O Passado Playsson-Emo de Eduardo Bolsonaro - VICE
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NOISEY
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Praia, sol, surfe, hardcore, droga e alegria. Um típico carioca da zona norte dos
anos 2000 viveu tudo isso em sua juventude, por mais reaça-de-terninho-fora-
todos que tenha se tornado mais pra frente na vida. O maior exemplo disso
talvez seja Eduardo Bolsonaro, o mais jovem do trio de lhos do candidato à
presidência, que aparentemente passou seus anos de ouro dando rolê com
ninguém menos que os membros da banda carioca Forfun.
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nymph
@highpippin
Em 2014, o Instagram o cial do Forfun postou uma foto que a legenda sinaliza
ser dos anos 2000, da banda junto de um grupo de amigos surfando na Joatinga.
Na ponta esquerda da foto lá está o pequeno Bolso:
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Ele também aparece aos 0:40 do clipe de "História de Verão", o primeiro gravado
pela banda:
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NOISEY
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H
á sete anos, um rapper de descendência judaica magrelo de
Pittsburgh lançou o disco mais vendido daquela época nos EUA, feito
conseguido por meio de versos que faziam sentido pra galera menor
de idade que enchia a cara e lotava seus shows em campus universitários, tudo
por cima de bases pop altamente palatáveis. Nascido Malcolm McCormick, ele
era um artista exuberante, hedonista, trabalhador, con ante, liricamente
bagunçado e 100% despreparado para o futuro.
Mas a maioria de nós não vai se lembrar de Mac Miller, falecido na última sexta
aos 26 anos de idade, por Blue Slide Park, seu disco de estreia de 2011 – mesmo
sendo o primeiro álbum lançado de forma independente a chegar ao topo das
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paradas desde Dog Food do Tha Dogg Pound lançado em 1995. A maioria das
estações de rádio não tocou suas primeiras mixtapes, interessantíssimas ainda
que meio desleixadas, o mesmo material que lhe rendeu certo público em
primeiro lugar – e as críticas aos seus primeiros trabalhos mal servem como nota
de rodapé para o seu legado.
E Swimming, o quinto disco de Miller, lançado no mês passado, foi o seu melhor
até então – introspectivo e emocionado, de tom confessional e letras
caprichadas. Era de moer o coração, uma tentativa de lidar com o vício e os
resultados deste, estabelecendo toda uma tese em "Come Back to Earth", sua
faixa de abertura – "I was drowning, but now I'm swimming / Through stressful
waters to relief" – mas levando em conta a metáfora na letra, nem sempre é fácil
com a cabeça pra fora d’agua no mundo do rap. Toda essa honestidade acabava
facilitando para que acreditássemos que o cara estava melhorando após anos de
depressão e escrutínio público, de que ele estava cuidando de si mesmo, a nal
ele tinha até mesmo um som chamado “Self-Care”. “Quero poder ter dias bons e
dias ruins”, disse a Craig Jenkins do Vulture em entrevista publicada na última
quinta.
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Quando foi lançado em 2013, porém, Watching Movies With the Sound Off pegou
fãs e críticos quase que inteiramente de surpresa com suas crises existenciais,
falta de interesse por beber à luz do sol e produção agnóstica em termos de
gênero (Pharrell Williams, Clams Casino e Tyler, The Creator são creditados no
álbum). Ninguém que ouviu seus primeiros trabalhos conseguiria imaginar Miller
junto de Earl Sweatshirt em uma faixa chamada "I'm Not Real", ponderando sobre
coisas como hieróglifos, pirotecnia e metafísica; nenhum de seus críticos
esperava que o moleque que já tinha chego ao topo das paradas começaria de
novo do zero.
Mas Mac tinha 21 anos e ainda estava se descobrindo. Jordan Sargent, que
notoriamente meteu o pau em Blue Slide Park na Pitchfork, escreveu um per l
de Mac na SPIN tendo como base Watching Movies, descobrindo um cara
disposto a falar dos problemas do qual mal estava se livrando: um apreço nada
saudável por drogas, uma turnê que rendeu pouco e um ego ferido. Mac se
de nia por esse tipo de abertura: um artista que estivesse atrás de um atalho
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para ser respeitado faria de seu segundo disco mais “sério”, mesmo que
super cialmente. Miller optou por fazer um disco honesto em sua essência.
Tal honestidade tornou-se sua marca registrada. Em GO:OD AM de 2015, ele fez
uma observação franca sobre fama, vício e todas as forças externas que
comandavam sua vida. “Drogas não são o caminho certo”, declarou ao Noisey na
época. “Não é algo com o qual você quer uma relação duradoura. Pre ro dormir
com a minha mina do que com um saco cheio de drogas”. The Divine Feminine,
lançado no ano seguinte, foi um ambicioso tributo à feminilidade que poderia ter
dado muito errado, mas acabou transbordando ternura. Ele parecia estar sempre
se reinventando – independente de estar se recuperando da depressão, vício ou
um coração partido – e trazia seus fãs junto consigo, nunca escondendo sua dor.
Só o vi ao vivo uma única vez, em Nova York, pouco após o lançamento de The
Divine Feminine. (Quando o chamei de “um Dean Martin esquisito, sexualizado,
para uma geração que nunca achou que precisaria de um” e reitero isso agora).
Havia uma ideia de que, após quatro álbuns, Miller ainda estava se organizando,
com um pé no passado e outro no futuro.
Que Swimming seja o m dessa jornada soa cruel de maneira impossível. Havia
muito de Mac a vir por aí: novos experimentos e re namentos em sua música,
novos tropeços seguidos por novas perspectivas. Talvez ele chegasse a estar bem
ou ao menos acreditasse nisso, como havia cantado.
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Em meio a tudo isso, o moleque com um sorriso enorme que tinha liderado as
paradas acabou por fazer um monte de música original, ambiciosa, maravilhosa
mesmo – que consolarão milhões agora que ele se foi. Mas discos, por mais
maravilhosos que sejam, têm suas limitações; caminhar rumo ao brilhantismo,
tentando ser sincero desesperadamente enquanto isso, comprometendo-se com
sua arte acima de tudo, pode ser bem maior que isso.
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