AP 509 Gestao de Estoque 21062017 PDF
AP 509 Gestao de Estoque 21062017 PDF
AP 509 Gestao de Estoque 21062017 PDF
Estoques e
Armazenagem
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
92 p. :il. – (EaD)
CDU 005.93
ead.sestsenat.org.br
Sumário
Apresentação 6
1 Introdução 8
Glossário 21
Atividades 22
Referências 23
1 Objetivos do Layout 25
Glossário 36
Atividades 37
Referências 38
3
Unidade 3| Recepção, Conferência e Expedição de Cargas nos
Armazéns e Terminais 39
2.1 Manual 44
2.2 Mecânica 45
2.3 Automática 46
3 Conferência de Mercadorias 46
Atividades 51
Referências 52
3 Níveis de Estoque 64
4
3.1 Estoque Mínimo 65
Atividades 72
Referências 73
2.3.1 EDI 86
2.2.3 Internet 87
Atividades 89
Referências 90
Gabarito 91
5
Apresentação
Prezado(a) aluno(a),
Este curso possui carga horária total de 30 horas e foi organizado em 5 unidades,
conforme a tabela a seguir.
Bons estudos!
6
UNIDADE 1 | TERMINAIS DE
CARGAS E ARMAZÉNS
7
Unidade 1 | Terminais de Cargas e Armazéns
Para você, qual delas é um armazém e qual delas é um terminal de cargas? Por quê?
Você poderia identificar com precisão as semelhanças e diferenças que há entre essas
duas estruturas? Este é o foco da nossa primeira unidade.
1 Introdução
Você pode imaginar que existem alguns importantes motivos para não armazenar
produtos? Pois bem, eles existem e os três principais são:
8
b) A necessidade de edifícios para guardar as mercadorias gera custos de instalações
e infraestrutura, de mão-de-obra, de equipamentos e custos administrativos
indiretos;
Há, no entanto, vários motivos para a armazenagem de produtos. Vamos citar alguns?
• Custa caro atender aos inúmeros clientes diretamente das unidades produtivas,
as fábricas.
9
Exemplo:
Percebeu como a sua encomenda foi transferida entre duas modalidades diferentes de
transporte? O rodoviário e o aeroviário.
E qual instalação foi utilizada para essa troca de tipo de transporte? Isso mesmo, o
aeroporto!
Mas você ainda verá os principais tipos de terminais, dependendo do tipo de transporte,
ao longo da nossa disciplina.
10
De qualquer forma, ambos, Terminais de Mercadorias e Armazéns de Mercadorias
possuem um mesmo conceito econômico, e não serão diferenciados no tratamento ao
longo dessa disciplina.
1. propriedade;
2. tipo de carga;
3. objetivo funcional;
a) Propriedade
11
• De empresas de armazenagem: visam captar a armazenagem de fluxos de
usuários que não têm instalações próprias e podem ser servidos por um ou mais
modais, cobrando por seus serviços;
b) Tipo de Carga
• Cargas gerais: que manuseiam qualquer tipo de carga. Por exemplo: granéis
sólidos, líquidos e gasosos, cargas frigorificadas e cargas unitizadas;
12
• Carga Típica: armazéns que operam com um tipo particular de carga, como por
exemplo, graneis sólidos minerais, ou petróleo e seus derivados etc.;
13
c) Objetivo Funcional
d) Novos Modelos
Então, antes de caracterizar este critério, vamos saber mais sobre essas atividades.
14
Conforme os produtos manipulados, um terminal de carga efetua uma ou mais destas
operações definidas na tabela.
15
Vamos acompanhar esses passos observando, no quadro, a seguir, os fluxos dentro do
terminal, conforme a legenda:
• Embarque: uma vez preparado o pedido do cliente, ele deverá ser embarcado no
veículo designado, usando, para isso, uma doca apropriada.
16
• Circulação Externa e Estacionamento: não é raro encontrar armazéns que
utilizam as vias públicas para estacionamento de veículos e, em alguns casos,
até mesmo o descarregamento ocorre em áreas públicas. Essa situação pode
ser perigosa (risco de roubos e acidentes), além de ser prejudicial ao bom
funcionamento das vias públicas. O correto é destinar áreas próprias, dentro do
terreno onde está localizado o armazém, para essa atividade.
10.000Kg
Cliente A
40.000Kg
15.000Kg
Centro de
Cliente B
Distribuição
Longa Distância
15.000Kg
Cliente C
Curta Distância
17
A função dos Centros de Distribuição é a de permitir a utilização de veículos com maior
capacidade de transporte de mercadorias, pelo maior tempo possível ao longo da
cadeia logística. Essa forma permite ganhos de escala na realização do transporte.
É fácil entender isso. Um veículo com maior capacidade consegue, em uma só viagem,
levar uma quantidade maior de mercadorias. Dessa forma, pagando o frete uma só vez,
é possível transportar maiores volumes de mercadoria.
Cliente A
Pro eC
Fábrica A duto ,B
A sA
d uto
Pro
Centro de Cliente B
Produto B
Distribuição Produto A e B
Fábrica B
Pro
C duto
to
du Be
Pro C
Cliente C
Fábrica C
18
Os Centros de Distribuição trazem vantagens para a cadeia logística como os ganhos
de escala no transporte e a possibilidade de consolidação de mercadorias de diversos
fornecedores para entrega ao cliente, porém você já deve ter percebido que isso gera
um alto custo.
Além dos custos da instalação do CD, que são bastante altos, os níveis de estoque têm
que ser altos, o que gera um custo bastante elevado.
Porém, para que isso seja possível, é necessário um alto volume de pedidos em curtos
espaços de tempo, para que a carga possa chegar e ser despachada na mesma hora,
sem ter que ficar armazenada aguardando novos pedidos para a entrega.
A vantagem é que esse tipo de terminal ou armazém não envolve uma grande
estrutura, pois não há área de estocagem. Além disso, assim como nos Centros de
Distribuição, é possível ter ganhos de escala no transporte, transportando por veículos
de alta capacidade até o Transit Point e, em seguida, transferindo pequenos lotes de
mercadorias para diversos clientes em veículos pequenos, de menor capacidade.
19
2.3 Armazéns do tipo Cross Docking
São semelhantes aos Transit Points, mas possuem uma característica adicional. As
mercadorias chegam de diversos fornecedores, unitizadas em contêineres ou paletes.
A seguir, são imediatamente fracionadas em volumes menores e encaminhadas para a
área de embarque, onde são combinadas com outras mercadorias para formar um lote
combinado para entrega ao cliente.
Mas não podemos nos esquecer de que assim como os Transit Points, as instalações de
Cross Docking necessitam de um grande volume de movimentação para que se tornem
viáveis.
A B C
AB ABC
20
Glossário
Palete: Plataforma de madeira sobre a qual se põe a carga empilhada a fim de ser
transportada em grandes blocos.
21
Atividades
aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Produzir em maiores
quantidades torna-se mais econômico do que fabricar
pequenas quantidades, mas para isso é necessário ter espaço
para estocar maiores volumes de mercadorias.
Verdadeiro
( ) Falso
( )
Verdadeiro
( ) Falso
( )
22
Referências
23
UNIDADE 2| ORGANIZAÇÃO
DE TERMINAIS DE CARGA E
ARMAZÉNS (LAYOUT)
24
Unidade 2| Organização de Terminais de Carga e
Armazéns (Layout)
Nesta Unidade, vamos estudar o layout, ou seja, a maneira como os homens, máquinas e
materiais estão dispostos dentro de um armazém.
1 Objetivos do Layout
25
• Fluxo: as áreas de trabalho devem ser arranjadas de forma a permitir um fluxo
constante de material, sem os inconvenientes de prolongadas esperas ou mesmo
estocagem. Os cruzamentos de materiais devem ser evitados;
As instalações de um armazém podem ser divididas em três partes: área externa, área
interna e área de estocagem. Vejamos cada uma delas:
26
1.3 Formas de Utilização Eficiente das Instalações de
Armazenagem
A disposição dos produtos no armazém pode ser baseada em quatro critérios básicos:
27
• Popularidade: produtos têm taxas de rotatividade diferentes em um armazém.
Itens com alta rotatividade são chamados de itens populares e devem ficar
localizados, sempre que possível, próximos às áreas de saída, para evitar viagens
longas dentro do armazém.
Uma prática comum é a de dividir o depósito em seções. Alguns tipos mais comuns de
layout são:
• Produtos com alta rotatividade: nesse caso o espaço físico é utilizado para
acomodar produtos que não permanecerão muito tempo em estoque, o custo
do manuseio será mais importante que o custo da área de armazenagem. Para
minimizar tempo e esforço no manuseio (equipamentos e mão-de-obra), os itens
devem ser colocados em locais ou divisões de armazenagem de baixa altura e
pouco profundos.
28
1. Doca de carga e descarga
12 2. Rampa de acesso de equipamentos
11 de porte médio
3. Escritório no piso superior
10
4. Balcão auxiliar à conferência de
9 materiais recebidos
Antes de definir o layout, dois aspectos essenciais devem ser previamente conhecidos.
São eles:
29
• A quantidade, medidas e localização das portas e Docas (locais destinados ao
embarque e descarga de veículos);
Saída
Área de separação
Travessa de pedidos Travessa
Rua
Rua
Rua
Palletes
Rua
Rua
Rua
Rua
Palletes
Travessa
Travessa
Palletes
Área de Inspeção e
Recebimente Área de Produtos
Escritório
Perigosos
Entrada
30
2 Layout das Áreas Externas
Conhecida como acostagem a 90 graus, nesse caso a plataforma forma uma linha
reta e contínua e a descarga é realizada pela traseira do veículo. Caminhões-baú, por
exemplo, são descarregados pela traseira.
Características:
Área de
Plataforma
Acumulação c Elevada
Área de
Descarga b a
Carreta
33,5 m
35 m
a = 5,0 m b = 3,5 m c = 12 m
31
• Área: a extensão mínima de cada posição de acostagem, que chamaremos de
doca, é de 3,3m. Quando há um grande movimento de veículos, essa largura se
torna ineficiente, com a operação perdendo bastante tempo com manobras e
esperas para manobrar. Para não prejudicar o rendimento, a prática recomenda
docas de 3,50m de largura (dimensão “b” da figura). Dependendo do caso, os
equipamentos utilizados para descarga dos caminhões (como empilhadeiras,
carrinhos, paletes, etc.) podem exigir que essa largura seja maior, podendo
chegar, por exemplo, a 5,0m.
É a forma mais usada quando a descarga dos veículos é feita não só pela parte traseira,
mas também pela lateral.
32
Características:
Área de
Acumulação c Plataforma
Elevada em
Dente de Serra
Área de b
Descarga a
Carreta
25 m
45°
a = 5,0 m b = 4,4 m c = 12 m
• Área: as dimensões são um pouco maiores que a da forma a 90 graus, passando
de 3,5m para 4,4m (dimensão “b”) e a plataforma forma uma linha em dente de
serra.
33
2.2 Recomendações para as Atividades Externas
Veja algumas recomendações úteis para o projeto das áreas de circulação e plataformas
de um terminal ou armazém:
Há diversos motivos para utilizar somente uma portaria. Moura (1998) cita alguns
desses motivos:
Uma boa sugestão, desde que seja possível suportar os custos de mão de obra e
instalação de equipamentos, é que se tenha uma portaria de entrada para veículos que
chegam com a carga unitizada dos fornecedores; uma portaria de saída para veículos
que farão a distribuição aos clientes; e uma portaria para funcionários e visitantes.
b) Balança: A balança de carga deve ficar próxima à portaria. Ela deve permitir a
conferência do peso do veículo antes e depois de descarregado, permitindo a
verificação da quantidade de carga que ficou no armazém.
34
c) Espaço para circulação de veículos
Uma boa sugestão é a entrada no terminal seguindo um fluxo horário, para que
estacionem de ré na doca, no sentido anti-horário. Isso permitirá que o motorista tenha
a perfeita visão, não tendo que confiar exclusivamente em espelhos retrovisores.
Sentido
Anti - horário
X + 6,0 m
Doca Doca
X metros
Forma
Recomendada! Sentido
Horário
35
Veja algumas sugestões de projeto de áreas de circulação:
Glossário
Segregação: separação.
36
Atividades
aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. O layout operacional é o
arranjo físico de uma área de armazenagem, levando em
conta a separação de pilhas de materiais, acesso aos volumes,
fluxos de tráfego de pessoas e equipamentos de
movimentação e manuseio.
Verdadeiro
( ) Falso
( )
Verdadeiro
( ) Falso
( )
37
Referências
38
UNIDADE 3| RECEPÇÃO,
CONFERÊNCIA E EXPEDIÇÃO
DE CARGAS NOS ARMAZÉNS E
TERMINAIS
39
Unidade 3| Recepção, Conferência e Expedição de
Cargas nos Armazéns e Terminais
Todas as atividades dentro de um armazém têm que ocorrer sem interrupções, gerando
um fluxo de mercadorias contínuo e permitindo que toda a programação de transporte
seja cumprida tanto no recebimento quanto na entrega das mercadorias.
Vamos então começar a tratar do assunto a partir das funções de Recebimento e Expedição
de mercadorias.
Tempo Previsto
Operação Veículos Introdução
de chegada
Recebimento de
1 veículo do tipo Programada para
2 paletes com 1 hr
caminhão báu 8:00h
televisores
Recebimento de Programadas
40 toneladas de 4 Caminhões 3 hr para iniciar às
caixaria 10:00h
Recebimento de
Preferivelmente
50 toneladas de 2 corretas 3 hr
após às 14:00h
sacaria
40
O responsável pelo recebimento dos veículos deve, no horário programado, encaminhá-
los para as docas pré-definidas para a descarga.
Não é conveniente que o veículo espere para entrar no pátio do armazém estacionado
ao longo das vias de tráfego da cidade. Sempre que possível, é importante prever uma
área externa para estacionamento dos veículos.
Enquanto não recebe a autorização para seguir até a doca, o motorista pode ir
adiantando o processo de soltura de amarras e tomar as outras providências para o
desembarque. Assim que for conferida a documentação do veículo, ele poderá ser
direcionado para a doca. A instrução sobre como deverá ser feita a circulação até a
doca pode evitar congestionamentos dentro do terminal ou armazém.
41
O esquema a seguir deve ser analisado sempre que houver o recebimento de um
veículo:
Autorização?
Chegada do
Veículo 1. Existe uma plataforma disponível
para descarga?
2. Há espaço disponível para a
descarga?
Aceitar Entrega? 3. Há necessidade de equipamento
Rejeitar Entrega? mecanizado para descarga?
4. Qual equipamento será necessário
para a descarga?
5. Este equipamento está disponível?
6. Existe mão de obra suficiente para
a descarga?
• Conferir a mercadoria;
• Encaminhar a carga para o local onde ficará estocada ou para o local de formação
de carga na doca de embarque (transit points ou cross docking).
42
Moura (1998) sugere um modelo de formulário para checar as atividades de recepção
no terminal ou armazém.
Formulário
Em
Sim Não
Parte
Total
43
Número de Respostas SIM:
Abaixo de 10: Suas operações de recebimento estão se tornando um gargalo para seu
armazém ou terminal. Promova uma revisão urgente dessa atividade!
2.1 Manual
Alvarenga e Novaes (2000) fazem algumas considerações sobre o método mais simples
de descarga: o manual. Segundo esses autores, mesmo esse tipo de operação exige um
planejamento adequado e bem feito. São duas as alternativas mais usuais de realizar a
descarga manual:
1) Cada operário entra no caminhão e pega uma unidade de volume (caixa, saco,
item) carregando-o até o local de recepção;
44
• A disponibilidade de poucos operários sugere o uso da opção 1;
• Equipes muito grandes são inadequadas para a alternativa 1, pois pode ocorrer a
dificuldade de locomoção dos operários, principalmente no interior do veículo;
2.2 Mecânica
Mesmo para cargas pequenas, o uso da forma mecânica de descarga pode tornar a
atividade de recepção muito mais dinâmica e eficiente:
45
2.3 Automática
3 Conferência de Mercadorias
46
• Os preços (valor da mercadoria).
Com exceção da qualidade (depois veremos o porquê), os outros itens devem ser
idênticos aos do documento de entrega de mercadorias, que podem ser, por exemplo,
uma nota fiscal ou o documento de transporte (conhecimento de transporte de carga).
Portanto, não basta simplesmente verificar se existe o documento, pois nele pode
estar descrito um material e você estar recebendo outro. Na conferência devem ser
cuidadosamente observados o documento e a mercadoria e verificar se conferem.
Com relação à qualidade, deve-se observar o que foi previamente combinado com o
fornecedor. Essa condição deve estar documentada em um contrato de fornecimento
entre o armazém e o fornecedor das mercadorias.
Amostragens são bastante utilizadas para que não seja necessário verificar a condição
de cada item individualmente. Um produto pode ser, por exemplo, encaminhado para
o laboratório para verificar se suas condições conferem com aquelas combinadas no
contrato de fornecimento daquela mercadoria.
Esse direito é garantido pela Lei de Defesa do Consumidor e você deve fazer valer o
seu direito para evitar perdas em todo o restante do processo de armazenagem ou
mesmo evitar o risco de perder o cliente que certamente não aceitará uma carga fora
de suas expectativas.
Mas voltemos à análise das amostras, que é uma prática bastante comum, principalmente
no caso de grandes lotes.
47
É comum que a empresa estipule um percentual mínimo de tolerância para itens fora
dos padrões encontrados no lote. Portanto, qualquer lote que exceder esse percentual
mínimo não será recebido.
Códigos:
1. Embalagem danificada;
2. Embalagem violada; Visto: Data:
3. Preços em desacordo;
4. Quantidade em desacordo;
5. Qualidade fora do padrão.
48
A figura a seguir, mostra um desses locais de preparação do pedido para expedição.
hh
Observe que as cargas que entrarem primeiro no caminhão são
as que sairão por último!
49
A figura a seguir, mostra os pedidos de diversos clientes, já organizados sobre paletes.
50
Atividades
aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Quando o veículo chega à
portaria, o profissional responsável pelo seu recebimento
não precisa necessariamente ter em mãos uma relação de
todas as entregas programadas para o armazém.
Verdadeiro
( ) Falso
( )
Verdadeiro
( ) Falso
( )
51
Referências
52
UNIDADE 4| GESTÃO DOS
ESTOQUES
53
Unidade 4| Gestão dos Estoques
Nesta unidade, você vai conhecer a função e os objetivos dos estoques, identificando
diferentes rotinas de gerenciamento desse elemento tão importante numa empresa.
Vamos lá?
Mas, cuidado, nunca seja pego com algum estoque! Estoque custa dinheiro. Parece
paradoxal, não acha?
54
1.2 Funções e Objetivos dos Estoques
55
1.3 Políticas de Estoque
• O nível de flutuação dos estoques, para atender a uma alta ou queda de vendas
ou a uma alteração do consumo. Existe um grau de atendimento pelo setor de
estoques ao setor de produção (consumo de matéria-prima) e ao setor de vendas
(produtos acabados). Este grau de atendimento é medido em porcentagem.
Exemplo: quando se quer atender a 90% das necessidades dos clientes e se tem
um consumo de matéria-prima ou venda mensal de 700 unidades, é necessário
ter disponível em estoque 630 unidades, ou seja, 700 x 0,90. A empresa também
pode estabelecer uma faixa de atendimento em um determinado intervalo, como
por exemplo, entre 80 e 90%.
56
Logo, a nova rotatividade, ou giro, de estoque é:
Rotatividade de Estoques = Volume de Vendas = 1800 = 1,8
Capital investido em estoque 1000
Concluindo, a redução do capital em estoques em 20% faz aumentar o giro capital de estoques para R$ 2,25.
57
• Matéria-prima: é o material básico necessário para a fabricação de um
determinado produto. Exemplo: bobinas de aço para fabricação de automóveis;
• Produtos acabados: são aqueles que já passaram pelo processo produtivo, mas
cuja venda ainda não foi concretizada. Exemplo: os veículos prontos;
• Materiais auxiliares: são os produtos que normalmente são utilizados pela área
administrativa da empresa (exemplo: materiais de escritório e de limpeza).
Para que uma empresa possa maximizar seu lucro é necessário, entre outras coisas:
• Eficiência na operação.
Os estoques ajudam a melhorar o atendimento aos clientes, mas, para isso, é necessário
manter seu nível bem dimensionado.
Eles permitem que o setor de produção trabalhe de forma eficiente. A sua manutenção
permite produções mais longas, reduzindo o número de ciclos de operação. Permite
também que o departamento de produção compre em quantidades maiores, com
redução de custos de pedidos por unidade e com descontos sobre a quantidade.
Mas tudo isso tem um preço. Manter altos níveis de estoque gera custos elevados para
uma empresa.
Assim, são utilizados nas decisões sobre a gestão de estoques os custos relacionados,
a seguir.
58
2.2.1 Custo por Item
O custo pago por um item comprado consiste no custo desse item e de qualquer outro
custo direto associado como, por exemplo, o custo para trazê-lo até a fábrica. Isso pode
incluir transporte, seguro e taxas aduaneiras. Quando se trata de um item fabricado
na própria empresa, incluem-se os custos de mão-de-obra, de material utilizado
na fabricação e ainda os custos indiretos (como, por exemplo, consumo de energia,
manutenção dos equipamentos, entre outros).
59
2.3 Custo de Pedidos
Custo total anual de pedidos = custo do pedido x número de pedidos durante o ano.
Exemplo:
60
Resposta:
Por essa tabela, vemos a proporcionalidade inversa, isto é, quanto menor o estoque,
maior o custo de pedido. Enquanto para um estoque médio de 7.500 unidades o custo
de pedido é de R$ 18,00, com um estoque bem menor, de 750 unidades, esse custo
sobe para R$ 180,00 (10 vezes mais).
61
2.4 Custo de Falta de Estoque
São aqueles custos que ocorrem caso haja uma demanda por parte do cliente, ou por
parte do setor de produção, por algum item em falta no estoque. Podem ocorrer dois
tipos de custo de falta de estoque: custos de vendas perdidas e custos de atrasos. O
primeiro ocorre quando um cliente cancela seu pedido caso o produto desejado esteja
em falta, então o custo é estimado como o lucro perdido pela perda da venda. Os custos
de atraso referem-se aos custos incorridos entre a data do pedido não atendido e a
data efetiva de atendimento do pedido. Eles podem ser do tipo: custos administrativos
e de vendas no reprocessamento do pedido; custos extraordinários de transporte e
manuseio, caso o suprimento deva ser realizado fora do canal normal de distribuição.
A falta de estoque pode ser reduzida pela manutenção de um estoque extra, de forma
cuidadosa e bastante controlada, para proteger a empresa das ocasiões em que a
demanda pelo produto acabado for maior que a prevista.
62
Exemplo:
Solução:
420 + 428,70 =
2.800 0,30 x 2.800/2 = 420 30 x 14,29 = 428,70
848,70
63
Este gráfico ilustra o resultado do exemplo dado anteriormente.
Custos
Custo total
848,7
Custo de
armazenagem
Custo de pedido
Note que a quantidade igual a 2800 unidades é aquela que gera o menor custo com
estoques (ponto mínimo da curva de custo total).
3 Níveis de Estoque
Controlar o nível de estoques é uma tarefa difícil, pois nunca se tem a certeza da
quantidade a ser solicitada pela estocagem. Veja algumas definições que auxiliam a
definição do nível de estoques para a empresa.
64
3.1 Estoque Mínimo
Define-se estoque mínimo como a quantidade mínima que deve existir no estoque,
destinada a cobrir eventuais retardamentos no ressuprimento (exemplo: alteração no
consumo do item, atrasos no fornecimento, rejeição de item no controle de qualidade
e falhas administrativas no pedido de compra), objetivando a garantia do funcionamento
ininterrupto e eficiente do processo produtivo, sem o risco de faltas. O estoque mínimo
é uma quantidade morta que só é consumida em caso de necessidade. Chamamos
também de estoque de segurança. É representado por E. Mn no gráfico, a seguir.
Q E.Mx
E.Mn
O estoque médio (E.M.) é definido como o nível médio de estoque em torno do qual as
operações de compra e de consumo se realizaram. O estoque médio pode ser
representado por Q/2, sendo Q a quantidade comprada para ser consumida. Em outras
palavras, o estoque médio é a quantidade comprada (Q) para ser consumida num dado
intervalo de tempo (T) dividida por 2 (gráfico, a seguir).
Q/2 (E.M)
65
3.3 Lote de Compra
Lote de
compra
E.Mn
Por definição, o estoque médio ajustado para incertezas é definido como a soma do
estoque médio e do estoque de segurança (estoque mínimo), isto é:
E.Mª = E. M. + E. Mn.
66
Você sabia que o tempo de ressuprimento pode ser desmembrado em três partes? Veja-as,
descritas abaixo e ilustradas pelo gráfico a seguir:
TR Tempo
PP
C x TR
E.Mn
T
TR
Em suma, quando o nível de estoque for igual a PP, um novo pedido deve ser emitido.
67
Exemplo:
Resposta:
PP = (30 x 2) + 30
PP = 60 + 30 = 90 unidades.
Uma das mais importantes informações para a gerência do estoque numa empresa é a
determinação do seu estoque mínimo. O estoque mínimo é a chave para o adequado
estabelecimento do ponto de pedido. Estabelecer um estoque mínimo significa
estabelecer uma margem de segurança. Aqui, duas observações devem ser feitas:
b) Se essa margem for alta, acarretará custos mortos, custos de estoque parado, em
virtude da não necessidade, em momento algum, de determinada quantidade no
estoque.
68
O estoque mínimo ou de segurança pode ser dado pela seguinte equação:
E.Mn = 118,75.
O custo total com estoques é o somatório dos custos de armazenagem com os custos
de pedido. O ponto no gráfico, identificado por Lote Econômico de Compra (LEC), é a
quantidade ideal de aquisição, ou do tamanho do lote de compra. Este é o ponto de
encontro das curvas de custos de armazenagem e de pedidos e, também, é o ponto
onde a curva de custo total tem seu valor mais baixo.
69
Este gráfico ilustra o LEC em relação aos custos com estoques:
$
Custo Total
Custo de
armazenagem
Custo de pedido
LEC Quantidade
Assim, o Lote Econômico de Compra (LEC) deve ser a quantidade que balanceia os
custos de armazenagem e de pedido. Para ilustrar o conceito, suponhamos que a
empresa Made Ltda vende um produto cuja demanda anual é de 40.000 unidades. O
custo de emissão de um pedido de compra, também chamado de custo de obtenção,
é de R$ 30,00 por pedido. Os custos anuais de manutenção dos estoques são de R$
0,30 por unidade. Podemos então calcular o Custo Total (CT) decorrente de manter
os estoques para lotes (Q) de 2.500, 2.600, 2.700, 2.800, 2.900, 3.000, 3.100 e 3.200
unidades.
Solução:
C = 40.000
70
A tabela abaixo mostra os custos de armazenagem, de pedido e o Custo Total para
cada um dos lotes solicitados no exemplo:
71
Atividades
aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Em termos financeiros, os
estoques, além de muito importantes para as empresas,
normalmente são caros e representam capital investido.
Verdadeiro
( ) Falso
( )
Verdadeiro
( ) Falso
( )
72
Referências
73
UNIDADE 5 | SISTEMAS DE
CONTROLE DE ESTOQUES,
COMPRAS E PROCESSAMENTO
DE PEDIDOS
74
Unidade 5 | Sistemas de Controle de Estoques,
Compras e Processamento de Pedidos
Existem sistemas de controle de estoques bem tradicionais que apresentam com certo
grau de precisão os volumes a serem adquiridos para determinado tempo de operação
da empresa. Vejamos alguns deles.
Caixa A Caixa B
75
O estoque é armazenado nessas duas caixas (ou gavetas). A caixa A tem uma quantidade
de material suficiente para atender ao consumo durante o tempo de reposição, mais o
estoque de segurança. A caixa B tem um estoque equivalente ao consumo previsto no
período. Os pedidos de material que chegam são atendidos pelo estoque da caixa B.
Quando a caixa esvazia, conforme mostra a figura, abaixo, isso indica que deverá ser
providenciado outro pedido de compra. Para não faltar, passa-se a atender os pedidos
pelo estoque da caixa A.
Nesse intervalo de tempo, deverá ser recebido o material comprado quando a caixa B
foi a “zero” (esvaziou); deve-se completar o nível de estoque da caixa A e complementar
a caixa B. Volta-se, então, a consumir o estoque da caixa B.
Caixa A Caixa B
(estoque reposto) (estoque parcialmente reposto)
76
1.2 Sistema dos Máximos-Mínimos (Quantidades Fixas)
Nesse sistema, a reposição de um determinado item é feita quando seu estoque atinge
um nível pré-determinado. A quantidade a ser pedida é fixa, pois aqui é considerada a
mais econômica; porém os períodos de reposição são variáveis. Isto é, em função do
consumo do item na empresa a reposição pode ocorrer depois de três meses, por
exemplo, e no período seguinte, o mesmo consumo ocorre em quatro ou cinco meses,
e assim por diante.
Quantidade
Estoque máximo
PP
Estoque mínimo
Tempo
J F M A M J J A
Pelo gráfico, acima, podemos identificar os níveis de estoque nos diversos meses.
Também vale ressaltar que o Ponto de Pedido - PP e o lote de compra Q são fixos
e constantes. Porém, as reposições são realizadas em períodos variáveis, sempre
acontecendo quando o nível de estoque alcança o ponto de pedido. O cálculo do
ponto de pedido é em função do consumo médio e do tempo de reposição do item
pelo fornecedor, assim:
77
1.3 Sistema das Revisões Periódicas (Datas Fixas)
Quantidade
Estoque mínimo
J F M A M J J A Tempo
Para determinar o quanto deve ser comprado no dia da emissão do pedido, verifica-se
a quantidade disponível em estoque, comprando-se o que falta para atingir um estoque
máximo, também previamente determinado. Considera-se, aqui, também um estoque
mínimo ou de segurança, que deve ser dimensionado de forma que previna o consumo
acima do normal e os atrasos de entrega durante o período de revisão e tempo de
reposição.
Nesse sistema, o período de revisão é fixo, mas permite que a quantidade do pedido
varie. Assim, a quantidade disponível em estoque mais a quantidade pedida devem ser
suficientes para durar até que a próxima remessa seja recebida. Temos, então:
78
• Grande período de tempo entre as revisões acarreta baixo estoque médio, mas,
em consequência, gera aumento no custo de pedido e risco de ruptura.
• Para minimizar esses riscos, devem ser calculadas revisões para cada material
ou grupo de material estocado, de acordo com os objetivos operacionais e
financeiros da empresa.
Como funciona?
79
1.5 Sistema Just in Time
A ideia do Just in Time surgiu no Japão nos anos 1970 e foi aplicada, inicialmente, pela
Toyota Motor Company. Seu princípio consiste em disponibilizar produtos para a linha
de produção, depósitos ou clientes apenas quando forem necessários, para que o custo
de estoque seja menor. Em outras palavras, no JIT (Just in Time) a execução de todas
as etapas da produção, do projeto à entrega do produto, é baseada no princípio de se
manter um estoque mínimo (apenas o necessário), a melhor qualidade (índice zero ou
próximo disso em defeitos) e o custo mínimo.
Podemos citar como exemplo de aplicação da técnica Just in Time no Brasil o caso de
uma fábrica da Volkswagen situada na cidade de Resende, no Estado do Rio de Janeiro.
No mesmo terreno situam-se as instalações dos fornecedores de peças. Depois de
recebido o pedido, a VW de imediato solicita aos fornecedores as peças necessárias, o
que é prontamente atendido. Nesse caso, todos os processos são realizados em tempo
bem menor que em outros métodos de produção. Também há uma economia no tempo
e no custo do transporte entre o fornecedor e a empresa solicitante.
• Flexibilizar a empresa;
• Menor perda;
• Maior investimento;
80
• Reduzir estoques em processo, produtos acabados e eventualmente matérias-
primas;
81
2.2 Objetivos da Administração de Compras
Para satisfazer a esses objetivos, devem ser desempenhadas algumas funções básicas:
82
2.3 Procedimento de Compras
Solicitação Solicitação
de compras de compras
Solicitação
Emite solicitação de cotação
de cotação
Recebe e Envia
Recebe as
aceita as Mercadoria e
Mercadorias
Mercadorias Fatura
83
A seguir, apresentamos as explicações detalhadas do procedimento de compra de
bens materiais e/ou patrimoniais:
84
• Aprovar a fatura para pagamento do fornecedor: quando é recebida a fatura
do fornecedor, há três informações que devem estar em acordo, que são o pedido
de compra, o relatório de recebimento e a fatura. Os itens e as quantidades
devem ser os mesmos em todos os documentos, assim como os preços. Cabe
ao departamento de compras verificar esses aspectos e resolver quaisquer
diferenças. Uma vez aprovada, ela é enviada ao departamento de contas a pagar.
Apresentamos a seguir um modelo de pedido de compra que pode ser utilizado por
diversos tipos de empresa.
Pedido de Compra
N° FL.
Fornecedor: Cód.
Fornecedor
Endereço:
Pela presente, autorizo-lhe o fornecimento abaixo descrito, observadas as condições constantes no verso.
IT Quant. Unid. Cód. SC Descrição Preço IPI%
unit.$
ET ES EM
Importa o total deste PC em $
Embalagem
Frete
Transportadora
Data de
vencimento das
parcelas
Valor das
parcelas
Data de entrega NP Cód. fiscal Prazo de entrega Dias
85
2.3 Novas Formas de Comprar: Os Processos de Pedidos
Eletrônicos
O fenômeno da globalização, como não poderia deixar de ser, tem trazido grande
impacto na forma como as compras são efetuadas. Hoje se fala em mercado global e,
consequentemente, em compras globalizadas. Com o advento dos produtos mundiais,
a exemplo do carro mundial, peças e componentes são comprados no mundo inteiro.
Na Gessy Lever, por exemplo, 20% da comunicação com fornecedores são feitas
eletronicamente. No Pão de Açúcar, graças a estas novas formas de processamento
de pedidos, o índice de falta de produtos caiu, o tempo médio de armazenamento foi
reduzido e o volume de cargas recebidas aumentou.
2.3.1 EDI
Uma das formas de compras que mais cresce atualmente é o EDI (Electronic Data
Interchange), tecnologia para transmissão de dados eletronicamente. Por meio de um
computador, um modem, uma linha de telefone e com um programa específico, o
computador do cliente é ligado diretamente ao computador do fornecedor. As ordens
e os pedidos de compra são enviados sem a utilização de papel. O fornecedor, ao
receber a comunicação, providencia processamento das mercadorias solicitadas e as
envia ao cliente.
86
Com a utilização do EDI, um pedido de compras que levava muitos dias para se
concretizar, é feito automaticamente, e o recebimento é feito mais rapidamente.
2.2.3 Internet
É cada vez mais difundida entre nós a utilização do e-mail como um veículo de transação
comercial ou e-commerce. Basta ligar os computadores da empresa a um provedor e
teremos a WWW (World Wide Web) ao nosso alcance, vinte e quatro horas por dia,
sete dias por semana. Todo o mundo pode ser acessado e a comunicação bilateral
estabelecida. Um exemplo bastante conhecido é o da livraria virtual, onde podemos
consultar e comprar livros via Internet, sem sair de nossas casas. Nas empresas, a
Internet ganha a cada dia mais e mais adeptos. Tem vantagens em relação ao EDI,
pois o investimento é bem mais baixo, além de permitir uma maior flexibilidade nas
transações de compra.
gg
Veja exemplos de e-commerce no endereço acessando o link a
seguir. Confira!
http://www.eurosoft.com.br/news07.html
87
Resumindo
88
Atividades
aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Um dos sistemas de
planejamento e controle de materiais mais conhecidos é o
MRP que é uma técnica que determina as necessidades de
compras de material que serão utilizados na fabricação de
um determinado produto.
Verdadeiro
( ) Falso
( )
Verdadeiro
( ) Falso
( )
89
Referências
90
Gabarito
Questao 1 Questão 2
Unidade 1 V V
Unidade 2 V V
Unidade 3 F V
Unidade 4 V V
Unidade 5 V V
91