Dissertação - Controle de Bateladas - ISA88 PDF
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Dissertação - Controle de Bateladas - ISA88 PDF
01 NO CONTROLE
AUTOMATIZADO DE UM SISTEMA EM PROCESSO POR BATELADA.
Aprovada por:
_____________________________________________
Prof. Walter Issamu Suemitsu, D. Ing.
_____________________________________________
Prof. Jorge Lopes de Souza Leão, D. Ing.
_____________________________________________
Prof. Cícero Couto de Moraes, D. Sc.
ii
DEDICATÓRIA:
A Deus,
Ao Mestr e J esus Cr isto,
Que me impulsionou com suas Mãos de Suprema Luz
Colocando-me na missão de contribuir humildemente,
Com a singeleza desse trabalho,
Com a dignidade de um servidor da Seara Divina,
Ao nobre esforço social da ciência terrena,
Buscando o desenvolvimento tecnológico.
iii
AGRADECIMENTOS:
Algumas pessoas foram fundamentais no desenvolvimento deste trabalho e dedico estas
poucas linhas para expressar minha grande gratidão a elas.
Agradeço à amiga Adalgisa Fer nandes, que tanto contribui de forma positiva nos
momentos de dificuldade quando ainda estava cursando as disciplinas do mestrado.
E meu grato reconhecimento da estimada ajuda que tanto contribuíram para que esse
trabalho fosse levado adiante, aos meus amigos do Instituto Euvaldo Lodi - IEL, os
Engenheiros Mar ius Magnus Secr on, J osé Aguiar Coelho Neto e Maur o Tr ajano.
Também aqui meus agradecimentos sinceros à Zuleide Ponciano de Souza, da
Ger ência de Educação Pr ofissional – GEP – SENAI/RJ , pela sua estimada
cooperação pedagógica.
À Empresa Atos Automação Industrial Ltda que através do técnico – eletrônico, Anísio
Teles, e o Engenheiro, J oão Bottura, que cooperaram de forma significativa na
realização desse trabalho.
v
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M. SC)
vi
ÍNDICE:
Capítulo I – Introdução
I.1) Apresentação..............................................................................................................1
I.2) O CLP e SS................................................................................................................2
I.3) Motivação do Trabalho..............................................................................................5
I.4) Objetivos....................................................................................................................5
Capítulo II – Pr ocesso de Pr odução Industrial de Cerveja
II. 1) O Processo de Produção de Cerveja........................................................................6
II. 1.1) Malteação da Cevada............................................................................................6
II. 1.2) Moagem do Malte de Cevada...............................................................................7
II. 1.3) Mosturação...........................................................................................................7
II. 1.4) Clarificação da Mostura.......................................................................................8
II. 1.5) Fervura do Mosto.................................................................................................9
II. 1.6) Resfriamento do Mosto........................................................................................9
II. 1.7) Fermentação do Mosto.........................................................................................9
II. 1.8) Maturação da Cerveja Verde..............................................................................10
II. 1.9) Filtração da Cerveja Maturada...........................................................................10
II. 1.10) Envase da Cerveja – Produto Final..................................................................12
II. 1.10.1) Engarrafamento da Cerveja – Produto Final.................................................12
II. 1.10.2) Enlatamento da Cerveja – Produto Final.......................................................12
II. 1.10.3) Embarrilamento da Cerveja – Produto Final.................................................13
II. 11) Lay-out do Processo de Fabricação de Cerveja...................................................13
II. 12) Aspectos Tecnológicos de Automação e Controle - Técnicas de Medição em
Linha durante o Processo de Fabricação de Cerveja......................................................15
vii
Capítulo III – A NORMA ANSI/ISA S 88:
III. 1) A Organização ISA..............................................................................................21
III. 3) Desenvolvimento da Norma ANSI/ISA S88.......................................................21
III. 4) A Estrutura da Norma ANSI/ISA S88.01............................................................23
III. 4.1) O Escopo...........................................................................................................23
III. 4.2) Referências Normativas....................................................................................24
III. 4.3) Definições.........................................................................................................24
III. 5) A Norma ANSI/ISA S88.01.................................................................................24
III.5.1) Modelo Físico....................................................................................................25
III.5.2) Modelo Procedural.............................................................................................27
III.5.3) Receitas..............................................................................................................27
III.5.4) Diagramas de Gantt............................................................................................29
III.5.6) Grafcet...............................................................................................................30
III.5.6.1) Etapas..............................................................................................................31
III.5.6.2) Transição.........................................................................................................31
III.5.6.4) Ação................................................................................................................31
III.5.6.5) Receptividade..................................................................................................31
viii
IV.6.1.3) O controle procedural nas células...................................................................41
IV.6.1.4) O controle de coordenação nas células...........................................................41
IV.6.2) A unidade...........................................................................................................41
IV.6.2.1) O controle nas unidades..................................................................................41
IV.6.2.2) O controle procedural nas unidades................................................................41
IV.6.2.3) Controle de coordenação nas unidades...........................................................41
IV.7.3) Módulo equipamento.........................................................................................41
IV.7.3.1) O controle nos módulos de equipamento........................................................41
IV.7.3.2) O controle procedural em módulos de equipamento......................................42
IV.7.3.3) O controle de coordenação em módulos de equipamento..............................42
IV.7.3.4) O módulo de controle.....................................................................................42
IV.7.3.5) O controle em módulos de controle................................................................42
IV.7.3.6) O controle procedural em módulos de controle..............................................42
IV.7.3.7) O controle de coordenação em módulos de controle......................................42
IV.7.4) A estruturação das entidades equipamentos......................................................42
IV.7.4.1) A estruturação das células de processo...........................................................42
IV.7.4.2) A estruturação das unidades...........................................................................43
IV.7.4.3) A estruturação de módulos equipamento........................................................43
IV.8) A Modelagem do Processo de Brassagem............................................................43
IV.9) Considerações de Hardware e Software...............................................................46
IV.9.1) A Arquitetura do Sistema..................................................................................47
IV.9.2) Procedimento de Implatação do Sistema...........................................................49
IV.9.2.1) Instalação do Rack do CLP.............................................................................49
IV.9.2.2) Implantação do Software Supervisório e Lógicas de Controle.......................50
IV.9.2.3) Teste Funcional Integrado..............................................................................50
IV.9.2.4) Operação Assistida.........................................................................................50
IV.9.2.5) Retirada do Sistema Existente........................................................................50
IV.9.2.6) Treinamento....................................................................................................50
IV.10) Diagrama de Gantt na Produção de Cervejas.....................................................51
IV.10.1) Receita do Processo de Fabricação..................................................................52
IV.10.2) Diagrama do Processo de Mosturação - Mosto tipo Pilsen Extra...................54
ix
Capítulo V – Benefícios da Norma ISA ANSI/S88
V.1) A Importância da Economia de Energia................................................................55
V.2) Implementação de Economia de Energia - Seleção de Aplicações Potenciais......56
V.2.1) Análise Detalhada da Aplicação.........................................................................63
V.2.2) Análise Detalhada do Sistema.............................................................................68
V.2.2.1) Sistema com Vazão e Pressão Variável...........................................................69
V.2.2.2) Sistema com Vazão Constante e Pressão Variável..........................................71
V.2.2.3) Sistema com Vazão Variável e Pressão Constante..........................................74
V.2.3) Análise Econômica..............................................................................................77
V.3) Implementação na Qualidade de Energia Elétrica.................................................79
V.3.1) Ensaio de Imunidade a EMI em CLP.................................................................81
V.3.1.2) Introdução.......................................................................................................81
V.3.1.3) Descrição do Equipamento de Teste (GERADOR NOISE) e
Configurações.................................................................................................................81
V.3.1.3.1) Equipamento de Teste...................................................................................81
V.3.1.3.2) Configuração do Teste..................................................................................82
V.3.1.4) Descrição do Equipamento sob Ensaio e Configurações.................................84
V.3.1.4.1) Equipamento sob Ensaio...............................................................................84
V.3.1.5) Critérios de Avaliação de Resultados de Ensaio..............................................84
V.3.1.6) Objetivo do Ensaio...........................................................................................85
V.3.1.7) Procedimentos do Ensaio.................................................................................85
V.3.1.8) Resultados Finais do Ensaio.............................................................................86
x
Capítulo VI – Resultados e Consider ações Exper imentais:
VI.1) Benefícios da Implementação...............................................................................87
VI.2) Considerações da Implementação no CETEC......................................................87
VI.3) Exemplos da Implementação da Norma S88 na Industria....................................88
VI.4) Os Desafios do Gerenciamento de Bateladas.......................................................89
VI.5) Importância da Programação Orientada a Objetos...............................................90
Conclusões Finais...........................................................................................................90
Propostas para Trabalhos Futuros..................................................................................92
Referências Bibliográficas.............................................................................................93
ANEXOS.......................................................................................................................96
xi
ÍNDICE DE FIGURAS:
Anexo C:
Figura nº. 44 – Gerador de Ruídos – Parte Frontal – NOISE.......................................121
Figura nº. 45 – Gerador de Ruídos – Parte Traseira – NOISE.....................................123
xiii
ÍNDICE DE TABELAS:
xiv
LISTA DE SIMBOLOS:
xv
ETHERNET - Tecnologia de Interconexão para Redes Locais
SWITCHED ETHERNET- Chave de Tecnologia de Interconexão para Redes Locais
LADDER – Linguagem de Programação de CLP.
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
EC - Internacional Electrotechnical Commission
EN - Europaische Norm
ANSI - American National Standards Institute
NEMA - National Electrical Manufactures Association
UL - Underwriters` Laboratories
DIN - Deutsches Institut fur Normung
VDE - Verband Deutscher Elektrotechniker
SISTEMA BATCH – Sistema de Batelada
HART – Protocolo de Comunicação
ANSI/ISA S88 – Comitê Gestor da Norma ANSI/ISA S88
TP – Tanques de Pressão
WMS (Warehouse Management Systems) - Sistema de Gerenciamento de Armazéns
SI - Sistema Internacional de Unidades
IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers
EMC – Compatibilidade Eletromagnética
NAMUR - Normenarbeitsgemeinshaft für Mess-und Regelungstecknick in der
Chemischen Industrie
NE NAMUR – Recomendações Normativas da NAMUR
IEC - International Electrotechnical Commission
ZW - Zero-Wait
UIS - Unlimiteted Intermediate Storage
NIS - No-Intermediated Storage
GRAFCET - Grafo De Comando Etapa-Transição
DCS - Sistemas de Controle Distribuídos
EMI - Interferência Eletromagnética.
xvi
Capítulo I - Introdução:
1
quadros de relés, sendo substituídos por sistemas baseados em CLP - Controladores
Lógicos Programáveis e SS – Sistemas de Supervisão, softwares para monitoramento e
operação de processos industriais em tempo real [2].
Devido ao potencial de consumo e à estabilização da economia do Brasil durante
a década de 1990, a indústria de cerveja passou por um grande crescimento, sendo que
foram constatados consideráveis investimentos que tiveram o objetivo de aumentar a
produtividade industrial e a qualidade do produto, com a conseqüente redução dos
custos de produção [3]. Tal crescimento justifica a aplicação da NORMA ANSI/ISA
S.88.01 nas plantas produtoras de cerveja.
I.2) O CLP e o SS :
Os sistemas de automação utilizados no processo de modernização são baseados
no Controlador Lógico Programável (CLP) e no Sistema de Supervisão (SS).
O CLP é um equipamento eletrônico composto, basicamente, por uma CPU,
memória, módulos de entrada/ saída (I/O) e é programável através de uma linguagem
específica.
O SS é composto por um microcomputador, sistema operacional e software de
supervisão e possibilita a interface do operador com o processo através de telas sinóticas
animadas. Porém, devido à dinâmica do mercado de cerveja, que exige constantes
lançamentos de novos produtos, podemos afirmar que tal modelo de automação,
baseado no binômio CLP & SS, está no limite de suas funcionalidades. A fabricação de
cerveja é tipicamente um processo em batelada (ou batch, termo em inglês) e elaborar o
controle de batelada dentro de um programa de CLP é complexo e exige constantes
manutenções. Apesar do SS apresentar funcionalidades que auxiliam o controle de
batelada, tais como pacotes de receitas, é comum ser necessário readequar toda a
programação do sistema CLP & SS para a produção de uma nova receita de produto.
Várias tentativas foram realizadas com relativo sucesso, porém, sem metodologias e
padronizações específicas. Como resultado, ocorria, muitas vezes, de uma fábrica ficar
paralisada na dependência de suporte técnico do engenheiro que tinha elaborado o
intricado programa de CLP que só ele entendia [5].
Mas essa filosofia da automação industrial, que se caracterizava, há alguns anos
atrás por um terrível imobilismo, foi mudando. Os sistemas abertos eram inacessíveis.
Era a época do culto ao fornecedor. Neste regime restrito, ninguém queria abrir seu
território e permitir o acesso dos demais fornecedores aos seus clientes sagrados e
2
encurralados. O mote do período seria: “Faça a sua escolha por uma marca e devote
fidelidade eterna à sua tecnologia…”. Quem conseguiu subverter este ambiente de
radicalismo tecnológico foi o aparecimento do PC. Caíram os painéis sinóticos,
sumiram as mesas de controle e o PC passou a reinar como a plataforma preferida de
supervisão e operação de processos. Os softwares SCADA apareceram em diversos
tamanhos, em diversos sistemas operacionais, com diversos repertórios de
funcionalidades. O mercado se depurou com o tempo. As empresas que produziam estes
produtos se fundiram, se consolidaram, ficaram no final reduzidas a uma dezena. Os
sistemas operacionais em tempo real (RTOS) deram lugar ao Windows NT de uso
genérico e de performance questionável em aplicações críticas. Mas nesta época, já
estava claro que o supervisório era uma aplicação em tempo real (soft real time). Por
outro lado, o Windows NT apresenta grandes vantagens em relação ao custo total de
propriedade, à beleza e popularidade da sua interface gráfica e à abundância de drives
de comunicação com todos os dispositivos de mercado.
O paradigma do uso de uma rede determinística, interligando estações de
controle foi vencido, mais uma vez, por uma tecnologia alienígena ao ambiente de
automação. Uma rede de propósitos gerais, não concebida para o uso em ambiente
industrial, torna-se a vencedora. A Ethernet 10-Base-T, justamente o padrão que usa par
trançado como meio de comunicação, a princípio preterido em favor do cabo coaxial,
vence esmagadoramente a disputa. Hoje, a Switched Ethernet 100-Base-T, se constitui
no padrão de fato. Se observarmos a evolução da história, vemos que o mais geral
substitui o especialista, o mais barato, o mais comum.
Os CLPs também tiveram que mudar. Tinham que operar em rede como
qualquer computador normal. Buscaram CPUs mais genéricas, maiores capacidades de
memória, redes de campo que propiciassem alta descentralização e finalmente
linguagens padrões. A linguagem ladder surgiu antes da criação dos CLPs. Servia para
documentar gabinetes de relés. Os relés se foram, o CLP conquistou espaço também no
tratamento de variáveis analógicas e malhas de controle, mas o ladder continuou.
Continuou porque facilitava a manutenção, porque era a linguagem natural dos
eletricistas, porque era mais fácil de entender, porque gerava menos código e cabia na
exígua memória dos CLPs. Na verdade ninguém acreditava mais nestas justificativas.
Os relés não são estudados em cursos técnicos, ou de engenharia, há décadas e não há
algo mais indefensável, que projetar um diagrama lógico e depois traduzi-lo em
linguagem ladder. Finalmente surge o padrão IEC 61131-3, definindo cinco linguagens
3
padrões para programação para CLPs ou remotas industriais. E o CLP começa a mudar
de verdade.
Os fabricantes de CLPs também compreenderam a inequação básica: software >
hardware e passaram a produzir sistemas SCADA, sistemas BATCH e outros pacotes
mais especializados. Passaram a concorrer para a solução completa: SCADA + CLP. Já
recentemente surgiram os sistemas híbridos, uma versão light dos SDCDs dedicado às
aplicações com mais de 1000 analógicas, limite aceito para a aplicação SCADA + CLP.
Os sistemas híbridos trouxeram algumas novidades interessantes. Arquitetura cliente-
servidor, troca a quente de cartões de entrada e saída, dicionário de dados único. É
possível definir o nome lógico de um ponto na remota de aquisição de dados e controle
e este nome será enxergado e reconhecido por todos os módulos de software do sistema,
independente de seu nível hierárquico. Neste sistema, também é possível programar os
algoritmos de controle, usando as linguagens IEC 61131-3 diretamente das estações de
supervisão, características que só os SDCDs apresentavam.
E os SDCDs ? Também desceram do pedestal. Buscaram obedecer a padrões de
interligação de mercado. Procuraram parecer mais esbeltos, abertos e flexíveis.
Adotaram redes de instrumentos inteligentes e “intercambiáveis”. Na área de
instrumentação a revolução se deu mais dolorosamente. Era necessário dotar os
instrumentos de mais inteligência e faze-los se comunicar em rede. O velho padrão 4-20
mA para a transmissão de sinais analógicos tinha que ceder lugar à transmissão digital.
A principio foi desenvolvido um protocolo que aproveitava o próprio cabeamento já
existente, fazendo transitar sinais digitais sobre sinais analógicos 4-20 mA. Este
protocolo (HART) não foi mais que um paliativo, embora permaneça até hoje em sua
interinidade. De certa forma, representa também uma reação ao avanço das novas
tecnologias. Depois surgiu uma profusão de padrões e protocolos que pretendiam ser o
único e melhor barramento de campo. O tempo e o mercado acabaram por depurar o
conceito e a selecionar os mais aptos.
Atualmente, sabe-se que as empresas especializadas em fornecimento de serviço
de automação de processo, oferecem a documentação impressa (aplicativo comentado,
manual de operação com diagramas de blocos), treinamentos das equipes de operadores
e de manutenção e apoio on-line aos clientes.
4
I.3) Motivação do Trabalho:
Com o crescente desenvolvimento da indústria cervejeira no Brasil, atrelado ao
aumento de consumo de cerveja, tornando o país um dos grandes produtores e
consumidores da bebida, além da necessidade de padronizar os sistemas flexíveis de
bateladas, característico do seu processo de produção, houve a necessidade de que seu
parque industrial se reformulasse tecnologicamente de forma competitiva no atual
cenário mundial.
A grande possibilidade de implantação de melhorias na automação do controle
de batelada nas instalações da Planta Piloto de Cervejaria do CETEC – SENAI/RJ, com
a aplicação da Norma ANSI/ISA S88.01, no qual se dispõe de tecnologia de automação
baseada em CLP & SS, pode servir futuramente como modelo de referência nacional em
relação a outras unidades industriais cervejeiras que façam uso da mesma tecnologia.
I.4) Objetivos:
O objetivo deste trabalho é mostrar os benefícios proporcionados pela
implementação da Norma ANSI/ISA S88.01 quando aplicada ao sistema de controle de
processo por batelada numa indústria cervejeira, assim como analisar as melhorias
inseridas tanto na parte operacional e gerencial, como na qualidade final do produto.
Em paralelo a esse objetivo primordial, será realizado um estudo analítico das
vantagens proporcionadas pela Norma no que se refere à conservação e qualidade da
energia elétrica como instrumento de combate ao desperdício.
5
Capítulo II - Pr ocesso de Pr odução Industr ial de Cer veja:
6
II. 1.2) Moagem do Malte de Cevada:
Após a pesagem da batelada do malte de cevada, a massa de grãos é transferida
para os moinhos de malte, onde os grãos sofrem um corte longitudinal na casca expondo
a parte amilácea para serem dissolvidos durante o processo. Conseqüentemente, a
moagem diminui o tamanho da partícula do amido, aumentando a superfície de contato
do material amiláceo com a água, ocasionando um aumento na velocidade de hidrólise
do amido.
7
Os valores de pH e temperaturas ótimas de mosturação com suas
correspondentes atuações enzimáticas seguem abaixo:
Enzima Atuação pH ótimo Temp. ótima (ºC)
Decomposição do amido em
g-amilase dextrinas inferiores pela 5,6 - 5,8 70 - 75
desagregação das ligações 1-4.
Decomposição do amido em
-amilase maltose pela desagregação das 5,4 - 5,6 60 - 65
ligações 1-4.
Decomposição do amido em
Dextrinase limite maltose e maltotriose pela 5,1 55 - 60
desagregação das ligações 1-6.
Decomposição das proteínas
Endo-peptidase em produtos intermediários de 5,0 50 - 60
alto e médio peso molecular.
Decomposição das proteínas
Exo-peptidase de alto e médio peso molecular 5,2 – 8,2 40 - 50
para aminoácidos.
Decomposição da
Hemicelulase hemicelulase em glucanos de 4,5 – 4,7 40 - 45
médio e baixo peso molecular.
Tabela nº 1 – Valores de pH e temperaturas ótimas de atuação enzimática.
8
II. 1.5) Fer vur a do Mosto:
Nessa etapa, o mosto proveniente da filtração em condições padronizadas de
processo, é fervido na Tina de Fervura durante um tempo pré-estabelecido, de forma
que garanta a solubilização das substâncias dos lúpulos aromáticos e amargor, assim
como, a sua esterilização. Também nessa fase, ocorre a definição do extrato primitivo
do mosto, conforme a taxa de evaporação horária.
Após finalizar o processo de fervura, o mosto passa por um processo chamado
de Whirlpool, onde por um tempo pré-estabelecido, seu volume é imediatamente
rotacionado tangencialmente de forma que venha provocar um vórtice na camada do
líquido (mosto), com o objetivo de criar uma força centrífuga junto com uma força
centrípeta. Cessada essa operação, a força centrífuga vai sendo progressivamente
anulada pela atuação da força centrípeta, fazendo com que o material excedente
(polifenóis, resinas do lúpulo, proteína de alto peso molecular, etc.) que se encontra no
meio, vai se depositando no fundo do equipamento. A partir daí, o mosto fica em
repouso por um tempo determinado, geralmente, de 20 a 30 minutos, antes de seguir
para os processos seguintes, que veremos no próximo tópico.
9
II. 1.8) Matur ação da Cer veja Ver de:
Após a fase de fermentação do mosto, a cerveja agora recebe a denominação de
“cerveja verde”, ou seja, aquela que se encontra na fase intermediária de final de
fermentação e inicio de maturação. A “cerveja verde” poderá ser transferida para um
tanque maturador ou poderá permanecer no mesmo tanque quando este tem a
propriedade de fermentar e maturar, conhecidos como “unitanques”.
Durante a fase de maturação a “cerveja verde” passa por um processo de
amadurecimento do seu aroma e paladar, ocasionando modificações e alterações em seu
sistema coloidal, propiciando a sua clarificação através da precipitação das células de
levedura e proteínas, assim como, de sólidos complexos causadores de turbidez.
Normalmente, a temperatura de maturação ocorre por volta de 1 ‒1ºC e o tempo varia
de acordo ao tipo de cerveja fabricado.
10
Na figura nº 1, podemos visualizar um exemplo de aplicação do turbidímetro no
controle de processo de filtração.
Célula de fluxo
Fonte de
luz
Foto-
scanner
Sinal de
controle
Sinal de
entrada
Bomba de
dosagem de
auxiliar
filt rante
Fluxo de
cerv eja
Medidor de sólidos em
suspensão (usa tecnologia
laser) Ref.: APV
11
II. 1.10) Envase da Cer veja – Pr oduto Final:
Antes de proceder ao envase, a cerveja filtrada fica acondicionada em tanques de
pressão, denominados de TP, resfriados na temperatura de 1 ‒1°C por no máximo 24
horas. O processo de envase consiste em acondicionar o produto final, a cerveja pronta,
em vasilhames tipo garrafa, lata e barril. De forma a melhor entender esse processo, o
envase foi dividido em engarrafamento, enlatamento e embarrilamento.
12
II. 1.10.3) Embar r ilamento da Cer veja – Pr oduto Final:
O processo de enlatamento é semelhante aos itens II. 1.10.1 e II. 1.10.2 citados,
sendo que o que difere basicamente é o tipo de vasilhame e os maquinários utilizados
para realizar o acondicionamento da cerveja.
No anexo A, o processo de produção industrial de cerveja pode ser visto com
maior profundidade.
13
Figura nº 3 – Lay-out do Processo de Produção Industrial de Produção de Cerveja.
14
II. 12) Aspectos Tecnológicos de Automação e Controle - Técnicas de Medição em
Linha durante o Processo de Fabricação de Cerveja:
O processo de fabricação de cerveja envolve um vasto sistema de controle de
processo, que se inicia desde a fabricação da mostura até a fase final de envasamento e
armazenamento da bebida. Como toda indústria moderna que busca a cada dia a
melhoria do seu produto, o processo industrial de produção em batelada de cerveja
requer, em todas as suas etapas, um rigoroso sistema de controle e automação, de forma
a manter e assegurar a qualidade final do produto com total satisfação do cliente.
Nos exemplos de controle de processo que se seguem nas figuras nº 4, 5, 6, 7 e
8, podemos melhor compreender a importância do monitoramento das variáveis de
processo envolvidas nas indústrias cervejeiras.
15
Figura nº 4 – Lay-Out do Processo de Produção de Mosto.
16
Figura nº 5 – Lay-out do Processo de Estocagem de Fermento.
17
Figura nº 6 – Lay-out do Processo de Fermentação e Maturação.
18
Figura nº 7 – Lay-out do Processo de Filtração.
19
Figura nº 8 – Lay-out do Processo de Envasamento.
20
Capítulo III - A NORMA ANSI/ISA S88:
21
voltada para o desenvolvimento de normas e recomendações a serem usadas em
medição e controle de processos para a indústria química. Em maio de 1992 foi
publicada a recomendação NE 33 [1], onde são definidos os requisitos a serem
atendidos por sistemas para controle de operações baseadas em receitas. Esta
recomendação aborda principalmente aspectos conceituais e estruturais do
gerenciamento de bateladas [21], não entrando em detalhes de implementação. Seu
grande mérito foi estabelecer conceitos claros e uma nomenclatura padronizada, que
ganharam rápida aceitação em toda a Europa. Diversos produtos foram desenvolvidos
com base nos conceitos definidos pela NAMUR NE 33 (1992) [22]. Um dos principais
conceitos definidos na NE 33 é a divisão do problema em três partes distintas, a saber:
a) Definição das instalações, onde são especificados todos os equipamentos
disponíveis em cada fábrica ou célula de processo, sua funcionalidade e suas inter-
relações;
b) Definição dos procedimentos ou receitas, inclusive com os requisitos
funcionais básicos, mas de forma independente das instalações onde a batelada será
executada;
c) Associação entre instalações e procedimentos, que levará em conta a
funcionalidade dos equipamentos disponíveis e os requisitos definidos nos
procedimentos, permitindo a definição detalhada da receita a ser executada em uma
determinada instalação.
Para o desenvolvimento da norma de controle de batelada, foi criado um comitê
técnico, no final da década de 80, composto de membros de empresas usuárias e
fornecedores de sistemas de automação e instrumentação conhecida como SP88 [23].
O comitê SP88 emitiu a norma em diferentes partes ao longo das suas atividades
e que são formalmente conhecidas como:
‚ ANSI/ISA-88.01-1995 – Batch Control Part 1: Models and Terminology ;
‚ ANSI/ISA-88.00.02-2001 – Batch Control Part 2: Data Structures and
Guidelines for Languages ;
‚ ANSI/ISA-88.00.03-2003 – Batch Control Part 3: General and Site Recipe
Models and Representation.
22
neste caso, trata-se de um relatório técnico com objetivo de ilustrar com exemplos a
aplicação da parte 1 da norma.
A S88 parte 1, ou simplesmente, S88.01, aborda os dois focos principais da
norma como um todo:
· Modelo – apresenta proposta de um modelo universal, a ser adotado tanto por
usuários como fornecedores;
· Terminologia – padroniza os conceitos e termos técnicos a serem utilizados na
comunicação entre usuários e fornecedores evitando-se erros de interpretação.
É enfatizado que a norma não tem como objetivo sugerir que exista um método
único para implementar o controle de batelada e nem que os usuários devam abandonar
seus métodos próprios anteriormente desenvolvidos. [11]
A S88.02 define modelos de dados (data models) como um conjunto de objetos,
atributos e seus relacionamentos que possibilitem o desenvolvimento de interfaces de
componentes de software baseado no UML, Unified Modeling Language [12]. UML é
um método de modelagem de Análise Orientada a Objeto, amplamente utilizado na
Engenharia de Software [13]. Além do mais, são descritas tabelas relacionais (relational
tables), que podem ser utilizadas para a troca de informações entre diferentes sistemas,
e, finalmente, são definidas regras e símbolos para uma linguagem gráfica que pode ser
utilizada para descrever receitas [12].
A S88.03 define informações adicionais para as receitas General e Site,
anteriormente definidas na S88.01. Menciona as atividades que descrevem o uso destas
receitas dentro e fora do âmbito da empresa e o modelo de dados destas receitas.
23
as relações entre estes modelos e termos. Esta norma pode não se adequar a todas as
aplicações de controle de bateladas.
24
enfatizando as boas práticas. Mas é bom não esquecer que a base para elas está num
trabalho realizado pela Universidade de Purdue (USA, 1984) e na recomendação
NAMUR NE 33 (1992) [24]. Essas normas têm em sua origem uma forte influência da
tecnologia de informação, como na orientação a objetos. E não por acaso, durante as
discussões para elaboração da S-88, criou-se um subgrupo para normatizar a parte de
TI, que resultou na ISA S-95.
A pr imeir a par te da Norma S88 (ANSI/ISA-S88. 01), define modelos e a
terminologia a serem empregados no controle e gerenciamento de bateladas. A segunda
par te da Norma S88 (ANSI/ISA-S88.02), deverá cobrir as estruturas de dados e
linguagens de programação. Enquanto que a ter ceir a par te (ANSI/ISA-S88.03),
abrangerá representação e receita. Até 2006 devem ser divulgadas orientações a respeito
de embalagem e endereçamento de produção.
O principal conceito da S88.01 é a separação entre os equipamentos de processo
(parte física) e as operações (procedimentos) que descrevem como produzir o produto
final num processo em batelada. Esta separação permite que o mesmo equipamento seja
usado de diferentes maneiras para produzir vários produtos, ou realizar diferentes
operações no mesmo produto. Desta separação surgem, então, dois modelos: o Físico e
o Procedural, conforme definidos nos itens III.5.1 e III.5.2 :
25
Já os quatro níveis seguintes, conforme mostrado na figura nº. 9, são utilizados na
primeira parte da norma S88.
‚ Process Cell : contém todas as Units, Equipment Modules e Control Modules
necessários para produzir o produto final através de uma ou mais bateladas;
‚ Unit : é um agrupamento de Equipment Modules e Control Modules, nos quais
uma ou mais operações de processo são executadas em uma batelada ou parte de
uma batelada. A regra básica de uma Unit é que esta só pode operar uma
batelada por vez;
‚ Equipment Module : é um grupo funcional de Control Modules e/ou outros
Equipment Modules que podem executar um número finito de atividades de
produção;
‚ Control Module : o nível mais baixo da hierarquia do modelo físico. É
tipicamente representado por sensores, atuadores e outros módulos de controle.
26
III.5.2) Modelo Pr ocedur al:
É o modelo hierárquico que descreve as ações que devem ser realizadas em uma
seqüência ordenada para execução da batelada. O modelo tem os seguintes níveis:
‚ Procedure: é o nível mais alto da hierarquia e define a estratégia para
execução da batelada. É composto de Unit Procedures . Exemplo de uma
Procedure é “Produzir uma Cerveja tipo pilsen”;
‚ Unit Procedure: define uma seqüência ordenada de Operations que irão
executar atividades e funções dentro de uma Unit (modelo Físico). Exemplos
de Unit Procedure são: “Produção do mosto pilsen (Mosturação)”,
“Clarificação do mosto pilsen”, “Fervura do mosto pilsen”;
‚ Operation : define uma seqüência ordenada de Phases que processam o
material de um estado para outro, na maior parte das vezes, envolvendo
mudanças químicas ou físicas. Exemplos de Operations: “Mosturação:
encher tina de mosturação com 200L de água a 44ºC”, “Carga: adicionar
malte pilsen moído”, “Reação: adicionar 55ml de ácido láctico 88% e 25g de
cloreto de cálcio, repousar por 15 min”;
‚ Phase : é o menor elemento do modelo procedural que provoca ações no
processo, tais como: “Adicionar enzima Termamyl 120L, type L”,
“Adicionar enzima Cereflo 200L”, “Aquecer”.
Para compreender o relacionamento entre estes dois modelos, é necessário primeiro
conhecer como a S88.01 define RECEITAS.
III.5.3) Receitas:
Quanto às receitas, a norma define quatro tipos básicos: General, Site, Master e
Control Recipe. À medida que vamos descendo da General para a Control Recipe,
informações mais especificas vão sendo agregadas. Qualquer que seja o tipo de receita,
ela sempre deve conter um Header (informação administrativa como número de versão,
autor, data, etc), uma Formula (entradas, parâmetros e saídas do processo), Equipments
Requirements (lista de equipamentos necessários para a execução) e Recipe Procedure
(definição do procedimento a ser seguido na execução da receita). Os produtos
disponíveis no mercado gerenciam, normalmente, as Master e Control Recipes. A
norma define, ainda, diversos aspectos ligados à programação das bateladas, alocação e
arbitragem no uso de equipamentos, modos e estados de operação, relatórios, etc.
27
Essencialmente, uma receita define uma maneira para descrever produtos e como
eles são processados. Existem os seguintes tipos de receitas:
‚ General Recipe : é utilizada no nível Enterprise e é a base para todas as demais
receitas nos níveis inferiores. Define matéria prima e suas quantidades, bem
como o processamento necessário para a elaboração do produto final. Porém,
não contém informação a respeito de qual Site particular é o mais adequado nem
quais equipamentos são necessários para o processamento;
‚ Site Recipe : é derivado do General Recipe e leva em conta as condições do Site.
Exemplos: a) a matéria prima pode ter diferentes qualidades em diferentes
países, onde estão localizados os Sites, b) a General Recipe pode ser modificada
levando em conta a língua e padrões de medida locais;
‚ Master Recipe : define exatamente como o produto será processado e em qual
Process Cell. É derivado do Site Recipe e leva em conta os requisitos de
equipamentos dentro de uma Process Cell. Sem a Master Recipe, a receita do
nível inferior, a Control Recipe não pode ser criada e nenhuma batelada pode ser
produzida;
‚ Control Recipe : a cada momento que uma batelada é executada, uma cópia da
Master Recipe é atribuída a esta determinada batelada e é chamada de Control
Recipe. Existe apenas uma Control Recipe por batelada que, no início, é
exatamente igual à Master Recipe, porém, pode ser modificada antes de ser
executada.
Todas as receitas são compostas de 5 elementos: Header, Formula, Equipment
Requirements e Procedures. Desta forma, receitas fazem uso de Procedures, ou seja,
utilizam o Modelo Procedural. O relacionamento entre o Modelo Físico e o Modelo
Procedural é realizado no nível das Phases [15]. A Phase define o que uma receita pode
fazer com uma Unit, ou seja, quais as ações que podem ser executadas nos
equipamentos, tais como, adição de material, transferência de produtos, aquecimento,
resfriamento, pressurização de um vaso, etc. Enquanto uma receita reside, tipicamente,
num software executado num microcomputador, uma Phase é implementada através de
um equipamento de automação, como por exemplo, um CLP.
Desta forma, se antigamente alterar um programa de controle de batelada em um
CLP era uma tarefa complexa, na nova proposta da S88.01 esta tarefa é
substancialmente reduzida. O software de controle foi separado em duas partes: uma
28
parte, referente às receitas, é implementada através de um software executado num
microcomputador e a outra parte fica ao encargo do CLP, de controlar as Phases [8].
Alterar as receitas torna-se uma tarefa mais amigável e flexível sem necessitar de um
especialista em programação de CLP.
Os Diagramas de Gantt são aplicados para visualizar uma melhor solução para o
agendamento da produção. Se não há uma demanda prioritária, a alternativa escolhida é
a que apresenta o menor tempo de fabricação (makespan), otimizando a produção e
proporcionando maior lucratividade [14].
29
III.5.6) Grafcet:
Nesse projeto, podemos citar alguns itens que farão uso da técnica do Grafcet:
30
‚ Transições do Resfriamento/Tranferência de Mosto
‚ Cip Etapas Zero
‚ Cip Transições da Etapa Zero
‚ Cip Etapas de Um a Quatro
III.5.6.1) Etapas:
III.5.6.2) Tr ansição:
III.5.6.4) Ação:
É o efeito obtido pelo mecanismo em determinada etapa (“o que deve ser feito”).
Pode representar também uma ordem de comando (“como deve ser feito”). Ela é
representada no interior de retângulos associados a uma etapa.
III.5.6.5) Receptividade:
31
Uma receptividade pode representar variáveis lógicas, vindas de sinais de
entrada do sistema, das variáveis internas de controle, de temporizadores, etc.
32
Capítulo IV - A Implementação da NORMA ANSI/ISA S88:
33
esquecido porque, se os processos discretos se utilizaram rapidamente dos PLCs e os
processos contínuos tinham os DCSs, a batelada sempre teve que adaptar uma ou outra
tecnologia. Com a S-88, as bateladas vão se beneficiando cada vez mais de ferramentas
e normas feitas sob medida.
‚ Controle procedural, responsável por fazer com que ações específicas em cada
equipamento aconteçam na seqüência correta, para se obter o resultado desejado.
É um tipo de controle específico dos processos em batelada, e foi organizado, na
norma, segundo uma estrutura hierárquica de quatro níveis: Procedure, Unit
Procedure, Operation e Phase.;
34
Os processos em batelada focalizados nesta norma são inerentes à produção de
quantidades finitas de produtos, em função de quantidades de materiais de entrada em
uma dada ordem e execução de ações definidas de processamento, utilizando-se uma ou
mais unidades de equipamentos [25].
Um processo em batelada pode ser organizado através de uma hierarquia,
conforme mostrado na figura nº. 10.
PROCESSO
ESTÁ GI O
D O PROCESSO
OPERA ÇÃ O
D O PROCESSO
A ÇÃ O
D O PROCESSO
M OD ELO DE PROCESSO
35
cliente, com o intuito de atingir os objetivos do negócio. É importante
conhecermos o processo de forma definida, para que possamos entender sua
situação atual, identificar os participantes, identificar as interfaces, garantir um
entendimento comum do conjunto das atividades que compõe o processo,
estabelecer as bases para avaliar o caminho e o resultado da transformação e
identificar as oportunidades para melhoria imediata [16].
‚ Os Estágios de Pr ocesso - Um processo é constituído de um ou mais estágios
formando um conjunto ordenado, que pode funcionar em série, paralelo ou
híbrido. O estágio de um processo funciona independentemente dos demais
estágios componentes do processo.
‚ As Oper ações do Pr ocesso - Cada estágio de um processo é formado por um ou
mais conjuntos de operações, que representam as maiores atividades de
processo. Estas operações normalmente resultam em trocas físicas ou químicas
no material que está sendo processado.
‚ As Ações do Pr ocesso - Cada operação do processo é formada por um conjunto
ordenado de uma ou mais ações, que executam os processamentos requeridos de
acordo com a operação envolvida. As ações descrevem as menores atividades de
processamento que combinadas se constituem numa operação de processo.
36
EM PRESA
L OCA L
Á REA
CÉL U L A
D E PR OCESSO
UNI DA DE
M Ó DU LO
EQU I PA M EN T O
M Ó DU LO
D E CON T R OL E
37
O modelo possui sete níveis, começando do topo com uma empresa, uma região
e uma área. Os outros quatro níveis mais baixos (células de processo, unidades, módulos
de equipamento e módulos de controle), referem-se especificamente aos tipos de
equipamentos.
Um tipo de equipamento é constituído por um conjunto de processamentos
físicos e equipamentos de controle agrupados para uma finalidade definida.
Estes níveis são definidos por atividades de engenharia.
Os níveis apresentados no modelo físico são definidos como:
‚ Nível empr esa – uma empresa é responsável na determinação de quais produtos
serão fabricados, em quais locais e como serão fabricados;
‚ Nível local – um local é um grupamento físico, geográfico ou lógico determinado
pela empresa. Os limites de um local estão baseados em critérios organizacionais ou
comerciais;
‚ Nível ár ea – uma área é um grupamento físico, geográfico ou lógico determinado
pelo local. Os limites de um local estão baseados em critérios organizacionais ou
comerciais;
‚ Nível de célula de pr ocesso – contém todas as unidades, módulos de equipamento e
módulos de controle requeridos para fazer uma ou mais bateladas;
‚ Nível unidade – uma unidade é constituída por módulos equipamento e módulos de
controle. Uma unidade freqüentemente opera a partir de algum ponto na seqüência
do processamento desta batelada;
‚ Nível módulo equipamento – um módulo equipamento pode ser parte de uma
unidade ou um equipamento isolado agrupado em uma célula de processo. O escopo
do módulo equipamento é definido por algumas tarefas a serem executadas;
‚ Nível módulo de contr ole – é constituído por um grupo de sensores, atuadores,
outros módulos de controle e associado ao equipamento de processamento.
38
IV.4) O Modelo Procedural:
O controle procedural direciona as ações a serem executadas nos equipamentos,
numa dada seqüência, para a execução de uma determinada tarefa do processo. Esta
estrutura é organizada de maneira hierárquica conforme mostrado na figura nº. 12.
PROCED I M EN T O
UN I DA DE DE
PROCED I M EN T O
OPERA ÇÃ O
D O PROCESSO
FA SE
M OD EL O PROCED URA L
39
IV.5) A Conexão entre os Modelos:
A figura nº.13 apresenta o relacionamento geral entre os modelos definidos pela
Norma. Nela observamos o mapeamento do controle procedural com equipamentos
individuais, fornecendo a funcionalidade de processamento descrita no modelo de
processo.
40
IV.6.1.3) O contr ole pr ocedur al nas células:
É o responsável pela execução de inicialização e procedimentos de uma unidade
individual.
IV.6.2) A unidade:
É a responsável pela coordenação das funções dos módulos de equipamento e
módulos de controle (ex: tanque de mostura de uma cervejaria).
41
IV.7.3.2) O contr ole procedural em módulos de equipamento:
Executa fases de equipamento (ex: aquecer o mosto no cozinhador).
42
‚ Entidades de equipamento subordinadas devem ser capazes de executar suas
tarefas independentemente e assincronamente;
‚ Interações entre entidades equipamento devem ser minimizadas;
‚ Os limites de atuação das entidades equipamento devem ser bem definidos;
‚ A entidade equipamento deve ser bem definida e de fácil compreensão pelos
usuários;
43
cada unidade, os equipamentos (bombas, trocadores de calor, etc.) e os módulos de
controle (sensores, atuadores, válvulas, etc.), a formulação das receitas.
A partir destas informações elaboramos, em conjunto, um documento de análise
funcional, que serviu de referência para a elaboração desta modelagem.
Nas figuras nº.14, 15, 16, 17 e 18 apresentamos de forma simplificada cada
modelo obtido.
UN I D A DE DE UN I DA DE DE TA N QU E DE
CI P
M O STURA CLA RI FI CA ÇÃ O Á GUA QUEN TE
UN I D A DE DE U N I DA DE DE COZI N H A D OR
FERM EN TA ÇÃ O A DJUN TO S DE M OSTO
M OD ELO FÍ SI CO
PREPA RA ÇÃ O
DO M O STO
EN CH I M EN TO TRA N SFERÊN CI A
I N SERÇÃ O DE D E M OSTURA PA RA A RETI RA D A
DA U N I DA D E
M A TÉRI A PRI M A U N I D A DE D E M OSTURA DE RESÍ DU OS
( Á GUA )
44
PREPA RA ÇÃ O D E
M OSTU RA
EN CH I M EN TO I N SERÇÃ O DE RETI RA DA
DA UN I D A DE M A TÉRI A PRI M A DE RESÍ DU OS
( Á GUA À 3 5 O C)
TRA N SFERÊN CI A
DE M OSTURA PA RA
A UN I D A DE DE
CLA RI FI CA ÇÃ O
EFETUA R CURVA FI N A LI ZA ÇÃ O
DE A QUECI M EN TO DO EN CH I MEN TO
CL A R I F I CA ÇÃ O
PREPA RA ÇÃ O PA RA PA RTI DA DA
1 ª CLA RI FI CA ÇÃ O 2 ª CLA RI FI CA ÇÃ O
TRA N SFERÊN CI A DE
PA RTI DA DA
MO STO PRI M Á RI O
1 ª CLA RI FI CA ÇÃ O
PA RA COZI N H A DOR
45
CO Z I M E N T O
CI RCULA ÇÃ O
CU RVA DE DECA N TA ÇÃ O
DE Á GUA
A QU ECI M EN TO DO TRU B
( Fr i a e Qu e n t e )
CI RCU LA ÇÃ O
PREPA RA ÇÃ O PA RA
W H I RPOOL DE M OSTO PA RA
O RESFRI A M EN TO
RESFRI A M EN TO
46
ARQUITETURA DO SISTEMA
SALA DE OPERAÇÃO
BRASSAGEM, FERMENTAÇÃO E FILTRAÇÃO
PC’s-Supervisório
Mesa de Comando
CLP
SINAIS
NIVEL
TEMPERATURA
VAZÃO
POSIÇÃO
47
‚ Rack: composto de 1 CPU S7 400, com as seguintes características:
Memória Principal 2,8 Mbytes, Suporte a arquitetura mestre/escravo,
Expansão possível de até 1024 I/O, Tempo de ciclo de 0,1s, Tempos de
processamento: Operações binárias de 0,04 µs, Operações com palavras
de 0,04µs, Velocidade de transmissão de 12Mbit/s, 1 fonte de
alimentação de 24 VCC e 220VCA, 1 bateria, 32 entradas analógicas, 16
saídas analógicas, 256 entradas digitais, 96 saídas digitais, 1 Software de
Programação STEP 7 fornecido em CD-ROM licenciado para o
SENAI/RJ - apresentando as seguintes facilidades de programação :
Diagrama Ladder (LAD), Bloco Funcional, Lista de Instruções - com as
características disponíveis para configurar o sistema para aplicação local,
comunicando-se com o Sistema Supervisório, Grafcet e simulação de
I/O.
48
Ü Processamento em rede de comunicação distribuída;
Ü Wizards para desenvolvimento gráfico;
Ü Configuração online;
Ü Controles para conectividade de banco de dados;
Ü Programação de eventos e temporizações;
Ü Coleção histórica de dados e apresentação;
Ü Ferramenta gráfica orientada a objetos.
O Sistema Supervisório poderá ser monitorado remotamente através da WEB.
49
IV.9.2.2) Implantação do Softwar e Super visór io e Lógicas de Contr ole:
Tão logo o software supervisório esteja desenvolvido e testado em bancada, o
sistema será instalado na planta para dar início à etapa de testes integrados, ou seja, os
testes envolvendo o sistema de controle e a instrumentação de campo.
Neste período, deverá estar prevista a paralisação das atividades da unidade de
Brassagem. É previsto um prazo de 1 (uma) semana para a execução desta atividade.
Esta etapa de implantação contempla a verificação completa da funcionalidade
do software supervisório e das lógicas de controle.
Também permitirá os ajustes necessários e sintonias dos algoritmos de controle
(PID´s), de forma a dar ao processo um desempenho ótimo.
Estes testes envolverão unidades (tanques) individuais ou combinadas, de forma
a permitir verificar a funcionalidade de cada etapa do processo de batelada e o
respectivo desempenho individual dos equipamentos e dispositivos.
IV.9.2.6) Treinamento:
O treinamento do pessoal da cervejaria se dará na própria planta piloto de
cervejaria, durante as fases de testes.
50
O treinamento constará de uma etapa prática na manipulação do sistema e outra
teórica em sala de aula.
51
IV.10.1) Receita do Pr ocesso de Fabr icação:
A seguir, temos a receita de fabricação de mosto tipo Pilsen Extra:
52
Tempo de Processo
Dosagem de Matéria-Prima
Total 20 80 310
Moagem de Matéria-Prima
Produto Quantidade (kg) 1º Moagem (mm) 2º Moagem (mm) 3º Moagem (mm) 4º Moagem (mm)
- -
Dosagem de Aditivos
Tina de Adjuntos
Tina de Adjuntos
Cozinhador de Mosto
53
IV.10.2) Diagr ama do Pr ocesso de Mostur ação - Mosto tipo Pilsen Extr a:
Na figura nº 22, é apresentado o diagrama do processo de mosturação da
fabricação do mosto pilsen extra, cujo objetivo é dissolver as substâncias do malte, além
de promover a hidrólise do amido a açúcares, por meio de um processo enzimático com
suas correspondentes temperaturas ótimas de transformação.
54
Capítulo V - Benefícios da Norma ISA ANSI/S88:
55
V.2) Implementação de Economia de Ener gia - Seleção de Aplicações Potenciais:
O primeiro estágio na implantação de um programa de economia de energia
envolve a seleção de aplicações potenciais. Isto pode ser uma tarefa formidável, uma
vez que um grande complexo petroquímico chega a ter até 3.000 motores instalados,
com 200 a 300 unidades tendo potências entre 15 a 50 HP [27]. Há, contudo, algumas
regras genéricas seletivas que podem ser utilizadas para a escolha de aplicações
potenciais, salientadas a seguir.
Um estudo sobre energia feito pela Companhia Arthur D. Little [17] em 1978
estimou a população total de bombas centrífugas por potências e a média dos tempos de
operação nas indústrias químicas e petroquímicas, conforme pode ser visto na tabela nº.
2. Esta informação pode ser utilizada para focar análises em potências especificas.
Do mesmo modo, a filosofia de implantação de economia de energia pode ser
aplicada à indústria cervejeira, pois se sabe que ela faz uso de motores em toda extensão
do seu processo em batelada.
56
Potência <1 HP
Categoria Quantidade (Un) Uso Anual (103h) Energia Consumida (KWh)
Quimica 150 2,0 40.2
%Total 22.9 22.8 0.1
Petróleo 50 2.0 13.4
%Total 31.4 22.8 0.1
Potência entre 1.1 - 5 HP
Categoria Quantidade (Un) Uso Anual (103h) Energia Consumida (KWh)
Quimica 200 2.0 298.3
%Total 30.5 22.8 0.6
Petróleo 40 2.0 59.6
%Total 25.2 22.8 0.3
Potência entre 5.1 - 20 HP
Categoria Quantidade (Un) Uso Anual (103h) Energia Consumida (KWh)
Quimica 160 4.0 3.197,50
%Total 24.4 45.7 6.5
Petróleo 50.0 4.0 999.2
%Total 31.4 45.7 5.1
Potência entre 21 - 50 HP
Categoria Quantidade (Un) Uso Anual (103h) Energia Consumida (KWh)
Quimica 100 8.0 13.601
%Total 15.2 91.3 27.6
Petróleo 8.0 8.0 1.088
%Total 5.0 91.3 5.5
Potência entre 51 - 125 HP
Categoria Quantidade (Un) Uso Anual (103h) Energia Consumida (KWh)
Quimica 40.0 8.0 16.560
%Total 6.1 91.3 33.6
Petróleo 5.0 8.0 2.070
%Total 3.1 91.3 10.5
Potência > 126 HP
Categoria Quantidade (Un) Uso Anual (103h) Energia Consumida (KWh)
Quimica 6.0 80.0 15.548
%Total 0.9 91.3 31.6
Petróleo 6.0 80.0 15.548
%Total 38 91.3 78.6
Valores Totais
Categoria Quantidade Consumo Eixo da Bomba (KWh)
Quimica 656 49245
Petróleo 159 19778
Tabela nº 2 - População Total de Bombas Centrifugas
na Industria Quimica e Petroquimica
57
Dados mais recentes apresentados no XI Congresso Brasileiro de Energia – 2006
confirmam o uso sistemático dos motores na indústria de alimentos e bebidas, conforme
se pode constatar na tabela nº. 3.
58
cubo da velocidade como mostra a tabela nº. 4. A 100% da vazão, 100% da potência é
requerida a 100% da velocidade. Se, porém, o sistema solicitar apenas 50% da vazão,
teoricamente, somente (0,5)3 ou 13% da potência será consumida.
Uma vez que as bombas centrífugas devem ser dimensionadas para atender à
demanda de pico do sistema e a maioria dos sistemas não são operados a 100% da vazão
constantemente, a potência do sistema deve ser reduzida. Assim sendo, é importante
definir-se o ciclo de trabalho do sistema, ou seja, os pontos de trabalho esperados e o
tempo de operação nestes pontos. Isto pode ser feito conforme mostra o gráfico da
figura nº. 23. É importante notar que se o sistema operar nos seus pontos de pico não há
economia de potencial por variação de velocidade. O ciclo de trabalho pode ser
frequentemente resumido pelo sistema de instrumentação de vazão e pressão.
30
70%
% Tempo de Operação Total
25 60% 80%
20
50%
15
40%
10 90%
5 100%
0
% Vazão
59
O próximo passo envolve a identificação dos componentes-chaves do sistema e
a classificação do mesmo, com o intuito de se analisar o potencial de economia. Os
tipos de sistemas são determinados pelos seus laços de controle, e incluem:
‚ Sistemas com vazão e pressão variáveis;
‚ Sistemas com vazão constante e pressão variável;
‚ Sistemas com vazão variável e pressão constante.
Cada um destes é mostrado nas figuras nº. 24, 25 e 26, respectivamente. Os sistemas
são apresentados utilizando válvulas tradicionais de controle por estrangulamento e
realimentação para o sistema de pressão constante.
60
Figura nº. 25 – Sistema de Vazão Constante e Pressão Variável.
61
Figura nº. 26 – Sistema de Vazão Variável e Pressão Constante.
Para atender aos objetivos deste capítulo, considera-se que um controlador do ponto
de ajuste (set-point) é usado em cada sistema. Estes controladores têm tipicamente
sinais eletrônicos padronizados na faixa de 4 a 20 mA ou pneumáticos na faixa de 3 a
15 psi, que possibilitam operar válvulas de controle ou acionamentos de velocidade
variável.
62
A fim de analisar a economia potencial, é necessário considerar-se a eficiência do
sistema todo, inclusive a válvula de estrangulamento. Muitas das vezes isto é uma tarefa
difícil, pois os componentes podem envolver diversas disciplinas. Por exemplo: um
engenheiro de instrumentação pode estar envolvido com a realimentação e a válvula de
controle; um engenheiro mecânico com a bomba, e o motor e um engenheiro eletricista
com a chave de partida ou o acionamento de velocidade variável. Portanto, é necessário
compreender o sistema como um todo e ter o entendimento de como seus componentes
interagem de forma a determinar a economia potencial. Isto iria, em muitos casos,
requerer um esforço considerável de todo o pessoal comprometido com a questão em
estudo.
63
Onde:
hm µ Altura manométrica.
h e µ Altura estática.
K µ Constante.
Q µ Vazão.
A
L
T 72 30 40 50
U 60 70
75
R
60 78
A 80
M 48
A
N
O 36 Ponto de Operação
M
É
T 24
R
I 12
C
A Altura Estática
700 1515 2270 3030 3785 4545 5300 6055 6800
(m) 0
VAZÃO (l/min)
64
Antes de iniciar uma análise detalhada de um sistema, é necessário esboçar a
configuração do mesmo e os resultados de controle. Isto requer que três elementos-
chave sejam considerados:
‚ Laços de Controle;
‚ Método de Controle e Componentes de Aterramento;
‚ Configuração do Sistema.
Os laços de controle que são impostos num sistema determinam como o sistema
operará e como o sistema deve ser analisado. Pode haver muitos laços de controle num
dado sistema, com vários efeitos, mas na maioria dos casos o sistema pode ser reduzido
a um simples diagrama de blocos como mostram as figuras nº. 24, 25 e 26. Para fins
didáticos, foi assumido que o controlador de set-point seria usado, o que permitiria um
ajuste de referência tanto para a vazão como para a pressão, dependendo das
necessidades do sistema; aceitaria um sinal de realimentação da variável controlada e
proveria um sinal de referência de erro ± para ajuste do elemento de controle, mantendo
o processo no ponto de operação desejado.
65
de freqüência e, de fato, são diferentes para cada tipo de tecnologia de inversão de
freqüência empregada. É importante levar isto em consideração quando da análise de
um sistema.
95...
R
e 60 Hz
n 90...
d
i 50 Hz
m 85...
e 30 Hz
n
t 80...
o
(%)
0 | 25 | 50 | 75 |100
Figura nº. 28 – Curvas Típicas de Rendimento – Motor 100HP – Inversor tipo VVI.
66
O tipo de acionamento que está sendo considerado também deve ser definido. Os
tipos usuais de acionamentos de velocidade variável utilizados na indústria
petroquímica para motores AC incluem acionamentos de escorregamento e inversores
de freqüência. Os acionamentos de escorregamento incluem os variadores
eletromagnéticos e acoplamentos hidráulicos com característica típica de rendimento,
como podemos ver na figura n.º 29. O rendimento máximo a 100% de velocidade
dependerá da categoria do motor utilizado, mas o rendimento decrescerá linearmente
com a velocidade.
R 100_
e 90_
n 80_
d 70_
i 60_
m 50_
e 40_
t 30_
o 20_
(%) 10_
| 10 | 20 | 30 | 40 | 50 | 60 | 70 | 80 | 90 | 100
Velocidade (%)
67
Há três tipos de inversores de freqüência comumente utilizados: o VVI (tensão
variável), o CSI (fonte de corrente) e PWM (largura de pulso modulada). As
características de rendimento típicas de um VVI são mostradas na figura nº. 30.
R 100... 60 Hz
e
n
d 95... 50 Hz
i
m
e 90...
n
t
o 85...
(%)
0 | 25 | 50 | 75 |100
68
velocidade é reduzida. Este enfoque poderia fornecer bons resultados em faixas de
velocidade de até 3%.
As curvas de bombas em velocidades reduzidas podem ser determinadas
utilizando-se as leis de bombas centrífugas:
Q1 V
? K 1 *2 +
Q2 V2
P1
? K
*V 1 +2 *3 +
P2 *V 2 +2
Onde :
Q1 µ vazão1
Q2 µ vazão2
K µ cons tan te
V1 µ velocidade1
V2 µ velocidade2
P1 µ pressão1
P2 µ pressão2
Após o cálculo da potência entregue em cada ponto de operação, uma média
ponderada de potência entregue pode ser calculada para as várias alternativas. A
economia entre duas alternativas pode então ser usada como base de um retorno
econômico.
De forma a ilustrar como isto ocorre poderá ser realizada uma comparação, em
um ponto operacional, entre cada tipo de sistema, com controle por estrangulamento e
com controle por velocidade utilizando um inversor VVI. Uma bomba centrífuga com
uma altura manométrica característica capaz de entregar 6435 litros por minuto a uma
altura total de 55 m. com um rendimento de 80%, é utilizada como exemplo a seguir.
Um resumo dos requisitos de potência de entrada x vazão também é mostrado,
assumindo-se um peso específico igual a 1.0.
69
A intersecção da curva do sistema aberto com a curva da bomba a 100% da
velocidade determina o ponto de operação máxima da bomba: 6435 l/min, 55 m e
rendimento 80%. O controle por estrangulamento consiste na alteração da curva do
sistema pelo fechamento das válvulas de controle. Uma vez que o ponto de operação é
determinado pela intersecção da curva do sistema com a curva da bomba a 100% da
velocidade, o ponto de operação se move ao longo da curva da bomba resultando em
uma vazão reduzida e um aumento da pressão. Para 80% da vazão a curva do sistema é
representada na figura nº. 31 pela curva do sistema estrangulado e a bomba operaria a
5150 l/min. com uma altura manométrica de aproximadamente 60m.
70
nominal. Se não houvesse perdas no sistema, 80% da vazão seria obtida com 80% da
velocidade nominal.
A diferença de pressão entre a operação ao longo da curva bem como da bomba
e da curva do sistema, representa as perdas na válvula e a economia potencial de
energia. Para se determinar o potencial de redução da potência requerida, esta pode ser
calculada em diversos pontos operacionais sobre a curva da bomba a 100% de
velocidade e a curva do sistema. A figura nº. 32 mostra o perfil da potência requerida
em ambos os métodos de controle.
10 -
0
1900 | 2550 | 3400 | 4150| |
4900 5650 | 6450 |
Vazão (l/min)
71
A figura nº. 33 ilustra os métodos de controle para este tipo de aplicação,
considerando-se uma demanda no início do ciclo de 4500 l/min ou 70% da vazão e a
curva do sistema sem estrangulamento qualquer.
72
Uma alternativa deste método seria reduzir a velocidade da bomba
caracterizando a queda do ponto de operação em várias curvas de sistema resultantes da
mudança das características do sistema durante o ciclo. O efeito então seria que o ponto
de operação mover-se-ia para cima da linha de controle de vazão constante, a partir da
curva do sistema sem estrangulamento qualquer no início do ciclo, em direção ao ponto
de operação, a velocidade constante limite do ciclo.
A economia seria representada pela diferença em pressão entre o ponto de
operação por estrangulamento, com velocidade constante, e os vários pontos de
operação em velocidade reduzida ao longo da linha de controle de vazão constante,
como mostra a figura nº 34. É importante notar que com o aumento das perdas de carga
do sistema a economia potencial decresce.
73
Figura nº. 35 – Perfil da Potência Entregue
- Sistema de Pressão Variável e Vazão Constante -
74
estariam totalmente abertas, a vazão seria dividida entre a linha principal do sistema e a
válvula de retorno, como mostrado na figura nº 36. Entretanto, o bombeamento total
seria de 6435 l/min a 55 m.
Assim que as válvulas principais estiverem fechadas, a curva do sistema tornar-
se-á mais restringida. Para eliminar o acréscimo de pressão do sistema, a válvula de by
pass seria aberta mais ainda para deslocar o ponto de operação de volta para 55 m de
altura manométrica, com 6435 l/min. Isto resultaria na redução de vazão no sistema
principal e aumentaria a vazão de retorno como demonstrado. Para todas as
combinações de vazão principal e de retorno, a bomba operaria sempre num ponto
singular. Porém, assim que a vazão principal decresce, a vazão da válvula de by pass
aumenta.
75
A figura nº 37 mostra como a operação com velocidade ajustável pode ser usada
para se obter o mesmo resultado com economia de energia, eliminando-se as perdas da
linha de retorno. Assim que as necessidades de vazão são diminuídas, a velocidade da
bomba pode ser reduzida de forma que a bomba operaria com altura manométrica de 55
m, com uma vazão reduzida para 60% da nominal, conforme a área hachurada.
76
A figura n° 38 mostra o perfil de potência requerida por este sistema. Neste caso,
operação com velocidade fixa resulta em um ponto operacional. Pode-se ver que a
potência requerida decresce linearmente com a vazão, aproximadamente.
77
Ü Espaço da Sala de Controle;
Ü Requisitos para refrigeração;
Ü Sobressalentes.
‚ Estrangulamento:
Ü Custo da Válvula de Controle;
Ü Chave de Partida Motor;
Ü Tubulação adicional;
Ü Custos de Instalação;
Ü Espaço na Sala de Controle;
Ü Sobressalentes.
78
‚ Horas de Operação;
‚ Vida Útil Estimada;
‚ Taxas de Juros de Mercado;
‚ Taxas de Juros Internas;
‚ Método de Depreciação;
‚ Custos de Manutenção;
‚ Lucros Taxáveis;
Outras considerações para a velocidade ajustável, que deveriam ser avaliadas,
mas que não são geralmente consideradas devido à dificuldade de qualificação das
vantagens, incluem:
‚ Melhor controle do processo pelo uso de velocidade variável;
‚ Aumento da vida útil da bomba, mancais e vedações;
‚ Diminuição dos custos de manutenção;
‚ Redução de ruído e vibração devido a operações a pressões mais baixas;
‚ Eliminação do golpe de aríete;
‚ Otimização do fator de potência;
‚ Eliminação da alta corrente de partida e redução do pico de demanda (KVA)
pelo uso do inversor de freqüência.
79
[19], pois as potenciais interrupções ocorridas nos controladores lógicos programáveis
vêm causando perdas de produção no parque industrial. Para avaliar essa situação, a
CEC realizou uma pesquisa para determinar as incompatibilidades relacionadas ao
sistema de funcionamento operacional dos controladores lógicos programáveis. A
principio, os pesquisadores selecionam cinco tipos de controladores lógicos
programáveis de fabricantes diferentes, que são os mais usados no parque industrial dos
Estados Unidos. As unidades selecionadas foram da Omron, Siemens, Schneider
Electric (Modicon), e Rockwell Automation (Allen Bradley). Um algoritmo comum do
teste de qualidade de energia foi programado em cada unidade, e o equipamento foi
instalado em uma plataforma do teste. Os testes de queda de tensão, transitórios de
chaveamento de capacitor (capacitor-switching transients), harmônicos, e transitórios
induzidos por relâmpagos (lightining-induced transients) foram conduzidos nos PLCs.
A eletrônica de potência disponibilizou para vários setores, como escritórios,
indústrias e residências, diversos equipamentos capazes de controlar o produto final:
iluminação variável, velocidade ajustável de motores (por exemplo, o citado inversor de
freqüência), etc. Desse modo, podemos afirmar que, aproximadamente, 50% da energia
elétrica passa por um dispositivo de eletrônica de potência antes de ser realmente
utilizada. Essa eletrônica faz uso de diodos, tiristores, transistores, sendo que
praticamente todos eles operam em modo de interrupção. Isto significa que funcionam
essencialmente em dois estados: condução e bloqueio. O primeiro estado corresponde
ao período em que o dispositivo permite a passagem de corrente elétrica. O segundo
estado tem operação inversa ao primeiro, bloqueando a passagem de corrente. Deste
modo, a tensão na carga é interrompida pelos semicondutores e deixa de ser senoidal,
podendo o usuário variar o instante de condução e consequentemente a tensão e a
corrente no circuito.
À primeira vista, podemos até questionar e realmente não atentar para estes
detalhes, mas podemos depois visualizar de forma mais profunda que a automação de
uma planta de manufatura não somente traz benefícios no processo em si, mas como
também na sua malha elétrica de controle, fazendo com que ela fique sujeita numa
menor intensidade aos ruídos de ordem eletromagnética e aos harmônicos.
De forma a evidenciar melhor, no que a qualidade da energia pode impactar num
sistema de controle e automação de um processo industrial, foi realizado na Empresa
ATOS, o experimento descrito a seguir.
80
V.3.1) Ensaio de Imunidade a EMI em CLP:
81
Na figura nº 39, podemos identificar os terminais e botoeiras que compõem o
painel frontal do Gerador de Ruídos - NOISE.
Informações detalhadas sobre as partes que compõe esse gerador podem ser
encontradas no anexo C.
82
Para se obter o pulso de 1µs deve ser observada a seguinte ligação no painel
frontal do Gerador NOISE, conforme descrito na figura nº 40.
83
V.3.1.4) Descr ição do Equipamento sob Ensaio e Configur ações:
V.3.1.4.1) Equipamento sob Ensaio:
O equipamento submetido ao ensaio na Bancada de Teste de EMI (Interferência
Eletro-Magnética), foi o PLC modelo MPC 4004, 24 Vdc, conforme pode ser visto na
figura nº.41. Durantes o ensaio o PLC permaneceu em operação.
84
V.3.1.6) Objetivo do Ensaio:
Verificar por meio de teste na citada bancada a imunidade a EMI (Interferência
Eletro-Magnética) do PLC.
85
No gráfico mostrado na figura nº 43, podemos visualizar o comportamento do
ruído durante a realização do ensaio.
86
Capítulo VI - Resultados e Consider ações Exper imentais:
87
VI.3) Exemplos da Implementação da Norma S88 na Industria:
Com base nos conceitos definidos na norma S88, diversas empresas estão
desenvolvendo produtos que implementam estes conceitos. A grande vantagem destes
produtos é que utilizam uma terminologia e um modelo físico e procedural
padronizados, o que facilita sua aceitação pelo mercado, e simplificará a portabilidade
das aplicações entre sistemas de diferentes fornecedores.
A situação atual de tais produtos ainda não permite uma total portabilidade, até
porque a norma ainda está incompleta, dando a cada fornecedor a possibilidade de
implementar estruturas de dados e linguagens de programação de sua livre escolha.
Uma forte tendência do mercado, pelo menos no tocante às linguagens de programação,
é usar a linguagem SFC (Seqüencial Function Chart), definida na norma IEC 1131-3.
As ferramentas para definição dos modelos, tanto físico como procedural,
variam de produto para produto, indo desde o preenchimento de tabelas hierárquicas até
ferramentas gráficas de programação. Uma importante característica presente em alguns
produtos é a possibilidade de se definir classes genéricas para os diferentes níveis de
objetos (células de processo, unidades, equipamentos, receitas, etc.), e criar os sistemas
reais a partir de instâncias específicas destas classes de objetos. Este procedimento
orientado a objetos torna o trabalho de configuração mais fácil e flexível.
Outro aspecto importante nos produtos baseados na norma S88 é o uso da
terminologia definida na norma. Assim, o estado de cada equipamento e de cada fase,
bem como seus modos de operação e transições possíveis são as mesmas, qualquer que
seja o produto utilizado.
Temos alguns exemplos de empresas que já se encontram familiarizadas com a
filosofia da norma:
‚ IEL (Instituto Euvaldo Lodi) – CETEC de Alimentos e Bebidas
‚ GE FANUC Automation Information Centers
‚ Siemens Brasil
‚ Pharmaceuticals, Fine Chemicals, Glass and Food & Beverage Industries
‚ Cervejarias Kaiser Brasil S/A
88
VI.4) Os Desafios do Ger enciamento de Bateladas:
Pelas características peculiares aos processos em batelada, seu controle e
gerenciamento impõem requisitos bastante específicos. Do ponto de vista de controle, é
necessário cuidar de aspectos como o seqüenciamento dos passos (fases), estratégias de
controle flexíveis e adequadas a cada fase, programação e rastreamento das operações,
relatórios, relatórios sofisticados, interface com operador, para citar apenas as mais
importantes. O gerenciamento das bateladas requer, ainda, o cadastramento e alocação
dos equipamentos disponíveis, a criação, manutenção e alocação das receitas, a
arbitragem de conflitos durante a execução, o registro de cada batelada, etc.
Para tentar atender a todos estes requisitos, diversos sistemas de gerenciamento e
controle de bateladas foram desenvolvidos, por fornecedores ou usuários finais, ao
longo das últimas décadas. Embora alguns destes sistemas fossem bastante sofisticados,
e tenham atingido razoável sucesso, todos padeciam de um mal comum: eram
proprietários, e baseados em conceitos definidos especificamente pelo fornecedor ou
usuário responsável por seu desenvolvimento. Isto fazia com que o gerenciamento de
bateladas se tornasse um problema ainda mais complexo, pois uma empresa que
utilizasse sistemas de mais de um fornecedor teria que refazer todo o trabalho de
definição e implementação de suas receitas e estratégias de controle para cada novo
sistema.
A total falta de padronização entre estes vários sistemas torna o
reaproveitamento do trabalho já realizado, ou a migração para um novo sistema,
extremamente difíceis, quando não impossível. As diferenças de terminologia e de
conceitos entre produtos dificultam ainda mais a integração ou a migração entre tais
sistemas. Além disso, muitos dos sistemas existentes solucionam apenas parte do
problema, não cobrindo todos os aspectos envolvidos.
A indústria logo percebeu que a única forma de tornar tais sistemas mais amplos,
genéricos e compatíveis entre si seria padronizar modelos, terminologias, estruturas de
dados e linguagens que pudessem ser usados por todos os sistemas.
89
VI.5) Importância da Progr amação Or ientada a Objetos:
Conforme dissemos, a primeira parte da norma S 88 (ANSI/ISA S88.01) define
apenas modelos funcionais e a terminologia a ser empregada no gerenciamento e
controle de bateladas. Os diversos fabricantes que estão desenvolvendo produtos
baseados nesta norma contam, ainda, com um elevado grau de liberdade quanto à forma
de implementação, uma vez que as estruturas de dados e as linguagens de programação
a serem suportadas somente serão definidas na segunda parte da norma (ANSI/ISA
S88.02).
Isto significa que um produto que hoje é compatível com a norma, deverá passar
por mudanças maiores ou menores, dependendo de sua forma de implementação, para
se adequar às estruturas de dados e linguagens que vierem a ser definidas no futuro.
Para assegurar que tal migração ocorra da forma menos problemática possível, é
conveniente que todo o software seja desenvolvido usando técnicas de programação
orientada a objetos.
Esta técnica de programação vai simplificar o processo de adaptação às normas,
pois todas as estruturas de dados definidas no software, bem como seus atributos e
processamentos, são definidos em objetos, que apresentam um alto grau de
independência. Desta forma, alterações nos objetos que venham a ser afetados pela
evolução da norma, não terão impacto nos demais objetos, assegurando um prazo e um
custo menor de adaptação, não só para o fornecedor, como também para o usuário final.
Além disso, o uso do conceito de objetos facilita também a utilização do produto, pois
permite a definição de classes de objetos genéricos, que serve como base para a
configuração de aplicações específicas.
Conclusões Finais:
Embora saibamos que a norma S88 esteja incompleta, ela já representa um
importante passo no direcionamento de uma efetiva padronização dos sistemas de
gerenciamento e controle de processos em batelada, que futuramente trará incontáveis
benefícios para os seus usuários. Atualmente, a simples definição de modelos funcionais
genéricos, e de uma terminologia propriamente padronizada, já permite a educação dos
seus usuários e a criação de uma cultura universal nesta área de atuação, facilitando a
comunicação e a troca de idéias, de projetos e de aplicações entre diferentes empresas e
unidades. Além disso, a existência de normas internacionais aceitáveis, torna possível
para as empresas pequenas (cervejarias de pequeno porte) e ágeis, colocar produtos no
90
mercado que estejam baseados nestas normas, e que podem obter rápida aceitação pelo
mercado. Isto torna as soluções proprietárias cada vez menos atraentes para os usuários.
A aplicabilidade da norma ISA 88.01 impõe uma padronização ao produto de tal
forma que a sua fabricação possa ser produzida em outras áreas (fábricas) obedecendo
às mesmas composições e padrões, utilizando-se dos recursos locais existentes.
Com a divulgação da norma criou-se uma linguagem específica para discussão
de processos em batelada nos diversos níveis, ou seja, entre integradores, profissionais
de processo, fabricantes, etc. Pretende-se que este ambiente de comunicação traga
enormes benefícios inerentes à qualidade, segurança e que no geral aumente a
confiabilidade nas indústrias nacionais, provocando desta forma um aumento nos nichos
internacionais de negócios.
No transcorrer das diversas análises efetuadas para a modelagem e o
desenvolvimento do software aplicativo, observamos que na aquisição do sistema, os
seguintes cuidados devem ser tomados:
‚ Deve-se discutir previamente com o fabricante o dimensionamento do sistema,
principalmente em relação ao módulo de software de batelada, uma vez que
existem restrições em relação ao número de unidades disponíveis para uso;
‚ Caso o sistema utilize chave de hardware, a sua configuração deve ser discutida
com o fabricante em função de sua arquitetura;
‚ Deve-se verificar se todos os utilitários de software estão incluídos no
fornecimento;
‚ Deve-se verificar o dimensionamento das estações de trabalho em função do
dimensionamento do processo envolvido;
‚ Deve-se garantir um suporte técnico durante a fase de desenvolvimento da
aplicação.
91
Concluindo, podemos dizer que existem grandes expectativas quanto à evolução da
aplicabilidade pelas indústrias da norma S88 em seus processos produtivos, o que
certamente irá beneficiar os negócios na esfera internacional como também permitirá
um grande desenvolvimento tecnológico no país. A finalização da norma e sua adoção
pelas empresas do setor cervejeiro trarão, num curto espaço de tempo, grandes
benefícios para fornecedores e usuários.
Com isso, espera-se que os temas e trabalhos futuros sugeridos abaixo sejam
implementados na indústria cervejeira:
92
Refer ências Bibliogr áficas:
[1] Filho, Constantino Seixas . “Industrial Ethernet Networking Strategies”. ARC
Strategies, August 1999, ARC Advisoty Group.
[6] Engenharia de Software; 5ª Edição, São Paulo, McGraw Hill; Presmann, Roger S
2002.
[9] ANSI/ISA S88 – Batch Standard , A general Overview; ISA Philadelphia – Section
– 20 February 2002.
[10] ANSI/ISA-S88.01, Batch Control Part 1: General and Site Recipe Models and
Representation, Batch Control, Part 1: Models and Terminology,2003.
93
[11] ANSI/ISA-88.01 – ISA – The Instrumentation, Systems and Automation Society
Batch Control Part 1: Models and Terminology ; ISA.1995.
[14] ALMEIDA, P.I.F. “Um olhar Sobre a Norma S88 (S88 como vista pelos
usuários)”. Intech, 48: 24-30, 2003.
[15] Parshall, Jim; Lamb, Larry, Applying S88: Batch Control froma a User´s
Perspective. 1ª Edição, Research, Triangle Park, North Carolina, Estados Unidos, ISA
Press, 2000.
[17] U.S. Department of Energy, Assistent Secretary for Conservation and Solar Energy
Office of Industrial Programs, “Classification and Evaluation of Electric Motors and
Pumps”, by Arthur D. Little Co., February, 1980.
94
[21] ISA-s88.01, Batch Control, Part 1: Models and Terminology, ISA – Internacional
Society for Measurement and Control – Draft 12 – 1.994.
[24] Batch Standard Help Streamline Engineering Effort, Marcus Webb – Control –
August 1.995.
[25] SLACK, Nigel. “Vantagem Competitiva em Manufatura”. São Paulo: Atlas, 1993.
ISBN 85-224-0981-1.
[27] W.R. Norton, “Economics of Adjustable Speed Drives in Pumps”, Petroleum and
Chemical Industriy, Conference Record, 1975.
95
ANEXOS
A. Pr ocesso Industr ial de Pr odução de Cer veja:
Neste anexo, estão apresentados com maior profundidade os conhecimentos
sobre o processo industrial de produção de cerveja, além de informações históricas na
arte de produção da bebida.
Cerveja é a bebida não destilada obtida de fermentação alcoólica de mosto de
cereal maltado geralmente malte de cevada. É facultativa a adição de outra matéria-
prima amilácea (carboidratos de origem vegetal), de lúpulo ou seu extrato. Em geral o
teor alcoólico é baixo, de 3% a 8%. Sob esta designação podem-se encontrar os mais
diversos tipos de cervejas, obtidos por processos que vão desde a fabricação caseira até
a cerveja de processamento industrial, com tecnologia altamente sofisticada.
A cerveja mais produzida no Brasil é a Pilsen, fabricada com levedura de baixa
fermentação, através de um processo que dura no mínimo 7 dias de fermentação. Uma
vez que este processo é completo, a cerveja é armazenada durante um tempo mínimo de
10 dias (maturação), entre 0ºC e 1ºC, para adquirir a estabilidade desejada, tornando-se
uma cerveja de cor clara, de baixo teor alcoólico, considerada ideal para nosso clima.
Diversas novas tecnologias são empregadas na indústria, como veremos a seguir.
Estes aperfeiçoamentos devem ser feitos dia a dia, para que o produto seja de melhor
qualidade, visando uma diminuição dos custos e melhor satisfação dos clientes.
A indústria cervejeira utiliza termos e unidades de medida que lhes são
característicos. Em razão da grandeza dos volumes empregados, a unidade de volume
mais utilizada é o Hectolitro.
O grau alcoólico, em geral é dado em porcentagens em volume (graus Gay
Lussac) a legislação brasileira se refere à porcentagem em peso (graus, Instituto
Brasileiro de Pesos e Medidas).
Embora no Brasil o mais empregado seja o grau Brix para expressar a
concentração de açúcar no liquido fermentescível (mosto), a unidade mais empregada
em indústrias cervejeiras é o Plato, que apresenta valores corrigidos para variações de
temperatura. Além desses, o grau Baulling e Baume são também utilizados.
O termo técnico malte define a matéria prima resultante da germinação, sob
condições controladas, de qualquer cereal. Quando não há indicação subentende-se que
é feito de cevada; em qualquer outro caso acrescenta-se o nome do cereal. Assim tem-se
malte de milho, trigo, de centeio, de aveia e de outros cereais.
96
Outro termo técnico muito utilizado é o lúpulo, que se trata do produto obtido de
uma planta trepadeira que atinge de 5 a 7 metros de altura, chamada de Humulus lupus.
Esta planta é dióica, isto é, possui flores masculinas e femininas em plantas diferentes.
O que se utiliza são as flores femininas desta planta que possuem, na sua base um
material resinoso denominado lupulina. Este material transmite à cerveja seu amargor
típico e contribuem para o aroma característico da cerveja. Hoje em dia, utilizam-se os
lúpulos industrializados na forma de pellets e extratos. Existem dois tipos fundamentais
de lúpulos, os assim chamados "de amargor" e os "aromáticos", conforme predomine a
característica de amargor ou de aroma.
A lupulagem das cervejas é parte importante das formulações técnicas uma vez
que afetam, diretamente, as características qualitativas do produto final. O lúpulo de
melhor qualidade é produzido na Alemanha.
Tipos de cerveja:
Para uma melhor compreensão das características dos vários tipos de cerveja são
necessárias algumas indicações, sobre certos aspectos técnicos, que caracterizam uma
determinada cerveja. Assim tem-se:
‚ Teor de álcool:
É medido pela percentagem de álcool existente na cerveja, o que pode ser feito
em termos de percentual em volume ou de percentual em peso.
‚ Extrato primitivo ou mosto básico:
É a densidade original do mosto, antes de ser fermentado. É medida em
porcentagem Plato. (ºP).
‚ Atenuação:
É o percentual de extrato que foi fermentado na fabricação de determinado tipo
de cerveja.
Desta forma o teor de álcool de uma cerveja é função do seu extrato primitivo e
da atenuação utilizada no seu processo de fabricação. Por outro lado, as características
organolépticas de uma cerveja são diretamente influenciadas:
‚ Pela natureza e características das matérias-primas utilizadas;
‚ Pelas características do tipo de levedura usada para sua fermentação;
‚ Pela condução do próprio processo de fermentação.
97
Basicamente existem dois tipos de cerveja: as de alta fermentação e as de baixa
fermentação.
Cervejas de Alta Fermentação:
São cervejas antigas, isto é, que eram produzidas antes de se dominar a
tecnologia de refrigeração. Os principais tipos são:
Ale: com teor de álcool em volume de 3 a 4 %. Densidade de mosto: 7,5 a 12 %
Plato. Há diferentes tipos de Ales tais como: Pale Ale, Bitter Ale, Mild Ale, Brown Ale,
Light Ale, etc. O tipo Strong Ale tem o extrato primitivo entre 16 e 22 % Plato.
Stout: é uma cerveja preta com 4 % de álcool . A cerveja Guiness é o Stout mais
conhecido.
Lambic: fabricada com 60 % de malte e 40 % de trigo. Fermentação espontânea
com uma variedade de microorganismos. Atenuação de 90 a 100%. A cerveja Lambic,
fermentada durante um a dois anos em “garrafa de champagne”, recebe o nome de
Gueuze.
Krieken Lambi: é uma Lambic preparada com a adição de cerejas e maturada de
um a dois anos.
Trappiste: é produzida com dois tipos de maltes (ambre e caramel). O extrato
primitivo varia de 13 a 19º Plato. É produzida em mosteiros da Ordem dos Trapistas.
Weizenbier: produzida principalmente na Baviera, Alemanha, com trigo
malteado. Densidade de 12 a 14º Plato. É normalmente servida com levedura em
suspensão, isto é, sem filtrar.
Altbier: denominação genérica para cervejas de cor âmbar, contendo de 4,5 a 4,7
% de álcool.
Kolsch: cerveja clara, com 3,7 % de álcool e pouco gás carbônico, típica da
região da cidade de Koln, na Alemanha.
98
Light: cerveja clara, com extrato primitivo de 7 a 9 º Plato. A cervejaria Miller,
com sua marca Lite, foi a primeira a produzir esse tipo de cerveja, com sucesso nos
EUA.
Cervejas sem álcool ou com baixo teor de álcool:
Teoricamente, uma cerveja dita “sem álcool” não deveria conter nenhum teor de
etanol. Mas na verdade existe um pequeno teor de álcool remanescente que depende das
legislações próprias dos vários países produtores.
A legislação internacional orienta-se no sentido de admitir um teor de álcool
máximo de 0,5 % em volume, na cerveja comercializada sob a designação de “cerveja
sem álcool”.
A qualidade das cervejas sem álcool melhorou muito quando novas tecnologias
diminuíram as características negativas no paladar, que eram inerentes aos processos
originais de fabricação, com fermentação interrompida.
Atualmente, os processos mais utilizados são aqueles que partem de cervejas
normais, separando o álcool, seja através de sua evaporação sob vácuo, seja separando-o
com o uso de membranas especiais.
Microcervejarias, Minicervejarias, Cervejarias Piloto e Pequenas Cervejarias:
O uso indiscriminado destas denominações é causa de questionamentos,
interpretações equivocadas e conclusões distorcidas quanto ao objetivo e resultados
práticos de sua utilização, experimental ou comercial.
Microcervejaria: trata-se de uma instalação de laboratório capaz de produzir
mosto a partir de matérias-primas normais de cervejaria e, a partir desse mosto,
fermentá-lo para atingir o estágio de cerveja.
O volume dessas instalações se situa entre 5 e 50 litros.
Evidentemente, para a sistemática de fabricação nesta escala não é aplicável a
escala industrial.
Os ensaios nestas microcervejarias servem, antes de tudo, para a avaliação
grosseira de:
‚ Novas variedades de cevada;
‚ Novas matérias-primas amiláceas;
‚ Novas variedades de lúpulo;
‚ Efeitos de uma levedura;
‚ Emprego de algum aditivo, etc..
99
É preciso ter plena consciência de que os resultados obtidos nesta escala devem
ser interpretados com o maior cuidado, evitando-se extrapolações indevidas.
Minicervejarias: sua escala se situa entre 50 e 200 litros. Os resultados obtidos
nesta escala permitem, em muitas ocasiões, obter uma cerveja com características
próximas a uma cerveja produzida em escala industrial.
Os pontos fracos encontrados nas microcervejarias já são mais atenuados como,
por exemplo, os efeitos da relação entre volume do líquido e superfícies, alturas
hidrostáticas, agitação, oxidação, etc.
Cervejaria Piloto: situa-se na escala de 200 a 5000 litros. O objetivo de uma
cervejaria piloto é o de fabricar uma cerveja que corresponda à que se produz em escala
industrial. Praticamente, todos os grandes grupos cervejeiros possuem uma cervejaria
piloto para ensaios diversos.
É muito importante conhecer a repetibilidade dos resultados obtidos nesta
cervejaria. Para tanto, é importante escolher, sob o ponto de vista de Engenharia de
Processo, instalações menores possíveis, que produzam resultados confiáveis e
extrapoláveis para a escala industrial.
Pequenas Cervejarias: têm normalmente, a mesma escala das cervejarias piloto,
aproximadamente de 600 a 5000 litros, porém com objetivos bem diferentes.
Esse tipo de instalação, chamada de pub brewery ou micro brewery nos países
de língua inglesa, tem como objetivo produzir cervejas próprias, com características
bem diferentes daquelas produzidas pelos grandes grupos cervejeiros.
Sua concepção técnica e comercial não objetiva reproduzir cervejas
preexistentes, nem prevê flexibilidades operacionais para a realização de ensaios ou
desenvolvimentos tecnológicos.
‚ Tecnologias Especiais:
Sistema High Gravity: este sistema consiste basicamente em produzir mosto
com uma densidade maior do que aquela com que os equipamentos preexistentes e
dentro do mesmo ritmo de produção, isto é, número de brassagens em 24 horas (
número de fabricações diárias de mosto ). A diluição da cerveja resultante, de modo a
colocá-la nas especificações normais, é feita em estágio posterior, isto é, na filtração
final do produto.
100
As vantagens e desvantagens desta tecnologia podem ser assim resumidas:
‚ Vantagens:
Ü maior eficiência no uso das instalações existentes de brassagem e adegas;
Ü menos energia gasta por hectolitro produzido;
Ü redução na mão-de-obra por hectolitro produzido.
‚ Desvantagens:
Ü requer equipamentos especiais para preparo da água e diluição da cerveja;
Ü necessita de adaptações quanto às matérias-primas utilizadas.
101
Aspectos vitais para a qualidade das cervejas:
Estabilidade do paladar: a estabilidade do paladar (flavour) é a preocupação
maior de todas as cervejarias que vendem suas cervejas em âmbito regional, nacional ou
internacional e que devem cada vez mais se preocupar em garantir, por períodos cada
vez mais longos, a qualidade de suas cervejas sob diferentes aspectos. São eles:
estabilidade do paladar, estabilidade coloidal e estabilidade biológica.
Da mesma forma que muitos alimentos, a cerveja não tem uma estabilidade
ilimitada. A deterioração da cerveja inicia-se, na verdade, no exato instante que a
cerveja é envasada, seja em latas, garrafas ou barris.
As medidas práticas para a melhor conservação do paladar são:
O teor de oxigênio dissolvido na cerveja deve ser menor que 0,1 mg/L medido
na entrada da máquina enchedora. O teor de ar no colo das garrafas deve ser menor do
que 2,0 mg / L.
A pasteurização deve ser bem controlada. As garrafas, na saída do pasteurizador,
não devem estar a uma temperatura alta (idealmente não mais que 25 ºC). A estocagem
e o transporte devem ser feitos a baixas temperaturas, o que não ocorre devido ao alto
custo.
Tomando-se estas precauções, pode-se esperar uma degradação mais lenta. Sem
estas precauções, a velocidade de deterioração se acelera significativamente. A idade
conduz inevitavelmente ao desenvolvimento de compostos indesejáveis que estão
presentes na cerveja fresca, embora em teor muito baixo, ou na forma de compostos
precursores.
Além do tempo, a temperatura de estocagem exerce influência marcante e,
particularmente, o oxigênio influencia no aparecimento do paladar envelhecido (stale
flavour), pois o oxigênio exerce um papel importante no equilíbrio das centenas de
compostos químicos existentes na cerveja. Nesse sentido, deve-se sempre lembrar que
as reações do oxigênio com compostos orgânicos ocorrem de maneira lenta.
A velocidade destas reações aumenta se houver aporte de energia externa. Esta
energia externa pode ser, por exemplo, uma elevação de temperatura ou a incidência de
energia luminosa.
Estabilidade Coloidal: uma cerveja recém filtrada, límpida e brilhante, após
envasada vai gradativamente perdendo sua limpidez e brilho. A cerveja, após sua
filtração, é brilhante mesmo resfriada a 0 ºC. No entanto, após algum tempo, nota-se a
formação de uma leve turvação quando se mergulha a garrafa em água gelada. Esta
102
turvação é designada “turvação a frio” e se redissolve quando a cerveja atinge a
temperatura de 20 ºC. Após um tempo mais longo de estocagem, a turvação aparece já à
temperatura ambiente. É a chamada “turvação permanente”. Com o correr do tempo esta
turvação vai evoluindo, eventualmente até o aparecimento de um sedimento na garrafa.
Esta evolução é um processo de envelhecimento natural. A velocidade do aparecimento
destas turvações varia significativamente de um caso a outro e esse fato preocupa
enormemente a indústria cervejeira.
Características das turvações coloidais:
Estas turvações são constituídas basicamente de dois componentes:
‚ fração de polifenóis;
‚ fração de proteínas.
Além destas frações, aparecem também, em menores proporções, outros
compostos como, por exemplo, carboidratos. Todos estes compostos são constituintes
naturais das cevadas, e por conseguinte, dos maltes. O aparecimento mais rápido ou
mais lento dessas turvações é influenciado por fatores que podem ser classificados em:
Fatores tecnológicos no processo de malteação e produção da própria cerveja:
‚ A qualidade da cevada, a germinação e a torrefação (maltaria);
‚ Processo de brassagem, particularmente a fervura do mosto;
‚ A retirada do tubo quente do mosto fervido (whirpool);
‚ Processo de maturação que deve ser longo e a baixa temperatura (-1ºC a
0ºC);
‚ A filtração deve ser feita a baixa temperatura (-1ºC a 0ºC );
‚ A incorporação de oxigênio à cerveja deve ser rigorosamente evitada;
‚ Contato com superfícies metálicas (cobre, ferro, estanho, alumínio).
Fatores Externos (cerveja já engarrafada):
Como fatores externos que influenciam a velocidade da formação das turvações
têm-se:
‚ Temperatura de estocagem:
A turvação se forma de 3 a 5 vezes mais rápida a 40 ºC do que a 25 ºC e de 10 a
30 vezes mais rápida a 60 ºC do que a 25 ºC. Abaixo de 25 ºC a turvação se forma cada
vez mais lentamente salvo quando a temperatura se aproxima de 0 ºC, quando então
acelera.
103
‚ Oxidação:
Quanto maior a oxidação (incorporação de oxigênio) maior a velocidade de
turvação. Uma forte oxidação pode acelerar ate 5 vezes este processo.
‚ Agitação:
A cerveja submetida a agitação chega a turvar 3 vezes mais rápido que a não
agitada. Transportes terrestres a longas distâncias prejudicam a estabilidade das
cervejas.
‚ Mudanças de temperatura:
Situações em que a cerveja é submetida a grandes variações de temperaturas, tais
como: a cerveja é gelada e depois trazida à temperatura ambiente, se repetidas, aceleram
o processo de turvação que rapidamente se torna permanente, produzindo a chamada
“cerveja choca”.
Evidentemente a conjugação de vários desses fatores acarreta conseqüências
mais rápidas e mais drásticas.
Tecnologia para a estabilização coloidal:
As cervejas contêm proteínas de diferentes complexidades e também polifenóis.
Estes dois componentes tendem a se combinar lentamente dando origem à turvação
coloidal. Esta turvação forma-se em grande parte durante as fases mais frias dos
processos de fermentação e maturação e é removida durante a filtração da cerveja.
Entretanto, no caso de ainda existirem suficientes quantidades de polifenóis e proteínas
solúveis na cerveja, as reações químicas prosseguem mesmo após a filtração.
As técnicas de estabilização objetivam reduzir a velocidade do aparecimento das
turvações, removendo os compostos que formam a turvação, ou tornando-os incapazes
de reagir e formar compostos insolúveis.
104
‚ Tratamento enzimático:esta técnica utiliza enzimas que atacam as proteínas
complexas, transformando-as em proteínas mais simples, que são incapazes
de reagir com os polifenóis, formando complexos insolúveis.
105
garrafas, que não deixam passar luz (solar ou de lâmpadas), com comprimento de onda
entre 350 e 550 nm, é que estão protegidas, quanto a este defeito.
106
movimentada ou servida para o consumo. A espuma, neste momento, se forma devido
ao gás carbônico contido no líquido que, em pequenas bolhas sobe no copo, uma vez
que na cerveja há substâncias dissolvidas que são capazes de formar pequenas bolhas
elásticas que seguram o gás, formando como que minúsculos balões. O material elástico
destas bolsas se compõe de uma mistura de várias substâncias, muitas delas ainda não
analisáveis.
Infelizmente, em cervejaria ocorre o fato de que os fatores que beneficiam uma
característica desejável freqüentemente agem no sentido oposto sobre outra
característica. Espuma e estabilidade coloidal são exemplos típicos deste fato, pois
grande estabilidade coloidal implica em baixa qualidade de espuma e vice-versa. Como
em várias outras situações, cabe ao cervejeiro conseguir o equilíbrio para a boa
apresentação de seu produto.
Amargor: o amargor de uma cerveja, na realidade, se compõe de fatores que
devem ser considerados separadamente:
Quantidade de amargor: pode ser medida analiticamente em laboratório e é de
difícil correção na pratica.
Qualidade de amargor: a qualidade do amargor depende de como são feitas as
adições de lúpulo durante a fervura do mosto.
O momento da adição dos lúpulos, bem como a quantidade adicionada em cada
etapa, tem conseqüências sobre o resultado final do amargor. A natureza dos lúpulos, se
de amargor ou aromáticos, também influencia.
As qualidades dos lúpulos utilizados, caso sejam lúpulos velhos, mal estocados,
oxidados, influenciam na qualidade do amargor.
Natureza do amargor: por vezes uma cerveja apresenta amargor que não é
proveniente dos lúpulos e que pode ter origem em diferentes fases do processo de
fabricação. Este amargor é mais bem descrito como adstringência e pode provir, por
exemplo, de excessiva lavagem do bagaço de malte objetivando melhores rendimentos
de fabricação, ou de um arraste de sedimentos do mosto para a etapa de fermentação.
Diacetil: é o responsável por um aroma e paladar que lembra manteiga. É
produzido naturalmente, durante a fermentação, pelo próprio metabolismo da levedura.
Portanto, todas as cervejas possuem diacetil, pois sua formação é natural.
Tendo em vista que este paladar não é considerado agradável, o que se objetiva é
manter o teor de diacetil abaixo do seu limite de percepção sensorial que, para cervejas
tipo Pilsen, é de 0,10 ppm.
107
Tecnologicamente, o que se tem é a formação de altos teores de diacetil durante
as primeiras fases da fermentação, atingindo cerca de 0,50 ppm. Na fase final a própria
levedura a reduz, gradativamente, a menos de 0,10 ppm, portanto a um nível aceitável
de sabor.
Infelizmente, sem maiores cuidados, é muito fácil, na prática, ultrapassar esse
valor máximo. O controle do diacetil implica em cuidados de fabricação bastante
rígidos.
Gushing: é a terminologia em inglês para o fenômeno que ocorre quando, ao se
abrir uma garrafa, a cerveja transborda espontaneamente, de maneira contínua e com
intensidade mais ou menos forte. É o que se chama de “cerveja selvagem”.
Trata-se de um problema cíclico, observado em cervejas produzidas de cevadas
colhidas em ambientes condições climáticas muito úmidas. As substancias responsáveis
pelo gushing são produzidas por várias espécies de fungos que, justamente, se
reproduziram devido à umidade excessiva. Nenhum teste rápido tem dado bons
resultados para prever esta ocorrência a partir do malte.
Para evitar este fenômeno devem-se tomar medidas preventivas, nas próprias
maltarias, das quais se destacam a secagem correta da cevada e as boas condições
sanitárias durante todo o processo de fabricação do malte.
É de se notar que certos tipos de características vão sendo mais perceptíveis à
medida que as cervejas vão se tornando mais leves, menos encorpadas.
Neste sentido, a redução de características, capazes de encobrir a presença de
outras, vai obrigando os aperfeiçoamentos constantes no processo de fabricação e nos
controles que lhe são inerentes.
Efeitos Fisiológicos da Cerveja:
Diurese: o efeito fisiológico das cervejas é nitidamente superior ao da água.
Vários grupos de compostos orgânicos (ácidos orgânicos, polifenóis e ácidos nucléicos)
que favorecem a diurese. A proporção entre potássio e sódio na cerveja, que e de 4:1, é
também responsável pelo seu efeito diurético.
Álcool: a cerveja é uma bebida alcoólica, que contem um teor de 3 a 4 %, e
quem pensa que por ser baixo é inofensivo, está considerando a questão de maneira
superficial. A questão está em que há bebedores que, em curto espaço de tempo,
ingerem grande quantidade de bebida, o que acarreta um teor de álcool elevado no
sangue. Ao lado do etanol, existem outros compostos voláteis, alguns dos quais
108
contribuem significativamente no efeito final de embriaguez e nas conseqüências daí
decorrentes.
Comparada com os vinhos e bebidas destiladas, a cerveja é a bebida que possui
teores mais baixos destes voláteis. Por outro lado, a oxidação do etanol da cerveja é 2
vezes mais rápida do que a do etanol de vinho e 7 vezes mais rápida do que a do etanol
do whisky.
A absorção do álcool para o sangue ocorre em média de 15 a 30 minutos se em
estado de jejum e de 1 a 3 horas se o estômago estiver cheio. O álcool é metabolizado a
uma velocidade de 100 mg / h por kg de peso corporal, ou seja, 7 g / h para um homem
de 70 kg.
Atividades da r otina do ger enciamento da pr odução:
A Fabricação é dividida em Moinho, Sala de Brassagem e Resfriamento de
mosto.
Sala de Brassagem: controle do processo de cozimento do malte (mosturação),
envolvendo:
‚ Preparo da água base para mosturação;
‚ Transferência do malte moído para a água base;
‚ Medição de pH do mosto inicial;
‚ Aquecimento do mosto para sacarificação;
‚ Verificação de açucaração do mosto;
‚ Medição do teor de açúcares dissolvidos;
‚ Filtração do mosto primário;
‚ Medição do extrato residual de açúcares dissolvidos;
‚ Transferência do mosto filtrado para a sala de brassagem;
‚ Controle dos parâmetros físicos e químicos, que são:
Ü Temperatura da água base entre 43 e 45 ºC;
109
Ü Extrato residual 0,5 - 1,0 º Plato;
110
A enzima amilase é responsável pela decomposição do amido em dois
procedimentos distintos:
‚ Liquefação do amido, pela alfa amilase;
‚ Açucararão pela beta amilase.
111
mede-e com o sacarômetro, sendo que o extrato residual deve estar entre 0,5 e 1,0 º P
que é 0,5 - 1,0 g / 100 g de mosto.
A fervura do mosto a 100 ºC com o lúpulo estabiliza sua composição, inativando
as amilases e proteases por causar coagulação das proteínas, que se precipitam em
flocos denominados Trub. O processo leva em torno de 2 horas.
Outros efeitos da fervura do mosto são a aromatização, a concentração, além da
caramelização de alguns açúcares. Também ocorrem diversas reações químicas entre os
componentes do mosto, como a coagulação de taninos.
O lúpulo é adicionado quando se atinge a temperatura de 90 ºC, pois os óleos
essenciais responsáveis pelo desenvolvimento do aroma são voláteis, podendo perder-se
na fervura. Nesta mesma temperatura é adicionado o complemento de açúcar HMS
(High Maltose) que é extraído do milho. Há necessidade de se adicionar HMS porque a
glicose produzida na sacarificação não é suficiente para se atingir o teor alcoólico
utilizado na etapa de fermentação.
O caramelo é adicionado apenas para corrigir a cor do mosto, porém não
influencia na concentração de açúcares.
Durante a fervura do mosto é feito o teste de turbibez, retira-se uma amostra de
100 mL, a mesma é diluída em balão volumétrico de 1000 mL e desta solução retira-se
aproximadamente 250 mL para o teste realizado no turbidímetro.
No final da fervura é feita a medição do pH que deve estar entre 5,1 e 5,3. A
medição do teor de açúcar do mosto pronto é feita com a utilização de sacarômetro e
deve estar entre 15,0 e 15,2 º P.
Para realizar a medição da cor, uma amostra do mosto é retirada da caldeira de
fervura, filtrada e transferida para uma cubeta. A mesma é colocada no colorímetro que
tem cores padrões, sendo assim a amostra é comparada, até se chegar à cor mais
próxima da amostra.
Após este procedimento o mosto pronto é transferido para o Resfriamento de
Mosto.
Resfriamento de Mosto: controle do processo de resfriamento do mosto
envolvendo:
1) Recebimento do mosto pronto da sala de brassagem;
2) Recebimento do mosto para decantação do Trub;
3) Resfriamento de mosto;
4) Transferência do mosto frio para Fermentação;
112
5) Controle dos parâmetros físicos e químicos:
‚ Tempo para decantação do Trub entre 20 e 30 minutos;
‚ Temperatura de resfriamento de 9 ºC a 12 ºC;
‚ Temperatura de água de resfriamento de 2 ºC a 4 ºC;
‚ Determinação e ajuste da concentração da solução de ácido nítrico;
‚ Determinação e ajuste da concentração da solução de soda cáustica;
6) Sanitização e limpeza, através do sistema CIP, de todas as instalações que têm
contato com o mosto ( Whirpool, tubulações e pecas);
7) Pedido e transporte de material e bombonas de acido nítrico concentrado no
almoxarifado;
8) Limpeza e troca de peças que não funcionam de acordo.
O resfriamento tem como objetivo:
‚ Fazer o abaixamento da temperatura do mosto de aproximadamente 95 ºC
até temperatura entre 9 ºC e 12 ºC, dependendo do tipo de cerveja, ou seja,
resfriar até a temperatura correta de início de fermentação;
‚ Eliminação dos constituintes do mosto que são produtores de turbidez,
separação do trub (material sólido em suspensão no mosto);
‚ Aeração adequada do mosto de maneira estéril e com conteúdo correto de
oxigênio, para permitir que a levedura atue devidamente.
113
A assepsia é importante em todas as etapas do processo, porém no resfriamento
de mosto sua importância é dobrada, porque os riscos de contaminação são muito
maiores, devido à temperatura baixa do mosto que proporciona uma fácil contaminação
microbiológica. Sendo assim, há a necessidade de uma circulação com soda cáustica e
acido nítrico em toda a tubulação por onde passará o mosto frio, que é chamada de
circulação CIP (cleaning in place). A freqüência com que se realiza este processo é a
cada 5 fabricações.
114
B. Definições da NORMA ANSI/ISA S88.01:
Neste anexo são apresentadas as definições encontradas na primeira parte da
norma internacional ANSI/ISA S88.01.
Alocação: Uma forma de controle de coordenação que vincula um recurso a
uma batelada ou a uma unidade.
NOTA – Uma alocação pode se referir a um recurso ou a uma parte de um
recurso.
Arbitragem: Uma forma de controle de coordenação que determina como um
recurso deverá ser alocado quando existem mais requisições deste recurso que podem
ser acomodadas em um dado tempo.
Ár ea: Um componente de um sítio de manufatura em bateladas que é
identificado pela segmentação física, geográfica ou lógica dentro deste sítio.
NOTA – Uma área pode conter células de processo, unidades, módulos de
equipamento e módulos de controle.
Contr ole básico: Controle que é dedicado a estabelecer e manter um estado
específico de um equipamento ou condição de processo.
NOTA - Controle básico pode incluir controle regulatório, intertravamento,
monitoramento, manipulação de exceção e controle discreto ou seqüencial.
Batelada:
1.) O material que está sendo produzido ou que foi produzido pela simples
execução de um processo em bateladas.
2.) Uma entidade que representa a produção de um material em qualquer ponto
do processo.
NOTA – Lote significa tanto o material, pronto ou durante o processamento,
quanto a entidade que representa a produção daquele material. Neste último sentido,
batelada é usada como “a produção de um lote.”.
Contr ole de batelada: Atividades de controle e funções de controle que
provêem um meio de processar uma quantidade finita de insumos submetendo-os a um
conjunto ordenado de atividades de processamento por um período finito de tempo,
utilizando uma ou mais peças de equipamento.
Pr ocessamento de batelada: Um processo que leva à produção de quantidades
finitas de material pela submissão de quantidades de insumos a um conjunto ordenado
de atividades de processamento por um período finito de tempo, utilizando uma ou mais
peças de equipamento.
115
Agendamento de batelada: Uma lista de lotes a serem produzidos em uma
célula de processo específica.
NOTA – O agendamento de uma batelada contém tipicamente informações tais
como, o que será produzido, quanto deverá ser produzido, quando ou em que ordem os
lotes devem ser produzidos e que equipamentos deverão ser utilizados.
Recur so comum: Um recurso que pode prover serviços a mais de um
requisitante.
NOTA – Recursos comuns são identificados ou como recursos de uso exclusivo
ou como recursos de uso compartilhado (3.22 e 3.54).
Módulo de contr ole: O mais baixo nível de agrupamentos de equipamentos no
modelo físico que podem realizar controle básico.
NOTA – Este termo se aplica tanto ao equipamento físico quanto à entidade
equipamento.
Receita de contr ole: Um tipo de receita que, através da sua execução, define a
manufatura de um lote simples de um produto específico.
Contr ole de coor denação: Um tipo de controle que direciona, inicia e/ou
modifica a execução de controle procedural e a utilização de entidades equipamento.
Empr esa: Uma organização que coordena a operação de um ou mais sítios.
Controle de equipamento: A funcionalidade específica de um equipamento que
provê a capacidade real de controle em uma dada entidade equipamento, incluindo
controle procedural, controle básico e controle de coordenação, e que não é parte básica
de uma receita.
Entidade equipamento: Uma coleção de equipamentos de processamento físico
e de controle agrupados para executar certa função de controle ou um conjunto de
funções de controle.
Módulo de equipamento: Um agrupamento funcional de equipamentos que
executam um número finito de atividades mínimas de processo.
NOTAS:
1. Um módulo de equipamento está tipicamente centrado ao redor de uma parte
de um equipamento de processo (um tanque de pesagem, um aquecedor de processo, um
escovador, etc.). Este termo se aplica tanto ao equipamento físico quanto à entidade
equipamento.
2. Exemplos de atividade mínima de processo são dosagem e pesagem.
116
Oper ação de equipamento: Uma operação que é parte do controle de um
equipamento.
Fase de equipamento: Uma fase que é parte do controle de um equipamento.
Pr ocedimento de equipamento: Um procedimento que é parte do controle de
um equipamento.
Pr ocedimento de unidade de equipamento: Um procedimento de unidade que
é parte do controle de um equipamento.
Manipulações de exceção: Aquelas funções que lidam com contingências em
plantas ou processos e outros eventos que ocorrem fora do comportamento normal ou
desejado de um controle de batelada.
Recurso de uso exclusivo: Um recurso comum, o qual apenas um usuário pode
utilizar em um dado tempo.
Fór mula: Uma categoria de informação sobre receita que inclui as entradas de
processo, os parâmetros de processo e as saídas de processo.
Receita genér ica: Um tipo de receita que expressa requisitos de processo
independentes de equipamentos e de sítios.
Cabeçalho: Informação a respeito do propósito, da fonte e da versão da receita,
tais como identificação do produto, criador e data de emissão da receita.
ID: Um identificador único para o processamento de uma batelada, do lote,
operador, técnicos e insumos brutos.
Linha, trem: Veja definição de trem.
Lote: Uma quantidade única de material tendo um conjunto de traços comuns.
NOTA: Alguns exemplos de traços comuns são a fonte de material, a receita
mestra utilizada para produzir o material e as propriedades físicas distintas do mesmo.
Receita mestr a: Um tipo de receita que leva em conta capacidades de
equipamentos e pode incluir informações específicas de células.
Modo: A maneira pela qual a transição de funções seqüenciais é executada
dentro de um elemento procedural ou a acessibilidade para manipular os estados de
uma entidade equipamento manualmente ou por outros tipos de controle.
Oper ação: Um elemento procedural definindo uma atividade independente de
processamento sendo constituída pelo algoritmo necessário para inicialização,
organização e controle das fases.
Caminho, r ota: A ordem dos equipamentos dentro da célula de processo que
está sendo utilizado ou será utilizado para a produção de um lote específico.
117
Pr oteção pessoal e ambiental:
A atividade de controle que: previne a ocorrência de eventos que levariam ao
processo reagir de forma que iria por em risco a segurança pessoal e/ou danificar o meio
ambiente; e/ou adota medidas adicionais, tais como partir equipamentos que estavam
em estado de espera para prevenir uma condição anormal de evoluir para um estado
mais indesejável que iria por em risco a segurança pessoal e/ou danificar o meio
ambiente.
Fase: O mais baixo nível de elemento procedimental no modelo de controle
procedimental.
Contr ole pr ocedimental: Controle que direciona ações orientadas a
equipamento para ocorrer em uma seqüência ordenada de forma a realizar alguma tarefa
orientada a processo.
Elemento pr ocedimental: Um bloco construtivo para controle procedimental
que é definido pelo modelo de controle procedimental.
Pr ocedimento: A estratégia para executar um processo.
NOTA - Em geral, isto se refere à estratégia de fazer uma batelada dentro de
uma célula de processo. Pode também se referir ao processo que não resulta na obtenção
de um produto, como por exemplo, um processo de limpeza de equipamento em linha.
Pr ocesso: Uma seqüência de atividades físicas, químicas ou biológicas para
conversão, transporte ou armazenamento de material ou energia.
Ação de pr ocesso: Atividades mínimas de processamento que são combinadas
para compor uma operação de processo.
NOTA – Ações de processo são o menor nível de atividade de processamento
dentro de um modelo de processo.
Célula de pr ocesso: Um agrupamento lógico de equipamentos que inclui os
equipamentos necessários para a produção de uma ou mais bateladas. Isso define a
abrangência dos controles lógicos de um conjunto de equipamentos de processo dentro
da área.
NOTA – O termo se aplica tanto aos equipamentos físicos quanto às entidades
equipamento.
Controle de processo: A atividade de controle que inclui as funções de controle
necessárias para prover controle seqüencial, regulatório e discreto e para adquirir e
apresentar dados.
118
Entr ada de pr ocesso: A identificação e a quantidade de insumos ou outros
recursos necessários para a confecção de um produto.
Ger enciamento de pr ocesso: A atividade de controle que inclui as funções de
controle necessárias para gerenciar a produção de uma batelada dentro de uma célula de
processo.
Oper ação de pr ocesso: Uma macro atividade de processo que usualmente
resulta em mudanças físicas ou químicas no material sendo processado e que é definida
sem considerar a real configuração dos equipamentos necessários.
Saída de processo: A identificação e a quantidade de materiais ou energia que
se espera resultar de uma receita de controle.
Par âmetr os de pr ocesso: As informações que são necessárias para processar
um material, mas que não se enquadram nem como entradas de processo nem como
saídas de processo.
NOTA – Exemplos de parâmetros de processo são: temperatura, pressão e
tempo.
Estágio de pr ocesso: Uma parte de um processo que usualmente opera de forma
independente de outras partes do processo e que usualmente resulta em uma seqüência
planejada de mudanças físicas ou químicas no material sendo processado.
Receita: O conjunto necessário de informações que define de forma única os
requisitos de produção para um produto específico.
NOTA – Existem quatro tipos de receitas definidas na norma: A receita
genérica, a receita específica, a receita mestra e a receita de controle.
Ger enciamento de r eceita: A atividade de controle que inclui as funções de
controle necessárias para criar, armazenar e manter as receitas genéricas, as receitas
específicas e as receitas mestras.
Oper ação de r eceita: Uma operação que é parte de um procedimento de receita
em uma receita mestra ou de controle.
Fase da r eceita: Uma fase que é parte de um procedimento de receita em uma
receita mestra ou de controle.
Pr ocedimento de r eceita: A parte da receita que define a estratégia de produção
de um lote.
Pr ocedimento de unidade de r eceita: Um procedimento de unidade que é parte
de um procedimento de receita em uma receita mestra ou de controle.
119
Recur so de uso compar tilhado: Um recurso de uso comum que pode ser
utilizado por mais de um usuário em um dado tempo.
Sítio: Um componente de uma empresa de confecção em batelada que é
identificado por uma segmentação física, geográfica ou lógica dentro da empresa.
NOTA – Um sítio pode conter áreas, células de processo, unidades, módulos de
equipamentos e módulos de controle.
Receita de sítio: Um tipo de receita que é específica para um sítio.
NOTA – Receitas de sítio podem ser derivadas de receitas genéricas
reconhecendo peculiaridades locais, tais como idioma e disponibilidade de insumos.
Estado: A condição de uma entidade equipamento ou de um elemento
procedural em um dado instante.
Rota, caminho: Ver definição de caminho.
Trem, linha: Um conjunto de uma ou mais unidades e agrupamentos de
equipamentos de mais baixo nível associados que tem a capacidade para ser utilizado
para confeccionar um lote de material.
Unidade: Uma coleção de módulos de controle associados e/ou módulos de
equipamento e outros equipamentos de processo nos quais uma ou mais atividades
maiores de processamento podem ser conduzidas.
NOTA - Presume-se que unidades operem em uma batelada por vez. Unidades
operam de forma relativamente independente uma da outra.
Este termo se aplica tanto ao equipamento físico quanto à entidade equipamento.
Exemplos de atividades maiores de processamento são reagir, cristalizar e fazer
uma solução.
Pr ocedimento de unidade: A estratégia de realizar processos contíguos dentro
de uma unidade. Consiste em operações contíguas e o algoritmo necessário para
inicialização, organização e controle destas operações.
Receita unitár ia: A parte de uma receita de controle que define de forma única
os requisitos de produção contígua para a unidade.
NOTA – A receita de unidade contém os procedimentos de unidade e suas
fórmulas relacionadas, cabeçalhos, requisitos de equipamentos e outras informações.
Supervisão de unidade: A atividade de controle que inclui as funções de
controle necessárias para supervisionar uma unidade e seus recursos.
120
C. Descrição do Equipamento de Teste – Gerador NOISE:
Neste anexo, estão apresentadas de forma concisa as informações que compõe o
GERADOR NOISE.
Conforme visto na figura nº. 44, temos a identificação dos terminais e botoeiras
que compõe o painel frontal do Gerador de Ruídos - NOISE.
Onde:
(1) Volt ADJ – Controle que nos permite ajustar o nível do pulso de tensão.
(2) Volt SELECT – Seleciona a faixa de tensão do pulso nas faixas de 0 à 200V ou
0 à 2000V.
(3) POWER – Botão que permite ligar ou desligar o gerador.
(4) POLARITY SELECT – Botão que seleciona se o pulso tem que ser positivo (+)
ou negativo (-).
(5) LINE PHASE SELECT – Botão que seleciona o sincronismo do pulso com a
fase da rede elétrica.
121
(6) TRIGGER SELECT – Botão para selecionar os modos de trigger, descritos
abaixo (parte externa do botão):
‚ EXT (chave para a esquerda) – Utilizado quando queremos executar um
sincronismo externo, com o limite máximo de 100 Hz.
‚ VARI FREQ (chave na posição central) – Utilizamos o oscilador interno
para o sincronismo do pulso de tensão na freqüência de 28 a 100 Hz.
‚ LINE PHASE (chave para a direita) – Utilizado para sincronizar o pulso
com a rede na freqüência de 50 ou 60 Hz.
(7) VARIABLE FREQ – Usado para selecionar a freqüência do pulso (parte interna
do botão). Valido somente quando o TRIGGER SELECT estiver na posição
VARI FREQ.
(8) EXT TRIGGER – Terminal para a entrada do pulso de trigger externo.
(9) EXT TRIGGER – Botão para gerar um pulso.
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Já na figura nº. 45, podemos melhor identificar os terminais e conectores que
compõe o painel traseiro do Gerador de Ruídos - NOISE.
Onde:
(24) LINE IN – Quando esta chave está para cima permite a entrada do trifásico ao
gerador.
(25) CONECTOR PARA A ENTRADA DO TRIFÁSICO AO GERADOR.
(26) TERMINAL TERRA.
(27) FUSÍVEL DE 2A.
(28) CONECTOR DE ALIMENTAÇÃO DO GERADOR.
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