Os Desafios Da Escola Pública Paranaense
Os Desafios Da Escola Pública Paranaense
Os Desafios Da Escola Pública Paranaense
Cadernos PDE
I
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
O EXERCÍCIO DA AUTORIDADE EM AMBIENTE ESCOLAR
DEMOCRÁTICO
RESUMO
1
1. Integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE da Secretaria Estadual
de Educação – Estado do Paraná, na área de Gestão Escolar.
2. Professor da Universidade Estadual de Maringá, orientador do Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE da Secretaria Estadual de Educação – Estado do Paraná.
INTRODUÇÃO
Podemos inferir que a forma de resolução dos conflitos que vem sendo
utilizada (o diálogo com os envolvidos no conflito, o diálogo com as famílias e as
sanções) não tem sido eficientes, não tem produzido mudanças significativas no
sentido de promover melhores condições de ensino e aprendizagem. Pais,
professores e outros profissionais da educação mostram cotidianamente que a sua
autoridade está em crise.
UM POUCO DE TEORIA...
A escola deve levar em conta valores que dizem respeito à sua realidade. Em
geral esses valores têm vínculo com a liberdade, a autonomia, o desenvolvimento do
espírito crítico, da iniciativa e da responsabilidade, apoiada em valores como a
solidariedade, o espírito de grupo, a tolerância, o diálogo e a auto-regulação. A
aprendizagem da democracia na escola não foge aos objetivos primeiros da
educação, pois é com esse espírito democrático que os conhecimentos
historicamente produzidos, traduzidos em conteúdos escolares, serão apreendidos e
utilizados na formação das novas gerações. (PUIG et al., 2000)
A necessária autoridade
Para Luna e Davis (1991) não se deve abdicar da autoridade sob pena negar
ao jovem aprendiz as condições necessárias para sua formação como adulto capaz.
Capaz de planejar, de perseverar em seus objetivos, de conter impulsos e de fazer
escolhas conscientes. Para tanto, o professor deve estar no comando, agir
orientando, direcionando, motivando o reconhecimento da autoridade.
Sabemos que a educação pode ser usada para servir a interesses políticos e
privados. Em geral, a legislação educacional e os investimentos feitos em educação
direcionam a formação de pessoas de acordo com as necessidades de manutenção
do sistema político e econômico vigente. Os professores sabem disso. Sabendo
disso, podemos resistir e resistir não significa banir, jogar tudo fora. Resistir é
propiciar boa educação às gerações que nos sucedem.
METODOLOGIA
...o maior obstáculo que vejo, nos dias de hoje, é precisamente a função
atual do diretor que o coloca como autoridade última no interior da escola.
Esta regra, astutamente mantida pela classe dominante, através do Estado,
confere um caráter autoritário ao diretor, na medida em que estabelece uma
hierarquia na qual ele deve ser o chefe de quem emanam todas as ordens
na instituição escolar; leva a dividir os diversos setores no interior da escola,
contribuindo para que se forme uma imagem negativa da pessoa do diretor,
a qual é confundida com o próprio cargo; faz com que o diretor
tendencialmente busque os interesses dos dominantes em oposição aos
interesses dos dominados; e confere uma aparência de poder ao diretor que
em nada corresponde à realidade concreta. É preciso, pois, começar por
lutar contra esse papel do diretor (não, entretanto, contra a pessoa do
diretor). A este respeito é preciso aprofundar as reflexões de modo a que se
perceba que, ao se distribuir a autoridade entre os vários setores da escola,
o diretor não estará perdendo poder - já que não se pode perder o que não
se tem - mas dividindo responsabilidade. E, ao acontecer isso, quem estará
ganhando poder é a própria escola. (P. 2 e 3)
Embora fosse ideal que toda a escola participasse desse movimento, esta
não é a realidade. É comum esperarmos por mudança total, radical. Mudanças tão
profundas dependem do desejo e empenho inicial de todos, juntos, mas,
proporcionalmente, poucos professores participaram dos estudos.
Porém, plantadas as sementes do resgate da autoridade do professor e da
realização de assembleias de classe, almejamos iniciativas de mudanças, mesmo
que isoladas, mas promissoras. A possibilidade de iniciar os trabalhos com uma
turma “piloto” permite que alguns poucos profissionais comecem a projetar uma
educação mais justa e que talvez outros os sigam.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. 6ª Ed. São Paulo: Perspectiva, 2009.
348 p.
SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. 34. Ed. São Paulo: Ed. Editores
Associados, 2001, 95 p.