A Importância Dos Contos de Fadas Na Educação Infantil OFICIAL
A Importância Dos Contos de Fadas Na Educação Infantil OFICIAL
A Importância Dos Contos de Fadas Na Educação Infantil OFICIAL
2012
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Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado como exigência do
curso de Pós-Graduação para a
obtenção de titulo de Especialista em
Educação Infantil sob orientação da
Professora Orientadora Amarilys
Adriana Balada Galarce.
2012
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APROVADA EM ____/______/_____
BANCA EXAMINADORA
COODERNADOR (a)
PROFESSOR
SUPLENTE
4
EPÍGRAFE
AGRADECIMENTOS
Nilva
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho como devo dedicar minha vida, minha história,
minha carreira e minhas vitórias a minha mãe, que está tendo sua
memória devorada pelo mal...
Mal que aos poucos a toma de mim, a leva de nós e a toma só para
ele guardando em um tempo que só os dois podem ficar no tempo
das histórias... No tempo do era uma vez.
Resumo
ABSTRACT
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 10
OBJETIVO 12
GERAL......................................................................
OBJETIVOS 13
ESPECIFICOS........................................................
METODOLOGIA DE 14
PESQUISA.................................................
CONSIDERAÇÕES 40
FINAIS..........................................................
REFERÊNCIAS 41
BIBLIOGRÁFICAS..........................................
10
INTRODUÇÃO
"Se você quer que seu filho seja brilhante, conte a ele conto de fadas. Se você
o quer muito brilhante, conte a ele ainda mais contos de fadas.”
Essa frase dita por um professor soaria como uma frase dita por quem quer
criar um leitor ávido, mas quando descobrimos que o autor é alguém como
Albert Einstein devemos parar para pensar se estamos dando devido valor aos
contos de fadas na educação.
"Contos de fada são a pura verdade: não porque nos contam que os dragões
existem, mas porque nos contam que eles podem ser vencidos."
Os contos servem para que as crianças criem alicerces sólidos com os quais
enfrentarão um arsenal de problemas emocionais e sociais em todas as outras
fases de sua vida e tudo isso se dá na educação infantil.
A importância dos contos, portanto é vital para que todos os medos sejam
suplantados e as fases superadas de forma tranquila e equilibrada criando um
individuo sadio e quiçá apto ao convívio social, embora não seja só a educação
forma que garanta esse processo e ela esteja de braços dados a todos os
contingentes que cercam a criança ela pode ao menos em sua historia escolar
garantir a tranquilidade desse percurso.
Regina Machado diz que longe de ser ilusão os contos falam de valores que
vão ganhando cor e significado a cada momento da contação de historia e o
ato de contar vai ganhando forma e se personificando quando a criança
consegue vislumbrar-se como viajante no fantástico.
Este trabalho foi feito numa visão qualitativa baseado em Gatti (2001) já que se
trata de seres humanos e necessita de um olhar diferenciado, não esquecendo
a diversidade das questões que serão atingidas nesta pesquisa indo do campo
histórico/pessoal perpassando pelo psicológico e atingindo outras de igual
importância como filosóficas e morais.
OBJETIVO GERAL
Refletir sobre a importância da literatura e dos contos de fadas no
ideário infantil.
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OBJETIVOS ESPECIFICOS
METODOLOGIA DE PESQUISA
Será feita também em Luna, Franco (1988) (apud Gatti, 2001), que fala que o
homem precisa sair de si e gerar conhecimento cientifico, precisa controlar a
sua subjetividade, pois não é um ser meramente especulativo.
Gatti (2004) fala do acuro que devemos ter ao tratar de seres humanos, pois
veremos o assunto qualitativamente, de forma educacional, lembrando sempre
a questão em sua diversidade de opiniões e sutileza de alcance, pois como diz
Saint Exupéry em seu livro “O Pequeno Príncipe”: O essencial é invisível aos
olhos”
Isso nos remete as historias lidas, contadas, assistidas que deveremos levar
em consideração para obtermos seja um trabalho com conteúdo, analise e
avaliação idônea.
faz uma ressalva dizendo que devemos inverter as tendências e fazer uso das
individuo.
CAPÍTULO I
Todas as questões começam de forma confusa, mas tudo começa com o “era
uma vez”, ao rever minha pratica pedagógica observei o quantas vezes pude
recorrer aos contos de fadas, são as fadas, as boas historias, o era uma vez
que conseguem nos colocar no aqui, nos situar no tempo e no espaço mesmo
estando “no tempo em que os animais conversavam com os humanos e todos
os animais conversavam entre si”.
“O mito é pessimista,
enquanto as historias de fadas
é otimista, mesmo que alguns
traços sejam terrivelmente
sérios. É esta diferença
decisiva que separa o conto
de fadas de outras historias
nas quais igualmente ocorrem
coisas fantásticas, que o
resultado seja feliz devido às
virtudes do herói, a sorte, ou a
interferência, de figuras
sobrenaturais”.
Outro ponto dito por Betteheim que merece ressalva é o de que nos contos de
fadas, fadas, madrinhas, feiticeiras, bruxas, personagens tem nomes genéricos
ou permanecem sem nome, facilitando assim a projeção e a identificação.
Isso também difere o conto da fábula, pois a fábula traz em seu bojo uma
moral, os contos deixa que a criança crie a moral, que vivencie o que é certo e
o que é errado, sem julgamentos apenas pelo acompanhamento dos fatos ali
descritos, pois através da historia a criança é convidada a identicar-se com um
dos elementos desenvolverem sua inteligência se sair vitorioso como ela,
mesmo que seu oponente seja forte e sempre vai ter a chance de recomeçar,
reconstruir e tentar outra vez.
As crianças confiam nos contos, pois eles estão de acordo com a sua visão de
mundo, mesmo para nós uma historia só ira nos convencer se estive de acordo
com nossos padrões e princípios de pensamento.
Segundo Bettelheim (1980, p. 32) os contos diferem das outras formas literais
já que auxilia em muitas descobertas que alicerçarão em toda a vida adulta
para ele segue assim:
Basta então tomar contato com o que será apresentado antes, pois durante a
leitura poderá haver uma grande variedade de experiências misteriosas, essas
experiências irão constituir o que a autora Regina Machado chama de “Floresta
interior” e pouco a pouco vão ordenando sua “floresta” de tal forma que a priori
todas as arvores estão à mostra, depois como o passar do tempo e a audição
dos contos ficam a mostra as “socialmente aceitas” e depois com a maturidade
e a ordenação do pensamento e da sequencia narrativa elas adquirem poder
sobre a lógica da gramática mítica e os contos de fada passam a ter propósito
artístico.
Escutar histórias é um ótimo inicio para uma boa aprendizagem, pois torna o
aluno um bom ouvinte e um bom leitor, os livros abrem um caminho, uma porta
de aprendizagem e de descobertas que auxilia na compreensão do mundo,
ajudando a resolver conflitos, agradando a todos independente da idade,
classe social ou história de vida.
Através das historias que se pode sentir medo, tristeza, raiva, bem estar,
esperança e mais uma gama de sensações que só podem ser vivenciados por
quem ouve a história e a enxerga com os olhos do imaginário.
Sendo assim devemos nos colocar no lugar do herói, viver a história para
compreendê-la sobre isso ainda em Machado (2004, p. 170), temos:
Faz-se necessário um
deslocamento de atenção, do
conto para o sujeito que busca
apreendê-lo, isto é, deixar de
procurar algo que está oculto
no conto enquanto forma
objetiva, continente em si
mesmo de um conhecimento a
ser decifrado, por qualquer
meio que seja. "(...) É preciso
desenvolver uma qualidade
interior para compreender que
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alguns chegando a ser pornográficos, mas reescritos pelos Irmãos Grimm para
ficarem de acordo com a moral da sociedade vigente da época, estamos
falando então da sociedade alemã do século XVIII e todos os conflitos que ela
traz: sociais, econômicos e políticos.
CAPITULO II
O BRASIL
Vasto e fecundo é o Brasil
onde tudo medra e cresce excepto o
homem: disse Agassiz, o celebre viajante e
escriptor suisso.
Desmintamos o sábio
naturalista capaz de tudo, menos de sentir,
com toda a pujança, no helvetico peito, os
embates grandiosos de corações de
brasileiros.
Mostremos, e com todo o
arrojo e ufania, que não é grande somente
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Monteiro Lobato como ficou conhecido por todos foi tradutor, contista e grande
nome de nossa literatura, formou-se em direito e exerceu a função de promotor
paralelamente escrevia e fazia caricaturas para alguns jornais e revistas até se
tornar fazendeiro indo cuidar das fazendas herdadas pelo avô quando isso
aconteceu à frequência de seus textos aumentou e da coletânea de seus textos
nasce a obra Urupês. Teve quatro filhos com Maria Pureza da Natividade:
Marta, Edgar, Guilherme e Rute. Em carta ao amigo Godofredo Rangel no ano
de 1916, Lobato diz:
Em 1921 Monteiro Lobato publica sua primeira obra voltada para o público
infantil: A menina do narizinho arrebitado, onde podemos ver uma mudança na
forma de escrever e em todo seu foco e intencionalidade, juntamente com seus
personagens se tornaram conhecidos: Emilia, a boneca de pano que fala pelos
cotovelos com ideias e sentimentos, Pedrinho, que identifica o próprio autor
quando criança, Visconde de Sabugosa, a espiga de milho sabia com atitudes
de um adulto, a Cuca, que aterroriza a todos no Sítio, Saci Pererê, Dona Benta
a avó que recebe a todos, Tia Anastácia que cozinha especiarias deliciosas e
outros personagens que encantaram e encantam até hoje todos que leem a
obra O Sítio do Pica-Pau Amarelo independente da idade.
Fora isso Lobato tornou-se também editor, em uma época em que os livros
eram editados em Paris e Lisboa e trouxe varias inovações para o livro didático
e infantil brasileiro.
Lobato ainda teve uma grande contribuição fora dos livros a “Turma do Sítio do
Pica-Pau Amarelo” foi para a televisão em uma versão adaptada pela escritora
Tatiana Belink e encantou a todos os que fizeram o caminho inverso, primeiro
assistiram ao seriado se encantaram, depois foram para os livros e viajaram
nas asas da imaginação.
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O que aconteceu foi que as crianças passaram a ter vez e voz nos textos a
partir de então em diferentes textos e contextos sociais já presentes na tão
diversificada formação da nossa sociedade essa realidade passa então para as
paginas dos livros e suas ilustrações com toda a sua cor ganham vida, suas
dificuldades reais de sobrevivência e convivência. Portanto após os anos
sessenta temos uma produção artístico-literária inteiramente infanto/juvenil
propriamente dita no sentido literal da palavra utilizando e transformando os
recursos em favor do lúdico e sendo usado como pedagógico, continua sendo
pragmático e acima de tudo libertador e cognicista.
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Autores como: Tatiana Belinky, Sylvia Orthof, Ziraldo, Ruth Rocha, Mauricio de
Souza, Mary e Eliardo frança, Lygia Bojunga Nunes, Ganymédes José, Eva
Furnari, Elias José, Ana Maria Machado, são alguns nomes que cito como
percussores de Monteiro Lobato na literatura brasileira dando voz aos leitores.
A literatura deve permitir que o leitor crie vários diálogos com outras obras em
diferentes tempos, e vá criando na criança um olhar artístico, critico, onde ele
discuta a partir da sua realidade meios de transformá-la.
CAPITULO III
Já foi dito várias vezes que as histórias são parte integrante no processo
educacional, mas o seu caráter pedagógico é muito mais amplo quando
paramos para ver todo o seu cabedal de conhecimentos, toda a sua extensão.
Mas como já foi dito e Machado também esclarece não devemos limitar os
contos de fadas a meros instrumentos de repetição das lições com novas
caras, mas sim devemos aproveitar todo o seu potencial de criação e todas as
hipóteses de leitura e escrita que as crianças criam através e sobre eles.
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Devemos então assegurar para que não se repita o que foi feito durante
séculos na educação, uma educação bancária ou uma educação que dizia
mudar os conteúdos, mas que continuava com os métodos arcaicos que em
nada contribuíam para valorizar a aquisição do conhecimento do aluno.
Para Bettelheim (1988) os adultos não notam que a alfabetização é uma típica
realização do ego, só acontece se por algum motivo e por algum tempo a
criança vivenciar a leitura como fantasia, como ato de brincar.
As atividades devem ser aplicadas hoje porem com vistas no futuro, pois ela
vive o presente, mesmo tendo ansiedades sobre o futuro.
Assim, para conquistar o leitor jovem o livro deve ser cativante e identificar-se
com ele fazendo com que haja uma ponte entre o livro o leitor e o mundo
retratado, mas a preocupação é que haja equilíbrio para a validação da obra,
levando em conta o discurso estético.
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O estímulo à leitura pode começar pelos livros contendo textos curtos com
histórias já conhecidas pelas crianças, fazendo isso estaremos oferecendo um
suporte para que a criança faça novas correspondências entre o som e a grafia
das palavras quando este movimento estiver dominado de forma natural os
alunos buscarão novos livros.
Adultos tendem a achar que a punição do mal nos contos fará mal as crianças,
que isso as amedontra e pulam essas partes, isso é um pensamento
desnecessário, o oposto é que tem significado real e duradouro, a segurança
vem do fato de o castigo, da certeza de que o mal obteve sua punição.
Em alguns momentos a criança sente que foi injustiçada e que nada foi ou será
feito a este respeito, mas quando ela ouve ou lê os contos sabe que cedo ou
tarde algo ou alguém fará algo por ela, ou então o próprio malvado ditará a
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“Espera-se que a
criança aceite como correta
apenas uma visão unilateral e
limitada dos adultos e da vida.
Não alimentando a imaginação
da criança, espera-se extinguir
os gigantes e ogros do conto
de fadas – isto é, se os
monstros das trevas que
residem no inconsciente – de
forma a impedir que estes
obstruam o desenvolvimento
da mente racional da criança.
Espera-se que o ego racional
reine desde o berço de forma
suprema! Pretende-se chegar
a isso não através da
conquista do ego sobre as
forças obscuras do id, mas
impedindo a criança de prestar
atenção ao seu inconsciente
ou de ouvir historias que falam
a ele. Em resumo, a criança
supostamente reprimiria suas
fantasias desagradáveis e só
teria as agradáveis.”
Isso seria conseguir criar uma criança dentro de uma bolha, ou redoma o que é
impossível contando com a nossa sociedade e com todos os avanços
tecnológicos que vivemos, para não dizer ilógico e inconcebível. Somos seres
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sociais e não ilhas para vivermos isolados do contato social, o que dirá isolado
de nós mesmos, de nossos medos e angustias que farão com que tenhamos
um crescimento e ganho de formação pessoal indescritível.
Mas para que possamos usar a literatura como incentivadora e não como mero
instrumento pedagógico, Jobe e Souza (2002) diz que devemos começar pro
nós mesmo, mudando nossos próprios hábitos e adotando algumas atitudes
como ser um leitor visível já que:
Outra atitude que devemos tomar é ler literatura de qualidade em voz alta
diariamente, isso ajudará não só os estudantes que terão uma leitura de
qualidade, treinarão a audição, a atenção, interpretação oral, e terão ainda
aumento de vocabulário.
E ainda em Borges (1994) lemos que a arte literária tem um objetivo imediato
que é propiciar momentos de prazer e outro em longo prazo que é formar
leitores que após a idade escolar continuem e propaguem o habito da leitura
por toda a sua vida.
Com os diferentes portadores textuais desde a mais tenra idade, o sujeito terá
a oportunidade de experimentar e gostar de vários gêneros e se apropriar de
uma cultura leitora maior e mais diversificada e terá recursos para escolher
melhor o seu gênero preferido. Isso terá reflexo em outras instâncias de sua
vida, será um cidadão mais critico com poder argumentativo e com poder de
oratória melhor, com mais chances em todos os setores sociais.
“Pois é só estarmos
atentos ao nosso processo
pessoal às nossas relações
com os outros e com o
mundo, à nossa memória e
aos nossos projetos, para
compreender que a fantasia é
uma das formas de ler, de
perceber, de detalhar, de
raciocinar, de sentir... o
quanto a realidade é um
impulsionador (e dos bons!!!)
para desencadear nossas
fantasias...”
Ainda em Abramovich, (1993) vemos que a leitura que deveria ser um recurso
prazeroso, uma descoberta, um encantamento, acaba assumindo um caráter
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de dever, uma tarefa a ser cumprida, maçante, chata, com regras ortográficas,
cheias de complete, ditados, uma obrigatoriedade que tira todo o prazer de se
descobrir o que há por trás das palavras, nas entrelinhas.
O que vemos são os alunos lendo livros indicados ao invés de terem direito à
escolha, bibliotecas muitas vezes fechadas e por que não dizer mortas já que
não recebem os estudantes da escola.
É preciso oferecer aos alunos histórias bem escritas, livros bem desenhados
que despertem a vontade de ler outro e mais outro e mais outro, que desperte
no aluno a vontade de contar ao amigo o que leu e assim compartilhar com
todos a história que não é mais dele, mas de todos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Temos então um desafio, seduzir o aluno para a leitura de forma que eles se
encantem e reencantem pelo prazer de ler, rejeitando a leitura por obrigação,
nem é simples instrumento didático ou paradidático, de ensino de leitura, mas
faz parte do mundo, de instrumento de leitura e descoberta de mundo.
E também com Abramovich (1993) quando diz que devemos oferecer uma
literatura de qualidade que desperte o leitor que há em todos que resgate o que
Machado (2004) nos mostra um leitor que entra nos recortes da história, pois
se vê em cada quadro contado pelo narrador e se torna o próprio narrador de
sua história, pois faz parte da mesma.
BIBLIOGRAFIA
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&vie
w=article&id=372&Itemid=189 (visitado em 18/05/2012 as 22:40)
http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/178_233.pdf
(visitado em 15/05/2012 as 21:30)
Entrelinhas, a revista do curso de letras. Ano IV, nº01, jan/jun 2007. Acessado
em 09/07/2012 as 18:00
http://www.entrelinhas.unisinos.br/index.php?e=6&s=9&a=40
http://lobato.globo.com/lobato_Linha.asp#1945_1948
http://www.e-biografias.net/monteiro_lobato/
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http://frases.netsaber.com.br/frase_4820/frase_de_monteiro_lobato