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1 Batista MSX Educacao Escolar No Campo Desafios e Possibilidades Nas Classes Multisseriadas PDF

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BATISTA, M. Socorro Xavier.

Educao escolar no campo: desafios e possibilidades nas classes


multisseriadas. Anais VI Simpsio Internacional de Geografia Agrria, VII Simpsio Nacional de
Geografia Agrria, I Jornada de geografia das guas. Joo Pessoa, 2013

EDUCAO ESCOLAR NO CAMPO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES NAS CLASSES


MULTISSERIADAS
Dra. Maria do Socorro Xavier Batista
socorroxbatista@gmail.com
Introduo

As reflexes aqui apresentadas resultam de estudos e pesquisas que vimos realizando no mbito de
pesquisas 1 que visam realizar estudos sobre os programas e as polticas pblicas de formao em
Educao Superior desenvolvidas pelas universidades pblicas direcionados aos grupos sociais rurais, na
perspectiva de consolidar a pesquisa em Educao do Campo e realizar um mapeamento da realidade da
Educao Bsica nas escolas do campo dos municpios da regio metropolitana de Joo Pessoa. Neste
texto apresentamos dados sobre a educao escolar no meio rural, especialmente na Paraba, com o intuito
de fomentar reflexes e apontar os limites, desafios e as possibilidades da educao nas classes
multisseriadas. Destaca-se de incio o limite de se obter dados sobre as classes multisseriadas, pois a
maioria dos dados coletados pelo INEP, provenientes do censo escolar e do SAEB, no diferenciam nas
escolas rurais informaes sobre essas classes.
A investigao de carter exploratrio envolve pesquisa e extenso e se fundamenta numa
perspectiva crtica, envolvendo procedimentos qualitativos e quantitativos. Os dados foram resultantes de
fontes diretas e indiretas. Para coleta de dados diretos foram utilizados instrumentos como questionrios,
aplicados nas secretarias municipais de educao e com os educadores, em visitas s escolas e em
encontros de formao realizados nos municpios. Os dados quantitativos foram buscados em sites do
Inep, Prova Brasil e do Movimento Todos pela Educao.

O direito educao escolar no meio rural


O direito educao passou a ser mencionado no Brasil somente na Constituio de 1824, no
artigo 179, que prev a instruo pblica para todos. Em 15 de outubro de 1827, a Assembleia Geral
Legislativa determinou uma lei para o ensino elementar que manda criar escolas de primeiras letras em
todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Imprio.
No obstante seja secular a definio da Educao como um Direito Humano e seja definida a
responsabilidade do poder pblico pela sua garantia a todos os cidados, atravs das polticas do Estado
brasileiro, so persistentes as desigualdades existentes no mbito da garantia do direito educao escolar
aos sujeitos que vivem no territrio rural do Pas, fazendo com que at os dias atuais sejam encontrados
graves problemas da Educao do Campo tais como: a falta de escolas para atender a todas as crianas e
jovens; de infra-estrutura nas escolas; falta de uma poltica de valorizao do magistrio; de apoio s
iniciativas de renovao pedaggica; de financiamentos; currculos deslocados das questes do campo e
dos interesses dos seus sujeitos; muitos docentes sem a qualificao necessria; os mais altos ndices de

1
Diagnstico das escolas rurais da regio metropolitana de Joo Pessoa e da pesquisa A educao superior no Brasil (2000-
2008): uma anlise interdisciplinar das polticas para o desenvolvimento do campo brasileiro, do Observatrio da Educao
financiado pelo edital no 001/2008 CAPES/INEP/SECAD, em conjunto com quatro universidades: Universidade Federal da
Paraba (UFPB), a Universidade Federal do Par (UFPA), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade
Federal do Cear (UFC).
1
analfabetismo e por fim, tambm denunciamos que a nova gerao est sendo deseducada para viver no
campo, perdendo sua identidade de raiz e seu projeto de futuro.
Essa negao do direito educao resultou numa taxa de analfabetismo de 23,3% na populao
de 15 anos ou mais na rea rural, sendo superior da zona urbana, que de 7,6%. A escolaridade mdia
da populao de 15 anos ou mais, que vive na zona rural de 4,5 anos, enquanto no meio urbano, na
mesma faixa etria, encontra-se em 7,8 anos. Quanto ao nvel de instruo da populao adulta jovem,
compreendida na faixa de 25 a 34 anos, mais uma vez confirma o quadro de desigualdade. Enquanto para
a populao urbana nesta faixa etria, 52,5% tem instruo completa de nvel mdio ou superior, no meio
rural essa condio s existe para 17% da populao, segundo os dados da Pnad 2007. Na Paraba a Taxa
de analfabetismo da populao de 10 a 14 anos: de 6,4 %, enquanto que na faixa de 15 ou mais essa
taxa de 21,9 % (Fonte: IBGE).
Quadro 1 - Taxa de Analfabetismo
10 a 14 15 anos ou
anos mais
Paraba (2010) 6,40% 21,90%
Regio Nordeste (2010) 7,10% 19,10%
Brasil (2010) 3,90% 9,60%
Fonte: IBGE
Decorreu dessa situao a luta histrica dos povos que vivem no campo atravs de seus
movimentos, organizaes sociais e aliados, por polticas pblicas estruturais para garantir o direito
educao decorrente da ausncia do Estado na oferta de educao nesse espao, e, posteriormente, afirma-
se a necessidade de reconhecimento do direito polticas diferenciadas que reconheam as diversidades
culturais, as quais englobam os espaos da floresta, da pecuria, das minas, da agricultura, dos
pescadores, dos caiaras, dos ribeirinhos e dos extrativistas como espao de incluso social, a partir de
uma nova viso de desenvolvimento" (Secad, 2005).
Outro agravante da situao educacional no meio rural se d em decorrncia do fechamento de
escolas do campo como revelam dados do Censo Escolar do INEP, que revelaram que existiam 107.432
escolas no territrio rural em 2002, e, em 2011, o nmero desses estabelecimentos de ensino reduziu-se
para 76.229, significando o fechamento de 31.203 escolas no meio rural. Fato que motivou a incluso de
uma alterao legal, j enviada Cmara dos Deputados (PL 3534/2012), objetivando mudar a LDB, para
dificultar o fechamento das escolas do campo.
Os diagnsticos sobre a educao que se desenvolve na zona rural tm apontado alguns problemas
fundamentais, denunciados pelos movimentos e reconhecidos pelo poder pblico (MEC/Inep, 2007): a
insuficincia e a precariedade das instalaes fsicas da maioria das escolas; as dificuldades de acesso dos
professores e alunos s escolas, em razo da falta de um sistema adequado de transporte escolar; a falta de
professores habilitados e efetivados, o que provoca constante rotatividade; currculo escolar que privilegia
uma viso urbana de educao e desenvolvimento; a ausncia de assistncia pedaggica e superviso
escolar nas escolas rurais; o predomnio de classes multisseriadas com educao de baixa qualidade; a
falta de atualizao das propostas pedaggicas das escolas rurais; baixo desempenho escolar dos alunos e
elevadas taxas de distoro idade-srie; baixos salrios e sobrecarga de trabalho dos professores, quando
comparados com os dos que atuam na zona urbana; a necessidade de reavaliao das polticas de
nucleao das escolas; a implementao de calendrio escolar adequado s necessidades do meio rural,
que se adapte caracterstica da clientela, em funo dos perodos de safra.

Escolas rurais e Classes multisseriadas


Acrescente-se a esse cenrio a questo da oferta de educao que se concentra no Ensino
Fundamental nos anos iniciais, em sua maioria, estruturada em classes multisseriadas, pois elas esto
2
presentes em 71,37% das escolas rurais do Brasil (Inep, 2011), representando 22% das matrculas totais
do campo e o equivalente a 57.474 turmas na regio Nordeste (VIANA, 2012, p.81) e na Paraba h 2.244
escolas, situadas em 212 municpios, com 3.079 classes multisseriadas (Censo Inep, 2011).

Quadro 2 Classes multisseriadas na Paraba

Municpio N de Matrculas N de Turmas N de Escolas

Total: 212 46.120 3.079 2.244


Fonte: Censo Inep, 2011
Como vemos no quadro 2, na Paraba existem 2.244 escolas no meio rural e 3.079 turmas
multisseriadas em 212 municpios. Entre as escolas da zona rural comum encontrar professores que se
queixam das condies materiais para ministrarem suas aulas. So escassos os recursos didticos, e os
professores muitas vezes precisam improvisar com o nico material existente para poder lecionar. Os
recursos de tecnologia so ainda mais escassos; recursos que poderiam contribuir ainda mais para o
aprendizado dos estudantes do campo. Muitas das escolas no dispem de televiso, aparelhos de DVD,
som, jogos educativos, entre outros.
Em pesquisa2 realizada em doze municpios da regio metropolitana de Joo Pessoa, destacou-se a
presena marcante de classes multisseriadas com 44,05% quase a metade dos professores que atuam no
campo est ensinando em salas multisseriadas.

Grfico 1 Distribuio dos professores segundo o tipo de sala de aula em que atua

Tipo de sala de aula em que atua


No respondeu 3,03%

Os dois tipos 5,14%

Multisseriada 44,05%

Serie nica 47,78%

0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00%


Fonte: Pesquisa de campo, PIBIC, 2011-2012.

A organizao das escolas do campo em classes multisseriadas, no fenmeno exclusivo do


Brasil, pois em todos os continentes essa modalidade de educao utilizada at hoje. Conforme Castro
(2008).
Ainda hoje, sem excees, todos os pases europeus adotam essas escolas. Seu
nmero significativo. Os Estados Unidos e o Canad tambm. H muitas escolas assim, e
elas voltaram a se expandir nas ltimas duas dcadas. No mundo, cerca de 30% das escolas
tm trs salas ou menos. No Canad, 16% dos alunos estudam em classes multisseriadas.

2
Diagnstico da Educao nas Escolas do Campo nos Municpios da Regio Metropolitana de Joo Pessoa que concluiu suas
atividades agora em julho de 2012 teve como objetivo geral o mapeamento da realidade da Educao Bsica nas escolas do
campo dos municpios da regio metropolitana de Joo Pessoa, compreendida por doze municpios (Alhandra, Bayeux,
Caapor, Cabedelo, Conde, Cruz do Espirito Santo, Joo Pessoa, Lucena, Mamanguape, Pitimbu, Rio Tinto, Santa Rita)
realizadas por dois bolsistas: Leidson Ferreira Martins e Jakeline da Silva Farias.

.
3
Ainda mais relevante, nos pases mais ricos, as avaliaes revelam resultados obtidos
nessas escolas em nada inferiores aos das outras, como j havia indicado Husen. Podem at
ser melhores. E so respeitadas. No sofrem preconceitos, como aqui. Alis, entre ns, so
preconceitos quase sempre justificados, pois apresentam pior desempenho.

No Brasil o surgimento das classes multisseriadas se deu desde as primeiras iniciativas de


educao escolar, uma vez que no incio no havia a organizao por srie, mas tendo os contedos como
princpio da organizao das classes. As aulas rgias institudas em 1759, que foram implantadas aps a
sada dos jesutas, pela reforma educacional dos Estudos Menores do Marqus de Pombal, ministro do
Estado portugus, se organizavam por contudos. Esse modelo correspondia ao ensino bsico, como
salienta Albano (2008, p.1).

Os Estudos Menores eram responsveis pela educao de primeiras letras e das


cadeiras de humanidades, isto , correspondiam ao ensino bsico. Com a expulso dos
jesutas, as aulas passaram a ser ministradas pelos professores em suas casas e no mais
em seminrios e colgios. As aulas eram autnomas, isoladas e os alunos podiam
freqentar s uma cadeira por vez dependendo das existentes no local, pois devido
escassez de professores era comum que no houvesse todas as aulas em todos os locais,
somente nas principais vilas, o que tornava difcil e demorado a concluso de todas as
cadeiras.

Nesse contexto surgiram os professores ambulantes, que ensinavam as primeiras letras nas
fazendas, em localidades com poucos habitantes, como as vilas e logradouros, onde os professores
reuniam crianas e ensinavam a ler, escrever e contar. Essas aulas foram oficializadas pela Lei Geral do
Ensino, em 1827, pelo governo Imperial, que determinava em seu artigo primeiro, que houvesse escolas
das primeiras letras nas localidades mais populosas, cidades e vilas, o que resultou na oferta de escolas
mais nos centros urbanos, embora a populao rural fosse maior. As escolas funcionavam nas casas das
professoras que arcavam com as despesas dos materiais necessrios. A organizao das classes baseadas
na seriao s ocorreu com a criao dos grupos escolares no final da dcada de 1920.
Tambm contribuiu para difuso das classes multisseriadas a incluso do mtodo Lancaster
introduzido no Brasil no sculo XIX que propunha o ensino mtuo que consistia numa espcie de
monitoria em classes envolvendo pessoas de idades e nveis de aprendizagem diversificados em que os
estudantes mais adiantados e maiores atuavam como monitores auxiliando o professor no processo de
ensino-aprendizagem (Neves, 2000).
No entanto, durante sculos no se definiu nem se mencionou explicitamente nas definies da
poltica educacional brasileira o funcionamento das classes multisseriadas. Somente no final do sculo
XX a LDB Lei n 9394/1996, nas entrelinhas, abre espao para que a organizao do ensino na zona rural
seja diferenciado. O Artigo. 28 explicita que na oferta de educao bsica para a populao rural, os
sistemas de ensino promovero as adaptaes necessrias sua adequao, s peculiaridades da vida rural
e de cada regio. Essas adaptaes se referem aos seguintes aspectos: I - contedos curriculares e
metodologias apropriadas s reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural; II - organizao
escolar prpria, incluindo adequao do calendrio escolar s fases do ciclo agrcola e s condies
climticas; III - adequao natureza do trabalho na zona rural.
Embora no explicite de forma clara o tipo de organizao pela multissrie, o Artigo 23 abre a
possibilidades de organizao das classes multisseriadas, quando afirma que A educao bsica poder
organizar-se em sries anuais, perodos semestrais, ciclos, alternncia regular de perodos de estudos,
grupos no-seriados, com base na idade, na competncia e em outros critrios, ou por forma diversa de
organizao, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.

4
Nas definies polticas e normativas mais recentes para a educao do campo tais como a
Resoluo CNE/CEB 1, de 3 de abril de 2002, que institui Diretrizes Operacionais para a Educao
Bsica nas Escolas do Campo, esse aspecto da organizao em classes multisseriadas no foi
mencionado. No entanto, houve um avano no tocante imputao do poder pblico pela oferta da
Educao Infantil e Ensino Fundamental nas comunidades rurais, conforme o Art. 6: O Poder Pblico,
no cumprimento das suas responsabilidades com o atendimento escolar e luz da diretriz legal do regime
de colaborao entre a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, proporcionar Educao
Infantil e Ensino Fundamental nas comunidades rurais, inclusive para aqueles que no o concluram na
idade prevista, cabendo em especial aos Estados garantir as condies necessrias para o acesso ao
Ensino Mdio e Educao Profissional de Nvel Tcnico.
Na Resoluo n 2, de 28 de abril de 2008, que estabelece diretrizes complementares, normas e
princpios para o desenvolvimento de polticas pblicas de atendimento da Educao Bsica do Campo,
refora o direito das crianas ao Ensino Fundamental em suas comunidades, pois o Art. 3 afirma: A
Educao Infantil e os anos iniciais do Ensino Fundamental sero sempre oferecidos nas prprias
comunidades rurais, evitando-se os processos de nucleao de escolas e de deslocamento das crianas. E
ainda destaca no 1 Os cincos anos iniciais do Ensino Fundamental, excepcionalmente, podero ser
oferecidos em escolas nucleadas, com deslocamento intracampo dos alunos, cabendo aos sistemas
estaduais e municipais estabelecer o tempo mximo dos alunos em deslocamento a partir de suas
realidades. As classes multisseriadas so citadas no 2, afirmando que: Em nenhuma hiptese sero
agrupadas em uma mesma turma crianas de Educao Infantil com crianas do Ensino Fundamental.
A organizao em classes multisseriadas foi explicitada pelo Decreto n 7.352, de 4/10/2010, que
dispe sobre a poltica de educao do campo e o Programa Nacional de Educao na Reforma Agrria
PRONERA, no Art. 7o afirma que: No desenvolvimento e manuteno da poltica de educao do campo
em seus sistemas de ensino, sempre que o cumprimento do direito educao escolar assim exigir, os
entes federados asseguraro: I - organizao e funcionamento de turmas formadas por alunos de
diferentes idades e graus de conhecimento de uma mesma etapa de ensino, especialmente nos anos
iniciais do ensino fundamental. Matos (2010, p.06), ao tratar dessa modalidade, afirma:

Estas instituies so espaos marcados predominantemente pela heterogeneidade


reunindo grupos com diferenas de srie, de sexo, de idade, de interesses, de domnio de
conhecimentos, de nveis de aproveitamento, dentre outros. As multisseriadas oportunizam
aos sujeitos o acesso escolarizao em sua prpria comunidade, fator que poderia
contribuir significativamente para a permanncia do homem no meio rural com o
fortalecimento dos laos de pertencimentos e a afirmao de suas identidades culturais, se
no fossem todas as mazelas que envolvem sua dinmica educativa. Essa heterogeneidade
deve ser afirmada na elaborao das polticas e prticas educativas.

Outro aspecto a se destacar est relacionado ao processo de organizao do trabalho pedaggico


uma vez que os professores no so preparados em sua formao para atuar nesse tipo de classe
multisseriada e por isso acabam atuando como se fossem vrias turmas, ou seja a classe multisseriada
mas eles agem sempre separadamente. Como afirma Barros et al (2010, p. 27):

Os professores tm muita dificuldade em organizar o processo pedaggico nas


escolas multisseriadas justamente porque trabalham com a viso de juno de vrias
sries ao mesmo tempo e tm que elaborar tantos planos de ensino e estratgias de
avaliao da aprendizagem diferenciados quanto forem s sries com as quais trabalham.

Quanto aos resultados de aproveitamento dos estudos nas classes multisseriadas das escolas rurais
no existem dados que comprovem a sua eficcia, uma vez que grande parte das escolas rurais no

5
inserida nos processos de avaliao do SAEB Sistema de Avaliao da Educao Bsica3, como a Prova
Brasil, uma vez que o critrio estipulado exige que a escola possua no mnimo 20 alunos matriculados em
cada srie avaliada como a maioria das classes multisseriadas no preenche esse critrio, no se tem um
dado significativo para essa realidade.
Ressalvados os limites desse processo de avaliao tanto pelos critrios utilizados, quanto pela
padronizao que os caracterizam, desconsiderando as peculiaridades das diferentes regies e espaos, de
acordo com os resultados apresentados pela Prova Brasil 2011 pode-se verificar que o aproveitamento
apresentado pelas escolas no espao rural so inferiores aos apresentados pelos do meio urbano.
Quadro 1 - Resultados SAEB/Prova Brasil 2011
Anos iniciais do Ensino Anos finais do Ensino
Ensino Mdio
Dependncia Fundamental Fundamental
Administrativa/Localizao Lngua Lngua Lngua
Matemtica Matemtica Matemtica
Portuguesa Portuguesa Portuguesa
Municipal Rural 167,4 185,1 217,8 226,2 * *
Municipal Urbana 187,2 206,1 237,6 243,9 * *
Municipal Total 183,9 202,7 233,5 240,2 * *
Estadual Rural 171,9 190,4 228,1 236,3 239,0 243,7
Estadual Urbana 191,5 210,8 239,2 245,1 261,1 264,9
Estadual Total 190,6 209,8 238,7 244,7 260,2 264,1
Federal 235,2 257,7 298,8 323,4 325,4 359,0
Pblica 185,7 204,6 236,9 243,2 260,6 264,6
Privada 222,7 242,8 282,1 298,3 312,7 332,8
Total 190,6 209,6 243,0 250,6 267,6 273,9
Notas: * No houve clculo para esse estrato, conforme portarias normativas SAEB.
Fonte: http://sistemasprovabrasil2.inep.gov.br/resultados/
Quando observamos, no quadro 2, os resultados do SAEB na Paraba em comparao com os
resultados da regio Nordeste e do Brasil nota-se que as taxas percentuais que demonstram a proporo de
alunos que aprenderam o adequado na competncia de leitura e interpretao de textos e na competncia
de resoluo de problemas na rede pblica de ensino inferior aos resultados obtidos no Brasil.
Quadro 2 - Resultados SAEB/Prova Brasil Paraba 2009
Desempenho 4/5 EF - 4/5 EF - 8/9 EF - 8/9 EF - 3 EM -
3 EM - Port.
(2009) Port. Mat. Port. Mat. Mat.
Paraba 23,10% 19,60% 17,90% 9,40% 23,40% 8,30%
Regio Nordeste 23,80%* 20,00% 19,30% 10,20% 22,10% 6,80%
Brasil 34,20% 32,60% 26,30% 14,80% 28,90% 11,00%
Fonte: SAEB/INEP
* Os percentuais correspondem proporo de alunos que apresentaram resultado adequado na competncia de leitura e
interpretao de textos e na competncia de resoluo de problemas na rede pblica de ensino.

O quadro 2 evidencia que os resultados do desempenho mdio dos estudantes da Paraba do


Ensino Fundamental e Mdio so baixos, se considerarmos que a expectativa do SAEB/INEP de

3
O Sistema de Avaliao da Educao Bsica Saeb/Prova Brasil uma avaliao externa em larga escala aplicada desde
1990, a cada dois anos, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira INEP. O objetivo do
Saeb/Prova Brasil realizar um diagnstico dos sistemas educacionais brasileiros. As informaes produzidas por essa
avaliao visam subsidiar a formulao, reformulao e o monitoramento das polticas pblicas educacionais nas esferas
municipal, estadual e federal, contribuindo para a melhoria da qualidade, equidade e eficincia do ensino. A metodologia do
Saeb/Prova Brasil baseia-se na aplicao de testes padronizados de Lngua Portuguesa e Matemtica e Questionrios
Socioeconmicos a estudantes de 5 ano e 9 ano do Ensino Fundamental e 3 srie do Ensino Mdio. Alm dos estudantes,
diretores e professores tambm respondem a Questionrios Socioeconmicos. As escolas avaliadas pelo Saeb/Prova Brasil
dividem-se em dois grupos: as que so avaliadas censitariamente e as que so avaliadas amostralmente, por sorteio. O primeiro
grupo de escolas recebe aplicao censitria em turmas de 5 e 9 anos do ensino fundamental pblico, nas redes estaduais,
municipais e federais, de rea rural e urbana, desde que a escola possua no mnimo 20 alunos matriculados em cada srie
avaliada. Para esse grupo, os resultados so divulgados por escola. Fonte: http://sistemasprovabrasil2.inep.gov.br/resultados/.
6
Pontuao mnima na escala do Saeb, estabelecida pelo Todos Pela Educao como adequada a cada srie
de na 4 srie EF - Lngua Portuguesa de acima de 200 pontos, e, em Matemtica acima de 225
pontos. Na 8a srie EF em Lngua Portuguesa a pontuao desejada acima de 275 pontos. Em
Matemtica acima de 300 pontos. Na 3 srie do Ensino Mdio em Lngua Portuguesa acima de 300
pontos. Em Matemtica o desejado acima de 350 pontos.
Observando-se os dados do IDEB referentes Paraba verifica-se que os ndices so mais baixos
que os encontrados no Brasil, j quando comparados com os do Nordeste os resultados so bem
semelhantes. Destaca-se assim que os problemas com a educao pblica so generalizados.

Quadro 2 - Resultados desempenho mdio do SAEB/Prova Brasil - Paraba


4/5 EF - 4/5 EF - 8/9 EF - 8/9 EF - 3 EM - 3 EM -
SAEB (desempenho mdio) 4
Port. Mat. Port. Mat. Port. Mat.
Paraba (2011) 179,6 195,4 231,4 238,1 257,9 258,9
Fonte: MEC/INEP
Quadro 3 Resultados IDEB Paraba
Ens. Fundamental Ens. Fundamental - anos
IDEB Ensino Mdio
- anos iniciais finais
Paraba (2011) 4,3 3,4 3,3
Regio Nordeste (2011) 4,2 3,5 3,3
Brasil (2011) 5 4,1 3,7

Os problemas enfrentados por estudantes e educadores frente s precariedades existentes nas


escolas pblicas na Paraba vo se refletir nos resultados sobre analfabetismo aos oito anos apresentados
pelo Censo do IBGE 2010. Esse dado pode indicar que

Quadro 4 Taxa de analfabetismo aos 8 anos - Paraba

Taxa de analfabetismo aos 8 anos (Censo IBGE 2010)


Urbano Rural Total
Brasil 11,9% 29,3% 15,2%
Nordeste 20,2% 36,9% 25,4%

Paraba 18,4% 32,8% 22,4%

As dificuldades de aprendizagem dos estudantes das escolas rurais foram objeto de uma pesquisa
encomendada pelo SENAR (Servio Nacional de Aprendizagem Rural) e Confederao da Agricultura e
Pecuria do Brasil, realizada pelo IBOPE, que mostra os resultados da Prova Brasil, feita numa amostra
de estudantes das escolas rurais. Na proficincia em Matemtica, na 4 srie (5 ano) a Nota Mdia de
160, quando a mdia nacional 193,5, apresentando uma defasagem de 34 pontos. Quanto
Proficincia em Lngua Portuguesa, na 4 srie (5 ano) o resultado das Escolas Rurais foi a Mdia: 166
enquanto a mdia nacional de 175,8 denunciando uma defasagem de -10 pontos.

Desafios e perspectivas da educao nas classes multisseriadas

4
Fonte: SAEB/INEP. Os dados Brasil referem-se a escolas federais, estaduais, municipais e privadas, das reas urbana e rural.

7
As classes multisseriadas representam uma alternativa de organizao do ensino na qual o
professor trabalha, na mesma sala de aula, com vrias sries do Ensino Fundamental simultaneamente,
atendendo a alunos com idades e nveis de conhecimento diferentes. Elas so definidas pela lgica do
custo/benefcio e no considerando o direito Educao que as crianas e jovens do meio rural tem de
estudar em sua prpria localidade e de acordo com suas necessidades. As caractersticas das classes
multisseriadas so predominantemente: diversidade de faixas etrias, de maturidade e de nveis de
conhecimento, heterogeneidade de grupos com diferenas de srie, de sexo, de idade, de interesses, de
domnio de conhecimentos, de nveis de aproveitamento.
Entre as justificativas para a criao das classes multisseriadas so utilizadas em geral a baixa
densidade populacional na zona rural, pelo nmero reduzido de alunos para formar turmas por srie que
o formato predominante na educao escolar urbana, a carncia de professores, as dificuldades de
locomoo de alunos e professores, oferta de poucos docentes das sries iniciais do Ensino Fundamental
com nvel superior, resultando na organizao predominante das escolas do meio rural, notadamente nas
regies Norte e Nordeste brasileiro.
No obstante as dificuldades e problemas das escolas rurais (muitos deles tambm presentes em
escolas pblicas situadas em reas urbanas) de repetncia e evaso escolar, de dificuldades de
aprendizagem da leitura, prejuzos ao processo de aprendizagem, grandes distncias sem transporte, do
currculo deslocado da cultura das populaes do campo, da falta de material didtico e bibliotecas, dos
problemas de infraestrutura precria das escolas, de escolas pequenas, sem bibliotecas, sem espao para
recreao e alimentao, da falta de transporte para locomoo intra-campo, da falta material pedaggico,
dos quadros inadequados, do mobilirio velho, inadequado e da falta de merenda, ou inadequada. As
classes multisseriadas apresentam aspectos positivos entre os quais se destacam: elas oportunizam aos
sujeitos do campo o acesso escolarizao em sua prpria comunidade evitando deslocamento, elas
favorecem o fortalecimento dos laos de pertencimentos e a afirmao das identidades culturais dos
sujeitos, oportunizam o apoio mtuo e a aprendizagem compartilhada, a partir da convivncia mais
prxima entre estudantes de vrias sries e idades na mesma sala de aula.
Alguns especialistas so a favor das turmas com alunos de vrias idades. A sala multisseriada, se
tiver boas condies de preparo do professor e de infraestrutura, responde bem especificidade do
campo, sendo uma alternativa vivel e eficaz, porque provoca interao e troca de experincias, afirma o
professor Geraldo Locks.
A diversidade de idades e sries apresentada, em geral, como algo negativo, foi salientada por
Freitas (2005, p.81) como algo positivo:
A diversidade entre os alunos das classes multisseriadas confere heterogeneidade
de saberes das prticas scio-culturais cotidianas e vivenciadas pelos alunos, o que ganha
relevncia no processo de conhecimento, garantindo ocasies para a troca de
informaes, ideais e opinies. As interaes discursivas entre os alunos acontecem
mesmo com a ausncia da participao da professora com eles, pois os alunos possuem
saberes e trocam experincias por meio de seus incessantes dilogos, vivenciados de
forma desinibida, mais presente fora do contexto de sala de aula.

Portanto, as prticas educativas adaptadas realidade, os contedos relacionados cultura local


sendo exploradas por professores podem tornar as classes multisseriadas espaos propcios
aprendizagem significativa, desde que garantidas as condies de infraestrutura, de materiais, de apoio
pedaggico e de planejamento.
Vrias escolas pelo Brasil vem desenvolvendo aes nas escolas do campo tais como:
aproximao do ensino com a realidade das crianas, valorizao dos saberes do campo, uso de espaos
alternativos de ensino, como as plantaes locais, aprofundamento dos conhecimentos, relacionando-os
com os produzidos fora do contexto rural, abertura da escola para a participao ativa da comunidade,
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contato com outras escolas rurais para a troca de experincias, implantao de temas da realidade no
currculo da escola.
Para garantir a qualidade da oferta de educao nas escolas do meio rural torna-se necessria uma
srie de aes que dotem as escolas e as classes multisseriadas de condies que garantam a qualidade:
definio de polticas de valorizao docente que contemplem a formao inicial e continuada, planos de
carreira, cargos e remunerao que tornem digna a profisso docente. Que sejam superados os problemas
enfrentados pelos professores tais como: a sobrecarga de trabalho, rotatividade, formao inicial e
continuada inadequada, remunerao baixa, dificuldade de locomoo, baixos salrios, entre outros. Para
tanto tambm faz-se necessrio polticas de formao que superem a situao dos professores do campo
quanto formao, pois de um total de 342.845 professores no campo, existem 160.317 (46,76%)
professores sem educao superior. Sendo que destes 156.190 (45,55%) tem apenas o Ensino Mdio e
4.127 (1,2%) com ensino fundamental (Fonte: PRONACAMPO).
Diante de tal realidade das classes multisseriadas alguns desafios didtico-pedaggicos se colocam
para os educadores: elaborar um planejamento que esteja vinculado s reais condies da classe; buscar
alternativas pedaggicas para o atendimento aos diferentes nveis de aprendizagem. Para tanto
necessrio uma gama de aes do poder pblico que garantam: apoio pedaggico com profissionais
qualificados, dotar as escolas de infraestrutura fsica e de material didtico, garantir professor auxiliar em
cada classe, enfrentar os problemas de infraestrutura e de transporte, no juntar Educao Infantil com
Educao Fundamental; no agrupar numa mesma classe mais de duas sries ou com diferenas de idade
muito grandes entre os alunos.
Do ponto de vista didtico-pedaggico, para viabilizar uma educao de qualidade nas classes
multisseriadas fundamental que os projetos pedaggicos das escolas passem a desenvolver outras
formas de organizao curricular no mais baseada na seriao e com as disciplinas e contedos isolados,
e passem a privilegiar problemticas reais e sociais a partir dos quais so estudados os contedos
clssicos que auxiliem a compreender e resolver os problemas locais.
Em termos de definio de polticas so necessrios esforos do governo estadual e dos governos
municipais na definio de Diretrizes Operacionais para a Educao do Campo na Paraba, definindo
alguns parmetros para as classes multisseriadas. Assim como as classes multisseriadas devem ser
includas na agenda das Secretarias Estaduais e Municipais de Educao, do Ministrio da Educao, das
universidades e centros de pesquisa e dos movimentos sociais do campo, num esforo coletivo se pensar
polticas que busquem superar a realidade social, econmica, poltica, ambiental, cultural e educacional
do campo.

Concluses
Ao longo da histria da educao no Brasil a escolarizao dos povos do campo tem sido
negligenciada, caracterizando uma negao do direito educao o que resultou num quadro de
analfabetismo, de atraso escolar, de distoro srie-idade, baixos nveis de escolaridade. A precariedade
das escolas existentes no campo ainda est presente na maioria dos municpios brasileiros, conforme
atestam os dados do Censo.
A situao dos professores que atuam no campo marcada pelos baixos salrios, pela sobrecarga
de trabalho uma vez que que os professores precisam atuar em duas e at mais escolas para complementar
a renda. Aqueles que atuam nas classes multisseriadas ainda enfrentam o desafio de se desdobrar para
trabalhar com a complexidade de turmas to diversificadas em termos de idades, sries, capacidades
diferenciadas de aprendizagens.
Quanto s classes multisseriadas, no obstante as dificuldades que enfrentam, elas representam
para milhares de crianas e jovens a nica possibilidade de ter acesso educao escolar sem ter que se
deslocar de suas comunidades para assistir aulas em escolas da zona urbana, tendo que enfrentar a
precariedade dos transportes que so oferecidos pelas secretarias de educao.
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Referncias

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