a relao entre tenses efetivas iniciais:

k0 =

Equao 14

' h0
' v0

O valor de K0 depende de vrios parmetros geotcnicos do solo, tais como ngulo de atrito,
ndice de vazios, razo de pr-adensamento etc. O valor deste coeficiente pode ser obtido
atravs de tabelas com valores tpicos dependendo do tipo de solo ou empiricamente,
conforme equaes de Jaky (1944), Brooker e Irelan (1965), Meyerhof (1976), Mayne e
Kulhawy (1981) entre outros. Tambm pode ser determinado a partir de ensaios de
laboratrio (ensaio com controle de tenses sem deformao lateral), ensaios de campo
(pressimetro, ensaio de ruptura hidrulica) e instrumentao de campo (clulas de presso
total).
As clulas de presso total (Figura 14) so instrumentos utilizados conjuntamente com
piezmetros para o monitoramento das presses neutras e tenses totais com o intuito de se
determinar as tenses efetivas.
As clulas tambm so utilizadas para medir os fenmenos de interao nas interfaces
solo/concreto, que ocorrem quando o ncleo da barragem encosta numa estrutura rgida de
concreto.
Canaleta
Principal
a
tad

Ar
gi
la

co
m
pa
c

t ad
a

Canaleta
Secundria

c
pa
om
c
a
gil
Ar

Tubos de
Leitura

Figura 14: Clulas de tenso total instaladas em argila compactada e


detalhe de uma clula
Para obteno das tenses totais de terra nas imediaes do ponto de interesse so necessrias,
no mnimo, quatro clulas de tenso total: duas verticais (paralela e normal ao eixo
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

46
longitudinal do macio), uma horizontal e uma inclinada a 45 com a horizontal. O
piezmetro do grupo ento permitir o clculo das tenses efetivas.
O processo mais usual de anlise de percolao em barragens, tanto atravs do macio quanto
da fundao (fluxo bidimensional), envolve o traado de redes de fluxo.
A rede de fluxo a representao grfica dos caminhos percorridos pela gua e da
correspondente dissipao da carga hidrulica que satisfazem a equao de Laplace e
permitem a considerao da anisotropia e heterogeneidades dos solos.
Este mtodo proporciona ao estudante ou profissional grande sensibilidade e compreenso do
fenmeno em estudo por exigir, em seu desenvolvimento inicial, vrias tentativas de obteno
do traado definitivo, visando incorporar todos os aspectos relacionados a diferentes
geometrias e materiais envolvidos (Souza, 2005). A obteno de rede de fluxo tambm pode
ser feita atravs de simulaes numricas com base no mtodo dos elementos finitos.
O traado das redes requer experincia, sendo teis s recomendaes propostas por
Casagrande (1937), Taylor (1948) e Cedergren (1977).
As subpresses podem ser previstas, portanto, durante a fase de projeto, utilizando-se um
programa de simulao de fluxo em meios porosos atravs de modelagem por elementos
finitos. Para isto, uma seo da barragem definida em uma malha de elementos finitos e so
atribudas aos ns as condies de contorno desejadas: cargas hidrulicas a montante e
jusante, caractersticas dos materiais (permeabilidade), condies de drenagem do macio e da
fundao etc.
Os valores de permeabilidade dos materiais so imprescindveis para a correta aplicao dos
resultados de subpresso obtidos pelo modelo. Por isso, a validade da avaliao da subpresso
depende quase que inteiramente da qualidade do modelo e da confiabilidade dos dados
inferidos para a permeabilidade dos materiais que podem ser obtidos inicialmente de
referncias bibliogrficas ou de ensaios com os materiais constituintes da barragem.
As condies de consolidao e de drenagem em um ncleo argiloso variam muito com a
posio do ponto em relao s fronteiras drenantes do macio (Pereira, 2005).
Na consolidao inicial de um aterro, quando ocorre presena de ar na estrutura do solo,
ocorre poropresso negativa devido suco, sendo esta situao a favor da segurana.
Porm, com a compactao das camadas posteriores, a poropresso assumir valores positivos
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

47
devido consolidao da camada (diminuio dos vazios), ocasionando confinamento da
gua dentro da estrutura do solo.

Figura 15: representao da gerao de poropresso positiva durante a


construo
O valor hc a altura de aterro compactado acima de uma certa camada, no limite que o
volume de vazios da estrutura igual a quantidade de gua gerando, a partir da, poropresso
positiva.
Esta curva no nica, ela depende da fronteira drenante e do tempo, isto , quando a
velocidade construtiva maior ou menor que o tempo de drenagem (que depende da posio
da fronteira drenante). Como a velocidade de construo dos aterros de barragem quase
sempre superior a velocidade da drenagem desta gua confinada, geram-se poropresses que
se dissipam lentamente muito tempo depois da obra finalizada. Por isso necessria a
instalao de instrumentao para verificao desta dissipao de poropresses.
No Brasil, a partir da dcada de 60, todas as barragens de terra ou enrocamento de grande
porte passaram a ser muito bem instrumentadas em termos de clulas piezomtricas para
observao das poropresses de perodo construtivo. Isto decorre da experincia com
barragens inglesas e americanas que empregaram solos argilosos com baixa permeabilidade
(k=10-7 a 10-8 cm/s) onde o desenvolvimento de presses neutras de perodo construtivo era
geralmente expressivo (Silveira, 2006).
Para entender o conceito de medio de presso no macio de uma barragem, necessrio
saber a diferena entre medio de nvel fretico e poropresso.
O princpio geral da instrumentao para medio do nvel dgua ou fretico em macios de
solo ou rocha consiste basicamente em se acessar diretamente a gua em profundidade por
meio de execuo de furos de trado ou de sondagem para medir a cota da superfcie por meio
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

48
de dispositivos, normalmente uma trena dotada de um sensor eltrico na extremidade inferior
e um emissor sonoro ou luminoso.
Estes furos, com revestimento permevel, so chamados medidores de Nvel dgua ou poos
de observao. So utilizados nas zonas de tapetes horizontais e filtros verticais para avaliar o
potencial de colmatao ou detectar eventuais cargas hidrulicas ao longo do sistema de
drenagem interna da barragem ou utilizados nas ombreiras e zonas de jusante para
monitoramento dos potenciais riscos de saturao e consequente reduo das condies de
estabilidade dos taludes.
J o piezmetro um medidor de presses pontual e para isto preciso selar a rea em que a
medida feita. So, portanto, arranjos que medem presso de gua em uma regio delimitada
do macio. A clula piezomtrica de um piezmetro tem a finalidade de separar a poropresso
da presso total do solo ao redor. Precisa ser suficientemente resistente para suportar a presso
total mxima e ter suficiente superfcie permevel que permita um pequeno fluxo de gua
necessrio para que o indicador de presso funcione.
Os piezmetros possuem diversas configuraes, sendo de medida direta ou indireta e a
escolha do tipo a ser utilizado depende das caractersticas de confiabilidade, simplicidade,
durabilidade, sensibilidade, custo e possibilidade de monitoramento remoto.
Um aspecto importante a considerar na escolha do piezmetro o tempo de resposta, que o
tempo requerido para que a coluna dgua no piezmetro se estabilize aps a variao de
presso. Esse tempo diretamente proporcional a seo transversal da tubulao e varia
inversamente com a permeabilidade do solo no entorno.
Os tipos principais de piezmetros utilizados para as medidas de presso neutra no ncleo so
apresentados na Quadro 5.
Quadro 5: Tipos e descrio dos piezmetros
Tipo/Figura
Eltrico

Caracterstica
Os piezmetros eltricos so constitudos de um diafragma de ao
inoxidvel sensvel presso associado extensmetros eltricos de
resistncia. As presses neutras atuam na face externa deste diafragma
aps passarem por um filtro, causando deformaes no mesmo, o que
resulta na mudana imediata da resistncia dos extensmetros e
consequente resposta diferenciada do sinal eltrico de sada, de
magnitude proporcional poropresso medida.
Estes instrumentos tem tempo de resposta bastante curtos, porm de
custo elevado e no podem ser recuperados caso sofram avarias
(descarga eltrica, sobretenso, etc.)

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

49
Quadro 6: Tipos e descrio dos piezmetros (continuao)
Tipo/Figura

Hidrulico

Pneumticos*

Caracterstica
constitudo por uma pedra porosa conectada a um painel externo por
meio de dois tubos flexveis de nylon revestido de polietileno e de
pequeno dimetro, completamente saturados com gua destilada e
desaerada.
Por meio da pedra porosa, a gua contida nos poros do solo ou nas
fraturas da barragem esta em contato direto com a gua no interior da
tubulao e no painel de leituras, assim, qualquer variao na
poropresso junto clula, automaticamente, ser registrada no painel
externo de presses.
A utilizao de tubos duplos para verificao da saturao do sistema
ao longo da vida til, se a leitura for diferente em ambos os tubos, o
sistema deve ser desareado.
um instrumento simples, confivel e possui bom tempo de resposta
mesmo em materiais de baixa permeabilidade. Mede poropresses
negativas, porm para evitar cavitao do sistema, a clula
piezomtrica deve estar no mximo, a 5m abaixo dos medidores de
presso.
As medidas de poro presso so feitas a partir da injeo de um gs,
geralmente nitrognio, que tem por objetivo equalizar as presses
internas na clula piezomtrica e forar a deflexo de um diafragma
associado mesma.
A clula piezomtrica conectada a um medidor externo de presso
atravs de dois tubos flexveis, designados de tubulao de
alimentao e retorno. Injeta-se, lentamente, o gs no tubo de presso
at que a presso dgua aplicada face externa do diafragma
ultrapassada.
O diafragma ento se move 0,2mm permitindo a passagem do gs ao
tubo retorno. Esse tubo conectado ao grupo de manmetros que
registra uma presso maior que a da gua, ento o diafragma se abre
permitindo o fluxo de gs pela tubulao de retorno, que detectada
pelo operador.
Neste momento, a injeo do gs suspendida e a presso de injeo
reduz-se gradualmente at ocorrer a equalizao das presses da gua
e do gs no interior da clula piezomtrica (diafragma fechado).
Deve-se tomar cuidado para no aplicar presses muito superiores a da
gua, pois presses elevadas podem romper o diafragma, inutilizando
o instrumento. um instrumento confivel, simples e com tempo de
resposta pequeno. Porm so inadequados para medio de
poropresses negativas.

*Instrumentos instalados na Barragem de Itaba

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

50
Quadro 7: Tipos e descrio dos piezmetros (continuao)
Tipo/Figura
Corda Vibrante

Tubo aberto
(Casagrande)*

Concreto

Calda de cimento
e argila

Areia lavada
limpa

Caracterstica
Constitudo por um corpo cilndrico de ao inox que aloja,
internamente, uma pedra porosa e uma membrana de ao inox em cuja
face fixado um fio de ao (corda) tensionada, passando atravs de
um eletrom.
A gua intersticial passa atravs da pedra porosa e impe uma
determinada deformao ao diafragma afetando a tenso da corda que
passa a vibrar.
Esta vibrao induz na bobina magntica do eletrom uma oscilao
eltrica de frequncia igual que transmitida ao terminal de leituras
atravs de cabos eltricos blindados, sendo esta leitura correlacionada
a poropresses atuantes sobre o diafragma.
Este instrumento oferece resposta praticamente instantneas mesmo
em solos com permeabilidade muito baixa, porm so sensveis a
interferncias eletromagnticas.

Os piezmetros so constitudos por um tubo de PVC cuja


extremidade inferior acoplada uma clula (trecho perfurado
envolvido com geotxtil ou outro material drenante). A clula fica
inserida em um bulbo de material drenante e confinada num trecho
limitado (1 a 1,5m) por uma camada selante (betonita ou solocimento).
A presso da gua na regio do bulbo convertida diretamente em
uma altura dgua equivalente, medida atravs de nvel eltrico tipo
buzina (pio), por injeo de bolhas de ar e medida da presso do gs
ou por uso de transdutores de presso eltricos colocados no fundo do
furo.
Quando instalados em materiais de baixa permeabilidade, apresentam
um tempo de resposta retardado em relao variao da solicitao
(nvel dgua do reservatrio). Alm do mais, no permite a medio
de presses negativas.
So instalados convencionalmente nas fundaes, ombreira e zonas
especficas do macio da barragem. Estes instrumentos tm como
vantagem a verificao de seu desempenho atravs de ensaios de
recuperao de Nvel dgua.
Durante a realizao deste ensaio, jamais se deve lanar volume
dgua no interior do tubo sem a devida verificao da presso
aceitvel.
Isto pode causar problemas de comportamento piezomtrico
(eventualmente associados ocorrncia de fraturamento hidrulico
e/ou lavagem de preenchimento de feies permeveis).

*Instrumentos instalados na Barragem de Itaba

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

51

2.3.3 Medidores de recalque e deslocamento


O objetivo da medio de deslocamentos em barragens de enrocamento com ncleo de argila
obter informaes sobre deslocamentos diferenciais e deformaes internas do macio para
identificao de zonas potencialmente sujeitas a fissuras ou que possam provocar distribuio
de tenses que causem problemas estruturais durante a construo, enchimento do
reservatrio e perodo operacional.
Estas fissuras podem ser capilares e difceis de serem observadas em inspees visuais ou
ocorrer dentro do macio, somente sendo notadas quando ocorrem infiltraes. Segundo Avila
(1980) e Bourdeaux (1982b), a maior parte de rupturas de barragens catalogadas como por
piping originaram-se por percolaes de gua atravs de fissuras induzidas por um
comportamento tenso-deformao inadequado das barragens, e por isto a importncia da
medio dos deslocamentos.
De uma maneira geral, as principais causas de fissuramentos em barragens so (Carim, 2007):
a) Geometria da fundao: irregularidades topogrficas da fundao, ressaltandose as irregularidades no sentido longitudinal que do origem a fissuras
transversais barragem, ou seja, no sentido do fluxo;
b) Umidade de compactao: a umidade de lanamento e compactao tem
influncia fundamental na susceptibilidade ao fissuramento. Pesquisas
laboratoriais e observaes de campo confirmam a correlao entre umidades
de compactao e flexibilidade do macio. Leonards e Narain (1963)
observaram em laboratrio que, aumentando as umidades em 2% a 3% abaixo
da umidade tima, para um valor em torno da mesma, h um aumento
significativo da flexibilidade do macio. Observaram tambm que aumentos
alm da umidade tima no causam aumento significativo de flexibilidade. No
campo, constatou-se que barragens que sofreram fissuramento foram
compactadas com umidades no lado seco da curva de Proctor;
c) Materiais de fundao: barragens sobre solos compressveis com espessuras
variadas, destacando-se os materiais susceptveis a colapsar por saturao;
d) Tipo de material de aterro: vrios estudiosos [Sherard (1953) e Marsal (1959)]
tentaram correlacionar o tipo de material com a ocorrncia de fissuras, mas
sem muitas concluses;

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

52
e) Velocidade de Construo: principalmente para solos compactados com
umidades acima da tima, a subida rpida do aterro da barragem implica
recalques maiores ps-construo e influencia os recalques diferenciais.
f) Segundo o Manual de Segurana e Inspeo de Barragens, publicado em 2002
pelo Ministrio da Integrao Nacional (MI), as trincas podem ser classificadas
em Longitudinais e Transversais. No Quadro 8 citam-se as provveis causas e
consequncias do aparecimento de cada um destes tipos de trincas.

Quadro 8: Tipos de trincas em barragem


Tipo

Longitudinais

Transversais

Provveis causas

Recalques
desiguais
entre
materiais
de
diferentes
compressibilidades no macio,
recalques excessivos e expanso
lateral no macio, comeo de
instabilidade do talude.

Material compactado do macio


sobre ombreiras ngremes e
irregulares, zonas de materiais
compressveis na fundao.

Provveis
consequncias

Podem
criar
caminho
de
Permite a penetrao de gua no
percolao
concentrado
se
macio o que pode acelerar o
atingirem cota abaixo do nvel
processo de ruptura do talude.
dgua do reservatrio.

Fissuras
longitudinais e
transversais na
crista (Fonte:
Inspection of
Small Dams
1998)

Em barragens de terra e enrocamento, devido preocupao com o controle da


permeabilidade do macio, o ncleo de argila executado com compactao cuidadosa. J o
enrocamento , normalmente, executado com material simplesmente espalhado, em camadas
espessas e com ndice de vazios extremamente elevados. Isto pode provocar trincas devido a
recalques diferenciais.
Queiros (1964) relata que eram utilizados jatos dgua para promover a compactao do
material de enrocamento, na premissa de que o material mais fino seria lavado para os
interstcios das pedras maiores, com uma formao de uma massa mais densa. Com esta
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

53
tcnica, foram executadas inmeras barragens, porm foram observados assentamentos de
grandes vultos aps o trmino da construo.
Estes assentamentos ocasionaram trincas longitudinais na crista da barragem e no contato
entre o enrocamento e o ncleo argiloso (de menor compressibilidade).
O autor ainda cita que as atenes, na poca, no tocante compactao do macio estavam
voltadas para utilizao ou no de jato de gua com esta ou aquela presso, mas cujo efeito no
comportamento posterior do macio no estava ainda esclarecido.
Foi Terzaghi quem forneceu uma explicao mais racional para eficincia do mtodo de
molhagem do enrocamento utilizando dados de meio sculo antes estudado por Hirschwald,
na Alemanha. Neste estudo, foi evidenciada a influncia da saturao dos bordos dos
fragmentos de rocha na resistncia compresso. Foi identificado, tambm, que a relao
entre a resistncia compresso da rocha em estado saturado e em estado seco varia de
acordo com o tipo de rocha e o grau de alterao da mesma, podendo variar de 0,94 para
granitos a 0,47 para quartzo-micaxistos pouco alterados. Tornou-se, portanto, evidente que o
benefcio da aplicao do jato dgua consistia na saturao dos bordos ressecados dos
fragmentos de rocha o que se poderia conseguir com menor custo j que para promover esta
saturao o volume de gua necessrio , no mximo, 10% do volume da rocha.
Com esta verificao, estavam sendo deixados de lado os estudos relativos ao esmagamento e
quebra da pedra, tambm uma das causas de recalques no enrocamento. Outra causa de
recalques excessivos do enrocamento a compressibilidade do material que preenche os
interstcios da massa rochosa, sendo portando necessria a verificao granulomtrica do
enrocamento para reduzir os recalques ps-construtivos.
A reduo das camadas de compactao e a necessidade de compactao dos enrocamentos
foram tambm citadas como um dos fatores mais significativos para reduo dos recalques em
barragens, comprovado na execuo de diversas obras, no simplesmente o lanamento das
pedras, como era mais comumente executado.
Na barragem de Emborcao, com 158 m de altura constituda de enrocamento com ncleo de
argila, o acompanhamento da medio de recalques indicou recalque diferencial entre a zona
de filtros e a transio com os materiais adjacentes. Com isto, ocorreram trincas longitudinais
devido aos recalques diferenciais e trincas transversais com espessura milimtrica (Viotti e
Carim 1997).
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

54
Os autores afirmaram que a reduo da camada de compactao do enrocamento de 1,20m
para 0,90m poderia ter reduzido a compressibilidade do solo metade, ficando prxima do
ncleo, o que j poderia ter evitado as trincas.
O controle de compactao e caractersticas do solo a ser compactado so extremamente
importantes durante o perodo construtivo, alm da avaliao das previses de recalques
calculadas durante a confeco dos projetos executivos baseadas em ensaios especficos nos
materiais que sero utilizados.
Um dos ensaios realizados para previso preliminar da compressibilidade dos solos a serem
utilizados no ncleo de barragens o ensaio oedomtrico.
Este um ensaio de laboratrio que consiste na compresso de solo contido dentro de um
molde que impede qualquer deformao lateral. O ensaio simula o comportamento do solo
quando comprimido pela ao do peso de novas camadas que so depositadas sobre ele num
aterro de grande rea (considera o solo confinado pelo solo lateral), por exemplo. Na
bibliografia possvel encontrar a explicao da execuo do ensaio (ver Pinto, 2006).
Estes mtodos so utilizados apenas para uma estimativa inicial de recalques na barragem.
Durante a confeco dos projetos executivos, onde os ensaios de campo e laboratrio so mais
detalhados, utilizam-se simulaes em programas de elementos finitos para as previses de
recalques e deslocamentos.
Durante o perodo construtivo, enchimento do reservatrio e perodo operacional, so
utilizados instrumentos para verificao das premissas de projeto e monitoramento do
desempenho da estrutura quanto segurana da barragem.
No Quadro 10 listam-se alguns instrumentos utilizados para o monitoramento de
deslocamentos verticais e horizontais em barragens do tipo terra e enrocamento.
Quadro 9: Instrumentos para medio de deslocamento vertical e
horizontal
Tipo

Eletronveis

Figura

Descrio
Semelhante medio de inclinmetros
horizontais, porm so baseados num
sistema resistivo de medio usando um
torpedo dotado de sensores eletrolticos que
so instrumentos eltricos utilizados para
obter a inclinao do terreno atravs da
variao da resistncia entre dois pontos.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

55
Quadro 10: Instrumentos para medio de deslocamento vertical e
horizontal (continuao)
Figura

Descrio

Tambm conhecido como medidores tipo IPT,


so placas solidarizadas em tubos rgidos cujos
deslocamentos dos mesmos so a referncia para
as medidas de recalque, podendo ter at 4 placas.

Medidores magnticos

A instalao feita durante a construo do


aterro

Consiste de um tubo de PVC com luvas


devidamente espaadas e com im de referncia
instalado num ponto considerado indeslocvel da
fundao.
Placas de recalque com orifcio no centro e im
so instalados ao longo de um tubo vertical
protegido externamente por um tubo corrugado.
As leituras so feitas com uma sonda magntica.

Medidores de Recalque tipo USBR

Placas de recalque com tubos


Telescpicos

Tipo

Semelhante aos medidores magnticos, porm os


elementos de referncia so sistemas mecnicos
de cunhas mveis que se fixam s juntas
telescpicas do tubo-guia.
As leituras so feitas de cima para baixo com
uma sonda que se abre depois de destravada
permitindo a determinao da cota das
tubulaes.
Deixaram de ser usados no Brasil h mais de
duas dcadas.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

56
Quadro 11: Instrumentos para medio de deslocamento vertical e
horizontal (continuao)
Figura

Tipo

Descrio

Extensmetros de Haste

Consiste de placas de ao quadrada dispostas


vertical ou horizontalmente no terreno e
conectadas a hastes capazes de se movimentar
livremente no interior de tubos de proteo.
As extremidades inferiores das hastes so
chumbadas na rocha em cotas distintas e as
superiores dispostas no cabeote de leitura.
As medidas de deslocamentos entre placas
contguas so feitas a partir da movimentao
relativa das extremidades externas das hastes
em relao a um ponto fixo.
Controle de nvel d'gua

Perfilmetro de recalque

Caixa de Leitura

Sensor

Permitem a determinao de perfis de recalque ao longo de um tubo horizontal ou subhorizontal de PCV usando o princpio dos vasos comunicantes.
As presses de gua so convertidas em alturas de ascenso da gua numa bureta graduada
acoplada extremidade externa da unidade de leitura que so correlacionadas com a
magnitude dos recalques. Indicado para uso em barragens que sofrero recalques excessivos.

Na barragem de Itaba, foram instalados marcos superficiais para medio de deslocamentos


superficiais horizontais e verticais, medidor de recalque tipo KM e caixas suecas para
medio de recalques e inclinmetros para medio de deslocamento horizontal. A descrio
detalhada do funcionamento desta instrumentao est abaixo.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

57

Marcos superficial
Consistem de blocos de concreto que permitem o monitoramento de recalques superficiais e
translaes horizontais durante o perodo construtivo e operacional de uma barragem.
So instalados ao longo da crista e bermas de jusante, numa distncia, geralmente, de 40 a
100m um do outro. Tambm podem ser instalados no talude de montante, quando se quer
monitorar os deslocamentos durante o perodo construtivo e, principalmente, devido o
enchimento do reservatrio ou variao do nvel.

1,0

1,0

Vista da placa de leitura

1,0

Vergalho
Concreto

Pino para
Leitura

1,5

Tubo preenchido
com argamassa

Figura 16: Detalhe de um marco de deslocamento (Fonte: Projeto


Aproveitamento Hidreltrico de Itaba CI-C-25-86/1975)
Os marcos devem ser lidos a partir de estaes topogrficas localizadas em um ponto
indeslocvel (fora da rea de influncia da barragem), empregando-se o mtodo de colimao
nas barragens de eixo reto. Neste processo, estabelecido um alinhamento fixo entre as
estaes topogrficas localizadas em cada ombreira. Os deslocamentos horizontais dos
marcos so medidos atravs de miras especiais ou rguas sobre eles.
Nas barragens de eixo curvo, a medio dos deslocamentos horizontais feita atravs de
triangulao geodsica, empregando-se estao total ou, mais antigamente, teodolitos. Pela
medio dos ngulos, determinam-se as coordenadas dos marcos em relao a um sistema
fixo de coordenadas. Os deslocamentos sofridos pela barragem so determinados a partir da
diferena de posio em relao primeira leitura realizada do marco.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

58

Inclinmetros
Os inclinmetros so instrumentos utilizados para determinao de perfis de recalques e
deslocamentos horizontais (em duas direes) do macio de uma barragem, pois permitem a
obteno de valores ao longo de vrias cotas.
O tubo-guia formado por segmentos de 1,5m de tubo ranhurado de alumnio, ao ou PVC,
emendados entre si com luvas telescpicas.
Normalmente, o inclinmetro comea a ser instalado logo no incio da construo do aterro,
atravs da fixao do primeiro tubo-guia em rocha s ou ponto considerado indeslocvel. Se
for instalado aps finalizao do aterro, os tubos-guia so instalados em um furo de
sondagem.

Figura 17: Tubo do tubo guia do inclinmetro e Aparelho de medio


O aparelho de medio composto por uma sonda, cabo de controle, tubos guias de fibra com
dimetro de 70mm e unidade de leitura. No processo de monitoramento, o torpedo guiado
ao longo de duas das ranhuras do tubo por meio de rodas fixas que giram sobre rolamentos de
esferas selados e preenchidos com leo.
As leituras podem ser feitas em intervalos regulares de 0,5m ao longo da profundidade,
sempre nos mesmos pontos, atravs da unidade de leitura conectada sonda pelo cabo de
controle. Compara-se a leitura executada com a leitura inicial obtendo-se a variao da
inclinao em cada intervalo de medida. Essas inclinaes so convertidas em deslocamentos
laterais atravs de constantes intrnsecas do aparelho.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

59
Em cada ponto de medio, os recalques so estimados com base na integrao dos
deslocamentos calculados a partir das leituras das deflexes dadas pelos acelermetros em
relao horizontal e a um ponto fixo.

Medidor de recalque KM
Os medidores de recalque tm por finalidade determinar o adensamento do aterro, recalques
de fundao, deslocamento lateral e tambm, em alguns casos, a percolao atravs do aterro.
Com os dados de observao desta aparelhagem reunidos aos dos piezmetros possvel
verificar se estavam certas as hipteses adotadas no projeto.
Hamilton (1962) descreve que os medidores de recalque eram confeccionados nas prprias
oficinas das obras de barragens do Instituto de Pesquisas Tecnolgicas (IPT). Eles constavam
essencialmente de um tubo de 1m de ferro galvanizado que era engastado na rocha de
fundao. medida que a barragem ia ganhando cota, esse tubo ia sendo emendado e crescia
em comprimento vertical. Como estava engastado na rocha, incompressvel, era utilizado
como referncia de nvel. Quando o macio atingia a cota na qual se desejava medir os
recalques, instalava-se coaxialmente ao tubo de referncia um tubo de dimetro maior soldado
a uma placa que se apoiava sobre o macio. Os recalques eram ento medidos a qualquer
tempo pela diferena entre os topos dos dois tubos.
Este medidor artesanal (o chamado medidor tipo IPT) descrito acima no difere muito do
conceito dos medidores de recalque que ainda so utilizados.
O medidor de recalque tipo KM foi desenvolvido por dois tcnicos da CESP, cujos nomes
eram Komesu e Matuoka, originando a sigla KM. um instrumento na qual em cada haste
fixada uma placa instalada verticalmente ao longo do aterro compactado e so protegidas
externamente por uma tubulao metlica dotada de luvas telescpicas para absorver as
deformaes do aterro.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

60

Figura 18: Medidor de recalque tipo KM com tubos telescpicos


(fonte: Projeto do Aproveitamento Hidreltrico de Itaba CI-C-2538/1974) e Instalao da 1 placa do medidor de recalque KM da
Barragem de Itaba (15/06/1976)
medida que o aterro executado, so instaladas chapas solidarizadas a hastes, conectadas
em segmentos contnuos, com o avano da construo do aterro. Cada haste mantida na
vertical, em torno do tubo de referncia, atravs da utilizao de discos perfurados que
funcionam como espaadores.
Os recalques so transmitidos at a superfcie do aterro pelas hastes, que podem movimentarse livremente dentro do tubo guia de proteo. Os recalques so medidos em relao a um
tubo central de referncia fixado rocha de fundao atravs de trena ou paqumetro. As
hastes de cada placa so pintadas de cor diferente ou numeradas para que seja possvel
verificar os recalques de cada camada em que a placa est instalada. Pode-se ter at 12 hastes
neste tipo de instrumento, isto , possvel o monitoramento do recalque de 12 camadas do
aterro.

Caixa sueca
Caixas suecas so clulas hidrulicas que medem deslocamentos verticais tanto no ncleo da
barragem como em transies e enrocamento de jusante. Seu funcionamento baseia-se no
princpio dos vasos comunicantes.
A clula hidrulica constituda por uma caixa de PVC ligada pela base a trs tubos e na
parte superior por um tubo que serve para areao da caixa, inserida numa caixa de concreto
armado. Um dos tubos da base serve como ladro, tendo sua sada no enrocamento, os outros

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

61
dois tem duas extremidades ligadas parede de uma casa de leitura fixadas junto a uma fita
graduada.

Figura 19: Perspectiva interna da caixa sueca e detalhe de instalao


no enrocamento (fonte: Projeto do Aproveitamento Hidreltrico de
Itaba CI-C-25-40/1974)
Estes tubos so saturados com gua desaerada de forma a estabelecer uma presso atmosfrica
em seu interior evitando tambm bolhas de ar na tubulao indicando leituras errneas.
O recalque obtido atravs da diferena da leitura inicial e a leitura atual dos nveis dgua no
interior de cada um dos tubos internos. Ambos os tubos encontram-se em elevaes diferentes
e a partir das medidas calcula-se de forma independente, as cotas da clula, permitindo a
aferio do funcionamento da clula ao longo do tempo. Periodicamente deve ser feita uma
aferio topogrfica da cabine de leitura que pode sofrer recalques, pois se localiza em talude
da barragem.
Um dos principais problemas relacionados a esta instrumentao o rompimento da
tubulao devido recalques da barragem, vazamentos de gua e ar nas mangueiras, recalque
da casa de leitura (deve ser verificado o nvel da casa antes de cada leitura) e cadastramento
errado da posio inicial de instalao da caixa.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

62

METODOLOGIA

A leitura da instrumentao da barragem de Itauba comeou em abril de 1978, quando o


enchimento do reservatrio foi iniciado. At 1983, com 5 anos de operao, a maioria da
instrumentao ainda estava em funcionamento e as leituras eram realizadas, em mdia,
mensalmente. Aps este perodo no foi encontrado registro de leitura de instrumentao nem
o motivo pelo qual foram suspensas.
Existem novos registros apenas em 1987 e 1988 e entre 1992 a 1996 com frequncia de
leitura anual, em mdia. Em 1997 a CEEE-GT sofreu um processo parcial de privatizao,
com isto, grande parte dos funcionrios que faziam o monitoramento da instrumentao se
aposentaram e as leituras foram suspensas definitivamente sendo retomadas apenas em abril
de 2009 devido o ingresso de novos funcionrios na empresa.
Quando a leitura dos drenos e piezmetros da Barragem de Itaba foi retomada em 2009, no
existiam dados ou qualquer parmetro de referncia para interpretar se aquelas leituras
estavam dentro da normalidade ou no.
Os novos dados eram digitados em planilha eletrnica, o que possibilitou a confeco de
grficos que facilitaram a visualizao da tendncia das vazes e presses, porm sem um
padro de comportamento do esperado ou projetado para a estrutura. Apesar disso, as leituras
mensais eram consideradas indicativas de comportamento normal j que permaneciam sempre
em torno dos mesmos valores a cada ms. Mas, aps 12 anos sem monitoramento da
instrumentao, estas medidas no seriam indicativas de uma alterao temporariamente
estabilizada que poderia evoluir futuramente?
Esta dvida ficou mais evidente quando as leituras dos marcos topogrficos foram retomadas
em 2010. Devido a utilizao de aparelho de leitura inadequado, o que veio a ser descoberto
posteriormente, em alguns marcos as leituras indicaram deslocamentos de at 7 cm de um
semestre para o outro. Este nmero era aceitvel depois de 35 anos de operao? Quando no
se conhece o histrico da barragem, qual o referencial de deslocamentos aceitvel?
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

63
Neste caso, no havia em campo qualquer dano na barragem que indicasse deslocamento
excessivo da barragem (fissuras, percolaes ou rolamento de pedras do enrocamento, por
exemplo). Este foi o principal motivo para a reconstruo das medidas histricas da barragem.
O trabalho de dissertao iniciou pela reviso bibliogrfica incluindo estatsticas de
rompimento de barragens, artigos e livros sobre a importncia do monitoramento por
instrumentao de barragens. Foram pesquisados artigos em congressos e seminrios relativos
recuperao de dados para anlise de instrumentao e o comportamento de estruturas
semelhantes.
A etapa seguinte foi a coleta e organizao de toda a documentao existente sobre a
construo e operao da barragem de Itaba, sendo este um dos maiores desafios da
pesquisa. Apesar desta documentao estar disponvel para os funcionrios da CEEE-GT,
existiam documentos na sede de Porto Alegre, na sede do Salto do Jacu e nos escritrios da
prpria usina (Figura 20). A seleo do material que seria til para pesquisa exigiu um atento
e criterioso trabalho de exame e separao dos arquivos fsicos.
Primeiramente o material foi catalogado e separado por assunto. Os dados relativos
construo da barragem, ensaios realizados, fotografias, plantas, relatrios geolgico
geotcnicos, especificao da instrumentao, planilhas de leitura de instrumentos, anlises e
pareceres dos engenheiros consultores da obra foram separados para anlise. As informaes
relevantes para entendimento da construo, materiais selecionados, ensaios realizados,
geologia local, decises tcnicas adotadas e, principalmente, a implantao da instrumentao
foram extradas da anlise de mais de 200 relatrios de obra.

Figura 20: Material catalogado e consultado na usina de Itaba.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

64
Nesta fase da pesquisa, foram recuperados os dados existentes da instrumentao da poca da
construo e do perodo operacional da barragem (perodos de 1976 a 1983, 1987 a 1988 e
1992 a 1996). A partir dessa base de dados coletados foi possvel a criao de planilhas
cronolgicas dos dados da instrumentao utilizadas nesta pesquisa: medidor de vazo,
piezmetros Casagrande, medidor de recalque KM e marcos topogrficos. Estas planilhas
contm a identificao do instrumento, data da leitura e nvel do reservatrio no dia da coleta
dos dados.
Foram digitados mais de 10.000 dados que permitiram a confeco de diversos grficos de
anlise da instrumentao ainda operante na barragem. Igualmente, todos os relatrios de
interesse para anlise foram digitalizados compondo um banco de dados que ser
disponibilizado a todos os funcionrios envolvidos com a estrutura. Este trabalho permitiu a
obteno de informaes para interpretao do estado passado e atual da barragem.
A localizao de cada instrumento foi registrada em planta e a correlao entre eles e a
geologia local identificada atravs dos perfis de sondagem e das descries dos consultores
geotcnicos da obra. Com isto, foi possvel a confeco dos desenhos no programa
AUTOCAD sobrepondo-se o perfil de condutividade hidrulica do macio rochoso aps a
ltima etapa de tratamento das fundaes e a posio dos drenos. Isto possibilitou a
compreenso do objetivo da insero de cada um na estrutura, sendo mais uma base para
anlise e interpretao dos dados de leitura de percolao.
As anlises das instrumentaes correlacionadas com as plantas e relatrios geotcnicos da
obra permitiram a identificao da provvel causa das anomalias apontadas nas inspees
visuais.
Trabalho semelhante foi realizado para a identificao dos deslocamentos da barragem. Os
dados das leituras das coordenadas histricas dos marcos topogrficos foram organizados em
planilhas de forma cronolgicas e transferidos para o programa AUTOCAD. Com isso, foi
possvel a identificao dos deslocamentos da estrutura (direo e magnitude).
Na confeco tanto das planilhas de leitura dos marcos topogrficos quanto da leitura dos
poos de alvio, foram identificados provveis erros de leituras. Os mesmos no foram
excludos ou modificados, mas apenas identificados como improvveis. Atualmente no
mais possvel verificar se os mesmos realmente foram lidos corretamente, se foram
datilografados com erros ou se indicavam uma anomalia na estrutura ou no instrumento. Esta
dvida dificulta a anlise geral do instrumento. Isto contribuiu para percepo da importncia
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

65
da leitura atenta e registro cuidadoso das leituras dos instrumentos pelos funcionrios que
fazem as leituras atualmente.
Estes grficos histricos tambm tm como propsito orientar o funcionrio que realiza as
medies para verificar, ainda em campo, se o valor lido encontra-se dentro da faixa do
histrico de leituras, caso contrrio, uma nova leitura de confirmao deve ser imediatamente
executada. Se variaes repentinas se confirmarem, esses alertas podero ser teis para que o
corpo tcnico da CEEE-GT identifique, imediatamente, a ocorrncia de alguma anomalia do
instrumento ou da estrutura, tornando as tomadas de deciso mais geis.
Todos os resultados desses estudos e anlises foram sistematizados nesta dissertao, o que
deve auxiliar na construo de uma referncia bsica para estudos futuros sobre a Barragem
de Itaba e barragens de terra e enrocamento com caractersticas semelhantes.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

66

4.1

A BARRAGEM DE ITABA

EMPREENDIMENTO

No estudo de expanso da capacidade geradora da Companhia Estadual de Energia Eltrica


(CEEE), entre os anos 1969 e 1978, relacionava-se o programa de construo de novas
centrais hidreltricas com o intuito de satisfazer o crescente consumo de energia no estado do
Rio Grande do Sul, que era, na poca, em uma taxa de 11,3% ao ano.
Com vistas a aproveitamentos mais econmicos, utilizando-se sempre que possvel de
desnveis naturais dos rios, a CEEE concentrou sua ateno especialmente no alto e mdio
curso do rio Jacu e seus afluentes, em busca de locais favorveis gerao de energia
eltrica. O aproveitamento Hidreltrico de Itaba fez parte deste plano de expanso e situa-se
no centro do Estado do Rio Grande do Sul, entre os municpios de Pinhal Grande e Estrela
Velha, cerca de 215 km noroeste de Porto Alegre (Figura 21).

Figura 21: Localizao do aproveitamento Hidreltrico de Itaba


A Usina Hidreltrica de Itaba est localizada 39 km jusante da UHE Governador Leonel
de Moura Brizola e 40 km a montante da UHE Dona Francisca. O empreendimento aproveita
a grande volta do rio Jacu em forma de ferradura. Nesse trecho, o rio foi fechado por uma
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

67
barragem de enrocamento com ncleo de argila com 385m de comprimento de crista e 92m de
altura, formando o reservatrio de regularizao semanal, com aproximadamente 13,29 Km
de espelho dgua. A barragem localiza-se a 1 km do vertedouro e da tomada dgua (Figura
22).
O vertedouro do tipo salto esqui, controlado por 3 comportas de 15m de vo por 18,5m de
altura. O jato de gua atinge o leito do rio a cerca de 300m, aproximadamente, jusante da
casa de fora, na direo do rio, de modo que no interferem com as guas que saem dos
tubos de suces das turbinas.

Vertedouro

Barragem

Tomada dgua
Vertedouro
Subestao

Barragem
Casa de Fora

Figura 22: Vista de montante do Rio Jacu antes da construo da


Barragem (Fonte: Arquivo tcnico Itaba, 1972) e Arranjo geral do
complexo Itaba (Fonte: Google Earth, 2012)
O reservatrio apresenta Nvel dgua (NA) mnimo normal na cota 183, NA mximo normal
na cota 184 e o NA mximo maximorum encontra-se na cota 185. O nvel dgua na sada das
mquinas, jusante da casa de fora, est na cota 92.
O circuito hidrulico de gerao composto pelas estruturas da tomada dgua, condutos
forados e casa de fora. Da tomada dgua derivam os condutos forados constitudos de 4
tubulaes de ao de 5,80m de dimetro que conduzem a gua para turbinas tipo Francis
acopladas aos geradores de 125 MW cada, totalizando uma gerao mxima bruta de
500MW.
As obras de execuo da usina de Itaba foram iniciadas em 9 de janeiro de 1973 e finalizadas
em 2 de outubro de 1979 (incio da gerao). A execuo da barragem comeou em 11 de
outubro de 1973 e foi finalizada em 9 de janeiro de 1978. O projeto foi desenvolvido por
ENGEVIX S.A Estudos e Projetos de Engenharia.
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

68
O enchimento do reservatrio iniciou em 1 de abril de 1978 e ocorreu em dois estgios. O
primeiro elevou a gua at a cota 166 e teve durao de 20 dias. O nvel dgua permaneceu
ento nesta cota por 90 dias. O segundo estgio iniciou em 20/07/1978, ocorreu em 35 dias e
elevou a gua at a sua cota mxima normal (184m).
Para desvio do rio durante a construo, foi escavada, na margem esquerda sob a barragem,
uma trincheira na rocha de fundao com largura mdia de 12m e profundidade de 15m,
coberta por uma abbada de concreto de 7,5m de raio interno. Depois de terminada a
construo da barragem, a galeria foi fechada por duas comportas de vo de 8m e 13,4m de
altura e tamponada por um bloco espesso de concreto (Figura 23).

Figura 23: Desvio do Rio Jacu para construo da Barragem (Fonte:


Arquivo tcnico Itaba, 1973) e Comporta de fechamento para
enchimento do reservatrio (Fonte: cedido Vitor Dahm, 1978)
Carvalho et al. (1982) relatam que a acumulao da gua no reservatrio comeou com o
fechamento das comportas da galeria de desvio do rio, em 01/04/1978. Logo aps, foram
iniciados os servios de esgotamento da gua contida na galeria de desvio com a finalidade de
possibilitar a execuo do plug de concreto definitivo. Durante o esgotamento, percebeu-se
uma trinca na face esquerda do pilar que separava a comporta central da comporta esquerda
atravs da qual passava volume de gua considervel.
Os engenheiros monitoraram a trinca e a vazo jusante, que era crescente nos dias que se
seguiram. A preocupao com o possvel rompimento da comporta durante o primeiro
enchimento do reservatrio era tanta que foram adotadas diversas medidas cautelares,
inclusive preveno da populao ribeirinha jusante da barragem e abertura total das
comportas do vertedouro para manter o nvel dgua do reservatrio na cota 164,5. O relato
completo do problema, estudos e soluo adotada esto detalhados no artigo intitulado
Fissurao surgida em um dos pilares do portal das comportas da galeria de desvio do rio
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

69
durante a fase de enchimento do reservatrio (1982). Os servios de reparo foram concludos
em 26/07/1978 quando o segundo enchimento do reservatrio j tinha sido iniciado.

4.2

GEOLOGIA REGIONAL

A parte da bacia hidrogrfica do rio Jacu que contribui para o aproveitamento da usina
hidreltrica de Itaba situa-se inteiramente na regio dos derrames baslticos. Os derrames
formaram-se em consequncia de atividades vulcnicas ocorridas em uma poca da Era
Mesozoica, quando ocorreram efuses de lavas atravs de fendas abertas no embasamento da
bacia sedimentar do Paran.
Na regio onde se localiza a central hidreltrica de Itaba, a espessura total da lava em torno
de 450m. As espessuras de cada derrame individual variam muito, alm das lavas extrusivas
que formam os derrames baslticos, tambm existem lavas intrusivas chamadas Diabsios,
que formam diques.

4.3

GEOLOGIA LOCAL

Em todo trecho aproveitado pelo sistema hidreltrico do rio Jacu, o vale desenvolve-se em
curso sinuoso, profundamente encravado no planalto basltico, correspondendo orientao
da rede de juntas ngremes e verticais na rocha. As encostas do vale apresentam aspectos
bastante ngremes, acentuado ainda pela existncia de paredes rochosos situados entre as
curvas de nvel 185 e 205, aproximadamente. Os paredes formados por camadas de basalto
macio comprovam a disposio quase horizontal dos derrames na rea.
No local da construo da Barragem de Itaba, foram identificados derrames baslticos com
descontinuidades de grande extenso lateral representadas pelos contatos entre os sucessivos
derrames. Foram esses contatos, particularmente, que condicionaram o comportamento
hidrogeotcnico do macio de rocha, uma vez que a matriz rochosa pode ser considerada
impermevel.
Segundo gelogo Guido Guidicini (1972), o fato desses contatos entre derrames serem
detectados em algumas sondagens e no o serem em sondagens adjacentes mostrava que os
mesmos possuam continuidade lateral limitada a algumas dezenas ou centenas de metros
quadrados. Isto levou formulao da hiptese que se tratasse de derrames secundrios (ou

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

70
pseudo-derrames ou falsos derrames), feies estas encontradas com relativa frequncia em
outros locais de barragens em basalto no sudeste brasileiro.
Tratava-se de lnguas de lava consolidadas que foram reabsorvidas pelo prprio derrame
durante a fase de extravaso e avano. Diante da dimenso da obra de Itaba, a continuidade
lateral desses falsos contatos, apesar de limitada, era significativa e os mesmos se constituam
em caminhos preferenciais de percolao d'gua.
As maiores permeabilidades foram encontradas na parte superior do macio rochoso, nas
ombreiras da barragem e no leito do rio, numa faixa de ordem de 20 a 30 metros de espessura,
sendo resultado do processo de desconfinamento do macio rochoso.
Os contatos entre derrames tendiam, de modo geral, a apresentar menores valores de
condutividade hidrulica medida que o confinamento para o interior do macio rochoso
aumentava. No interior dos derrames baslticos, elevadas perdas d'gua ocorriam tambm ao
longo de planos ou faixas subparalelas no topo e base dos derrames, denominadas juntasfalhas. Na fundao da barragem de Itaba, juntas-falhas foram identificadas no interior dos
derrames 5 e 7 (Figura 25).
O termo junta-falha utilizado para descrever as feies que se originam durante o
resfriamento da lava, quando pores mais fludas (mais quentes) do derrame deslocam-se
sobre as pores da base j parcialmente solidificadas pelo resfriamento. Nestes locais, a
condutividade hidrulica maior, por isso, desfavorvel para implantao de uma barragem.
Atravs do programa de investigao de campo, foi possvel determinar as principais
condicionantes geolgico-geotcnicas e caracterizar as diferentes litologias presentes no local
de construo da barragem de Itaba, tpica da regio Sul, com derrames baslticos
intercalados por camadas de arenito e brechas. Foram identificados, no local da Barragem, 8
derrames baslticos distintos, horizontais e geralmente planos. O perfil esquemtico
mostrado na Figura 25. No anexo I, as caractersticas de cada derrame so descritas
detalhadamente.
Segundo o gelogo Guido Guidicini (1972), os principais traos estruturais que
condicionavam a condutividade hidrulica da fundao da Barragem de Itaba eram:
a) Faixa superficial do macio rochoso, afetada pela atuao dos processos de
intemperismo;

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

71
b) Faixa superior do macio rochoso, at profundidades de ordem de 20 a 30
metros, em consequncia do processo de desconfinamento;
c) Contatos entre derrames (incluindo-se nesta denominao os horizontes de
arenito intertrapeano - interderrames);
d) Juntas-falhas, que ocorrem no interior dos derrames, geralmente associadas
parte densa dos mesmos.

Figura 24: Vista da ombreira direita da barragem e detalhe do basalto


amigdaloidal situado nas cotas 141 a 174 (Fonte: arquivo tcnico de
Itaba, 1975)
220
210

ARENITO E/OU BRECHA ARENTICA


200

180
170
160
150
140

MARGEM ESQUERDA

BRECHA VULCNICA

190

DERRAME DE BASALTO
MARGEM DIREITA
CAMINHO PREFENCIAL DE PERCOLAO

1-8

DESIGNAO DOS DERRAMES

130
120

NA 105,00
110
100

90

80
70
60

2
1

50

Figura 25: Derrames baslticos no local da barragem de Itaba. Vista


de Jusante (Fonte: Projeto do Aproveitamento Hidreltrico de Itaba
CI-C-03-63, adaptado).

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

72

4.4

CONSTRUO DA BARRAGEM

4.4.1 Tratamento da fundao


Victor F.B. de Mello (1977), consultor geotcnico na poca da construo de Itaba, indicou
o tratamento das fundaes na barragem atravs da execuo de injees. Porm, alertou que
no se poderia confiar somente nas injees, fazia-se necessria a posterior execuo da
drenagem para encaminhar, adequadamente, as infiltraes remanescentes, sendo este o
mtodo mais eficaz para o controle da piezometria. O detalhamento dos trabalhos e resultados
das injees importante para o entendimento e interpretao da instrumentao de presso e
drenagem descrita no captulo 5 desta dissertao.
Para execuo do tratamento das fundaes de Itaba, toda a terra e a rocha decompostas
foram removidas. Debaixo do ncleo e dos filtros, a camada superficial de rocha alterada e
fissurada foi removida at 1,0 m de profundidade e todas as depresses e fendas abertas foram
preenchidas com concreto.
Aps esta etapa e tendo por base um conhecimento adequado das caractersticas de
condutividade hidrulica do macio rochoso, verificadas atravs de ensaios de perda dgua
executados durante as sondagens na rea, definiu-se um plano geral de tratamento das
fundaes, consistindo em:
a) Execuo de uma cortina profunda de injeo, tambm chamada de cortina
principal, posicionada na fundao do ncleo argiloso, ao longo de toda sua
extenso;
b) Execuo, nesta mesma cortina, no trecho do leito do rio de cinco linhas
complementares de injeo, sendo trs a montante e duas a jusante da cortina
principal;
c) Execuo, nas duas ombreiras, de uma malha de furos de injeo rasos, de
modo a fornecer ao macio rochoso, em sua poro superficial, certo carter de
estanqueidade;
d) Tratamento da superfcie de lanamento do ncleo e transies atravs de
gunitagem em reas muito fraturadas, e emprego de concreto de regularizao,
em toda a rea da barragem onde ocorressem desnveis acentuados na
superfcie de fundao.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

73
Os trabalhos realizados tiveram o objetivo de obturar os caminhos preferenciais de percolao
identificados no interior do macio rochoso, contribuindo, desta forma, para a diminuio das
vazes d'gua de percolao que iriam atingir o sistema de drenagem implantado na fundao
da barragem jusante (Figura 26)

Figura 26: Fundao da barragem com fissuras e percolaes (Fonte:


Arquivo tcnico Itaba, maro/1976) e tratamento da ombreira
esquerda por gunitagem e concreto projetado na regio do ncleo
(Fonte: Arquivo tcnico Itaba, setembro/1976)
Todos os furos de sondagem na rea da barragem foram obturados com calda de cimento,
salvo os previstos para utilizao como drenos ou piezmetros, cuja instalao foi iniciada
logo aps o trmino da sondagem.Os furos da cortina principal profunda foram dispostos ao
longo de uma linha situada a uma distncia L (largura da base) dividido por 4, isto ,
aproximadamente, 90m do p de montante da barragem (ver detalhe na Figura 27).
A furao foi feita por meio de sonda rotativa de 2 l/2" de dimetro dotada de punho especial
para lavagem com ar e gua e os furos executados inclinados 10 para montante, em relao
vertical. As profundidades atingiram de 35 a 40 metros, em funo das condies geolgicas
locais. A sequncia de perfurao e injeo obedeceu o conceito de furos primrios,
secundrios e tercirios, com espaamento de 24, 12 e 6 metros respectivamente, resultando
num espaamento final de 3 metros entre furos adjacentes.
Os materiais injetados se constituram em cimento, areia e bentonita, conjugando-se estes
elementos em funo das condies de cada local e ocasio. Os traos de calda e argamassa
utilizados foram determinados com base em ensaios de laboratrio feitos na obra.
Mesmo aps trs etapas de injeo, o ensaio de permeabilidade nos furos tercirios da cortina
principal profunda indicou a permanncia, nesta fundao, de reas de permeabilidade
residual elevada:
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

74
a) Nas duas ombreiras, numa faixa superficial de 5 a 10 metros de espessura;
b) No macio rochoso da ombreira direita acima da cota 150 m;
c) Em toda a fundao do trecho do leito do rio, at profundidades da ordem de
15 a 20 metros (cotas 100 a 80 m);
d) Na fundao do trecho do leito do rio, entorno do contato entre os derrames 1 e
2 (cotas 70 a 60m).

4.4.2 Barragem de Terra e Enrocamento


Estudos preliminares para construo da Barragem de Itaba mostraram que o custo de uma
barragem de gravidade de concreto com o vertedouro na parte central seria mais dispendioso
do que a execuo de uma barragem de enrocamento, principalmente pela escassez de areia
natural no local. Alm disso, a rocha removida da tomada d'gua e vertedouro poderia ser
empregada na construo de uma barragem tipo enrocamento, perfazendo quase a metade do
volume da mesma. O material impermevel para o ncleo existia cerca de 4 km da
barragem, enquanto que o restante do material necessrio para o enrocamento foi extrado de
uma pedreira aberta nas proximidades.
Por causa dos materiais disponveis no entorno, foi escolhido, portanto, um perfil de
enrocamento com delgado ncleo impermevel de argila, com cerca de 55m de largura na
base e 5 m no topo. O ncleo foi executado inclinado para permitir a construo do
enrocamento em pocas de chuva, quando a parte argilosa no poderia ser construda devido
controlada condio de umidade necessria para obter grau de compactao de acordo com o
projeto. O perfil da barragem tem inclinao do enrocamento de 1,9:1,0 montante e 1,6:1,0
jusante e o ncleo, inclinao de 0,77:1,0 (Figura 27).
Em vista da escassez de material natural, os filtros tiveram espessura mnima compatvel com
um projeto conservador. As rochas da escavao e da pedreira foram selecionadas de modo
que o material fraturado e parcialmente alterado fosse colocado na vizinhana do ncleo e dos
filtros, enquanto que o material proveniente da camada do basalto-macio foi utilizado nas
partes exteriores do macio da barragem. As ensecadeiras de montante e jusante foram
incorporadas estrutura.
O zoneamento de materiais nesta estrutura descrito de forma complementar na Figura 27 e
Quadro 12.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

75

10,00
5,0

ROCHA
SELECIONADA

LEGENDA

BICA
CORRIDA

A - Enrocamento so limpo
B - Enrocamento so com finos

AREIA
ARTIFICIAL

AB - Rocha de escavao da galeria de desvio

0,77

ROCHA C
FINA

BRITA 1

ARGILA
COMPACTADA
PROTEO
DE TALUDE

ARGILA COMPACTADA
ENROCAMENTO
A+B

ENROCAMENTO
A

BRITA 2

ENROCAMENTO
A+B
1,6

0,23
1

ENROCAMENTO
A + 4B

C - Rocha de escavao das estrturuas de concreto

ENROCAMENTO
FINO
92,00

2,0
2,0

1,9
1

5,00

2,0

ENROCAMENTO
A+B

ENROCAMENTO
C

1,0

ENROCAMENTO
C

ENROCAMENTO
C

7,0

2,0

PROTEO
DE TALUDE
ARGILA
COMPACTADA

6,00

3,0
90,00

55,00

TRATAMENTO DAS FUNDAES

~360,00

Figura 27: Seo transversal da Barragem de Itaba na estaca 11 (fonte: Projeto do Aproveitamento Hidreltrico de Itaba
CI-C-25-62/1974 - adaptado)
Quadro 12: Descrio dos materiais utilizados na Barragem
Zona
A
B
A+B
T
C

4,0

Descrio do material
Enrocamento so limpo de basalto denso
Enrocamento so ou pouco alterado, duro
Enrocamento misto de basalto proveniente da galeria de desvio
Material de transio
Rocha de escavao das estruturas de concreto

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

76

4.4.3 Execuo do Ncleo Impermevel


A rea de emprstimo do material para o ncleo, denominada rea C, forneceu um solo
residual de basalto, sendo argila pouco arenosa nos primeiros 4 metros passando a argila
siltosa em maiores profundidades. Na Tabela 13 observam-se os parmetros geotcnicos que
caracterizam os materiais utilizados no ncleo.

Tabela 13: Parmetros geotcnicos dos materiais do ncleo de Itaba


Solo

% de argila

% de areia

LL (%)

IP (%)

Hot (%)

s max (g/cm)

Superior: argila
pouco arenosa

50 a 70

5 a 20

55 a 80

25 a 40

25 a 40

1,30
a
1,40

20 a 35

15 a 30

50 a 60

15 a 30

35 a 45

1,20
a
1,30

Inferior: argila
siltosa

Com o intuito de se prever as presses neutras que se desenvolveriam no macio, alm das
envoltrias de resistncia para definio das configuraes dos taludes, foram executados
ensaios de compresso triaxial do tipo no drenado, em que se manteve constante a razo
3/1 das tenses principais durante o ensaio at se atingir 3 = 6 kg/cm2. A partir dessa
presso o corpo de prova era rompido por acrscimos de tenso axial, mantendo-se a presso
confinante constante.
Os parmetros de resistncia ao cisalhamento em termos de presses efetivas foram de 0,55 e
0,65 kg/cm para coeso e 24 para o ngulo de atrito. Com base nesses resultados adotaramse parmetros para as anlises de estabilidade da Barragem. Assim, em geral, adotou-se
coeso de 0,3 kg/cm, ngulo de atrito de 22 e parmetro de presso neutra B de 40%,
verificando-se, no entanto, a estabilidade para outros parmetros.
Alm deste, tambm foram executados ensaios para caracterizao da plasticidade,
compactao do material, determinao das presses efetivas e umidade ideal de
compactao.
Foi tambm construdo um aterro experimental na rea C, jazida que forneceu o volume mais
significativo de solo para o ncleo. O intuito foi observar a locomoo do equipamento de

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

77
compactao sem provocar laminao e obter o grau de compactao em diversos teores de
umidade.
Aps estes ensaios, ficou definido que a espessura da camada de compactao do ncleo seria
de 20 cm, executada em, no mnimo 6 passadas com rolo Hyster Tamping modelo C410 A. O
grau de compactao mnimo foi de 96% e a umidade variou entre ho -1 % e ho + 3%.

4.4.4 Execuo das Camadas de Transio e Filtro


Entre o ncleo argiloso e as abas de enrocamento ( montante e jusante), existem duas
camadas de transio:
a) Adjacente ao ncleo: constituda de material fino, silto-argiloso-arenoso;
b) Adjacente s abas do enrocamento: constituda de material grosso, arenopedregulhoso.
A funo das camadas de transio evitar o contato direto de dois materiais de
caractersticas extremamente diversa: a argila do ncleo e o enrocamento. Tal contato
constitui descontinuidades que podero, conforme historicamente confirmado, acarretar riscos
para o comportamento do macio sob o ponto de vista de piping (no talude de jusante quando
o reservatrio estiver cheio e no de montante se houver esvaziamento do reservatrio).
A granulometria dos materiais de transio da Barragem de Itaba foi definida atravs da
correlao de dimetros D15(F), D50(F) e D60(F) de cada camada de transio anterior ou
cada camada filtrante com os dimetros D15(M), D50(M) e D85(M) do material a drenar.
Foram estabelecidas duas faixas granulomtricas para transies fina e grossa de modo a
encaix-las entre as camadas de argila e enrocamento. A granulometria ideal para as camadas
de transio foram compostas artificialmente com a mistura de dois materiais j que no
existia a gronulometria especificada nas reas de emprstimo natural.
Para definio da camada de transio, foi executado um ensaio com permemetro especial de
grandes dimenses. O intuito era verificar a eficincia das camadas de transio, analisar o
comportamento do material a ser utilizado no ncleo, identificar eventual deslocamento de
partculas do solo que compe a transio para o interior do enrocamento e determinar o
coeficiente de permeabilidade dos diversos materiais utilizados. A vazo de percolao para o
modelo foi calculada pela lei de Darcy, resultando em vazo de 4 litros/hora.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

78
Deste ensaio, ficou definido que para o filtro e transies seriam utilizadas areia artificial,
bica corrida e transio de GM. O coeficiente de permeabilidade desses materiais deveriam
ser sempre superiores 5 x 10-3 cm/seg e a percentagem de finos, passando na peneira 200
inferior a 5%, exceto do material GM que poderia alcanar at 10%. Tomando-se como base
as granulometrias do enrocamento e da areia artificial, foi estabelecida a faixa granulomtrica
da bica corrida (Figura 28).
Os materiais do filtro foram compactados com o mesmo rolo liso vibratrio do enrocamento,
a espessura das camadas foram de 40 cm e o nmero mnimo de passadas foi 2.

BRITA
GM

PAVIMENTO
187,5

187,2

ENROCAMENTO FINO
OU BRITA 2

184 (NA max)


182,1 (NA min)

2,0

BRIT
A1
BRIT
A2

AREIA

2,0

1,9

ARGILA

1,0
1,0

2,0

2,0

2,0

1,6
1,0

0,77

Figura 28: Detalhe das camadas de transio (Fonte: Projeto do


Aproveitamento Hidreltrico de Itaba CI-C-25-02/1977)
Com relao ao projeto de drenagem interna, adotou-se emprego de filtro interceptor
inclinado de areia e dreno horizontal. O filtro inclinado, situado logo jusante do eixo tem a
funo de proteger o talude de jusante contra eroses que poderiam ser provocadas pela
percolao de gua de eventuais fissuras transversais no macio.
O filtro horizontal, no contato com a fundao, drena a gua que percola pelo macio e pelas
ombreiras. O coletor principal deste sistema de drenagem sai num ponto especifico do p da
barragem (ponto mais baixo da antiga calha do rio) e monitorado, atualmente, por um
medidor de vazo tipo trapezoidal.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

79

Jusante
Montante

Transio

Enrocamento
Ncleo

Figura 29: Execuo das transies e ncleo da Barragem de Itaba


(17/05/1976)
As britas denominadas Brita 1 e Brita 2, utilizadas para execuo do filtro, foram ensaiadas no
laboratrio do IPT com o intuito de verificar o recalque que sofreriam aps saturao e
subpresso do aterro da barragem. Os resultados so apresentados na Tabela 14.

Tabela 14: Resultados dos ensaios nas Britas 1 e 2 de Itaba

Britas
ensaidas

Brita 1
Brita 2

Porcentagem de recalque: (deformao / altura do Corpo de prova) x 100%


Umidade
Umidade natural
Saturado
natural +
Devido
saturado
saturao a
Carrega
Carregam
Fluncia
Devido
Flunci
20kgf/cm
Carregamento
mento
ento 0 a
a 20
saturao a
a a 25
0 a 20 kgf/cm
20 a 25
25
kgf/cm
20kgf/cm
kgf/cm
kgf/cm
kgf/cm
0,85%
0,09%
0,31%
0,28%
0,23%
0,20%
1,96%
0,92%
0,07%
0,18%
0,11%
0,23%
0,18%
1,69%

Saturado
Descarg
a 25 a 0
kgf/cm
-0,31%
-0,22%

4.4.5 Execuo do Enrocamento


O objetivo da execuo de abas de enrocamento numa barragem garantir a estabilidade da
mesma nas diversas situaes crticas, durante e aps a execuo da obra. Para Itaba, o
ngulo de atrito esta estimado entre 38 e 45.
A rocha utilizada na compactao dos enrocamentos foi proveniente das escavaes para a
implantao da galeria de desvio do rio e das estruturas do vertedouro e tomada dgua, bem
como de explorao de uma pedreira prxima s obras.
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

80
Com o intuito de investigar a compressibilidade dos enrocamentos empregados na construo
da barragem, fator importante na anlise de recalques diferenciais em barragens de terra e
enrocamento, bem como a possibilidade de se aumentar a espessura da camada lanada na
execuo, construiu-se um enrocamento experimental.

Posteriormente, este enrocamento

foi incorporado ao macio junto ao p da barragem.


O enrocamento foi executado com as rochas tipo A (de pedreira s e limpa) e C (com finos e
blocos alterados e alterveis) compactadas em espessuras de 0,80 e 1,60 m e instrumentado
com 8 caixas suecas para medio dos deslocamentos. A altura total foi de 9,60m, equivalente
a 6 camadas de maior espessura e o espalhamento foi feito com trator D8 e compactao com
rolo vibratrio.
Como se sabia que as presses sobre o enrocamento experimental seriam bem inferiores s
finais na Barragem, poderia ocorrer, como j constatado em outros enrocamentos, pequenos
deslocamentos at certa presso, a partir da, os deslocamentos aumentariam sensivelmente
devido quebra de gros. Porm, a referida presso poderia no ser alcanada no aterro
experimental, impossibilitando a previso mais realstica possvel de recalques durante a
construo e operao da barragem.
Para o clculo das tenses e deformaes da Barragem Itaba, com os resultados do aterro
experimental, foi utilizado um programa de elementos finitos no IPT (Instituto de Pesquisas
tecnolgicas). Para tanto, era necessrio fornecer dados de comportamento mecnico dos
materiais. Como no havia disponibilidade de ensaios com os materiais granulares
constituintes do macio e as informaes fornecidas pela instrumentao eram poucas e
incompletas na poca, procedeu-se a uma coleta de dados de obras semelhantes.
Os tcnicos tiveram acesso s leituras da instrumentao das Barragens Capivara, Salto
Osrio e Passo Real, todas construdas com enrocamento basltico e solo residual de basalto.
Foi levado em considerao que as caractersticas das rochas que constituem cada
enrocamento, tipo de compactao e velocidade de construo poderiam influenciar nos
recalques finais.
As medidas de recalques nestas estruturas foram fornecidas por medidores de recalque USBR
e inclinmetros (Passo Real), medidor de recalque KM modificado (Capivara) e caixas suecas
(Salto Osrio).

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

81
O estudo, apresentado no Relatrio da Anlise da Compressibilidade Relativa dos materiais
da Barragem de Itaba (ENGEVIX, 1977), concluiu que para enrocamentos baslticos, o fator
predominante na compressibilidade a compactao e, secundariamente, a qualidade da rocha
constituinte. Porm, quando se analisam enrocamentos de rochas distintas, as faixas de
compressibilidade correspondentes so determinadas pela qualidade da rocha constituinte e,
secundariamente, pelas condies de compactao.
A pesquisa concluiu ainda que para velocidade de construo de 2 a 6m/ms, no se
distinguiu influencias no recalque durante o perodo construtivo e ps-construtivo. Todos os
enrocamentos analisados apresentaram percentagem de recalque v (tenso vertical)
constante em torno de 20%.
Os recalques ps-construo na argila foram de 13 e 14% para Capivara, 32% em Salto
Osrio e de 10 a 19% em Passo Real.
A anlise do aterro experimental de Itaba concluiu que a rocha A compactada em camadas
de 0,8m foi a menos compressvel, seguida (em ordem crescente de compressibilidade) pela
rocha A compactada com 1,60m que resultou em compressibilidade praticamente igual a da
rocha C com 0,8m de camada e, por fim, a rocha C com 1,60m de camada lanada.
Deste ensaio, ficou definido que o enrocamento seria compactado, em mdia, em camadas de
80 cm. O equipamento de compactao utilizado foi o rolo liso vibratrio de 10 toneladas e o
nmero mnimo de passadas foi 4.
A execuo do enrocamento foi feita com molhagem no estoque quando se identificava que
havia presena de finos que comprometessem a eficincia da compactao. Esta especificao
originou-se da concluso do ensaio com finos do enrocamento, onde ficou comprovado que,
nas zonas externas da barragem, a resistncia diminua sensivelmente quando o material fino
criava camadas contnuas, possibilitando o cisalhamento do talude.
Na zona de oscilao da gua, na face externa do enrocamento de montante, o chamado rip
rap, foi empregado o enrocamento tipo A de maneira uniforme, deixando os blocos maiores,
com dimetro acima de 50 cm, acomodados na superfcie do talude para proteo do mesmo.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

82

4.5

INSTRUMENTAO NA BARRAGEM

Desde a concepo do projeto conceitual de Itaba, em 1972, j se considerava a necessidade


do uso de instrumentao na barragem. O objetivo da instalao era sanar dvidas sobre o
comportamento dos materiais utilizados na construo, tais como verificao das deformaes
durante e aps a execuo e poro-presses a se desenvolverem, principalmente, no ncleo, nas
diversas fases da obra.
Victor F.B. de Mello, consultor geotcnico na poca da construo, defendeu, num parecer
emitido em junho de 1977, a utilizao de instrumentao utilizando, como um dos
argumentos, o rompimento da Barragem de Teton ocorrido em junho do ano anterior. O
consultor citou que o uso de instrumentao em barragens permite o conhecimento do
comportamento da mesma possibilitando a melhoria dos projetos posteriores, chamou ateno
tambm para o conhecimento da verdadeira inteno da instalao da instrumentao. Isto ,
s possvel a interpretao da leitura de um instrumento se estiver bem claro sua posio de
instalao, qual o comportamento previsto em projeto, como foi a execuo da obra e, ento,
comparar com os resultados coletados.
No Quadro 15 ao Quadro 19 apresentam-se os instrumentos instalados na barragem de Itaba,
quantidade, localizao, objetivos de sua instalao e representao nas plantas do projeto.
A leitura da instrumentao foi iniciada ainda durante a construo da barragem (1976) e se
estendeu at o ano de 1983. Aps este perodo, os monitoramentos foram apenas visuais.
Entre os anos de 1994 at 1996, a leitura da instrumentao foi retomada parcialmente.
No ano de 1997, a CEEE-GT passou por um processo parcial de privatizao e a leitura da
instrumentao foi novamente suspensa, mantendo-se as inspees visuais na barragem. Em
2006, com o ingresso de novos funcionrios na empresa atravs de concurso pblico, o
trabalho de leitura da instrumentao foi retomado, sendo reiniciada em abril de 2009 at
hoje.
Alguns tipos de aparelhos instalados deixaram de funcionar ainda durante os primeiros anos
de operao da barragem (caixas suecas, piezmetros tipo pneumtico e medidor de presso
total). Outros continuam a serem lidos at hoje. No Quadro 20 e Quadro 21 , lista-se o estado
de conservao da instrumentao em cada etapa da barragem (construo, enchimento e
operao).

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

83
Quadro 15: Descrio da instrumentao instalada em Itaba
PIEZMETROS PNEUMTICOS

32 unidades instalados nas sees das estacas 5, 12 e 18, para monitoramento dos
seguintes pontos:
Quantidade/
Localizao

Fundao
Contato Fundao/Macio
Transio
Ncleo de argila

Medio das presses neutras geradas pela construo do macio sobre a fundao e
pela compactao do aterro. Os instaldos no filtro, tem o objetivo de verificar a
colmatao do mesmo.

Objetivo

PIEZMETROS PNEUMTICOS
NA ESTACA 12

164,0
G-22

G-20

G-23

G-21

130,0
G-18

G-19
CABINE DE
LEITURA

G-14

G-10

G-15

G-11

G-12

G-16

G-13

G-9

G-8
G-5

G-17

G-6

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

84
Quadro 16: Descrio da instrumentao instalada em Itaba
(Continuao)
CLULAS DE PRESSO TOTAL

Quantidade/
Localizao

17 unidades localizadas na seo da estaca 12+5 para monitoramento dos seguintes


pontos:

Contato Fundao/Macio no leito de rio

Contato Galeria de desvio/ncleo

Ncleo

Transies

Objetivo

Na galeria de desvio: verificar o comportamento da estrutura em arco submetida a


empuxo confinado.
Na fundao e no macio: verificar o comportamento da rocha em relao aos
esforos transmitidos pela estrutura alm de comprovar o modelo matemtico
considerado para o clculo estrutural quanto s tenses e deformaes

C LULAS D E PR ESSO TO TAL


NA ESTACA 12+5

T-19

T-20

T-18

T-16

T-15

T-11

T-7

T-17

T-13

T-12

T-8

T-14

T-9

T-2
T-5

T-6

T-10

CLULAS DE PRESSO NO
CONTATO GALERIA DE
DESVIO / NCLEO

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

85
Quadro 17: Descrio da instrumentao instalada em Itaba
(Continuao)
PIEZMETROS CASAGRANDE
Quantidade/
Localizao

10 unid. na crista da barragem montante, denominados C e C


7 unidades na jusante da barragem, ombreiras e p, denominados PJ

PJ: verificar a eficiencia da drenagem atravs dos poos de alvio


CC esto no ncleo e serviram para controle da estabilidade do talude de montante
durante a construo

Objetivo

MEDIDORES DE VAZO
Quantidade/
Localizao

2 unidades tipo trapezoidal jusante da Barragem

Objetivo

Controle da percolao atravs dos poos de alvio (PA) e filtro da barragem

Piezmetros CC

Piezmetros PJ

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

86
Quadro 18: Descrio da instrumentao instalada em Itaba
(Continuao)
INCLINMETROS
Quantidade/
Localizao

5 unidades instalados nas Estaca 5, 12 e 18

Objetivo

Medio das deformaes horizontais e verticais da seo

CAIXAS SUECAS

Quantidade/
Localizao

13 unidades instalados na seo da estaca 12:para monitoramento dos seguintes


pontos:

Enrocamento de montante

Ncleo

Enrocamento de jusante

Objetivo

Medio dos recalques relativos dos diversos materiais de construo da barragem

MEDIDOR DE RECALQUE KM
Quantidade/
Localizao

1 unidade instalado na Estaca 12

Objetivo

Medio do recalque na seo de maior altura da barargem (leito do rio)

MEDIDOR DE RECALQUE KM
KM-1
I-1
I-3

S-12

INCLINMETROS
NA ESTACA 12+5

S-13

I-2

CAIXAS
SUECAS

S-9

S-8

S-10

S-11
CABINE DE
LEITURA

S-6

S-7
S-1

S-2

S-3

S-4

S-5

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

87
Quadro 19: Descrio da instrumentao instalada em Itaba
(Continuao)
MARCOS DE DESLOCAMENTO SUPERFICIAL
Quantidade/
Localizao
Objetivo

15 unidades distribudos nas bermas180, 160, 140 e 120


Monitorar os deslocamentos superficiais horizontais e verticais da Barragem

Os dados de leitura coletados at o ano de 1996 existiam somente em planilhas datilografadas


e no possuam grficos correlacionando as diversas leituras j executadas e a relao entre os
instrumentos. Os dados coletados desde 2009 so registrados em planilha eletrnica, mas no
continham os dados de leitura desde a construo da barragem que possibilitasse anlise
comparativa e conclusiva quanto s condies da instrumentao.
Nos captulos a seguir, so apresentadas a coleta e unificao destas informaes
extremamente relevantes, possibilitando uma anlise mais apurada da instrumentao e
concluso sobre estado atual da estrutura.
As anlises so divididas em quantificao dos deslocamentos verticais e horizontais
(medidores de deslocamento), poro-presses (piezmetros tipo casagrande), recalques
(medidores de recalque) e drenagem (medidores de vazo), instrumentao operante e
monitorada atualmente pela equipe da CEEE-GT.
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

88
Quadro 20: Histrico do estado de conservao da instrumentao na
Barragem de Itaba

Instrumento

Anlise em set/76
(construo)*1

Aps
enchimento
do
reservatrio*
2

Situao
em
Maio/1996

Situao
em
Abril/2009

Situao
em
agosto/201
3

Piezmetros
Pneumticos

Injees de ar com
presso elevadas podiam
romper a membrana dos
instrumentos (3
piezmetros j
danificados);

3 funcionando
de forma
precrio e 2
danificados

17 unid.
funcionando
15 unid.
danificados

Todos
danificados

Demolio e
remoo da
cabine de
leitura

Clula de
presso total

A resposta
obtida com
essas clulas
estavam
bastante
precrias, com
elevado ndice
de inutilizao
dos
instrumentos

5 unid.
funcionando
11
danificadas

Todos
danificados

Demolio e
remoo da
cabine de
leitura

Caixas Suecas

Desempenho
insatisfatrio devido
erros topogrficos na
determinao das cotas
de referncia.
Detectou-se que quando
a temperatura estava
mais alta, o tubo de
leitura em PVC dilatava
resultando em nvel
dgua mais baixo que o
real. Presses no tubo de
leitura por causa de
alguma obstruo
elevavam o nvel dgua,
havia preocupao
tambm quanto
preciso e definio da
leitura zero pois a cabine
era provisria e podia
oscilar e a leitura zero
seria perdida. Ocorria
tambm evaporao da
gua e bolhas de ar na
tubulao provocando
leituras equivocadas.

Todas
unidades
funcionando

Todas
danificadas

Todos
danificados

Demolio e
remoo da
cabine de
leitura

Inclinmetros

Falta de isolamento
eltrico do aparelho de
leitura causava erros

As leituras
foram
suspensas,
sem motivo
detalhado

4 unid.
funcionando
1 danificada

Sem leituras

Sem leituras

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

89
Quadro 21: Histrico do estado de conservao da instrumentao na
Barragem de Itaba (continuao)
Anlise em set/76
(construo)*1

Aps
enchimento
do
reservatrio*
2

Situao
em
Maio/19
96

Situao em
Abril/2009

Piezmetros
casagrande

Todas unid.
funcionando

Todas
unid.
funciona
ndo

Retomada
leitura dos
PJ

Medidor de
recalque KM

Acidentes com o instrumento


por causa do tubo aflorante, tal
como choques de
equipamentos. O medidor de
recalque KM foi atingido, no
mnimo 3 vezes, durante a
execuo do aterro do ncleo.

unid.
funcionando

unid.
funciona
ndo

Sem leituras

Monitorado a
cada 1 ms

Sem leituras

Os marcos
foram
recuperados e as
leituras eram
semestrais em
2011. Em 2013
foram suspensas
por
identificao de
aparelho de
leitura
inadequado

Danificado

Instalados 2
medidores de
vazo tipo
trapezoidal

Instrumento

Marcos de
deslocamento

Medidor de
vazo

Sem leituras

Iniciadas as
leituras

Leitura
apenas
dos
recalques

No instalado

O medidor
de vazo
jusante da
barragem foi
instalado em
jan/1979

Danifica
do

Situao em
agosto/2013

Leitura dos CC
e PJ

(1) Conforme relatrio: ENGEVIX S.A (1976) Anlise de Instrumentao. Relatrio 347-3-2. Pg 1 13
(2) Conforme relatrio: ENGEVIX S.A (1979) Comportamento da barragem perante a 2 fase de enchimento
do reservatrio. Pg 1 14 e ENGEVIX S.A (1978) Relatrio Interpretativo do Enchimento do
Reservatrio at a cota 165m. Relatrio 370-3-2. Pg 1 18

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

90

INSTRUMENTAO DE MEDIO DE VAZO E PRESSO

H um consenso de que a adoo de drenagem em fundaes de barragens fundamental para


reduzir as subpresses. Entretanto, o controle de percolao atravs de fundaes de
barragens por meio de dispositivos de drenagem e/ou impermeabilizao por injeo de calda
de cimento, ainda muito polmico. Dependendo da obra, um dado tipo de tratamento poder
ter vantagem sobre o outro e, em muitos casos, uma soluo mais adequada seria a
conjugao de diferentes metodologias de tratamento.
Na barragem de Itaba, foi adotada cortina de injeo para impermeabilizao da fundao e
sistema de drenagem jusante para adequado encaminhamento das percolaes
remanescentes. Esta soluo foi definida aps diversos estudos de campo, laboratrio e
clculos estimativos para definio das previses de vazes de percolao atravs da fundao
e pelo macio. Para drenagem interna do macio foi adotado o sistema de filtro.
Neste captulo ser apresentada a anlise da drenagem e presso na Barragem de Itaba.

5.1

MEDIO DE VAZO NA BARRAGEM DE ITABA

O local onde a Barragem de Itaba foi construda trata-se de uma zona de derrames baslticos
com descontinuidades de grande extenso lateral representadas pelos contatos entre os
sucessivos derrames. Estes contatos que condicionam o comportamento hidrogeotcnico do
macio de rocha de Itaba (Guidicini, 1972). Por isso, conforme descrito no captulo 4.4.1, foi
executado tratamento das fundaes e instalao de poos de alvio para drenagem das
infiltraes remanescentes.
A instalao de poos de alvio na Barragem de Itaba foi projetada ao longo das ombreiras e
p. Para medio da percolao e verificao das premissas de projeto, foi instalado um
medidor de vazo tipo triangular no p da estrutura. Este medidor totalizava a vazo de
percolao atravs da barragem e da fundao coletada pelos filtros inclinado e horizontal
com sada no ponto mais baixo do terreno (antiga calha do rio) e a percolao atravs dos
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

91
drenos de p. As vazes foram monitoradas desde janeiro de 1979 at maro de 1995 quando
o medidor de vazo, em ao, foi furtado.
Em 2013, foram construdas canaletas para drenagem da gua no p da estrutura e instalados
dois novos medidores de vazo. O tipo de medidor de vazo selecionado foi o trapezoidal, j
que a vazo medida poderia ultrapassar, em dias de chuva, o limite de leitura de um medidor
triangular. O medidor de vazo denominado MV7 mede a vazo de percolao atravs dos
filtros internos e o denominado MV8 totaliza a vazo dos filtros e dos drenos de p (Figura
30).
MV 8
MV 7

Barragem

MV 7

MV 8

Sada do filtro

Poos de alvio

Figura 30: Vista do p da barragem e localizao dos medidores de


vazo
Na descrio a seguir, apresentam-se as previses de drenagem para Barragem de Itaba
feitas atravs de clculos empricos, a verificao atravs da confeco da rede de fluxo, o
comportamento perante o enchimento do reservatrio e, enfim, o histrico de leitura da
instrumentao aps 35 anos de operao da barragem. Paralelo a isso, as percolaes
tambm sero comparadas com outras barragens brasileiras de caractersticas semelhantes.

5.1.1 Previso inicial de percolao baseada em clculo estimativo (1972 e


1973)
Durante a execuo das sondagens rotativas na rea da Barragem de Itaba foram efetuados,
ao longo dos furos, ensaios de perda dgua para determinar o grau de fissurao e
consequente permeabilidade do embasamento rochoso.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

92
Com os dados deste ensaio foi feito o clculo emprico para previso da percolao atravs do
macio rochoso com o intuito de determinar a necessidade ou no de tratamento de fundaes,
conforme descrito no relatrio ENGEVIX ST-287/3/1 de dezembro de 1972.
Segundo o relatrio, a previso final de percolao pela fundao da Barragem de Itaba foi
de 400 l/min. Esta vazo foi considerada baixa pelos projetistas, porm admissvel para
barragem do porte de Itaba.
Para estimativa das vazes atravs do macio da barragem, o relatrio ENGEVIX ST
355/3/2 de abril de 1973 descreve o estudo de rede de fluxo.
O traado da rede de fluxo de grande importncia devido a dois aspectos principais:
a) Avaliar as provveis perdas dgua atravs do corpo da barragem;
b) Obter os elementos necessrios (presses hidrostticas) para os clculos da
estabilidade da estrutura.
Uma rede de fluxo ou de percolao representa duas famlias de curvas ortogonais entre si, as
linhas de fluxo e as linhas equipotenciais, que, respeitando as condies de fronteira, constitui
a soluo grfica para um problema de percolao bidimensional.
As linhas de fluxo traduzem a trajetria das partculas de gua no macio terroso, quando
estas se deslocam de montante para jusante. As linhas equipotenciais so linhas ao longo das
quais a carga hidrulica constante, isto , se um piezmetro for colocado em qualquer ponto
de uma linha equipotencial, a coluna dgua estar sempre na mesma altura.
Aps o clculo da rede de fluxo e estimativas de percolao pela fundao, os projetistas
concluram que a percolao total pelo macio e fundao de Itaba seria de:
a) Vazo pela fundao: Qf = 24,1 m/h = 400 l/min (98,6% da vazo total);
b) Vazo pelo ncleo: Qn = 0,34 m/h = 5,7 l/min (1,4% da vazo total);
c) Total: 24,44 m/hr = 405,7 l/min
Baseados nestes clculos, feitos a partir das sondagens preliminares no local da barragem,
concluiu-se que as percolaes seriam muito baixas e por isso, provavelmente, no seria
necessrio tratamento de fundaes. Porm, os projetistas estavam cientes que isto s poderia
ser afirmado aps a limpeza e verificao das fundaes e execuo de novas sondagens e
ensaios de permeabilidade.
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

93
Conforme descrito no captulo 4, isto de fato ocorreu, e os ensaios de permeabilidade
comprovaram a necessidade de tratamento de fundao e complementao com sistema de
drenagem. As vazes que realmente ocorreram na barragem, monitoradas pela
instrumentao, so apresentadas nos itens a seguir.

5.1.2 Perodo Construtivo (1973 a 1978)


O sistema de drenagem na fundao da Barragem de Itaba baseou-se na abertura de poos de
alvio profundos (intercalados com piezmetros) instalados jusante ao longo de
determinadas feies geolgicas que constituam caminhos preferenciais de percolao. A
finalidade era drenar e propiciar alvio de subpresses nas principais descontinuidades de
elevada condutividade hidrulica, identificadas durante o tratamento de fundao e ensaios de
perda dgua. Os piezmetros foram instalados nas descontinuidades principais para
verificao da eficincia do sistema de drenagem.
Foi programada a execuo de 39 furos, sendo 5 piezmetros e 34 poos de alvio, numa
metragem total aproximada de 1.220 m com espaamento mdio de 12 m de centro a centro
dos furos. No local, os drenos foram adaptados topografia encontrada. Alm destes furos,
foi necessria a insero de mais 5 poos de alvio (3A, 17A, 18A, 19A e 20A) no p, pois
durante o primeiro enchimento do reservatrio, ocorreram percolaes excedentes na regio
do antigo leito do rio.
Os furos so verticais com 3" de dimetro e foram executados por sonda rotativa, sempre com
acompanhamento do gelogo que determinou as cotas finais de perfurao. As cotas atingidas
por piezmetros e poos de alvio foram fixadas aproximadamente em projeto. Durante a
execuo foram sendo confirmadas e ajustadas de modo a serem atingidos e superados em um
metro os contatos, juntas e falhas identificadas nas sondagens. A profundidade dos drenos
varia entre 25 m nas ombreiras a 40 m no leito do rio.
No caso da instalao dos piezmetros, exigiu-se que o horizonte programado para aloj-los
apresentasse realmente valor elevado de condutividade hidrulica, com perda d'gua
especfica superior ou igual a 1 litro/minuto x metro x atm. Caso este valor no fosse atingido,
a cota de instalao deveria ser modificada, instalando-se o instrumento na cota
imediatamente mais elevada que tivesse apresentado o valor exigido.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

94
Nas Figura 31 e Figura 32 apresentada a vista frontal dos drenos e piezmetro sobre a figura
dos derrames baslticos, j apresentada na Figura 25 do captulo 3 para melhor entendimento
do comportamento da drenagem.

COTAS - m
190

OMBREIRA
DIREITA

PA-34

187,00(CRISTA DA BARRAGEM)

PA-33

186,48

183,3

180

PA-32
174,25

PJ-5

170,16

170

DERRAME 7
160

PA-31

PA-30

156,04

150,78

153,31

149,77

PA-29

150

147,00

DERRAME 6

PA-28

139,43

140

140,60

137,88

PA-27
135,46

PA-26
130,78

JUNTA-FALHA

130

PA-25
128,24

DERRAME 5

PA-24
122,47

120

116,69

PJ-4

116,69

117,30

PA-23
112,72

110
105,87

PA-22

105,7

PA-21 PA-20A

106,36

103,96

99,97

PA-20

103,50

PJ-3
PA-19
PA-18
PA-17A
PA-19A
PA-18A
PA-3A

103,29 102,93

103,06 102,85

102,60

102,72

103,05

100

DERRAME 4
90

86,85

86,64

86,42

79,90

DERRAME 3

80

DERRAME 2

76,68

67,98

70

67,65

68,50

68,93

67,53

68,85

67,84

68,72 70,86

67,22

60

Figura 31: Drenos e piezmetros no p da barragem e ombreira direita

OMBREIRA
ESQUERDA
COTAS - m
190

187,00(CRISTA DA BARRAGEM)

PA-1

PJ-1
CALDA DE ARGILA
COM CIMENTO
AREIA

REVESTIMENTO
DE PROTEO

PA-3

175,43

DERRAME 8
180

PA-2
176,66

176,62

177,73

170

PA-4

165,20

PA-5
PA-6

160

156,82
154,79

157,02

152,39

DERRAME 7

150

PA-7
PA-8

3"

DERRAME 6
137,93

PA-9
PA-11

PA-10

135,11

130
127,67

125,69

121,67

PA-12
110,02

PJ-3 PA-17
PA-16
PA-17A

102,72

103,05 103,34

103,27

103,15

DERRAME 5

119,88

120

116,17

117,34

PA-14

PA-15
PA-3A

PJ-2

140

135,02

133,42

110,44

110
105,24

105,68

103,84

103,29

99,88
100

DERRAME 4
88,10
86,57

90

86,57

DERRAME 3
79,65

DERRAME 2
68,72 70,86
68,84

67,87

68,00

67,94

80

70

67,71

DERRAME 1

Figura 32: Drenos e piezmetros no p da barragem e ombreira


esquerda e detalhamento do dreno

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

60

95
No captulo 4.4.1 foi descrito o tratamento de fundaes na barragem de Itaba, onde, mesmo
aps as trs etapas de injeo, os engenheiros e gelogos constataram permanncia de reas
com permeabilidade residual elevada. Alguns drenos foram instalados em pontos estratgicos,
com o intuito de drenar estas percolaes remanescentes. O entendimento do propsito e
localizao de cada dreno e piezmetro importante para a anlise da drenagem histrica
apresentada nos itens a seguir. Nas Figura 33 e Figura 34 so apresentadas a vista frontal dos
drenos e piezmetros sobre o mapa do resultado do ensaio de infiltrao executado aps a
terceira e ltima etapa de injees no macio.

COTAS - m
190

OMBREIRA
DIREITA

PA-34
186,48

LEGENDA

187,00(CRISTA DA BARRAGEM)

PA-33
183,3

Perda d'gua especfica de 0 - 1 l/min . m . kg/cm


Perda d'gua especfica de 1 - 3 l/min . m . kg/cm
Perda d'gua especfica de 3 - 5 l/min . m . kg/cm
Perda d'gua especfica de > 5 l/min . m . kg/cm

180

PA-32
174,25

PJ-5

170,16

170

160

PA-31
156,04

150,78

PA-30
153,31

149,77

PA-29

140

BARRAGEM

150

147,00

137,88

PA-28

139,43

140,60

PA-27
135,46

PA-26
130,78

130

PA-25

128,24

PA-24

JUNTA-FALHA

120

122,47

116,69

116,69

PJ-4
117,30

PA-23
112,72

110
105,87

PA-22

105,7

106,36

PA-21 PA-20A
103,96

103,50

99,97

PJ-3 PA-17A
PA-19
PA-18
PA-20 PA-19A
PA-18A
PA-3A 103,05
103,29 102,93

103,06 102,85

102,60

102,72

100

90

86,85

86,64

86,42

79,90
80

76,68
68,93
70,86
67,98

70

67,65

68,50

67,53

67,84

68,85
67,22

68,72

60

Figura 33 Drenos e piezmetros da ombreira direita e resultado do


ensaio de perda dgua
Os poos de alvio PA-1 (ombreira esquerda) e PA-33 e 34 (ombreira direita) atravessam uma
zona com faixa superficial de 5 a 10 metros com percolao remanescente identificada mesmo
depois de finalizadas as etapas de injeo.
O PA-32 drena a regio remanescente identificada acima da cota 150 na ombreira direita.
Os drenos PA-10 ao 26 concentram-se na fundao, onde foi identificada percolao
remanescente entre 15 e 20 m abaixo do terreno natural. Alm disso, os PA-14 a 22
concentram-se na drenagem dos derrames 1 e 2 (cotas 60 a 70). Os poos de alvio PA-12 e
PA-13 situam-se a pequena distncia do perfil de escavao da antiga galeria de desvio, sendo
inclinados de 10 em direo a ela.
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

96
OMBREIRA
ESQUERDA

LEGENDA

187,00(CRISTA DA BARRAGEM)

PJ-1 PA-1

COTAS - m
190

PA-2

Perda d'gua especfica de 0 - 1 l/min . m . kg/cm


Perda d'gua especfica de 1 - 3 l/min . m . kg/cm
Perda d'gua especfica de 3 - 5 l/min . m . kg/cm
Perda d'gua especfica de > 5 l/min . m . kg/cm

PA-4

PA-3
175,43

180
176,66

176,62

177,73

PA-5

170

PA-6
PA-7

165,20

160

156,82
154,79

157,02
152,39

PA-8

150

PA-9
140
137,93

PA-10
PA-11
PJ-2
PA-12

PJ-3 PA-17A
PA-17
PA-3A 103,05 103,34

PA-15
PA-14
PA-16

103,27

102,72

103,15

103,29

110,02

135,11

135,11

133,42

130
127,67

125,69

JUNTA-FALHA

121,67

119,88

117,34

116,17

110,44

110
105,24

105,68

103,84

99,88

88,10

86,57

86,57

79,65

70,86
68,72

120

100

90

80

67,94
68,84

67,87

68,00

67,71

70

60

Figura 34: Drenos e piezmetros da ombreira esquerda e resultado do


ensaio de perda dgua
A drenagem da gua que atravessa o macio da barragem feita por um filtro interno
estrutura. As transies e filtros foram executados medida que o ncleo da barragem era
construdo conforme apresentado item 4.4.4. A sada do filtro concentra-se no ponto mais
baixo da fundao da barragem, antiga calha do rio, entre os drenos PA- 18A e 19.

5.1.3 Enchimento do reservatrio (abril a agosto de 1978)


Durante o primeiro enchimento do reservatrio (at a cota 165), identificou-se, na ombreira
esquerda, que o lenol fretico se encontrava entre 20 e 25 m de profundidade,
acompanhando, aproximadamente a superfcie do terreno, indicando uma drenagem natural
profunda dirigida galeria de desvio (ver Figura 36).
J no leito do rio e margem direita, at a cota 150 m, o lenol fretico estava prximo
superfcie, seguindo sub-horizontal a partir desta cota em direo ombreira direita, o que
indicava, provavelmente, uma feio geolgica de alta condutividade.
Seis drenos verteram gua durante o primeiro enchimento (PA-26, 25, 20, 19, 18 e 14),
destacando-se o PA-18 com vazo de at 200 l/min. De acordo com os projetistas, a vazo de
cada dreno era limitada em 300 l/min aproximadamente, por isso recomendou-se a perfurao
de drenos intermedirios na regio entre os PA-17 a 21, prevendo-se que durante o segundo
enchimento as vazes ultrapassariam a capacidade dos drenos.
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

97
Durante o segundo enchimento do reservatrio (at a cota mxima 184), o comportamento do
nvel fretico na ombreira esquerda continuava fortemente influenciado pela galeria de desvio
que funcionou como um grande coletor, drenando toda a ombreira. O nvel fretico na
ombreira acompanhava a superfcie do terreno natural a uma profundidade de 15 a 20 m.
Exceo se fez ao PA-5 que apresentava um nvel dgua muito mais elevado que os demais,
causando dvidas quanto ao seu comportamento. Foi recomendada checagem de sua
localizao e limpeza com jato d'gua ou ar e novo ensaio de rebaixamento d'gua.
No leito do rio o nvel fretico encontrou-se prximo a superfcie, tendo sido eficaz a
perfurao de drenos intermedirios (3A, 17A, 18A, 19A e 20A) conforme solicitado aps
verificao do comportamento perante o primeiro enchimento do reservatrio.
Na ombreira direita o nvel dgua elevou-se progressivamente. Na regio entre os drenos PA
24 ao 27, correspondente ao contato entre os derrames 4 e 5, as presses crescentes nesta zona
indicaram a necessidade de execuo de trs drenos intermedirios at a cota 86, conforme
mostravam os projetos da poca (Figura 35), porm, por algum motivo, os mesmos no foram
executados.

PA-27
PA-26
PA-26A 130,78

135,46

PA-25
PA-25A 128,24
PA-24
PA-24A 122,47
PJ-4

117,30

99,97

DERRAME 4
86,85

86,64

DERRAME 3

86,42
79,90

Figura 35: Drenos projetados PA-26A, 25A e 24A para rebaixamento


do nvel piezomtrico na ombreira direita.
O nvel dgua no PA-30 tambm subiu sistematicamente, mas os projetistas no indicaram a
necessidade de instalao de drenos intermedirios.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

98
Resumindo a descrio apresentada, na Figura 36 possvel observar o comportamento da
linha dgua jusante da barragem em trs situaes: reservatrio seco, aps o primeiro
enchimento e aps o segundo enchimento.
Cota dos drenos em diversos nveis do Reservatrio
200
190

Crista da barragem

180

Reservatrio vazio (01/04/78)

170
160

Fim do 1 enchimento (26/04/78)

150

Fim do 2 enchimento (12/01/79)


140
130
120
110
100
90
80
70

PA 34
PA 33
PA 32
PA 31
PA 30
PA 29
PA 28
PA 27
PA 26
PA 25
PA 24
PA 23
PA 22
PA 21
PA 20A
PA 20
PA 19A
PA 19
PA 18A
PA 18
PA 03A
PA 17A
PA 17
PA 16
PA 15
PA 14
Antigo
desvio
PA 12
PA 11
PA 10
PA 09
PA 08
PA 07
PA 06
PA 05
PA 04
PA 03
PA 02
PA 01

60

Figura 36: Comportamento da linha dgua perante o enchimento do


reservatrio
O medidor de vazo que totalizava as vazes dos filtros horizontal e inclinado da barragem e
dos poos de alvio foi instalado apenas em janeiro de 1979, portanto no possvel descrever
o comportamento exclusivo da drenagem interna da estrutura perante o enchimento do
reservatrio.
Porm, a vazo efluente barragem, que totaliza as percolaes pela fundao, drenagem pelo
filtro interno e percolaes pela comporta de fechamento do desvio do rio, foi monitorada e
seu comportamento apresentado na Figura 37.
Para o primeiro enchimento do reservatrio, a galeria de desvio foi fechada com uma
comporta pela montante. Com a finalidade de executar o plug ou tampo (concretagem da
galeria de desvio do rio aps o fechamento das comportas), a antiga galeria de desvio foi
drenada.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

99
Esta galeria foi drenada duas vezes (em abril e entre julho e dezembro de 1978) em funo do
incidente ocorrido durante o fechamento das comportas, conforme descrito no captulo 4. Esta
drenagem da galeria alterou o comportamento de alguns poos de alvio, sendo, portanto
importante para a compreenso de quais poos de alvio trabalham em conjunto e de sua
eficincia na drenagem dos derrames em que esto instalados.
1 0 .0 0 0

140

130

120

VAZO TOTAL EFLUENTE


1 .0 0 0

V AZO P ELO S D R EN O S

100
110

100

90

20

GALERIA DE DESVIO (COTA 82), NOS

150

P E R O D O D E B O M B E A M E N T O
PAR A EXEC U O D O PLU G

A B R IL

DIAS 15 A 19

160

N IV E L D O R E S E R V A T O R IO

PERODO DE BOMBEAMENTO NA

170

VAZES TOTAIS EFLUENTES A JUSANTE DA BARRAGEM (L/MIN)

180

M A IO

JU N H O
1978

JU LH O

J
1979

Figura 37: Vazes jusante da Barragem durante a execuo do plug


A gua de percolao da margem esquerda foi totalmente drenada em direo galeria de
desvio durante o bombeamento, emergindo inclusive em vrios pontos das paredes do antigo
canal de desvio, onde o revestimento de gunite estava danificado.
Este comportamento foi bem ilustrado pela linha piezomtrica da ombreira esquerda que se
encontrava de 10 m a 20 m abaixo da superfcie do terreno.
A vazo de percolao coletada no antigo leito do rio diminuiu substancialmente, mostrando
que parcialmente tambm foi coletada pelo bombeamento do canal de desvio.
Nas duas ocasies em que houve bombeamento na galeria, a vazo dos drenos de p se
reduziu a zero e a vazo pela ombreira direita, para 1/3 aproximadamente. Para o perodo em
que o reservatrio foi mantido em torno da cota 165 m, a vazo que se estabeleceu aps cessar
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

100
o bombeamento foi de 1.500 l/min pelos drenos e 2.000 1/min pela ombreira e margem
direita.
Em julho de 1978, durante o segundo enchimento do reservatrio, recomeou o bombeamento
para a execuo do "plug" da galeria de desvio. Durante este perodo, a vazo dos drenos se
manteve nula, e a da ombreira direita oscilou entre 300 l/min e 1.300 l/min.
Em janeiro de 1979, as vazes j estavam entrando em equilbrio apresentando os seguintes
valores:
a) pelos drenos (vazo do leito do rio): da ordem de 800 l/min;
b) pela ombreira direita e leito do rio: da ordem de 1.400 l/min;
c) pela ombreira esquerda, coletada no canal de desvio: da ordem de 700 l/min.
Um ano aps o enchimento do reservatrio, j se observava a ocorrncia de um mecanismo
progressivo de colmatao evidenciado pelo fato que a vazo total registrada na primeira fase
de enchimento, com carga de 64m era superior a 3.500 l/min, ao passo que, um ano mais
tarde, com a carga final de 81m, passou para 2.700 l/min.

5.1.4 Comportamento da Barragem aps 35 anos de operao (1978 2013)


Para possibilitar a anlise geral dos dados de drenagem da Barragem de Itaba durante os 35
anos de operao foi necessria a digitao, em planilha eletrnica, de todos os dados
coletados desde o enchimento do reservatrio. O histrico composto por mais de 6.500
dados de leitura dos poos de alivio entre maro de 1978 e dezembro de 2013. Esta coleta do
histrico de dados permitiu a confeco de grficos (apresentados no anexo II desta
dissertao) para anlise do comportamento da drenagem e correlao com algumas
anomalias encontradas em campo.
Durante as duas etapas de enchimento do reservatrio (abril e julho de 1978) a frequncia de
leitura dos drenos era a cada 2 ou 3 dias. A partir de setembro de 1978 at janeiro de 1979, a
frequncia foi semanal. Entre 1979 a 1982, as leituras eram realizadas a cada 2 meses. Em
1983 h registro de 4 leituras. No existe registro de leituras nos anos de 1984 a 1986.
Em 1987 foram feitas 4 leituras, em 1988 apenas 1 leitura. De 1992 at 1996 foram feitas
entre 1 a 2 leituras por ano. As leituras retomaram com frequncia mensal em abril de 2009
at os dias atuais. Com os grficos apresentados, possvel interpretar o comportamento da
barragem quanto drenagem em cada etapa. A anlise feita com o intuito de verificar o
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

101
comportamento individual de cada poo de alvio, sempre identificando a ligao entre eles e
a regio de influncia no macio, conforme descrito a seguir. Apenas 7, dos 38 poos de
alvio, tm artesianismo (funcionam como dreno) e estes se concentram no p da barragem.
Os que no possuem artesianismo funcionam como medidores de nvel dgua, localizados
nas ombreiras.
Para uma anlise global do comportamento dos poos de alvio confeccionou-se o grfico
apresentado na Figura 38. Neste, se observa que os poos de alvio localizados na ombreira
tiveram pouca alterao quando comparada a posio da linha dgua na final do segundo
enchimento (1978) e a posio atual (2013). Isto indica que o tratamento das fundaes
continua sendo eficiente.
A ombreira esquerda, drenada pelos poos de alvio PA-1 ao PA-10, apresentou alterao na
linha dgua, praticamente, apenas durante o enchimento do reservatrio. Na retomada das
leituras no 8 ano de operao da Barragem (1987) a linha dgua na regio dos derrames 4, 5
e 6 estava elevada em 7m desde a ltima leitura em 1983 (PA-2, 3, 7,8 e 9). Atualmente, a
linha dgua se mantm elevada apenas na regio dos derrames 4 e 5, porm estvel na
mesma cota desde 1987.
190

Crista da barragem

180
170

Fim do 2 enchimento (12/01/79)


160

Leitura atual (04/12/2013)


150
140
130
120
110
100
90
80
70

PA 34
PA 33
PA 32
PA 31
PA 30
PA 29
PA 28
PA 27
PA 26
PA 25
PA 24
PA 23
PA 22
PA 21
PA 20A
PA 20
PA 19A
PA 19
PA 18A
PA 18
PA 03A
PA 17A
PA 17
PA 16
PA 15
PA 14
Antigo
desvio
PA 12
PA 11
PA 10
PA 09
PA 08
PA 07
PA 06
PA 05
PA 04
PA 03
PA 02
PA 01

60

Figura 38: Situao da drenagem aps 2 enchimento do reservatrio e


em dezembro de 2013.
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

102
Os drenos PA-5 e 6 que atravessam a junta-falha identificada na cota 121 tiveram variao
expressiva apenas durante o enchimento do reservatrio. Apesar do PA-5 indicar linha dgua
mais elevada que os demais drenos da ombreira esquerda, mantm-se constante desde o
enchimento.
Existe uma junta-falha que ocorre em toda a fundao da barragem em torno da cota 95 e
podia ser vista, durante o perodo construtivo, nas paredes de escavao jusante da galeria
de desvio. Por ser horizonte altamente drenante, sua presena condiciona todo o sistema de
fluxo no trecho drenado pelos poos de alvio PA-11 a 22. Os drenos PA-14 ao 16 e 20 ao 22
chegaram a apresentar artesianismo no intervalo entre o primeiro e segundo bombeamento da
galeria. Aps a execuo do plug, em julho de 1978, todos mantm linha dgua praticamente
constante at hoje.
Os drenos 3A 21 apresentam artesianismo desde o primeiro enchimento do reservatrio at
hoje. O que possui maior vazo o PA-18 com mdia de 260 l/min at 1983.

Entre 1987 e

1988 a vazo aumentou 40 %, porm no foi registrada qualquer anomalia na estrutura que
explicasse este aumento de vazo. A partir de 1992 percebe-se uma reduo gradativa da
vazo com mdia de 150 l/min medida no ano de 2013. Os dreno 3A ao 21 tambm tiveram
reduo gradativa de vazo em torno de 50% desde o primeiro ano de operao da barragem
at hoje. Na Figura 39 apresentado o grfico das vazes totais dos drenos que possuem
artesianismo.
Segundo Meinzer (1956), em geral, a permeabilidade sob a fundao de barragens diminui
com o tempo em virtude dos efeitos de consolidao, tanto por ao de alterao da rocha
quanto de metamorfismo. Silveira (2005) identificou comportamento semelhante na barragem
Canoas I construda sobre rocha muito fraturada. Esta tendncia de reduo ao longo do
tempo constitui um comportamento tpico das barragens que, aps atingirem vazes mximas
ao final do perodo de enchimento do reservatrio passam a apresentar lenta tendncia de
reduo como reflexo de uma provvel colmatao dos caminhos de percolao pelas
partculas slidas carreadas pela gua do reservatrio.
Alm disso, numa barragem em operao h mais de trinta anos, deve existir uma camada de
sedimentos, depositados no reservatrio junto estrutura, que funcionaria como um tapete
impermeabilizante, que viria reduzir com o tempo as vazes de drenagem. Na fundao das
estruturas de concreto da barragem principal de Itaipu, por exemplo, tambm localizada sobre

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

103
um macio basltico, a reduo de vazo nos tneis de drenagem reduziu cerca de 40% nos
ltimos 20 anos (Santos et al., 2006)
VAZO TOTAL
200

1200
1100

180

N.A. reserv.

1000

160
140

Vazo (l/min)

800

120

700
600

100

500

80

400

60

Nvel do reservatrio (m)

900

300
40

200

Leituras sem o dreno 20

100

20
-

5/3/78
3/4/78
8/4/78
14/4/78
21/4/78
28/4/78
6/5/78
12/5/78
19/5/78
26/5/78
2/6/78
12/6/78
22/6/78
30/6/78
10/7/78
19/7/78
26/7/78
31/7/78
7/8/78
17/8/78
25/8/78
6/10/78
7/11/78
21/12/78
16/1/79
19/2/79
10/4/79
25/5/79
9/7/79
20/8/79
8/10/79
20/11/79
4/1/80
18/6/80
5/2/81
8/7/81
21/1/82
18/8/82
6/4/83
15/6/83
8/7/87
20/1/88
17/8/93
19/10/94
1/10/96
5/8/09
12/11/09
13/1/10
5/4/10
1/7/10
5/10/10
4/1/11
1/4/11
4/7/11
4/10/11
3/1/12
9/4/12
28/6/12
11/10/12
2/1/13
25/3/13
10/7/13
1/10/13

Data da Leitura

Figura 39: Grfico de vazo total dos poos de alvio com


artesianismos jusante da Barragem de Itaba
Em algum momento entre os anos de 1997 e 2009, o dreno 20 foi quebrado. Ao retomarem-se
as leituras na barragem em abril de 2009, o cano do dreno 20 no existia e como no se tinha
acesso s leituras antigas, sua existncia no era conhecida.
Em 2013, quando o histrico dos drenos foi confeccionado, percebeu-se que o dreno 20 s
tinha leituras at 1996. Ao se realizarem as obras de construo das canaletas para instalao
dos novos medidores de vazo no p da barragem, a localizao do dreno 20 foi descoberta, o
cano foi reinstalado e as leituras retomadas em julho de 2013.
Este fato influencia o grfico de vazo total apresentado na Figura 39. Como a vazo do dreno
20 no esta computada na vazo total entre 1996 e 2013, aparentemente a vazo reduziu
drasticamente neste perodo. Quando a leitura deste dreno foi retomada em julho/2013,
apresentou um pico de 180 l/min, porm, a partir do ms seguinte a vazo regularizou para
mdia de 80 l/min, praticamente mesma vazo lida em 1996 (ver grfico do dreno 20 no
anexo II).
A linha dgua da ombreira direita superior a da ombreira esquerda. Os poos de alvio 30 a
24, que drenam a regio dos derrames 4 e 5, local onde foi identificada uma junta-falha,
apresentam linha dgua elevada desde o primeiro enchimento do reservatrio e por isso foi
solicitada a instalao de drenos extras nesta regio, conforme Figura 35. Estes poos de
alvio nunca foram perfurados.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

104
O dreno PA-26 o nico dreno da ombreira direita com artesianismo. Este dreno atravessa
uma junta falha identificada no local durante as escavaes. O dreno comeou a verter quando
o nvel do reservatrio estava na cota 157. No fim do segundo enchimento, as vazes
chegaram a 20 l/min, atualmente, reduziu para 10 l/min. O PA-25, que drena a mesma regio
do PA-26, apresentou pequena vazo at fevereiro de 2010. Atualmente, o nvel d'gua esta
na cota 127, estvel desde maro de 2010.
Na inspeo regular da barragem em 2011, foi identificada uma surgncia (gua aflorante na
rocha) junto ao poo PA-27. Provavelmente esta surgncia sempre existiu, mas no estava
registrada nos relatrios anteriores, pois se confundia com gua de chuva da ombreira. Este
fato ocorre exatamente no ponto em que deveria existir o poo de alvio projetado PA-26A
(ver Figura 35).
Desde setembro de 2013, a surgncia monitorada atravs de um medidor de vazo e
apresenta vazo constante de 3 l/min.

Vazo do PA-26

Vazo da
surgncia

Figura 40: Surgncia junto ao PA-27 e medidor de vazo de


monitoramento da surgncia e vazo do dreno PA-26
Com a instalao dos novos medidores de vazo em julho de 2013, possvel comparar a
drenagem atual do filtro interno da barragem e a vazo total dos drenos com as vazes
medidas antes de 1997, quando o medidor de vazo que existia no local foi roubado. Na
Quadro 15 do captulo 4 uma figura mostra a localizao dos medidores de vazo instalados
em 2013 para compreenso do grfico da Figura 41.
No grfico apresentado na Figura 40, observa-se a relao entre vazo dos filtros internos e
dos drenos versus variao do nvel do reservatrio e pluviometria.
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

105
Neste, possvel notar que a vazo jusante da barragem parece no ter relao com o nvel
dgua do reservatrio, sendo este praticamente constante desde o enchimento da barragem.
Isto ocorre porque estes medidores tambm coletam a gua de chuva das ombreiras e
enrocamento da barragem, no sendo, portanto, possvel a identificao real da contribuio
apenas da percolao interna.
Com o intuito de verificar o motivo de alguns picos de vazo nos medidores, se inseriu dados
de pluviometria informados pela hidrologia da CEEE-GT. A chuva acumulada dos ltimos 6
dias antes da medio das vazes foi colocada num grfico de barras e comparado com as
vazes medidas, apresentado na Figura 41.
300

2.000

200

1.500

150
1.000

Vazo (l/min)

Nvel doreservatrio (m) / Pluviometria (mm)

250

100

500
50

Pluviometria (mm)
VAZO PELOS POOS DE ALIVIO (L/MIN)
NA reservatorio

dez-13

out-13

mar-95

out-83

ago-93

mai-83

abr-82

nov-82

set-81

set-80

mar-81

jan-80

dez-79

out-79

jul-79

ago-79

abr-79

mai-79

jan-79

fev-79

jan-79

VAZO TOTAL (Filtro + PA) (L/MIN)


VAZO FILTRO (L/MIN)

Figura 41: Medidores de vazo na barragem (1979 a 2013) x


Pluviometria e Nvel do Reservatrio
Observa-se que a pluviometria tem forte influncia na medio de vazes. Por causa disso,
no possvel identificar a percolao apenas atravs dos filtros internos da barragem (atravs
do macio + fundao) , porm estima-se, verificando a vazo do filtro aps vrios dias
seguidos sem chuva, que seja em torno de 500 l/min, e a vazo total dos drenos de p , em
mdia, 430 l/min.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

106
Este grfico meramente ilustrativo, pois estudos futuros devem ser desenvolvidos com o
intuito de identificar qual a contribuio apenas da percolao atravs dos filtros internos da
barragem e a contribuio da pluviometria. Esta separao de vazes importante para a
identificao de anomalias internas na estrutura e verificao de possvel colmatao dos
filtros. Observa-se que a vazo do filtro passou de, aproximadamente, 1.500l/min, medido em
janeiro de 1979, para 500 l/min medido em dezembro de 2013, isto , j ocorreu reduo para
1/3 da infiltrao que ocorria logo aps o segundo enchimento do reservatrio.

5.1.5 Comparativo das percolaes em Itaba com outras barragens brasileiras


Uma das maneiras de se comparar vazes de drenagem de diferentes barragens atravs do
uso do conceito de vazes especficas. Por vazo especfica entende-se a vazo de drenagem
em determinado trecho da barragem dividida pelo comprimento do trecho. Ao se fazer isso,
comparam-se duas estruturas em igualdade de condies (Silveira, 2006).
Silveira (2006) apresenta um levantamento realizado em 34 barragens brasileiras de terra
enrocamento. Neste estudo, o autor constata que, dos casos apresentados, 58% revelaram
vazes especficas superiores a 1,0 l/min/m e que valores at 5 l/min/m so considerados
normais, por isso dispensam a realizao de tratamentos imediatos de fundaes.
Na barragem de Itaba, o valor atual de vazo especfica : 430 l/min (vazo mdia dos
drenos em 2013) + 500 l/min (vazo mdia dos filtros em 2013 sem ou com pouca influncia
da pluviometria)/ 400m (comprimento total da barragem) = 930 l/min / 400m = 2,33 l/min/m.
Na Figura 42, apresenta-se grfico semelhante proposto por Silveira (2006), incluindo a vazo
especfica da fundao de Itaba para fins comparativos.
Apesar de Itaba ter quase o dobro da altura das barragens estudadas, possvel fazer este
comparativo. Observa-se que sua vazo especfica semelhante s das Barragens Atibainha,
com fundao em Solos residuais de biotita-gnaisse, Paiva Castro, com fundao em argilas e
areias aluvionares e Trs irmos com fundao em solos coluvionares e residuais em basalto.
A vazo de fundaes em basalto, como o caso de Itaba, bastante varivel, pois depende
muito do grau de alterao e fissuras da rocha.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

107
Vazo especfica de 34 barragens brasileiras (Silveira 2006)

Vazo especfica de Itauba

100
1
Marimbondo
2 gua Vermelha (OD)
4
Jacare (Sabesp)
5
Jaguari (Sabesp)
6 Paiva Castro (Juqueri)
7
guas Claras
8
Capivari Cachoeira
9
Atibainha
10
Cachoeira
11
Jaguari (CESP)

Itauba

90
16

80
11
70
29

Altura mxima (m)

LEGENDA
12 Dique Jaguari (CESP)
14 Dique de Paraibuna
15
Saracuruna
16
Trs Irmos (OD)
17
Trs Irmos (OE)
18
Canoas I
19
Itaipu (OD)
20
Itaipu (OE)
21
Dique 1 de It
22 Boa Esperana (OD)

60

23 Boa Esperana (OE)


25
Dique 1 de Xing
26
Dique 2 de Xing
27
Dique 3 de Xing
28
Dique 4 de Xing
29
Cana Bravo (OD)
30
Cana Bravo (OE)
31 Dique 1 de Cana Brava
32 Dique 2 de Cana Brava

26

22

17

23

50

2
12
14

40

1
8

30

27

25

28
20

21

15

20
10
31
30

32

3
19
6

18

10

0
0

10

12

14

Vazo Especfica (l/min/m)

Figura 42: Vazo especfica x altura mxima (Silveira 2006 adaptado)


Agora que se possuem dados reais da drenagem de Itaba desde 1978, possvel comparar
com as previses de percolaes feitas empiricamente em 1972 e 1973 descritas nos itens
5.1.1 e 5.1.2.
Segundo Silveira (2006), tendo em vista que o coeficiente de permeabilidade do aterro de uma
barragem, assim como das vrias camadas de solo e rocha da fundao podem ser estimados
ou determinados por ensaio in situ com aproximao de 10 vezes, devido a disperso de
resultados e as dificuldades prticas e limitaes inerentes do ensaio de campo pode-se
admitir que o erro entre as vazes tericas e medidas seja de 10 vezes.
O autor ainda apresenta uma planilha confeccionada por Massad e Gehring (1981) onde
compara as vazes previstas e medidas de 4 barragens Brasileiras (Tabela 22).

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

108
Tabela 22: Comparao entre vazes de projeto e medidas em
algumas barragens brasileiras de terra
Caractersticas
Barragem
(proprietrio)

Vazes mximas (l/min)

Construo

Altura mx.
(m)

Comprimento
(m)

Projeto (A)

Medidas in
situ (B)

Relao B/A

Juqueri (Sabesp)

1968-1972

22

210

25

510

20.4

guas Claras
(Sabesp)

1969-1971

24

120

480

CapivariCachoeira
(Copel)

1968-1970

60

320

220

624

2.9

Atibainha
(Sabesp)

1969-1973

39

430

600

1050

1.8

Cachoeira
(Sabesp))

1969-1972

33

310

230

450

1.9

Rio Verde
(Petrobrs)

1974-1976

15

540

Fonte: (Massad e Gehring 1981)


Em Itaba, comparativo semelhante apresentado na Tabela 23

Tabela 23: Comparao entre vazes de projeto e medidas na


Barragem de Itaba
Vazes (l/min)

Projeto

Medido (1 ano
de operao)

Relao

(A)

(B1)

Filtro

Poos de Alvio
Total

Local

Medido (mdia em 2013)

Relao

B1/A

(B2)

B2/B1

850

500

59%

950

430

45%

405.7

1800

4.44

930

52%

Em Itaba, as vazes seguiram a tendncia das barragens apresentadas na Tabela 22, com
uma variao entre o projeto e as medidas reais em torno de 4,5 no primeiro ano de operao.
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

109
Este comparativo demonstra que as percolaes calculadas empiricamente estavam
subestimadas, at mesmo porque os clculos estimativos iniciais no consideravam o
tratamento de fundao. Mesmo com a execuo do tratamento, as vazes reais foram
bastante superiores revelando a necessidade de adequao do modelo de clculo adotado.
Observa-se tambm que as vazes totais reduziram mais de 50% quando comparado com o
primeiro ano de operao da barragem. A identificao de que esta reduo possa referir-se
colmatao de drenos e filtros pode ser verificada atravs da anlise dos piezmetros, descrito
no item a seguir.

5.2

MEDIO DE PRESSES NA BARRAGEM DE ITABA

A avaliao das condies de segurana de barragens de terra e enrocamento dependem do


conhecimento da magnitude e da evoluo das presses intersticiais que se desenvolvem nos
macios compactados e nos solos de fundao durante as fases construtiva e de operao de
uma barragem. necessrio tambm o controle e monitoramento dos registros das
poropresses nas zonas dos contatos com estruturas de concreto e ao longo do sistema de
drenagem interna da barragem, durante e aps a formao do reservatrio, avaliando-se o
desempenho global das funes drenantes e filtrantes dos materiais utilizados.
Um dos fatores que favorecem a desorganizao das linhas de fluxo em sua direo, sentido e
velocidade e, consequentemente, o incio de formao da eroso regressiva (piping) o
aumento de poropresses. Portanto, fundamental conhecer quais condies favorecem o
aumento de poropresses e o desequilbrio no estado de tenses na matriz do solo (Ladeira,
2007).
Em termos gerais, ocorre aumento da cota piezomtrica em determinado ponto das barragens
ou da fundao quando ocorrem uma ou mais das seguintes condies (Lindquist,1981):
a) Aumento da vazo de percolao que pode ser motivado pela gradual saturao
do macio e/ou da fundao;
b) Elevao do nvel dgua de jusante;
c) Elevao do nvel dgua de montante, o que tambm acarretaria aumento da
vazo de percolao;

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

110
d) Aumento da permeabilidade dos materiais situados ao longo da linha de fluxo
que passa pelo ponto em considerao, a montante do mesmo, que tambm
acarretariam aumento da vazo de percolao;
e) Reduo da permeabilidade dos materiais situados ao longo da linha de fluxo
que passa pelo ponto a jusante do mesmo.
O perodo construtivo o mais crtico, principalmente nos solos finos, pois as sobrecargas
geram poropresses devido lenta expulso da gua dos vazios do solo compactado e mido,
que atuam contra a estabilidade do macio (Pereira, 2005). nessa fase que os projetistas de
barragens encontram dificuldades para mensurar as poropresses construtivas devido
complexidade dos fenmenos que ocorrem de forma acoplada, seja tenso-deformao ou
adensamento, e partiram para solues aproximadas como a utilizao do parmetro B do
ensaio triaxial PN, que geram resultados com perda de preciso.
Por isso, durante o enchimento do reservatrio e perodo operacional, o controle das presses
atravs da leitura de piezmetros to importante. Os piezmetros possibilitam obter
informaes a respeito de novas redes de fluxo geradas durante o enchimento do reservatrio,
monitorar a subida progressiva da linha fretica (podendo indicar colmatao das camadas
drenantes) e verificar a dissipao das presses neutras construtivas.
Nesta etapa, apresentam-se as previses de presses feitas para Barragem de Itaba e o
comportamento aps 35 anos de operao.

5.2.1 Previses das Presses em Itaba (1972)


As previses das presses totais e efetivas que ocorreriam na Barragem de Itaba foram
calculadas atravs de mtodos empricos com o intuito de se definir a configurao inicial da
barragem que garantiria a estabilidade dos taludes de jusante e montante no final da
construo, isto , com o reservatrio ainda vazio. Os clculos estimativos foram registrados
no relatrio desenvolvido pela ENGEVIX S.A intitulado Memorial explicativo e justificativo
do projeto do macio da barragem de dezembro de 1972.
Os clculos resultaram nos seguintes valores apresentados na Tabela 24, que resume os
valores de poropresso para diversas camadas do macio.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

111
Tabela 24: Poro-presses previstas nas diversas camadas da Barragem
de Itaba
Cota

Espessura da
camada (m)

f
(kg/cm)

Cr log
(a/i)

Cc log
(f/a)

(cm)

u
(kg/cm)

175

12

2.3

0.042

0.00

2.10

0.24

150

37

6.8

0.049

0.07

5.60

1.1

137

50

9.1

0.049

0.11

7.50

2.3

125

62

11.3

0.049

0.13

9.40

6.7

100

87

15.8

0.049

0.18

11.40

12

Tais poro-presses desenvolver-se-iam no eixo (parte central do ncleo). Nos limites externos
ou bordas, a presses de terra (v) seriam menores (estimou-se em 90% das presses
centrais), consequentemente, tambm o seriam as poro-presses (u). Alm deste mtodo de
clculo, os projetistas usaram o mtodo que utiliza os resultados das medies de presses
neutras em laboratrio.
Destes clculos estimativos de poropresso, ficou definido que os taludes teriam as
configuraes de 1:1,9 (montante) e 1:1,8 (jusante). Estes valores passaram a ser 1:1,9
(montante) e 1:1,6 (jusante) aps execuo de ensaios de campos especficos durante o
perodo construtivo.

5.2.2 Perodo Construtivo (1973 1978)


O valor da poropresso construtiva de uma barragem resultado da velocidade de
carregamento (taxa de construo) e do tempo de dissipao da presso dgua, considerando
a permeabilidade do material e a geometria (distncia das fronteiras drenantes). Estas
consideraes resultam numa distribuio de poro presso bem mais realista do que aquela
obtida, preliminarmente, via parmetro B.
Aps a concluso do tratamento de fundao na regio do ncleo e incio da compactao do
aterro, foram instalados piezmetros tipo pneumtico de fundao e de contato na regio do
leito do rio, denominados G da marca Geosistema.
O controle das poro-presses permite a caracterizao das condies de drenagem e avaliao
da eficincia dos dispositivos de impermeabilizao adotados. Por isso, a posio dos
medidores de presso deve ser em locais estratgicos e representativos dos condicionantes
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

112
geolgio-geotcnicos locais (contatos de derrames, camadas fissuradas, interface maciofundao).
Na Barragem de Itaba, os piezmetros de contato estavam associados a clulas de presso
total com o intuito de determinar a presso efetiva na regio de contato entre a fundao e o
ncleo de argila. J os piezmetros de fundaes foram localizados em descontinuidades que
se constituiram caminhos de percolao preferenciais e, portanto, onde poderiam ocorrer
elevadas subpresses.
Os piezmetros pneumticos tambm foram instalados medida que o aterro subia e ao lado
de cada piezmetro foi extrado um bloco indeformado. De cada bloco foram moldados dois
corpos de prova e submetidos a ensaio de compresso triaxial PN com a finalidade de manter
um controle tecnolgico da construo e aferir hipteses de projeto. As propriedades dos
materiais eram verificadas conforme compactados no macio, bem como analisado o
comportamento do macio com o auxlio da instrumentao.
Atravs da anlise desses ensaios e comparativo com as medidas fornecidas pela
instrumentao e reviso das hipteses adotadas na elaborao do projeto, os projetistas
chegaram s seguintes concluses quanto aos parmetros de construo da barragem:
a) Em mdia, foi utilizado material mais argiloso durante a construo do que o
previsto inicialmente;
b) O solo compactado do ncleo se concentra numa faixa de densidade seca de
1,35 g/cm3 a 1,55 g/cm enquanto a umidade natural varia de 25% a 35%;
c) As previses por ensaios rpidos PN sobre blocos indeformados foram bastante
compatveis quando comparadas com as medidas nos piezmetros. Em termos
de valor absoluto, as presses neutras construtivas desenvolvidas em Itaba
foram baixas, no superando os 20% do parmetro B, apesar do solo ser
argiloso e a compactao tender para o lado mido.
Os piezmetros tipo Casagrande de macio instalados na crista montante da barragem,
denominados C e C, foram instalados aps a concluso do aterro. O objetivo da instalao
destes, distribudos em toda a extenso do macio o monitoramento das poro presses do
solo do ncleo durante o perodo construtivo e em caso de esvaziamento sbito do
reservatrio.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

113
Os piezmetros tipo Casagrande instalados jusante, na fundao da barragem, denominados
PJ, foram executados aps a concluso da barragem. Estes piezmetros tm o objetivo de
medir a eficincia do sistema de drenagem da fundao aps o enchimento do reservatrio,
por isso esto distribudos de maneira que se alternam com os poos de alvio.
Aps sua instalao, foram feitos ensaios de recuperao de nvel dgua em 4 deles,
colocando-os sob carga de uma coluna dgua e observando-se os tempos de recuperao do
nvel piezomtrico inicial. O resultado do ensaio esta apresentado na Figura 43.
Os piezmetros, que deveriam ter sido instalados sempre em feies permeveis, resultariam,
quando do ensaio de rebaixamento, em curvas de caimento rpido. Atravs do ensaio,
verificou-se que o PJ-1 est instalado no macio sem feio especial, por isso no est
representado na Figura 43. O PJ-2 teve rpido rebaixamento (tempo de resposta de,
aproximadamente, 40 minutos), indicando aparentemente subpresses no contato permevel
entre os derrames 3 e 4. O PJ- 3 no foi ensaiado e o PJ-4 tambm est instalado em macio
pouco permevel (tempo de resposta de 25 horas). O piezmetro PJ-5 apresentou um nvel de
absoro diferente da sua cota de instalao, indicando assim que no est devidamente
vedado.

Figura 43: Ensaio de recuperao de nvel dgua nos piezmetros PJ2, 4 e 5


Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

114
Hoek e Bray (1974) constataram que os piezmetros do tipo tubo aberto (standpipe) so
adequados para camadas com coeficiente de permeabilidade igual ou superior a 10-5 cm/s, o
que foi comprovado por Silveira et. al. (1978) na Barragem de gua Vermelha, na qual
constatou que estes instrumentos, instalados em camadas de solo residual de basalto,
apresentaram tempo de resposta da ordem de 16 a 18 minutos, para 90% de estabilizao, nos
ensaios de recuperao de N.A. Destaca-se que o coeficiente de permeabilidade do solo
residual de basalto era da ordem de 10-5 cm/s.

5.2.3 Enchimento do reservatrio (1978)


A descrio do comportamento das presses no ncleo da barragem, monitorado pelos
piezmetros pneumticos, perante o enchimento do reservatrio baseada no artigo intitulado
Presses neutras na barragem de Itaba, RGS apresentado no XIV Seminrio nacional de
grandes barragens, em 1981, por Shoshana Signer e nos relatrios ENGEVIX 370-3-2 e 3843-2.
Isto porque os dados de leitura dos piezmetros pneumticos no foram digitados em
planilhas eletrnicas para confeco de grficos de anlise pois, em 1996, todos os
piezmetros pneumticos j estavam danificados no sendo possvel um comparativo com a
situao atual, objetivo desta dissertao. Porm, considerou-se interessante descrever o
comportamento das presses medidas no ncleo durante o enchimento do reservatrio.
Conforme relata Signer (1981), o estabelecimento das presses neutras permanentes, durante
o enchimento do reservatrio, foi bastante rpido acusando a maioria dos piezmetros do
macio (pneumticos) praticamente os valores definitivos, um ms aps o enchimento
completo do reservatrio.
Durante o primeiro enchimento (at a cota 165), os piezmetros de fundao mostram ter
havido significativa perda de carga prximo ao p de montante do ncleo, provavelmente
porque nesta zona a injeo foi executada de forma intensa.
No entanto, os projetistas no tinham certeza se estes piezmetros estariam instalados em
feies de alta condutividade, onde as subpresses seriam elevadas. Na Tabela 25 mostrada
a evoluo das presses em metros d'gua comparadas com uma rede de fluxo estimada j
que, neste perodo, o fluxo permanente ainda no estava estabelecido devido baixa
permeabilidade do material do ncleo.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

115
Seria de se esperar presses inferiores s presses da rede, uma vez que o tempo decorrido foi
insuficiente para seu estabelecimento, exceto os pontos que j apresentavam presso neutra
superior, decorrentes da compactao.

Tabela 25: Leitura dos piezmetros pneumticos no enchimento do


reservatrio
Data
Antes do enchimento
(mar/78)
Reservatrio na cota
165m (maio/78)
Reservatrio na cota
165m (jun/78)
Presso aproximada da
rede

Piezmetros (presso em m)
G-15
G-16
G-18

G-12

G-13

G-14

G-19

G-20

22

40

22

10

10

1.5

25

28

34

45

24

14

10

12

23

28

36

43

24

18

10

14

43

25

52

36

12

27

Verifica-se que em todos os piezmetros houve acrscimo de presso devido ao enchimento.


Em alguns casos, G-15, 16 e 19, a presso pr-existente, devido compactao, j era
superior de rede, aumentando com o enchimento do reservatrio.
Aps o segundo enchimento do reservatrio, Signer (1981) relata que foram feitas tentativas
de esboar uma rede de percolao a partir das leituras, procurando assim encontrar o modelo
terico de percolao.
As tentativas foram para condies de solo homogneo e isotrpico, rede de fluxo
anisotrpica com permeabilidade horizontal 9 vezes a vertical e com relao permeabilidade
horizontal/vertical = 25, tambm foi traada rede com condies de permeabilidade crescente
com a altura uma vez que a elevada altura da barragem ocasiona um gradiente significativo de
presses, ndices de vazios e consequentes permeabilidades ao longo da altura.
A autora concluiu que a tendncia dos valores se ajustarem melhor ao modelo de rede com
permeabilidade varivel e crescente da base para a crista, principalmente na poro superior
do ncleo, onde as presses medidas superaram os modelos convencionais.
Infelizmente o desempenho dos piezmetros pneumticos (G) a longo prazo foi insatisfatrio,
remanescendo poucos de leitura confivel, impossibilitando o detalhamento do modelo de
percolao que se desenvolveu no ncleo da barragem de Itaba.
Quanto aos piezmetros das ombreiras jusante (PJ), indicaram nvel piezomtrico em
profundidade na ombreira esquerda, pois a drenagem nesta ombreira era fortemente
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

116
encaminhada em direo galeria de desvio onde se observaram surgncia d'gua. Assim, os
projetistas, na poca, supunham que existia uma provvel junta-falha de alta condutividade na
cota 105.
Na ombreira direita, coerentes com o j analisado para os drenos de jusante, a linha
piezomtrica encontrava-se prximo superfcie.
Quanto aos piezmetros de crista (CC), em sua maioria, apresentaram presses maiores que
as previstas, prximos ao nvel dgua de montante evidenciando, provavelmente, uma
anisotropia mais marcante que a considerada. Este comportamento levou suspeitas de trincas
na regio (local susceptvel devido recalque por enchimento do reservatrio). Foi sugerido
verificar a resposta destes instrumentos com a oscilao do nvel dgua do reservatrio.

5.2.4 Anlise aps 35 anos de operao (1978 a 2013)


Em 1996, 47% dos piezmetros pneumticos estavam danificados. No ano de 2009, quando a
leitura da instrumentao foi retomada, todos estavam danificados sem possibilidade de
recuperao.
Atualmente, somente os piezmetros tipo Casagrande localizados na fundao jusante,
denominados PJ, so lidos mensalmente. Com apenas estes dados de piezmetros, no
possvel a tentativa de traar uma rede de fluxo real que poderia ser utilizada para retroanlise
dos parmetros da barragem e fundao, possibilitando o clculo do coeficiente de segurana
atual da estrutura. Este trabalho poder ser feito com os dados da instrumentao dos
piezmetros pneumticos at sua ltima data de leitura, sendo sugesto para estudos futuros.
Como o principal objetivo desta dissertao o comparativo dos dados de leitura desde a
construo da barragem com os dados atuais, neste item sero apresentados o comparativo do
comportamento dos piezmetros PJ em 35 anos de operao da barragem. Com estes dados,
foi confeccionado o grfico apresentado na Figura 44.
Conforme anlise da figura se observa que o PJ-1 indica presses sempre constantes desde
antes do enchimento do reservatrio. A clula piezomtrica esta instalada no derrame 7 (ver
Figura 24), descrito como basalto denso fraturado. A constncia na leitura deste piezmetro
indica que no ocorre fluxo dgua neste trecho, comprovado pela estabilidade das leituras do
poo de alvio PA-1, localizado, praticamente, na mesma cota que o piezmetro.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

PJ-1 (OE - cota 156.82)


PJ-5 (OD - cota 139.43)
PJ-3 (leito do rio - cota 70.86)
PJ-2 (OE - cota 88.10)

Figura 44: Leitura dos piezmetros jusante da Barragem

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba


PJ-4 (OD - cota 86.42)

Data da Leitura
Nivel do reserv.

29/10/13

01/08/13

02/05/13

04/02/13

06/11/12

27/07/12

03/05/12

07/02/12

07/11/11

03/08/11

28/03/95

03/08/83

06/04/83

18/08/82

21/01/82

08/07/81

05/02/81

24/09/80

18/06/80

22/01/80

05/12/79

17/10/79

06/09/79

17/07/79

08/06/79

26/04/79

14/03/79

23/01/79

14/12/78

17/10/78

30/08/78

23/08/78

15/08/78

07/08/78

03/08/78

31/07/78

24/07/78

20/07/78

10/07/78

29/06/78

19/06/78

08/06/78

05/06/78

26/05/78

22/05/78

18/05/78

15/05/78

11/05/78

08/05/78

04/05/78

29/04/78

26/04/78

22/04/78

19/04/78

14/04/78

04/04/78

30/03/78

09/12/77

Cota da gua no piezmetro (m)


190
200

180
180

170
160

160
140

150
120

140
100

130
80

120
60

110
40

100
20

90
0

Nvel do Reservatrio (m)

117

Piezmetros Jusante da Barragem (PJ)

118
A clula piezomtrica do PJ-2 esta localizada entre os derrames 3 e 4, regio caracterizada
como pouco permevel antes dos trabalhos de injeo. Estando o PJ-2 prximo ao antigo
tnel de desvio do rio (ver Figura 24), o mesmo teve forte influncia quando ocorreu a
drenagem do tnel nos perodos de abril e de julho dezembro de 1978. Comportamento
semelhante foi observado nos poos de alvio 11 e 12, localizados ao lado do PJ. Isto
significa que este piezmetro representa a regio de injees realizadas prximas ao tnel
de desvio, isto , se ocorrerem problemas de fluxo nesta regio, provavelmente este
piezmetro indicar alteraes. Aps o segundo bombeamento do tnel de desvio, a cota
neste piezmetro manteve-se constante desde ento.
O PJ-3 esta localizado no antigo leito do rio. Esta zona apresentou, mesmo aps as trs
etapas de injeo, permanncia de rea de permeabilidade residual elevada (na fundao do
trecho do leito do rio, entorno do contato entre os derrames 1 e 2 - cotas 70 a 60m). O
comportamento da cota piezomtrica neste PJ semelhante ao PJ-2, inclusive a linha
dgua se mantm na mesma cota que este. A clula piezomtrica do PJ-3 esta instalada a
mais de 17m abaixo da clula do PJ-2, isto significa, portanto, que ambos esto instalados
numa mesma equipotencial, no ocorre alvio de presso nesta zona.
Apesar de o PJ-4 estar localizado na regio de drenagem dos poos PA26, 25 e 24, onde
havia sido especificada a instalao de piezmetros complementares devido a identificao
de presses crescentes durante o enchimento do reservatrio, o mesmo no apresenta
alteraes desde o segundo enchimento.
A clula piezomtrica do PJ-5 est localizada no topo do derrame 5, regio caracterizada
como muito permevel, antes dos trabalhos de injeo. Este piezmetro apresentou
aumento de linha dgua de 10 metros durante o enchimento do reservatrio,
comportamento semelhante ao poo PA-32 localizado praticamente na mesma cota. Desde
2009, quando as leituras foram retomadas, percebe-se uma reduo de presso na regio.
Observa-se tambm, que, apesar da clula piezomtrica do PJ5 est instalada a mais de 20
abaixo da clula do PJ1, a presso em ambos semelhante, comprovando a tendncia da
ombreira direita ser mais permevel que a esquerda.
Na Figura 45, possvel identificar o comportamento das presses nos piezmetros PJ
comparadas com a linha dgua nos poos de alvio.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

119
200
190
Crista da barragem

180
170

Linha d'gua Reserv. vazio (01/04/78)


Linha d'gua no fim do 2 enchim. (12/01/79)

160
150

Linha d'gua atual (04/12/2013)


Leitura Piez. (01/04/1978)
Leitura Piez. (12/01/1979)

140

Leitura Piez. (04/12/2013)

130
120
110
100
90
80
70

PA 34
PA 33
PA 32
PJ 05
PA 31
PA 30
PA 29
PA 28
PA 27
PA 26
PA 25
PA 24
PJ 04
PA 23
PA 22
PA 21
PA 20A
PA 20
PA 19A
PA 19
PA 18A
PA 18
PA 03A
PJ 03
PA 17A
PA 17
PA 16
PA 15
PA 14
PA 12
PJ 02
PA 11
PA 10
PA 09
PA 08
PA 07
PA 06
PA 05
PA 04
PA 03
PA 02
PJ 01
PA 01

60

Figura 45: Comportamento dos piezmetros e poos de alvio


jusante da barragem
Observa-se que tanto a linha dgua quanto as presses tiveram variao significativa com
o enchimento do reservatrio. Aps 35 anos de operao da barragem, o cenrio, quanto s
presses, praticamente no se alterou indicando um bom funcionamento do sistema de
drenagem da barragem e eficincia das injees.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

120

DESLOCAMENTOS NA BARRAGEM DE ITABA

Sendo a Barragem de Itaba do tipo enrocamento e ncleo de argila, com curvatura


aproximada de 43 no arco de seo e encaixada em um vale de 400m de largura, o
monitoramento dos deslocamentos importante, principalmente, durante o enchimento do
reservatrio e nos primeiros anos de operao. So estes deslocamentos que, se ocorrerem
excessivamente ou no forem previstos em projeto, podero causar trincas na estrutura
facilitando a passagem de gua e a eroso interna. Durante o perodo operacional, o
monitoramento dos deslocamentos da barragem tem como objetivo o acompanhamento dos
recalques e a constatao de eventuais indicativos de instabilidade dos taludes.
Os movimentos horizontais so decorrentes da compressibilidade dos materiais do aterro,
assim como influenciados pela forma do vale das ombreiras (Silveira, 2006), por isso,
durante o perodo operacional, os deslocamentos horizontais podem ter direes variveis
influenciados pela variao do nvel do reservatrio.
Divino (2010) verificou, baseado no estudo de caso da barragem de terra enrocamento da
UHE Emborcao, que, em perodos de reservatrio em nvel mais alto, os deslocamentos
de uma barragem so para jusante e em perodos mais baixos, os deslocamentos so para
montante, uma vez que a carga hidrosttica reduzida.
Os deslocamentos verticais de barragens (recalques) so decorrentes da compressibilidade
dos materiais utilizados na construo e seu comportamento quando submersos, da
resistncia da fundao da estrutura e do controle de compactao na execuo.
Durante o enchimento do reservatrio, uma das condicionantes para a acelerao dos
movimentos na barragem com a elevao do nvel dgua pode ser a perda de resistncia
ao cisalhamento no enrocamento de montante em funo da submerso (Divino, 2010).
Isto poder causar recalques no enrocamento de montante, provocando o deslocamento da
estrutura para esta direo em algumas sees.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

121
Na barragem de Itaba, foram instaladas caixas suecas, inclinmetros, marcos de
deslocamento superficial e medidor de recalque KM para monitoramento dos
deslocamentos da estrutura.
Em 1997, todas as caixas suecas estavam danificadas sem possibilidade de recuperao e
as leituras dos demais instrumentos foram suspensas. Atualmente, o acompanhamento dos
deslocamentos feito somente atravs do medidor de recalque KM com leituras mensais.
Neste captulo sero apresentados os resultados da instrumentao de medida de
deslocamentos da Barragem de Itaba desde a construo at os dias atuais, alm das
previses feitas atravs de ensaios e clculos estimativos.

6.1

PREVISO INICIAL DE RECALQUES

Durante a construo de uma barragem de terra e enrocamento, recalques se desenvolvem


na fundao e no macio. Tais movimentos devem ser previstos na fase de projeto e
minimizados com o melhoramento das tcnicas construtivas e seleo dos materiais que
constituiro os aterros.
A previso dos recalques tambm feita com o objetivo de quantificar os materiais de
aterro para execuo da sobre-elevao da crista da barragem. A execuo de sobreelevao necessria para que, quando os recalques j estiverem estabilizados, a crista da
barragem encontre-se na cota conforme projetado. Por isso as medies de recalque em
barragens de terra e enrocamento devem ser includas no plano de instrumentao, com
enfoque no perodo construtivo para supervisionar as condies de segurana (Almeida,
2010).
A previso de recalques totais que a Barragem de Itaba sofreria foi realizada durante os
estudos preliminares do projeto. Esta estimativa foi apresentada no relatrio intitulado
Memorial explicativo e Justificativo do projeto do Macio da Barragem desenvolvido
pela ENGEVIX em dezembro de 1972.
A parcela devido ao recalque da fundao foi considerada desprezvel j que Itaba esta
assentada sobre rocha de elevada resistncia. A parcela de deformao vertical do ncleo
foi considerada a mais expressiva nesta simulao, superior at mesmo compressibilidade
do enrocamento.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

122
Considerou-se que nas camadas das cotas mais elevadas (prximas crista) do ncleo, as
deformaes ocorreriam imediatamente, ainda durante a construo, e nas cotas inferiores
ocorreriam lentamente, boa parte aps o perodo construtivo.
Segundo o relatrio da ENGEVIX (1972), os clculos para previso dos recalques foram
baseados na teoria de Terzaghi, considerando ndice de compresso. Foram adotadas
caractersticas mdias de compressibilidade do material argiloso do ncleo de acordo com
os ensaios de adensamento realizados.
De Mello (1975) cita que, alm da determinao dos parmetros geotcnicos fundamentais
(resistncia, compressibilidade e permeabilidade), o objetivo dos ensaios era determinar os
problemas de deformabilidade diferenciais, zonas de redistribuio de tenses, fissuras e
permeabilidade, principal problema com barragens de terra e enrocamento. No caso em
especfico, os ensaios de adensamento e permeabilidade seriam os mais importantes para
definir a personalidade geotcnica do solo. O resultado desta estimativa apresentado na
Tabela 26 e Figura 46.

Tabela 26: Previso dos recalques na Barragem de Itaba


Total na zona (m)
Zona
Total

Construo

Ps-construo

Superior

2,55

2,55

Intermed.

1,41

1,13

0,28

Inferior

2,02

1,21

0,81

Total

5,98

4,89

1,09

100%

82%

18%

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

123

187,00

14m
14m

97,00

14m

Ncleo

6,0%

14m

115,00

3,5%

7,8%

15m

130,00

1,2%

9,4%

Zona
Intermediria

18m

185,50

11,2%

Zona
Inferior

Zona
Superior

Figura 46: Previso de recalques na barragem


O clculo estimativo concluiu que terminada as obras da Barragem de Itaba, haveria uma
tendncia de seu coroamento recalcar ao longo do tempo 1,09m, o que corresponderia a
1,21% da altura da barragem.
Os clculos apresentados foram uma mera aproximao da realidade, pois, devido sua
complexidade, no foram considerados outros fatores que poderiam influenciar o
comportamento do macio tal como os efeitos do enchimento do reservatrio.
No enchimento, a gua satura as camadas compactadas do ncleo argiloso, essa saturao
progressiva, mas relativamente lenta. Durante este processo concorrem dois fenmenos
contraditrios que se compensam:
a) Tendncia de recalques expressivos das camadas inferiores (mais
solicitadas);
b) Submerso progressiva das camadas inferiores: medida que o nvel da
linha fretica superior ascende diminuindo o peso (ou presso) do macio,
contribuindo para diminuio do recalque total que ocorreria sem a
percolao de gua.
Tambm no foram consideradas a umidade de compactao e a execuo das obras em
perodos secos ou chuvosos, que influenciam no processo de compresso do solo.
No relatrio da ENGEVIX (1972) citado que G.F. Sowers (1962), em seu livro Earth
and Rockfill Dam Engineering, apresenta recalques de barragens de enrocamento sendo
medidos na faixa de 0,4 a 2,7% da altura das barragens. O controle dos recalques durante e

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

124
aps a construo da Barragem de Itaba seria, portanto, altamente elucidativo e
interessante para futuros projetos.
Em novembro de 1973, os projetistas simularam o comportamento da Barragem de Itaba
relativo s tenses e deslocamentos que ocorreriam no macio aps a finalizao da
construo. Para tanto, foi utilizado um programa de elementos finitos concebido e
desenvolvido nos Estados Unidos, Universidade de Berkeley, Califrnia, tendo
F.H.Kulhawy, J.M.Duncan e H.B.Seed como autores.
Esta simulao concluiu que a barragem recalcaria 2,18 metros (perodo construtivo e
operacional).

6.2

PERODO CONSTRUTIVO

Durante o perodo construtivo (outubro/1973 a janeiro/1978), o monitoramento das tenses


e deslocamentos foram acompanhados pelas medidas das clulas de tenso total, caixas
suecas e medidor de recalque KM. Com estes resultados, o programa de elementos finitos
foi novamente utilizado para retroanlise das tenses e deformaes no final de construo.
Nas Figura 47 e Figura 48 so apresentados os resultados desta simulao.
Observa-se que, durante o perodo construtivo, a barragem recalcou, no mximo, 1 metro
no centro do ncleo (entre as cotas 140 e 150) e 70 cm no enrocamento na regio central
jusante.
A retroanlise indicou que as maiores tenses localizaram-se jusante da barragem junto
fundao, no enrocamento denominado C, chegando a 170 t/m. Nas transies, as tenses
foram superiores aos dos materiais adjacentes (ncleo e enrocamento).

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

125

190

KM

180

LEGENDA
Tenses de 10 a 40 t/m
Tenses de 50 a 80 t/m
Tenses de 90 a 120 t/m
Tenses de 130 a 170 t/m

170
160
150
140

10

130
120
110
100

110

110

150

170 160

140

130

120

90

110 100

90

80

70 60 50 40

30

20

Figura 47: Distribuio das tenses (t/m) no final de construo da Barragem de Itaba na estaca 12 (fonte: Projeto do
Aproveitamento Hidreltrico de Itaba CI-C-25-189/1978, adaptado)
190

KM
I-1
I-3

180
170

I-2

160

LEGENDA
Recalques de 10 a 20cm
Recalques de 30 a 50cm
Recalques de 60 a 80cm
Recalques de 90 a 100cm

150
140

100
90

130

70

80

120

70
50

110
100

60
40

30
10

20

90

Figura 48: Recalques (cm) no final de construo da Barragem de Itaba na estaca 12 (fonte: Projeto do Aproveitamento
Hidreltrico de Itaba CI-C-25-189/1978, adaptado.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

126

Na Tabela 27, apresentam-se os dados reais de leitura do medidor de recalque KM, localizado
na estaca 12 (centro da barragem), durante o perodo construtivo.

Tabela 27: Recalques durante o perodo construtivo dados pelo


medidor de recalque KM
Camadas entre placas

Cota de instalao da
placa superior (m)
Espessura da camada
(m)

1-2

2-3

3-4

4-5

5-6

6-7

112,61

121,74

126,74

133,72

140,80

147,56

7,03

9,13

5,00

6,97

7,08

6,76

Filtro de
Areia

Ncleo de
argila

Ncleo de
argila

Enrocamento Transio de Transio de


Fino
Brita
Brita

Material
Posio do ponto
mdio da camada em
relao altura da
barragem

15%

24%

32%

38%

46%

53%

Recalque total
acumulado por
camada (cm)

4,4

6,75

7,6

16,4

24,55

13,5

Recalque % por
camada

0,63%

0,74%

1,52%

2,35%

3,47%

2,00%

Camadas entre placas


7-8

8-9

9-10

10-11

11-12

Cota de instalao da
placa superior (m)

154,46

161,344

168,26

175,07

182,06

Espessura da camada
(m)

6,9

6,88

6,92

6,81

6,99

Material

Ncleo de
argila

Ncleo de
argila

Ncleo de
argila

Ncleo de
argila

Ncleo de
argila

Posio do ponto
mdio da camada em
relao altura da
barragem

61%

68%

76%

83%

91%

Recalque total
acumulado por camada
(cm)

9,4

7,75

5,55

3,6

2,45

Recalque % por
camada

1,36%

1,13%

0,80%

0,53%

0,35%

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

Total (cm)

101,95

127

Atravs da anlise destes dados, possvel afirmar que as camadas que mais sofreram
recalque relativo so as localizadas no centro da barragem. A camada que mais recalcou foi
aquela localizada na argila, seguida pelo filtro de areia. O recalque total no perodo
construtivo, indicado pelo medidor de recalque KM, foi de 1,02m, o que representa 1,11% em
relao altura total da barragem.
Almeida (2010), no estudo de tenso e deformao nas barragens de terra enrocamento, caso
da Barragem de Irap, afirma que, de acordo com a literatura, o mximo deslocamento ocorre
prximo meia altura da barragem devido a uma combinao favorvel entre a camada
subjacente e a presso devida ao aterro sobrejacente. As camadas inferiores so de menor
espessura e recalcam menos, embora sujeitas a elevadas presses verticais. J no trecho
superior, as presses so pequenas, apesar da grande espessura acumulada, e os recalques
relativos so tambm menores. Comportamento este observado na barragem de Itaba.
Com relao aos deslocamentos horizontais, os inclinmetros foram a instrumentao
utilizada para monitoramento durante a construo da barragem. A leitura dos marcos
topogrficos foi iniciada somente na segunda etapa do enchimento do reservatrio. Os
resultados, para o eixo central da barragem (estaca 12), so apresentados nas Figura 49.
Os deslocamentos horizontais foram mais expressivos no ncleo, chegando a 92 cm na cota
140. No enrocamento de jusante, o deslocamento foi, no mximo 55 cm, na cota 140
identificado no inclinmetro 2. Sendo o ncleo inclinado para jusante, estes deslocamentos
esto associados ao recalque da argila que movimenta toda a estrutura para esta direo.

Figura 49: Medidas dos deslocamentos horizontais


inclinmetros na estaca 12 (final de construo)

pelos

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

128

Aps a finalizao da construo da barragem, foram instalados 15 marcos topogrficos no


talude de jusante para monitoramento dos deslocamentos superficiais do enrocamento. Em
pontos considerados indeslocveis e sem qualquer influncia da barragem foram instalados
marcos,

um na ombreira direita e outro na ombreira esquerda, a partir dos quais so

visualizados os marcos de deslocamento (Figura 50).

Figura 50: Marco de referncia localizado na ombreira esquerda da


Barragem de Itaba
As medies dos deslocamentos horizontais eram feitas por triangulao geodsica
empregando teodolito de preciso e os recalques eram lidos atravs de nvel ptico.

6.3

ENCHIMENTO DO RESERVATRIO

Na primeira etapa do enchimento do reservatrio de Itaba o ncleo argiloso compactado foi


auscultado quanto aos deslocamentos verticais por trs caixas suecas (S-1, S-8 e S-12),
instaladas respectivamente nas cotas 122 m, 144 m e 162 m e, aproximadamente, na linha de
centro do ncleo, na estaca 12 (Figura 51).

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

129

Figura 51: Leitura das caixas suecas no final do perodo construtivo e


3 meses aps o segundo enchimento do reservatrio (18/10/1978)
A caixa S-1 apresentou um recalque de 61 cm no final de construo e aps 3 meses do final
do segundo enchimento estava com 74,2 cm, significando um acrscimo de 13,2 cm devido ao
enchimento. As caixas S-8 e S-12, localizadas no centro e parte superior do ncleo,
apresentaram uma ascenso. A ltima leitura da caixa S-12, por exemplo, no final da
construo, foi de 79 cm passando para 45,8 cm trs meses aps o fim do segundo
enchimento, ou seja, 33,2 cm de descompresso devido ao enchimento do reservatrio.
Os estudos de tenses e deformaes efetuados por elementos finitos mostraram que esse
comportamento foi gerado pelo alvio de tenses em anlises com presses totais. Entretanto,
ao passo que esse comportamento era previsvel em anlise estrutural elstica, o valor de
33,2cm foi considerado excessivo, colocando em dvida a resposta dada pela leitura das
caixas suecas.
Na Figura 52, foi construdo grfico de barras com as leituras dadas pelo medidor de recalque
KM logo aps o final do segundo enchimento do reservatrio (26/08/1978).

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

130

Ascenso

Recalque

182,06
175,07
168,26
161,34

Cota da Placa

154,46
147,56
140,80
133,72
126,74
121,74
112,61
105,59
-0,4

-0,2

0,2

0,4

0,6

0,8

Recalque (cm)

Figura 52: Recalques no ncleo da barragem fornecidos pelas leituras


no medidor de recalque KM (estaca 12)
As leituras do medidor de recalque KM foram coerentes com o comportamento dado pelas
caixas suecas, porm, tanto a magnitude dos deslocamentos quanto o comportamento da
camada central e superior da barragem so distintos. Enquanto as caixas suecas indicaram
ascenso das camadas da barragem da cota 140 para cima, o medidor de recalque KM indicou
ascenso apenas das placas localizadas nas cotas 133,72 e 147,56, mas recalque das camadas
superiores e da camada central, representada pela placa instalada na cota 140,48. Inclusive a
camada central foi a que mais recalcou sendo 0,9cm o recalque devido o enchimento do
reservatrio.
O recalque total do ncleo e transies monitorado pelo medidor de recalque KM, dentre
camadas que ascenderam e camadas que recalcaram, foi de 2,25cm durante o enchimento do
reservatrio.
Quanto aos deslocamentos horizontais, na fase do 1 enchimento do reservatrio (01/04/1978
a 21/04/1978), no h registro dos deslocamentos da estrutura feitos atravs dos marcos de
deslocamento superficial por deficincia das medidas dos mesmos, o acompanhamento foi

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

131

feito atravs das leituras dos inclinmetros, conforme descreve o relatrio ENGEVIX ST370/3/2.
Os projetistas relataram que era difcil avaliar se os dados disponveis eram merecedores de
crdito. Na estaca 12 (centro da barragem), o Inclinmetro I-1, face ao enchimento parcial do
reservatrio, deslocou-se para jusante e no ms seguinte voltou para montante, enquanto o I-2,
tambm na estaca 12 mais a jusante, teve o comportamento inverso.
Segundo Silveira (2006), movimentos inicialmente para montante e posteriormente para
jusante, no primeiro enchimento do reservatrio podem ser explicados pela ao simultnea
do enfraquecimento do material do enrocamento de montante e da carga dgua sobre o
ncleo argiloso. Os movimentos para montante causados pelo enfraquecimento do
enrocamento so maiores durante os estgios iniciais do enchimento porque a
compressibilidade do mesmo, motivada pela saturao, mais intensa quando a presso,
devido ao material sobrejacente maior, afetando, portanto, de modo mais expressivo as
camadas inferiores do enrocamento. J os movimentos para jusante causados pela carga
dgua sobre o macio argiloso, so maiores durante a fase final do enchimento, uma vez que
o empuxo proporcional ao quadrado da altura.
Fonseca (2003) relata que, para a Barragem de So Simo, quanto movimentao dos
inclinmetros, na fase do enchimento do reservatrio, os resultados mostram uma
movimentao geral da barragem ora para jusante ora para montante. A autora afirma que este
comportamento esta intrinsecamente associado magnitude dos recalques ocorridos nas zonas
do macio montante durante o enchimento.
Na Figura 53 comparam-se as medidas de deslocamento acumulado dados pelos
inclinmetros na estaca 12 antes do enchimento do reservatrio e 3 meses depois deste
perodo.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

132

Figura 53: Leitura dos inclinmetros no final do perodo construtivo e


3 meses aps o segundo enchimento do reservatrio (18/10/1978)
Observa-se que a parte superior da barragem teve deslocamento para montante enquanto que,
do centro para baixo, o deslocamento foi para jusante
Quanto aos marcos de deslocamento superficial, o relatrio ENGEVIX ST-382/3/2 descreve
os deslocamentos sofridos a partir da segunda etapa do enchimento do reservatrio, ou seja,
da cota 165 m cota 184 m.
O relatrio afirma que os acrscimos de deslocamento acusados pelos marcos devido
segunda etapa de enchimento do reservatrio alcanaram at 30 cm para jusante e ocorreram
imediatamente com o enchimento. Pequenas acomodaes de at 3 cm ainda ocorreram nos
30 dias seguintes aproximadamente. O assentamento dos marcos foi pequeno, alcanando at
4 cm.
Quando as planilhas com os dados de leitura dos marcos topogrficos foram digitadas para
confeco desta dissertao, verificou-se que no relatrio de novembro de 1981, as
coordenadas dos marcos foram revisadas, apresentando-se novos valores de deslocamentos
horizontais. No existe explicao do por que desta alterao, mas supe-se que os dados
foram revistos em funo de algum erro de referncia.
Esta reviso das coordenadas altera a afirmao feita quanto aos deslocamentos durante o
segundo enchimento do reservatrio. Segundo os novos dados, a barragem deslocou, no
mximo 10 cm, identificado nos marcos 5 e 9.
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

133

O relatrio ENGEVIX ST-382/3/2 continua a descrio afirmando que, dos 15 marcos de


assentamento instalados no talude de jusante da barragem, 6 acusaram deslocamentos muito
pequenos (o relatrio no cita quais so, porm, atravs da anlise comparativa feita a seguir,
possvel afirmar que, provavelmente, se referem aos marcos 1, 3, 7, 11, 14 e 15 que se
deslocaram entre 2,3 e 4,3cm), ver Figura 54.

Figura 54: Direo e Magnitude dos deslocamentos dos marcos da


barragem resultantes do enchimento do reservatrio
Os marcos da crista junto s ombreiras deslocaram-se em direo ao centro da barragem. Os
demais localizados nas sees de ombreira deslocaram-se para jusante e em direo
respectiva ombreira, enquanto que no leito do rio, o marco 9, nico que deslocou-se
significativamente nessa seo, o fez para jusante, paralelo seo transversal.
Divino (2010) analisou o comportamento de enrocamentos de Barragens atravs do estudo de
caso da Barragem de Emborcao. A autora relata que, durante o enchimento do reservatrio,
a barragem se deslocou para jusante com a movimentao mais intensa em direo ao centro
(leito do rio) e deslocamentos significativos nas ombreiras. Os deslocamentos horizontais
ocorreram em maiores propores nas bermas superiores (1 m) e regies centrais da barragem
(0,8 m).

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

134

Ao comparar esta barragem com as movimentaes na Barragem de Itaba no enchimento do


reservatrio, observa-se comportamento semelhante e compatvel com a movimentao
superficial de enrocamento, apesar das magnitudes bastante distintas, cujos provveis motivos
sero relatados ao final deste captulo.

6.4

PERODO OPERACIONAL

Atualmente, o nico instrumento, em funcionamento, para monitoramento dos deslocamentos


da Barragem de Itaba o medidor de recalque KM. Em 2011, as leituras dos marcos de
deslocamento topogrfico foram retomadas, porm, novamente suspensas em 2012.
At 1996, as leituras dos marcos topogrficos eram feitas com teodolito e nvel topogrficos,
ambos instrumentos pticos, utilizando-se o sistema de referncia SAD69 . Atualmente, as
medies so feitas com estao total, um instrumento eletrnico, e utiliza o sistema de
referncia SIRGAS 2000.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica), o SAD69 e o SIRGAS 2000
so sistemas de concepo diferente. Enquanto a definio do SAD69 topocntrica, ou seja,
o ponto de origem e orientao est na superfcie terrestre, a definio do SIRGAS2000
geocntrica. Isso significa que esse sistema adota um referencial diferente, com isso, todas as
coordenadas da informao geogrfica sofrem alterao de seus valores seguindo a mesma
magnitude e direo. Isto , no possvel comparar um referencial de coordenadas de um
com o outro.
Porm, segundo o IBGE, as leituras realizadas com o sistema SAD69 podem ser
transformadas para SIRGAS2000 com o uso de programas especficos, sendo os mesmos
compatveis ao nvel de poucos centmetros. Entretanto, erro com preciso de centmetros no
so admissveis para analise de deslocamento em barragens, por isso, no possvel comparar
as leituras antigas dos marcos topogrficos de Itaba com as leituras atuais.
Isto , para anlise dos deslocamentos superficiais de Itaba, os medidos at o ano de 1996
podem ser comparados apenas com as leituras do perodo entre 1978 a 1996 e as leituras
feitas a partir de 2011 devem ser comparadas apenas com as leituras atuais.
Portanto, nesta etapa, ser discutido o comportamento dos deslocamentos medidos pelos
marcos de deslocamento superficial apenas at 1996 j que, em 2012, o monitoramento
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

135

topogrfico dos marcos foi novamente suspenso, pois o aparelho utilizado para leitura no
possua preciso mnima suficiente para este tipo de uso. Tambm no ser discutido o
comportamento da barragem monitorada atravs dos inclinmetros e caixas suecas j que a
leitura dos mesmos no feita atualmente, o que impossibilita a anlise comparativa dos
dados antigos com a situao atual da estrutura.

6.4.1 Anlise dos recalques no ncleo de argila


Com a coleta de dados do medidor de recalque KM desde a poca de construo da barragem
at os dias atuais, foi possvel a confeco de uma tabela comparativa (Tabela 28) que inclui
os recalques ocorridos durante o perodo construtivo, enchimento do reservatrio e perodo
operacional no ncleo da barragem.

Tabela 28: Recalques na Barragem de Itaba medidos pelo Medidor


de recalque KM
Perodo

Data

Prazo (anos)

Recalque no
perodo (cm)

Construtivo

24/06/76 a
30/03/78

1,76

101,75

92,8%

1 Enchimento
do reservatrio

01/04/78 a
20/07/78

0,30

1,9

1,7%

2 Enchimento
do reservatrio

21/07/78 a
26/08/78

0,10

0,3

0,3%

Operacional

27/08/78 a
03/06/13

34,79

5,65

5,2%

Total

Estabilizado
em 1988

36,96

109,6

Total

94,8%

5,2%

100,0%

Constata-se que quase a totalidade dos recalques ocorreram durante o perodo construtivo
(92,8%). Logo aps o enchimento do reservatrio, 95% dos recalques j haviam ocorrido.
Conforme leitura do medidor de recalque KM, os incrementos dos recalques mostraram-se
bastante reduzidos, sendo, no mximo, 0,65cm no primeiro ano (1979) aps o enchimento do
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

136

reservatrio e de 0,15 a 0,25cm/ano nos prximos anos medidos at 1983. No ano de 1988 foi
realizada uma leitura e os recalques j apresentavam valores semelhantes aos medidos em
1996 e que no se alteraram em 2011 at hoje. Isto quer dizer que a estabilizao dos
deslocamentos verticais ocorreu entre os anos de 1983 e 1988 (5 10 anos aps o enchimento
do reservatrio). Por causa dos perodos em que as leituras foram suspensas, no possvel
determinar o ano exato em que os recalques estabilizaram (Figura 55).
-90

200

180

-95

160

-100

120

100

-105

80

Nvel do reservatrio

Recalque acumulado (cm)

140

Estabilizao dos recalques


60

40

-110

ENCHIMENTO DO
RESERVATRIO

20
OPERAO
0

4/4/78
17/4/78
26/4/78
2/5/78
9/5/78
16/5/78
23/5/78
30/5/78
8/7/78
20/7/78
3/8/78
17/8/78
28/8/78
18/10/78
21/12/78
23/1/79
19/2/79
28/3/79
9/5/79
6/6/79
5/7/79
7/8/79
5/9/79
16/10/79
19/11/79
17/12/79
23/1/80
18/6/80
3/12/80
12/3/81
6/5/81
18/9/81
21/1/82
16/8/82
8/12/82
4/5/83
2/8/83
22/5/96
6/9/11
7/11/11
3/1/12
7/3/12
4/5/12
29/6/12
31/8/12
6/11/12
2/1/13
6/3/13
2/5/13
10/7/13

-115

Data

recalque

NA reserv.

Figura 55: Recalques na Barragem de Itaba desde o enchimento do


reservatrio
Quando estes recalques ocorridos na Barragem de Itaba so comparados com outras
barragens Brasileiras (Tabela 29 e Tabela 30), se observa que so proporcionais aos estudos
de caso apresentados. Enquanto que, nas barragens brasileiras, entre 71 a 100% dos recalques
totais ocorreram durante o perodo contrutivo, em Itaba 92,8% ocorreu nesta etapa. Quando
se compara a proporo do recalque total com a altura da barragem, nas barragens brasileiras
este valor esta ente 0,4 a 1,9%, em Itaba esta relao foi de 1,2%.
Na barragem de terra e enrocamento de So Simo, Fonseca (2003) descreve que 90% dos
recalques ocorreram at o final do perodo de enchimento do reservatrio, evidenciado pelos
medidores IPT e inclinmetros. Em Itaba, ao final do segundo enchimento, 95% dos
recalques totais j tinham ocorrido.
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

137

Tabela 29: Recalques totais observados em macios compactados em


barragens brasileira
Recalque (cm)

Barragem

Ilha
Solteira

Tipo de solo (origem


geolgica)

Solo coluvionar (basaltos


e arenitos)

Previsto (1)
Observ
ado

61,00
50,00
33,00
28,00

ML

BI

95,00
77,00
58,00
33,00

105,00
165,00
71,00
51,00

5,50
6,60
19,00
12,70

gua
vermelha

Solo coluvionar
(basaltos)

Trs
Irmos

Solo coluvionar
(basaltos )

5,30

5,90

Volta
Grande

Solos coluvionares e
residuais (basaltos)

26,00

16 a 96

Itumbiara

Solo coluvionar (basalto)

190,00
127,00

Solo coluvionar (basalto)

41,00

Solo coluvionar (arenito)

143,00

Euclides
da Cuna

Solos residuais (gnaisse)

93,00

Jacarei

Solo coluvionar
(gnaisse)

40,00

Jaquari
(Sabesp)

Solo coluvionar (gnaisse)


Solo residual (gnaisse)

99,50

Chavantes

14,5

344,00
155 a 177

Recalque
Percentual
(/H) (%)

% de recalque
durante a
construo

1,2%
1,1%
0,9%
1,0%

95%
95%
100%
98%

0,2%
0,2%
0,4%
0,35

73%
73%
83%
67%

0,2%

1,2%

85%

1,9%
1,6%

81%
93%

1,4%

71%

1,7

1,5%

92%

86,00

0,8%

96%

150,00

1,6%

86%

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

138

Tabela 30: Recalques totais observados em macios compactados em


barragens brasileira (Continuao)
Recalque (cm)

Barragem

Tipo de solo (origem


geolgica)

Previsto(*)
Recalq
ue (cm)
ML

Paraibuna

Solos coluvionares e
residuais (biotitagnaisse)

Dique de
Paratinga

Solos coluvionares e
residuais (biotitagnaisse)

Paraitinga

Solos coluvionares e
residuais (biotita-gnaisse

Recalque
Percentual
(/H) (%)

% de recalque
durante a construo

BI

80,00
55,00

98,00
60,00

1,2%
1,4%

87,00
29,00
7,00

120,00
68,00
83,00

1,3%
0,7%
0,4%

35,00
100,00
132,00
100,00

105,00
128,00
75,00
63,00

0,6%
1,1%
1,4%
1,6%

93%

94%

Fonte: (Silveira, 1983)

(1) Previso realizada com amostras Moldadas em Laboratrio (ML) e amostras de Blocos Indeformados (BI)
Nesta tabela possvel observar tambm que, na maioria dos casos, os recalques previstos
foram maiores que os observados. Em vrios casos, os recalques previstos por ensaios em
blocos indeformados foram mais que o dobro do ocorrido. Os ensaios de laboratrio, em
alguns casos, indicaram valores mais prximos da realidade.
Silveira (2006) cita que os recalques calculados a partir de resultados de ensaios sobre
amostras moldadas em laboratrio e amostras talhadas a partir de blocos indeformados
apresentavam-se geralmente superiores aos recalques observados in situ, com valores
geralmente de 1 a 3 vezes superiores.
Na barragem de Itaba, quando comparado os recalques totais previstos atravs dos ensaios
edomtricos iniciais (6,04m) e o auscultado pelo medidor de recalque KM (1,09m), percebese que esta relao foi de 5,5 vezes superior. Por isso, os recalques calculados atravs da
teoria clssica do adensamento s devem ser considerados como indicativos de tendncias de
deslocamento, sendo os mtodos numricos mais precisos, dependendo dos parmetros de
entrada e qualidade da informao disponvel (Cruz, 1996).
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

139

Quando se compara a previso de recalques feitas atravs de programa de elementos finitos


(1973), simulados a partir de ensaios com blocos indeformados, e os recalques reais ocorridos
em 35 anos de operao (j estabilizados), observa-se que esta relao de 2 vezes.

6.4.2 Anlise dos recalques no enrocamento de jusante


Quanto aos deslocamentos superficiais do enrocamento de jusante, monitorados atravs dos
marcos de deslocamento, aps o enchimento do reservatrio, as leituras continuaram sendo
realizadas a cada 6 meses at a barragem completar 5 anos de operao em 1983. A partir de
ento, as leituras dos deslocamentos horizontais foram suspensas, mantendo-se apenas leituras
de recalques nos anos de 1986, 1987 e 1988 (7, 8 e 9 anos de operao) e 1995 e 1996 (17
e 18 anos de operao). Com os dados dos recalques desde o ano de 1978 at 1996 (ver
anexo II), foi confeccionada uma planilha comparativa com os recalques acumulados ocorrido
em cada perodo, medidos a partir do 2 enchimento do reservatrio, conforme apresentado na
Tabela 31 e Tabela 32.

Tabela 31: Recalques acumulados no enrocamento de jusante


Data

24/08/1978

Evento

Fim enchimento
(cm)

2,61

33%

4,79

74%

1,94

37%

3,58

80%

1,11

48%

1,55

77%

4,17

29%

8,79

72%

3,16

26%

7,91

77%

1,78

32%

3,55

76%

1,13

55%

1,38

77%

4,38

29%

9,10

71%

3,50

27%

8,58

77%

10

2,49

30%

5,40

76%

11

1,26

43%

1,91

77%

12

3,60

29%

7,57

70%

13

2,64

30%

5,95

78%

14

1,53

37%

2,72

76%

15

1,07

57%

1,27

75%

Local

Seo 1

Seo 2

Seo 3

Seo 4

Mdia

% do recalque
total

36%

30/08/1979
at o 1 ano
(cm)

% do recalque
total

75%

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

140

Tabela 32: Recalques acumulados no enrocamento de jusante


(Continuao)
Data

05/05/1983

Local

at 5 ano
(cm)
6,25

Seo 2

Seo 3

Seo 4

Mdia

08/07/1986

80%

at 8 ano
(cm)
6,73

4,26

81%

1,90

% do recalque
total

21/05/1996

86%

at 18 ano
(cm)
7,84

4,76

91%

5,23

82%

2,04

88%

2,33

11,34

79%

12,40

86%

14,40

9,94

82%

10,95

90%

12,18

4,47

81%

4,87

88%

5,52

1,64

80%

1,85

90%

2,05

11,75

77%

13,03

86%

15,23

10,74

81%

11,81

89%

13,21

10

6,78

81%

7,54

90%

8,41

11

2,36

81%

2,60

90%

2,89

12

9,33

75%

10,68

85%

12,52

13

7,25

81%

8,13

91%

8,92

14

3,31

80%

3,77

91%

4,15

15

1,53

81%

1,72

91%

1,89

Evento

Seo 1

% do recalque
total

80%

89%

Os recalques ocorreram muito lentamente, no 5 de operao, em mdia, 80% dos recalques


totais j tinham ocorrido e no 8 ano, 90%.
Com os dados da Tabela 31 e Tabela 32 e os recalques discriminados em cada marco
detalhado no anexo II confeccionaram-se as Figura 56 Figura 59 a Tabela 33, onde se
apresentam as taxas mdias de recalque em cada perodo. Observa-se que a taxa de recalque
reduziu gradativamente e, a partir do 5 ano, a barragem j estava, praticamente, estabilizada.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

141

Tabela 33: Taxa de recalque superficial (cm/ms) e velocidade mdia


(cm/ano)

Local

Marco de
Deslocam.

at fim do
enchimento
do
reservatrio
(cm/ms)

Seo
1

1
2
3

0,52
0,39
0,22

Seo
2

4
5
6
7

Seo
3

Seo
4

Fim do
enchimento
do
reservatrio
at 1 ano
(cm/ms)

1 ao 5
ano
(cm/ms)

5 ao 8
ano
(cm/ms)

8 ao 18
ano
(cm/ms)

Velocidade mdia
perodo operacional
(cm/ano)

0,18
0,13
0,04

0,03
0,02
0,01

0,01
0,01
0,00

0,01
0,00
0,00

0,29
0,18
0,07

0,83
0,63
0,36
0,23

0,37
0,38
0,14
0,02

0,06
0,05
0,02
0,01

0,03
0,03
0,01
0,01

0,02
0,01
0,01
0,00

0,57
0,5
0,21
0,05

8
9
10
11

0,88
0,70
0,50
0,25

0,38
0,41
0,24
0,05

0,06
0,05
0,03
0,01

0,03
0,03
0,02
0,01

0,02
0,01
0,01
0,00

0,6
0,54
0,33
0,09

12
13
14
15

0,72
0,53
0,31
0,21

0,32
0,27
0,10
0,02

0,04
0,03
0,01
0,01

0,03
0,02
0,01
0,00

0,02
0,01
0,00
0,00

0,5
0,35
0,15
0,05

0,49

0,20

0,03

0,02

0,01

0,30

Mdia

Recalques na Seo 1
-1

0,03 cm/ms

<0,00 cm/ms
<0,00 cm/ms

-2
-3
0,02 cm/ms

-4

<0,00cm/ms

0,01cm/ms

-5

0,01cm/ms

18

8 ano

0,01 cm/ms

5 ano

1 ano operao

-8

Fim do enchimento

-7

0,03 cm/ms

jun-79

-6

nov-78

Data da Leitura

M-2

Figura 56: Recalques e taxas de recalque na seo 1

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

M-3

out-95

mai-96

mar-95

jan-94

ago-94

jun-93

nov-92

set-91

M-1

abr-92

jul-90

fev-91

dez-89

out-88

mai-89

ago-87

mar-88

jan-87

jun-86

nov-85

set-84

abr-85

jul-83

fev-84

dez-82

out-81

mai-82

ago-80

mar-81

jan-80

-9
abr-78

Recalque (cm)

Provvel erro de referncia

142

Recalques na Seo 2
-

0,01 cm/ms
0,01 cm/ms

<0,00 cm/ms
0,01 cm/ms

0,05 cm/ms
0,03 cm/ms

-10

0,01 cm/ms
0,06 cm/ms

Provvel erro de referncia

18

8 ano

-20

0,02cm/ms

5 ano

-15

1 ano operao

0,03 cm/ms

Fim do enchimento

Recalque (cm)

-5

0,01 cm/ms

0,02 cm/ms

out-95

mai-96
mai-96

M-6

mar-95

jan-94

ago-94

jun-93

nov-92

set-91

M-5

out-95

M-4

Data da Leitura

abr-92

jul-90

fev-91

dez-89

out-88

mai-89

ago-87

mar-88

jan-87

jun-86

nov-85

set-84

abr-85

jul-83

fev-84

dez-82

out-81

mai-82

ago-80

mar-81

jan-80

jun-79

abr-78

nov-78

-25

M-7

Figura 57: Recalques e taxas de recalque na seo 2

Recalques na Seo 3
0,01 cm/ms

-2

<0,00 cm/ms

-6

0,03 cm/ms

18 ano

Provvel erro de referncia

-4

0,02 cm/ms
0,01 cm/ms

-8
0,05 cm/ms

0,01 cm/ms

0,03 cm/ms

8 ano

-14

0,06 cm/ms

5 ano

-12

0,03 cm/ms

1 ano operao

Fim do enchimento

-10

0,02cm/ms

M-8

M-9

M-10

Figura 58: Recalques e taxas de recalque na seo 3

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

mar-95

ago-94

jan-94

jun-93

nov-92

set-91

abr-92

fev-91

jul-90

dez-89

out-88

Data da Leitura

mai-89

ago-87

mar-88

jan-87

jun-86

nov-85

set-84

abr-85

fev-84

jul-83

dez-82

out-81

mai-82

ago-80

mar-81

jan-80

jun-79

abr-78

-16
nov-78

Recalque (cm)

0,01cm/ms

M-11

143

Recalques na Seo 4
0,01 cm/ms

<0,00cm/ms

<0,00 cm/ms

-2
0,01 cm/ms

-4
-6

0,03 cm/ms
0,02 cm/ms

0,02cm/ms

M-12

M-13

M-14

out-95

mai-96

mar-95

jan-94

ago-94

jun-93

nov-92

set-91

abr-92

jul-90

fev-91

dez-89

out-88

Data da Leitura

mai-89

ago-87

mar-88

8 ano
jan-87

nov-85

set-84

abr-85

jul-83

fev-84

dez-82

out-81

mai-82

ago-80

mar-81

jan-80

jun-79

abr-78

-14
nov-78

18 ano

0,03 cm/ms

jun-86

-12

0,01 cm/ms

0,04 cm/ms

1 ano operao

-10

5 ano

-8

Fim do enchimento

Recalque (cm)

<0,00 cm/ms

0,01 cm/ms

M-15

Figura 59: Recalques e taxas de recalque na seo 4


Na barragem de terra e enrocamento de So Simo, Fonseca (2003) apresenta uma tabela que
evidencia que os marcos indicaram recalques na crista da barragem de terra e enrocamento
que variam de 40 a 67% do recalque total medido at 2003, fim do enchimento do
reservatrio. Os marcos superficiais registraram pequenos incrementos de recalque aps a
fase de enchimento do reservatrio (mdia de 0,115 cm/ano, em um perodo de 25 anos).
Na Barragem de Itaba, entre 26 e 57% dos recalques ocorreram at o fim do enchimento do
reservatrio e os incrementos de recalque aps a fase de enchimento do reservatrio variaram
de 0,05 a 0,6cm/ano em um perodo de 18 anos.
Deforma resumida, foi construdo o grfico apresentado na Figura 60, aonde possvel
analisar os recalques sofridos em cada perodo e o recalque acumulado por seo.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

144

Anlise dos Recalques da Barragem por Seo


16
Seo 2

Seo 1 - OE

Seo 4 - OD

Seo 3

14

Recalque (cm)

12
10
8
6
4
2
0
1

10

11

12

13

14

15

Marcos de Deslocamento
Fim ench.

1 ano

1 ao 3 ano

3 ao 5 ano

5 ao 8 ano

8 ao 18 ano

Figura 60: Recalques superficiais em 18 anos de operao Anlise


por Seo
O recalque superficial mximo sofrido no enrocamento de jusante da barragem foi de 15,23
cm, no marco 8, localizado na crista da barragem no centro direito, o que representa 0,17% da
altura da barragem. As sees que mais recalcaram foram as do centro da barragem (sees 2
e 3), sendo as mesmas de maior espessura. A seo que mais recalcou foi a 3, onde se localiza
a antiga calha do rio, sendo, provavelmente o motivo pelo qual foi a seo que mais se
deslocou horizontalmente.
A seo 1, apoiada na ombreira esquerda recalcou muito pouco, enquanto junto ombreira
direita, recalcou tanto quanto a seo 2, localizada sobre a antiga galeria de desvio do rio.
Na barragem de Emborcao, Divino (2010) relata que, na seo central da barragem (estaca
10), o recalque no perodo ps-construtivo chegou a 1m na cota 635 (berma no tero superior
da barragem), que representa 0,6% da altura da barragem com 158m. O enrocamento foi
compactado em camadas de 0,6m, 0,9m e 1,2m de espessura com 4 passadas de rolo
vibratrio de 9 toneladas. Nas zonas exteriores, os grandes blocos foram lanados em
camadas de 2,4m de espessura sem compactao.
A autora acredita que a compactao dos enrocamentos sem molhagem tenha sido um dos
fatores que contribuiu significativamente para os recalques por colapso, especialmente dos
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

145

enrocamentos de montante, quando do enchimento do reservatrio. A suspeita no foi


confirmada numericamente, mas a autora sugere que uma maneira de verific-la seria por
meio da construo de aterros experimentais. Conforme realizado na barragem de Miranda
(CEMIG), possvel comprovar que a molhagem dos enrocamentos, durante a construo,
antecipa as deformaes reduzindo-as nas fases de enchimento e operao,
Na barragem de Itaba, o aterro exeperimental no enrocamento foi executado, conforme
descrito no item 4.4.5 desta dissertao. Com os resultados desse experimento e de ensaios de
laboratrio, os projetistas determinaram que as camadas de compactao do enrocamento
seriam de 80cm e o enrocamento deveria ser molhado antes da execuo.
Os pequenos recalques sofridos podem ser o resultado das diversas pesquisas e ensaios
realizados para aplicao de boas tcnicas construtivas na Barragem de Itaba. Isto pode ser
comprovado nas inspees visuais de campo, onde no se observam fissuras devido a
recalques e deslocamentos excessivos.

6.4.3 Anlise dos deslocamentos Horizontais no enrocamento de jusante


Os deslocamentos superficiais horizontais so dados por coordenadas X-Y em leituras
realizadas de 27/03/1978 (fim do perodo construtivo) 01/08/1983 (5 ano de operao). O
clculo do deslocamento foi feito atravs de trigonometria bsica, onde a distncia entre dois
pontos dada pela equao:

D AB = ( x 2 x1 ) 2 + ( y 2 y1 ) 2 x 100 (unidade: centmetro)

Para o comparativo dos dados de Itaba, considerou-se:


X1 = Coordenada x com reservatrio vazio (em 27/03/1978)
X2 = Coordenada x na data da leitura analisada
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

146

Y1 = Coordenada ycom reservatrio vazio (em 27/03/1978)


Y2 = Coordenada y na data da leitura analisada
Com estes dados calculados (ver anexo II) , foi possvel plotar grficos de deslocamento
horizontal da barragem comparando a posio inical, antes do enchimento do reservatrio, de
cada marco com a nova posio aps o enchimento do reservatrio e nos 5 anos seguintes. As
Figura 61 a Figura 64 apresentam estes deslocamentos superficiais em cada seo da
barragem.
Conforme se observa nos grficos apresentados, os deslocamentos no estavam estabilizados
quando as leituras foram suspensas em 1983. Os deslocamentos parecem ter se estabilizado
no 2 e 3 ano de operao, porm, a partir do 4 ano, as movimentaes foram expressivas e
variaram no sentido montante e jusante, dependendo do ponto monitorado.
Apesar da intensa pesquisa em toda a documentao referente barragem de Itaba, no se
encontrou explicao porque em novembro de 1981 as coordenadas de todas as leituras
anteriores a esta data foram modificadas. O mais interessante que, exatamente a partir desta
data, as leituras indicaram movimentao mais expressiva da estrutura, que pareciam j
estarem estabilizadas, no perodo de novembro de 1979 a novembro de 1981.

Deslocamento do marco em relao


a 1 leitura (reserv. vazio) - Seo 1
9

200

180

Aparente

160

estabilizao dos

140

deslocamentos
120

1 enchimento

5
4
3

100
80
60

40
2 ano
operao

1 ano
operao

3 ano
operao

4 ano
operao

5 ano
operao

20
0

Data da Leitura

NA reserv.

Figura 61: Deslocamentos dos marcos 1 a 3 Seo 1 da Barragem de


Itaba
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

jul-83

mai-83

jan-83

M-3

mar-83

nov-82

jul-82

M-2

set-82

mai-82

jan-82

M-1

mar-82

nov-81

jul-81

set-81

mai-81

jan-81

mar-81

nov-80

jul-80

set-80

mai-80

jan-80

mar-80

nov-79

jul-79

set-79

mai-79

jan-79

mar-79

nov-78

set-78

jul-78

mai-78

Nvel do Reservatrio (m)

2 enchimento

mar-78

Deslocamento (cm)

147

Deslocamento do marco em relao


a 1 leitura (reserv. vazio) - Seo 2
14

200
180

10
8

160

estabilizao dos

140

deslocamentos
120

6
4

100
80
60

Nvel do Reservatrio (m)

2 enchimento

Aparente

1 enchimento

Deslocamento (cm)

12

40
2

2 ano
operao

1 ano
operao

3 ano
operao

4 ano
operao

5 ano
operao

20

Data da Leitura

M-4

M-5

jul-83

mai-83

jan-83

M-7

mar-83

nov-82

jul-82

M-6

set-82

mai-82

jan-82

mar-82

nov-81

jul-81

set-81

mai-81

jan-81

mar-81

nov-80

jul-80

set-80

mai-80

jan-80

mar-80

nov-79

jul-79

set-79

mai-79

jan-79

mar-79

nov-78

set-78

jul-78

mai-78

0
mar-78

NA reserv.

Figura 62: Deslocamentos dos marcos 4 a 7 Seo 2 da Barragem de


Itaba

Deslocamento do marco em relao a


1 leitura (reserv. vazio) - Seo 3
14

200
180
2 enchimento

160
140

Aparente

120

estabilizao dos

100

deslocamentos

80

1 enchimento

8
6
4

60
40

2 ano
operao

1 ano
operao

3 ano
operao

4 ano
operao

5 ano
operao

20

Data da Leitura

M-8

M-9

M-10

M-11

Figura 63: Deslocamentos dos marcos 8 a 11 Seo 3 da Barragem


de Itaba
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

jul-83

mai-83

mar-83

jan-83

nov-82

set-82

jul-82

mai-82

mar-82

jan-82

nov-81

set-81

jul-81

mai-81

mar-81

jan-81

nov-80

set-80

jul-80

mai-80

mar-80

jan-80

nov-79

set-79

jul-79

mai-79

mar-79

jan-79

nov-78

set-78

jul-78

mai-78

NA reserv.

Nvel do Reservatrio (m)

10

mar-78

Deslocamento (cm)

12

148

Deslocamento do marco em relao a


1 leitura (reserv. vazio) - Seo 4

2 enchimento

7
6
5

180

estabilizao dos

160

deslocamentos

140
120
100

1 enchimento

Deslocamento (cm)

Aparente

4
3

80
60

Nvel do Reservatrio (m)

200

10

40
2 ano
operao

1 ano
operao

3 ano
operao

4 ano
operao

5 ano
operao

20

Data da Leitura

M-12

M-13

M-14

jul-83

mai-83

jan-83

M-15

mar-83

nov-82

jul-82

set-82

mai-82

jan-82

mar-82

nov-81

jul-81

set-81

mai-81

jan-81

mar-81

nov-80

jul-80

set-80

mai-80

jan-80

mar-80

nov-79

jul-79

set-79

mai-79

jan-79

mar-79

nov-78

set-78

jul-78

mai-78

0
mar-78

NA reserv.

Figura 64: Deslocamentos dos marcos 12 a 15 Seo 4 da Barragem de Itaba

Este um dado histrico importante, cuja explicao no foi registrada ou esta extraviada,
demonstrando a importncia do registro dos fatos para consulta e anlise das futuras geraes
de engenheiros.
A direo e magnitude dos deslocamentos superficiais totais sofridos pela barragem no
perodo at 90 dias aps o fim do enchimento do reservatrio e aps 5 anos de operao so
representadas na Figura 65.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

149

Figura 65: Direo e magnitude dos deslocamentos mximos em 5


anos de operao
Para anlise visual, foram confeccionados grficos de barras comparando os seguintes
deslocamentos:
a) Posio da barragem com o reservatrio vazio (01/04/1978) versus posio 90
dias aps 2 enchimento do reservatrio. O prazo de 90 dias foi adotado para
que os deslocamentos devido sobrecarga do enchimento do reservatrio
estivessem estabilizados;
b) Posio da barragem com o reservatrio vazio (01/04/1978) versus Mxima
leitura entre o 1 ao 5 do incio de operao da barragem
Deste comparativo resultou a Tabela 34, onde so apresentados os deslocamentos acumulados
nos perodos descritos acima e os grficos de barra apresentados na Figura 66, comparando os
deslocamentos por seo da barragem.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

150

Tabela 34: Deslocamentos acumulados no enchimento do reservatrio


em 5 anos de operao
Marco

Fim do 2 enchim.

M-1
M-2
M-3
M-4
M-5
M-6
M-7
M-8
M-9
M-10
M-11
M-12
M-13
M-14
M-15

4,35
3,92
4,12
5,23
10,35
6,34
2,32
7,76
6,62
6,39
3,33
4,42
4,52
3,49
3,65
MDIA

Deslocamento Acumulado (cm)


Percentual do recalque
Mx. em 5 anos
total em 5 anos
70%
6,2
50%
7,8
70%
5,9
54%
9,7
78%
13,2
79%
8,0
44%
5,3
69%
11,3
50%
13,3
66%
9,7
57%
5,8
51%
8,6
48%
9,4
52%
6,7
73%
5,0
61%

Data
10/06/1983
22/06/1982
01/08/1983
01/08/1983
01/08/1983
18/01/1982
10/06/1983
10/06/1983
01/08/1983
22/06/1982
01/08/1983
10/06/1983
10/06/1983
01/08/1982
18/01/1982

O mximo deslocamento registrado no talude de jusante foi nos marcos 5 e 9, localizados no


tero mdio superior no centro esquerdo (sobre a antiga galeria de desvio do rio) e no centro
da barragem. O deslocamento total foi de 13,2 cm e 13,3cm, medido at o 5 de operao da
barragem.
A seo em que foram registrados os maiores deslocamentos foi a 3, localizada exatamente na
estaca 12, seo central da barragem e antiga calha do rio (a mais alta).
Grande parte dos deslocamentos ocorreu durante o 2 enchimento do reservatrio, em mdia,
60% do deslocamento total medido. Os outros 40% ocorreram ao longo de 5 anos.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

151

Anlise dos Deslocamentos da Barragem por seo


14,0

Seo 1

Seo 3

Seo 2

Seo 4

12,0

Deslocamento (cm)

10,0

8,0

6,0

4,0

2,0

0,0

M-1

M-2

M-3

M-4

M-5

M-6

M-7

M-8

M-9

M-10

M-11

M-12

M-13

M-14

M-15

Marcos de Deslocamento

Deslocamento aps 2 enchimento

Deslocamento mximo em 5 anos de operao

Figura 66: Deslocamento acumulado nos primeiros 5 anos de


operao
Com estes dados, possvel se obter a velocidade mdia dos deslocamentos horizontais da
barragem conforme apresentado na Tabela 35.

Tabela 35: Velocidade mdia dos deslocamentos horizontais


Marco
M-1
M-2
M-3
M-4
M-5
M-6
M-7
M-8
M-9
M-10
M-11
M-12
M-13
M-14
M-15
Mdia

Velocidade mdia do deslocamento da barragem (cm/ms)


2 enchim. at 90 dias aps
Mx. em 5 anos
1,42
0,03
1,28
0,09
1,34
0,03
1,71
0,08
3,37
0,05
2,07
0,04
0,76
0,05
2,53
0,06
2,16
0,12
2,08
0,07
1,09
0,04
1,44
0,07
1,47
0,09
1,14
0,06
1,19
0,03
1,7
0,06

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

152

As velocidades dos deslocamentos reduziram significativamente aps o segundo enchimento


do reservatrio e este pode ter sido o motivo pelo qual as leituras dos deslocamentos
horizontais foram suspensas em 1983. Apesar disso, o monitoramento dos deslocamentos
deve ser retomado, principalmente atravs das leituras dos inclinmetros, que medem
deslocamentos cisalhantes entre camadas da barragem.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

153

CONCLUSO

A confiabilidade na anlise dos resultados apresentados pela instrumentao de uma barragem


determinada pela garantia da qualidade de sua instalao e manuteno, acompanhamento
de seu comportamento durante o primeiro enchimento do reservatrio e correta interpretao
dos dados de leitura durante toda a vida do empreendimento.
A conservao do acervo tcnico dos projetos, das leituras, do histrico de cada instalao,
bem como dos relatrios de acompanhamento do perodo construtivo, enchimento do
reservatrio e primeiros anos de operao de extrema importncia para as anlises
comparativas de comportamento ao longo da vida til da estrutura.
A recuperao, organizao e anlise deste acervo tcnico para a Barragem de Itaba fez parte
do estudo desenvolvido nesta dissertao de mestrado. Ao final deste trabalho, possvel
afirmar que o objetivo principal desta dissertao foi atingido. O banco de dados composto
por mais de 10.000 dados de leitura da instrumentao ativa da barragem foi montado e
analisado, o que permitiu o estabelecimento de um referencial do comportamento da estrutura
ao longo dos 35 anos de operao. Estes dados esto hoje organizados em planilhas
eletrnicas organizados de forma cronolgica permitindo que diagnsticos mais objetivos da
segurana da barragem possam ser realizados, o que no estava ocorrendo.

7.1

CONCLUSES QUANTO S PERCOLAES E PRESSES NA

BARRAGEM DE ITABA
Foi observado que as vazes medidas atravs dos drenos de fundao da barragem reduziram
pela metade desde o primeiro ano de operao da barragem at o final de 2013. Apesar disso,
os piezmetros tipo Casagrande (denominados PJ), instalados para verificar o comportamento
do sistema de drenagem jusante, praticamente no sofreram alterao da cota piezomtrica
desde o segundo enchimento do reservatrio. Isto pode ser um indicativo de que a
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

154

permeabilidade da fundao diminuiu no perodo, o que um resultado de grande interesse


tcnico.
Estes dados comparativos das vazes dos drenos e dos piezmetros mostram que o sistema de
drenagem da fundao da barragem apresenta bom desempenho e a linha fretica medida
pelos piezmetros (e a rede de fluxo associada) est estabilizada desde 1987.
De qualquer forma, dada a importncia destas medidas, recomenda-se a lavagem dos drenos e
piezmetros e execuo de ensaios de recuperao de nvel dgua, com o intuito de verificar
eventuais problemas de colmatao do sistema de drenagem, possibilitando a reavaliao da
do conjunto das medidas e um aumento da confiabilidade dos resultados, incluindo anlises
da estabilidade da barragem perante as condies operacionais atuais.
Existem regies da fundao da barragem que historicamente sempre apresentaram alta
permeabilidade. Estas regies esto localizadas junto ao p da estrutura (antigo leito do rio) e
na ombreira direita, entre as cotas 120 e 130, onde existe uma falha geolgica na rocha
(informao resgatada do cruzamento de informaes de projeto e relatrios de obra). Neste
ponto h uma surgncia que, atualmente, monitorada. No material histrico da Barragem de
Itaba, descobriu-se que no local onde existe esta surgncia estava projetada a insero de
drenos complementares que, por algum motivo, no foram instalados. Portanto, as razes da
surgncia esto esclarecidas e seu monitoramento tornou-se rotina normal de inspeo, no
apresentando dados preocupantes.
Quanto ao sistema de drenagem interno (filtro inclinado e vertical), constatou-se que as
medidas de vazes totais tem forte influncia da pluviometria, mas foi possvel concluir que
as vazes j reduziram 1/3 quando comparado com a infiltrao que ocorria logo aps o
segundo enchimento do reservatrio. Esta reduo, relacionada a mudanas das caratersticas
de permeabilidade do macio e da fundao, pode ter sido provocada pela reduo dos
caminhos preferenciais de percolao ou colmatao dos mesmos. Outra alternativa seria a
colmatao dos prprios filtros. Isto deveria ser verificado por um aumento de presso no
macio ou no prprio filtro. Infelizmente os piezmetros ali instalados no esto operacionais
desde 1996 e sua anlise no foi objeto desta dissertao.
Portanto, no possvel se fazer anlise conclusiva quanto ao comportamento das percolaes
atravs do macio e fundao da barragem. Para isto, ser necessrio estudo de retroanlise
das linhas de fluxo e clculo da estabilidade atravs das leituras dos piezmetros tipo G (filtro
Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

155

e macio) at o ano em que estavam funcionais, sendo este trabalho descrito nas sugestes
para estudos futuros.
As percolaes especficas que ocorrem na barragem de Itaba comparadas com outras
barragens brasileiras de caractersticas semelhantes indicam que o comportamento est dentro
da mdia normal (2,3 l/min/m), caracterizando, portanto, o bom funcionamento da
impermeabilizao feita atravs de 3 campanhas de injees de calda de cimento na rocha de
fundao durante a construo.
Quanto ao comparativo das previses de percolao pela barragem e fundao estimadas no
projeto e as percolaes que realmente ocorreram em 30 anos de operao, observou-se que
no foram compatveis. Enquanto o projeto previa que as percolaes totais seriam de 405,7
l/min, na realidade foram de 1.800 l/min no primeiro ano de operao decrescendo para 930
l/min medido em dezembro de 2013.

7.2

CONCLUSO QUANTO AOS DESLOCAMENTOS NA BARRAGEM

DE ITABA
7.2.1 Recalques no ncleo:
A barragem de Itaba esta estabilizada quanto aos recalques do ncleo.
At o fim do perodo construtivo, 92,8% dos recalques totais da barragem, isto 101,75cm,
j haviam ocorrido. No enchimento do reservatrio, a barragem recalcou mais 2% em relao
ao recalque total (recalcou mais 2,2cm). Os recalques do ncleo estabilizaram entre o 5 e 10
ano de operao da barragem, isto , desde 1988 a barragem no apresenta recalques
significativos (taxas inferiores a 0,015cm/ano).
O recalque total de Itaba foi de 109,6cm que representa 1,2% da altura da seo aonde o
medidor de recalque KM esta instalado (92m), compatvel com o comportamento de outras
barragens brasileiras analisadas, cujos recalques foram entre 0,4 e 1,9%.
Quando se compara este valor com a previso de recalque feita atravs de ensaios
edomtricos (6,04m), observou-se que o erro de estimativa foi de 5,5. Porm, aps a coleta de
dados simulados a partir de ensaios com blocos indeformados durante o perodo construtivo e

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

156

a confeco de anlise feita atravs de programa de elementos finitos (1973), esta estimativa
se aproximou do recalque que realmente ocorreu, decrescendo o erro para 2 vezes (2,18m).
O medidor de recalque KM foi muito til durante a fase de construo e enchimento do
reservatrio, mas, atualmente, apresenta comportamento estabilizado sugerindo-se, portanto,
que suas leituras sejam feitas semestralmente (atualmente so mensais).

7.2.2 Deslocamentos do enrocamento jusante


A anlise comparativa do comportamento dos marcos de deslocamento superficial foi
prejudicada pela alterao do mtodo de clculo que era utilizado nos levantamentos
topogrficos antigos e os que so utilizados atualmente. As anlises dos deslocamentos atuais
no podem ser feitas por falta de preciso e confiabilidade nos levantamentos utilizando um
aparelho inadequado, por isso, desde 2012 as leituras esto suspensas.
A anlise ficou, ento, restrita desde o segundo enchimento do reservatrio at os 5 primeiros
anos de operao para os deslocamentos superficiais horizontais , que foram suspensos aps
este perodo e aos 18 anos de operao quanto ao acompanhamento dos recalques superficiais.
Quanto aos deslocamentos horizontais, foi possvel verificar que 60% dos deslocamentos
totais ocorreram at o fim do enchimento do reservatrio, com velocidade mdia de 1,7
cm/ms. O restante ocorreu ao longo dos primeiros 5 anos de operao da barragem, com
velocidade mdia decrescendo para 0,06 cm/ms. O deslocamento mximo foi identificado no
marco localizado na seo de maior altura da barragem no tero mdio superior, num total de
13,3cm desde o 2 enchimento do reservatrio.
Os marcos da crista prximos s ombreiras indicaram uma movimentao em direo ao
centro da estrutura e os localizados no p moveram-se para fora, em direo s respectivas
ombreiras. Os marcos instalados no centro da barragem indicaram movimentao
praticamente retilnea para a jusante.
Quanto aos deslocamentos verticais (recalques) jusante da barragem, cerca de 80% dos
recalques superficiais ocorreram at o 5 ano de operao, com velocidade mdia de 0,05
cm/ms, e no 8 ano j haviam ocorrido 90% dos recalques totais. Entre o 8 e 18 ano de
operao, a velocidade mdia de deslocamento reduziu para 0,01cm/ms.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

157

Os maiores recalques foram identificados na crista da barragem (15,23cm) e os menores


foram na berma inferior (1,89cm), no perodo entre o 2 enchimento do reservatrio e o
encerramento das leituras em 1996. A seo que mais recalcou est localizada na maior altura
da barragem, antiga calha do rio e a que menos recalcou foi junto ombreira esquerda, seo
de menor altura.
Com isto, conclui-se que a Barragem de Itaba esta estabilizada quanto aos deslocamentos
verticias e horizontais, mas isso no significa que este tipo de monitoramento no deva ser
mais executado.
Aps esta anlise histrica das leituras de deslocamentos superficiais, percebe-se a
importncia da retomada e manuteno deste tipo de monitoramento. Embora a alterao de
rochas ocorra em geral em escalas de tempo de centenas a milhares de anos, em alguns casos
alteraes significativas tambm podem ocorrer num intervalo muito menor quando certas
rochas vulcnicas ficam expostas s condies climticas sem tenso (superfcie). Reaes
nos minerais da rocha podero provocar alteraes qumicas e fsicas no enrocamento.
A alterao da rocha poder interferir na resistncia ao fraturamento, reduzindo o
imbricamento entre as partculas tornando o enrocamento mais deformvel e menos resistente.
A alterao superficial dos minerais da rocha e a fragmentao dos blocos do enrocamento
diminuem o tamanho das partculas induzindo o rearranjo da nova estrutura, o que pode
provocar grandes deformaes no enrocamento. Por causa disso, a continuidade do
monitoramento dos deslocamentos superficiais de uma barragem de terra e enrocamento deve
ser contnuo mesmo aps muitos anos de operao. Na barragem de Itaba, este
monitoramento dever ser retomado atravs da leitura dos marcos superficiais e dos
inclinmetros.

7.3

SUGESTES PARA FUTURAS PESQUISAS

Como principal sugesto para pesquisa futura, recomenda-se a aplicao da metodologia


adotada nesta dissertao de mestrado a outras barragens em situao semelhante Itaba,
cuja documentao histrica esta disponvel mas no foi explorada. Com a implantao da lei
federal 12.334/2010 obrigatrio o monitoramento de barragens de mdio e grande porte
atravs de inspees, para isto, imprescindvel que o engenheiro consultor tenha um

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

158

referencial de comportamento da estrutura e acesso total aos dados histricos apresentados de


maneira que as anormalidades sejam de fcil identificao.
Com relao, especificamente, ao estudo de caso apresentado, sugerem-se as seguintes
pesquisas futuras, que podem ser estendidas para outras barragens com documentao
disponvel e caractersticas semelhantes Itaba:
a) Transferir para planilhas eletrnicas os dados dos piezmetros pneumticos
(denominados G) numa tentativa de esboar a rede de fluxo e determinar a
relao Kh/Kv, fazendo um comparativo com as rede de fluxo propostas
durante a confeco do projeto. Com isto, provavelmente, poder ser
identificado se ocorreu colmatao do filtro at 1996, data da ltima leitura
destes instrumentos;
b) Estudar a relao pluviometria versus vazo do filtro monitorada pelo medidor
de vazo MV-7, determinando assim qual a real contribuio apenas do filtro
da barragem e qual a contribuio da chuva na vazo final medida;
c) Relacionar a variao do nvel do reservatrio com a alterao na leitura da
instrumentao jusante da barragem (presso, drenagem), para tanto, as
leituras dos medidores de vazo, piezmetros e nvel do reservatrio devem ter
a frequncia aumentada;
d) Verificar os padres de estabilidade da barragem face aos critrios atuais de
clculo utilizando os dados da instrumentao para determinao do
coeficiente de segurana da estrutura;
e) Analisar o comportamento das movimentaes da barragem atravs da leitura
dos inclinmetros e caixas suecas e correlacionar estes resultados com as
leituras dos marcos topogrficos e medidor de recalque KM;
f) Determinar os mdulos de deformabilidade nas diversas fases da barragem e
deformabilidade dos materiais utilizados;
g) Dispor de alguns referenciais mximo e mnimos da instrumentao ativa para
caracterizar limites de comportamento normal, ateno e alerta quanto a
segurana da barragem;

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

159

h) Aplicar estudo semelhante ao descrito nesta dissertao na instrumentao do


vertedouro da Barragem de Itaba garantindo assim a segurana global do
empreendimento.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

160

REFERNCIAS
GUAS, M. F. F.; GUEDES, Q. M.; BASTOS, J. T. Processos e resultados da auscultao

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de Barragens. 2009. 160 f. Dissertao de Mestrado Escola Politcnica, Universidade de


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VICENTE, G.; KUPERMAN, S.; LOPES, W.; REIS, F. Metodologia para priorizao da

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Dissertao de Mestrado Faculdadede Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo,
Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

Segurana de Barragens: Anlise da Instrumentao da Barragem de Itaba

ANEXOS

ANEXO I Descrio dos Derrames


baslticos no local da Barragem de Itaba

N derrame /
Contatos

Tipo de Material

Espessura

Elevao
aprox.de
ocorrncia

Derrame n 1

Constitudo por basalto denso. Apresentou, nos


ensaios de perda d'gua, valores geralmente
inferiores a 1 l/min.m .kg/cm2

Superior a
50m

Cota 63

Brecha
sobrejacente
ao derrame 1

Topo arentico

5m

Cota 69

Derrame n 2

Constitudo de basalto denso, sendo os 2 a 4m


superiores de basalto vesculo-amigdaloidal. Os
ensaios de perda d'gua resultaram em valores
inferiores a 1 l/min.m.kg/cm. Juntas-falhas que
se desenvolvem na parte densa dos derrames
representam caminhos preferenciais de
percolao, isto se evidencia claramente no
interior deste derrame, ombreira direita.

10 m

Cota 70 a
80

1m

Cota 83 a
85

Derrame 3

Constitudo por basalto denso da base ao meio, e


da ao topo por basalto amigdalide. Apresentou
baixos valores de perda d'gua, sendo, no entanto,
mais permevel no contato com o derrame 4
superior

10 m

Cota 80 a
90

Camada entre
os derrames 3
e4

Brecha descontnua. Apresentou comportamento


varivel quanto perda d'gua

5m

Cota 90 e
95

Derrame 4

Parcialmente erodido, constitui o leito e margem


do rio. Nessa zona, superficialmente e
principalmente na margem esquerda, apresentou
elevados valores de perda d'gua. Nas ombreiras
apresentou, em alguns pontos, perdas d'gua em
geral inferiores a 1 l/min.m .kg/cm2. No seu topo,
quando em contato direto com o derrame 5, os
valores de perda d'gua foram elevados.

18 m

Cota 90 e
110

Camada entre
os derrames 2
e3

Constituda por arenito e brecha arentica,


caracterizadas por perdas d'gua muito elevadas.
Mesmo nos pontos onde a camada inexiste, o
contato extremamente permevel. Isto , em
torno da cota 85m h um caminho de percolao
preferencial e os valores de perda d'gua, na sua
maioria, resultaram em valores superiores a 3
l/min.m.kg/cm para baixas presses.

N derrame
/ Contatos

Camada
entre os
derrames 4 e
5

Derrame 5

Camada
sobrejacente
ao derrame 5

Camada
entre
derrames 5 e
6

Tipo de Material
Camada extensa de brecha interrompida,
predominantemente basltica. O contato da brecha com
o derrame superior apresentou-se francamente
permevel quando ocorria prximo superfcie
(ombreiras da Barragem) e pouco permevel quando
ocorria em profundidade. De uma maneira geral os
primeiros metros da fundao da Barragem eram
bastante permeveis e em mais extenso e
profundidade na margem e ombreira esquerda.
Juntamente com o derrame 4, apresenta-se subhorizontal na margem direita da Barragem
mergulhando ligeiramente em direo ao leito do rio.
Alm das perdas d'gua elevadas, quando prximo
superfcie, apresenta outro horizonte preferencial de
percolao ocorrendo nas cotas 125 m na margem
direita e 120 m na margem esquerda, trata-se de um
horizonte mais fraturado dentro do basalto denso,
sendo provavelmente uma junta-falha.
Camada extensa e contnua, em toda a rea, de arenito
e/ou brecha arentica , o primeiro geralmente no topo.
O topo desta camada muito permevel em
praticamente todos os pontos sondados, com valor de
perda dgua superiores a 3 l/min.m.kg/cm2. Trata-se
de outra passagem preferencial d'gua em torno da cota
140m , no contato do arenito com o derrame 6
Anloga ao derrame 6, neste ponto com perda d'gua
superior a 3 l/min.m .kg/cm2 em todo o trecho.

Espessura

Elevao
aproximada
de
ocorrncia

at 4 m

Cota 110

20 a 30 m

Mdia cota
112 m

Mdia 3m

Varia entre
138 m e 142
m

8m

152m

Derrame pouco espesso, constitudo, principalmente,


5m
Cota 140
de basalto micro-vesicular e vesicular.
Constitudo, principalmente, por basalto denso. Nas
ombreiras da barragem onde aflora, muito fraturado e
Cota 150 a
Derrame 7
15 a 20 m
apresenta elevadas perdas d'gua, em toda sua
170
profundidade na ombreira esquerda
Constituda de brecha basltica, brecha arentica e
Camada
arenito. O topo da camada em geral arenito. A
entre os
Cota 170 a
permeabilidade varivel. O contato do arenito com o
22 m
derrames 7 e
190
derrame 8, quando existente (em muitos locais foi
8
erodido), permevel.
Constitui o topo dos morros e encontra-se parcialmente
erodido. No local da Barragem , onde aflora na
margem direita, encontra-se muito fraturado
Cota 180
Derrame 8
constituindo quase uma cascalheira. constitudo
15 m
195
basicamente de basalto denso fraturado no tendo sido
possvel a realizao de ensaios de perda d'gua no
mesmo
Fonte: Relatrio 314-3200 Aspectos geomecnicos e tratamento das fundaes em Itaba
(Signer,1975)
Derrame 6

ANEXO II - Planilhas

Leitura e grficos dos poos de Alvio

LEITURA DOS POOS DE ALVIO DA BARRAGEM DE ITAUBA

Data da
Leitura
Cota do
Reserv.
Nome do
Dreno
PA 01
PA 02
PA 03
PA 04
PA 05
PA 06
PA 07
PA 08
PA 09
PA 10
PA 11
PA 12
PA 14
PA 15
PA 16
PA 17
PA 17A
PA 03A
PA 18
PA 18A
PA 19
PA 19A
PA 20
PA 20A
PA 21
PA 22
PA 23
PA 24
PA 25
PA 26
PA 27
PA 28
PA 29
PA 30
PA 31
PA 32
PA 33
PA 34

5/3/78

30/3/78

1/4/78

3/4/78

4/4/78

6/4/78

8/4/78

10/4/78

12/4/78

14/4/78

17/4/78

19/4/78

21/4/78

24/4/78

DADOS DO DRENO

DATA DA 1 COTA DE COTA DE PROFUNDIDA


LEITURA BOCA (m) FUNDO (m)
DE (m)
30/03/78
30/03/78.
30/03/78
08/05/78
19/04/78
12/04/78
30/03/78
05/03/78
05/03/78
05/03/78
05/03/78
05/03/78
30/03/78
30/03/78
30/03/78
30/03/78
30/06/78
30/06/78
30/03/78
30/06/78
05/03/78
30/06/78
05/03/78
22/05/78
05/03/78
05/03/78
05/03/78
05/03/78
05/03/78
05/03/78
05/03/78
30/03/78
12/04/78
08/04/78
08/04/78
30/03/78
05/03/78
05/03/78

177,73
176,66
175,43
165,20
157,02
152,39
137,93
133,42
127,67
121,67
117,34
110,02
103,84
103,29
103,15
103,27
103,34
102,72
102,60
102,85
103,06
102,93
103,29
103,50
103,96
106,36
112,72
122,47
128,24
130,78
135,46
140,60
147,00
153,31
156,04
174,25
183,32
186,48

154,79
135,02
135,11
125,69
116,17
119,88
105,68
105,24
99,88
86,57
86,57
79,65
67,71
67,94
68,00
67,87
68,84
68,72
67,22
68,85
67,84
68,93
67,53
68,50
67,65
67,98
76,68
79,90
86,64
86,85
99,97
105,72
105,87
116,69
116,70
137,88
149,77
150,78

22,94
41,64
40,32
39,51
40,85
32,51
32,25
28,18
27,79
35,10
30,76
30,37
36,12
35,35
35,15
35,40
34,50
34,00
35,38
34,00
35,21
34,00
34,00
35,00
36,31
38,38
36,04
42,57
41,60
43,93
35,49
34,88
41,13
36,62
39,34
36,37
33,54
35,70

103,045

103,000

102,930

114,480

123,510

133,800

141,040

144,420

149,501

157,481

159,630

164,000

167,270

165,550

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,692
143,792
139,122

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,581
144,082
139,462

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,531
143,722
139,312

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,541
143,672
139,272

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,661
143,312
139,752

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,581
143,182
138,862

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,591
143,062
138,862

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,501
143,012
138,892

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,481
142,972
138,932

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
164,241
142,872
138,922

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,701
143,032
139,332

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,711
143,062
132,042

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,571
142,962
139,140

121,708
112,059
111,973
112,028
103,326
97,388
94,272
97,970
98,181
99,093
99,196

124,528
112,469
112,423
112,528
103,846
95,298
90,342
96,800
96,921
98,153
98,296

124,548
113,349
113,213
113,318
104,626
94,618
88,502
96,800
97,181
98,433
98,586

149,540
124,778
114,009
113,873
113,968
109,956
95,638
89,802
97,120
97,511
98,873
98,976

149,510
124,938
114,333
114,333
114,478
107,447
97,748
93,232
99,000
99,411
100,503
100,576

149,540
126,548
114,889
114,663
114,778
110,506
104,518
102,702
103,000
103,011
103,133
103,216

111,169
111,153
111,158
104,666
102,738
102,632
101,969
102,066
101,943
101,936

110,959
110,903
110,908
104,496
102,678
102,512

110,889
110,883
110,858
103,556
102,048
101,632

110,869
110,833
110,818
103,726
102,268
101,672

110,899
110,853
110,688
103,846
102,298
100,902

111,059
111,043
111,058
102,856
100,138
98,132

101,793
101,846

101,673
101,656

101,793
101,766

101,795
101,696

100,343
100,416

111,389
111,443
111,389
101,766
97,738
95,102
98,000
98,191
98,973
99,126

101,940

101,820

101,765

101,860

101,800

100,450

99,120

99,250

98,350

98,640

99,080

100,810

2,857

101,969

101,949

101,809

104,689

100,879

101,889

100,609

99,389

99,659

98,879

99,309

99,809

101,449

0,384

101,834

101,964

101,834

101,814

101,874

101,874

100,664

99,424

99,694

98,534

99,304

99,784

101,404

2,000

101,966
101,997
101,997
103,617
102,996
106,227
111,425

101,906
100,583
100,583
103,034
103,099
105,630
106,205
114,612

101,836
101,147
100,543
102,799
102,979
106,030
106,120
113,602

101,636
101,127
100,593

101,866
101,197
100,983
103,179
107,129
107,560
107,730
116,682

101,866
100,823
105,959
113,779
114,260
114,560
119,802

100,706
99,997
100,533
114,089
115,279
119,550
119,510
122,722

99,526
98,817
99,973
110,599
121,999
122,980
122,820
123,672

143,025
150,426
154,438

143,190
141,920
143,615
149,774
150,780

143,463
140,784
143,445
150,256
154,438

99,806
99,207
100,183
113,139
125,810
126,470
126,640
128,842
136,760
143,550
142,020
143,575
150,236
154,438

99,046
98,527
100,033
115,579
128,129
0,038
129,370
130,142
136,540
144,000
142,540
144,085
150,096
154,408

99,546
98,970
100,573
115,749
128,129
0,187
129,670
131,002
137,160
145,020
143,800
145,115
149,976
154,248

99,936
99,527
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115,949
128,129
0,256
129,900
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137,900
145,980
144,860
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154,398

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101,087
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116,119
128,129
0,333
130,010
132,252
138,590
146,880
145,980
147,125
151,516
154,438

103,476
103,167
104,183
116,319
128,129
0,333
130,530
132,982
139,470
147,710
146,770
147,915
151,216
154,758

111,222
111,219
104,012
102,569
102,540

151,047
156,137

144,705
151,246
150,775

147,505
150,856
150,775

145,065
150,976
150,775

LEITURA DOS POOS DE ALVIO DA BARRAGEM DE ITAUBA

Data da
Leitura
Cota do
Reserv.
Nome do
Dreno
PA 01
PA 02
PA 03
PA 04
PA 05
PA 06
PA 07
PA 08
PA 09
PA 10
PA 11
PA 12
PA 14
PA 15
PA 16
PA 17
PA 17A
PA 03A
PA 18
PA 18A
PA 19
PA 19A
PA 20
PA 20A
PA 21
PA 22
PA 23
PA 24
PA 25
PA 26
PA 27
PA 28
PA 29
PA 30
PA 31
PA 32
PA 33
PA 34

26/4/78

28/4/78

2/5/78

4/5/78

6/5/78

8/5/78

10/5/78

12/5/78

15/5/78

17/5/78

19/5/78

22/5/78

24/5/78

26/5/78

29/5/78

31/5/78

2/6/78

5/6/78

166,120

166,240

165,400

166,210

166,150

165,420

166,290

166,290

165,420

166,080

165,980

165,370

165,370

165,390

165,260

165,850

165,840

165,230

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,601
142,322
139,132

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,551
142,822
139,022

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,371
142,722
139,052

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,571
142,852
139,312

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,611
142,952
139,432

149,460
124,678
115,099
114,843
115,058
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102,642
0,095
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103,173
103,256

149,460
124,718
115,329
115,023
115,308
110,656
104,528
102,662
0,408
103,021
103,143
103,256

149,460
124,598
115,509
115,223
115,458
110,756
104,648
102,842
0,416
103,061
103,223
103,266

149,420
124,718
115,619
115,363
115,628
110,766
104,638
102,802
0,404
103,081
103,223
103,223

149,430
124,998
115,859
115,573
115,858
110,806
104,658
102,802
0,465
103,071
103,213
103,276

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,621
143,102
139,502
165,481
149,570
125,348
116,219
115,863
115,863
110,946
104,748
102,892
0,686
103,061
103,213
103,276

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,691
143,212
139,622
165,481
149,570
126,678
116,249
115,913
116,198
111,016
104,778
102,902
0,465
103,071
102,403
103,276

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,501
143,042
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149,450
125,348
116,139
115,863
116,098
110,906
104,708
102,842
0,454
102,711
103,230
103,276

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
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143,432
140,142
130,761
149,590
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116,193
116,888
111,876
104,858
102,882
0,392
102,711
103,223
103,286

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,811
143,462
139,702
130,681
149,560
125,778
116,359
116,033
116,318
111,126
104,718
102,872
0,408
103,051
103,203
103,266

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,791
143,542
139,682
130,741
149,570
125,578
116,369
116,053
116,308
111,096
104,748
102,872
0,370
103,061
103,213
103,260

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,561
143,502
139,632
130,601
149,590
125,318
116,229
115,923
116,088
111,026
104,748
102,872
0,344
103,051
103,203
103,266

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,511
143,502
139,542
130,581
149,460
125,118
116,139
115,823
116,058
111,006
104,688
102,812
0,384
103,051
103,203
103,266

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,461
143,422
139,572
130,481
149,460
125,008
116,059
115,753
116,008
110,976
104,688
102,832
0,384
103,061
103,203
103,426

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,621
143,402
139,832
130,651
149,540
125,078
116,189
115,893
116,138
111,056
104,768
102,892
0,408
103,051
103,203
103,256

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,491
143,112
139,652
130,571
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116,058
110,946
104,698
102,812
0,370
103,061
103,266
103,266

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,511
143,142
139,742
130,591
149,460
125,028
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115,833
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104,718
102,822
0,384
103,061
103,203
103,256

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,531
143,112
139,802
130,601
149,460
125,078
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2,857

3,333

2,857

2,857

2,857

2,857

3,333

3,333

3,333

3,333

3,333

2,857

2,857

2,857

2,857

2,857

2,857

2,857

0,392

0,384

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103,770

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103,733

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0,400

0,400

0,400

0,400

2,000

2,222

2,000

2,000

2,000

2,000

2,222

2,222

2,222

2,222

2,000

2,000

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102,659
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2,222
103,606
103,606
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149,860
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152,536
155,228

2,000
103,596
103,596
103,237
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0,350
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140,600
149,800
148,590
150,045
152,396
155,168

LEITURA DOS POOS DE ALVIO DA BARRAGEM DE ITAUBA

Data da
Leitura
Cota do
Reserv.
Nome do
Dreno
PA 01
PA 02
PA 03
PA 04
PA 05
PA 06
PA 07
PA 08
PA 09
PA 10
PA 11
PA 12
PA 14
PA 15
PA 16
PA 17
PA 17A
PA 03A
PA 18
PA 18A
PA 19
PA 19A
PA 20
PA 20A
PA 21
PA 22
PA 23
PA 24
PA 25
PA 26
PA 27
PA 28
PA 29
PA 30
PA 31
PA 32
PA 33
PA 34

7/6/78

12/6/78

15/6/78

19/6/78

22/6/78

26/6/78

29/6/78

3/7/78

6/7/78

10/7/78

13/7/78

18/7/78

19/7/78

21/7/78

24/7/78

28/7/78

2/8/78

4/8/78

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165,680

165,220

165,560

165,210

165,590

165,590

165,690

165,450

165,850

165,960

166,700

168,120

168,510

170,900

170,970

170,910

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,641
143,342
140,042
130,711
149,560
125,298
116,209
115,883
116,128
110,996
104,778
102,892
0,476
103,061
103,253
103,266

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,631
143,352
139,892
130,691
149,560
125,248
116,139
115,793
116,058
110,986
104,768
102,872
0,270
103,041
103,203
103,246

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,641
143,542
140,122
130,691
149,560
125,828
116,189
115,853
116,148
111,006
104,718
102,832
0,290
103,041
103,223
103,256

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,841
143,862
140,362
130,701
149,580
126,828
116,499
116,103
116,418
111,116
104,718
102,822
0,180
103,011
103,173
103,216

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,861
144,092
140,362
130,711
149,570
126,678
116,229
115,903
116,198
111,076
104,858
103,052
0,571
103,071
103,223
103,246

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,971
144,262
140,502
130,651
149,570
126,288
116,169
115,973
116,098
111,026
104,818
103,092
103,000
102,961
103,053
103,060

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,981
144,362
140,532
130,711
149,600
126,148
117,059
115,753
116,058
109,926
104,818
103,002
103,000
102,941
103,003
103,076

2,857

2,857

2,857

2,857

2,857

2,857

2,857

0,408

0,377

0,455

0,392

0,417

0,286

0,225

2,000
103,636
103,636
103,337
105,513
118,959
0,067
0,345
130,260
134,112
140,770
150,020
148,840
150,365
152,746
155,418

1,000
103,386
103,386
103,107
105,403
118,919
0,067
0,317
130,210
134,092
140,850
150,090
148,900
150,355
152,906
155,488

2,222
103,516
103,516
103,217
105,363
119,089
0,067
0,200
130,240
134,062
140,850
150,180
148,940
150,445
153,076
155,498

1,538
103,456
103,456
103,177
105,333
119,059
0,067
1,980
130,200
134,162
140,830
150,400
149,090
150,785
156,326
156,078

1,818
103,486
103,486
103,177
105,303
119,229
0,067
1,980
130,310
134,152
140,800
150,540
148,970
150,525
153,506
156,028

1,052
103,396
103,396
103,107
105,213
119,209
0,067
1,905
130,310
134,112
140,820
150,400
148,920
150,745
153,596
155,818

0,667
103,366
103,366
103,047
105,243
119,319
0,067
1,905
130,290
134,192
140,870
150,490
149,050
150,825
153,716
155,928

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,981
144,302
140,482
130,651
149,460
126,448
116,059
115,803
116,058
111,346
106,998
106,182
2,500
4,000
1,818
103,038
102,994
5,000
5,000
3,333
0,274
103,282
1,176
103,281
103,437
103,880
105,283
119,169
0,067
0,308
130,220
134,092
140,810
150,540
149,000
148,895
153,766
155,958

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,731
144,212
140,523
130,621
149,510
125,968
116,059
115,728
116,058
111,366
107,418
106,637
2,857
4,000
2,222
103,088
103,044
5,000
5,000
3,333
0,282
103,312
1,333
103,311
103,457
103,845
105,343
119,184
0,069
0,308
130,130
134,142
140,790
150,520
149,000
150,890
153,774
155,906

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,576
144,222
140,502
130,621
149,460
126,090
116,059
115,683
115,943
111,336
107,263
106,462
2,857
4,000
2,222
103,088
102,964
5,000
5,000
3,333
0,274
103,272
1,250
103,301
103,457
103,860
105,273
119,149
0,066
0,299
130,240
134,162
140,788
150,510
148,950
150,835
153,836
155,988

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,599
144,222
140,447
130,556
149,460
125,200
116,004
115,658
115,958
111,296
106,746
105,792
2,000
3,333
2,000
103,106
103,069
4,000
5,000
3,333
0,274
103,262
1,250
103,291
103,442
103,825
105,208
119,301
0,066
0,303
130,185
134,109
140,775
150,508
149,070
150,853
153,826
155,866

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,986
144,447
140,706
130,563
149,460
127,893
116,869
116,433
116,808
111,686
106,183
105,042
0,690
2,500
1,666
103,063
103,048
4,000
5,000
3,333
0,260
103,212
1,053
103,266
103,427
103,780
105,238
119,274
0,063
0,294
130,170
134,142
140,984
150,855
149,295
151,315
154,146
156,526

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,196
144,423
140,767
130,610
149,460
127,296
116,424
116,031
116,364
111,361
106,049
104,977
0,556
2,500
1,538
103,066
103,041
4,000
5,000
3,333
0,260
103,196
1,053
103,273
103,437
103,796
105,273
119,113
0,064
0,294
130,146
134,157
141,004
150,855
149,338
151,258
154,286
156,534

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,570
145,042
141,137
130,658
149,460
129,059
117,610
117,088
117,563
112,058
106,205
105,024
0,588
2,500
1,666
103,073
103,066
4,000
4,000
2,857
0,267
103,222
1,053
103,283
103,440
103,807
105,283
119,389
0,067
0,313
130,175
134,183
141,132
150,940
149,520
151,475
154,626
157,051

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,605
145,390
141,362
130,663
149,460
129,393
117,764
117,312
117,533
111,920
105,618
105,170
0,667
2,500
1,818
103,071
103,079
4,000
4,000
3,333
0,267
103,219
1,111
103,251
103,457
103,912
105,383
119,224
0,067
0,313
129,925
127,878
141,202
151,065
149,575
151,640
154,876
157,296

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,497
145,423
141,270
130,623
145,714
129,443
117,456
117,004
117,405
111,754
104,923
103,021
102,575
102,593
102,808
102,791
102,012
2,222
3,333
1,176
0,172
102,932
103,188
103,199
103,312
103,688
106,605
120,272
0,065
0,326
129,894
127,720
141,304
151,008
149,287
151,603
155,421
157,990

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,060
145,228
141,175
130,526
145,659
127,800
116,225
115,769
116,115
109,200
96,827
91,693
97,088
97,549
99,148
99,368
99,379
99,456
99,433
99,468
99,876
99,842
99,873
99,880
100,179
100,510
104,419
120,211
0,056
0,317
130,080
134,203
141,302
150,943
149,420
151,740
155,871
157,491

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,084
145,084
141,165
130,483
145,694
127,516
116,153
115,819
116,040
108,355
97,035
92,061
97,844
98,289
99,563
99,794
99,864
100,044
99,938
100,042
100,368
100,012
100,290
100,756
100,581
100,950
104,682
119,782
0,061
0,308
130,065
134,183
141,254
150,938
149,347
151,761
156,078
158,553

LEITURA DOS POOS DE ALVIO DA BARRAGEM DE ITAUBA

Data da
Leitura
Cota do
Reserv.
Nome do
Dreno
PA 01
PA 02
PA 03
PA 04
PA 05
PA 06
PA 07
PA 08
PA 09
PA 10
PA 11
PA 12
PA 14
PA 15
PA 16
PA 17
PA 17A
PA 03A
PA 18
PA 18A
PA 19
PA 19A
PA 20
PA 20A
PA 21
PA 22
PA 23
PA 24
PA 25
PA 26
PA 27
PA 28
PA 29
PA 30
PA 31
PA 32
PA 33
PA 34

7/8/78

10/8/78

15/8/78

17/8/78

21/8/78

23/8/78

25/8/78

28/8/78

30/8/78

6/10/78

11/10/78

17/10/78

7/11/78

23/11/78

14/12/78

21/12/78

5/1/79

12/1/79

170,910

170,920

172,960

173,710

175,210

176,640

178,050

179,000

180,060

183,570

182,960

182,620

182,420

183,880

182,130

182,340

183,290

183,540

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,837
144,888
141,145
130,443
145,674
126,968
116,013
115,637
115,955
108,303
97,180
92,216
98,173
98,502
99,873
100,083
100,089
100,044
100,178
100,282
100,579
100,410
100,548
100,566
100,811
101,237
104,837
119,897
0,060
0,303
130,052
134,172
141,334
150,931
149,284
151,803
156,243
158,654

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,499
144,945
141,365
130,617
145,722
128,797
117,266
116,774
117,183
108,313
97,375
92,306
98,003
98,289
99,728
99,923
99,964
100,005
100,053
99,980
100,475
100,291
100,421
100,461
100,687
101,128
104,847
119,952
0,068
0,027
130,109
134,263
141,394
151,017
149,337
151,890
156,572
158,831

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,349
144,896
141,233
130,611
145,642
128,518
116,527
116,161
116,453
110,485
97,235
92,081
97,776
98,109
99,548
99,751
99,814
99,838
99,808
99,852
100,315
100,102
100,263
100,266
100,537
100,990
104,697
119,832
0,058
0,308
130,082
134,293
141,411
151,018
149,437
152,073
156,818
158,851

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,488
145,093
144,545
130,548
145,778
129,393
116,320
115,953
116,261
108,955
97,251
92,021
98,024
98,327
99,713
99,943
99,961
100,003
100,069
100,036
100,459
100,337
100,481
100,476
100,752
101,150
104,797
119,772
0,060
0,308
130,077
134,302
141,545
151,114
149,621
152,194
157,180
159,146

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,045
144,937
141,380
128,513
145,732
128,848
116,098
115,891
116,170
108,378
97,300
92,283
97,283
98,584
99,908
100,103
100,079
100,213
100,775
100,185
100,634
100,439
100,588
100,620
100,892
101,325
104,861
119,822
0,057
0,323
131,047
134,318
141,544
151,103
149,827
152,391
161,628
159,531

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,897
144,918
141,455
130,548
145,724
129,323
116,289
115,949
116,244
108,109
97,335
91,909
98,506
98,819
100,317
100,498
100,534
100,608
100,628
100,627
101,217
100,916
101,127
101,169
101,579
102,360
105,143
119,799
0,059
0,323
130,071
134,372
141,530
151,084
149,649
152,468
157,900
159,721

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,987
144,848
140,775
130,713
145,789
129,463
116,523
116,044
116,380
108,470
97,445
91,963
98,967
99,341
100,871
101,028
101,004
101,126
101,116
101,150
102,467
101,498
101,798
101,993
102,496
103,533
105,552
119,762
0,059
0,339
130,005
134,306
141,569
151,120
149,749
152,615
158,273
159,984

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,187
145,043
141,704
130,746
145,789
129,531
116,553
116,279
116,640
108,580
96,435
89,021
99,228
99,626
100,943
101,258
101,334
101,337
101,361
101,376
102,645
101,772
102,018
102,263
102,957
103,780
105,959
120,152
0,059
0,339
130,077
134,503
141,722
151,215
149,831
153,038
158,988
160,476

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,397
145,028
141,731
130,671
145,804
129,553
116,933
116,473
116,833
108,508
96,635
89,234
98,773
99,748
101,048
101,348
101,417
101,588
101,388
101,412
102,795
101,780
102,078
102,332
103,037
103,948
105,891
120,145
0,059
0,339
131,652
134,435
141,643
151,245
149,807
153,113
159,180
160,611

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,429
146,278
142,817
130,713
145,886
130,784
117,045
116,651
117,022
109,412
97,127
90,021
99,508
99,989
101,389
101,555
101,614
101,681
101,621
101,632
0,157
102,004
102,335
102,662
103,565
104,370
106,205
120,629
0,038
0,357
130,152
134,186
139,529
151,754
146,443
155,477
164,097
165,086

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,300
146,191
142,411
130,309
145,376
130,208
116,570
116,135
116,460
109,072
96,655
89,550
99,081
99,679
100,938
101,122
101,124
101,202
101,203
101,217
102,002
102,363
102,651
103,551
103,859
105,779
129,582
133,663
138,964
151,393
145,792
154,985
163,960
164,999

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,992
145,448
142,265
130,273
145,379
130,143
116,376
115,999
116,330
108,655
96,470
89,391
99,038
99,469
100,898
101,058
101,106
101,178
101,173
101,183
0,139
101,969
102,328
102,575
103,540
103,815
105,617
120,302
0,030
0,357
129,572
133,628
138,834
151,348
145,572
155,043
164,068
165,146

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,345
146,280
142,280
130,513
145,752
130,255
116,414
116,051
116,361
108,503
96,275
88,920
99,094
99,481
101,040
101,188
101,220
101,343
101,305
101,310
4,739
101,723
102,108
102,384
103,317
103,951
108,073
120,335
1,625
20,339
129,966
134,001
139,034
152,048
145,695
155,253
163,692
165,200

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,416
147,108
143,425
130,603
145,773
130,948
117,385
116,889
117,340
110,922
97,068
89,721
99,818
100,062
101,519
101,682
101,720
101,818
101,822
101,833
13,333
102,177
102,588
102,865
103,804
104,412
109,053
120,498
1,722
20,339
129,969
134,146
139,559
151,989
146,205
155,919
164,946
166,007

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,233
146,936
143,160
130,592
145,765
130,575
116,148
115,730
116,027
109,778
98,919
94,616
100,738
101,002
102,235
102,362
102,415
102,506
37,500
16,667
23,077
102,690
103,025
7,273
16,438
104,632
109,472
120,344
1,434
20,000
129,946
133,968
138,794
151,826
145,277
155,642
164,898
165,928

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,025
146,926
143,153
130,546
145,768
130,564
116,104
115,759
116,075
110,241
102,574
99,757
102,046
102,152
102,674
102,695
102,696
100,000
171,428
102,782
24,490
11,215
103,443
33,333
36,364
104,833
109,581
120,472
1,481
20,339
129,905
133,968
138,794
151,802
145,258
155,605
164,815
165,845

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,821
147,037
143,308
130,571
145,788
130,681
116,248
115,783
116,232
110,853
105,100
103,000
102,890
102,899
102,954
102,908
102,894
193,548
235,294
122,449
23,762
30,303
104,348
103,384
48,000
104,899
109,749
120,206
1,435
21,053
129,886
133,954
138,693
151,663
145,193
155,723
164,958
166,085

199,100
240,000
133,333
25,532
30,769
99,100
46,154

1,491
20,690

LEITURA DOS POOS DE ALVIO DA BARRAGEM DE ITAUBA

Data da
Leitura
Cota do
Reserv.
Nome do
Dreno
PA 01
PA 02
PA 03
PA 04
PA 05
PA 06
PA 07
PA 08
PA 09
PA 10
PA 11
PA 12
PA 14
PA 15
PA 16
PA 17
PA 17A
PA 03A
PA 18
PA 18A
PA 19
PA 19A
PA 20
PA 20A
PA 21
PA 22
PA 23
PA 24
PA 25
PA 26
PA 27
PA 28
PA 29
PA 30
PA 31
PA 32
PA 33
PA 34

16/1/79

23/1/79

1/2/79

19/2/79

14/3/79

27/3/79

10/4/79

26/4/79

10/5/79

25/5/79

8/6/79

18/6/79

9/7/79

17/7/79

2/8/79

20/8/79

6/9/79

18/9/79

183,000

182,510

183,495

182,650

182,510

183,500

182,660

182,730

183,530

181,720

182,960

183,050

183,050

182,420

182,510

182,400

181,020

182,910

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,752
147,090
143,324
130,582
145,746
130,539
116,143
115,783
116,112
110,844
105,165
102,998
102,884
102,895
102,959
102,900
102,885
199,100
244,898
120,000
23,529
30,380
99,100
103,371
46,512
104,838
109,751
120,577
1,558
20,869
129,871
133,887
138,530
151,657
145,057
155,624
164,951
166,064

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,830
147,104
143,383
130,598
145,757
130,598
116,187
115,819
116,160
110,857
105,219
103,021
102,903
102,903
102,946
102,903
102,880
199,998
240,000
120,000
24,000
30,846
99,996
103,371
48,000
104,846
109,732
120,812
1,584
22,218
129,880
133,928
138,574
151,637
145,173
155,665
164,958
166,084

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,663
147,128
143,362
130,585
145,734
130,286
115,933
115,577
115,892
110,828
105,280
103,045
102,900
102,901
102,945
102,902
102,884
206,892
240,000
122,448
24,000
31,326
96,774
103,379
48,000
104,815
109,717
120,754
1,740
21,816
129,865
133,668
138,149
152,171
144,962
155,484
164,498
165,002

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,984
146,992
143,130
130,116
145,295
130,009
115,459
115,098
115,424
110,374
104,832
102,659
102,442
102,896
102,945
102,904
102,878
231,250
277,500
138,750
26,428
36,274
113,265
103,383
54,412
104,364
109,309
120,419
1,750
24,289
129,242
133,359
137,716
151,193
144,832
155,226
164,252
165,329

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,072
147,497
143,618
130,664
145,851
130,583
115,833
115,445
115,815
110,808
105,335
103,131
102,904
102,904
102,965
102,909
102,890
231,250
270,732
140,506
27,072
36,039
116,842
103,384
55,500
104,810
109,835
120,868
1,920
25,818
129,868
133,765
138,164
151,669
145,581
155,871
164,776
166,014

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,951
147,481
143,622
130,638
145,797
130,440
115,763
115,333
115,690
110,823
105,308
103,130
102,913
102,911
102,966
102,914
102,892
222,000
270,732
114,433
26,683
36,274
118,085
103,382
55,500
104,830
109,794
121,348
2,162
25,056
130,052
133,701
138,052
151,654
145,523
155,763
164,774
165,832

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,445
147,587
143,695
130,624
145,880
130,373
115,692
115,322
115,605
110,887
105,305
103,166
102,884
102,910
102,965
102,918
102,897
246,667
292,105
130,588
26,619
36,755
113,265
103,387
55,224
104,818
109,801
121,448
2,161
24,667
129,996
133,730
138,171
151,638
145,712
155,750
164,833
165,960

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,471
147,597
143,773
130,587
145,816
130,430
115,725
115,380
115,733
110,991
105,369
103,144
102,949
102,925
102,972
102,919
102,895
258,139
277,500
130,588
26,619
37,374
124,719
103,390
57,812
104,819
109,867
121,497
2,286
25,342
130,099
133,697
138,522
151,666
145,987
155,820
164,886
166,043

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,465
147,951
144,025
130,588
145,774
130,509
116,022
115,587
115,919
111,035
105,400
103,206
102,909
102,915
102,965
102,919
102,897
252,273
317,143
130,588
26,619
38,408
115,625
103,396
55,500
104,836
109,832
121,497
2,310
25,000
130,582
133,603
139,090
151,631
146,460
155,793
164,979
166,079

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,237
147,658
143,774
130,571
145,774
130,136
115,444
115,119
115,376
110,906
105,377
103,171
102,902
102,900
102,959
102,905
102,894
258,139
326,470
127,586
26,747
36,156
116,842
103,394
54,950
104,808
109,831
121,511
2,347
25,694
130,631
133,713
138,937
151,595
146,308
155,618
164,584
165,631

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,107
147,627
143,793
130,613
145,791
130,173
115,388
114,985
115,256
110,800
105,335
103,125
102,880
102,895
102,956
102,905
102,884
128,139
292,105
130,588
26,428
36,393
118,085
103,390
54,950
104,725
109,852
121,472
2,376
25,400
130,955
133,792
138,941
151,579
146,272
155,651
164,602
165,606

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,448
147,841
144,062
130,560
145,649
130,747
116,498
116,049
116,438
111,422
105,504
103,252
102,879
102,903
102,948
102,900
102,882
258,139
284,615
148,000
26,428
37,000
116,842
103,390
54,680
104,756
109,852
121,466
2,453
27,273
131,204
133,844
139,094
151,600
146,281
155,475
164,191
165,150

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,285
147,783
143,958
130,612
145,738
130,367
115,500
115,098
115,345
110,870
105,320
103,320
102,888
102,889
102,948
102,897
102,892
241,304
292,105
135,366
26,179
34,154
114,438
103,383
54,146
104,769
109,901
121,028
2,401
26,241
131,644
133,775
138,829
151,566
146,459
155,397
164,120
165,054

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,036
147,582
143,773
130,479
145,645
130,280
115,415
114,989
115,497
110,687
105,262
102,891
102,876
102,879
102,938
102,884
102,870
264,286
284,615
137,037
26,118
34,365
113,265
103,381
54,412
104,618
109,865
121,279
2,412
25,934
130,936
133,590
138,358
151,998
146,232
155,065
163,043
164,427

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,232
147,815
143,899
130,497
145,691
130,453
115,455
115,051
115,383
110,704
105,275
103,076
102,886
102,889
102,944
102,893
102,879
246,667
277,500
132,143
25,995
34,906
114,433
103,381
54,412
104,641
109,905
121,268
2,366
25,814
130,978
133,637
138,161
151,990
146,259
155,147
163,726
164,588

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,011
147,578
143,863
130,331
145,654
130,117
115,086
114,936
115,242
110,645
105,223
103,021
102,873
102,869
102,929
102,883
102,870
258,139
270,732
135,366
25,754
33,739
113,265
103,374
52,857
104,579
109,871
121,352
2,366
26,179
130,744
133,487
137,854
151,534
145,997
154,872
163,020
163,724

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,862
147,513
143,793
130,562
145,392
130,254
115,375
114,731
115,254
110,558
105,244
103,038
102,874
102,886
102,929
102,892
102,878
246,667
277,500
135,366
26,429
34,050
116,842
103,383
55,500
104,603
109,973
121,297
2,445
29,210
130,477
133,430
137,884
151,563
146,159
154,934
162,964
163,865

206,896
240,000
120,000
23,529
29,851
99,100
45,801

1,637
20,690

LEITURA DOS POOS DE ALVIO DA BARRAGEM DE ITAUBA

Data da
Leitura
Cota do
Reserv.
Nome do
Dreno
PA 01
PA 02
PA 03
PA 04
PA 05
PA 06
PA 07
PA 08
PA 09
PA 10
PA 11
PA 12
PA 14
PA 15
PA 16
PA 17
PA 17A
PA 03A
PA 18
PA 18A
PA 19
PA 19A
PA 20
PA 20A
PA 21
PA 22
PA 23
PA 24
PA 25
PA 26
PA 27
PA 28
PA 29
PA 30
PA 31
PA 32
PA 33
PA 34

8/10/79

17/10/79

7/11/79

20/11/79

5/12/79

18/12/79

4/1/80

22/1/80

27/3/80

18/6/80

24/9/80

3/12/80

5/2/81

13/3/81

5/5/81

8/7/81

15/9/81

17/11/81

182,740

182,390

182,000

182,330

183,680

183,120

180,630

180,060

180,850

183,690

182,910

182,200

182,127

180,440

181,995

182,690

181,907

181,957

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,452
147,988
144,059
130,520
145,744
130,555
115,453
115,404
114,765
110,999
105,378
103,208
102,875
102,889
102,943
102,890
102,869
252,273
292,105
150,000
27,475
38,014
120,652
103,379
55,500
104,627
110,093
120,969
2,340
29,210
130,462
133,416
138,157
151,661
146,417
155,013
163,120
164,233

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,467
147,909
144,147
130,470
145,683
130,156
115,319
114,974
115,328
110,728
105,260
103,134
102,883
102,888
102,940
102,893
102,874
241,304
292,105
135,366
25,814
34,154
114,433
103,381
52,857
104,692
110,058
120,988
2,211
28,608
130,157
133,404
137,976
151,500
146,928
154,941
163,427
164,180

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,122
148,046
144,140
130,530
145,656
130,591
115,451
114,665
115,029
110,730
104,985
103,080
102,879
102,892
102,943
102,896
102,881
252,273
252,273
150,000
25,995
34,472
115,625
103,380
52,857
104,602
110,183
121,389
2,204
25,576
129,971
133,498
137,775
151,559
146,415
154,467
163,696
164,638

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,427
147,821
144,000
130,589
145,649
130,836
115,766
115,376
115,751
110,977
105,218
103,180
102,892
102,902
102,948
102,895
102,884
231,250
264,286
129,070
26,812
35,016
113,265
103,384
54,412
104,582
110,266
121,471
2,232
27,750
130,001
133,230
137,686
151,562
146,284
154,938
163,636
164,555

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,362
148,021
144,169
130,468
145,688
130,934
115,863
115,449
115,829
110,852
105,297
103,070
102,908
102,918
102,970
102,926
102,897
222,000
264,286
130,588
26,942
36,039
120,652
103,391
55,500
104,568
110,147
121,466
2,194
27,889
129,942
133,500
137,672
151,578
146,449
155,230
163,873
164,800

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,443
148,028
144,202
130,509
145,647
130,843
115,598
115,214
115,596
110,695
105,241
103,081
102,894
102,901
102,948
102,897
102,885
241,304
264,286
137,037
22,206
34,905
121,978
103,390
54,412
104,582
110,112
121,318
2,136
28,030
129,088
133,468
137,612
151,512
146,294
155,111
163,683
164,585

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,017
147,838
143,937
130,486
145,608
130,251
115,361
114,932
115,292
110,562
105,141
102,975
102,880
102,881
102,934
102,888
102,873
252,273
277,500
132,143
25,935
33,636
111,000
103,378
53,365
104,526
110,242
121,322
1,932
26,429
129,850
133,346
137,578
151,496
146,095
155,138
162,602
163,750

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,995
147,827
143,928
130,523
145,641
129,877
115,307
114,902
115,230
110,595
105,195
102,951
102,866
102,879
102,929
102,886
102,810
236,170
252,273
126,136
26,056
32,456
111,000
103,382
51,869
104,415
110,322
121,342
1,837
25,549
129,771
133,288
137,516
151,475
146,052
155,113
162,508
163,661

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,541
147,896
144,015
130,365
145,549
130,233
115,562
115,152
115,560
110,577
105,014
102,933
102,874
102,887
102,936
102,887
102,866
231,250
277,500
126,136
26,812
32,647
111,000
103,379
49,998
104,443
110,485
121,464
1,613
25,638
129,508
133,466
137,754
151,491
145,915
154,488
162,552
163,629

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,257
148,318
144,102
130,494
145,638
130,663
116,113
115,341
115,955
110,315
105,483
103,056
102,890
102,899
102,948
102,900
102,882
277,500
252,273
129,070
26,426
35,350
118,085
103,401
57,812
104,458
110,510
0,487
2,071
26,056
129,800
133,611
138,382
151,183
146,462
154,821
163,311
163,746

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,087
148,308
144,495
130,538
145,699
129,263
115,708
113,999
114,454
110,525
105,100
102,951
102,881
102,869
102,918
102,877
102,862
222,000
264,286
111,000
25,814
32,081
111,000
103,386
54,412
104,290
110,407
0,442
1,619
25,576
129,762
132,868
138,659
150,764
146,222
154,793
163,838
164,596

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,437
149,498
145,133
130,912
145,393
129,253
115,863
114,577
114,801
119,956
105,205
102,067
102,868
102,886
102,933
102,891
102,872
222,000
241,304
104,717
25,227
30,000
105,714
103,366
49,333
104,350
110,297
0,100
1,920
25,342
129,750
133,874
139,315
151,353
146,262
154,603
163,558
164,145

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,423
148,848
144,663
130,701
145,757
129,400
114,813
114,432
114,796
110,898
105,181
103,215
103,388
103,387
103,438
103,391
103,381
222,000
241,200
102,780
32,454
37,962
106,730
104,132
50,917
104,444
110,576
0,080
3,394
25,224
129,202
133,875
138,656
151,881
146,591
154,668
163,243
163,999

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,357
148,744
144,153
130,733
145,972
128,175
114,360
113,887
114,270
110,717
105,240
103,146
102,818
102,834
102,895
102,852
102,840
222,000
246,600
96,522
24,600
27,342
100,908
103,632
48,258
104,516
110,577
0,028
1,488
23,568
129,999
134,005

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,342
148,623
144,805
130,731
145,899
128,299
114,313
114,049
114,225
110,735
105,475
103,221
102,838
102,844
102,903
102,863
102,849
184,998
222,000
92,502
25,230
27,072
100,908
103,621
50,226
104,628
110,452
121,297
1,608
26,058
129,972
134,102

151,559
146,410
154,546
162,740
163,459

151,538
146,552
154,615
163,118
163,616

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,427
148,803
144,730
130,653
145,792
128,493
114,243
114,079
114,250
110,719
105,295
103,188
102,835
102,839
102,893
102,853
102,836
209,434
222,000
92,500
25,367
27,073
100,909
103,376
50,454
104,527
110,242
121,317
1,656
23,125
129,957
133,983
138,827
152,079
146,632
154,380
163,486
164,277

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,587
148,853
145,005
130,742
145,839
129,614
115,220
114,871
115,176
111,307
105,633
103,438
102,853
102,863
102,911
102,864
102,848
205,555
231,250
92,500
26,179
27,750
111,000
103,376
50,684
104,548
110,136
121,098
1,519
23,125
129,984
134,053
139,010
151,683
147,212
154,623
163,288
163,940

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,527
148,763
144,845
130,738
145,979
128,203
114,238
113,969
114,185
110,750
105,268
103,196
102,898
102,834
102,890
102,843
102,831
183,471
219,802
84,862
25,802
26,397
111,000
103,371
50,353
104,510
110,067
121,152
1,464
22,182
129,505
133,428
138,904
151,568
146,487
154,388
162,116
163,596

LEITURA DOS POOS DE ALVIO DA BARRAGEM DE ITAUBA

Data da
Leitura
Cota do
Reserv.
Nome do
Dreno
PA 01
PA 02
PA 03
PA 04
PA 05
PA 06
PA 07
PA 08
PA 09
PA 10
PA 11
PA 12
PA 14
PA 15
PA 16
PA 17
PA 17A
PA 03A
PA 18
PA 18A
PA 19
PA 19A
PA 20
PA 20A
PA 21
PA 22
PA 23
PA 24
PA 25
PA 26
PA 27
PA 28
PA 29
PA 30
PA 31
PA 32
PA 33
PA 34

21/1/82

28/4/82

22/6/82

18/8/82

8/11/82

7/12/82

6/4/83

4/5/83

15/6/83

3/8/83

28/1/87

8/7/87

3/8/87

14/8/87

20/1/88

14/8/92

22/3/93

17/8/93

182,313

182,643

181,905

181,750

181,610

181,063

181,210

181,485

181,290

181,150

182,120

182,437

183,020

183,053

182,516

182,290

181,766

181,650

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,887
148,348
144,600
130,495
145,767
127,986
114,065
113,868
113,766
110,405
105,275
103,089
102,843
102,849
102,900
102,858
102,839
185,000
205,555
84,091
26,303
27,750
106,730
103,374
50,454
104,530
109,995
120,977
1,508
22,561
129,876
133,923
138,960
151,619
146,642
154,428
163,158
163,781

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,947
148,538
144,495
130,703
145,799
127,773
114,313
114,064
114,215
110,780
105,310
103,221
102,828
102,839
102,893
102,853
102,839
185,000
222,000
81,022
26,747
28,462
108,824
103,369
50,454
104,530
109,827
120,962
1,342
22,653
129,962
133,978
139,074
151,703
147,297
154,438
163,143
163,751

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,527
148,883
144,930
130,698
145,753
128,698
115,133
114,887
115,303
111,165
105,865
103,546
102,858
102,874
102,917
102,873
102,848
205,000
227,778
77,848
24,118
25,413
102,500
103,389
45,555
104,486
109,872
120,889
1,330
20,164
129,937
134,065
139,582
151,793
148,357
154,517
163,463
164,017

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,577
149,008
145,085
130,693
145,789
129,053
115,203
114,974
115,115
111,090
105,815
103,546
102,828
102,844
102,896
102,853
102,834
222,000
222,000
92,500
25,814
31,714
111,000
103,358
50,454
104,864
109,957
120,712
2,083
35,577
129,902
134,108

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,527
148,773
144,145
130,133
145,779
128,123
114,813
114,909
114,740
111,250
105,550
103,171
102,818
102,809
102,883
102,848
102,834
198,214
222,000
69,375
25,576
25,000
105,714
103,361
46,835
104,280
109,877
120,552
1,190
21,346
129,747
133,998
139,854
151,793
148,227
154,113
162,418
162,726

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,077
148,522
144,585
130,628
145,679
127,023
114,793
114,649
114,870
110,815
105,575
103,171
102,728
102,742
102,852
102,806
102,799
185,000
222,000
61,667
26,428
23,125
102,778
103,353
46,639
104,448
109,898
120,472
1,160
20,556
129,702
133,993
139,624
151,903
147,902
154,133
162,458
163,020

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,565
148,443
144,625
130,710
145,775
128,784
115,643
115,054
115,325
111,146
105,881
103,546
102,838
102,834
102,896
102,856
102,844
222,000
277,500
79,284
27,750
27,750
123,333
103,376
55,500
104,510
110,212
120,414
1,071
20,556
129,952
134,308
139,909
152,153
148,652
154,113
162,298
162,576

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,634
148,850
144,972
130,690
145,781
129,075
116,278
115,836
116,122
111,549
106,097
103,803
102,905
102,906
102,931
102,883
102,868
231,250
270,731
85,385
27,206
28,101
119,355
103,379
52,857
104,547
110,304
120,449
1,250
21,346
129,954
134,618
140,021
152,230
149,106
154,275
162,570
163,023

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,548
148,444
144,516
130,676
145,790
127,931
115,084
114,802
114,949
110,988
105,792
103,324
102,588
102,762
102,858
102,820
102,809
185,000
222,000
62,294
27,073
24,667
113,265
103,376
48,261
104,451
110,248
120,143
1,250
19,892
129,918
134,551
139,746
151,884
148,273
154,182
162,827
163,177

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,503
148,619
144,586
130,674
145,780
128,549
115,447
115,160
115,516
111,138
105,916
103,697
102,766
102,774
102,856
102,823
102,811
222,000
264,286
65,680
26,428
24,888
111,000
103,377
47,234
104,451
110,259
120,028
1,154
19,892
129,985
134,932
139,943
151,928
148,521
154,333
163,069
163,567

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,637
148,809
144,382
130,869
145,948
128,217
116,930
116,338
116,846
106,071
106,071
103,850
102,886
102,796
102,868
102,823
102,809
185,000
231,250
69,375
25,814
24,130
111,000
103,346
42,692
104,415
110,114
118,708
0,263
15,857
129,894
135,100
140,831
152,223
150,345
154,506
164,489
164,860

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,832
149,702
145,028
130,993
146,070
129,730
118,795
118,035
118,792
106,972
106,972
104,849
103,125
103,064
102,973
102,898
102,879
277,500
370,000
94,068
25,814
31,714
120,652
103,348
44,400
104,570
110,225
118,735
0,268
15,634
130,048
135,478
141,099
152,170
151,024
154,968
164,708
165,466

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,688
149,473
144,715
131,103
146,054
129,778
118,908
118,469
118,110
107,055
107,055
104,351
102,888
102,899
102,898
102,838
102,864
231,250
317,143
61,667
24,667
24,667
116,842
103,501
44,400
104,600
110,157
118,782
0,268
15,634
130,093
135,448
140,061
152,633
150,967
154,683
164,978
165,486

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
159,066
149,998
145,418
131,115
146,234
130,163
120,143
119,789
121,150
110,175
110,175
105,346
103,208
103,159
103,000
102,928
102,899
326,470
382,759
138,750
26,428
32,276
123,333
103,501
46,250
104,770
110,577
119,512
1,500
15,857
130,062
135,759
140,284
152,728
151,282
155,503
165,225
165,591

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,676
148,958
144,445
130,901
145,913
128,477
117,573
117,159
117,600
106,311
106,311
104,331
102,768
102,809
102,850
102,823
102,791
213,461
277,500
43,023
24,236
21,346
102,778
103,336
41,111
104,585
109,987
118,771
0,268
14,800
130,030
135,311
140,174
152,313
151,827
155,743
164,391
165,045

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,674
148,888
143,665
130,753
145,770
129,448
120,943
120,117
120,195
113,675
106,765
104,948
103,017

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,582
148,928
143,837
130,927
146,956
128,977
120,968
120,117
120,339
113,827
106,409
104,535
102,858

102,940
102,876
102,855
231,250
264,286
86,719
26,429
26,555
111,000
103,366
41,111
104,526
109,691
117,946
0,227
10,673
129,889
135,188
139,746
152,403
150,489
154,263
164,128
164,736

102,880
102,443
102,806
213,462
270,732
43,701
26,429
22,289
109,901
103,338
41,111
104,479
109,685
117,911
0,190
9,702
129,991
135,269
139,926
151,339
151,371
154,757

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,548
149,016
143,756
130,787
145,955
128,843
121,350
120,363
120,427
113,463
106,503
104,569
102,813
102,815
102,840
102,488
102,777
185,000
292,105
47,234
25,227
21,765
100,909
102,878

151,783
148,147
154,508
163,438
163,911

163,394
163,885

LEITURA DOS POOS DE ALVIO DA BARRAGEM DE ITAUBA

Data da
Leitura
Cota do
Reserv.
Nome do
Dreno
PA 01
PA 02
PA 03
PA 04
PA 05
PA 06
PA 07
PA 08
PA 09
PA 10
PA 11
PA 12
PA 14
PA 15
PA 16
PA 17
PA 17A
PA 03A
PA 18
PA 18A
PA 19
PA 19A
PA 20
PA 20A
PA 21
PA 22
PA 23
PA 24
PA 25
PA 26
PA 27
PA 28
PA 29
PA 30
PA 31
PA 32
PA 33
PA 34

18/8/93

15/3/94

19/10/94

28/3/95

9/5/96

181,845

180,940

182,145

182,855

181,945

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,773
149,155
143,875
130,906
145,982
129,243
121,273
121,126
120,560
113,658
106,445
104,476
102,938
102,849
102,875
102,825
102,799
170,769
231,250
39,362
25,227
21,980
99,107
103,338
40,364
104,440
109,559
117,827
0,170
9,328
129,974
135,244
140,029
151,413
151,471
155,136
163,675
164,338

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,808
149,388
143,930
130,953
146,079
129,833
122,217
123,369
121,360
114,500
106,695
105,066

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,808
149,398
143,850
130,933
145,964
129,438
121,223
120,649
121,565
113,955
106,460
104,571
102,823
102,833
102,863
102,821
102,808
198,000
237,600
29,700
26,400
19,800
99,000
103,336
51,652
104,500
109,577
117,792
0,146
8,800
130,023
135,298
139,954
151,880
151,212
154,675
163,962
164,481

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
157,900
149,366
143,829
131,291
146,061
130,244
121,500
120,714
120,939
114,360
106,475
104,463
102,738
102,839
102,853
102,812
102,814
163,24
236,17
27,75
25,23
20,18
100,91
103,328
39,643
104,405
109,192
117,681
0,138
8,346
129,925
135,085
139,513
151,523
151,117
154,751
163,511
163,841

39,643
104,479
109,564
118,089
0,130
12,092
129,999
135,272
140,181
151,530
151,421
154,961
163,803
164,311

102,923
102,905
102,850
102,830
191,379
226,531
27,750
25,170
20,036
100,909
103,326
39,502
104,470
109,467
117,817
0,160
10,571
129,987
135,198
139,994
151,743
151,397
155,063
163,858
164,421

1/10/96

6/5/09

25/6/09

5/8/09

23/9/09

8/10/09

12/11/09

8/12/09

7/1/10

13/1/10

4/2/10

1/3/10

5/4/10

183,665

183,210

182,680

182,600

182,750

183,160

181,710

182,740

182,710

182,790

181,250

183,060

183,420

Cota (m) Cota (m) Cota (m)


ou Vazo ou Vazo ou Vazo
(l/min)
(l/min)
(l/min)
159,783
158,428
158,448
149,180
148,558
148,608
143,595
142,485
142,505
130,870
130,403
130,933
145,919
145,639
145,689
129,558
129,653
130,793
121,500
122,143
122,963
121,139
121,209
121,799
121,185
121,210
121,800
114,535
111,355
111,735
106,595
108,925
108,855
104,751
104,421
105,171
102,858
102,948
103,088
102,879
102,959
103,079
102,923
102,948
103,048
102,843
102,898
102,938
102,832
102,894
102,924
177,60
156,00
160,00
219,80
193,50
246,00
46,15
6,00
30,00
24,53
24,00
24,00
23,10
13,71
13,20
100,91 DRENO DANIFICADO
103,338
103,201
103,251
38,276
31,999
32,000
104,220
104,170
101,180
109,207
109,547
109,537
117,782
117,722
117,802
127,189
0,110
0,180
7,817
9,600
9,818
129,932
130,072
130,102
135,058
135,018
135,048
139,622
138,244
138,324
151,313
151,933
151,913
151,616
150,947
151,097
155,048
152,363
152,333
163,963
163,138
163,118
164,471
163,476
163,406

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,468
148,658
142,656
130,923
145,679
130,563
122,753
121,869
121,890
111,925
109,835
104,731
102,978
102,969
102,948
102,898
102,884
150,00
210,00
11,25
25,50
15,00

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,458
148,818
142,645
130,843
145,619
130,853
122,113
121,629
121,690
111,345
108,815
105,101
103,058
103,049
102,968
102,918
102,904
152,00
163,99
19,20
21,31
14,18

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,448
148,878
142,645
130,823
145,689
131,253
122,153
121,719
121,750
111,935
109,895
105,131
103,088
103,069
102,978
102,928
102,904
136,00
220,75
22,35
21,20
16,17

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,478
149,038
142,825
130,763
145,689
131,003
122,463
122,069
122,090
111,665
108,785
105,021
103,068
103,049
102,988
102,918
102,894
159,99
180,44
20,00
20,34
14,15

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,428
149,018
142,825
130,793
145,689
131,273
122,583
122,009
122,070
111,365
108,835
104,821
103,038
103,079
103,078
102,938
102,914
150,00
171,43
20,34
24,00
15,00

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,498
149,268
143,055
131,403
145,659
131,913
123,193
122,749
122,850
111,725
108,785
104,921
102,978
103,089
102,988
102,938
102,914
127,11
193,90
26,26
22,30
16,55

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,448
149,138
142,895
131,203
145,619
131,393
122,373
121,849
121,930
111,445
109,205
104,831
102,938
103,069
102,978
102,928
102,904
158,26
188,89
19,48
21,82
16,69

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,438
148,928
142,665
129,963
145,669
129,053
120,433
119,979
120,030
110,975
109,375
104,241
102,998
102,989
102,948
102,928
102,914
138,74
182,42
7,20
21,54
12,00

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,438
148,638
142,725
129,203
145,689
128,813
122,333
121,819
122,070
111,455
109,245
104,411
102,868
102,869
102,868
102,848
102,874
104,91
158,40
0,00
24,00
9,24

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,458
148,398
142,705
129,553
145,669
127,763
121,273
120,749
120,880
111,205
109,335
104,371
102,858
102,879
102,878
102,858
102,884
105,69
175,78
0,00
22,56
8,34

103,201
32,280
104,170
109,597
117,882
0,190
9,990
130,152
135,108
138,284
151,823
151,127
153,333
163,078
163,386

103,221
29,126
104,160
109,607
118,362
0,162
8,571
130,022
135,358
138,554
151,993
151,237
152,353
162,918
163,176

103,221
28,037
104,160
109,497
118,452
0,180
8,438
130,102
135,388
138,614
152,013
151,227
152,413
163,018
163,276

103,201
30,000
104,130
109,627
117,862
0,144
7,800
129,982
135,398
138,604
152,013
151,087
152,403
163,018
163,326

103,221
28,000
104,160
109,577
118,512
0,168
7,999
130,002
135,398
138,734
152,023
151,107
151,453
163,148
163,456

103,211
28,037
104,160
109,717
118,202
0,144
8,379
129,962
135,408
138,844
152,093
151,237
152,563
163,418
163,806

103,221
27,713
104,160
109,717
118,292
0,151
9,000
129,962
135,398
138,774
152,093
151,237
152,583
163,508
163,886

103,201
24,910
104,180
109,627
118,132
0,144
7,800
129,932
134,948
138,434
151,973
150,677
152,383
163,388
163,776

103,191
20,184
100,020
109,617
118,252
127,159
9,360
130,042
134,408
138,154
151,913
150,827
152,293
161,568
162,786

103,201
20,202
104,060
109,587
118,272
127,039
9,999
130,012
134,288
137,944
151,863
150,637
152,253
162,408
162,586

LEITURA DOS POOS DE ALVIO DA BARRAGEM DE ITAUBA

Data da
Leitura
Cota do
Reserv.
Nome do
Dreno
PA 01
PA 02
PA 03
PA 04
PA 05
PA 06
PA 07
PA 08
PA 09
PA 10
PA 11
PA 12
PA 14
PA 15
PA 16
PA 17
PA 17A
PA 03A
PA 18
PA 18A
PA 19
PA 19A
PA 20
PA 20A
PA 21
PA 22
PA 23
PA 24
PA 25
PA 26
PA 27
PA 28
PA 29
PA 30
PA 31
PA 32
PA 33
PA 34

3/5/10

1/6/10

1/7/10

9/8/10

1/9/10

5/10/10

5/11/10

1/12/10

4/1/11

9/2/11

17/3/11

1/4/11

5/5/11

6/6/11

4/7/11

3/8/11

6/9/11

182,790

181,570

182,730

183,540

180,380

182,750

181,990

182,320

183,420

182,660

181,740

183,390

183,300

182,820

182,850

182,770

181,960

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,478
148,528
142,765
130,003
145,649
129,993
121,933
121,299
121,420
111,235
109,335
98,291
102,858
102,879
102,878
102,858
102,854
106,74
140,06
0,00
20,17
8,82

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,448
148,468
142,725
129,303
145,699
128,393
121,783
120,599
121,300
111,335
109,155
100,371
102,838
102,849
102,868
102,818
102,844
101,31
158,42
0,00
23,39
8,66

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,478
148,608
142,805
130,133
145,699
129,173
122,983
122,219
122,370
111,685
109,065
98,521
102,988
102,989
102,928
102,908
102,924
155,04
206,57
0,00
25,97
15,04

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,468
148,588
142,805
130,203
145,679
129,273
122,813
121,949
121,960
111,775
109,335
104,501
102,918
102,919
102,898
102,868
102,864
114,52
165,49
0,00
23,30
11,33

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,428
148,438
142,705
130,243
145,679
128,093
121,883
121,079
121,120
111,485
109,395
104,151
102,808
102,819
102,828
102,818
102,814
81,22
138,88
60,38
18,90
3,48

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,428
148,618
142,805
130,273
145,709
129,233
122,963
122,069
122,090
111,305
109,465
104,301
102,848
102,859
102,868
102,828
102,844
95,86
141,29
66,83
23,26
4,00

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,478
148,558
142,815
130,213
145,689
129,233
122,933
122,119
122,160
111,465
109,535
104,411
102,868
102,879
102,848
102,828
102,834
90,00
147,84
62,50
20,30
2,89

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,448
148,538
142,775
130,243
145,699
128,853
122,593
121,759
121,790
111,425
109,465
104,291
102,848
102,859
102,848
102,828
102,834
89,02
142,67
63,24
20,82
3,46

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,448
148,468
142,725
130,263
145,679
129,993
122,533
121,679
121,730
111,365
109,635
104,291
102,838
102,849
102,848
102,838
102,834
95,81
145,41
63,43
20,83
5,00

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,443
148,548
142,775
130,241
145,691
129,793
122,183
121,939
121,870
111,425
109,525
104,341
102,842
102,859
102,838
102,848
102,839
98,00
142,30
63,00
20,64
4,68

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,458
148,548
142,785
130,253
145,699
129,593
122,613
121,949
121,970
111,565
109,335
104,321
102,948
102,849
102,828
102,828
102,844
93,74
143,90
63,79
21,17
4,01

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,448
148,518
142,775
130,243
145,699
129,793
122,613
121,919
122,570
111,535
109,435
104,321
102,938
102,849
102,838
102,828
102,834
98,33
142,61
63,30
19,94
4,23

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,458
148,498
142,705
130,273
145,679
129,433
122,703
121,749
121,780
111,505
109,855
104,381
102,848
102,859
102,858
102,848
102,844
97,64
157,89
75,00
21,64
7,11

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
165,448
148,508
142,725
130,253
145,689
129,693
122,693
121,749
122,370
111,535
109,535
104,411
102,988
102,859
102,848
102,838
102,844
99,31
149,53
64,32
20,62
4,33

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
165,448
148,088
142,235
129,793
145,539
129,303
122,783
121,829
121,910
111,605
109,865
104,521
102,938
102,939
102,898
102,858
102,874
126,64
171,97
52,83
21,22
9,60

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,238
148,398
142,485
129,943
145,549
131,173
123,933
123,359
123,480
112,575
109,015
104,851
103,028
103,019
102,888
102,888
102,884
130,75
180,00
105,60
21,55
12,79

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,188
148,208
142,255
129,743
145,539
128,963
122,153
121,419
121,480
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104,591
102,938
102,939
102,898
102,868
102,854
114,58
162,45
85,26
20,00
8,40

103,201
20,100
104,020
109,647
118,462
128,239
9,460
130,032
134,468
138,094
151,883
150,637
152,253
162,548
162,756

103,191
19,543
104,040
109,617
117,572
127,039
11,516
130,022
134,368
138,054
151,863
144,437
146,083
162,846
162,846

103,221
23,032
104,040
109,657
117,572
128,239
10,909
130,092
134,858
138,254
151,973
144,987
152,393
162,888
163,146

103,201
20,618
104,020
109,557
118,432
128,239
9,592
130,062
134,638
138,224
151,943
144,557
152,393
163,018
163,276

103,101
15,267
103,990
109,507
118,182
126,979
9,120
129,972
134,368
138,004
151,833
150,447
152,153
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9,180
130,062
134,598
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150,557
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103,111
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104,000
109,527
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103,201
17,142
104,010
109,517
117,752
126,969
9,230
130,062
134,748
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150,467
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162,378
162,566

103,186
16,892
104,010
109,527
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126,967
9,126
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17,066
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118,042
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134,598
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151,913
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152,353
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103,181
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104,010
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103,161
18,212
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151,753
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103,171
19,900
103,990
109,577
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151,973
151,077
152,023
162,438
162,586

103,141
17,142
103,960
109,477
117,732
126,939
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129,972
135,068
138,174
151,823
150,547
151,803
162,358
162,536

LEITURA DOS POOS DE ALVIO DA BARRAGEM DE ITAUBA

Data da
Leitura
Cota do
Reserv.
Nome do
Dreno
PA 01
PA 02
PA 03
PA 04
PA 05
PA 06
PA 07
PA 08
PA 09
PA 10
PA 11
PA 12
PA 14
PA 15
PA 16
PA 17
PA 17A
PA 03A
PA 18
PA 18A
PA 19
PA 19A
PA 20
PA 20A
PA 21
PA 22
PA 23
PA 24
PA 25
PA 26
PA 27
PA 28
PA 29
PA 30
PA 31
PA 32
PA 33
PA 34

4/10/11

7/11/11

7/12/11

3/1/12

7/2/12

8/3/12

9/4/12

3/5/12

4/6/12

28/6/12

27/7/12

31/8/12

11/10/12

6/11/12

183,150

182,940

182,420

183,230

182,250

181,950

182,750

182,600

181,340

182,540

182,790

182,700

183,210

183,210

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,208
148,148
142,235
129,803
145,539
129,113
122,083
121,299
121,360
116,085
109,975
104,571
102,908
102,909
102,888
102,858
102,854
118,42
167,21
82,47
22,43
7,68

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,198
148,208
142,265
129,803
145,529
129,033
122,203
121,119
121,460
111,765
109,805
105,351
102,858
102,859
102,858
102,838
102,844
100,00
138,80
135,14
20,83
6,00

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,188
148,118
142,215
129,803
145,539
129,023
121,873
121,149
121,220
111,705
109,985
104,241
102,818
102,839
102,848
102,828
102,824
92,49
175,53
72,07
20,73
6,99

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,208
148,218
142,295
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145,539
129,463
122,453
121,669
121,800
112,845
109,755
104,721
102,918
102,919
102,878
102,858
102,854
111,25
164,80
96,11
21,11
8,37

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,188
148,128
142,295
129,793
145,589
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111,755
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102,848
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102,854
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150,00
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4,80

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
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148,028
142,155
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120,950
111,775
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102,839
102,858
102,838
102,824
92,31
141,62
71,52
23,40
5,40

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,448
148,158
142,225
129,903
145,519
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121,833
121,119
121,220
111,665
110,035
104,371
102,838
102,839
102,848
102,818
102,844
96,00
168,45
71,11
21,05
6,67

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,228
148,058
143,225
129,903
145,569
128,963
121,733
120,869
120,970
111,765
110,035
104,321
102,838
102,839
102,898
102,818
102,844
107,87
160,00
85,44
23,86
7,50

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,228
148,108
143,175
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121,633
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111,865
110,005
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102,828
102,839
102,868
102,828
102,844
109,09
140,00
82,76
19,51
9,00

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,218
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142,145
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121,933
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102,859
102,868
102,848
102,844
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19,50
6,30

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,198
148,028
142,155
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102,849
102,878
102,818
102,834
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142,86
54,00
18,60
6,00

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,138
148,088
142,225
129,863
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109,845
104,471
102,858
102,869
102,868
102,838
102,844
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60,00
18,60
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Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
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102,838
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Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
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122,253
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121,480
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102,838
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102,858
102,838
102,844
94,08
130,81
55,20
22,80
4,80

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103,131
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103,960
109,517
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162,476

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162,618
162,816

103,121
18,000
104,000
109,557
118,122
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10,800
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138,294
151,963
151,217
152,173
163,668
163,076

103,121
15,900
104,020
109,557
118,142
127,049
9,000
130,052
134,888
138,124
151,673
150,617
151,943
162,458
162,636

LEITURA DOS POOS DE ALVIO DA BARRAGEM DE ITAUBA

Data da
Leitura
Cota do
Reserv.
Nome do
Dreno
PA 01
PA 02
PA 03
PA 04
PA 05
PA 06
PA 07
PA 08
PA 09
PA 10
PA 11
PA 12
PA 14
PA 15
PA 16
PA 17
PA 17A
PA 03A
PA 18
PA 18A
PA 19
PA 19A
PA 20
PA 20A
PA 21
PA 22
PA 23
PA 24
PA 25
PA 26
PA 27
PA 28
PA 29
PA 30
PA 31
PA 32
PA 33
PA 34

30/11/12

2/1/13

4/2/13

6/3/13

25/3/13

2/5/13

3/6/13

10/7/13

1/8/13

5/9/13

1/10/13

29/10/13

4/12/13

181,140

182,260

183,260

182,160

182,400

183,060

183,020

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183,460

183,460

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
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102,848
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6,00

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
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102,969
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102,848
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168,75
78,26
24,00
10,50

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,178
148,038
142,105
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121,369
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102,788
102,774
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156,98
54,00
21,60
5,40

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,198
147,988
142,145
129,853
145,539
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121,933
121,349
121,440
111,235
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104,321
102,768
102,789
102,798
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102,824
90,000
122,727
63,158
21,000
6,000

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,178
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121,780
111,275
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102,828
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48,000
19,200
3,000

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
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148,058
142,175
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122,020
111,315
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102,808
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18,000
1,800

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
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151,503
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162,156

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
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122,700
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103,018
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102,894
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24,090
7,200
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109,467
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138,054
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162,776

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,208
148,228
142,245
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145,529
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122,250
112,065
110,025
104,591
102,878
102,889
102,888
102,858
102,864
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160,230
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24,000
14,400
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24,000
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151,713
150,497
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162,686

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,178
148,168
142,215
129,653
145,509
129,993
122,943
122,599
122,690
111,685
109,985
104,571
102,928
102,909
102,888
102,868
102,864
112,500
152,540
75,630
25,000
15,620
84,900
103,321
21,870
103,990
109,547
118,042
127,009
9,370
129,992
134,818
138,044
151,693
150,567
151,663
162,398
162,556

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,238
148,128
142,295
129,863
145,529
130,193
123,283
122,609
122,700
111,585
109,845
104,621
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102,879
102,898
102,858
102,854
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24,000
12,000
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24,000
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117,992
127,019
9,000
130,092
134,958
138,164
151,723
150,627
152,023
162,618
162,816

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,318
148,238
142,285
130,103
145,529
130,353
123,433
122,779
122,880
111,875
109,885
104,791
102,928
102,949
102,898
102,878
102,864
119,205
148,350
79,060
22,800
13,200
79,600
103,331
24,000
104,000
109,477
118,022
126,989
7,800
129,992
132,858
138,134
151,703
150,587
151,813
162,678
162,836

Cota (m)
ou Vazo
(l/min)
158,178
148,238
142,315
129,843
145,539
130,003
122,853
122,739
122,330
112,385
109,895
104,531
102,868
102,889
102,888
102,858
102,854
95,070
155,620
59,150
24,000
12,900
83,980
103,341
22,500
103,980
109,467
117,832
127,029
9,300
129,992
134,898
138,024
151,793
150,537
151,823
162,718
162,826

5/3/78
3/4/78
8/4/78
14/4/78
21/4/78
28/4/78
6/5/78
12/5/78
19/5/78
26/5/78
2/6/78
12/6/78
22/6/78
30/6/78
10/7/78
19/7/78
26/7/78
31/7/78
7/8/78
17/8/78
25/8/78
6/10/78
7/11/78
21/12/78
16/1/79
19/2/79
10/4/79
25/5/79
9/7/79
20/8/79
8/10/79
20/11/79
4/1/80
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5/2/81
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21/1/82
18/8/82
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15/6/83
8/7/87
20/1/88
17/8/93
19/10/94
1/10/96
5/8/09
12/11/09
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1/7/10
5/10/10
4/1/11
1/4/11
4/7/11
4/10/11
3/1/12
9/4/12
28/6/12
11/10/12
2/1/13
25/3/13
10/7/13
1/10/13

CotadaguanoPA(m)

190

190
180

186

182
170

178
160

174
150

170
140

166
130

162
120

158
110

154
100

174
180

169
170

164
160

159
150

154
140

149
130

144
120

139
110

134
100

DatadaLeitura

Niveldoreservatrio(m)

194

Niveldoreservatrio(m)

05/03/78
03/04/78
08/04/78
14/04/78
21/04/78
28/04/78
06/05/78
12/05/78
19/05/78
26/05/78
02/06/78
12/06/78
22/06/78
30/06/78
10/07/78
19/07/78
26/07/78
31/07/78
07/08/78
17/08/78
25/08/78
06/10/78
07/11/78
21/12/78
16/01/79
19/02/79
10/04/79
25/05/79
09/07/79
20/08/79
08/10/79
20/11/79
04/01/80
18/06/80
05/02/81
08/07/81
21/01/82
18/08/82
06/04/83
15/06/83
08/07/87
20/01/88
17/08/93
19/10/94
01/10/96
05/08/09
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13/01/10
05/04/10
01/07/10
05/10/10
04/01/11
01/04/11
04/07/11
04/10/11
03/01/12
09/04/12
28/06/12
11/10/12
02/01/13
25/03/13
10/07/13
01/10/13

CotadaguanoPA(m)

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DatadaLeitura

PoodeAlvio(PA2)
190

DatadaLeitura
25/3/13
10/7/13

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3/1/12
9/4/12
28/6/12
11/10/12

4/10/11

5/10/10
4/1/11
1/4/11
4/7/11

1/7/10

5/8/09
12/11/09
13/1/10
5/4/10

1/10/96

20/1/88
17/8/93
19/10/94

15/6/83
8/7/87

21/1/82
18/8/82
6/4/83

4/1/80
18/6/80
5/2/81
8/7/81

8/10/79
20/11/79

25/5/79
9/7/79
20/8/79

21/12/78
16/1/79
19/2/79
10/4/79

6/10/78
7/11/78

25/8/78

7/8/78
17/8/78

19/7/78
26/7/78
31/7/78

10/7/78

2/6/78
12/6/78
22/6/78
30/6/78

26/5/78

28/4/78
6/5/78
12/5/78
19/5/78

5/3/78
3/4/78
8/4/78
14/4/78
21/4/78

CotadaguanoPA(m)
174

166
170

162

158
160

154
150

150

146
140

142
130

134

130

160

152

140

132
Niveldoreservatrio(m)

178

168
190

164
180

156
170

160

148
150

144
140

136
130

120

128
110

124
100

Niveldoreservatrio(m)

25/3/13
10/7/13
1/10/13

19/10/94
1/10/96
5/8/09
12/11/09
13/1/10
5/4/10
1/7/10
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4/1/11
1/4/11
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4/10/11
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11/10/12
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21/1/82
18/8/82
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15/6/83
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20/1/88
17/8/93

21/12/78
16/1/79
19/2/79
10/4/79
25/5/79
9/7/79
20/8/79
8/10/79
20/11/79

17/8/78
25/8/78
6/10/78
7/11/78

19/5/78
26/5/78
2/6/78
12/6/78
22/6/78
30/6/78
10/7/78
19/7/78
26/7/78
31/7/78
7/8/78

5/3/78
3/4/78
8/4/78
14/4/78
21/4/78
28/4/78
6/5/78
12/5/78

CotadaguanoPA(m)

PoodeAlvio(PA3)
190

170
180

138
120

110

100

DatadaLeitura

PoodeAlvio(PA4)

DatadaLeitura
1/10/13

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31/7/78

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2/6/78

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19/5/78

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28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)
154
180

150

146
170

142
160

138
150

134
140

130

126
130

118
110

114
100

158
190

154
180

150

146
170

142
160

138
150

134
140

130
130

126
120

122
110

118
100

Niveldoreservatrio(m)

158

Niveldoreservatrio(m)

1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

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1/4/11

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20/1/88

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18/8/82

21/1/82

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5/2/81

18/6/80

4/1/80

20/11/79

8/10/79

20/8/79

9/7/79

25/5/79

10/4/79

19/2/79

16/1/79

21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)

PoodeAlvio(PA5)
190

122
120

DatadaLeitura

PoodeAlvio(PA6)

DatadaLeitura
1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

9/4/12

3/1/12

4/10/11

4/7/11

1/4/11

4/1/11

5/10/10

1/7/10

5/4/10

13/1/10

12/11/09

5/8/09

1/10/96

19/10/94

17/8/93

20/1/88

8/7/87

15/6/83

6/4/83

18/8/82

21/1/82

8/7/81

5/2/81

18/6/80

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20/11/79

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21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)

190

140
180

136

132
170

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160

124
150

120
140

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130

112
120

108
110

104
100

140
190

136
180

132

128
170

124
160

120
150

116
140

112
130

108
120

104
110

100
100

Niveldoreservatrio(m)

144

Niveldoreservatrio(m)

1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

9/4/12

3/1/12

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4/7/11

1/4/11

4/1/11

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1/7/10

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12/11/09

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18/8/82

21/1/82

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18/6/80

4/1/80

20/11/79

8/10/79

20/8/79

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25/5/79

10/4/79

19/2/79

16/1/79

21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)

PoodeAlvio(PA7)

DatadaLeitura

PoodeAlvio(PA8)

DatadaLeitura
2/1/13
25/3/13
10/7/13
1/10/13

4/10/11
3/1/12
9/4/12
28/6/12
11/10/12

5/4/10
1/7/10
5/10/10
4/1/11
1/4/11
4/7/11

19/10/94
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12/11/09
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20/1/88

4/1/80
18/6/80
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17/8/78
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14/4/78
21/4/78
28/4/78
6/5/78
12/5/78
19/5/78
26/5/78
2/6/78
12/6/78
22/6/78
30/6/78
10/7/78
19/7/78
26/7/78

CotadaguanoPA(m)
130
170

126
160

122

118
150

114
140

110
130

106

102
110

98
100

128

124
180

120

116
170

112
160

108
150

104
140

100

96
130

92
120

88
110

84
100

Niveldoreservatrio(m)

134

Niveldoreservatrio(m)

1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

9/4/12

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4/10/11

4/7/11

1/4/11

4/1/11

5/10/10

1/7/10

5/4/10

13/1/10

12/11/09

5/8/09

1/10/96

19/10/94

17/8/93

20/1/88

8/7/87

15/6/83

6/4/83

18/8/82

21/1/82

8/7/81

5/2/81

18/6/80

4/1/80

20/11/79

8/10/79

20/8/79

9/7/79

25/5/79

10/4/79

19/2/79

16/1/79

21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)

PoodeAlvio(PA9)

138
190

180

120

DatadaLeitura

PoodeAlvio(PA10)
190

DatadaLeitura
1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

9/4/12

3/1/12

4/10/11

4/7/11

1/4/11

4/1/11

5/10/10

1/7/10

5/4/10

13/1/10

12/11/09

5/8/09

1/10/96

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17/8/93

20/1/88

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18/8/82

21/1/82

8/7/81

5/2/81

18/6/80

4/1/80

20/11/79

8/10/79

20/8/79

9/7/79

25/5/79

10/4/79

19/2/79

16/1/79

21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)
116

112

108
160

104

100
140

96
120

92

84

118

114

110
170

106
160

102

98
150

94
140

90
130

86
120

82
110

78
100

Niveldoreservatrio(m)

124

Niveldoreservatrio(m)

1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

9/4/12

3/1/12

4/10/11

4/7/11

1/4/11

4/1/11

5/10/10

1/7/10

5/4/10

13/1/10

12/11/09

5/8/09

1/10/96

19/10/94

17/8/93

20/1/88

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15/6/83

6/4/83

18/8/82

21/1/82

8/7/81

5/2/81

18/6/80

4/1/80

20/11/79

8/10/79

20/8/79

9/7/79

25/5/79

10/4/79

19/2/79

16/1/79

21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)

PoodeAlvio(PA11)

120
200

180

88
100

80

DatadaLeitura

PoodeAlvio(PA12)
190

180

5/3/78
3/4/78
8/4/78
14/4/78
21/4/78
28/4/78
6/5/78
12/5/78
19/5/78
26/5/78
2/6/78
12/6/78
22/6/78
30/6/78
10/7/78
19/7/78
26/7/78
31/7/78
7/8/78
17/8/78
25/8/78
6/10/78
7/11/78
21/12/78
16/1/79
19/2/79
10/4/79
25/5/79
9/7/79
20/8/79
8/10/79
20/11/79
4/1/80
18/6/80
5/2/81
8/7/81
21/1/82
18/8/82
6/4/83
15/6/83
8/7/87
20/1/88
17/8/93
19/10/94
1/10/96
5/8/09
12/11/09
13/1/10
5/4/10
1/7/10
5/10/10
4/1/11
1/4/11
4/7/11
4/10/11
3/1/12
9/4/12
28/6/12
11/10/12
2/1/13
25/3/13
10/7/13
1/10/13

CotadaguanoPA(m)
Vazo(l/min)
20

15
170

160

10
150

140

5
130

120

110

1040
100
96
92
88
84
80
76
72
68
64
100

Datadaleitura

Niveldoreservatrio(m)

PoodeAlvio(PA14)
190

180

Datadaleitura
1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

9/4/12

3/1/12

4/10/11

4/7/11

1/4/11

4/1/11

5/10/10

1/7/10

5/4/10

13/1/10

12/11/09

5/8/09

1/10/96

19/10/94

17/8/93

20/1/88

8/7/87

15/6/83

6/4/83

18/8/82

21/1/82

8/7/81

5/2/81

18/6/80

4/1/80

20/11/79

8/10/79

20/8/79

9/7/79

25/5/79

10/4/79

19/2/79

16/1/79

21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)
Vazo(l/min)
20

15
170

160

10
150

140

5
130

120

104
0
110

100
100

96

92

88

84

80

76

72

68

64
Niveldoreservatrio(m)

PoodeAlvio(PA15)
190

180

Datadaleitura
1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

9/4/12

3/1/12

4/10/11

4/7/11

1/4/11

4/1/11

5/10/10

1/7/10

5/4/10

13/1/10

12/11/09

5/8/09

1/10/96

19/10/94

17/8/93

20/1/88

8/7/87

15/6/83

6/4/83

18/8/82

21/1/82

8/7/81

5/2/81

18/6/80

4/1/80

20/11/79

8/10/79

20/8/79

9/7/79

25/5/79

10/4/79

19/2/79

16/1/79

21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)
Vazo(l/min)
20

15
170

160

10
150

140

5
130

120

0
104
110

100
100

96

92

88

84

80

76

72

68

64
Niveldoreservatrio(m)

PoodeAlvio(PA16)
190

180

DatadaLeitura
1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

9/4/12

3/1/12

4/10/11

4/7/11

1/4/11

4/1/11

5/10/10

1/7/10

5/4/10

13/1/10

12/11/09

5/8/09

1/10/96

19/10/94

17/8/93

20/1/88

8/7/87

15/6/83

6/4/83

18/8/82

21/1/82

8/7/81

5/2/81

18/6/80

4/1/80

20/11/79

8/10/79

20/8/79

9/7/79

25/5/79

10/4/79

19/2/79

16/1/79

21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)
120
116
112
108
104
100
96
92
88
84
80
76
72
68
64
160

150

140

130

120

120

116
112

108
104
100
170

160

96
92
88
150

140

84
80
76
130

120

72
68
110

100

Niveldoreservatrio(m)

170

Niveldoreservatrio(m)

1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

9/4/12

3/1/12

4/10/11

4/7/11

1/4/11

4/1/11

5/10/10

1/7/10

5/4/10

13/1/10

12/11/09

5/8/09

1/10/96

19/10/94

17/8/93

20/1/88

8/7/87

15/6/83

6/4/83

18/8/82

21/1/82

8/7/81

5/2/81

18/6/80

4/1/80

20/11/79

8/10/79

20/8/79

9/7/79

25/5/79

10/4/79

19/2/79

16/1/79

21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)

PoodeAlvio(PA17)
190

180

110

100

DatadaLeitura

PoodeAlvio(PA17A)
190

180

5/3/78
3/4/78
8/4/78
14/4/78
21/4/78
28/4/78
6/5/78
12/5/78
19/5/78
26/5/78
2/6/78
12/6/78
22/6/78
30/6/78
10/7/78
19/7/78
26/7/78
31/7/78
7/8/78
17/8/78
25/8/78
6/10/78
7/11/78
21/12/78
16/1/79
19/2/79
10/4/79
25/5/79
9/7/79
20/8/79
8/10/79
20/11/79
4/1/80
18/6/80
5/2/81
8/7/81
21/1/82
18/8/82
6/4/83
15/6/83
8/7/87
20/1/88
17/8/93
19/10/94
1/10/96
5/8/09
12/11/09
13/1/10
5/4/10
1/7/10
5/10/10
4/1/11
1/4/11
4/7/11
4/10/11
3/1/12
9/4/12
28/6/12
11/10/12
2/1/13
25/3/13
10/7/13
1/10/13

Vazo(l/min)
280

240

160

120

400
190

360
180

320

280
170

240
160

200
150

160
140

120
130

80
120

40
110

0
100

DatadaLeitura

Niveldoreservatrio(m)

5/3/78
3/4/78
8/4/78
14/4/78
21/4/78
28/4/78
6/5/78
12/5/78
19/5/78
26/5/78
2/6/78
12/6/78
22/6/78
30/6/78
10/7/78
19/7/78
26/7/78
31/7/78
7/8/78
17/8/78
25/8/78
6/10/78
7/11/78
21/12/78
16/1/79
19/2/79
10/4/79
25/5/79
9/7/79
20/8/79
8/10/79
20/11/79
4/1/80
18/6/80
5/2/81
8/7/81
21/1/82
18/8/82
6/4/83
15/6/83
8/7/87
20/1/88
17/8/93
19/10/94
1/10/96
5/8/09
12/11/09
13/1/10
5/4/10
1/7/10
5/10/10
4/1/11
1/4/11
4/7/11
4/10/11
3/1/12
9/4/12
28/6/12
11/10/12
2/1/13
25/3/13
10/7/13
1/10/13

Vazo(l/min)
400
190

360
180

320
170

160

200
150

140

130

80
120

40
110

0
100

DatadaLeitura

PoodeAlvio(PA18)

Niveldoreservatrio(m)

PoodeAlvio(PA3A)

DatadaLeitura
11/10/12
2/1/13
25/3/13
10/7/13
1/10/13

1/7/10
5/10/10
4/1/11
1/4/11
4/7/11
4/10/11
3/1/12
9/4/12
28/6/12

1/10/96
5/8/09
12/11/09
13/1/10
5/4/10

6/4/83
15/6/83
8/7/87
20/1/88
17/8/93
19/10/94

21/1/82
18/8/82

9/7/79
20/8/79
8/10/79
20/11/79
4/1/80
18/6/80
5/2/81
8/7/81

10/4/79
25/5/79

7/11/78
21/12/78
16/1/79
19/2/79

7/8/78
17/8/78
25/8/78
6/10/78

5/3/78
3/4/78
8/4/78
14/4/78
21/4/78
28/4/78
6/5/78
12/5/78
19/5/78
26/5/78
2/6/78
12/6/78
22/6/78
30/6/78
10/7/78
19/7/78
26/7/78
31/7/78

Vazo(l/min)

190

360
180

320

280
170

240
160

200
150

160
140

120
130

80
120

40
110

0
100

110
190

100

90
180

80
170

70
160

60
150

50

40
140

30
130

20
120

10
110

0
100

Niveldoreservatrio(m)

400

Niveldoreservatrio(m)

10/7/13
1/10/13

9/4/12
28/6/12
11/10/12
2/1/13
25/3/13

5/10/10
4/1/11
1/4/11
4/7/11
4/10/11
3/1/12

5/8/09
12/11/09
13/1/10
5/4/10
1/7/10

15/6/83
8/7/87
20/1/88
17/8/93
19/10/94
1/10/96

5/2/81
8/7/81
21/1/82
18/8/82
6/4/83

20/8/79
8/10/79
20/11/79
4/1/80
18/6/80

16/1/79
19/2/79
10/4/79
25/5/79
9/7/79

21/12/78

25/8/78
6/10/78
7/11/78

26/7/78
31/7/78
7/8/78
17/8/78

19/7/78

5/3/78
3/4/78
8/4/78
14/4/78
21/4/78
28/4/78
6/5/78
12/5/78
19/5/78
26/5/78
2/6/78
12/6/78
22/6/78
30/6/78
10/7/78

Vazo(l/min)

PoodeAlvio(PA18A)

DatadaLeitura

PoodeAlvio(PA19)

Datadaleitura
1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

9/4/12

3/1/12

4/10/11

4/7/11

1/4/11

4/1/11

5/10/10

1/7/10

5/4/10

13/1/10

12/11/09

5/8/09

1/10/96

19/10/94

17/8/93

20/1/88

8/7/87

15/6/83

6/4/83

18/8/82

21/1/82

8/7/81

5/2/81

18/6/80

4/1/80

20/11/79

8/10/79

20/8/79

9/7/79

25/5/79

10/4/79

19/2/79

16/1/79

21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)
Vazo(l/min)
80
190

70
180

60
170

50
160

40
150

30
140

20
130

120

10
110

0
104

100
100

96

92

88

84

80

76

72

68

64
Niveldoreservatrio(m)

PoodeAlvio(PA19A)

Datadaleitura
41548

41465

41358

41276

41193

41088

41008

40911

40820

40728

40634

40547

40456

40360

40273

40191

40129

40030

35339

34626

34198

32162

31966

30482

30412

30181

29972

29775

29622

29390

29224

29179

29136

29087

29045

29000

28955

28905

28871

28845

28801

28769

28727

28719

28709

28702

28697

28690

28681

28671

28663

28653

28643

28636

28629

28622

28616

28608

28601

28594

28588

28583

28554

CotadaguanoPA(m)
Vazo(l/min)
400
190

360
180

320

280
170

240
160

200
150

160
140

120
130

80
120

40
110

1040
100

100

96

92

88

84

80

76

72

68

64
Niveldoreservatrio(m)

PoodeAlvio(PA20)

5/3/78
3/4/78
8/4/78
14/4/78
21/4/78
28/4/78
6/5/78
12/5/78
19/5/78
26/5/78
2/6/78
12/6/78
22/6/78
30/6/78
10/7/78
19/7/78
26/7/78
31/7/78
7/8/78
17/8/78
25/8/78
6/10/78
7/11/78
21/12/78
16/1/79
19/2/79
10/4/79
25/5/79
9/7/79
20/8/79
8/10/79
20/11/79
4/1/80
18/6/80
5/2/81
8/7/81
21/1/82
18/8/82
6/4/83
15/6/83
8/7/87
20/1/88
17/8/93
19/10/94
1/10/96
5/8/09
12/11/09
13/1/10
5/4/10
1/7/10
5/10/10
4/1/11
1/4/11
4/7/11
4/10/11
3/1/12
9/4/12
28/6/12
11/10/12
2/1/13
25/3/13
10/7/13
1/10/13

CotadaguanoPA(m)

DatadaLeitura

116

112

108

104

100
160

96
150

92

88
140

84
130

80

76

72

68

123
119
115
111
107
103
99
95
91
87
83
79
75
71
67
170

160

150

140

130

120

110

100

Niveldoreservatrio(m)

120

Niveldoreservatrio(m)

25/3/13
10/7/13
1/10/13

3/1/12
9/4/12
28/6/12
11/10/12
2/1/13

5/4/10
1/7/10
5/10/10
4/1/11
1/4/11
4/7/11
4/10/11

19/10/94
1/10/96
5/8/09
12/11/09
13/1/10

18/6/80
5/2/81
8/7/81
21/1/82
18/8/82
6/4/83
15/6/83
8/7/87
20/1/88
17/8/93

9/7/79
20/8/79
8/10/79
20/11/79
4/1/80

21/12/78
16/1/79
19/2/79
10/4/79
25/5/79

6/10/78
7/11/78

31/7/78
7/8/78
17/8/78
25/8/78

26/7/78

5/3/78
3/4/78
8/4/78
14/4/78
21/4/78
28/4/78
6/5/78
12/5/78
19/5/78
26/5/78
2/6/78
12/6/78
22/6/78
30/6/78
10/7/78
19/7/78

CotadaguanoPA(m)

PoodeAlvio(PA20A)
190

180

170

120

110

100

DatadaLeitura

PoodeAlvio(PA22)
190

180

Datadaleitura
1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

9/4/12

3/1/12

4/10/11

4/7/11

1/4/11

4/1/11

5/10/10

1/7/10

5/4/10

13/1/10

12/11/09

5/8/09

1/10/96

19/10/94

17/8/93

20/1/88

8/7/87

15/6/83

6/4/83

18/8/82

21/1/82

8/7/81

5/2/81

18/6/80

4/1/80

20/11/79

8/10/79

20/8/79

9/7/79

25/5/79

10/4/79

19/2/79

16/1/79

21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)

Vazo(l/min)
400
190

360
180

320

280
170

240
160

200
150

160
140

120
130

80
120

40
110

104
0

100
100

96

92

88

84

80

76

72

68

64
Niveldoreservatrio(m)

PoodeAlvio(PA21)

DatadaLeitura
1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

9/4/12

3/1/12

4/10/11

4/7/11

1/4/11

4/1/11

5/10/10

1/7/10

5/4/10

13/1/10

12/11/09

5/8/09

1/10/96

19/10/94

17/8/93

20/1/88

8/7/87

15/6/83

6/4/83

18/8/82

21/1/82

8/7/81

5/2/81

18/6/80

4/1/80

20/11/79

8/10/79

20/8/79

9/7/79

25/5/79

10/4/79

19/2/79

16/1/79

21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)
116
180

112

108
170

104
160

100
150

96
140

92

88
130

84

80
110

76
100

131

127

123

119

115
160

111

107
150

103
140

99

95
130

91

87
120

83
110

79
100

Niveldoreservatrio(m)

120

Niveldoreservatrio(m)

1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

9/4/12

3/1/12

4/10/11

4/7/11

1/4/11

4/1/11

5/10/10

1/7/10

5/4/10

13/1/10

12/11/09

5/8/09

1/10/96

19/10/94

17/8/93

20/1/88

8/7/87

15/6/83

6/4/83

18/8/82

21/1/82

8/7/81

5/2/81

18/6/80

4/1/80

20/11/79

8/10/79

20/8/79

9/7/79

25/5/79

10/4/79

19/2/79

16/1/79

21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)

PoodeAlvio(PA23)
190

120

DatadaLeitura

PoodeAlvio(PA24)

135
190

180

170

Datadaleitura
1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

9/4/12

3/1/12

4/10/11

4/7/11

1/4/11

4/1/11

5/10/10

1/7/10

5/4/10

13/1/10

12/11/09

5/8/09

1/10/96

19/10/94

17/8/93

20/1/88

8/7/87

15/6/83

6/4/83

18/8/82

21/1/82

8/7/81

5/2/81

18/6/80

4/1/80

20/11/79

8/10/79

20/8/79

9/7/79

25/5/79

10/4/79

19/2/79

16/1/79

21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)
Vazo(l/min)
80
190

70
180

60
170

50
160

40
150

30
140

20
130

120

10
110

130
0

126
100

122

118

114

110

106

102

98

94

90

86
Niveldoreservatrio(m)

PoodeAlvio(PA25)

Datadaleitura
1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

9/4/12

3/1/12

4/10/11

4/7/11

1/4/11

4/1/11

5/10/10

1/7/10

5/4/10

13/1/10

12/11/09

5/8/09

1/10/96

19/10/94

17/8/93

20/1/88

8/7/87

15/6/83

6/4/83

18/8/82

21/1/82

8/7/81

5/2/81

18/6/80

4/1/80

20/11/79

8/10/79

20/8/79

9/7/79

25/5/79

10/4/79

19/2/79

16/1/79

21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)
Vazo(l/min)
80
190

70
180

60
170

50
160

40
150

30
140

20
130

10
120

110

0
130
100

126

122

118

114

110

106

102

98

94

90

86
Niveldoreservatrio(m)

PoodeAlvio(PA26)

DatadaLeitura
1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

9/4/12

3/1/12

4/10/11

4/7/11

1/4/11

4/1/11

5/10/10

1/7/10

5/4/10

13/1/10

12/11/09

5/8/09

1/10/96

19/10/94

17/8/93

20/1/88

8/7/87

15/6/83

6/4/83

18/8/82

21/1/82

8/7/81

5/2/81

18/6/80

4/1/80

20/11/79

8/10/79

20/8/79

9/7/79

25/5/79

10/4/79

19/2/79

16/1/79

21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)

190

139
180

135

131
170

127
160

123
150

119
140

115

111
130

107

103
110

99
100

149
190

145
180

141

137
170

133
160

129
150

125
140

121

117
130

113
120

109
110

105
100

Niveldoreservatrio(m)

143

Niveldoreservatrio(m)

1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

9/4/12

3/1/12

4/10/11

4/7/11

1/4/11

4/1/11

5/10/10

1/7/10

5/4/10

13/1/10

12/11/09

5/8/09

1/10/96

19/10/94

17/8/93

20/1/88

8/7/87

15/6/83

6/4/83

18/8/82

21/1/82

8/7/81

5/2/81

18/6/80

4/1/80

20/11/79

8/10/79

20/8/79

9/7/79

25/5/79

10/4/79

19/2/79

16/1/79

21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)

PoodeAlvio(PA27)

120

DatadaLeitura

PoodeAlvio(PA28)

DatadaLeitura
2/1/13
25/3/13
10/7/13
1/10/13

4/7/11
4/10/11
3/1/12
9/4/12
28/6/12
11/10/12

13/1/10
5/4/10
1/7/10
5/10/10
4/1/11
1/4/11

20/1/88
17/8/93
19/10/94
1/10/96
5/8/09
12/11/09

21/1/82
18/8/82
6/4/83
15/6/83
8/7/87

8/10/79
20/11/79
4/1/80
18/6/80
5/2/81
8/7/81

16/1/79
19/2/79
10/4/79
25/5/79
9/7/79
20/8/79

7/11/78
21/12/78

31/7/78
7/8/78
17/8/78
25/8/78
6/10/78

10/7/78
19/7/78
26/7/78

5/3/78
3/4/78
8/4/78
14/4/78
21/4/78
28/4/78
6/5/78
12/5/78
19/5/78
26/5/78
2/6/78
12/6/78
22/6/78
30/6/78

CotadaguanoPA(m)

190

153
180

145
170

141

137
160

133

129
150

125
140

121
130

117

113

109

105

168

164

160

156

152

148
160

144
150

140

136
140

132
130

128

124
120

120
110

116
100

Niveldoreservatrio(m)

157

Niveldoreservatrio(m)

1/10/96
5/8/09
12/11/09
13/1/10
5/4/10
1/7/10
5/10/10
4/1/11
1/4/11
4/7/11
4/10/11
3/1/12
9/4/12
28/6/12
11/10/12
2/1/13
25/3/13
10/7/13
1/10/13

15/6/83
8/7/87
20/1/88
17/8/93
19/10/94

21/1/82
18/8/82
6/4/83

5/2/81
8/7/81

7/8/78
17/8/78
25/8/78
6/10/78
7/11/78
21/12/78
16/1/79
19/2/79
10/4/79
25/5/79
9/7/79
20/8/79
8/10/79
20/11/79
4/1/80
18/6/80

12/6/78
22/6/78
30/6/78
10/7/78
19/7/78
26/7/78
31/7/78

5/3/78
3/4/78
8/4/78
14/4/78
21/4/78
28/4/78
6/5/78
12/5/78
19/5/78
26/5/78
2/6/78

CotadaguanoPA(m)

PoodeAlvio(PA29)

149

120

110

100

DatadaLeitura

PoodeAlvio(PA30)
190

180

170

DatadaLeitura
2/1/13
25/3/13
10/7/13
1/10/13

4/10/11
3/1/12
9/4/12
28/6/12
11/10/12

5/4/10
1/7/10
5/10/10
4/1/11
1/4/11
4/7/11

19/10/94
1/10/96
5/8/09
12/11/09
13/1/10

15/6/83
8/7/87
20/1/88
17/8/93

6/4/83

8/7/81
21/1/82
18/8/82

18/6/80
5/2/81

8/10/79
20/11/79
4/1/80

25/5/79
9/7/79
20/8/79

16/1/79
19/2/79
10/4/79

7/11/78
21/12/78

17/8/78
25/8/78
6/10/78

31/7/78
7/8/78

10/7/78
19/7/78
26/7/78

26/5/78
2/6/78
12/6/78
22/6/78
30/6/78

5/3/78
3/4/78
8/4/78
14/4/78
21/4/78
28/4/78
6/5/78
12/5/78
19/5/78

CotadaguanoPA(m)
160
180

156

152
170

148
160

144

140
150

136
140

132
130

128
120

120

116

176
190

172
180

168

164
170

160
160

156
150

152
140

148
130

144
120

140
110

136
100

Niveldoreservatrio(m)

164

Niveldoreservatrio(m)

1/10/13

28/6/12
11/10/12
2/1/13
25/3/13
10/7/13

9/4/12

4/1/11
1/4/11
4/7/11
4/10/11
3/1/12

1/7/10
5/10/10

5/4/10

12/11/09
13/1/10

19/10/94
1/10/96
5/8/09

17/8/93

20/1/88

6/4/83
15/6/83
8/7/87

8/7/81
21/1/82
18/8/82

18/6/80
5/2/81

20/11/79
4/1/80

9/7/79
20/8/79
8/10/79

10/4/79
25/5/79

21/12/78
16/1/79
19/2/79

6/10/78
7/11/78

25/8/78

26/7/78
31/7/78
7/8/78
17/8/78

19/7/78

10/7/78

19/5/78
26/5/78
2/6/78
12/6/78
22/6/78
30/6/78

12/5/78

5/3/78
3/4/78
8/4/78
14/4/78
21/4/78
28/4/78
6/5/78

CotadaguanoPA(m)

PoodeAlvio(PA31)
190

124

110

100

DatadaLeitura

PoodeAlvio(PA32)

DatadaLeitura
1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

9/4/12

3/1/12

4/10/11

4/7/11

1/4/11

4/1/11

5/10/10

1/7/10

5/4/10

13/1/10

12/11/09

5/8/09

1/10/96

19/10/94

17/8/93

20/1/88

8/7/87

15/6/83

6/4/83

18/8/82

21/1/82

8/7/81

5/2/81

18/6/80

4/1/80

20/11/79

8/10/79

20/8/79

9/7/79

25/5/79

10/4/79

19/2/79

16/1/79

21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)

190

182
180

178

174
170

170
160

166
150

162
140

158
130

154
120

150
110

146
100

190
190

186
180

182

178
170

174
160

170
150

166
140

162
130

158
120

154
110

150
100

Niveldoreservatrio(m)

186

Niveldoreservatrio(m)

1/10/13

10/7/13

25/3/13

2/1/13

11/10/12

28/6/12

9/4/12

3/1/12

4/10/11

4/7/11

1/4/11

4/1/11

5/10/10

1/7/10

5/4/10

13/1/10

12/11/09

5/8/09

1/10/96

19/10/94

17/8/93

20/1/88

8/7/87

15/6/83

6/4/83

18/8/82

21/1/82

8/7/81

5/2/81

18/6/80

4/1/80

20/11/79

8/10/79

20/8/79

9/7/79

25/5/79

10/4/79

19/2/79

16/1/79

21/12/78

7/11/78

6/10/78

25/8/78

17/8/78

7/8/78

31/7/78

26/7/78

19/7/78

10/7/78

30/6/78

22/6/78

12/6/78

2/6/78

26/5/78

19/5/78

12/5/78

6/5/78

28/4/78

21/4/78

14/4/78

8/4/78

3/4/78

5/3/78

CotadaguanoPA(m)

PoodeAlvio(PA33)

DatadaLeitura

PoodeAlvio(PA34)

Leitura dos Marcos Topogrficos

LEITURA DAS COORDENADAS DOS MARCOS TOPOGRFICOS DA BARRAGEM DE ITAUBA


Marco
Data
27/03/1978
03/04/1978
07/04/1978
12/05/1978
16/05/1978
19/05/1978
07/06/1978
24/06/1978
10/07/1978
25/07/1978
25/08/1978
25/09/1978
25/10/1978
25/11/1978
29/12/1978
30/01/1979
28/02/1979
30/03/1979
30/04/1979
30/05/1979
30/06/1979
30/07/1979
30/08/1979
30/09/1979
30/10/1979
30/11/1979
30/12/1979
30/03/1980
20/06/1980
30/09/1980
05/12/1980
04/02/1981
10/03/1981
10/05/1981
10/07/1981
10/09/1981
10/11/1981
18/01/1982

X
282.873,8217
282.873,8217
282.873,8217
282.873,8217
282.873,8217
282.873,8217
282.873,8217
282.873,8217
282.873,8217
282.873,8217
282.873,8184
282.873,8300
282.873,8313
282.873,8300
282.873,8267
282.873,8166
282.873,8150
282.873,8166
282.873,8269
282.873,8244
282.873,8244
282.873,8313
282.873,8273
282.873,8285
282.873,8270
282.873,8268
282.873,8286
282.873,8305
282.873,8331
282.873,8305
282.873,8280
282.873,8280
282.873,8276
282.873,8280
282.873,8280
282.873,8978
282.873,8927
282.873,8882

1
Y
6.761.759,5249
6.761.759,5249
6.761.759,5249
6.761.759,5249
6.761.759,5249
6.761.759,5249
6.761.759,5249
6.761.759,5249
6.761.759,5249
6.761.759,5249
6.761.759,5234
6.761.759,5096
6.761.759,5054
6.761.759,5096
6.761.759,5081
6.761.759,5106
6.761.759,5004
6.761.759,5107
6.761.759,5063
6.761.759,5061
6.761.759,5061
6.761.759,5002
6.761.759,4998
6.761.759,5009
6.761.759,5021
6.761.759,5029
6.761.759,5018
6.761.759,4993
6.761.759,4967
6.761.759,5017
6.761.759,5039
6.761.759,5039
6.761.759,5042
6.761.759,5039
6.761.759,5039
6.761.759,4452
6.761.759,4524
6.761.759,4551

X
282.900,7553
282.900,7553
282.900,7553
282.900,7553
282.900,7553
282.900,7553
282.900,7553
282.900,7553
282.900,7553
282.900,7553
282.900,8168
282.900,8363
282.900,8334
282.900,8386
282.900,8354
282.900,8298
282.900,8271
282.900,8297
282.900,8375
282.900,8355
282.900,8375
282.900,8365
282.900,8359
282.900,8372
282.900,8339
282.900,8401
282.900,8367
282.900,8372
282.900,8382
282.900,8372
282.900,8290
282.900,8397
282.900,8388
282.900,8402
282.900,8402
282.900,9466
282.900,9620
282.900,9479

2
Y
6.761.726,4720
6.761.726,4720
6.761.726,4720
6.761.726,4720
6.761.726,4720
6.761.726,4720
6.761.726,4720
6.761.726,4720
6.761.726,4720
6.761.726,4720
6.761.726,2462
6.761.726,2322
6.761.726,2370
6.761.726,2309
6.761.726,2295
6.761.726,2311
6.761.726,2341
6.761.726,2311
6.761.726,2283
6.761.726,2295
6.761.726,2283
6.761.726,2308
6.761.726,2343
6.761.726,2349
6.761.726,2332
6.761.726,2333
6.761.726,2351
6.761.726,2358
6.761.726,2362
6.761.726,2358
6.761.726,2345
6.761.726,2335
6.761.726,2340
6.761.726,2338
6.761.726,2338
6.761.726,3245
6.761.726,2860
6.761.726,2939

26/04/1982

282.873,8971

6.761.759,4477

282.900,9515

6.761.726,3141

22/06/1982
17/08/1982
11/11/1982
10/12/1982
10/04/1983

282.873,8891
282.873,8967
282.873,8942
282.873,8894
282.873,8983

6.761.759,4746
6.761.759,4390
6.761.759,4398
6.761.759,4385
6.761.759,4312

282.900,9619
282.900,9496
282.900,9445
282.900,9449
282.900,9576

6.761.726,3020
6.761.726,3184
6.761.726,3244
6.761.726,3179
6.761.726,3076

10/05/1983
10/06/1983
01/08/1983

282.873,8956
282.873,9042
282.873,9023

6.761.759,4328
6.761.759,4291
6.761.759,4301

282.900,9586
282.900,9627
282.900,9573

6.761.726,3089
6.761.726,3041
6.761.726,3084

OBS: o valor em negrito indica provvel leitura equivocada

LEITURA DAS COORDENADAS DOS MARCOS TOPOGRFICOS DA BARRAGEM DE ITAUBA


Marco
Data
27/03/1978
03/04/1978
07/04/1978
12/05/1978
16/05/1978
19/05/1978
07/06/1978
24/06/1978
10/07/1978
25/07/1978
25/08/1978
25/09/1978
25/10/1978
25/11/1978
29/12/1978
30/01/1979
28/02/1979
30/03/1979
30/04/1979
30/05/1979
30/06/1979
30/07/1979
30/08/1979
30/09/1979
30/10/1979
30/11/1979
30/12/1979
30/03/1980
20/06/1980
30/09/1980
05/12/1980
04/02/1981
10/03/1981
10/05/1981
10/07/1981
10/09/1981
10/11/1981
18/01/1982

X
282.921,3080
282.921,3080
282.921,3080
282.921,3080
282.921,3080
282.921,3080
282.921,3080
282.921,3080
282.921,3080
282.921,3080
282.921,3087
282.921,3222
282.921,3242
282.921,3227
282.921,3212
282.921,3173
282.921,3182
282.921,3175
282.921,3243
282.921,3243
282.921,3233
282.921,3236
282.921,3239
282.921,3239
282.921,3218
282.921,3225
282.921,3240
282.921,3256
282.921,3249
282.921,3246
282.921,3230
282.921,3241
282.921,3245
282.921,3250
282.921,3247
282.921,3756
282.921,3760
282.921,3749

3
Y
6.761.701,3546
6.761.701,3546
6.761.701,3546
6.761.701,3546
6.761.701,3546
6.761.701,3546
6.761.701,3546
6.761.701,3546
6.761.701,3546
6.761.701,3546
6.761.701,3507
6.761.701,3435
6.761.701,3425
6.761.701,3418
6.761.701,3411
6.761.701,3431
6.761.701,3397
6.761.701,3410
6.761.701,3371
6.761.701,3375
6.761.701,3385
6.761.701,3398
6.761.701,3299
6.761.701,3423
6.761.701,3440
6.761.701,3454
6.761.701,3447
6.761.701,3438
6.761.701,3451
6.761.701,3452
6.761.701,3473
6.761.701,3470
6.761.701,3468
6.761.701,3474
6.761.701,3476
6.761.701,3915
6.761.701,3614
6.761.701,3620

X
282.824,9182
282.824,9182
282.824,9182
282.824,9182
282.824,9182
282.824,9182
282.824,9182
282.824,9182
282.824,9182
282.824,9182
282.825,0114
282.825,0326
282.825,0343
282.825,0359
282.825,0330
282.825,0307
282.825,0285
282.825,0306
282.825,0384
282.825,0319
282.825,0358
282.825,0415
282.825,0409
282.825,0362
282.825,0357
282.825,0359
282.825,0385
282.825,0404
282.825,0403
282.825,0395
282.825,0386
282.825,0371
282.825,0386
282.825,0386
282.825,0367
282.824,9601
282.824,9806
282.824,9806

4
Y
6.761.710,1948
6.761.710,1948
6.761.710,1948
6.761.710,1948
6.761.710,1948
6.761.710,1948
6.761.710,1948
6.761.710,1948
6.761.710,1948
6.761.710,1948
6.761.709,9498
6.761.709,9333
6.761.709,9292
6.761.709,9250
6.761.709,9230
6.761.709,9240
6.761.709,9250
6.761.709,9225
6.761.709,9226
6.761.709,9529
6.761.709,9197
6.761.709,9184
6.761.709,9191
6.761.709,9215
6.761.709,9217
6.761.709,9223
6.761.709,9205
6.761.709,9203
6.761.709,9197
6.761.709,9207
6.761.709,9221
6.761.709,9232
6.761.709,9221
6.761.709,9222
6.761.709,9230
6.761.710,0609
6.761.710,0407
6.761.759,4524

26/04/1982

282.921,3657

6.761.701,3770

282.824,9560

6.761.710,0601

22/06/1982
17/08/1982
11/11/1982
10/12/1982
10/04/1983

282.921,3677
282.921,3848
282.921,3747
282.921,3673
282.921,3807

6.761.701,3694
6.761.701,3759
6.761.701,3812
6.761.701,3839
6.761.701,3709

282.824,9595
282.824,9575
282.824,9575
282.824,9585
282.824,9642

6.761.710,0510
6.761.710,0580
6.761.710,0486
6.761.710,0555
6.761.710,0448

10/05/1983
10/06/1983
01/08/1983

282.921,3823
282.921,3858
282.921,3878

6.761.701,3700
6.761.701,3694
6.761.701,3695

282.824,9669
282.824,9753
282.824,9836

6.761.710,0436
6.761.710,0411
6.761.710,0387

OBS: o valor em negrito indica provvel leitura equivocada

LEITURA DAS COORDENADAS DOS MARCOS TOPOGRFICOS DA BARRAGEM DE ITAUBA


Marco
Data
27/03/1978
03/04/1978
07/04/1978
12/05/1978
16/05/1978
19/05/1978
07/06/1978
24/06/1978
10/07/1978
25/07/1978
25/08/1978
25/09/1978
25/10/1978
25/11/1978
29/12/1978
30/01/1979
28/02/1979
30/03/1979
30/04/1979
30/05/1979
30/06/1979
30/07/1979
30/08/1979
30/09/1979
30/10/1979
30/11/1979
30/12/1979
30/03/1980
20/06/1980
30/09/1980
05/12/1980
04/02/1981
10/03/1981
10/05/1981
10/07/1981
10/09/1981
10/11/1981
18/01/1982

X
282.860,7923
282.860,7923
282.860,7923
282.860,7923
282.860,7923
282.860,7923
282.860,7923
282.860,7923
282.860,7923
282.860,7923
282.860,8713
282.860,9069
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282.860,9039
282.860,9011
282.860,9011
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282.860,9063
282.860,9084
282.860,9136
282.860,9121
282.860,9142
282.860,9142
282.860,9146
282.860,9157
282.860,9162
282.860,9160
282.860,9156
282.860,9168
282.860,9164
282.860,9167
282.860,9165
282.860,9158
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282.861,0425
282.861,0136

5
Y
6.761.688,1650
6.761.688,1650
6.761.688,1650
6.761.688,1650
6.761.688,1650
6.761.688,1650
6.761.688,1650
6.761.688,1650
6.761.688,1650
6.761.688,1650
6.761.687,9414
6.761.687,9129
6.761.687,9081
6.761.687,9119
6.761.687,9174
6.761.687,9155
6.761.687,9155
6.761.687,9178
6.761.687,9096
6.761.687,9126
6.761.687,9107
6.761.687,9096
6.761.687,9100
6.761.687,9097
6.761.687,9110
6.761.687,9117
6.761.687,9115
6.761.687,9119
6.761.687,9136
6.761.687,9131
6.761.687,9132
6.761.687,9125
6.761.687,9117
6.761.687,9130
6.761.687,9134
6.761.687,9961
6.761.687,9868
6.761.687,9997

X
282.888,7893
282.888,7893
282.888,7893
282.888,7893
282.888,7893
282.888,7893
282.888,7898
282.888,7893
282.888,7898
282.888,7898
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282.888,8815
282.888,8825
282.888,8763
282.888,8749
282.888,8735
282.888,8722
282.888,8736
282.888,8811
282.888,8796
282.888,8811
282.888,8804
282.888,8803
282.888,8806
282.888,8815
282.888,8826
282.888,8835
282.888,8849
282.888,8842
282.888,8837
282.888,8845
282.888,8854
282.888,8858
282.888,8858
282.888,8848
282.888,9468
282.888,9541
282.888,9487

6
Y
6.761.669,9431
6.761.669,9431
6.761.669,9431
6.761.669,9431
6.761.669,9431
6.761.669,9431
6.761.669,9431
6.761.669,9431
6.761.669,9431
6.761.669,9431
6.761.669,7375
6.761.669,7258
6.761.669,7224
6.761.669,7266
6.761.669,7257
6.761.669,7249
6.761.669,7240
6.761.669,7246
6.761.669,7239
6.761.669,7255
6.761.669,7251
6.761.669,7242
6.761.669,7234
6.761.669,7265
6.761.669,7267
6.761.669,7274
6.761.669,7267
6.761.669,7252
6.761.669,7267
6.761.669,7272
6.761.669,7266
6.761.669,7271
6.761.669,7269
6.761.669,7269
6.761.669,7279
6.761.669,8049
6.761.669,7716
6.761.669,7739

26/04/1982

282.861,0218

6.761.687,9960

282.888,9409

6.761.669,7838

22/06/1982
17/08/1982
11/11/1982
10/12/1982
10/04/1983

282.861,0324
282.861,0332
282.861,0325
282.861,0247
282.861,0374

6.761.687,9856
6.761.687,9935
6.761.687,9875
6.761.687,9878
6.761.687,9815

282.888,9401
282.888,9501
282.888,9442
282.888,9383
282.888,9485

6.761.669,7865
6.761.669,7905
6.761.669,7983
6.761.669,7962
6.761.669,7952

10/05/1983
10/06/1983
01/08/1983

282.861,0423
282.861,0464
282.861,0464

6.761.687,9775
6.761.687,9756
6.761.687,9756

282.888,9551
282.888,9570
282.888,9581

6.761.669,7892
6.761.669,7892
6.761.669,7899

OBS: o valor em negrito indica provvel leitura equivocada

LEITURA DAS COORDENADAS DOS MARCOS TOPOGRFICOS DA BARRAGEM DE ITAUBA


Marco
Data
27/03/1978
03/04/1978
07/04/1978
12/05/1978
16/05/1978
19/05/1978
07/06/1978
24/06/1978
10/07/1978
25/07/1978
25/08/1978
25/09/1978
25/10/1978
25/11/1978
29/12/1978
30/01/1979
28/02/1979
30/03/1979
30/04/1979
30/05/1979
30/06/1979
30/07/1979
30/08/1979
30/09/1979
30/10/1979
30/11/1979
30/12/1979
30/03/1980
20/06/1980
30/09/1980
05/12/1980
04/02/1981
10/03/1981
10/05/1981
10/07/1981
10/09/1981
10/11/1981
18/01/1982

X
282.915,9611
282.915,9611
282.915,9611
282.915,9611
282.915,9611
282.915,9611
282.915,9611
282.915,9611
282.915,9611
282.915,9611
282.915,9620
282.915,9742
282.915,9718
282.915,9722
282.915,9691
282.915,9678
282.915,9660
282.915,9681
282.915,9766
282.915,9739
282.915,9752
282.915,9747
282.915,9751
282.915,9757
282.915,9749
282.915,9759
282.915,9777
282.915,9780
282.915,9791
282.915,9784
282.915,9775
282.915,9788
282.915,9787
282.915,9787
282.915,9789
282.916,0672
282.916,0750
282.916,0485

7
Y
6.761.651,5609
6.761.651,5609
6.761.651,5609
6.761.651,5609
6.761.651,5609
6.761.651,5609
6.761.651,5609
6.761.651,5609
6.761.651,5609
6.761.651,5609
6.761.651,5571
6.761.651,5573
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6.761.651,5542
6.761.651,5542
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6.761.651,5541
6.761.651,5518
6.761.651,5502
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6.761.651,5527
6.761.651,5509
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6.761.651,5558
6.761.651,5557
6.761.651,5550
6.761.651,5559
6.761.651,5569
6.761.651,5583
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6.761.651,5586
6.761.651,5589
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6.761.651,5583
6.761.651,5737
6.761.651,5394
6.761.651,5689

X
282.780,4225
282.780,4225
282.780,4225
282.780,4225
282.780,4225
282.780,4225
282.780,4335
282.780,4225
282.780,4225
282.780,4225
282.780,4225
282.780,4551
282.780,4571
282.780,4560
282.780,4539
282.780,4571
282.780,4571
282.780,4590
282.780,4623
282.780,4551
282.780,4586
282.780,4633
282.780,4611
282.780,4619
282.780,4597
282.780,4601
282.780,4593
282.780,4615
282.780,4636
282.780,4648
282.780,4657
282.780,4642
282.780,4642
282.780,4655
282.780,4646
282.780,6116
282.780,6131
282.780,5974

8
Y
6.761.645,7966
6.761.645,7966
6.761.645,7966
6.761.645,7966
6.761.645,7966
6.761.645,7966
6.761.645,7966
6.761.645,7966
6.761.645,7966
6.761.645,7966
6.761.645,7967
6.761.645,7829
6.761.645,7790
6.761.645,7809
6.761.645,7810
6.761.645,7790
6.761.645,7790
6.761.645,7800
6.761.645,7779
6.761.645,7828
6.761.645,7775
6.761.645,7759
6.761.645,7783
6.761.645,7781
6.761.645,7781
6.761.645,7780
6.761.645,7783
6.761.645,7775
6.761.645,7768
6.761.645,7781
6.761.645,7792
6.761.645,7800
6.761.645,7800
6.761.645,7796
6.761.645,7798
6.761.645,7361
6.761.645,7303
6.761.645,7353

26/04/1982

282.916,0498

6.761.651,5644

282.780,6025

6.761.645,7436

22/06/1982
17/08/1982
11/11/1982
10/12/1982
10/04/1983

282.916,0522
282.916,0618
282.916,0610
282.916,0560
282.916,0743

6.761.651,5556
6.761.651,5594
6.761.651,5558
6.761.651,5668
6.761.651,5596

282.780,6141
282.780,6151
282.780,6140
282.780,6214
282.780,6268

6.761.645,7353
6.761.645,7376
6.761.645,7413
6.761.645,7396
6.761.645,7319

10/05/1983
10/06/1983
01/08/1983

282.916,0740
282.916,0800
282.916,0779

6.761.651,5614
6.761.651,5572
6.761.651,5581

282.780,6316
282.780,6323
282.780,6319

6.761.645,7297
6.761.645,7281
6.761.645,7289

OBS: o valor em negrito indica provvel leitura equivocada

LEITURA DAS COORDENADAS DOS MARCOS TOPOGRFICOS DA BARRAGEM DE ITAUBA


Marco
Data
27/03/1978
03/04/1978
07/04/1978
12/05/1978
16/05/1978
19/05/1978
07/06/1978
24/06/1978
10/07/1978
25/07/1978
25/08/1978
25/09/1978
25/10/1978
25/11/1978
29/12/1978
30/01/1979
28/02/1979
30/03/1979
30/04/1979
30/05/1979
30/06/1979
30/07/1979
30/08/1979
30/09/1979
30/10/1979
30/11/1979
30/12/1979
30/03/1980
20/06/1980
30/09/1980
05/12/1980
04/02/1981
10/03/1981
10/05/1981
10/07/1981
10/09/1981
10/11/1981
18/01/1982

X
282.816,5912
282.816,5912
282.816,5912
282.816,5912
282.816,5912
282.816,5912
282.816,5912
282.816,5912
282.816,5912
282.816,5912
282.816,6928
282.816,7295
282.816,7245
282.816,7323
282.816,7295
282.816,7303
282.816,7303
282.816,7327
282.816,7372
282.816,7328
282.816,7342
282.816,7363
282.816,7324
282.816,7338
282.816,7345
282.816,7358
282.816,7358
282.816,7364
282.816,7381
282.816,7384
282.816,7382
282.816,7399
282.816,7405
282.816,7414
282.816,7417
282.816,7258
282.816,7242
282.816,7147

9
Y
6.761.625,1769
6.761.625,1769
6.761.625,1769
6.761.625,1769
6.761.625,1769
6.761.625,1769
6.761.625,1769
6.761.625,1769
6.761.625,1769
6.761.625,1769
6.761.624,9603
6.761.624,9398
6.761.624,9506
6.761.624,9374
6.761.624,9398
6.761.624,9380
6.761.624,9380
6.761.624,9358
6.761.624,9350
6.761.624,9379
6.761.624,9371
6.761.624,9362
6.761.624,9358
6.761.624,9357
6.761.624,9364
6.761.624,9373
6.761.624,9373
6.761.624,9374
6.761.624,9359
6.761.624,9352
6.761.624,9365
6.761.624,9357
6.761.624,9352
6.761.624,9362
6.761.624,9355
6.761.625,0418
6.761.625,0423
6.761.625,0452

X
282.844,4849
282.844,4849
282.844,4849
282.844,4849
282.844,4849
282.844,4849
282.844,4849
282.844,4849
282.844,4849
282.844,4849
282.844,4847
282.844,5139
282.844,5134
282.844,5120
282.844,5116
282.844,5116
282.844,5104
282.844,5122
282.844,5161
282.844,5165
282.844,5178
282.844,5156
282.844,5174
282.844,5182
282.844,5151
282.844,5166
282.844,5171
282.844,5180
282.844,5183
282.844,5179
282.844,5180
282.844,5179
282.844,5194
282.844,5194
282.844,5198
282.844,4864
282.844,4888
282.844,4864

10
Y
6.761.609,7740
6.761.609,7740
6.761.609,7740
6.761.609,7740
6.761.609,7740
6.761.609,7740
6.761.609,7740
6.761.609,7740
6.761.609,7740
6.761.609,7740
6.761.609,7735
6.761.609,7647
6.761.609,7592
6.761.609,7926
6.761.609,7598
6.761.609,7598
6.761.609,7587
6.761.609,7567
6.761.609,7566
6.761.609,7571
6.761.609,7579
6.761.609,7580
6.761.609,7575
6.761.609,7608
6.761.609,7628
6.761.609,7630
6.761.609,7626
6.761.609,7620
6.761.609,7628
6.761.609,7643
6.761.609,7640
6.761.609,7643
6.761.609,7639
6.761.609,7645
6.761.609,7644
6.761.609,8544
6.761.609,8355
6.761.609,8485

26/04/1982

282.816,7174

6.761.625,0524

282.844,4897

6.761.609,8306

22/06/1982
17/08/1982
11/11/1982
10/12/1982
10/04/1983

282.816,7353
282.816,7281
282.816,7251
282.816,7242
282.816,7379

6.761.625,0389
6.761.625,0454
6.761.625,0433
6.761.625,0380
6.761.625,0406

282.844,5014
282.844,4992
282.844,4962
282.844,4891
282.844,4935

6.761.609,8272
6.761.609,8366
6.761.609,8932
6.761.609,8407
6.761.609,8424

10/05/1983
10/06/1983
01/08/1983

282.816,7402
282.816,7443
282.816,7449

6.761.565,0356
6.761.625,0312
6.761.625,0298

282.844,5009
282.844,5052
282.844,5051

6.761.609,8402
6.761.609,8378
6.761.609,8378

OBS: o valor em negrito indica provvel leitura equivocada

LEITURA DAS COORDENADAS DOS MARCOS TOPOGRFICOS DA BARRAGEM DE ITAUBA


Marco
Data
27/03/1978
03/04/1978
07/04/1978
12/05/1978
16/05/1978
19/05/1978
07/06/1978
24/06/1978
10/07/1978
25/07/1978
25/08/1978
25/09/1978
25/10/1978
25/11/1978
29/12/1978
30/01/1979
28/02/1979
30/03/1979
30/04/1979
30/05/1979
30/06/1979
30/07/1979
30/08/1979
30/09/1979
30/10/1979
30/11/1979
30/12/1979
30/03/1980
20/06/1980
30/09/1980
05/12/1980
04/02/1981
10/03/1981
10/05/1981
10/07/1981
10/09/1981
10/11/1981
18/01/1982

X
282.872,9765
282.872,9765
282.872,9765
282.872,9765
282.872,9765
282.872,9765
282.872,9765
282.872,9765
282.872,9765
282.872,9765
282.872,7720
282.872,7856
282.872,7868
282.872,7848
282.872,7835
282.872,7817
282.872,7807
282.872,7830
282.872,7844
282.872,7866
282.872,7866
282.872,7842
282.872,7878
282.872,7887
282.872,7889
282.872,7903
282.872,7909
282.872,7896
282.872,7910
282.872,7913
282.872,7913
282.872,7919
282.872,7919
282.872,7926
282.872,7926
282.872,9190
282.872,9288
282.872,9172

11
Y
6.761.594,1300
6.761.594,1300
6.761.594,1300
6.761.594,1300
6.761.594,1300
6.761.594,1300
6.761.594,1300
6.761.594,1300
6.761.594,1300
6.761.594,1300
6.761.594,1864
6.761.594,1824
6.761.594,1795
6.761.594,1800
6.761.594,1805
6.761.594,1809
6.761.594,1799
6.761.594,1776
6.761.594,1791
6.761.594,1801
6.761.594,1804
6.761.594,1811
6.761.594,1804
6.761.594,1818
6.761.594,1828
6.761.594,1832
6.761.594,1825
6.761.594,1834
6.761.594,1831
6.761.594,1838
6.761.594,1846
6.761.594,1853
6.761.594,1853
6.761.594,1851
6.761.594,1851
6.761.594,2232
6.761.594,1874
6.761.594,1906

X
282.749,5230
282.749,5230
282.749,5230
282.749,5230
282.749,5230
282.749,5230
282.749,5230
282.749,5230
282.749,5230
282.749,5230
282.749,5230
282.749,5398
282.749,5451
282.749,5468
282.749,5468
282.749,5460
282.749,5427
282.749,5457
282.749,5520
282.749,5469
282.749,5484
282.749,5513
282.749,5434
282.749,5437
282.749,5460
282.749,5485
282.749,5507
282.749,5514
282.749,5501
282.749,5515
282.749,5525
282.749,5518
282.749,5514
282.749,5510
282.749,5495
282.749,5296
282.749,5401
282.749,5332

12
Y
6.761.573,2765
6.761.573,2765
6.761.573,2765
6.761.573,2765
6.761.573,2765
6.761.573,2765
6.761.573,2765
6.761.573,2765
6.761.573,2765
6.761.573,2765
6.761.573,2766
6.761.573,2799
6.761.573,2756
6.761.573,2785
6.761.573,2785
6.761.573,2770
6.761.573,2703
6.761.573,2774
6.761.573,2781
6.761.573,2811
6.761.573,2788
6.761.573,2783
6.761.573,2828
6.761.573,2827
6.761.573,2826
6.761.573,2814
6.761.573,2804
6.761.573,2809
6.761.573,2834
6.761.573,2828
6.761.573,2836
6.761.573,2847
6.761.573,2858
6.761.573,2866
6.761.573,2871
6.761.573,3916
6.761.573,3735
6.761.573,3742

26/04/1982

282.872,9084

6.761.594,2102

282.749,5361

6.761.573,3795

22/06/1982
17/08/1982
11/11/1982
10/12/1982
10/04/1983

282.872,9086
282.872,9249
282.872,9235
282.872,9164
282.872,9188

6.761.594,2096
6.761.594,2128
6.761.594,2104
6.761.594,2130
6.761.594,2145

282.749,5383
282.749,5367
282.749,5459
282.749,5530
282.749,5536

6.761.573,3850
6.761.573,3853
6.761.573,3855
6.761.573,3789
6.761.573,3846

10/05/1983
10/06/1983
01/08/1983

282.872,9256
282.872,9325
282.872,9337

6.761.594,2126
6.761.594,2107
6.761.594,2137

282.749,5593
282.749,5609
282.749,5581

6.761.573,3835
6.761.573,3846
6.761.573,3831

OBS: o valor em negrito indica provvel leitura equivocada

LEITURA DAS COORDENADAS DOS MARCOS TOPOGRFICOS DA BARRAGEM DE ITAUBA


Marco
Data
27/03/1978
03/04/1978
07/04/1978
12/05/1978
16/05/1978
19/05/1978
07/06/1978
24/06/1978
10/07/1978
25/07/1978
25/08/1978
25/09/1978
25/10/1978
25/11/1978
29/12/1978
30/01/1979
28/02/1979
30/03/1979
30/04/1979
30/05/1979
30/06/1979
30/07/1979
30/08/1979
30/09/1979
30/10/1979
30/11/1979
30/12/1979
30/03/1980
20/06/1980
30/09/1980
05/12/1980
04/02/1981
10/03/1981
10/05/1981
10/07/1981
10/09/1981
10/11/1981
18/01/1982

X
282.790,1276
282.790,1276
282.790,1276
282.790,1276
282.790,1276
282.790,1276
282.790,1276
282.790,1276
282.790,1276
282.790,1276
282.790,1276
282.790,1539
282.790,1498
282.790,1558
282.790,1539
282.790,1530
282.790,1520
282.790,1521
282.790,1528
282.790,1523
282.790,1548
282.790,1551
282.790,1560
282.790,1565
282.790,1585
282.790,1596
282.790,1607
282.790,1594
282.790,1598
282.790,1586
282.790,1579
282.790,1578
282.790,1585
282.790,1596
282.790,1558
282.790,0755
282.790,0918
282.790,0702

13
Y
6.761.561,3535
6.761.561,3535
6.761.561,3535
6.761.561,3535
6.761.561,3535
6.761.561,3535
6.761.561,3535
6.761.561,3535
6.761.561,3535
6.761.561,3535
6.761.561,3535
6.761.561,3422
6.761.561,3494
6.761.561,3391
6.761.561,3394
6.761.561,3380
6.761.561,3398
6.761.561,3379
6.761.561,3408
6.761.561,3428
6.761.561,3408
6.761.561,3413
6.761.561,3387
6.761.561,3401
6.761.561,3401
6.761.561,3399
6.761.561,3397
6.761.561,3408
6.761.561,3414
6.761.561,3434
6.761.561,3445
6.761.561,3448
6.761.561,3453
6.761.561,3451
6.761.561,3458
6.761.561,4332
6.761.561,4166
6.761.561,4206

X
282.820,6436
282.820,6436
282.820,6436
282.820,6436
282.820,6436
282.820,6436
282.820,6436
282.820,6436
282.820,6436
282.820,6436
282.820,8492
282.820,8676
282.820,8663
282.820,8697
282.820,8679
282.820,8679
282.820,8663
282.820,8660
282.820,8688
282.820,8694
282.820,8691
282.820,8697
282.820,8714
282.820,8703
282.820,8696
282.820,8705
282.820,8711
282.820,8727
282.820,8749
282.820,8728
282.820,8740
282.820,8749
282.820,8753
282.820,8747
282.820,8746
282.820,8762
282.820,8776
282.820,8748

14
Y
6.761.551,0966
6.761.551,0966
6.761.551,0966
6.761.551,0966
6.761.551,0966
6.761.551,0966
6.761.551,6966
6.761.551,6966
6.761.551,6966
6.761.551,6966
6.761.551,0598
6.761.551,0565
6.761.551,0567
6.761.551,0561
6.761.551,0506
6.761.551,0506
6.761.551,0509
6.761.551,0507
6.761.551,0528
6.761.551,0536
6.761.551,0533
6.761.551,0538
6.761.551,0529
6.761.551,0580
6.761.551,0581
6.761.551,0589
6.761.551,0588
6.761.551,0570
6.761.551,0552
6.761.551,0555
6.761.551,0556
6.761.551,0552
6.761.551,0563
6.761.551,0572
6.761.551,0575
6.761.551,1176
6.761.551,1069
6.761.551,1074

26/04/1982

282.790,0722

6.761.561,4264

282.820,8727

6.761.551,1043

22/06/1982
17/08/1982
11/11/1982
10/12/1982
10/04/1983

282.790,0750
282.790,0821
282.790,0833
282.790,0840
282.790,0930

6.761.561,4216
6.761.561,4264
6.761.561,4231
6.761.561,4175
6.761.561,4133

282.820,8769
282.820,8783
282.820,8844
282.820,8837
282.820,8796

6.761.551,1094
6.761.551,1149
6.761.551,1080
6.761.551,1058
6.761.551,1112

10/05/1983
10/06/1983
01/08/1983

282.790,0992
282.790,1010
282.790,1008

6.761.561,4140
6.761.561,4167
6.761.561,4168

282.820,8878
282.820,8906
282.820,8906

6.761.551,1097
6.761.551,1104
6.761.551,1104

OBS: o valor em negrito indica provvel leitura equivocada

LEITURA DAS COORDENADAS DOS MARCOS TOPOGRFICOS DA BARRAGEM DE ITAUBA


Marco
Data
27/03/1978
03/04/1978
07/04/1978
12/05/1978
16/05/1978
19/05/1978
07/06/1978
24/06/1978
10/07/1978
25/07/1978
25/08/1978
25/09/1978
25/10/1978
25/11/1978
29/12/1978
30/01/1979
28/02/1979
30/03/1979
30/04/1979
30/05/1979
30/06/1979
30/07/1979
30/08/1979
30/09/1979
30/10/1979
30/11/1979
30/12/1979
30/03/1980
20/06/1980
30/09/1980
05/12/1980
04/02/1981
10/03/1981
10/05/1981
10/07/1981
10/09/1981
10/11/1981
18/01/1982

X
282.850,5223
282.850,5223
282.850,5223
282.850,5223
282.850,5223
282.850,5223
282.850,5223
282.850,5223
282.850,5223
282.850,5223
282.850,6085
282.850,6207
282.850,6240
282.850,6194
282.850,6178
282.850,6185
282.850,6176
282.850,6198
282.850,6206
282.850,6191
282.850,6194
282.850,6198
282.850,6213
282.850,6226
282.850,6227
282.850,6227
282.850,6225
282.850,6239
282.850,6248
282.850,6242
282.850,6246
282.850,6255
282.850,6255
282.850,6263
282.850,6261
282.850,6556
282.850,6777
282.850,6548

15
Y
6.761.540,9995
6.761.540,9995
6.761.540,9995
6.761.540,9995
6.761.540,9995
6.761.540,9995
6.761.540,9995
6.761.540,9995
6.761.540,9995
6.761.540,9995
6.761.540,8201
6.761.540,8153
6.761.540,8120
6.761.540,8155
6.761.540,8158
6.761.540,8143
6.761.540,8131
6.761.540,8122
6.761.540,8131
6.761.540,8161
6.761.540,8165
6.761.540,8176
6.761.540,8176
6.761.540,8191
6.761.540,8190
6.761.540,8190
6.761.540,8194
6.761.540,8188
6.761.540,8201
6.761.540,8207
6.761.540,8209
6.761.540,8210
6.761.540,8210
6.761.540,8217
6.761.540,8223
6.761.540,9213
6.761.540,8802
6.761.540,8841

26/04/1982

282.850,6425

6.761.540,9000

22/06/1982
17/08/1982
11/11/1982
10/12/1982
10/04/1983

282.850,6393
282.850,6553
282.850,6554
282.850,6430
282.850,6543

6.761.540,9065
6.761.540,9110
6.761.540,9082
6.761.540,9136
6.761.540,9155

10/05/1983
10/06/1983
01/08/1983

282.850,6570
282.850,6599
282.850,6599

6.761.540,9134
6.761.540,9135
6.761.540,9135

OBS: o valor em negrito indica provvel leitura equivocada

DESLOCAMENTOS DOS MARCOS TOPOGRFICOS DA BARRAGEM DE ITAUBA

Data
M-1
27/3/78
25/4/78
19/5/78
24/6/78
25/7/78
25/8/78 0.72
25/9/78 3.57
25/10/78 4.35
25/11/78 3.48
29/12/78 3.51
30/1/79 3.09
28/2/79 5.06
27/3/79
23/4/79 3.03
30/5/79 3.71
30/6/79 3.81
31/7/79 5.30
30/8/79 5.15
30/9/79 5.00
30/10/79 4.69
30/11/79 4.52
30/12/79 4.81
27/3/80 5.40
20/6/80 6.07
30/9/80 4.95
30/12/80 4.38
4/2/81
4.38
10/3/81 4.30
10/5/81 4.38
10/7/81 4.38
10/9/81 4.38
18/1/82 3.22
26/4/82
4.12
22/6/82 1.32
17/8/82 4.95
11/11/82 4.82
10/12/82 4.89
10/4/83 5.75
10/5/83
5.54
10/6/83
6.11
1/8/83
5.96

M-2
0.16
4.99
3.92
4.96
5.16
4.29
3.52
4.70
5.95
5.07
5.62
4.53
4.62
4.77
5.26
5.45
4.68
4.70
4.83
4.70
5.14
5.35
5.15
5.42
5.24
5.24
7.33
6.21
7.77
5.81
5.06
5.45
7.09
7.09
7.70
7.01

M-3
0.85
4.07
4.12
4.12
3.85
3.04
3.68
4.19
3.40
4.36
4.49
4.36
4.38
4.09
3.55
3.49
3.84
4.19
3.95
3.86
3.42
3.63
3.72
3.76
3.68
3.68
5.50
3.75
4.47
5.25
4.12
3.37
5.23
5.41
5.72
5.87

M-4
0.99
5.03
5.23
6.01
5.92
5.19
5.87
5.42
6.88
7.78
7.60
6.63
6.54
6.45
7.07
7.35
7.43
7.16
6.82
6.47
6.82
6.82
6.47
6.47
6.28
7.22
6.54
7.31
8.00
8.25
8.97
9.69

M-5
9.23
10.35
9.67
8.13
8.10
7.93
10.78
7.42
9.11
9.65
10.61
10.33
10.72
10.56
10.53
10.74
10.78
10.57
10.61
10.75
10.75
10.88
10.72
10.54
10.54
9.07
9.96
11.42
11.05
11.32
10.67
12.07
12.70
13.14
13.14

M-6
5.85
6.34
5.50
4.67
4.51
4.43
6.54
4.60
5.54
5.82
5.77
5.85
5.63
5.79
5.94
6.16
6.54
6.28
6.15
6.36
6.48
6.56
6.56
6.32
6.32
7.98
6.76
6.53
7.18
6.31
5.87
6.83
7.68
7.85
7.92

M-7
0.73
2.71
2.32
2.79
2.05
1.84
1.64
3.48
2.27
3.01
3.22
3.33
3.53
3.27
2.89
3.08
3.47
3.48
3.62
3.44
3.26
3.54
3.51
3.51
3.55
3.55
1.91
2.28
3.06
3.54
3.69
2.67
4.64
4.54
5.26
5.03

M-8
2.70
7.05
7.76
7.43
6.86
7.76
8.68
8.05
7.05
8.16
9.16
8.53
8.72
8.30
8.39
8.22
8.68
9.11
9.22
9.32
8.97
8.97
9.25
9.07
9.07
7.81
7.96
9.34
9.35
9.12
9.88
10.64
11.17
11.29
11.23

M-9 M-10 M-11 M-12 M-13 M-14 M-15


0.27
0.27
0.27
0.27
0.11
8.42 6.14 2.87 1.51 5.69 3.76 2.80
6.62 6.39 3.33 4.42 4.52 3.49 3.65
9.14 5.86 2.64 4.78 6.48 4.18 2.50
6.02 2.64 4.78 5.98 4.19 2.20
8.57 6.06 2.36 4.76 5.97 4.14 2.31
8.74 5.93 2.25 3.98 5.62 3.86 2.50
9.86 7.03 3.68 5.74 6.84 4.73 3.14
9.39 6.45 2.92 4.54 5.83 3.60 2.96
9.17 7.15 3.17 4.88 5.39 4.20 2.41
9.48 7.31 3.69 5.09 6.01 4.19 2.48
9.95 6.88 2.71 5.66 6.02 4.28 2.42
9.31 7.26 3.42 4.25 6.47 4.66 2.68
9.57 7.16 3.52 4.33 6.37 4.23 2.89
9.61 6.42 3.49 4.75 6.74 4.09 2.89
9.76 6.71 3.73 5.19 6.96 4.26 2.89
9.76 6.83 3.88 5.62 7.18 4.40 2.85
9.86 7.03 3.59 5.74 6.84 4.73 3.14
10.29 7.03 3.87 5.74 6.86 5.22 3.29
10.41 6.89 3.92 5.84 6.50 4.81 3.16
10.24 6.92 3.89 6.06 6.33 5.04 3.25
10.64 6.89 4.00 5.98 6.27 5.22 3.42
10.78 7.18 4.00 5.97 6.39 5.26 3.42
10.85 7.18 4.14 5.93 6.61 5.14 3.59
10.98 7.24 4.14 5.70 6.42 5.09 3.53
10.98 7.24 4.14 5.70 6.42 5.09 3.53
9.84 7.41 5.36 5.66 6.35 5.14 4.95
9.77 8.46 3.49 6.00 6.30 5.04 2.96
11.96 9.65 3.54 6.32 6.74 5.29 2.31
11.03 9.04 4.92 6.18 7.24 5.33 3.60
10.85 8.25 4.86 7.08 7.46 6.06 3.69
11.02 7.95 4.11 7.67 7.73 6.04 2.35
12.12 8.29 4.29 7.81 8.72 5.52 3.42
12.54 9.06 4.99 8.36 9.27 6.35 3.72
13.11 9.55 5.71 8.53 9.34 6.61 4.01
13.23 9.54 5.75 8.23 9.32 6.61 4.01

LEITURAS DAS COTAS DOS MARCOS TOPOGRFICOS DA BARRAGEM DE ITAUBA

DATA
27/03/1978
03/04/1978
07/04/1978
10/04/1978
13/04/1978
11/05/1978
16/05/1978
18/05/1978
09/06/1978
24/06/1978
24/08/1978
15/09/1978
25/09/1978
12/10/1978
26/10/1978
25/11/1978
29/12/1978
30/01/1979
28/02/1979
30/03/1979
30/04/1979
30/05/1979
30/06/1979
30/07/1979
30/08/1979
30/09/1979
30/10/1979
30/11/1979
30/12/1979
30/03/1980
20/06/1980
30/09/1980
07/10/1980
07/01/1981
07/03/1981
10/05/1981
10/07/1981
27/10/1981
06/01/1982
19/04/1982
07/07/1982
07/12/1982
07/03/1983
05/05/1983
11/07/1983
09/01/1986
08/07/1986
14/01/1987
16/07/1987
11/01/1988
06/04/1995
21/05/1996

1
188,04427
188,03483
188,03412
188,03425
188,03434
188,02838
188,02749
188,02739
188,02464
188,02385
188,01817
188,00993
188,00707
188,00711
188,00631
188,00472
188,00242
188,00212
188,00108
188,00067
187,99916
187,99857
187,99824
187,99656
187,99633
187,99552
187,99462
187,99469
187,99436
187,99334
187,99326
187,99173
187,98954
187,98891
187,98827
187,98827
187,98652
187,98598
187,98502
187,98425
187,98402
187,98247
187,98210
187,98175
187,97149
187,97688
187,97702
187,97561
187,97305
187,97484
187,96636
187,96583

2
160,68617
160,67767
160,67650
160,67616
160,67626
160,67436
160,67310
160,67314
160,67235
160,67187
160,66682
160,66216
160,66201
160,66106
160,66020
160,65868
160,65750
160,65742
160,65527
160,65400
160,65385
160,65370
160,65154
160,65179
160,65036
160,64978
160,65028
160,65060
160,65026
160,65889
160,64819
160,64677
160,64570
160,64505
160,64494
160,64513
160,64449
160,64448
160,64477
160,64460
160,64370
160,64360
160,64361
160,64256
160,64046
160,63858
160,63958
160,63813
160,63833
160,63618
160,63388

3
140,37920
140,37131
140,37108
140,37083
140,37105
140,36975
140,36979
140,36976
140,36918
140,36907
140,36808
140,36658
140,36633
140,36579
140,36585
140,36557
140,36534
140,36497
140,36491
140,36400
140,36395
140,36441
140,36378
140,36376
140,36374
140,36351
140,36324
140,36304
140,36301
140,36345
140,36344
140,36283
140,36267
140,36250
140,36241
140,36207
140,36118
140,36127
140,36116
140,36097
140,36070
140,36044
140,36031
140,36022
140,36006
140,36006
140,35877
140,35956
140,35750
140,35949
140,35640
140,35592

OBS: As leituras em negrito esto, provavelmente, equivocadas

4
188,13494
188,13190
188,12317
188,12251
188,12187
188,11135
188,10939
188,10930
188,10496
188,10276
188,09323
188,07562
188,07397
188,07046
188,06809
188,06524
188,06151
188,05880
188,05615
188,05516
188,05338
188,05156
188,05144
188,04751
188,04700
188,04616
188,04520
188,04441
188,04457
188,04083
188,03982
188,03912
188,03529
188,03354
188,03301
188,03170
188,03163
188,02922
188,02698
188,02576
188,02510
188,02298
188,02182
188,02156
188,02026
188,01108
188,01094
188,00944
188,00588
188,00719
187,92265
187,99095

5
160,48072
160,47929
160,47024
160,47168
160,46993
160,46322
160,46224
160,46189
160,45932
160,45774
160,44915
160,43086
160,42917
160,42534
160,42381
160,42000
160,41654
160,41485
160,41213
160,40932
160,40736
160,40666
160,40381
160,40286
160,40163
160,40051
160,40074
160,39948
160,39903
160,39687
160,39753
160,39564
160,39163
160,38997
160,38796
160,38762
160,38733
160,38535
160,38519
160,38457
160,38417
160,38296
160,38169
160,38131
160,38046
160,37377
160,37123
160,37187
160,36913
160,36906
160,36210
160,35893

6
140,30382
140,30388
140,29467
140,29452
140,29466
140,29196
140,29114
140,29152
140,29050
140,28923
140,28598
140,28052
140,27942
140,27781
140,27729
140,27595
140,27512
140,27322
140,27338
140,27233
140,27129
140,27099
140,26986
140,26928
140,26828
140,26860
140,26814
140,26756
140,26690
140,26740
140,26707
140,26596
140,26540
140,26500
140,26398
140,26301
140,26201
140,26139
140,26123
140,26086
140,26056
140,25963
140,25925
140,25909
140,25888
140,25571
140,25510
140,25411
140,25338
140,25515
140,24926
140,24862

MARCOS TOPOGRFICOS
7
8
9
120,45192
188,32437
160,46353
120,45129
188,31251
160,45417
120,44384
188,31144
160,45146
120,44353
188,31204
160,45368
120,44392
188,31049
160,45073
120,44293
188,30009
160,44375
120,44326
188,29766
160,44250
120,44262
188,29765
160,44232
120,44153
188,29235
160,43959
120,44155
188,29096
160,43806
120,44064
188,28061
160,42848
120,44009
188,26426
160,40891
120,44014
188,26300
160,40767
120,43958
188,25943
160,40405
120,43976
188,25705
160,40177
120,43954
188,25328
160,39754
120,43964
188,24948
160,39396
120,43947
188,24704
160,39221
120,43928
188,24492
160,38823
120,43939
188,24307
160,38592
120,43914
188,24161
160,38447
120,43899
188,23838
160,38321
120,43847
188,23834
160,04100
120,43790
188,23422
160,37952
120,43812
188,23333
160,37773
120,43803
188,23312
160,37658
120,43804
188,23256
160,37687
120,43800
188,23218
160,37579
120,43791
188,23200
160,37508
120,43832
188,22717
160,37225
120,43799
188,22507
160,37075
120,43751
188,22611
160,37047
120,43695
188,21974
160,36621
120,43696
188,22001
160,36432
120,43691
188,21882
160,36333
120,43686
188,21725
160,36285
120,43616
188,21633
160,36208
120,43585
188,21437
160,35969
120,43578
188,21318
160,35994
120,43594
188,21159
160,35919
120,43451
188,21042
160,35882
120,43537
188,20801
160,35765
120,43539
188,20768
160,35639
120,43550
188,20691
160,35615
120,43480
188,20500
160,35461
120,43453
188,19553
160,34790
120,43341
188,19402
160,34545
120,43437
188,19327
160,34509
120,43310
188,18964
160,34245
120,43395
188,19063
160,34208
120,43228
188,17439
160,33513
120,43145
188,17202
160,33140

10
140,24025
140,23097
140,22967
140,22956
140,22903
140,22514
140,22435
140,22388
140,22242
140,22115
140,21534
140,20619
140,20450
140,20163
140,20096
140,19861
140,19685
140,19417
140,19367
140,19229
140,19137
140,18989
140,18936
140,18794
140,18622
140,18635
140,18559
140,18549
140,18545
140,18350
140,18207
140,18043
140,17946
140,17904
140,17884
140,17728
140,17648
140,17524
140,17500
140,17450
140,17349
140,17262
140,17261
140,17240
140,17152
140,16665
140,16489
140,16409
140,16421
140,16470
140,15735
140,15613

11
120,49541
120,48707
120,48839
120,48694
120,48787
120,48528
120,48513
120,48516
120,48454
120,48423
120,48284
120,48081
120,48040
120,47961
120,47985
120,47897
120,47851
120,47880
120,47601
120,47797
120,47885
120,47701
120,47759
120,47625
120,47635
120,47639
120,47613
120,47577
120,47557
120,47592
120,47539
120,47538
120,47464
120,47466
120,47444
120,47400
120,47321
120,47281
120,47274
120,47264
120,47259
120,47169
120,47162
120,47186
120,47140
120,47011
120,46943
120,46967
120,46962
120,46832
120,46747
120,46651

12
188,23310
188,22959
188,22055
188,22101
188,21958
188,21156
188,20989
188,20977
188,20549
188,20448
188,19707
188,18404
188,18280
188,18071
188,17763
188,17501
188,17167
188,16905
188,16795
188,16613
188,16575
188,16198
188,16280
188,15745
188,15740
188,15815
188,15832
188,15714
188,15754
188,15372
188,15279
188,15170
188,14694
188,14769
188,14764
188,14611
188,14506
188,14415
188,14271
188,14193
188,14456
188,13942
188,13955
188,19380
188,13647
188,12832
188,12632
188,12261
188,12261
188,12443
188,11048
188,10787

13
160,47854
160,47685
160,46765
160,46905
160,46663
160,46289
160,46181
160,46174
160,45985
160,45830
160,45210
160,44004
160,43874
160,43677
160,43532
160,43303
160,43041
160,42876
160,42605
160,42567
160,42374
160,42356
160,42065
160,42001
160,41904
160,41871
160,41892
160,41840
160,41805
160,41648
160,41485
160,41673
160,41374
160,41204
160,41178
160,41017
160,40907
160,40735
160,40762
160,40773
160,40783
160,40730
160,40622
160,40604
160,40440
160,39932
160,39720
160,39789
160,39495
160,39593
160,39195
160,38936

14
140,33473
140,33449
140,32523
149,32512
140,32511
140,30334
140,32295
140,32344
140,32216
140,32150
140,31941
140,31595
140,31556
140,31445
140,31416
140,31345
140,31240
140,31108
140,31139
140,31004
140,31004
140,30979
140,30901
140,30780
140,30754
140,30793
140,30737
140,30714
140,30756
140,30719
140,30574
140,30586
140,30575
140,30554
140,30520
140,30336
140,30335
140,30237
140,30253
140,30227
140,30233
140,30159
140,30155
140,30165
140,30118
140,29939
140,29704
140,29704
140,29746
140,29822
140,29428
140,29319

15
120,45953
120,45894
120,45228
120,45092
120,45066
120,45004
120,44986
120,44977
120,44948
120,44916
120,44882
120,44815
120,44819
120,44781
120,44819
120,44753
120,44752
120,44799
120,44520
120,44718
120,44831
120,44677
120,44751
120,44655
120,44686
120,44678
120,44664
120,44643
120,44643
120,44697
120,44673
120,44646
120,44592
120,44577
120,44547
120,44545
120,44543
120,44502
120,44483
120,44462
120,44460
120,44420
120,44417
120,44426
120,44429
120,44328
120,44236
120,44297
120,44274
120,44058
120,02892
120,44063

RECALQUE DOS MARCOS TOPOGRFICOS DA BARRAGEM DE ITAUBA

DATA
27/03/1978
03/04/1978
07/04/1978
10/04/1978
13/04/1978
11/05/1978
16/05/1978
18/05/1978
09/06/1978
24/06/1978
24/08/1978
15/09/1978
25/09/1978
12/10/1978
26/10/1978
25/11/1978
29/12/1978
30/01/1979
28/02/1979
30/03/1979
30/04/1979
30/05/1979
30/06/1979
30/07/1979
30/08/1979
30/09/1979
30/10/1979
30/11/1979
30/12/1979
30/03/1980
20/06/1980
30/09/1980
07/10/1980
07/01/1981
07/03/1981
10/05/1981
10/07/1981
27/10/1981
06/01/1982
19/04/1982
07/07/1982
07/12/1982
07/03/1983
05/05/1983
11/07/1983
09/01/1986
08/07/1986
14/01/1987
16/07/1987
11/01/1988
06/04/1995
21/05/1996

M-1
(0,94)
(1,02)
(1,00)
(0,99)
(1,59)
(1,68)
(1,69)
(1,96)
(2,04)
(2,61)
(3,43)
(3,72)
(3,72)
(3,80)
(3,96)
(4,19)
(4,22)
(4,32)
(4,36)
(4,51)
(4,57)
(4,60)
(4,77)
(4,79)
(4,88)
(4,97)
(4,96)
(4,99)
(5,09)
(5,10)
(5,25)
(5,47)
(5,54)
(5,60)
(5,60)
(5,77)
(5,83)
(5,93)
(6,00)
(6,03)
(6,18)
(6,22)
(6,25)
(7,28)
(6,74)
(6,73)
(6,87)
(7,12)
(6,94)
(7,79)
(7,84)

M-2
(0,85)
(0,97)
(1,00)
(0,99)
(1,18)
(1,31)
(1,30)
(1,38)
(1,43)
(1,94)
(2,40)
(2,42)
(2,51)
(2,60)
(2,75)
(2,87)
(2,88)
(3,09)
(3,22)
(3,23)
(3,25)
(3,46)
(3,44)
(3,58)
(3,64)
(3,59)
(3,56)
(3,59)
(2,73)
(3,80)
(3,94)
(4,05)
(4,11)
(4,12)
(4,10)
(4,17)
(4,17)
(4,17)
(4,14)
(4,16)
(4,25)
(4,26)
(4,26)
(4,36)
(4,57)
(4,76)
(4,66)
(4,80)
(4,78)
(5,00)
(5,23)

M-3
(0,79)
(0,81)
(0,84)
(0,82)
(0,94)
(0,94)
(0,94)
(1,00)
(1,01)
(1,11)
(1,26)
(1,29)
(1,34)
(1,34)
(1,36)
(1,39)
(1,42)
(1,43)
(1,52)
(1,53)
(1,48)
(1,54)
(1,54)
(1,55)
(1,57)
(1,60)
(1,62)
(1,62)
(1,57)
(1,58)
(1,64)
(1,65)
(1,67)
(1,68)
(1,71)
(1,80)
(1,79)
(1,80)
(1,82)
(1,85)
(1,88)
(1,89)
(1,90)
(1,91)
(1,91)
(2,04)
(1,96)
(2,17)
(1,97)
(2,28)
(2,33)

M-4
(0,30)
(1,18)
(1,24)
(1,31)
(2,36)
(2,56)
(2,56)
(3,00)
(3,22)
(4,17)
(5,93)
(6,10)
(6,45)
(6,68)
(6,97)
(7,34)
(7,61)
(7,88)
(7,98)
(8,16)
(8,34)
(8,35)
(8,74)
(8,79)
(8,88)
(8,97)
(9,05)
(9,04)
(9,41)
(9,51)
(9,58)
(9,96)
(10,14)
(10,19)
(10,32)
(10,33)
(10,57)
(10,80)
(10,92)
(10,98)
(11,20)
(11,31)
(11,34)
(11,47)
(12,39)
(12,40)
(12,55)
(12,91)
(12,77)
(21,23)
(14,40)

M-5
(0,14)
(1,05)
(0,90)
(1,08)
(1,75)
(1,85)
(1,88)
(2,14)
(2,30)
(3,16)
(4,99)
(5,15)
(5,54)
(5,69)
(6,07)
(6,42)
(6,59)
(6,86)
(7,14)
(7,34)
(7,41)
(7,69)
(7,79)
(7,91)
(8,02)
(8,00)
(8,12)
(8,17)
(8,38)
(8,32)
(8,51)
(8,91)
(9,07)
(9,28)
(9,31)
(9,34)
(9,54)
(9,55)
(9,61)
(9,65)
(9,78)
(9,90)
(9,94)
(10,03)
(10,69)
(10,95)
(10,88)
(11,16)
(11,17)
(11,86)
(12,18)

M-6
0,01
(0,92)
(0,93)
(0,92)
(1,19)
(1,27)
(1,23)
(1,33)
(1,46)
(1,78)
(2,33)
(2,44)
(2,60)
(2,65)
(2,79)
(2,87)
(3,06)
(3,04)
(3,15)
(3,25)
(3,28)
(3,40)
(3,45)
(3,55)
(3,52)
(3,57)
(3,63)
(3,69)
(3,64)
(3,68)
(3,79)
(3,84)
(3,88)
(3,98)
(4,08)
(4,18)
(4,24)
(4,26)
(4,30)
(4,33)
(4,42)
(4,46)
(4,47)
(4,49)
(4,81)
(4,87)
(4,97)
(5,04)
(4,87)
(5,46)
(5,52)

MARCOS TOPOGRFICOS
M-7
M-8
(0,06)
(1,19)
(0,81)
(1,29)
(0,84)
(1,23)
(0,80)
(1,39)
(0,90)
(2,43)
(0,87)
(2,67)
(0,93)
(2,67)
(1,04)
(3,20)
(1,04)
(3,34)
(1,13)
(4,38)
(1,18)
(6,01)
(1,18)
(6,14)
(1,23)
(6,49)
(1,22)
(6,73)
(1,24)
(7,11)
(1,23)
(7,49)
(1,25)
(7,73)
(1,26)
(7,94)
(1,25)
(8,13)
(1,28)
(8,28)
(1,29)
(8,60)
(1,35)
(8,60)
(1,40)
(9,01)
(1,38)
(9,10)
(1,39)
(9,12)
(1,39)
(9,18)
(1,39)
(9,22)
(1,40)
(9,24)
(1,36)
(9,72)
(1,39)
(9,93)
(1,44)
(9,83)
(1,50)
(10,46)
(1,50)
(10,44)
(1,50)
(10,55)
(1,51)
(10,71)
(1,58)
(10,80)
(1,61)
(11,00)
(1,61)
(11,12)
(1,60)
(11,28)
(1,74)
(11,39)
(1,65)
(11,64)
(1,65)
(11,67)
(1,64)
(11,75)
(1,71)
(11,94)
(1,74)
(12,88)
(1,85)
(13,03)
(1,76)
(13,11)
(1,88)
(13,47)
(1,80)
(13,37)
(1,96)
(15,00)
(2,05)
(15,23)

M-9
(0,94)
(1,21)
(0,99)
(1,28)
(1,98)
(2,10)
(2,12)
(2,39)
(2,55)
(3,50)
(5,46)
(5,59)
(5,95)
(6,18)
(6,60)
(6,96)
(7,13)
(7,53)
(7,76)
(7,91)
(8,03)
(5,35)
(8,40)
(8,58)
(8,70)
(8,67)
(8,77)
(8,84)
(9,13)
(9,28)
(9,31)
(9,73)
(9,92)
(10,02)
(10,07)
(10,15)
(10,38)
(10,36)
(10,43)
(10,47)
(10,59)
(10,71)
(10,74)
(10,89)
(11,56)
(11,81)
(11,84)
(12,11)
(12,14)
(12,84)
(13,21)

M-10
(0,93)
(1,06)
(1,07)
(1,12)
(1,51)
(1,59)
(1,64)
(1,78)
(1,91)
(2,49)
(3,41)
(3,58)
(3,86)
(3,93)
(4,16)
(4,34)
(4,61)
(4,66)
(4,80)
(4,89)
(5,04)
(5,09)
(5,23)
(5,40)
(5,39)
(5,47)
(5,48)
(5,48)
(5,67)
(5,82)
(5,98)
(6,08)
(6,12)
(6,14)
(6,30)
(6,38)
(6,50)
(6,52)
(6,58)
(6,68)
(6,76)
(6,76)
(6,78)
(6,87)
(7,36)
(7,54)
(7,62)
(7,60)
(7,55)
(8,29)
(8,41)

M-11
(0,83)
(0,70)
(0,85)
(0,75)
(1,01)
(1,03)
(1,03)
(1,09)
(1,12)
(1,26)
(1,46)
(1,50)
(1,58)
(1,56)
(1,64)
(1,69)
(1,66)
(1,94)
(1,74)
(1,66)
(1,84)
(1,78)
(1,92)
(1,91)
(1,90)
(1,93)
(1,96)
(1,98)
(1,95)
(2,00)
(2,00)
(2,08)
(2,08)
(2,10)
(2,14)
(2,22)
(2,26)
(2,27)
(2,28)
(2,28)
(2,37)
(2,38)
(2,36)
(2,40)
(2,53)
(2,60)
(2,57)
(2,58)
(2,71)
(2,79)
(2,89)

M-12
(0,35)
(1,26)
(1,21)
(1,35)
(2,15)
(2,32)
(2,33)
(2,76)
(2,86)
(3,60)
(4,91)
(5,03)
(5,24)
(5,55)
(5,81)
(6,14)
(6,41)
(6,52)
(6,70)
(6,74)
(7,11)
(7,03)
(7,56)
(7,57)
(7,50)
(7,48)
(7,60)
(7,56)
(7,94)
(8,03)
(8,14)
(8,62)
(8,54)
(8,55)
(8,70)
(8,80)
(8,90)
(9,04)
(9,12)
(8,85)
(9,37)
(9,35)
(9,33)
(9,66)
(10,48)
(10,68)
(11,05)
(11,05)
(10,87)
(12,26)
(12,52)

M-13
(0,17)
(1,09)
(0,95)
(1,19)
(1,57)
(1,67)
(1,68)
(1,87)
(2,02)
(2,64)
(3,85)
(3,98)
(4,18)
(4,32)
(4,55)
(4,81)
(4,98)
(5,25)
(5,29)
(5,48)
(5,50)
(5,79)
(5,85)
(5,95)
(5,98)
(5,96)
(6,01)
(6,05)
(6,21)
(6,37)
(6,18)
(6,48)
(6,65)
(6,68)
(6,84)
(6,95)
(7,12)
(7,09)
(7,08)
(7,07)
(7,12)
(7,23)
(7,25)
(7,41)
(7,92)
(8,13)
(8,07)
(8,36)
(8,26)
(8,66)
(8,92)

M-14
(0,02)
(0,95)
(0,96)
(0,96)
(3,14)
(1,18)
(1,13)
(1,26)
(1,32)
(1,53)
(1,88)
(1,92)
(2,03)
(2,06)
(2,13)
(2,23)
(2,37)
(2,33)
(2,47)
(2,47)
(2,49)
(2,57)
(2,69)
(2,72)
(2,68)
(2,74)
(2,76)
(2,72)
(2,75)
(2,90)
(2,89)
(2,90)
(2,92)
(2,95)
(3,14)
(3,14)
(3,24)
(3,22)
(3,25)
(3,24)
(3,31)
(3,32)
(3,31)
(3,36)
(3,53)
(3,77)
(3,77)
(3,73)
(3,65)
(4,05)
(4,15)

M-15
(0,06)
(0,72)
(0,86)
(0,89)
(0,95)
(0,97)
(0,98)
(1,01)
(1,04)
(1,07)
(1,14)
(1,13)
(1,17)
(1,13)
(1,20)
(1,20)
(1,15)
(1,43)
(1,23)
(1,12)
(1,28)
(1,20)
(1,30)
(1,27)
(1,27)
(1,29)
(1,31)
(1,31)
(1,26)
(1,28)
(1,31)
(1,36)
(1,38)
(1,41)
(1,41)
(1,41)
(1,45)
(1,47)
(1,49)
(1,49)
(1,53)
(1,54)
(1,53)
(1,52)
(1,62)
(1,72)
(1,66)
(1,68)
(1,90)
(1,89)

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