Este documento resume o texto "O Inventário das Diferenças" de Paul Veyne. Defende que a história deve explicar os acontecimentos por meio das ciências humanas, identificando constantes ao invés de apenas narrar fatos. Também distingue história da sociologia, afirmando que a história faz o inventário completo enquanto a sociologia usa exemplos históricos para formular e resolver questões.
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Este documento resume o texto "O Inventário das Diferenças" de Paul Veyne. Defende que a história deve explicar os acontecimentos por meio das ciências humanas, identificando constantes ao invés de apenas narrar fatos. Também distingue história da sociologia, afirmando que a história faz o inventário completo enquanto a sociologia usa exemplos históricos para formular e resolver questões.
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Este documento resume o texto "O Inventário das Diferenças" de Paul Veyne. Defende que a história deve explicar os acontecimentos por meio das ciências humanas, identificando constantes ao invés de apenas narrar fatos. Também distingue história da sociologia, afirmando que a história faz o inventário completo enquanto a sociologia usa exemplos históricos para formular e resolver questões.
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UNIRIO
Curso de História Introdução à Sociologia Aluno: Bruno Adesse Data: 20/11/2008
Fichamento do texto “O Inventário das Diferenças”
de Paul Veyne Esse fichamento tem como objetivo colocar em evidência as principais idéias do texto, em forma de tópicos, através de passagens do mesmo ou de adaptações feitas por mim. A sucessão de idéias é praticamente igual à do texto.
Crença na História, pelo menos a sociológica, que recorre às Ciências
Humanas. Crença na existência dos romanos da antigüidade existirá História Romana? A História consiste em contar histórias cronologicamente? • Sim fatos históricos (material) • Não História não se explica, recorre à Sociologia (formais problemas e conceitos). “não existe explicação histórica” Apoio do autor no segundo momento da filosofia aroniana da História. Primeiro momento: Fatos históricos não existem isoladamente, exceto por abstração mental e em relação às questões que os Homens formulam. Mostra o papel filosófico do historiador, decidindo o que acha importante (para a História do homem, antropologicamente). Segundo momento: O problema central da pratica histórica é a determinação de constantes, mais do que as modificações históricas. O historiador deve fazer isso preenchendo os fatos históricos com teorias das Ciências Sociais, alem de não ficar preso ao empirismo, buscando também a filosofia. Historiadores possuem sociologia no seu dia-a-dia, usam palavras e conceitos dela A formação do historiador atual dupla: erudita e sociológica As Ciências Humanas estão “na moda”, em detrimento dos estudos Clássicos. Uma cultura está bem morta quando a defendem em vez de inventá-La A história romana nos obriga a explicitar as diferenças que nos separam dela. Também a explicitar o não pensado, levar à conceituação, já que é pobremente documentada. Toda historiografia depende dos documentos que dispõe e da problemática que ela formula. Esta normalmente é modificada antes que os documentos se esgotem. Um exemplo de conceituação, teoria e constante: O Império Romano. Uma conceituação de modelo ou constante para política externa seria contrastar os modos imperialistas (Roma e China antigos) com as políticas de equilíbrio (Europa católica, Grécia antiga). A conceituação de uma constante permite explicar os acontecimentos. Por mais paradoxal que pareça, só a constante individualiza, ou seja, é capaz de demonstrar as particularidades. Alguns historiadores podem temer o uso das constantes, pensando que pode negar a evolução histórica, o acaso, e o papel dos indivíduos. A teoria fornece um conjunto de constantes. • Teoria Marxista: possibilita explicar as transformações da sociedade e da natureza humana; reconhece a dialética das forcas e das relações de produção • Algumas constantes marxistas: Luta de Classes, forcas e relações de produção, infra-estrutura, ideologias, interesse de classes, Estado como instrumento da classe dominante. Determinar as constantes é determinar as verdadeiras realidades e mecanismos de evolução histórica, é explicar essa evolução cientificamente A constante explica suas próprias modificações e eventualmente sua desaparição. • Exemplo: a luta de classes tem suas varias fases e desaparece numa sociedade sem classes A idéia de que a essência da História é explicar os acontecimentos recorrendo às ciências do homem é pouco difundida, por algumas razões • A crença de que as generalizações da Ciência matariam a História, conhecimento da individualidade • As ciências do Homem apenas nascem e não são bastante conhecidas • Significado confuso de “Sociologia” • Convenções que restringem a análise sob o ponto de vista das Ciências Humanas As ciências históricas não desaparecem em proveito da teoria, mas se utilizam dela sem perder sua identidade Estruturalismo: Toda realidade social é limitada e confusa em nossa representação Os agentes históricos sofrem limitações, sua expressão tem distorção da época em que vivem “todo quadro possui dois autores, o artista e seu século” O homem não é inteiramente ativo, mas também condicionado O curso da História por inteiro é feito de subsistemas articulados Cada conceito que conquistamos refina e enriquece nossa percepção do mundo. Sem eles nada se vê, faz-se História narrativa, que não é o mesmo que História fatual. Existem duas atitudes diante dos fatos históricos, que por sua vez são individuais, e às vezes originais. • A primeira é narrativa, é aquela passiva, do senso comum, que apenas designa os fatos. Essa atitude não coloca em palavras a originalidade do fato (se assim o for) e nem o compara com outros. • A segunda é a cientifica, aquela explicativa e descritiva, que consiste em tentar explicitar a originalidade do desconhecido, encontrar palavras e conceitos para tal. A explicação histórica/sociológica consiste em relacionar um acontecimento a um modelo trans-histórico, que individualiza o acontecimento jogando-se com as variáveis desse modelo. A reivindicação do inventário é que faz com que a história se diferencie da Sociologia, sendo como um relato Deve-se dizer relato, ao invés de inventário, porque os fatos históricos são individualizados pelo tempo, mesmo quando se repetem O mito do período histórico tem algumas raízes: • Defesa corporativa • Convenções do ofício, apresentar signos exteriores que mostram a cientificidade • Individualidade dos acontecimentos
O que diz a História narrativa é envolto por uma vasta zona de
não-exprimido (pelos autores), onde somente uma familiarização permite evitar passos falsos O período histórico muitas vezes é apenas designado, não deixa claro no que consiste sua originalidade/individualidade, confiando no instinto de percepção do “leitor” para tal Nada distingue as afirmações do senso comum daquelas das ciências, exceto pelo fato de serem, estas ultimas, sistemáticas e verificadas Percebe-se que toda História, mesmo que não deliberadamente, torna-se uma História comparada, que separa, sabendo porque o faz. Conseqüências da concepção conceitualizante e individualizante da História • Dar cabo ao mito do período histórico • Elucidar a diferença entre História e Sociologia
O mito do período histórico nasce de uma dificuldade pratica
e de uma impotência: • Dificuldade prática: dominar a documentação, as línguas e a bibliografia de mais de uma civilização, para então “fazer” a História de determinado período. • Impotência: o fato individual tem um limite vago em relação aos outros, e sempre está relacionado com seu tempo. A periodização leva ao estudo simultâneo de fatos heterogêneos como o direito, as artes, a vida cotidiana, etc.. O autor defende que os fatos históricos devam ser agrupados não pelo tempo que ocorreram, mas por pertencerem a um assunto que os “homogeneíza”. Exemplo de assunto: “do poder por direito subjetivo ao poder por delegação É preciso acabar com o relato continuo. Os fatos não se organizam por períodos e povos (espaço-tempo), mas por noções Como os fatos históricos não existem, sua individualidade é relativa, dependendo da problemática escolhida. Esse argumento esclarece a noção de História não-atual e que nem sempre a História se ocupa de fatos individuais Na maioria das vezes, a História fala em instituições, costumes, sociedade, economias, fatos de mentalidade, que se constituem em individualidades num sentido relativo, e ao mesmo tempo são agregados, ou entidades. A História não estuda o homem no tempo, mas sim os materiais humanos subsumidos nos conceitos Se acontecer da História falar de uma personalidade real, ou uma batalha especifica, é porque, em relação à História Política, alguns homens e instantes têm importância e conseqüências gigantescas. A História pode ser definida como o inventario das diferenças manifestadas por aquilo que há de social no homem. História X Sociologia Existem diversos níveis de generalidade, e a cada um deles corresponde uma ciência. Isto vale para a História e a Sociologia • Exemplo: A guerra púnica, explicada pela teoria da guerra. É ao mesmo tempo objeto específico da História e exemplo ilustrativo da teoria sociológica. A explicação histórica e a sociológica são a mesma, é a explicação científica. Assim o próprio historiador poderá fazer descobertas sociológicas, quando não encontrar teoria sociológica já pronta, mesmo não sendo seu foco de trabalho. A verdadeira diferença entre as ciências História e a Sociologia não está no grau de generalidade de cada uma, mas pelo fato de que a História se repete. Assim a História faz o inventário completo, e tenta formular questões explicativas. A Sociologia por sua vez se utiliza de alguns exemplos históricos para tentar resolver essas questões, ou mesmo formular novas.