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FRESAGEM

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1

Introdução

A fresagem é um processo de fabricação com levantamento de material, feito por


fresadora e ferramentas especiais multicortantes chamadas fresas.
A fresagem consiste na retirada do excesso de metal ou sobremetal da superfície
de uma peça, a fim de dar uma forma definitiva desejada.
A remoção do sobremetal da peça é feita pela combinação de movimentos dos eixos
da máquina ao mesmo tempo.
O eixo principal tem movimento de rotação onde é fixada a ferramenta. O outro
movimento, o da mesa, desloca no sentido longitudinal ou transversal, portanto, o
profissional que trabalha em fresagem precisa ter conhecimento das operações
básicas, conhecer o funcionamento da máquina e fazer os cálculos inerentes ao
processo da fresagem.
2

1. Fresagem

1.1 Fresadora (Generalidades)


A máquina ou fresadora, como geralmente é chamada, é uma máquina-ferramenta
de movimento contínu, destinada à usinagem de materiais, por meio de uma
ferramenta de corte chamada fresa. Permite realizar operações de fresagem de
superfície das mais variadas formas: planas, côncavas, conexas e combinadas.

Constituição
Nas máquinas de fresar, correntemente usadas nas oficinas de construções
mecânicas, distinguem-se as seguintes partes principais.

O Corpo: é uma, espécie de


carcaça de ferro fundido, de
base reforçada e geralmente de
forma retangular, por meio da
qual a máquina apoia-se ao
solo. É a parte que serve de
sustentação dos demais órgãos
da fresadora.1

Eixo Principal: é um dos


órgãos essenciais da máquina,
uma vez que é o que serve de
suporte à ferramenta e lhe dá
movimento.
Este eixo recebe o movimento através da caixa de velocidades, como mostra a
cadeia cinemática.

1 ISVOR FIAT – CETEM - UD FMT 001/0


3

A Mesa: é o órgão que serve de sustentação das peças que vão ser usinadas,
diretamente montadas sobre ela, ou através de acessórios de fixação, razão porque
a mesa está provida de ranhuras destinadas a alojar os parafusos de fixação.

Carro Transversal: é uma estrutura de ferro fundido de forma retangular, em cuja


parte superior se desliza e gira a mesa em um plano horizontal. Na base inferior, por
meio de guias, está acoplado ao suporte da mesa sobre o qual desliza por meio de
fuso e porca, podendo ser acionado manualmente ou automaticamente através da
caixa de avanços. Um dispositivo adequado permite sua imobilização.

Caixa de Velocidades do Eixo Principal: consta de uma série de engrenagens que


podem acoplar-se com diferentes relações de transmissão, para permitir uma
extensa gama de velocidades do eixo principal. Geralmente encontra-se alojada
internamente na parte superior do corpo da máquina. O acionamento é
independente da caixa de avanços, o
qual permite determinar
criteriosamente as melhores condições
de corte.2

Caixa de Velocidades do Avanço: da fresadora é um mecanismo constituído por


uma série de engrenagens montadas no interior do corpo da fresadora em sua parte
central, aproximadamente. Em geral recebe o movimento diretamente do
acionamento principal da máquina. Por meio de acoplamentos de rodas dentadas

2 ISVOR FIAT – CETEM - UD FMT 001/0


4

que se deslizam axialmente, podem ser estabelecidas diversas velocidades de


avanços. O acoplamento do mecanismo com o fuso da mesa ou do suporte da mesa
realiza-se através de um eixo extensível com articulação “cardan”.
Em algumas fresadoras, a caixa de velocidades dos avanços está colocada no
suporte da mesa com um motor especial e independente do acionamento principal
da máquina.
O Suporte da Mesa: é o órgão que serve de sustentação da mesa e seus
mecanismos de acionamento. É uma peça de ferro fundido que desliza verticalmente
no corpo da máquina através de guias, por meio de um parafuso telescópio e uma
porca fixa. Quando é necessário, para alguns trabalhos, imobiliza-se por meio de um
dispositivo de fixação.

Classificação:

A orientação do eixo principal com respeito à superfície da mesa, determina uma


clasificação ou tipo de fresadoras. Daí recebem a denominação de :

Fresadora Horizontal:

Se o eixo principal está orientado


paralelamente à superfície da mesa. (Fig. 3)3

Fig. 3

Fresadora Vertical: Se o eixo principal está


orientado perpendicularmente à superfície da
mesa. (Fig. 4)
Fig. 4

3 ISVOR FIAT - CETM - UD FMT 001/0


5

Fresadora Mista:

Quando, auxiliando-se com


acessórios, o eixo principal pode
orientar-se nas duas posições
precedentes. (Fig.5)

Fig. 5

Fresadora Universal

Para iniciar o estudo desta máquina, pode-se considerar como ponto de partida a
fresadora horizontal. Com efeito, a fresadora universal, é em princípio uma fresadora
horizontal, porém, além disso, está provida de outros mecanismos e acessórios
especiais que lhe permitem ampliar consideravelmente suas possibilidades de
trabalho.4

Características:

4 ISVOR FIAT – CETEM - UD FMT 001/0


6

Das características comuns às fresadoras em geral, a fresadora universal é dotada


de um cabeçote universal de dupla articulação que lhe permite a inclinação de eixo
porta-fresas, formando qualquer ângulo com a superfície da mesa conforme a figura
abaixo.

A mesa pode girar em um plano horizontal até um ângulo de 45º em ambos os


sentidos.
Outras características importantes e que nos dão idéia das possibilidades da
máquina são:

- Comprimento e largura da mesa.


- Giro da mesa em ambos os sentidos (45º).
- Máximo deslocamento longitudinal da mesa.
- Máximo deslocamento transversal da mesa.
- Máximo deslocamento vertical do suporte da mesa.
- Máxima altura da superfície da mesa ao eixo principal.
- Máximo e mínimo numero de rpm do eixo principal.
- Velocidade e potência do motor.
- Avanços em mm / minuto.
- Peso da máquina.5

5 ISVOR FIAT – CETEM - UD FMT 001/0


7

Estas características são as que permitem identificar a máquina nos catálogos


comerciais, onde vêm explicados com detalhes.

Acessórios:

Como já foi mencionado, a fresadora está provida de uma série de acessórios que
lhe permitem realizar as mais variadas operações de fresagem, os quais estão
indicados abaixo:

- Cabeçote universal .
- Eixos porta-fresas.
- Cabeçote divisor e contra ponta.
- Mesa circular divisora.
- Divisor linear.
- Aparelho contornador.
- Cabeçote especial para fresar cremalheiras.
- Mesa inclinável.

Posteriormente, será estudado particularmente cada um destes acessórios.


A fresadora universal é a máquina de fresar mais generalizada nas oficinas
mecânicas.
Estas características são as que permitem identificar a máquina nos catálogos
comerciais, onde vêm explicados com detalhes.

1.2 Fresas
A fresa é dotada de facas ou dentes multicortantes. Isto lhe confere uma vantagem
sobre outras ferramentas: quando os dentes não estão cortando, eles estão se
refrigerando. Isto contribui para um menor desgaste da ferramenta.
A escolha da ferramenta é uma das etapas mais importantes da fresagem.
Ela está relacionada principalmente com o tipo de material a ser usinado.6

6 TELECURSO 2000 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO – Volume 3


8

Ao escolher uma fresa, deve-se levar em conta se ela é resistente ao material que
será usinado.
Os materiais são mais ou menos resistentes. Assim, uma fresa adequada à
usinagem de um material pode não servir para a usinagem de outro.

Escolhendo a fresa
Então como escolher a ferramenta adequada? Para começar, você deve saber que
os dentes da fresa formam ângulos. Estes por sua vez formam a cunha de corte.7
Pois bem, são os ângulos β dos dentes da fresa que dão a esta maior ou menor
resistência à quebra. Isto significa que quanto maior for a abertura do ângulo β, mais
resistente será a fresa. Inversamente, quanto menor for a abertura do ângulo β,
menos resistente a fresa será. Com isto, é possível classificar a fresa será: Com isto,
é possível classificar a fresa em: tipos W, N e H.

Percebeu que a soma dos ângulos a, b e g em cada um dos tipos de fresa é sempre
igual a 90°? Então você deve ter percebido também que, em cada um deles, a
abertura dos ângulos sofre variações, sendo porém o valor do ângulo de cunha
sempre crescente.

7 ISVOR FIAT – CETEM - UD FMT 001/0


TELECURSO 2000 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO – Volume 3
9

Pois bem, a partir desta observação e de acordo com o material a ser usinado, você
já pode escolher a fresa adequada ao seu trabalho.
A fresa tipo W, por ter uma abertura de ângulo de cunha menor (b = 57°), é menos
resistente. Por isso ela é recomendada para a usinagem de materiais não-ferrosos
de baixa dureza como o alumínio, o bronze e plásticos.
A fresa tipo N (b = 73°) é mais resistente que a fresa tipo W e por isso recomendada
para usinar materiais de média dureza, como o aço com até 700N/mm2 de
resistência à tração.8
Finalmente, a fresa tipo H (b = 81°) é mais resistente que a fresa W e a fresa N.
Portanto, é recomendada para usinar materiais duros e quebradiços comoo aço com
mais de 700N/mm2 de resistência à tração.
Ainda quanto às fresas tipo W, N e H, você deve estar se perguntando por que uma
tem mais dentes que outra. A resposta tem a ver com a dureza do material a ser
usinado.
Suponha que você deve usinar uma peça de aço. Por ser mais duro que outros
materiais, menor volume dele será cortado por dente da fresa. Portanto, menos
cavaco será produzido por dente e menos espaço para a saída será necessário.
Já maior volume por dente pode ser retirado de materiais mais moles, como o
alumínio. Neste caso, mais espaço será necessário para a saída de cavaco.

1.3 Fresas de perfil constante

São fresas utilizadas para abrir canais, superfícies côncavas e convexas ou gerar
engrenagens entre outras operações.

8 TELECURSO 2000 - PROCESSOS DE FABRICAÇÃO - Volume 3


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1.4 Fresas Planas

Trata-se de fresas utilizadas para usinar superfícies planas, abrir rasgos e canais.9

1.5 Fresas
Angulares
Estas são fresas utilizadas para a usinagem de perfis em ângulos, como rasgos
prismáticos e encaixes de tipo rabo-de-andorinha.10

9 TELECURSO 2000 - PROCESSOS DE FABRICAÇÃO - Volume 3


11

1.6 Fresas para rasgos


As fresas para rasgos são utilizadas para
fazer rasgos de chavetas, ranhuras retas ou
em perfil T, como as das mesas das
fresadoras e furadeiras.

1.7 Fresas de dentes postiços

São também chamadas de cabeçote de fresamento. Trata-se de uma ferramenta


com dentes postiços. Esses dentes são pastilhas de metal duro, fixadas por
parafusos, pinos ou garras, e podem ser substituídas facilmente.

10 TELECURSO 2000 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO – Volume 3


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1.8 Fresas para desbaste

Estas são fresas utilizadas para o desbaste de grande quantidade de material de


uma peça. Em outras palavras, servem para a usinagem pesada.
Esta propriedade de desbastar grande quantidade de material é devida ao
seccionamento dos dentes.11

Na fresagem, a remoção do sobremetal da peça é feita pela combinação de dois


movimentos, efetuados ao mesmo tempo. Um dos movimentos é o de rotação da
ferramenta, a fresa. O outro é o movimento da mesa da máquina, onde é fixada a
peça a ser usinada.

É o movimento da mesa da máquina ou


movimento de avanço que leva a peça
até a fresa e torna possível a operação de
usinagem. Veja esquema ao lado.

11 TELECURSO 2000 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO – Volume 3


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O movimento de avanço pode levar a peça contra o movimento de giro do dente da


fresa. É o chamado movimento discordante. Ou pode também levar a peça no
mesmo sentido do movimento do dente da fresa. É o caso do movimento
concordante.

A maioria das fresadoras trabalha com o avanço da mesa baseado em uma porca e
um parafuso. Com o tempo e desgaste da máquina ocorre uma folga entre eles.
Veja figura abaixo.
No movimento concordante, a
folga é empurrada pelo dente da
fresa no mesmo sentido de
deslocamento da mesa. Isto faz
com que a mesa execute
movimentos irregulares, que
prejudicam o acabamento da
peça e podem até quebrar o
dente da fresa.
No movimento discordante, a
folga não influi no deslocamento
da mesa. Por isso, a mesa tem um movimento de avanço mais uniforme. Isto gera
um melhor acaba-mento da peça.12

12 TELECURSO 2000 - PROCESSOS DE FABRICAÇÃO – Volume 3


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Assim, nas fresadoras dotadas de sistema de avanço com porca e parafuso,é


melhor utilizar o movimento discordante. Para tanto, basta observar o sentido de giro
da fresa e fazer a peça avançar contra o dente da ferramenta.
Como outros processos, a fresagem permite trabalhar superfícies planas, convexas,
côncavas ou de perfis especiais. Mas tem a vantagem de ser mais rápido que o
processo de tornear, limar, aplainar. Isto se deve ao uso da fresa, que é uma
ferramenta multicortante.

2. Como calcular a rpm, o avanço e a profundidade de corte em


fresagem

Você deve estar lembrado que rpm, avanço e profundidade de corte são parâmetros
de corte para qualquer tipo de usinagem. A escolha dos parâmetros de corte é uma
etapa muito importante na fresagem. Parâmetros de corte inadequados podem
causar sérios problemas, como alterar o acabamento superficial da peça e até
mesmo reduzir a vida útil da ferramenta.
Como então calcular os parâmetros de corte na fresagem? O primeiro passo é
calcular a melhor rotação. Esta depende basicamente de dois elementos: o diâmetro
da fresa e a velocidade de corte. A velocidade de corte, por sua vez, vai depender
de fatores como o tipo de material a ser usinado, o material da
fresa e o tipo de aplicação da fresa.
Escolher a velocidade de corte é uma tarefa relativamente simples. Os fabricantes
das fresas fornecem tabelas com as velocidades de corte relacionadas com o
material da fresa e da peça a ser trabalhada. Isso não é bom?
Mas fique ligado, porque as tabelas podem trazer tanto valores de Vc para
ferramentas de aço rápido, as HSS (High Speed Steel), quanto para as fresas de
metal duro. Ou ainda contemplar em um mesmo espaço as Vc dos dois materiais:
aços rápidos e metal duro.
As Vc para ferramentas de metal duro chegam a ser entre 6 a 8 vezes maior que as
Vc utilizadas para ferramentas de aço rápido. Isso porque as ferramentas de metal
duro têm maior resistência ao desgaste.13

13 TELECURSO 2000 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO - Volume 3


15

2.1 Escolha da velocidade de corte


Suponha que você deve desbastar 4mm de profundidade em uma peça de aço de
85 kgf/mm2 de resistência, utilizando uma fresa de aço rápido. Qual deve ser a
velocidade de corte da ferramenta?
Para responder a esta questão, a primeira coisa a fazer é observar a tabela
abaixo.

Tabela 1
ESCOLHA DA VELOCIDADE DE CORTE
PARA FRESAS DE AÇO RÁPIDO
Velocidade de corte em m/min.
Material Desbaste Acaba-
a ser cortado até a profundidade de mento
8 mm 5 mm 1,5 mm

Aço até 60 kgf/mm² 16 – 20 22 – 26 32 – 36

Aço de 60-90 kgf/mm² 14 – 16 20 – 24 26 – 30

Aço de 90 – 110 kgf/mm² 12 – 14 18 – 22 22 – 26

Aço acima de 110 kgf/mm² 8 – 12 14 – 16 16 – 20

Ferro fundido até 180 HB 18 – 22 24 – 28 18 – 32

Ferro fundido acima de 180 HB 10 – 14 12 – 18 18 – 22

Latão 32 – 48 46 – 72 60 – 120

Metais leves 220 – 320 280 – 480 400 – 520

Cobre 40 – 50 60 – 80 80 – 100

O passo seguinte é verificar na coluna de materiais a classificação em que se


enquadra a peça. Veja detalhe.

aço de 60 – 90 kgf/mm² 14 -16 20 – 24 26 – 30

Observou que o aço da peça está classificado entre 60 e 90 kgf/mm2? Agora é só


relacionar a resistência do aço à profundidade de desbaste pedida. Veja o detalhe
abaixo.14

14 TELECURSO 2000 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO – Volume 3


16

aço de 60 – 90 kgf/mm² 14 – 16 20 – 24 26 – 30

Então, a Vc que se deve usar para usinar um aço de 85 kgf/mm2 de resistência a


uma profundidade de 4 mm é de 20 a 24 m/min.
Caso a profundidade de corte fosse outra, 8 mm, por exemplo, a velocidade de corte
seria de 14 a 16 m/min.

Exercício 1
Qual é a velocidade de corte adequada para fazer o acabamento em uma peça de
ferro fundido com dureza Brinell de 200HB e profundidade de corte de 1,5 mm,
utilizando-se uma fresa de aço rápido?

Achada a velocidade de corte, podemos calcular a rpm. Antes, porém,é preciso mais
um dado, o diâmetro da fresa diâmetro da fresa diâmetro da fresa diâmetro da fresa
diâmetro da fresa. Mas este não é preciso calcular: basta medir a fresa. Então,
vamos ao cálculo da rpm?

2.2 Cálculo da rotação da fresa (rpm)

Calculamos a rpm com a fórmula acima. Vamos ver como aplicá-la?


Tomemos o exemplo do aço com 85 kgf/mm² e profundidade de cortede 4 mm.
Tínhamos que Vc = 20 - 24 m/min. Supondo que devemos utilizar uma fresa de
diâmetro de 40 mm, que rpm deverá ser selecionada na máquina?
Considerando p igual a aproximadamente 3,14, temos:

n = 175 rpm
17

Como se vê, o valor utilizado foi de 22 m/min ou seja, a média da velocidade de


corte encontrada na tabela. E o resultado: n = 175 rpm.
2.3 Cálculo do avanço da
mesa

Para calcular o avanço da


mesa, consultamos inicialmente
uma tabela. Isto nos dá o valor
de avanço por dente da fresa.
Para consultar a tabela, é
preciso conhecer o material, o
tipo de fresa e identificar se a
operação é de desbaste ou
acabamento.
Também é preciso saber o
número de dentes da fresa.
Para isto basta observá-la.
Tabela 215

Ainda tomando o primeiro exemplo, vamos supor que é preciso fazer o desbaste de
4 mm de profundidade em uma peça de aço com 85 kgf/mm² de resistência. A fresa
é cilíndrica com 6 dentes e 40 mm de diâmetro. Qual será o avanço adequado?

15 TELECURSO 2000 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO – Volume 3


18

Primeira medida é localizar na tabela da página anterior o material da peça.Veja


detalhe abaixo.
Aço de 60 – 90 kgf/mm² cilíndrica 0,20 0,24 0,08

Localizado o material, é possível relacioná-lo com o tipo de fresa escolhido. Veja


detalhe.
Aço de 60 – 90 kgf/mm² cilíndrica 0,20 0,24 0,08

Feito isso, é só relacionar o material e o tipo de fresa ao tipo de usinagem desejado.


No caso, desbaste com 4 mm de profundidade. Veja detalhe abaixo.
Aço de 60 – 90 kgf/mm² cilíndrica 0,20 0,24 0,08

Pois bem, o avanço recomendado é:


0,24 mm/dente

Achado o avanço por dente da fresa, resta encontrar o avanço da mesa, a ser
selecionado na máquina como fizemos com a rpm. Veja como proceder.
Vamos supor uma fresa de trabalho com seis dentes (z = 6). Se cada dente
avançar 0,24 mm, em uma volta da fresa quanto avançará a mesa? Para achar a
resposta é só multiplicar o número de dentes (z) pelo avanço por dentes (ad). Veja
abaixo:
av = ad . z
em que
z = número de dentes
ad = avanço por dente
av = avanço por volta
Substituindo vem:16
av = 0,24 · 6
av = 1,44 m/volta

O resultado é que o avanço da mesa por volta da fresa é de 1,44 mm.

16 TELECURSO 2000 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO – Volume 3


19

Mas vamos continuar nosso raciocínio.


Temos que em cada volta da fresa a mesa avançou 1,44 mm com a fresa
trabalhando em uma rotação de 120 rpm. Tivemos que optar pela menor rpm, devido
à velocidade de corte, lembra-se? Mas então quanto avançará a mesa em um
minuto?
Respondemos a esta pergunta, utilizando a fórmula de avanço da mesa:
am = av . n

em que:
am = avanço da mesa
av = avanço por volta
n = rotação
Substituindo vem:
am = 1,44 · 120
am = 172,8 mm/min.

O resultado é que a mesa avançará 172,8 mm/min, com a fresa trabalhandem 120
rpm.
O valor de 172,8 mm/min deve ser selecionado na fresadora. Caso não seja
possível, deve-se escolher o avanço menor mais próximo. Isso evitará que cada
dente corte um valor acima do recomendado pelo fabricante. O que poderia
acarretar um desgaste excessivo e até mesmo a quebra do dente.

2.4 Profundidade de corte

Finalmente, o último passo antes de usinar uma peça é escolher a profundidade de


corte, para saber quantas passadas a ferramenta deve dar sobre a peça a fim de
retirar o sobremetal e deixar a peça no tamanho desejado.17
Este é um dado prático. Depende muito da experiência do operado em identificar a
resistência e robustez da fresadora.

17 TELECURSO 2000 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO – Volume 3


20

nº de passes =

Durante a operação, as passadas são executadas sobre a peça, levantando-se a


mesa da fresadora ou abaixando-se a fresa.
Na prática, a máxima profundidade de corte
adotada é de até 1/3 da altura da fresa

3. Puxar coordenadas em fresadoras


Puxar uma coordenada é deslocar a ferramenta de modo que ela fique na posição
exata para executar o trabalho, conforme estabelecido no desenho da peça. O
deslocamento da ferramenta é feito em relação a um furo, um rebaixo ou mesmo
uma superfície já usinada da peça.18

3.1 Tangenciamento com a fresa

4.Fresagem Tangencial
Quando a fresa corta com os
dentes laterais, como mostra a
figura 2, denomina-se fresagem
tangencial. Pode-se deduzir que
cada dente ao contar, deixa sobre
o material uma curva e que a trajetória de dois dentes consecutivos, determinam

18 TELECURSO 2000 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO – Volume 3


21

uma saliência (P). Esta saliência se repete para cada corte de cada dente, deixando
uma ondulação sobre o material, característico desta forma de fresar.

Quando essas saliências têm uma

altura (b) que se deseja diminuir para se


obter melhor superfície, consegue-se
diminuindo o avanço (e) e aumentando o
diâmetro da fresa. (Fig. 3)19

4.1 Fresagem Frontal

Chama-se fresagem frontal aquela em que a superfície perpendicular ao eixo da


fresa tem um acabamento
produzido pelos dentes frontais,
enquanto os laterais trabalham
tangencialmente. (Fig. 4)

19 ISVOR FIAT – CETEM – UD FMT 007/0


22

Os dentes frontais têm duas arestas cortantes coincidindo com o plano da superfície
usinada; portanto, a rotação da fresa e o avanço simultâneo do material, permitem
obter uma superfície plana sem as saliências características da fresagem tangencial.
Isto faria preferível, se possível, trabalhar com fresagem frontal. Contudo convém
advertir que qualquer descentragem da fresa ou afiação incorreta, faz com que um
dente fique mais baixo que os outros e então sua trajetória fique marcada no
material, prejudicando o acabamento.20

5. Eixos Portas-Fresas

Definição:
São acessórios de fresadora utilizados para prender a fresa e transmitir o movimento
que recebem do eixo principal. Constroem-se de aço-liga, duro (aço cromo-níquel),
tratado termicamente e com acabamento liso e preciso.

Tipos:
Os eixos porta-fresas são selecionados segundo o tipo da fresa que se deve montar
e o tipo de trabalho a ser efetuado. Para diferenciar estes porta-fresas, são
agrupados dentro de uma primeira classificação em:
- Eixos porta-fresas longos.
- Eixos porta-fresas curtos.21

5.1 Eixos Porta-Fresas Longos (Fig. 1)


As partes principais de um eixo porta-fresas longo, pelas funções que cumprem são:

20 ISVOR FIAT – CETEM – UD FMT 007/0


21 ISVOR FIAT – CETEM – UD FMT 007/0
ISVOR FIAT – CETEM – UD FMT 004/0
23

a) corpo cilíndrico.
b) flange.
c) corpo cônico.

Em cada uma destas partes há detalhes de construção que cumprem funções


específicas no eixo porta-fresas.
O furo roscado no corpo cônico permite fixar um extremo do eixo porta-fresas,
através do tirante, e assegurar seu posicionamento no eixo principal.
As ranhuras do flange, encaixam nas chavetas de arrasto do eixo principal, evitando
que o eixo porta-fresas se deslize ao transmitir o movimento que recebe da caixa de
velocidades através do eixo principal.
O rasgo de chaveta ao longo de todo o corpo cilíndrico, no qual se coloca e se fixa a
fresa, permite o colocar-lhe a chaveta, que a ferramenta possa utilizar a potência e
rotação do eixo principal, sem deslizar ao entrar em contato com a peça, quando é
dada a profundidade de corte correspondente.
A espiga roscada, no extremo do eixo cilíndrico, recebe uma porca que aperta e fixa
a fresa em sua posição definitiva, através dos anéis separadores, impedindo sua
saída do eixo.
Elementos que completam o uso e montagem de eixo Porta-Fresas:

Tirante de fixação:

É uma barra de aço roscada em ambos os extremos, que se introduz através do eixo
principal para aparafusá-lo no furo roscado do corpo cônico, o que permite fixar o
eixo porta-fresa ao eixo principal por meio da contraporca existente no outro
extremo.( Fig. 2)

Anéis separadores:
24

São aros com rasgo de chaveta, ajustados ao corpo cilíndrico. Seus comprimentos
sao variados para permitir diversos posicionamentos das fresas. Suas faces laterais
são planas, paralelas e retificadas. ( Fig. 3)22

Anéis suporte:

Serve de apoio ao eixo porta-fresas evitando flexão excessiva, do eixo, devido ao


esforço durante o trabalho. (Fig. 4)

5.2 Eixos porta-fresas curtos ou mandris porta-fresas:

Estes eixos tem a mesma função dos eixos porta-fresas longos. A diferença entre
eles é que o corpo cilíndrico longo foi substituído por curto ou em certos casos,
eliminado por completo, segundo o tipo de fresa que se pretende usar. Estas

22 ISVOR FIAT – CETEM – UD FMT 004/0


25

características permitem classificar os eixos porta-fresas curtos em dois tipos: para


fresa com furo e fresas com haste.

Para fresas com furo:

Estes mandris sub-classificam-se em dois tipos, de acordo com rasgo de chaveta da


fresa:

- Para fresas com rasgo de chaveta transversal. (Fig. a)


- Para
fresas
com
rasgo
de
chavet
a
longitu
dinal.
(fig. b)23

A fixação da fresa se efetua por meio de porca ou parafuso, segundo o tipo do mandril. 0
comprimento da espiga cilíndrica do mandril deve ser menor que a largura da fresa. Em caso
contrário, suplementa-se a largura da fresa com anéis separadores, de acordo com o eixo
porta-fresas, a fim de poder apertar a fresa contra o mandril.

De furo roscado:
Estes porta-fresas têm a espiga roscada, o que permite alojar e fixar as fresas que
em lugar do furo com rasgo de
chaveta têm o furo roscado. (Fig. 5)

23 ISVOR FIAT – CETEM – UD FMT 004/0


26

Para fresas com haste:

Com haste cônica:

Quando as fresas de haste cônica não podem ser fixadas diretamente ao eixo
principal, por diferença dos diâmetros ou por diferença de conicidades, empregam-
se mandris que atuam como buchas de redução, entre a haste da fresa e o eixo
principal. 24
Devido à necessidade da montagem de
fresas com hastes de diferentes conicidades,
os mandris porta-fresas para possibilitar tais
montagens, são construídos com diversas
conicidades. (Fig. 6)
Exemplo:
Com conicidade interna Morse e conicidade
externa standart americano ou vice-versa.
Com haste cilíndrica:

Para a fixação das fresas que têm a haste cilíndrica, dispomos dos seguintes
mandris:

5.3 Mandris com furo cilíndrico:

Em cujo furo se ajusta a haste da fresa. Para fixá-la, o mandril dispõe de um


parafuso "allem" que se aperta
contra uma face plana existente
na haste da fresa. (Fig. 7)

24 ISVOR FIAT – CETEM – UD FMT 004/0


27

5.4 Porta-pincas:

Por suas características particulares será tratada em tema à parte. (Fig. 8)25

Condições de uso e precauções:

O cuidado e limpeza destes acessórios são essenciais para seu uso e conservação.
É importante verificar antes da montagem se a rôsca do tirante corresponde a do
eixo porta-fresa. Após o seu uso os porta-fresas devem ser protegidos com uma
camada de vaselina ou graxa e guardados em lugar próprio.

5.5 Pinças e Portas-Pinças

Função:
Como algumas fresas de haste cilíndrica e brocas não podem ser fixadas
diretamente ao eixo principal, recorre-se às pinças. Devido à sua forma, permitem o

25 ISVOR FIAT – CETEM – UD FMT 004/0


28

alojamento destes tipos de ferramentas, fixando-as ao eixo principal mediante um


mandril especial chamado porta-pinças.

Construção:
As pinças (Fig. 1) basicamente podem
ser definidas como um corpo cilíndrico
ôco, com ranhuras parciais no sentido
longitudinal e com uma parte cônica, o
que permite o fechamento da pinça
sobre a peça. Sua forma pode variar
(Fig. 2) , porém o princípio de
funcionamento é o mesmo.26

Características:
As pinças são construídas de aço, sua principal característica e a de utilizar a
elasticidade do material de que são
feitas, para poder apertar as peças
colocadas em seu alojamento.

Classificação:

Segundo a forma da peça ou da ferramenta que se deseja fixar, encontra-se no


comércio uma variedade de tipos de pinças que podem classificar-se em:

5.6 Pinças para barras: (Fig. 3).

a) cilíndricas

26 ISVOR FIAT – CETEM – UD FMT 005/0


29

b) quadradas
c) hexagonais
d) outras

5.7 Pinças para anéis (Fig. 4):

a) de fixação externa.
b) de fixação interna.27

Os diversos tipos de pinças, são fabricados em jogos de diferentes medidas, em


milímetros e polegadas que permitem fixar peças na medida e forma
correspondentes. (Fig. 5)

Condições de uso:

27 ISVOR FIAT – CETEM – UD FMT 005/0


30

O furo das pinças é usinado com precisão para uma dimensão específica; por isso,
deve-se ter cuidado ao selecionar o tamanho apropriado para prender de forma
adequada a respectiva peça, cuja haste deve ser lisa e de medida uniforme.
A escolha inadequada da pinça pide danificá-la, além disso, não se consegue um
bom aperto da peça (Fig. 6).

5.8 Portas-Pinças:
São mandris feitos para serem fixados diretamente ao eixo principal, cujo alojamento
permite a centragem das pinças,
fixando-as por meio de uma
porca ou um tirante. (Fig. 7)

Funcionamento:
31

A forma do porta-pinça varia de acordo com a pinça, porém, o princípio de

funcionamento é o mesmo. (Fig. 8)28

O corpo cônico é fixado no eixo principal. No alojamento do porta-pinça introduz-se a


pinça que é fixada pela porca. Ao apertar a porca, além de fixar a pinça, provoca o
seu fechamento ao ser pressionado o assento cônico. Alguns tipos de porta-pinças,
trazem também uma contraporca (Fig. 9), que permite fixar a posição definitiva da
pinça e da peça.

28 ISVOR FIAT – CETEM – UD FMT 005/0


32

A rôsca interior da parte cônica,


permite fixar o porta-pinças ao eixo
principal da máquina por meio do
tirante.
Há ainda, certos tipos de pinças
que não necessitam porta-pinças
para fixar as fresas; neste caso, o
aperto se consegue ao fixá-las no
eixo principal da máquina. (Fig.
10)29

6. Conjunto Divisor
Definição:
É um conjunto de acessórios que, montados sobre a mesa da fresadora, tem como
função principal produzir deslocamentos giratórios controlados, na peça, com os
quais podem-se obter divisões exatas.
A disposição deste conjunto, de acordo com as necessidades do trabalho, permite
fixar e posicionar o material e executar ranhuras helicoidais ao longo de uma
superfície cilíndrica.

Composição:
Os acessórios que em conjunto dão cumprimento aos objetos assinalados são:
- Cabeçote divisor.
- Macaco.

29 ISVOR FIAT – CETEM – UD FMT 005/0


33

- Contraponta.
6.1 Cabeçote Divisor:

É um dos acessórios mais importantes, projetado para ser usado na mesa da


fresadora. Tem como objetivo principal fazer a divisão da trajetória circular da peça e
prender o material a ser trabalhado.
Dois são os tipos de cabeçotes divisores
mais comumente usados na indústria:
- Cabeçote divisor simples.
- Cabeçote divisor universal.30
Por sua importância, funcionamento e
constituição interna, serão tratados em
temas separados.

Estes acessórios complementam sua


ação com um conjunto de órgãos que se descrevem a seguir. (Fig. 2)

- Disco divisor.
- Suporte de engrenagens.
- Rodas dentadas.
- Ponto de centro.
- Placa de arrasto e arrastador
- Placa universal.

6.2 O Disco divisor: é um disco de aço


provido de uma série de circunferências
concêntricas, nas quais estão os furos
distribuídos proporcionalmente. (Fig. 3)
Em alguns casos, ambas as faces do disco
contêm circunferências com diferentes séries
de furos. Estas circunferências vêm

30 ISVOR FIAT – CETEM – UD FMT 009/0


34

numeradas, indicando a quantidade de furos contidos, que facilita sua seleção com
rapidez e sem equívocos.

6.3 O Suporte de engrenagens: é o


conjunto de elementos que sustenta e fixa as
engrenagens. Compõe este conjunto: o
suporte (a), os eixos de fixação (b) e as
buchas (c), que de acordo com as
necessidades permitem posicionar as rodas
dentadas para conseguir o engrenamento
entre si e a transmissão de um movimento
com uma relação desejada. (fig. 4)31

6.4 AS RODAS DENTADAS: são rodas que


diferem uma das outras em dimensões e em
número de dentes. Estas rodas formam o trem
de engrenagens que montado no cabeçote
divisor permite ampliar as possibilidades de
divisões, e montadas entre o cabeçote divisor
e o fuso da mesa, permitem os movimentos
necessários para fresar hélices ou espirais. (Fig. 5)

6.5 Os pontos de centro:(Fig. 6)


constam de:
a) uma ponta cônica de 60º, onde se apoia
o furo de centro feito no extremo da peça.
b) uma parte cilíndrica que se ajusta ao
furo da placa de arrasto.
c) no extremo oposto, apresenta uma
superfície cônica igual à conocidade do furo do eixo principal do cabeçote divisor.

31 ISVOR FIAT – CETEM – UD FMT 009/0


35

A placa de arrasto e o arrastador: São


os órgãos necessários para a
montagem das peças longas que
devem ser fresadas entrepontas.
Asseguram a motagem e transmitem o
movimento que recebem do cabeçote
divisor. Os parafusos destes órgãos
fixam respectivamente a peça no furo
do arrastador e este à ranhura da
placa de arrasto. O propósito da
Segunda fixação é retirar a folga que
possa ficar entre o movimento de
arrasto da peça. (fig. 7).32
6.6 O
macaco: É um dispositivo montado sobre
a mesa da fresadora, que serve de apoio
às superfícies das peças longas e
delgadas, ou nas peças de metais leves
que apresentam perigo de flexão sob o
esforço de corte da ferramenta de
trabalho. (fig. 8).
Está constituído por:
a) parafuso.
b) porca.
c) corpo.
d) base.
Cada elemento cumpre funções específicas na fixação e regulagem da altura
desejada do material.

32 ISVOR FIAT – CETEM – UD FMT 009/0


36

6.7 A Contra ponta: é usada para sustentar o extremo das peças, que por suas
dimensões requerem um apoio. Para que este recurso seja utilizado, os extremos da
peça deve levar furos de centro. (Fig. 9)
Está constituída por um corpo fundido (A) em cuja base existem duas cavetas que
servem para seu posicionamento na ranhura
da mesa. Sobre o corpo vão montadas as
barras deslizantes B e C que permitem os
deslocamentos longitudinal e vertical
segundo as necessidades de centragem da
peça.33

A barra (C) que se desloca


longitudinalmente, leva no extremo um ponto
de centro (E) com um rebaixo (D)
ligeiramente acima do eixo horizontal que
permite a saída da fresa ao realizar seu
trabalho. A porca (F) e o volante (G) possibilitam o deslocamento e a fixação das
barras nas posições de trabalho desejadas.

Condições de uso:

As partes móveis devem estar lubrificadas para facilitar seu movimento.

Conservação:
Todos os acessórios anteriormente enumerados devem ser usados com cuidado e
guardados em lugar próprio e seguro.

7. Aparelho Divisor

O aparelho divisor é acessório complementar de uma fresadora universal. Em geral,


este aparelho serve para dividir uma circunferência em diversas partes iguais;
porém, é empregado especialmente na fresagem, tanto cilíndricas de dentes retos
como helicoidais e cônicas, assim como para fresar brocas, as próprias fresas,
alargadores, machos, etc.

33 ISVOR FIAT – CETEM – UD FMT 009/0


37

Normalmente, o aparelho divisor tem uma coroa com 40/1,60/1, 80/1, 120/1 dentes;
três discos divisores que contêm várias séries de furos e uma manivela parafixar a
posição desejada para a realização do trabalho.

7.1 Cabeçote divisor simples ( Divisão direta )

É um acessório usado na fresadora para fazer divisões que não necessitem muita
precisão. Seu acionamento é direto entre o eixo principal que move à peça e a placa
que contém o encaixe do pino. É usado na fresagem de hexágonos, quadrados tais
como: cabeça de parafusos e porcas. É chamada divisão direta quando temos um
disco com nº de furos múltiplos de nº de dentes que se deseja fresar.

onde: D = números de furos do disco34


N = números de divisões desejadas
E = números de furos a deslocar

Exemplo: Calcule o nº de furos que deve-se


deslocar para fresar um quadrado na
extremidade de um eixo, sabendo que o disco é
de 24 furos.
furos

7.2 Divisão indireta

É um dos sistemas de divisão que permite obter com o cabeçote divisor universal,
um determinado número de divisões, os quais não podem ser feitos com a divisão
direta, irá fornecer o nº de voltas e furos a serem avançados.

34 Tecnologia Prática Industrial – Volume 5


ISVOR FIAT – CETEM – UD FMT 011/0
SENAI- SP – Manutenção mecânica 5 – Tecnologia mecânica aplicada
38

A divisão indireta é mais usada pois permite obter maior nº de divisões, recebe este
nome devido ao tipo de transmissão entre coroa e parafuso sem fim.

Onde: n = nº de voltas da manivela


RD = relação do divisor
Z = nº de divisões a efetuar
C = nº de dentes da coroa

Exemplo: Quantas voltas na manivela você precisará dar para fresar uma
engrenagem de 25 dentes, se a coroa do aparelho divisor tem 40 dentes?35

n= Resltado: 1 = 1 = 1

ou 1 volta e 9 furos no disco de 15 furos


40 25
15 1

7.3 Disco divisor


Nem sempre o número de voltas é exato. Nesse caso, você tem de dar uma fração
de volta na manivela e o que ajuda nessa operação é o disco divisor.

35 ISVOR FIAT – CETEM – UD FMT 011/0


TELECURSO 2000 – CÁLCULO TÉCNICO –Aula 13
39

O disco divisor é um disco com uma série de furos que permitem a obtenção de
fração de voltas.
Em geral, um aparelho divisor tem três discos com quantidades diferentes de furos
igualmente espaçados entre si. Basicamente, as quantidades de furos existentes em
cada disco são as mostradas na tabela a seguir.36

Tabela 3
Número de furos dos discos do divisor
Discos Furos
1 15 16 17 18 19 20
2 21 23 27 29 31 33
3 37 39 41 43 47 49

7.4 Escolha da fresa


As fresas para usinar engrenagens são as fresas módulo. Elas são fornecidas em
um jogo de oito para cada módulo até o módulo 10. A partir deste módulo,as fresas
módulo são fornecidas em um jogo de 15, porque os perfis dos dentes têm maior
dimensão.
Dica tecnológica acima do módulo 4, recomenda-se que a engrenagem seja
desbastada com uma fresa apropriada. E em seguida, para o acabamento, pode-se
retomar a fresa de trabalho original.

36 TELECURSO 2000 – CÁLCULO TÉCNICO –Aula 13


40

Tabela 4
A escolha da fresa está condicionada ao número de dentes das engrenagens. 37
Nº da Fresa Módulo Nº de dentes da Engrenagem
1 12 e 13
2 14 a 16
3 17 a20
4 21 a 25
5 26 a 34
6 35 a 54
7 55 a 134
8 135 para acima e cremalheira

Já para usinar engrenagens acima do módulo 10, o jogo de 15 fresas é fornecido


como segue:
Tabela 5
Nºda fresa 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5 8
Nº de dentes 12 13 14 15 17 19 21 23 26 30 35 42 55 80 135
(Z) e e e e a a a a a a a Para
16 18 20 22 25 29 34 41 54 79 134 cima

7.5 Cálculo da divisão angular


Para calcular a divisão angular, você utiliza a seguinte fórmula:

Onde: Vm = número de voltas do manípulo


C = número de dentes da coroa do divisor
= ângulo a ser deslocado
360° = ângulo de uma volta completa

Exemplo: Confeccionar 12 furos distantes 30° um do outro.

37 TELECURSO 2000 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO – Aula 48


41

Solução:

Substituindo vem: =

Simplificando vem:

O resultado mostra que para fazer furos distantes 30° uns dos outros, você vai
precisar dar três voltas completas no manípulo e avançar 6 furos em um disco de 18
furos.38

7.6 Divisão diferencial


É interessante observar que muitas divisões, impossíveis de ser obterem pelos
métodos de divisão direta ou indireta, podem ser resolvidas pelo processo de
divisão diferencial.
Exemplo: Fresar uma engrenagem de 53 dentes numa fresadora que tem um
aparelho divisor cuja coroa tem 40 dentes.
Temos: C ou ( RD ) = 40
N ou ( Z ) = 53
Esta fração não pode ser simplificada, porém,escolheremos como base N’ = 48 (
arbitrário); então o número de furos a avançar e o número de colunas de furos do
disco serão:

n= → →

Avançar 15 furos no disco de 18 furos.


Em seguida calculam-se as engrenagens a serem montadas no divisor para a
divisão diferencial.
Sendo: Ea = engrenagem do pino expansivo;
Ed = engrenagem do pino do disco;

38 TELECURSO 2000 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO – Aula 47


42

C = número de dentes da coroa;


N = número de divisões;
N’= número base;
Teremos a seguinte fórmula:
; onde: f é a diferença entre N e N’;

para o caso:
f = N – N’ = 53 – 48 = 5
Cálculo de engrenagens para sistema diferencial:

39
; Simplificando, teremos:

Então:
Ea = 100 - engrenagem do pino expansivo
Ed = 24 - engrenagem do pino do disco.

O sentido de giro do disco, por sua vez, determina se a correção será para menos
ou para mais.
As possibilidades de combinações entre engrenagens e números arbitrários e as
respectivas quantidades de engrenagens intermediárias podem ser resumidas no
quadro a seguir.

Tabela 6
Número de engrenagens Número arbitrário ( N’ ) Quantidade de engrenagens
do cálculo escolhido intermediárias
2 maior que N 1
2 menor que N 2
4 maior que N -
4 menor que N 1

39 Tecnologia Prática Industrial – Volume 5- Buzzoni,H.A


43

7.7 Engrenagem helicoidal

A fresagem helicoidal é empregada na fresagem de ranhuras de peças como brocas,


alargadores, machos e engrenagens helicoidais.
Para fresar engrenagens de dentes helicoidais, você vai utilizar outros conceitos
como passo normal (pn), passo frontal (pf), passo da hélice (ph), passo constante da
fresadora e número de dentes imaginários (Zi).

Como fresar engrenagens cilíndricas com dentes helicoidais


Para fresar engrenagens cilíndricas com dentes helicoidais, é preciso conhecer o
ângulo de inclinação (b). Este apresenta os seguintes passos: passo normal, frontal
e o passo da hélice (ph). Veja figura.40

O passo da hélice é calculado por meio da seguinte fórmula:

Cálculo das engrenagens auxiliares para o aparelho divisor

Para calcular as engrenagens auxiliares para o aparelho divisor, você tem de aplicar
a seguinte fórmula:

40 TELECURSO 2000 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO – Aula 49


44

Em que Zmot é uma das engrenagens motoras que deve ser montada no fuso da
mesa da fresadora; Zmov é uma das engrenagens movidas que deve ser montada
no eixo do disco divisor; Pf é o passo do fuso da mesa; C é o número de dentes da
coroa e Ph é o passo da hélice.41

A inclinação da peça pode ser tanto à direta quanto à esquerda, a depender do


sentido dos dentes que se quer obter.

41 TELECURSO 2000 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO – Aula 49


TELECURSO 2000 – CÁLCULO TÉCNICO – Aula 14 e 15
45

Engrenagem Cilíndrica ( Sistema Módulo )42

Denominações Fórmulas Exemplos


M = módulo Z = 20 dentes
Z = número de dentes M = 2
Dp = diâmetro primitivo ( mm )
De = diâmetro externo ( mm )
Di = diâmetro interno ( mm )
h = altura do dente ( mm )
k = altura da cabeça do dente
f = altura do pé do dente ( mm )
b = largura da engrenagem ( mm )
P = passo ( mm )
L = distância entre centros ( mm ) e

Para achar o módulo de uma


engrenagem, conhecendo o seu
diâmetro externo e o número de
dentes:
46

Engrenagem Helicoidal ( Sistema Módulo )

Denominações Fórmulas Exemplos


M = módulo M=2
Z = números de dentes Z = 20
= inclinação dos dentes = 20°
=
Dp = diâmetro primitivo ( mm )

De = diâmetro externo ( mm )

Di = diâmetro interno ( mm )

h = altura do dente ( mm )
k = altura da cabeça ( mm )
f = altura do pé ( mm )
P = passo ( mm )

Pf = passo frontal ( mm )

Ph = passo da hélice ( mm )

Mf = módulo frontal ( mm )
Z = número de dentes para
escolha da fresa

L = distância entre os centros e


de duas engrenagens
conjugadas
47

Para achar o módulo,


conhecendoDe;Z e

Engrenagens Cônicas ( Eixos a 90° )


Sistema Módulo

Denominações
M = módulo
Z = número de dentes
= ângulo primitivo
= ângulo externo
= ângulo interno
= ângulo da cabeça
= ângulo do pé
Dp = diâmetro primitivo
De = diâmetro externo
Di = diâmetro interno
h = altura do dente
f = altura do pé
L = geratriz do cone
l = comprimento dos dentes
r = geratriz do cone posterior
P = passo
Zf = número de dentes para
escolha de fresa

Exemplos
Fórmulas Pinhão: M=2 Coroa: M=2
Pinhão:

Coroa:
48

Fórmulas para engrenagens cônicas com eixos em ângulo agudo

Onde:
= ângulos entre os eixos ( menor que 90° )

Para engrenagem 1 ( Pinhão ) Para engrenagem 2 ( Coroa )

Ângulo primitivo Ângulo primitivo

As fórmulas para cálculo dos demais elementos são as mesmas das engrenagens
cônicas com eixos a 90°

Fórmulas para engrenagens cônicas com eixos em ângulo obtuso

Onde:
= ângulos entre os eixos ( maior que 90° )

Para engrenagem 1 ( Pinhão ) Para engrenagem 2 ( Coroa )

Ângulo primitivo Ângulo primitivo

As fórmulas para cálculo dos demais elementos são as mesmas das engrenagens
cônicas com eixos a 90°
49

Coroa e Parafuso Sem fim

Denominações Fórmulas Exemplo


Sem fim Em função da potência N em HP Sendo: N = 2 HP
di = diâmetro interno e rotação em r.p.m a transmitir N = 740 r.p.m
em cm 2 cm = 20mm

dp = diâmetro primitivo dp = di+2,33M dp = 20+2,33 x 2,5 = 25,825 mm


de = diâmetro externo de = dp+2M de = 25,825+2 x 2,5 = 30,825 mm
h = profundidade da rosca h = 2,166.M h = 2,166 x 2,5 = 5,415 mm
b = largura da ferramenta b = 0,946.M b = 0,946 x 2,5 = 2,365 mm
Coroa
Z = número de dentes Z = 30 dentes
= ângulo da face Entre 60 e 90° = 75°
Dp = diâmetro primitivo Dp = M.Z Dp = 2,5 x 30 = 75 mm
De = diâmetro externo De = M ( Z+2 ) De = 2,5 ( 30+2 ) = 80 mm
Di = diâmetro interno Di =M ( Z-2,33 ) Di = 2,5 ( 30-2,33 ) = 69,175 mm
Rc = Raio de arredondamento Rc = di/2 + 0,166.M Rc = 20/2 + 0,166x2,5 = 10,415 mm
Dm = diâmetro máximo Dm= 80+2(10,415-10,415 x cos 37°30’)
Dm = 84,304 mm

h = altura do dente h = 2,166.M h = 2,166 x 2,5 = 5,415 mm


k = altura da cabeça k=M k = 2,5 mm
f = altura do pé f = 1,166.M f = 1,166 x 2,5 = 2,915 mm
P = passo
L = largura da engrenagem

l = distância entre os centros


50

Referências Bibliográficas

Buzzoni, H.A. Tecnologia Prática Industrial: Fresa e Torno. 5 vol.; Editora


Brasiliense, São Paulo. 251p.

Kunioshi, Sinzo; Tecnologia Prática Industrial: Cálculos Operacionais de


Mecânica; 2 vol.; Editora Brasiliense, São Paulo.308p

SENAI – ISVOR FIAT – CETEM – UD FMT 001/0; FMT 004/0; FMT 005/0; FMT
007/0; FMT 009/0; FMT 011/0

Telecurso 2000: Mecânica, processos de Fabricação, 3 vol., Editora Globo,


1995,160p

Telecurso 2000: Mecânica, Cálculo Técnico,Editora Globo, 1995, 144p

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