Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

6 Passos para Alinhar de Sistemas de Som em Grandes Shows

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 15

6 PASSOS PARA ALINHAR DE SISTEMAS DE SOM EM GRANDES SHOWS

ALINHAMENTO DE SISTEMA DE SOM: EXISTE MUITO MAIS EM UM SISTEMA DE SOM


DO QUE APENAS O SUB GRAVE, AINDA QUE O ALINHAMENTO DE ALGUNS
PROFISSIONAIS NOS FAÇAM QUERER ACREDITAR DE FORMA DIFERENTE
Artigo escrito por: Timothy Howard | Traduzido e adaptado por Douglas Barba
Durante esta última turnê de verão na Europa com o cantor Sting eu realizei uma
série de masterclasses improvisados no PA com os profissionais da empresa de
som local. Muitas vezes os participantes sugeriam que eu colocasse os
ensinamentos em papel, naturalmente pensei na AudioTechnology. Aqui
descreverei o método que desenvolvi de forma confiável e consistente para alinhar
e otimizar qualquer sistema de som para shows de grande escala.
De acordo com uma revisão sueca mal traduzida, o som na turnê do Sting era
‘poderoso, estável, forte, sem fazer mal aos ouvidos.’ Se você gostar pode seguir o
método e parar de fazer ‘mal aos ouvidos’.

Alinhamento de Sistemas de Som – O Conceito


Conexões na console
Esta conexão pode ser usada tanto na etapa de alinhamento e otimização como
também durante o show. Utilizando esta configuração de ligação, a fonte de
referência (canal 2 da interface de áudio) para qualquer medição FFT, é agora
derivada a partir da console de mixagem em vez de partir diretamente da interface
de áudio. Todas as medições FFT compararão tudo o que está saindo da console –
incluindo o Pink Noise gerado internamente pela interface de áudio. O microfone de
medição deve entrar no Canal 1 da interface de áudio para captar o som.
Meu método de alinhamento de sistema remove muitas variáveis que tornaram
algumas abordagens anteriores pouco confiáveis que levaram a entregar resultados
inconsistentes no local e no sistema.
Algumas dessas variáveis passam pelo crivo do gosto pessoal, método de
alinhamento, marcas, design do sistema, diferentes estilos de locais e propriedades
acústicas de cada local.
Ao eliminar tantas variáveis possíveis na cadeia do sinal após a console, todo o foco
criativo será então colocado onde deve estar – ou seja , na console de mixagem.

Um outro benefício importante deste método é que qualquer gravação, vídeo feeds,
mixagem para transmissão ao vivo que saia diretamente da console de mixagem
será mais precisa e refletirá o som do show de forma mais próxima.
O objetivo deste método é ter o sistema de som reproduzindo mais fielmente o
equilíbrio tonal e perspectivo da mix gerada pelo operador na saída da console de
mixagem.

O que você precisa para alinhar o som de um PA?


 Computador com software de medição FFT como o Smaart ou EASE
SysTune instalado.
 Interface de áudio com pelo menos 2 entradas.
 Um microfone de referência com resposta plana e omnidirecional.
 Cabos personalizados conforme o esquema de ligação acima.
Pré-ajustes e verificação do sistema
Antes de tentar ajustar qualquer sistema de som é vital verificar com muito cuidado
todas as diferentes seções do sistema e se assegurar que todos os equipamentos,
cabeamento, patch e ligações foram realizadas corretamente.
Em seguida, ouça cada seção do sistema isoladamente para verificar a integridade
completa de todo o sistema. Ao alinhar o sistema de somem um novo local você
nunca deve achar que tudo nele funcionará perfeitamente quando ligado pela
primeira vez!
Você deve ser extremamente cuidadoso na primeira vez que ligar o sistema, cheque
previamente todos os estágios garantindo assim não começar a alinhar um sistema
que não está funcionando corretamente.
Há muitos elementos pequenos que podem ser negligenciados. Se o sistema está
sendo executado com cabeamento AES digital é essencial verificar se todos os
processadores estão sendo vistos ou bloqueados em uma fonte AES digital.
Faça isso toda vez que o sistema estiver configurado e para qualquer parte do
sistema que tenha a troca automatica da entrada analógica, tome cuidado porque
isto pode criar alguns artefatos sonoros bem estranhos!
Com o seu microfone de voz favorito conectado a console, fale “teste um, dois” e
vire o pan entre as saídas estéreo esquerda e direita, isto já mostrara rapidamente
se o sistema esta ligado de forma estéreo.

Os princípios básicos do alinhamento de som


A maioria dos sistemas de som para shows utilizados em locais de grandes
dimensões consistem em um grande sistema principal com vários sub-sistemas,
para que funcionem como um único e completo sistema devem ser alinhados e
otimizados.
Como exemplo, um sistema típico usado em arenas tem um grande sistema principal
estéreo (os P.As ), um conjunto de sub-sistemas dedicados ; em alguns casos usa-
se outfill para aumentar a cobertura horizontal para além dos limites do sistema
principal, sistemas front fill, e em outros casos, um conjunto de torres de delay para
reforçar o som para os ouvintes situados além dos limites da área de cobertura do
sistema principal.
Os engenheiros de FOH usam principalmente o P.A principal como referência para
criar a mix final do show – dessa forma a mesma mixagem será ouvida pelo público
em toda a área de cobertura do sistema completo, é vital que todos os outros
sistemas de reforço se relacionem absolutamente tanto em nível como em
tonalidade de forma bem próxima com o que o engenheiro escuta no P.A principal.
Recomendações de definições no Smaart V7
Essas configurações são uma ‘ORIENTAÇÃO’ para começar a trabalhar com este
método de alinhamento. Elas podem ser refinadas dependendo da sua experiência
com o software de medição FFT.
 Smaart V7 no modo de transferência deve mostrar a fase e a escala de
magnitude em ± 18dB.
 Averaging: 1
 Fase Smooth: 1/6 oitava
 Mag Smooth: 1/6 oitava

Fator ‘creep’
Um frequente e negligenciado perigo quando alinhamos e otimizamos o mesmo
sistema de som em uma turnê, é o fator ‘creep’.
Este problema muito sutil, porém, muito grave, ocorre quando normalmente no início
de uma turnê o sistema é alinhado pela primeira vez em um local para uma
configuração específica do sistema.
Esta configuração poderia ser para todos os componentes disponíveis na turnê ou
para um local menor com limitações de posicionamento que necessite de uma
configuração limitada.
Após mudar-se para o próximo local e possivelmente alterando os posicionamentos
/ tamanho / combinação dos equipamentos disponíveis, todas as configurações de
ajuste (níveis e EQ) não são reiniciadas para as predefinições de fábrica.
Sem perceber plenamente os perigos, o engenheiro começa a ajustar o sistema a
partir da configuração anterior (por vezes esquecida ou escondida!) com delays,
níveis ou EQ que não se relacionam ao novo local ou a disposição diferente do
sistema.
Isso significa que o engenheiro está agora adicionando mais e mais definições sobre
as anteriores para tentar ajustar o sistema, baseando suas decisões em um
premissa completamente falsa de como o sistema está realmente.
Ao longo de muitos shows nos mais variados locais esta situação ‘rasteja’’ por cima
do engenheiro e o sistema agora com o demasiado excesso de EQ e mudanças nos
níveis não soa como foi originalmente projetado para soar.
Com tantas e diferentes combinações para programar sistemas e com as
possibilidades de ajuste por unidade (especialmente com sistemas line arrays) –
sem mencionar como o sistema nos variados locais do mundo todo pode soar muito
diferente – é vital que antes de começar a alinhar qualquer sistema de som, o
engenheiro tenha certeza absoluta de que o sistema está em suas definições de
fábrica.
Ajustando o sistema de som
Passo 1: alinhamento do sistema de medição
Para a medição FFT ser mais precisa nós necessitamos que o microfone de medição
ouça de forma absoluta um número mínimo de fontes sonoras ao mesmo tempo.
O ideal é um único ponto de origem por vez. Isso evita problemas de tempo / fase e
excessivos problemas de reflexão que influenciam seriamente a precisão de
qualquer medição FFT. Para começar a medir os outros sistemas de apoio, os PAs
esquerdo e direito devem ser mutados (incluindo todos os Subs).
Nota: O Subs serão adicionados ao sistema durante o processo de otimização final,
devem ser mutados durante todos os processos de ajuste inicial. Isto irá fornecer o
melhor equilíbrio tonal possível para o sistema já que os subs influenciam todos os
resultados que envolvam baixa frequência.
Coloque o microfone de medição na altura dos ouvidos, atrás ou ao lado da console
de áudio onde o engenheiro de som estará mixando. Na console, coloque o pan
totalmente para qualquer lado do PA(LR) e posicione o microfone de medição mais
perto do lado escolhido. Coloque o sinal de referência (Pink Noise) nesse lado
escolhido e deixe em um nível de audição confortável.
Usando os controles de nível da interface de áudio ou na saída da console, equilibre
o nível do microfone(medição) e da referência(Pink Noise) na tela Magnitude do
Smaart para que fiquem iguais sem estar baixo ou clipando. A resultante na tela de
magnitude deve considerar a média em algum lugar ao redor da linha central 0dB.
Usando a função Delay Locator ajuste a diferença de tempo entre o som direto que
vem da mesa (a fonte de referência) e o som que chega atrasado no microfone de
medição (a fonte de medição). Para uma medição FFT precisa as duas fontes
devem ser comparadas chegando o mais próximo possível e com o mesmo tempo. A
precisão deste deslocamento de tempo pode ser verificada olhando para o visor de
fase na tela superior do Smaart (infelizmente, explicar sobre como ver a fase na tela
está além do objetivo deste tutorial).
Alguns ajustes finos podem ser feitos para o tempo de deslocamento, mas a
precisão absoluta não afetará muito o resultado final desde que a ‘distância de
deslocamento versus a leitura do tempo’ no Smaart seja relativa a distância real do
microfone de medição para a fonte, incluindo qualquer tempo de latência adicional
no sistema de transferência.
Gráfico típico da resposta de um sistema line array sem correções.

Gráfico típico da resposta de um sistema line array com correção dos níveis em cada
banda.

Gráfico típico da resposta de um sistema line array com correção apenas dos
grandes picos usando EQ com cuidado.
Passo 2: começando alinhar o P.A principal
Agora estamos prontos para começar o processo real de ajuste.
Nesta fase, muitas decisões vitais têm de ser feitas, elas irão afetar diretamente o
som do show. Abaixo de 100 Hz, o ajuste é muito sujeito ao estilo musical.
Para shows de rock pesado aumente o nível em +4 ou +6 dB abaixo de 125Hz
(nunca acima!) mas para a reprodução em sistemas apenas para fala ou sistemas
para orquestra com múltiplos microfones abertos e com ganho alto, uma resposta
bem plana abaixo de 100 Hz é necessária.

Com o ruído rosa tocando em um lado do sistema e com os níveis equilibrados


dentro Smaart, olhe para a tela Magnitude e poderá ver uma média da resposta sem
ajustes.
Muitos fatores incluindo o equipamento, pontos de fixação, design original do
sistema, design dos programas originais de crossover de fábrica, e mais
significativamente, a interação do sistema com a acústica do local vão influenciar
efetivamente toda essa resposta.
Independentemente disso, a seguinte abordagem para ajustar qualquer sistema
deve ser sempre o mais consistente possível.
Nota: Mesmo que estejamos fazendo ajustes no alinhamento com apenas um lado
do sistema de P.A ligado, todos os ajustes seguintes precisam ser feitos em um
grupo que tenha tanto o lado esquerdo e direito do sistema principal atribuído a
ele. Todas as seguintes definições serão de fato ajustes em ambos os lados do P.A
principal .
Lembre-se que o que você está tentando alcançar com este método de alinhamento
é um sistema que traduza com precisão o que está sendo criado na console de
mixagem.
Quando olhamos para a resposta crua do sistema que tem o pink noise como fonte
de referência, é imediatamente óbvio o que o lado ativo do sistema principal está
produzindo e o quanto ele se desvia do nosso objetivo.
Um grande número de sistemas line array da atualidade irão ‘’apresentar’’ nas
configurações de fábrica um grande e significativo aumento ‘tilt’ (boost) na baixa
frequência até o médio grave e uma longa queda na resposta da alta frequência.
Este tipo de curva de resposta é, em muitos casos, pré-definida para esses
sistemas. Se não for corrigida no ajuste do sistema, não irá produzir a alta definição
e clareza necessária para quando for utilizar esse sistema em um grande local
acusticamente desafiador.
Usando esta configuração de medição FFT podemos ver imediatamente, se não for
corrigida, que este sistema definitivamente não vai traduzir o que está saindo da
console com precisão!
Se este ‘tilt’ pré-existente nas frequências graves / médio-graves não for corrigido,
se traduzirá como um shelf boost de grave / médio grave em todos os canais de
entrada da console – mesmo que o equalizador em todos os canais de entrada
esteja definido como flat – arruinando a resposta ‘flat’ agradável de todos os
microfones escolhidos cuidadosamente no palco.

Passo 3: Equilibrando os X-OVER


Nota: em alguns tipos / modelos de sistemas as configurações do crossover não
podem ser ajustadas pelo usuário. Se assim for, ignore esta etapa.
Filtros de equalização, quando usados em demasia, podem adicionar características
não naturais ao som. Para evitar isso, o primeiro passo deve ser sempre equilibrar
a relação de nível entre as bandas de baixa, média e alta do sistema usando os
níveis de crossover.
Para evitar uma perda de nível geral, uma das três faixas deve ficar fixada em 0dB
e as outras duas bandas equilibradas a ela.
Definimos esses níveis de banda para obter uma resposta crua o mais próximo
possível de uma linha reta entre 100Hz e 8-10kHz.
Obviamente, ainda pode haver alguns picos e vales na resposta porque ainda temos
uma resposta crua do sistema, mas quando equilibramos os níveis de cada banda
primeiramente no crossover, reduzimos drasticamente o número de filtros de
equalização necessários para obter um sistema ajustado corretamente.
Em caso de dúvida sobre as configurações do nível para cada banda, pense assim
, onde houver inclinações na resposta, defina sempre o nível de determinada
banda mais alta e que tenha as inclinações mais largas perto da linha de
referência. É melhor usar filtros EQ para os picos em vez de adicionar boosts de
equalização para corrigir vales na resposta.

Passo 4: Adicionando filtros de EQ


Uma vez que os níveis de cada banda tiverem ajustados para o melhor equilíbrio na
resposta dos graves, médios e agudos , de 100Hz para cima pode até ser necessário
adicionar alguns filtros de equalização para corrigir as anomalias restantes na
resposta do sistema. Sempre corrija apenas as maiores e mais obvias anomalias na
resposta!
O que estamos procurando com a nossa configuração no Smaart é uma média de
resposta do sistema, caindo dentro de aproximadamente ± 4dB da resposta ideal
‘flat’ traduzida através do sistema.
Um sistema que é muito ajustado para ser absolutamente uma régua ‘flat’, não soará
musical e começara a soar muito clínico e não natural. Devido às muitas variáveis
de medição em um grande local, tentar obter um sistema ajustado como uma régua
‘flat’ é uma meta irreal.
Mover o microfone de medição cinco ou seis metros para a esquerda ou direita, para
frente ou para trás, rapidamente demonstrará que as variáveis de resposta em
alguns locais podem ser muito dramáticas. Procure por uma resposta ‘média’ e
realista, esse é o único objetivo prático!
Use filtros largos de equalização paramétrica e de forma muito moderada corrija
todas as anomalias evidentes na resposta do sistema.
Ao usar filtros paramétricos é sempre melhor (e mais musical!) usar um filtro largo
com Q centrado no pico da área a ser corrigida em vez de fazer nos milhares de
picos estreitos.
Pequenos picos e vales na resposta do sistema cru(sem ajustes) precisam ser
tratados com muito cuidado, pois podem ser falsas leituras devido as reflexões no
chão ,cancelamentos e etc. [Leia Ewan McDonald Como você mede?2 ].
Em caso de dúvida sobre uma anomalia estreita na resposta tente mover o
microfone ao redor para confirmar se realmente é um problema real. Para a banda
de alta frequência do sistema não é uma boa idéia tentar aumentar as altas acima
de 8kHz – deixe o roll off acontecer de forma natural.
Para uma apresentação de rock music , as frequências abaixo de 125 Hz (não
acima!) podem ser deixadas acima do ponto 0dB, formando assim um shelf na
resposta de baixa frequência com aproximadamente 4 a + 6dB.
Qualquer pico largo no shelf da região grave tem de ser ajustada muito
cuidadosamente devido as reflexões e outras variáveis, a leitura de medição FFT
pode ser muito imprecisa nas baixas frequências. Muitas vezes, é melhor para
sistemas de fala usar algum material musical conhecido como referência para
ajustar esta área.
Esta frequência grave nunca deve ir acima de 100-125Hz uma vez que irá criar uma
falta de clareza nas baixas / médias devido aos harmônicos de baixa frequência que
caem numa zona crítica de soma de frequências aonde instrumentos trabalham as
fundamentais de 100Hz até 500Hz. Usando este método você terá a chave para
manter uma grande definição na baixa frequência sendo controlada dentro da mix.

Passo 5: ‘VOICING’ final do sistema


Agora desligue o ruído rosa e toque uma faixa de música ‘conhecida’ e bem-gravada
no sistema de P.A (apenas) num nível razoável.
Olhando atentamente para a tela Magnitude no Smaart você deve ver uma resposta
razoavelmente plana acima de 100 Hz, indicando que o que está saindo da console
está sendo reproduzido no sistema.
Pode ser necessário modificar ligeiramente alguns dos filtros de EQ que foram
adicionados devido você ver agora a resposta completa do sistema de P.A
L+R. Mais uma vez, o objetivo não é ‘uma régua flat’, mas sim uma boa resposta
plana na média.
Softwares FFT, incluindo o Smaart, são grandes ferramentas para ajuste dos
sistemas de som, mas como ele se baseia em um microfone de medição colocado
em uma posição dentro da área de audição , cada medição não ‘ouve’ a completa
imagem acústica do sistema como o ouvido humano faz.
Como uma verificação dupla e para descobrir qualquer anomalia extra entre o
sistema interagindo com a acústica do local, transforme um microfone favorito em
um completamente ‘flat’ – sem nenhum EQ ou high-pass filter – ligue-o em um
canal de entrada da console e fale no sistema ajustado.
Fale no sistema o famoso ‘Teste um, dois’ e em breve você poderá ouvir como que
um sistema que traduz com precisão a saída da console deve soar.
Para alguns jovens usuários este método de alinhamento será uma curva de
aprendizagem! Se você não está acostumado ao som plano como o de uma sala de
mixagem em estúdios de gravação, parecerá um pouco estranho no começo
sendo claro na extremidade baixa (os Subs ainda devem estar desligados !) e um
pouco brilhante na extremidade alta.
Tente não alterar as suas configurações anteriores entre 100Hz a 10kHz, mas
concentre-se na área abaixo de 100 Hz e com o microfone ligado a placa toque o
sistema de P.A (L + R somente, todo o resto mutado, incluindo os Subs!).
Ajuste o filtro de EQ para remover qualquer harmônico acentuado, interações da
sala e etc. Em muitos casos, apenas um equalizador paramétrico com Q e
atenuação em 125Hz pode fazer uma enorme diferença nos harmônicos, interações
, definição e firmeza do sistema de som em um grande local.
Baseado no que você está ouvindo quando toca o sistema, vá em frente e faça os
pequenos ajustes. Certifique-se e verifique se os lados direito e esquerdo do P.A
estão realmente próximos em tonalidade indo para frente e para trás entre eles.
Quando estiver satisfeito com os P.As, é hora de começar a repetir estes passos
para todos os outros sistemas de apoio.

Passo 6: Ajustando os sistemas de apoio


É importante perceber que o engenheiro de som na posição de mixagem geralmente
ouve tanto o L como R do P.A Principal (escuta estéreo)- grandes seções do público
podem ouvir basicamente apenas um pequeno ou único sistema de apoio mono (por
exemplo, um outfill , front fill ).
Isso nos obriga a ajustar o sistema de P.A principal (referência da mix) em primeiro
lugar e, em seguida, repetir os mesmos métodos de alinhamento e individualmente
ajustar cada um dos sistemas de apoio de forma separada, de modo que todos
tenham uma relação estreitamente próxima do ‘’tonal balance’’ balanço’’ do P.A.
No processo final de otimização do sistema todos os sistemas de apoio devem ser
cuidadosamente equilibrados em nível em relação ao P.A, de forma a ser um
sistema completo e combinado para a maioria da área de escuta.
Outro fator comum de muitas configurações para sistemas grandes é que os vários
sistemas de apoio usam tipos e modelos de caixas de som diferentes das usadas
no P.A .
Em seu estado cru (sem ajustes) eles não têm a mesma tonalidade que o sistema
de P.A , o que significa que estes sistemas de apoio devem ser ajustados e
otimizados separadamente para igualar-se ao P.A o máximo possivel.
Ajustar todos os sistemas de apoio é exatamente da mesma forma como foram feitas
as medições e métodos usados para ajustar o sistema de P.A . O microfone de
medição precisa ser movimentado para uma área que esteja com uma boa média
geral de sonoridade, na área de cobertura aonde estarão os sistemas de apoio e o
público.
Nota: Sempre que o microfone for movido, não esqueça de reiniciar dentro do
software FFT o tempo do DELAY OFFSET para compensar o atraso do sinal de
referência para a nova distância da fonte sonora.
Mais uma vez certifique-se de mutar todas as outras seções do sistema de som,
exceto a seção que o microfone de medição está captando.
Começando com o passo 3 (se acessível!) Repita os passos 3 a 5 até que todos os
sistemas adicionais de apoio sejam individualmente ajustados para soar
com tonalidade semelhante ao P.A principal.
Nota: Pode ser perigoso o acoplamento excessivo de baixa frequência entre o
sistema outfill e o sistema de P.A principal (alteração no equilíbrio de baixa
frequência percebida no FOH) tenha muito cuidado ao ajustar o sistema de outfill.
Em muitos locais extremamente reverberantes usar um sistema de Outfill significa
excitar uma área diferente do local , e isto pode criar sérias reflexões, soma de baixa
frequência, juntamente com vários outros problemas que exigem muitos ajustes
adicionais de alinhamento e equilíbrio.
Para minimizar esses problemas de interação ao ajustar o sistema Outfill, certifique-
se que este não tenha um aumento excessivo na resposta de baixa frequência
abaixo de 125Hz.
Na verdade, uma boa pratica para ajustar o Outfill é ter uma resposta de frequência
mais flat nas baixas, especialmente na área de audiência onde os P.As e os Outfills
se sobrepõem, geralmente ali haverá muita energia de baixa frequência devido ao
acoplamento inerente entre estes dois sistemas.

Ideal resposta final para um show de Rock após equilíbrio e ajustes de equalização.
Ideal resposta final para um Concerto Orquestrado após equilíbrio e ajustes de
equalização.

Otimizando o sistema
Passo 1: Equilíbrio & ajuste de tempo dos sistemas
complementares
Depois dos P.As e de todos os sistemas complementares terem sido ajustados
individualmente, o processo de otimização final pode ser realizado.
O objetivo é que quando o engenheiro estiver mixando o show, ele(a) possa estar
absolutamente confiante de que a maior parte do público estará ouvindo um som
que corresponde exatamente em tonalidade e equilíbrio ao que ele(a) estará
ouvindo na house mix..
Este processo é um pouco complicado, mas, se feito corretamente, vai não somente
equilibrar os níveis entre os vários sistemas de apoio, assim também como eles se
relacionam com o P.A principal, mas também criarão uma imagem sonora
perfeita entre os elementos fazendo o público ouvir seções sobrepostas.
Abaixe todos os MASTERS dos sistemas de apoio e deixe apenas o sistema de P.A
principal tocando em um volume de operação normal. Com uma música favorita
tocando em um nível moderado, caminhe para uma posição ideal entre o P.A
principal e o primeiro sistema de apoio que você deseja otimizar, pode ser o Outfill .
Usando um tablet ou se comunicando com um assistente através de um rádio ,
lentamente aumente o nível master do outfill até que fique perfeitamente equilibrado
com o P.A principal.
Uma vez que você sentir o equilíbrio estar muito perto, ande para trás e para frente
em toda a área de cobertura enquanto muta e desmuta o Outfill , assim você obterá
uma sensação do que está fazendo em relação ao P.A. Corrija o nível do Outfill, se
necessário. O objetivo é obter um maior equilíbrio possível.
Depois de ser equilibrado os níveis , o próximo passo é obter a ‘imagem’ entre o P.A
e os sistemas de apoio. São 2 métodos que funcionarão muito bem.
O método mais exato é colocar o microfone de medição dentro da área de interação
entre os dois sistemas e realizar uma medição do tempo de delay para cada sistema
de forma separada , em seguida , adicione um delay offset correspondente a
diferença entre eles no sistema de apoio.
Infelizmente, este método é totalmente inutilizável ao ar livre com presença de vento
e leva um certo tempo que na maioria das configurações de show não estão
disponíveis.
Um método rápido que pode ser usado de forma confiável em todas as condições é
criar um ‘click track’ e gravar em um CD ou outra mídia reproduzível. Se você não
tem uma pista de click sintetizado , toque com uma moeda em uma superfície de
metal várias vezes e filtre os graves. Crie um loop numa longa trilha de cerca de 30
minutos.
Quando essa trilha é tocada através do sistema torna-se extremamente fácil alinhar
as fonte de som sincronizando uma com a outra até que apenas um clique distinto
seja ouvido sem qualquer duplicação ou time offset.
Este método pressupõe, é claro, que quando você estiver configurando essa
“imagem” você a estará ouvindo dentro da área de transição dos dois sistemas. Bem
no lugar onde você deseja que a imagem seja a melhor para o público.
Repita esse processo para todas as outras seções de apoio até que cada uma esteja
ajustada , em tempo e equilibrada em relação ao sistema de P.A esquerdo e direito.

Passo 2: Adicionando os SUBS


Nota: Nesta etapa, os sistemas de Subgrave precisam ser alinhados em fase com
o sistema de P.A.
As instruções de como fazer isso estão fora do objetivo deste tutorial, consulte os
artigos de Bob McCarthy sobre alinhamento de subs em www.bobmccarthy.com
Até este momento, deixamos os sistemas de Subgrave mutados para garantir ao
P.A e aos sistemas de apoio uniformidade e equilíbrio para a maioria das áreas de
audiência.
Sistemas de subgrave podem ser mais eficientes em determinadas áreas da
audiência e arruinar a nossa perspectiva de equilíbrio total do sistema nas baixas
frequências.
Ao configurar e equilibrar o nível entre os elementos de baixa frequência do P.A e
dos sistemas de subgrave, é vital que os sistemas de subgraves sejam definidos
apenas como uma extensão das seções de baixa freqüência do sistema principal e
não como uma entidade separada e mais alta.
Se quantidades exageradas de baixa frequência ‘sub’ for necessária para certos
tipos de música devem ser adicionadas dentro da mix na console, porque assim será
mostrada em qualquer gravação ao vivo, transmissão e etc.
Para começar, desmute e zere o nível do master dos Subgraves e enquanto
reproduz uma música de referência no sistema aumente o nível da via do Sub
lentamente até que se torne um verdadeiro complemento de sub bass frequency
(apenas) para os graves já existentes no sistema de P.A.
Mute e desmute os Subs para verificar o que eles realmente estão adicionando às
frequências graves e ouça se o complemento de subgrave está soando bem na
sala. Se não soar bem na sala, abaixe o subgrave para um nível em que ele possa
trazer a todo o sistema de baixa frequência uma clareza maior em vez de piorar em
um local difícil!

Passo 3: Ajuste final & escuta do sistema


Depois que todas as etapas anteriores tiverem concluídas e com o sistema inteiro
desmutado, coloque ruído rosa no sistema uma última vez e depois cuidadosamente
‘retoque’ eventuais problemas pequenos de ajuste necessários para corrigir os
efeitos da soma total do sistema e a interação deste.
Faça qualquer um destes ajustes finais com o maior cuidado, caso contrário, todo o
trabalho de ajuste anterior será perdido. O processo de otimização final é a chave
para ter um som consistente em qualquer local e com qualquer tipo de sistema.
Com um sistema bem ajustado, em um local acusticamente estável, enquanto
ocorre a passagem de som ou o show você deve ver uma linha bastante plana no
sistema FFT.
Se a linha estiver constantemente elevada nas altas significa que o ajuste do sistema
está muito brilhante; mas ao mesmo tempo se deixar muito baixo na extremidade
alta o ajuste ficará opaco.
Para os médios e graves funciona assim também, apesar que os graves abaixo de
100 Hz podem ser imprecisos (sempre muito alto) devido o decay da sala e etc. Use
seus ouvidos para decidir se os subgraves estão traduzindo as frequências mais
baixas da mixagem.
Lembre-se que com esta configuração FFT você está apenas procurando
uma média da resposta de linha plana. Não fique mudando as coisas com base em
uma canção que pode ter muitos picos e vales baseados na textura particular da
canção – espere e verifique com duas ou três músicas que soem diferente se algo
está fora , se sim ajuste ligeiramente.
Deixando esta configuração de medição FFT totalmente conectada e com o
microfone de medição ao lado da console , durante a passagem de som e o show
você poderá continuamente ver no visor FFT se o sistema de som está (em média)
reproduzindo corretamente o que está saindo da console de mixagem – ‘A mix’.
Última Palavra de Aviso! – Para colher os benefícios deste método de ajuste
e realmente ouvir a diferença que faz, não apenas escute suas mixagens antigas /
snapshots / arquivos de shows anteriores pois certamente terão quantidades
excessivas de EQ , e isto por conta dos sistemas anteriores mal ajustados (foi o fator
‘Creep’!).
Depois de usar este novo método de alinhamento, certamente você pode abrir uma
cena antiga de um show, é vital que você coloque em todos os canais da console
os EQs em flat e crie um novo show a partir daí.
À medida que você constrói esse novo show, acho que ficará surpreso com a menor
quantidade de EQ nos canais que você usará, pois agora você está ouvindo o som
real de todos os seus microfones!

Você também pode gostar