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Prometeu e A Génese Do Conhecimento Humano

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Prometeu e a gnese do conhecimento humano

Os mitos so narrativas de carcter simblico que procuram explicar os principais


acontecimentos da vida, as origens do Mundo e do ser humano. O mito de Prometeu
narra a histria deste Tit que teve a ousadia de roubar o fogo aos deuses para o
entregar humanidade.

Na mitologia, frequente os protagonistas desafiarem a figura divina, detentora da


verdade e do conhecimento.

Na Bblia, Ado e Eva provaram o fruto da rvore da sabedoria, mesmo depois de


proibidos por Deus. Na mitologia grega, caro desejou voar alto demais no cu que,
simbolicamente, apenas pertence aos deuses.

Nestes "episdios" o castigo divino impiedoso e pretende servir de exemplo para


os mais atrevidos: Ado e Eva foram expulsos do Paraso e caro morreu.

Contudo, e apesar dos riscos e do medo que pode por vezes suscitar, a conquista do
conhecimento uma constante na histria da humanidade e permitiu ao ser humano
libertar-se das suas limitaes e evoluir.

A importncia do corpo na construo do conhecimento

O ser humano possui mecanismos sensoriais atravs dos quais apreende os


estmulos do mundo exterior. Mas sentir no conhecer e, para produzir e organizar
o conhecimento, o sistema nervoso e o crebro assumem uma especial importncia

Sensao e perceo atividade

A perceo um processo cognitivo complexo em que intervm as nossas estruturas


fisiolgicas recetores sensoriais e sistema nervoso , os estmulos provenientes
do meio e as nossas experincias pessoais, que do sentido e significado ao que
percecionamos.

A "teoria da mquina fotogrfica" procura explicar o modo como vemos o mundo.


Parte da ideia que a nossa mente como uma mquina fotogrfica, que regista
imagens objetivas da realidade. Contudo, esta teoria criticada por muitos filsofos,
visto que a sociedade, a cultura, a poca em que vivemos, e as experincias pessoais,
influenciam a forma como cada um de ns perceciona a realidade.
O conhecimento vulgar e o conhecimento cientfico

O conhecimento uma atividade essencial para todo o ser humano. a relao que
se estabelece entre o sujeito que conhece ou deseja conhecer e o objeto a ser
conhecido. Mas ser que existe apenas um tipo de conhecimento?

O conhecimento vulgar ou senso comum pode ser definido como um conjunto de


opinies subjetivas, suposies, preconceitos e ideias feitas que nos levam a uma
viso superficial e funcional da realidade, embora, por vezes, errada. Baseia-se nas
experincias sensitivas, associadas aos rgos sensoriais.

- O senso comum :

espontneo e imediato: surge espontaneamente atravs da apreenso sensorial


sem nenhum plano prvio;

assistemtico e desorganizado: remete para diferentes aspetos da realidade, mas


sem qualquer ordenao ou sistematizao;

dogmtico e acrtico: baseia-se em ideias feitas, ou seja, no refletidas, sobre a


realidade;

superficial e sensitivo: adquirido pela experincia quotidiana;

subjetivo: varia de acordo com o sujeito, o momento e as condies em que este se


encontre;

prtico: serve como orientao da nossa vida quotidiana.

O conhecimento cientfico o processo atravs do qual o conhecimento


reproduzido na mente humana, tendo por objetivo alcanar a veracidade dessa
mesma realidade. Resulta do raciocnio sobre os fenmenos, na tentativa de
compreender as leis que esto na sua origem.

- O conhecimento cientfico :

racional e objetivo: valoriza o facto, excluindo as apreciaes subjetivas;

metdico e sistemtico: resulta da formulao de hipteses, formula teorias


(hipteses comprovadas) e leis;

verificvel: resulta de um mtodo especfico, da investigao atravs da verificao


e experincia;

preditivo: prev a ocorrncia de novos fenmenos;

revisvel: est sujeito a revises e correes, como resultado de novas descobertas


e de avanos tcnicos e cientficos;
provisrio: mantm-se at surgir uma teoria mais prxima daquela que se acredita
ser a verdade.

Os perigos e os desafios do conhecimento

O conhecimento cientfico conquistou ao longo dos tempos um lugar de prestgio


junto da sociedade, pelos seus benefcios e pelos avanos que permitiu
humanidade. No entanto, a cincia no est isenta de perigos.

Vantagens

muito difcil imaginar como seria hoje o mundo, sem os avanos alcanados

graas ao conhecimento cientfico.

Beneficiamos da cincia aplicada tecnologia e de todo o conforto que

nos proporcionam os automveis, os computadores, os telemveis, etc.

Por outro lado, os avanos na rea da medicina j permitiram salvar a vida a milhes
de seres humanos, graas s vacinas, aos antibiticos e aos transplantes de rgos,
entre outros.

Depositamos as nossas esperanas na cincia para a resoluo de muitos dos


problemas que ainda preocupam a humanidade.

Desvantagens

No entanto, os avanos cientficos tambm provocam algum receio quanto


aplicao das novas descobertas, como no caso da clonagem ou da manipulao
gentica, que levantam questes ticas importantes.

O impacto ambiental tambm fonte de preocupao, com a poluio causada pelas


indstrias, os desastres ecolgicos e o esgotamento dos recursos naturais.

A cincia pode ser usada para fins altamente destrutivos, como aconteceu com o
lanamento da bomba atmica em Hiroxima e Nagasqui.

A hereditariedade versus o meio ambiente

A questo se possvel que gmeos verdadeiros tenham personalidades divergentes


frequentemente colocada, tendo-se tornado inclusive objeto de estudo. verdade
que, fisicamente, ambos resultam da mesma herana gentica. No entanto, a
normalidade dita que ao longo do tempo se diferenciem progressivamente um do
outro, a nvel psicolgico.

O comportamento humano, embora dependente de mltiplos fatores e associado s


caractersticas hereditrias, est marcado pelas nossas escolhas e experincias que
decorrem do ambiente que nos rodeia. Ao longo da Histria surgiram perspetivas
opostas: umas afirmam o predomnio da hereditariedade; outras, o predomnio do
meio.

Hereditariedade Transmisso de carateres e potencialidades.

Hereditariedade especfica- Transmisso de carateres prprias de uma determinada


espcie.

Hereditariedade individual Caratersticas nicas de um individuo.

Existem teorias que enfatizam o papel da hereditariedade no nosso comportamento


e outras enfatizam o papel do meio.

O Preformismo diz que a hereditariedade responsvel pelas caratersticas e


comportamentos dos indivduos.

A Epignese relaciona a hereditariedade com o meio na explicao do


comportamento dos indivduos.

Os conceitos fundamentais no processo de transmisso hereditria

O uso de termos como cromossomas, ADN e genes comum nos meios de


comunicao social. Estes aparecem associados identificao e eventual cura de
doenas, ligao entre certos genes e certas doenas e resoluo de crimes, entre
outras.

O ADN ou cido desoxirribonucleiclo (ou DNA, sigla da designao em ingls


DeoxyriboNucleic Acid) uma molcula portadora da informao hereditria que
especifica o desenvolvimento biolgico dos organismos celulares. Nos seres vivos
mais complexos, a maior parte do ADN encontra-se nos ncleos das clulas, sob a
forma de cromossoma. Cada cromossoma formado, por sua vez, por vrios
fragmentos de ADN diferentes - os genes - que sintetizam diferentes protenas.
Durante a diviso celular, o ADN replicado e transmitido atravs da reproduo.

Gregor Mendel, botnico austraco, foi considerado "o pai da gentica" devido s
inmeras experincias de cruzamento que realizou com plantas (sobretudo
ervilheiras) e aos mtodos de anlise que desenvolveu. Mendel sugeriu, pela 1. vez,
que a existncia de caractersticas nas flores e sementes das plantas era devida
existncia de fatores que passavam de pais para filhos. Mais tarde, esses "fatores"
seriam designados por genes.

Os estdios de desenvolvimento intelectual de Piaget

Estdio sensoriomotor

(0 a 2 anos)

A inteligncia baseia-se essencialmente nas sensaes - o beb absorve as


informaes atravs dos sentidos - e nos movimentos.

uma inteligncia prtica que depende das sensaes e dos movimentos; o mundo
que existe para o beb apenas aquele que ele v, ouve ou sente e sobre o qual age.

A ideia de permanncia adquirida, ou seja, apesar de no os ver, os objetos


existem.

A coordenao de movimentos vai ficando mais apurada e a criana vai sendo capaz
de agir intencionalmente para obter o fim pretendido, como, por exemplo, pegar
num objeto.

Estdio pr-operatrio

(2 a 7 anos)

A criana conquista a funo simblica, isto , a capacidade de representar


mentalmente os objetos ou acontecimentos que no ocorrem no presente, atravs
de smbolos, como palavras, objetos, gestos.

No jogo simblico, no fazer de conta, a criana imita, representa um conjunto de


comportamentos, de aes: finge que dorme, finge que limpa, etc. Os objetos
passam a representar o que a criana deseja.

A linguagem, a imagem mental que a representao mental dos objetos ou aes


no presentes no campo percetivo, e o desenho constituem manifestaes da funo
simblica.

A criana no compreende outras perspetivas para alm da sua (egocentrismo).

Comea a ser capaz de respeitar regras, adaptando-se a novas situaes e revelando


curiosidade face ao que a rodeia, questionando frequentemente.
Estdio das operaes concretas

(7 a 11 anos)

A criana encontra-se cada vez mais desligada do concreto e da situao presente,


manipula cada vez melhor objetos e realiza operaes mecnicas, matemticas e
lgicas.

Desenvolve os conceitos de espao, tempo, compreende a relao parte-todo, faz


classificaes e seriaes.

Torna-se cada vez menos egocntrica e mais socivel.

Estdio das operaes formais

(11 a 15 anos)

Consegue realizar no s operaes concretas mas tambm operaes formais.

Possui pensamento abstrato: capaz de se desprender do real e raciocinar sem se


apoiar em factos concretos.

Desenvolve o raciocnio hipottico-dedutivo: levanta mentalmente diferentes


hipteses com outras explicaes possveis.

Compreende que h vrias formas de encarar a realidade e que a sua perceo


apenas uma dentro de um conjunto de possibilidades.

A influncia da cultura e da afetividade no desenvolvimento

Cultura: A cultura de cada sujeito pode modificar-se durante toda a vida, uma vez
que algo cumulativo e dinmico. Ao processo educativo que decorre por imitao e
envolvimento na sociedade (famlia, escola, trabalho, etc.) d-se o nome de
enculturao. Com a globalizao, o fenmeno de aculturao, ou seja, o contato
com outras culturas, vai enriquecendo outras culturas.

Afetividade: A nossa personalidade e o nosso desenvolvimento so influenciados


pela forma como nos relacionamos com os outros, ao longo da nossa existncia. As
experincias pessoais, boas ou ms, afetam a forma como encaramos os factos da
vida, sobretudo os que vivemos durante a infncia e adolescncia, com a famlia, os
amigos e a sociedade.

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