Funcoes Executivas PHDA PDF
Funcoes Executivas PHDA PDF
Funcoes Executivas PHDA PDF
U N IV ER S ID A DE F ER N AN DO P ES S O A
P OR TO 2011
II
M A R IA I S A B E L Q U E IR ÓS M AG NO DE M ES QU ITA
U N IV ER S ID A DE F ER N AN DO P ES S O A
P OR TO 2011
III
© 2011
IV
M A R IA I S A B E L Q U E IR ÓS M AG NO DE M ES QU ITA
V
RESUMO
VI
No Estudo II, o instrumento Tartaruga da Ilha foi administrado a 133 crianças entre os
6 e os 10 anos de idade. Os principais resultados demonstram que a fluência verbal, a
atenção simples e de 1º e 2º níveis de complexidade, a memória simples e de 1º nível de
complexidade, o planeamento, a teoria da mente, a compreensão da ironia, a decisão
emocional e o direccionamento se tornam mais eficientes com a idade.
VII
ABSTRACT
VIII
Emotional Executive Functions Interaction (drive). Results support satisfactory
psychometric features concerning validity and sensitivity issues.
Finally, on Study III, executive system functioning was analyzed within 62 children,
half of them presenting Attention Deficit Hyperactivity Disorder, and the other half
showing no noticeable disorder. Results point out that children with the disorder have a
lower performance level in Executive Functions dimensions of verbal fluency, plain and
complex attention (1st and 2nd complexity levels), basic and complex memory (1st and
2nd complexity levels), planning and emotional decision. There were found no
performance differences on theory of mind, irony comprehension and flexibility
dimensions, in agreement with the hypothesis of a specific executive functioning
constellation in children with Attention Deficit Hyperactivity Disorder.
IX
RÉSUMÉ
X
émotionnelle), et Interaction entre Fonctions Cognitives et Émotionnelles
(directionnement). Les résultats en mettent en évidence des qualités psychométriques
satisfaisantes pour ce qui est de validité et de sensibilité.
Dans l'étude II, l’instrument Tartaruga da Ilha a été administré à 133 enfants âgés de 6
à 10 ans. Les résultats principaux démontrent que la facilité verbale, l’attention simple
et celle du premier et du deuxième niveaux de complexité, la mémoire simple et celle du
premier niveau de complexité, le planning, la théorie d'esprit, la compréhension de
l'ironie, la décision émotionnelle et le directionnement deviennent plus efficients avec
l'âge.
À la fin, dans l'Étude III, le fonctionnement du système exécutif a été analysé chez 62
enfants, dont la moitié ayant le Trouble Déficitaire de l'Attention avec Hyperactivité, et
moitié sans perturbation diagnostiquée. Les résultats montrent que les enfants ayant le
désordre présentent un accomplissement significativement plus bas aux Fonctions
Exécutives de facilité verbale, attention simple et complexe (premier et deuxième
niveaux de complexité), mémoire simple et complexe (premier et deuxième niveaux de
complexité), planning et décision émotionnelle. Nous n’avons pas trouvé de différences
d’accomplissement dans les épreuves de théorie d'esprit, compréhension de l'ironie et
flexibilité, ce qui nous accorde l'hypothèse d'une constellation spécifique de
fonctionnement exécutif chez les enfants ayant Trouble Déficitaire de l'Attention avec
Hyperactivité.
XI
DEDICATÓRIA
Para ti, D., pela doçura dos teus gestos e do teu coração, e
pela admiração que despertas em quantos te conhecem;
XII
AGRADECIMENTOS
E por fim,
XIII
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................... 1
XIV
7.2. Resultados ................................................................................................................................. 123
7.3. Discussão ................................................................................................................................... 130
8. ESTUDO III - ORGANIZAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PHDA ............................................ 135
8.1. Método ....................................................................................................................................... 136
8.2. Resultados ................................................................................................................................. 138
8.3. Discussão ................................................................................................................................... 143
CONCLUSÕES................................................................................................................................................ 146
BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................................... 149
ANEXO I - Consentimentos informados dos Encarregados de educação ............................................. 178
ANEXO II - Questionário aos Professores (Q.P.) ................................................................................... 180
XV
ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 1 - DIMENSOES COGNITIVAS (À ESQUERDA) E EMOCIONAIS (À DIREITA) DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS ..................... 12
XVI
ÍNDICE DE QUADROS
QUADRO 5 - PROVAS DE FUNÇÕES EXECUTIVAS CONSTRUÍDAS / ADAPTADAS PARA CRIANÇAS PORTUGUESAS, POR
IDADE, DIMENSÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS E AUTORES ............................................................................... 61
QUADRO 6 – CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DO ESTUDO I, QUANTO À IDADE, AO SEXO, AO NSE E À REGIÃO ................... 79
QUADRO 8 – NÚMERO DE PEDRAS DE CADA TIPO POR NÍVEIS DE PROGRESSÃO PERMITIDOS, E TOTAL, NO TESTE DE
PLANEAMENTO ....................................................................................................................................... 90
QUADRO 9 – REGRA E CUSTO / BENEFÍCIO ASSOCIADO A CADA JOGADA, NO TESTE DE DECISÃO EMOCIONAL ...................... 94
QUADRO 10 - NÚMERO DE PEDRAS DE CADA TIPO POR NÍVEIS DE PROGRESSÃO PERMITIDOS, E TOTAL, NO TESTE DE
DECISÃO EMOCIONAL .............................................................................................................................. 95
QUADRO 11 – ANÁLISE DA APLICABILIDADE DO MODELO FACTORIAL ATRAVÉS DE KMO E TESTE DE BARTLETT ................. 103
QUADRO 12 – TOTAL DE VARIÂNCIA EXPLICADA PELOS COMPONENTES PRINCIPAIS ENCONTRADOS, SOLUÇÃO INCIAL
E APÓS ROTAÇÃO .................................................................................................................................. 104
QUADRO 13 – MATRIZES DE COMPONENTES PRINCIPAIS (3) NAS SOLUÇÕES INICIAL E COM ROTAÇÃO, PARA CADA
UMA DAS PROVAS DO INSTRUMENTO ........................................................................................................ 105
QUADRO 14 – CORRELAÇÃO ENTRE A PROVA DE FLUÊNCIA VERBAL (ANIMAIS E PALAVRAS - FV) E O TESTE FAS .............. 106
QUADRO 15 – CORRELAÇÃO ENTRE AS PROVAS DE ATENÇÃO E O TESTE STROOP, SENDO RETIRADAS DA ANÁLISE AS
CRIANÇAS DE 1º ANO ............................................................................................................................. 107
QUADRO 16 – CORRELAÇÃO ENTRE A PROVA ANIMAIS DISFARÇADOS 2 E O TESTE TRAIL MAKING ................................. 107
XVII
QUADRO 17 – CORRELAÇÃO ENTRE A PROVA DE PLANEAMENTO (JOGO I) E O RESULTADO NO TESTE TORRE DE
HANOI ................................................................................................................................................ 108
QUADRO 30 – MÉDIAS E RESPECTIVOS DESVIOS-PADRÃO (ENTRE PARÊNTESIS) DAS PROVAS DE ATENÇÃO, POR
GRUPO DE IDADE .................................................................................................................................. 125
QUADRO 31 - MÉDIAS E RESPECTIVOS DESVIOS-PADRÃO (ENTRE PARÊNTESIS) DAS PROVAS DE MEMÓRIA, POR
GRUPO DE IDADE .................................................................................................................................. 125
XVIII
QUADRO 33 - MÉDIAS E RESPECTIVOS DESVIOS-PADRÃO (ENTRE PARÊNTESIS) DAS PROVAS DE TEORIA DA MENTE,
POR GRUPO DE IDADE ............................................................................................................................ 127
QUADRO 38 – MÉDIAS E RESPECTIVOS DESVIOS PADRÃO POR GRUPO PARA A PROVA DE FLUÊNCIA VERBAL ..................... 138
QUADRO 39 - MÉDIAS E RESPECTIVOS DESVIOS PADRÃO (ENTRE PARÊNTESIS) POR GRUPO PARA AS PROVAS DE
ATENÇÃO ............................................................................................................................................ 139
QUADRO 40 - MÉDIAS E RESPECTIVOS DESVIOS PADRÃO (ENTRE PARÊNTESIS) POR GRUPO PARA AS PROVAS DE
MEMÓRIA ........................................................................................................................................... 139
QUADRO 41 - MÉDIAS E RESPECTIVOS DESVIOS PADRÃO POR GRUPO PARA A PROVA DE PLANEAMENTO ......................... 140
QUADRO 42 - MÉDIAS E RESPECTIVOS DESVIOS PADRÃO (ENTRE PARÊNTESIS) POR GRUPO PARA AS PROVAS DE
TEORIA DA MENTE ................................................................................................................................ 140
QUADRO 43 - MÉDIAS E RESPECTIVOS DESVIOS PADRÃO POR GRUPO PARA A PROVA DE COMPREENSÃO DA IRONIA........... 141
QUADRO 44 - MÉDIAS E RESPECTIVOS DESVIOS PADRÃO POR GRUPO PARA A PROVA DE DECISÃO EMOCIONAL ................ 141
QUADRO 45 - MÉDIAS E RESPECTIVOS DESVIOS PADRÃO (ENTRE PARÊNTESIS) POR GRUPO PARA AS PROVAS DE
DIRECCIONAMENTO .............................................................................................................................. 142
XIX
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
INTRODUÇÃO
____________________________________________________________________________________
INTRODUÇÃO
1
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
INTRODUÇÃO
____________________________________________________________________________________
Foi neste contexto que surgiu o presente trabalho, o qual se organiza em oito módulos
fundamentais: (1) Análise conceptual das Funções Executivas, compreendendo uma
perspectiva desenvolvimental; (2) Neuropsicologia das Funções Executivas,
perspectivando o estado actual da investigação da relação cérebro/mente na construção
do funcionamento executivo, (3) Avaliação neuropsicológica das Funções Executivas
(4) Avaliação das Funções Executivas na infância, (5) Funcionamento executivo na
criança com PHDA, (6) Estudo das qualidades psicométricas de instrumento de Funções
Executivas para crianças, (7) Caracterização das Funções Executivas em idade escolar,
e (8) Investigação das diferenças no funcionamento executivo das crianças com e sem
PHDA.
2
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
INTRODUÇÃO
____________________________________________________________________________________
1
Dois manuscritos relativos aos três estudos deste trabalho encontram-se em finalização para
submissão à Developmental Neuropsychology.
3
1. AS FUNÇÕES EXECUTIVAS: ASPECTOS
CONCEPTUAIS E NEUROPSICOLÓGICOS
4
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
1. AS FUNÇÕES EXECUTIVAS: ASPECTOS CONCEPTUAIS E NEUROPSICOLÓGICOS
____________________________________________________________________________________
5
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
1. AS FUNÇÕES EXECUTIVAS: ASPECTOS CONCEPTUAIS E NEUROPSICOLÓGICOS
____________________________________________________________________________________
6
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
1. AS FUNÇÕES EXECUTIVAS: ASPECTOS CONCEPTUAIS E NEUROPSICOLÓGICOS
____________________________________________________________________________________
No entanto, nos anos 90 do séc. XX, decorrente de estudos sobre a emoção, começa a
colocar-se a hipótese de a regulação do indivíduo depender não apenas das funções
enunciadas, e actualmente denominadas de frias, ou cognitivas, mas também de outras
mais quentes, ou emocionais. Estas funções referem-se à capacidade de tomar decisões
sobre aspectos que têm consequências emocionalmente relevantes, ou seja, à capacidade
de controlar a acção por forma a obter resultados finais vantajosos para o organismo. A
investigação levada a cabo por Metcalfe e Mischel (1999), Bechara et al. (2000) e
Zelazo e Müller (2002), por exemplo, permitiram assim subordinar as dimensões da
tomada de decisão emocional, pensamento social e auto-regulação comportamental ao
sistema executivo do indivíduo.
7
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
1. AS FUNÇÕES EXECUTIVAS: ASPECTOS CONCEPTUAIS E NEUROPSICOLÓGICOS
____________________________________________________________________________________
Controlo da Atenção
Este processo diz respeito à capacidade de decidir o foco ou os focos da atenção. Uma
das modalidades deste processo é a atenção selectiva (e.g. Posner & Snyder, 1975), que
consiste na possibilidade de dar atenção a um estímulo em particular, na presença de
outros que competem pela atenção. Outro destes processos designa-se por atenção
dividida, ou a captação de informação de várias fontes em simultâneo. Para o
funcionamento executivo contribui ainda a atenção alternada, a qual permite mudar
sucessivamente o foco atencional entre dois estímulos. De sublinhar que em todas as
formas de atenção se torna necessário exercer um controlo activo sobre o mecanismo de
focalização sensorial e de captação de informação, recorrendo à inibição dos estímulos
do ambiente interno ou externo que, partilhando os sistemas sensorial e mental,
competem pelo foco da atenção.
Flexibilidade Cognitiva
Memória Operatória
8
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
1. AS FUNÇÕES EXECUTIVAS: ASPECTOS CONCEPTUAIS E NEUROPSICOLÓGICOS
____________________________________________________________________________________
9
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
1. AS FUNÇÕES EXECUTIVAS: ASPECTOS CONCEPTUAIS E NEUROPSICOLÓGICOS
____________________________________________________________________________________
Pensamento Social
Auto-regulação
10
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
1. AS FUNÇÕES EXECUTIVAS: ASPECTOS CONCEPTUAIS E NEUROPSICOLÓGICOS
____________________________________________________________________________________
11
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
1. AS FUNÇÕES EXECUTIVAS: ASPECTOS CONCEPTUAIS E NEUROPSICOLÓGICOS
____________________________________________________________________________________
CONTROLO DA ATENÇÃO
PENSAMENTO SOCIAL
(atenção selectiva, atenção dividida,
atenção alternada) (meta-cognição, teoria
da mente, compreensão
da ironia)
FLEXIBILIDADE COGNITIVA
(mudança de estratégia, transferência de
conceitos, fluência verbal, resolução
criativa de problemas) TOMADA DE DECISÃO
com base em informação
emocional
MEMÓRIA OPERATÓRIA
(capacidade de processamento em vários
níveis de complexidade)
AUTO-REGULAÇÃO
(ajustamento da intensidade
da resposta emocional,
inibição do comportamento,
ORIENTAÇÃO PARA OBJECTIVOS extinção de respostas,
(planeamento, inibição de resposta ajustamento perante
automática) feedback)
12
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
1. AS FUNÇÕES EXECUTIVAS: ASPECTOS CONCEPTUAIS E NEUROPSICOLÓGICOS
____________________________________________________________________________________
13
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
1. AS FUNÇÕES EXECUTIVAS: ASPECTOS CONCEPTUAIS E NEUROPSICOLÓGICOS
____________________________________________________________________________________
não apenas o acesso mnésico permanente à informação, mas uma regulação sistemática
da sua conduta (cf. Grafman, 2002). Ao contrário dos modelos anteriores, a tónica
destes modelos de representações mentais é colocada no direccionamento para a acção e
para os objectivos.
Modelos Especializados
14
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
1. AS FUNÇÕES EXECUTIVAS: ASPECTOS CONCEPTUAIS E NEUROPSICOLÓGICOS
____________________________________________________________________________________
Aos avanços na investigação com crianças com lesão adquirida aduziram-se os recentes
estudos de nível de activação usando técnicas de neuroimagem, através dos quais foi
possível construir modelos de desenvolvimento das Funções Executivas ao longo da
infância. Os actuais modelos permitem compreender e subordinar os diferentes
componentes das Funções Executivas: a memória, a auto-consciência, a auto-percepção
das emoções, e o sentido da continuidade da experiência convergem num sistema que
proporciona ao indivíduo um sentido global do seu estado afectivo, bem como uma
incursão ao estado emocional dos outros (teoria da mente), e ainda uma teorização
subjectiva a respeito de como o seu estado afectivo se poderá alterar em determinadas
circunstâncias, adjuvando à construção de um plano de acção, orientado para uma tarefa
ou para um futuro.
15
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
1. AS FUNÇÕES EXECUTIVAS: ASPECTOS CONCEPTUAIS E NEUROPSICOLÓGICOS
____________________________________________________________________________________
16
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
1. AS FUNÇÕES EXECUTIVAS: ASPECTOS CONCEPTUAIS E NEUROPSICOLÓGICOS
____________________________________________________________________________________
O Princípio da Aprendizagem
17
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
1. AS FUNÇÕES EXECUTIVAS: ASPECTOS CONCEPTUAIS E NEUROPSICOLÓGICOS
____________________________________________________________________________________
As funções descritas, mais cognitivas ou frias (Metcalfe & Mischel, 1999; Zelazo &
Müller, 2002) estabelecem-se sob a gestão das zonas dorso-laterais do Córtex Pré-
frontal (cf. Figura 2), o que pode ser confirmado através dos défices exibidos por
indivíduos com lesões cerebrais nessa área (e.g., Grattan & Eslinger, 1992; Stuss &
Benson, 1986), bem como em estudos de Ressonância Magnética Funcional que
demonstram uma acentuada activação pré-frontal em sujeitos aquando da realização de
testes que avaliam as Funções Executivas (e.g., Becker, Isaac & Hynd, 1987; Morris,
Ahmed, Syed & Toone, 1993).
18
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
1. AS FUNÇÕES EXECUTIVAS: ASPECTOS CONCEPTUAIS E NEUROPSICOLÓGICOS
____________________________________________________________________________________
Córtex Pré-frontal
Dorsolateral
Córtex Pré-frontal
Ventromedial /orbitofrontal
19
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
1. AS FUNÇÕES EXECUTIVAS: ASPECTOS CONCEPTUAIS E NEUROPSICOLÓGICOS
____________________________________________________________________________________
20
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS
FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
21
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
____________________________________________________________________________________
22
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
____________________________________________________________________________________
23
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
____________________________________________________________________________________
24
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
____________________________________________________________________________________
25
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
____________________________________________________________________________________
Os resultados de diversos estudos (e.g. Reiss, 1996) concluem pelo aumento substancial
do volume cerebral até aos 5 anos de idade, sendo parca a alteração volumétrica após
essa idade. O volume global geral estabiliza-se nessa idade, sendo 10% maior no sexo
masculino (ibidem). Contudo, a partir dos 5 anos, assiste-se a uma alteração no volume
relativo entre a substância cinzenta e a substância branca, com um incremento desta ao
longo dos anos de transição para a adolescência (Hüppi et al., 1998). Os actuais
métodos de mapeamento estatístico indicam uma acentuação destas modificações
volumétricas nas regiões frontais (Giedd et al., 1999).
26
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
____________________________________________________________________________________
27
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
____________________________________________________________________________________
28
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
____________________________________________________________________________________
29
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
____________________________________________________________________________________
A teoria da Complexidade Cognitiva e Controlo (Zelazo, Frye, & Rapus, 1996) efectua
um paralelismo entre os níveis de complexidade aceites pela mente da criança e a sua
posição etária. A particularidade desta teoria consiste na possibilidade de mensurar o
nível de desenvolvimento da criança, de acordo com o número de regras que a mesma
pode integrar numa mesma actividade. Uma tarefa de classificação simples (e.g. “coloca
objectos azuis aqui, amarelos ali”) situa a criança que a consegue executar num nível de
desenvolvimento inferior ao da criança que já consegue, além disso, integrar duas regras
(e.g. “coloca objectos azuis aqui e amarelos ali se usas a cor; e coloca carros aqui e
flores ali, se usas a forma”).
Este modelo tem ainda a vantagem de apresentar uma incursão ao mecanismo pelo qual
se processa a evolução da criança. A constante reentrada de informação, com reflexão
consciente sobre a mesma, desenvolve o nível de complexidade da mente da criança.
Trata-se de um processo progressivo em que a criança, gradualmente, com o avançar da
idade, vai adquirindo e desenvolvendo aspectos específicos das funções executivas.
Apresenta-se, de seguida, uma síntese das principais Funções Executivas adquiridas, por
faixa etária.
30
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
____________________________________________________________________________________
Também os estudos que analisam a capacidade de seguir regras revelam que, até cerca
dos 32 meses, as crianças já dominam o processo de classificação. Numa investigação
levada a cabo por Zelazo, Reznick e Pinon (1995), na qual se pedia a crianças de 30 e de
32 meses para colocarem imagens de objectos que se encontravam no interior de uma
casa numa caixa, e objectos que se encontravam no exterior de uma casa noutra caixa,
verificou-se que elas eram capazes de responder correctamente a questões como “a
cama vai para dentro ou para fora da casa?”. Tais resultados sugerem que nestas idades
já é possível fazer uso da memória operatória, atenção e flexibilidade de pensamento no
âmbito do direccionamento para um objectivo.
31
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
____________________________________________________________________________________
No que diz respeito à teoria da mente, considera-se que esta segue uma trajectória de
desenvolvimento paralela à do controlo inibitório (Posner, Rothbart & Rueda, 2008).
32
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
____________________________________________________________________________________
Por fim, os estudos sobre a Teoria da Mente têm também demonstrado que as crianças
de 3 anos se encontram num patamar de desenvolvimento acentuadamente inferior às
crianças de 4 e 5 anos quanto à capacidade de compreender o ponto de vista dos outros
(e.g., Russell, Mauthner, Sharpe, & Tidswell, 1991).
33
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
____________________________________________________________________________________
A partir dos 7 anos observa-se um pico de efeito “stroop”, ou falta de inibição, que se
vai atenuando até cerca dos 13 anos (Zelazo, Craik & Booth, 2004). Entre os 10 e os 12
anos torna-se completamente adquirida a capacidade de inibir a atenção a estímulos
irrelevantes e de inibir respostas de perseveração (Passler et al., 1985). O desempenho
em tarefas de flexibilidade cognitiva (e.g., Wisconsin Card Sorting Test - WCST) e de
planeamento (e.g., Torre de Hanoi) melhora entre os 6 e os 8 anos, atingindo o nível dos
adultos por volta dos 10 anos.
34
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
____________________________________________________________________________________
• Bebés de 8 meses são • Aos 3 anos a tendência para • Crianças de 6 anos escolhem de
capazes de inibir a resposta efectuar escolhas desvantajosas é forma consideravelmente mais
imediata em tarefas que significativamente maior do que aos vantajosa do que as crianças de 3 e 4
propõem a escolha de 4. anos em tarefas de decisão afectiva.
recompensas maiores, mas No entanto, é só por volta dos 17
recebidas mais tarde e não no • Crianças de 3 anos tendem a anos que se observa a estabilização
imediato apresentar menor domínio sobre o do desempenho nos níveis do adulto.
seu próprio comportamento e
• Comportamentos escolhas do que as crianças de 4 • O direccionamento para
incipientes de inibição de anos, embora sejam capazes de objectivos evolui ao longo dos anos
respostas automáticas em perceber as vantagens da opção que escolares, apresentando um pico de
bebés entre 1 e 2 anos. não escolheram. desenvolvimento por volta dos 12
anos.
• A teoria da mente segue • Crianças de 3 anos apresentam
uma trajectória de uma capacidade de compreender o
desenvolvimento paralela à do ponto de vista dos outros
controlo inibitório. acentuadamente inferior a crianças
de 4 e 5 anos.
35
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
____________________________________________________________________________________
36
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
____________________________________________________________________________________
37
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
____________________________________________________________________________________
38
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
____________________________________________________________________________________
39
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
2. MATURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS AO LONGO DA INFÂNCIA
____________________________________________________________________________________
40
3. AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
3. A V A L I A Ç Ã O F U N Ç Õ E S E X E C U T IV A S
N E U R O P S I C O L Ó G IC A D A S
________________________________________________________________________________
42
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
3. A V A L I A Ç Ã O F U N Ç Õ E S E X E C U T IV A S
N E U R O P S I C O L Ó G IC A D A S
________________________________________________________________________________
43
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
3. A V A L I A Ç Ã O F U N Ç Õ E S E X E C U T IV A S
N E U R O P S I C O L Ó G IC A D A S
________________________________________________________________________________
44
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
3. A V A L I A Ç Ã O F U N Ç Õ E S E X E C U T IV A S
N E U R O P S I C O L Ó G IC A D A S
________________________________________________________________________________
45
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
3. A V A L I A Ç Ã O F U N Ç Õ E S E X E C U T IV A S
N E U R O P S I C O L Ó G IC A D A S
________________________________________________________________________________
46
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
3. A V A L I A Ç Ã O F U N Ç Õ E S E X E C U T IV A S
N E U R O P S I C O L Ó G IC A D A S
________________________________________________________________________________
Vários estudos contribuíram para esta actualização do formato de avaliação das Funções
Executivas (e.g. Chevignard et al., 2000; Eslinger & Damasio, 1985; Fortin, Godbout,
& Braun, 2003; Goldstein, Bernard, Fenwick, Burgess, & McNeil, 1993; Shallice &
Burgess, 1991), documentando a existência de disparidades acentuadas entre o normal
desempenho apresentado nos testes por determinados sujeitos clínicos, e o seu notório
défice de funcionamento na vida diária.
47
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
3. A V A L I A Ç Ã O F U N Ç Õ E S E X E C U T IV A S
N E U R O P S I C O L Ó G IC A D A S
________________________________________________________________________________
Concluindo, nos últimos anos temos vindo a assistir a uma gradual transição da
conceptualização das Funções Executivas desde um eixo puramente cognitivo, mais
tradicional, até um eixo mais actual que engloba ambas as vertentes, cognitiva e
emocional. Acompanhando o novo enquadramento das Funções Executivas, a avaliação
muniu-se de instrumentos progressivamente mais centrados nas competências de
tomada de decisão em contextos complexos, teoria da mente, e compreensão da ironia,
as principais vertentes emocionais do funcionamento executivo. Por último, salientamos
a gradativa construção de instrumentos menos centrados no estabelecimento do
diagnóstico, e mais subordinados à identificação das necessidades de reabilitação do
indivíduo, sendo formatados numa lógica de proximidade com os contextos reais de
vida.
48
4. A ESPECIFICIDADE DA AVALIAÇÃO DAS
FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
4. A ESPECIFICIDADE DA AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
____________________________________________________________________________________
Nos anos 70 do séc. XX, as investigações de Luria acenderam novas questões relativas à
forma diferenciada como as lesões cerebrais afectavam a organização do
comportamento, conforme a fase do desenvolvimento em que ocorriam. Foi a
especificidade das alterações nas funções psíquicas por lesão cerebral em crianças que
abriu caminho ao aparecimento de uma nova disciplina – a Neuropsicologia da Infância.
50
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
4. A ESPECIFICIDADE DA AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
____________________________________________________________________________________
Nos seus escritos (e.g. The working brain, 1973), Luria desenvolve críticas às
concepções clássicas dos modelos localizacionistas de representação das relações
cérebro / actividade psico-linguística: enquanto estas concepções defendem a existência
de centros específicos relacionados com as funções psíquicas, segundo Luria as funções
psicofisiológicas cerebrais devem ser consideradas como sistemas funcionais. Isto
significa que as actividades psíquicas mais complexas se caracterizam por possuírem
uma organização sistémica, ou seja, uma estrutura complexa composta por diversos
elos ou partes que actuam conjuntamente. Os elos podem estar situados em diferentes
níveis neurológicos e organizar-se de forma variável. Assim, mantendo-se invariante o
resultado final de uma actividade, pode existir variabilidade no modo de aceder ao
resultado, uma vez que existe variabilidade nos componentes do sistema que intervêm
no processo.
51
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
4. A ESPECIFICIDADE DA AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
____________________________________________________________________________________
Como conta com este conceito fundamental de Sistemas Funcionais, o modelo de Luria
mostra-se particularmente útil para analisar o padrão de maturação cerebral normativo e
disfuncional nas crianças, sobretudo em populações com distúrbios neuropsicológicos
desenvolvimentais ou adquiridos por lesão traumática cerebral.
52
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
4. A ESPECIFICIDADE DA AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
____________________________________________________________________________________
53
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
4. A ESPECIFICIDADE DA AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
____________________________________________________________________________________
54
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
4. A ESPECIFICIDADE DA AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
____________________________________________________________________________________
55
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
4. A ESPECIFICIDADE DA AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
____________________________________________________________________________________
56
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
4. A ESPECIFICIDADE DA AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
____________________________________________________________________________________
A avaliação das Funções Executivas, inicialmente centrada nos modelos de lesão frontal
em adultos, seguiu uma lógica descendente de adaptação dos instrumentos à população
infantil: aos testes construídos para adultos foram sendo progressivamente
acrescentadas tabelas de normas correspondentes ao desempenho das crianças.
57
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
4. A ESPECIFICIDADE DA AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
____________________________________________________________________________________
58
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
4. A ESPECIFICIDADE DA AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
____________________________________________________________________________________
No que diz respeito às Funções Executivas emocionais, estas podem ser sistematizadas
em três grandes áreas: Pensamento Social (meta-cognição, teoria da mente,
compreensão da ironia), Tomada de decisão (com base em informação emocional) e
Auto-regulação (ajustamento da intensidade da resposta emocional, inibição do
comportamento, extinção de respostas, ajustamento perante feedback). Para a avaliação
destas áreas têm sido desenvolvidos testes e tarefas específicos, conforme se pode ver
no Quadro 4.
Idade
Instrumento Domínio
(anos)
Inibição de resposta
Resistance to extinction (Happaney &
3-6 Extinção de respostas
Zelazo, 2004)
Tomada de decisão emocional
Children’s Gambling Task (Kerr &
3-6 Tomada de decisão emocional
Zelazo, 2004)
Atenção selectiva
Children’s Cooking Task (Chevignard et
8 - 14 Inibição de resposta
al., 2009)
Direccionamento
59
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
4. A ESPECIFICIDADE DA AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
____________________________________________________________________________________
60
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
4. A ESPECIFICIDADE DA AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
____________________________________________________________________________________
≥5 Atenção
Stroop Animal (Costa & Castro, 2010)
Inibição de resposta
Para além destas provas, alguns estudos documentam o esforço de criação de dados
normativos para a população infantil portuguesa, usando provas tradicionalmente
utilizadas na avaliação das Funções Executivas. É o caso da investigação levada a cabo
por Townes, Rosenbaum, Pavão Martins, e Castro-Caldas (2006), onde é possível
encontrar normas para crianças de 8 a 11 anos em diversas provas de atenção (Digit
spam, Coding and Symbol Search, Trail-making test e Stroop). Um outro estudo com
população portuguesa (Lopes, Simões, Robalo, Fineza, & Gonçalves, 2010) corporizou
um conjunto de normas para a prova Torre de Londres.
61
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
4. A ESPECIFICIDADE DA AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
____________________________________________________________________________________
62
5. FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM
PERTURBAÇÃO DE HIPER ACTIVIDADE COM
DÉFICE DE ATENÇÃO
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
5. FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PERTURBAÇÃO DE HIPERACTIVIDADE COM
DÉFICE DE ATENÇÃO
____________________________________________________________________________________
64
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
5. FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PERTURBAÇÃO DE HIPERACTIVIDADE COM
DÉFICE DE ATENÇÃO
____________________________________________________________________________________
Estudos de análise por factores documentam que a PHDA pode ser concebida como
pontos extremos no limite dos dois principais subtipos (Lahey, Rathouz, Van Hulle,
Urbano, Krueger, Applegate, Garriock, Chapman & Waldman, 2008), as quais
correspondem a mecanismos neuropsicológicos diferenciados (Sonuga-Barke, 2003).
65
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
5. FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PERTURBAÇÃO DE HIPERACTIVIDADE COM
DÉFICE DE ATENÇÃO
____________________________________________________________________________________
66
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
5. FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PERTURBAÇÃO DE HIPERACTIVIDADE COM
DÉFICE DE ATENÇÃO
____________________________________________________________________________________
As crianças com PHDA apresentam uma ligeira mas significativa redução do volume
cerebral total. Esta diferença é particularmente expressiva a nível da região pré-frontal,
núcleos caudados e no vermis cerebeloso (cf.Castellanos, Lee, Sharp, et al., 2002;
Shaw, Lerch, Greenstein, et al., 2006; Sowell, Thompson, Welcome, Henkenius, Toga,
Peterson, 2003).
2
Realizada em Fevereiro de 2011.
67
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
5. FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PERTURBAÇÃO DE HIPERACTIVIDADE COM
DÉFICE DE ATENÇÃO
____________________________________________________________________________________
Estudos neuro-fisiológicos
Este tipo particular de estudos permite-nos um vislumbre, não apenas sobre diferenças
estáticas, anatómicas ou estruturais, mas também sobre as diferenças na dinâmica do
funcionamento cerebral.
68
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
5. FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PERTURBAÇÃO DE HIPERACTIVIDADE COM
DÉFICE DE ATENÇÃO
____________________________________________________________________________________
Burdick, Delman, & Malhotra, 2006). Outros estudos confirmam estas conclusões.
Scahill, Carroll e Burke (2004) verificaram que a introdução de tratamento com
Methylphenidate permite libertar a dopamina armazenada e impede a sua recaptação.
Isto resulta numa melhoria na disponibilidade do neurotransmissor nas crianças com
PHDA. De salientar que estudos com grupos de controlo, sem PHDA, têm observado
uma resposta diferenciada ao tratamento farmacológico: enquanto sujeitos com PHDA
respondem à introdução de Methylphenidate com um incremento do nível de actividade
no corpo estriado, sujeitos sem esta perturbação revelam uma diminuição da mesma
(Mehta, Goodyer, & Sahakian, 2004).
Estudos genéticos
Os avanços destes estudos têm permitido seriar os genes com maior probabilidade de
estar implicados na etiologia da PHDA, embora com resultados tanto positivos como
negativos ao longo de diferentes testes (Steinhausen, 2009). Os genes cujos alelos
apresentaram um maior conjunto de taxas de implicação na PHDA, em análises
replicadas com 3 estudos foram: o gene HTR1B, receptor de seretonina, o gene
polimórfico (D4; D5) receptor de dopamina, o gene transportador de dopamina, e ainda
o gene da proteína sinaptossómica associada 25 (Mick & Faraone, 2008).
69
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
5. FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PERTURBAÇÃO DE HIPERACTIVIDADE COM
DÉFICE DE ATENÇÃO
____________________________________________________________________________________
Alguns dos factores pré-natais que têm vindo a ser associados aos défices apresentados
por indivíduos com PHDA incluem: exposição a nicotina (Linnet et al., 2003), a álcool
(Steinhausen, Willms, & Spohr, 1993), a drogas recreativas (Accornero, Amado,
Morrow, Xue, Anthony, & Bandstra, 2007), a diferentes toxinas como bifenilas
policloradas (Jacobson & Jacobson, 2003), hexaclorobenzeno (Ribas-Fito, Torrent,
Carrizo, Julvez, Grimalt, & Sunyer, 2007), e glucocorticoides (French, Hagan, Evans,
Mullan, & Newnham, 2004). Outros factores pré-natais que interagem com a
manifestação de PHDA incluem o stress durante a gravidez da mãe (Van den Bergh,
Mulder, Mennes, & Glover, 2005), e estados de subnutrição durante o mesmo período
(Vermiglio et al., 2004).
70
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
5. FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PERTURBAÇÃO DE HIPERACTIVIDADE COM
DÉFICE DE ATENÇÃO
____________________________________________________________________________________
Alguns autores (e.g. Nigg & Breslau, 2007) encontraram ainda uma associação entre o
principal indicador de sub-desenvolvimento pré-natal (o baixo-peso ao nascimento) e a
manifestação de sintomas de PHDA.
A investigação mais actual sobre a PHDA (e. g. Durston, 2008) tem permitido ainda
compor as conexões entre influência genética e fisio-anatomia cerebral nos indivíduos
afectados. Deste modo, dados cruzados permitem concluir que existe uma tendência
para a redução da massa cinzenta cortical, não apenas nas crianças com PHDA mas
também nos seus irmãos, afectados ou não (Steinhausen, 2009).
71
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
5. FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PERTURBAÇÃO DE HIPERACTIVIDADE COM
DÉFICE DE ATENÇÃO
____________________________________________________________________________________
Outros estudos com variáveis epi-etiológicas referem uma consistente ligação entre a
PHDA e a presença de chumbo no sangue (Nigg, Nikolas, Knottnerus, Cavanagh, &
Friderici, 2010), com forte associação ao subtipo hiperactivo.
72
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
5. FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PERTURBAÇÃO DE HIPERACTIVIDADE COM
DÉFICE DE ATENÇÃO
____________________________________________________________________________________
Embora alguns estudos (e.g. Bental & Tirosh, 2007) não encontrem diferenças entre
crianças com e sem PHDA em determinados domínios das Funções Executivas, a
grande maioria da investigação salienta que existem diferenças a nível da atenção (e.g.
Pasini, Paloscia, Alessandrelli, Porfirio, & Curatolo, 2007; Solanto, Gilbert, Raj, Zhu,
Pope-Boyd, Stepak, Vail, & Newcorn, (2007), do controlo inibitório (e.g. Nigg, 2001;
Pennington & Ozonoff, 1996), da flexibilidade cognitiva (e.g. Oades & Christiansen,
2008; van Mourik, Oosterlaan & Sergeant, 2005), do planeamento (e.g. Barkley, 2003;
Solanto et al., 2007) e da memória a curto prazo (e.g. Barkley, 2006; Martinussen,
Hayden, Hogg-Johnson, & Tannock, 2005; Willcutt et al., 2005).
73
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
5. FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PERTURBAÇÃO DE HIPERACTIVIDADE COM
DÉFICE DE ATENÇÃO
____________________________________________________________________________________
74
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
5. FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PERTURBAÇÃO DE HIPERACTIVIDADE COM
DÉFICE DE ATENÇÃO
____________________________________________________________________________________
75
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
5. FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PERTURBAÇÃO DE HIPERACTIVIDADE COM
DÉFICE DE ATENÇÃO
____________________________________________________________________________________
76
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
5. FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PERTURBAÇÃO DE HIPERACTIVIDADE COM
DÉFICE DE ATENÇÃO
____________________________________________________________________________________
Para além disso, e destacando os estudos citados, defendemos ainda que será útil e
benéfica a introdução de critérios de funções executivas no diagnóstico de PHDA.
77
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO
INSTRUMENTO DE AVALI AÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
78
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
6.1. MÉTODO
Amostra
A amostra deste estudo é constituída por 133 crianças, com idades compreendidas entre
os 6 e os 10 anos, de ambos os sexos, e oriundas de diferentes estratos sócio-
económicos e de diferentes tipos de enquadramento urbanístico (cf. Quadro 6).
79
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Todas as crianças que integraram a amostra deste estudo frequentavam o ano escolar
correspondente à sua idade, não tinham retenções nem adiamento de entrada no 1º ciclo,
e não revelavam atraso, impedimento ou desvantagem conhecida (de acordo com a
informação dos professores).
Instrumentos
80
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
. CONCEPTUALIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO
Apresenta ainda uma inovação, quer relativamente aos instrumentos tradicionais (e mais
cognitivos) de avaliação das Funções Executivas, quer relativamente aos instrumentos
já existentes noutros países de avaliação das Funções Executivas emocionais: um novo
paradigma de integração entre funções executivas quentes e frias, em que será possível
obter uma terceira dimensão de Funções Executivas, resultante da interacção ou
potenciação mútua entre Funções Executivas cognitivas e emocionais.
Do ponto de vista teórico, a sua construção teve por base a teoria da Complexidade
Cognitiva e Controlo (Zelazo, Frye, & Rapus, 1996), e segundo a qual a evolução das
Funções Executivas em crianças assenta na progressiva capacidade de utilização
81
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
82
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Para cada função é possível obter-se o score de cada prova de forma independente, e
sem necessidade de administrar toda a bateria. A bateria permite também a obtenção de
três scores totais por tipologia de Funções Executivas (Funções Executivas cognitivas,
Funções Executivas emocionais e Interacção entre Funções Executivas Cognitivas e
Emocionais).
- Formato lúdico, a maior parte das provas são apresentadas como jogos;
83
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
84
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Fluência verbal
A prova de Fluência verbal é composta por duas tarefas, de trinta segundos cada uma.
Na primeira, pede-se à criança que diga o maior número de animais de que se lembrar.
Na segunda tarefa a criança deve dizer o maior número de palavras de que se lembrar,
não sendo indicado nenhum tema. Ambas as tarefas têm a duração limite de 30
segundos. O score final (FV) corresponde ao número total de itens correctamente
evocados sem repetição, em ambas as tarefas.
85
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Atenção
86
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Memória
87
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Planeamento
Esta prova consiste num jogo de “caça ao tesouro da ilha” (Jogo I). É apresentada em
suporte rígido de dimensão A3 e o seu desenho corresponde a um caminho, feito de
pedras brancas e negras ligadas por pequenas pontes, que vai terminar no sítio onde se
encontra um tesouro. A criança é instruída para usar o caminho de pedras para chegar ao
tesouro, procurando fazer o menor número possível de jogadas. Uma jogada
corresponde a passar de uma pedra para outra, respeitando as regras de alternar sempre
pedra branca / pedra negra, e de não “saltar” pedras (deve utilizar as pontes). É
utilizado um pequeno objecto que representa a localização da tartaruga (e da criança) no
caminho. A criança é instruída de que pode voltar a usar pedras por onde já passou antes
(voltar para trás), mas que cada jogada numa mesma pedra conta de novo.
88
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
O teste é composto por 74 níveis de progressão (cf. Figura 7), não perceptíveis pela
criança de modo directo. Salienta-se que estes níveis de progressão nem sempre são
proporcionais ao tamanho das pedras.
89
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
QUADRO 8 – NÚMERO DE PEDRAS DE CADA TIPO POR NÍVEIS DE PROGRESSÃO PERMITIDOS, E TOTAL,
NO TESTE DE PLANEAMENTO
Nº de Pedras
Número de níveis a Total
avançar Brancas Negras
1 56 56 112
2 18 18 36
3 6 6 12
Total 80 80 160
Teoria da Mente
90
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
A primeira história apresenta duas casinhas (uma vermelha e uma azul) num cenário
nocturno, e dois personagens. Um deles (tartaruga) despede-se do outro (pinguim) e
entra na casinha vermelha. No entanto, muda-se para a casinha azul quando o pinguim
já está a dormir. Quando na história o dia chega, é dito à criança que o pinguim quer
procurar a tartaruga, sendo a mesma questionada quanto à compreensão da história e da
realidade ( “onde está realmente a tartaruga?”), quanto à perspectiva do pinguim (“onde
é que o pinguim pensa que a tartaruga está?”), e quanto à inferência relativa ao seu
comportamento ( “onde achas que o pinguim vai procurar a tartaruga?”). O desempenho
da criança nesta história é analisado através do número de erros nas respostas de teoria
da mente e de compreensão, e corresponde ao score TM0.
Em síntese, de acordo com a pontuação obtida pela criança, a prova de Teoria da Mente
permite analisar o seu desempenho em dois níveis de complexidade, possibilitando
situar o seu estádio de desenvolvimento. A compreensão da narrativa, ainda sem noção
de que o personagem escolhe a acção de acordo com o que sabe, e não de acordo com a
realidade, coloca a criança num nível de desenvolvimento inicial desta função. As
crianças que conseguem determinar a acção do personagem de acordo com o que ele
sabe/ não sabe já se situam num estádio complexo de compreensão da Teoria da mente,
podendo apresentar capacidade de integrar apenas uma perspectiva, ou duas
perspectivas cruzadas.
91
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Compreensão da ironia
Esta função é avaliada numa breve prova (Histórias engraçadas) com duas tarefas,
focando a compreensão do sentido não-literal pragmático da linguagem na interpretação
da ironia.
92
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Decisão Emocional
93
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Jogada Descrição
A primeira e segunda jogadas conferem 3 pontos cada
Regra
uma, a terceira jogada implica a perda de 2 pontos
Pedra
Confere recompensas moderadas e prejuízos leves, pelo
azul-escuro
Custo / Benefício que apresentam um maior grau de benefício a longo
prazo. Ao fim de 3 jogadas a criança ganha 4 pontos
A primeira e segunda jogadas conferem 6 pontos cada
Regra
uma, a terceira jogada implica a perda de 12 pontos
Pedra Confere recompensas maiores mas também prejuízos
azul-claro severos, pelo que apresentam um menor grau de
Custo / Benefício
benefício a longo prazo. Ao fim de 3 jogadas a criança
ganha 0 pontos
3
No presente estudo, algumas das crianças (n=20) que executaram a prova foram interrogadas, no final,
sobre se sabiam “quais as pedras melhores para ganhar pontos”. No entanto, nenhuma delas conseguiu
identificar a regra subjacente à perda / ganho de pontos.
94
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
QUADRO 10 - NÚMERO DE PEDRAS DE CADA TIPO POR NÍVEIS DE PROGRESSÃO PERMITIDOS, E TOTAL,
NO TESTE DE DECISÃO EMOCIONAL
Níveis de progressão Nº de pedras Total
permitidos azuis-escuro azuis-claro vermelhas
1 28 28 56 112
2 9 9 18 36
3 4 3 6 13
Total 41 40 80 161
Direccionamento
95
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
mas o percurso é colorido e a criança obtém ou perde pontos conforme as jogadas, tal
como no jogo de Decisão emocional (cf. Figura 8).
Assim, nesta prova, a criança é informada de que pode obter o prémio maior no final do
jogo se conseguir reunir 10 ou mais pontos, mas que deve procurar limitar o número de
jogadas por forma a não exceder as 60 jogadas. São permitidas jogadas em pedras já
utilizadas mas, tal como no Jogo I, contam novamente para o número final de jogadas.
A pontuação obtida pela criança resulta da análise proporcional entre o número de
jogadas em pedras azuis-escuras e o número total de jogadas (score DE1).
96
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Este jogo propõe à criança uma tarefa semelhante à do Jogo III, exigindo conjugar a
capacidade de planear a trajectória (cingindo o número de jogadas) com a capacidade de
tomar decisões com critérios emocionais (escolhendo as pedras mas vantajosas).
Contudo, no Jogo IV é modificado o estímulo apresentado, assim como o conjunto de
regras associadas às cores das pedras. No lugar onde figuravam as pedras azuis-claro,
estão agora as pedras azuis-escuras, e vice-versa. As regras de obtenção das
recompensas e prejuízos são também invertidas, o que coloca a escolha do azul-claro
em vantagem. A alteração contraria a aprendizagem anterior (Jogo III) em que a melhor
escolha recaía sobre as pedras azuis-escuras, e exige uma nova aprendizagem da
vantagem / desvantagem associada a cada escolha. A pontuação da criança nesta prova é
obtida através da diferença entre o resultado obtido pela proporção entre escolhas em
pedras azuis-claras e número total de jogadas, e o jogo anterior (score DE2).
QUESTIONÁRIO A PROFESSORES
O Questionário a Professores (QP; cf. Anexo II) foi elaborado especificamente para este
trabalho com o propósito de averiguar as funções descritas segundo um modelo
ecológico, partindo do ponto de vista de quem lida quotidianamente com a criança em
contexto natural (escola). É composto por um conjunto de 9 questões vocacionadas para
avaliação das seguintes dimensões: Concentração (QP1), Capacidade de esperar pela
vez (QP2), Compreensão do ponto de vista dos outros (QP3), Impulsividade verbal
(QP4), Capacidade de seguir um plano (QP5), Mudança de estratégia perante feedback
97
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Ao professor foi solicitado que situasse a criança num dos níveis para cada dimensão,
considerando como padrão o que habitualmente observam em crianças da mesma idade.
Cada resposta foi utilizada de forma independente para cada dimensão, como medida
externa de comparação do comportamento da criança em situação natural com os seus
resultados no Tartaruga da Ilha.
STROOP
O teste Stroop tem sido amplamente utilizado como medida de Funções Executivas em
numerosos estudos neuropsicológicos (e.g. Hong et al., 2010; Lansbergen, Kenemans,
& van Engeland, 2007).
98
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Tal como outras Torres (Londres, Toronto), este teste visa avaliar a capacidade de
planificação do sujeito (Lezak, 2004). No entanto, ao contrário das mesmas, alguns
estudos de regressão segundo modelos de equação estrutural (e.g. Miyake, Friedman,
Emerson, Witzki, Howerter, & Wager, 2000) evidenciam uma forte componente da
capacidade de inibição de resposta no desempenho dos sujeitos. Estas conclusões
parecem situar a torre de Hanoi numa linha de avaliação de factores relacionados com o
controlo inibitório e menos na linha da avaliação do planeamento.
A Torre de Hanoi consiste num conjunto de 3 pinos paralelos, num dos quais repousa
uma pilha de 3 anéis de dimensão diferente. A tarefa do sujeito resume-se a passar essa
pilha para o 3º pino, movendo apenas um anel de cada vez, e respeitando a regra de que
não pode colocar um anel maior sobre um menor. Nesta versão foi mensurado o número
de movimentos do sujeito para executar a tarefa, sendo que o número mínimo possível é
de 7.
99
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
PROVAS DE LURIA GO – NO GO
Na versão utilizada (Luria DNI, Christensen, 1975), solicitou-se aos sujeitos que
levantassem a mão perante a palavra “verde”, mas mantivessem a mão para baixo se
ouvissem a palavra “vermelho”, em exposição oral da sequência. Foi contabilizado o
número de erros em respostas no go (falha na inibição da resposta go).
TRAIL-MAKING FORMAS A E B
Este teste permite avaliar a atenção dividida do sujeito. É constituído por duas folhas A4
(A e B), nas quais se dispõem um conjunto de números (1 – 25, na parte A), e um
conjunto de números e letras (1 – 13, e A – L, na parte B). Em ambas as partes o sujeito
deve traçar linhas para ligar os estímulos, o mais rapidamente que puder. Na parte A
deve ligar os números por ordem crescente, mas na parte B deve ligar números e letras,
alternadamente, também por ordem crescente. Nesta versão utilizou-se como medida a
diferença temporal, em segundos, entre as partes A e B da prova.
100
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Procedimento
A primeira etapa deste trabalho residiu na análise da extensa bibliografia sobre funções
executivas e sobre o seu desenvolvimento ao longo do período da infância. Após a
recolha e sistematização das dimensões que compõem este construto, foram elaboradas
diferentes provas destinadas a retratar o estado evolutivo de cada uma dessas vertentes,
em população infantil. Foi tido ainda em consideração o estado da investigação a
respeito dos resultados e estudos de validade de outros testes de Funções Executivas
para crianças.
101
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
I, algumas crianças manifestaram vontade de “fazer outra vez”, e algumas referiram que
“tinham gostado muito”4.
A versão final da bateria Tartaruga da Ilha foi então administrada a uma amostra
normativa de crianças, dando lugar às fases empírica e analítica da presente
investigação. Estas fases foram precedidas por um contacto escrito com diversas
instituições escolares, procurando-se seleccionar as mesmas por forma a que incluíssem
população rural e urbana, e ainda que contemplassem três níveis sócio-económicos
(baixo, médio e alto). A todas as instituições foi fornecida uma explicitação escrita do
estudo, incluindo os objectivos, a amostra, e os procedimentos necessários à sua
concretização. Foi ainda garantida a confidencialidade dos dados de cada criança. As
instituições que aceitaram a investigação providenciaram para que os encarregados de
educação autorizassem a participação dos seus educandos.
4
Ao longo de toda a administração do instrumento, na fase empírica, voltou a verificar-se que as
crianças gostavam de realizar as provas, pedindo frequentemente ao examinador para voltar a ser a sua
vez.
102
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
6.2. RESULTADOS
Validade
Considerámos haver aplicabilidade desta técnica ao presente estudo, visto existir uma
forte correlação entre as variáveis, confirmada pelo valor do Kaiser-Meyer-Olkin (KMO
maior que .60), bem como pela significância do teste de esfericidade de Bartlett (cf.
Quadro 11).
103
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Tal como podemos observar no Quadro 12, a aplicação da técnica de análise por
componentes principais aos scores do instrumento, sem pré-determinação dos factores,
permitiu a extracção de três componentes principais, os quais explicam
cumulativamente cerca de 67% da variância encontrada.
104
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
QUADRO 13 – MATRIZES DE COMPONENTES PRINCIPAIS (3) NAS SOLUÇÕES INICIAL E COM ROTAÇÃO,
PARA CADA UMA DAS PROVAS DO INSTRUMENTO
Solução inicial a Rotação Varimax b
1 2 3 1 2 3
Animais e palavras
(FV) -,739 ,175 -,028 -,362 -,452 -,493
Nomeação de
animais (A0) ,634 -,518 -,036 ,038 ,488 ,657
Animais
disfarçados 1 (A1) ,643 ,025 ,271 ,525 ,176 ,426
Animais
disfarçados 2 (A2) ,755 ,318 ,044 ,712 ,378 ,154
Animais da cor
errada 1 (M1) ,486 ,423 ,408 ,747 -,085 ,133
Animais da cor
errada 2 (M2) ,446 ,578 ,339 ,800 -,078 -,032
À noite - TM nivel
1 (TM0) ,646 -,059 -,593 ,153 ,864 ,052
O lanche- TM 2º
nivel (TM1) ,534 -,103 -,597 ,050 ,806 ,028
Histórias
engraçadas (CI0) ,404 -,058 -,332 ,095 ,513 ,067
105
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
n = 88; ** p<0.01
106
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
A nível da atenção, as correlações observadas foram baixas e todas negativas, uma vez
que quanto maior o tempo de execução, pior o desempenho.
**
Animais disfarçados 1 (A1) r Pearson -,519
*
Animais disfarçados 2 (A2) r Pearson -,397
Trail making
*
Animais disfarçados 2 (A2) r Pearson ,439
107
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Torre de hanoi
n = 59; p:ns
108
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Sublinha-se que as correlações são analisadas a partir da sua magnitude, sendo que o
valor positivo ou negativo das mesmas depende da forma como a questão específica do
questionário foi formulada, com progressão negativa ou positiva. Para facilitar a
interpretação dos resultados desta análise, apresentamos no Quadro 18 o sentido da
correlação esperada entre as variáveis.
109
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
QP 1 * **
ro Spearman -,219 -,350
Atenção/ concentração
n = 127; * p < 0.05; ** p < 0.01
Ainda nas dimensões da atenção e memória, mas subindo o nível de complexidade para
evidenciar o factor da resistência à interferência, verificamos que existe uma correlação
significativa entre as provas de atenção e memória com níveis 1 e 2 de complexidade, e
as observações dos professores quanto à capacidade de a criança esperar pela sua vez.
Exceptua-se a prova Animais da cor errada 2, que não tem uma relação com significado
estatístico com a observação dos professores (cf. Quadro 20).
QP 2 ** ** **
ro Spearman -,323 -,230 -,469 -,168
Esperar pela vez
110
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
QP 3
* **
Compreensão do ponto de vista ro Spearman -,225 -,370
dos outros
n = 127; ** p < 0.01; *p< 0.05
111
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Jogo I (P)
QP 5
Planeamento ro Spearman -,256**
QPitem 7 *
Resolução de problemas ro Spearman -,202
112
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Jogo II (DE)
QP 8
*
Eficiência das escolhas ro Spearman ,186
Por último, no Quadro 26, observamos uma associação negativa significativa entre o
ponto de vista dos professores e o resultado da criança na prova votada à avaliação da
compreensão da ironia.
QP 9
Compreensão de frases ro Spearman -,336
**
irónicas
113
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Sensibilidade
114
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Desta análise podemos ainda observar que 7 das provas apresentam índices de curtose
dentro do intervalo ]-1,1[, 4 provas revelam valores leptocúrticos fora do intervalo
(Nomeação de animais (A0), Animais da cor errada 1 (M1), Planeamento com Decisão
emocional (DE1), e Flexibilidade (DE2)), e 3 provas apresentam curtose negativa fora
do intervalo (À noite (TM0), O lanche (TM1) e Histórias engraçadas (CI0)) (cf. Quadro
27).
Animais e
133 26 18,43 18,00 6,08 8 34 ,537 -,137
palavras (FV)
Nomeação de
133 54 24,47 21,00 10,94 10 64 1,693 2,830
animais (A0)
Animais
133 19 5,93 6,00 4,08 -2 17 ,509 -,151
disfarçados 1 (A1)
Animais
133 46 18,38 19,00 10,45 0 46 ,302 -,729
disfarçados 2 (A2)
Animais sem cor
133 53 35,05 34,00 13,60 15 68 ,505 -,550
(M0)
Animais da cor
133 42 5,11 5,00 6,18 -18 24 -,190 2,302
errada 1 (M1)
Animais da cor
133 56 11,71 11,00 10,68 -22 34 -,121 -,138
errada 2 (M2)
À noite - TM 1º
133 3 1,32 1,00 1,29 0,00 3,00 ,312 -1,631
nivel (TM0)
O lanche- TM 2º
133 3 1,41 1,00 1,08 0,00 3,00 ,281 -1,198
nivel (TM1)
Histórias
133 3 1,88 2,00 1,18 0,00 3,00 -,426 -1,413
engraçadas (CI0)
Jogo II (DE) 128 101 114,43 112,39 23,86 66,50 167,90 ,178 -,911
Planeamento com
Decisão emocional 133 137 107,05 98,80 32,33 68,00 205,81 1,491 1,796
(DE1)
Flexibilidade -
128 190 -7,40 -11,48 31,66 102,60 ,833 1,330
(DE2) 88,14
115
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
6.3. DISCUSSÃO
116
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Esta disposição de provas apresenta uma distribuição factorial não coincidente com o
modelo teórico subjacente, que subdivide o instrumento em provas cognitivas, provas
emocionais e provas de interacção cognitivo-emocional. Conquanto os factores
encontrados apresentem uma estrutura aparente baseada em níveis de complexidade
progressiva (nas provas cognitivas), e na tipologia das funções emocionais, esta
distribuição torna difícil enquadrar o modelo teórico subjacente. Devemos colocar a
hipótese de o instrumento conter factores não previstos que afectam a variação
encontrada, e salvaguardar a hipótese da unidimensionalidade do instrumento.
117
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
Na dimensão de planeamento, (prova Jogo I) não foi encontrada correlação com o teste
utilizado (Torre de Hanoi), o que poderá dever-se ao facto de estas duas provas, de
formato distinto, não avaliarem exactamente a mesma capacidade. Análises de regressão
sugerem que o Torre de Hanoi apresenta uma forte componente de capacidade mnésica
associada à forma de resolução da tarefa, que exige imaginar e memorizar os passos de
resolução antes de os executar (e. g. estudos de Anderson e Douglass, 2001). Ao invés,
a prova Jogo I do Tartaruga da Ilha propõe ao sujeito que percorra um caminho de
pedras, que é visualizado na íntegra à partida, não exigindo recurso a itens mnésicos.
Uma outra diferença reside no formato de execução que, no caso da prova de
Planeamento, é proposta num material manuseável de papel plastificado, enquanto o
Torre de Hanoi surge em formato digital. De acordo com a literatura a este respeito (e.g.
Salnaitis, Baker, Holland, & Welsh, 2011), que estudou especificamente este fenómeno,
existem notórias diferenças de desempenho para o Torre de Hanoi quando apresentado
em formato digital.
118
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
6. ESTUDO I – QUALIDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS TARTARUGA DA ILHA
____________________________________________________________________________________
das provas da função de memória complexa. Nesta prova (Animais da cor errada 2) não
se observaram resultados concordantes com a observação em contexto real. Esta
dissonância poder-se-á dever ao facto de a prova não permitir captar diferenças de
desenvolvimento, como vimos nos estudos de validade interna. Outra possibilidade
explicativa consiste na hipótese de a impulsividade percebida (avaliada pelo item 2 do
Q.P.) estar mais ligada a tarefas de atenção simples e com controlo inibitório, do que a
tarefas de memória com controlo inibitório. Esta hipótese é suportada pela existência de
correlações significativas entre o mesmo item e as provas de avaliação da atenção
simples e complexa (cf. Quadro 20).
119
7. ESTUDO II - O DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS EM CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
7. ESTUDO II - O DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS EM IDADE
ESCOLAR
____________________________________________________________________________________
7.1. MÉTODO
Amostra
Participaram neste estudo 133 crianças de ambos os sexos e com idades compreendidas
entre os 6 e os 10 anos (cf. Estudo I para uma descrição detalhada da amostra).
Instrumento
121
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
7. ESTUDO II - O DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS EM IDADE
ESCOLAR
____________________________________________________________________________________
Procedimento
122
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
7. ESTUDO II - O DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS EM IDADE
ESCOLAR
____________________________________________________________________________________
7.2. RESULTADOS
Para cada uma das variáveis das Funções Executivas consideradas, foram realizadas
ANOVAs factoriais com o factor intergrupo Idade. Nos casos em que as diferenças
atingiram valores significativos (p < .05) procedeu-se ao cálculo do teste post-hoc de
Scheffé.
Conforme se pode ver no Quadro 29, a fluência verbal aumenta dos 6 aos 9 anos de
idade, diminuindo ligeiramente aos 10 anos. Esta diferença entre os grupos foi
significativa (F(4) = 43,201, p < .000). No teste post-hoc estas diferenças observam-se
entre as crianças de 6 anos e todos os restantes grupos de idade (p=.000), entre as
crianças de 7 anos e todos os restantes grupos de idade (p =.000 a p =.014) à excepção
do grupo de 8 anos, entre as crianças de 9 anos e todos os restantes grupos de idade
(p=.000 a p=.004) à excepção do grupo de 10 anos, e entre as crianças mais velhas (10
anos) e as crianças mais novas (6 e 7 anos).
123
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
7. ESTUDO II - O DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS EM IDADE
ESCOLAR
____________________________________________________________________________________
A nível da atenção, e para cada uma das 3 provas consideradas, verifica-se uma
diminuição do tempo de nomeação dos animais ao longo da idade (cf. Quadro 30). Nas
provas Nomeação de animais e Animais disfarçados 1, verifica-se uma diminuição
particularmente acentuada dos 6 para os 7 anos de idade.
Também aqui estas diferenças entre os grupos atingem significância tanto na prova
Nomeação de Animais (F(4) = 48,823; p =.000), como nas provas Animais disfarçados 1
(F(4) = 8,268; p =.000), e Animais disfarçados 2 (F(4) = 29,345; p =.000). As diferenças
significativas, para as provas Nomeação de Animais e Animais disfarçados 1, observam-
se entre o grupo de crianças de 6 anos e todos os restantes grupos de idade (p =.000).
124
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
7. ESTUDO II - O DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS EM IDADE
ESCOLAR
____________________________________________________________________________________
125
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
7. ESTUDO II - O DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS EM IDADE
ESCOLAR
____________________________________________________________________________________
126
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
7. ESTUDO II - O DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS EM IDADE
ESCOLAR
____________________________________________________________________________________
127
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
7. ESTUDO II - O DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS EM IDADE
ESCOLAR
____________________________________________________________________________________
128
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
7. ESTUDO II - O DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS EM IDADE
ESCOLAR
____________________________________________________________________________________
129
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
7. ESTUDO II - O DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS EM IDADE
ESCOLAR
____________________________________________________________________________________
7.3. DISCUSSÃO
Gostaríamos ainda de destacar que o processo de computação dos resultados nesta prova
envolve uma diferença relativamente às tradicionais tarefas de evocação de 1 minuto. O
resultado nesta prova consiste na soma de duas tarefas distintas de fluência verbal, o que
poderá explicar os valores encontrados, e que se situam ligeiramente acima dos valores
médios em tarefas de evocação de palavras. De acordo com a investigação (e.g. Crowe,
1998), é durante os primeiros 15 a 20 segundos que são activados conteúdos lexicais
automáticos em tarefas de fluência verbal; assim que se esgota esta primeira remessa-
pronta de palavras, a produção decresce e passa a depender de um esforço controlado de
evocação. Deste modo, duas tarefas de curta duração poderão conduzir a resultados
melhores do que apenas uma tarefa com o dobro da duração.
Por último, salientamos que alguns outros estudos encontram ligeiro decréscimo do
desempenho próximo dos 10 anos. Recentemente, Hurks et al. (2010) reportaram
igualmente um decréscimo do número de palavras evocadas num minuto entre os 8 e os
130
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
7. ESTUDO II - O DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS EM IDADE
ESCOLAR
____________________________________________________________________________________
131
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
7. ESTUDO II - O DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS EM IDADE
ESCOLAR
____________________________________________________________________________________
autores (e.g. Conway, Cowan, Bunting, Therriault & Minkoff, 2002; Nyberg, Brocki,
Tillman & Bohlin, 2009). Uma explicação alternativa para a inexistência de diferenças
entre grupos de idade situa-se na construção da prova, que não obedece a todos os
parâmetros de validade.
Acrescidamente, alguns autores (e.g. Beveridge, Jarrold, & Pettit, 2002), salientam que
a memória operatória e a inibição constituem componentes separados do sistema
executivo, competindo pelo mesmo espaço cognitivo. As diferenças de desempenho
encontradas poder-se-ão dever a uma influência selectiva de outros factores (incluindo o
factor g) sobre cada uma destas componentes, proporcionando uma variação de
resultados preferencialmente de acordo com a susceptibilidade / nível de capacidade do
sujeito, e assim relegando para segundo plano o peso da idade.
A compreensão da ironia é também uma função com evolução progressiva ao longo dos
grupos etários, de acordo com o presente estudo. Estes resultados reproduzem as
conclusões da investigação, que localizam o início da compreensão da ironia na idade
de 5/6 anos (e.g. Filippova & Astington, 2008; Harris & Pexman, 2003), acentuado
incremento entre os 5 e os 7 anos, e novo desenvolvimento a partir dos 9 anos
(Filippova & Astington, 2008).
132
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
7. ESTUDO II - O DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS EM IDADE
ESCOLAR
____________________________________________________________________________________
Por último, uma análise da interacção entre funções executivas cognitivas e emocionais
sugere um efeito de idade na capacidade de produzir uma resposta progressivamente
mais ajustada. Este resultado é observável quer quanto à conjugação do planeamento
com a decisão emocional, quer quanto ao ajuste flexível da acção perante mudança de
regra, e é consistente com a investigação na área. Embora não sejam conhecidas provas
publicadas da mesma natureza das do Tartaruga da Ilha, estudos baseados em provas
similares (e.g. Children’s Cooking Task, Chevignard et al., 2009) concluem pela forte
influência do factor idade na adequação do desempenho em tarefas que exigem conjugar
planeamento com decisão emocional (cf. Chevignard, Catroppa, Galvin & Anderson,
2010). A flexibilidade cognitiva, maioritariamente estudada na população adulta e, mais
recentemente, nos anos pré-escolares (e.g. Jaques & Zelazo, 2001), constitui uma
função transversal ao desenvolvimento infantil. À semelhança do presente estudo, a
investigação (e.g. Smidts, Jacobs & Anderson, 2004) salienta um incremento da
flexibilidade mental entre os 5 e os 7 anos de idade.
133
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
7. ESTUDO II - O DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS EM IDADE
ESCOLAR
____________________________________________________________________________________
Por último, cabe-nos referir que o presente estudo não apresenta dados por sexo, o que
seria aconselhável tendo em consideração o dimorfismo sexual e as diferenças
intersexuais na maturação dos lobos frontais, que anteriormente descrevemos.
134
8. ESTUDO III - ORGANIZAÇÃO DAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS EM CRIANÇ AS COM PHDA
135
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
8. ESTUDO III - ORGANIZAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PHDA
____________________________________________________________________________________
8.1.MÉTODO
Amostra
Idade Sexo
Grupo n
M (DP) Min.-máx. M F
136
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
8. ESTUDO III - ORGANIZAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PHDA
____________________________________________________________________________________
Instrumentos
Procedimento
5
Critérios de acordo com a CIF-CJ (Classificação Internacional da Funcionalidade, Incapacidade e Saúde -
Crianças e Jovens), OMS/2002.
137
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
8. ESTUDO III - ORGANIZAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PHDA
____________________________________________________________________________________
8.2. RESULTADOS
Para cada uma das variáveis consideradas foram realizados testes t para duas amostras
independentes, tendo-se considerado o nível de significância inferior a .05.
Conforme se pode ver no Quadro 38, a capacidade de gerar palavras num curto espaço
de tempo foi maior no grupo de crianças sem perturbação do que nas crianças com
PHDA. Esta diferença foi significativa (t (60) =5,794; p = 0,00).
QUADRO 38 – MÉDIAS E RESPECTIVOS DESVIOS PADRÃO POR GRUPO PARA A PROVA DE FLUÊNCIA
VERBAL
Animais e palavras
Grupo
M DP
138
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
8. ESTUDO III - ORGANIZAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PHDA
____________________________________________________________________________________
nomearem correctamente os estímulos (cf. Quadro 39). Estas diferenças atingiram, uma
vez mais, significância na prova Nomeação de Animais (t (60) = -5,536; p=0,000), na
prova Animais disfarçados 1 (t (60) = -5,216; p=0,012) e na prova Animais disfarçados 2
(t (60) = -2,320; p=0,024).
QUADRO 39 - MÉDIAS E RESPECTIVOS DESVIOS PADRÃO (ENTRE PARÊNTESIS) POR GRUPO PARA AS
PROVAS DE ATENÇÃO
Nomeação de Animais Animais disfarçados Animais disfarçados
Grupo (A0) 1(A1) 2(A2)
O mesmo padrão de resultados foi observado para a Memória. Para as três provas
consideradas, as crianças com PHDA demoraram mais tempo a nomear a cor dos
animais (cf. Quadro 40). Estas diferenças foram igualmente significativas, quer para a
prova Animais sem cor (t (60) = -2,320; p=0,024), quer para as provas Animais da cor
errada 1 (t (60) = -3,530; p=0,001) e 2 (t (60) = -3,677; p=0,001).
QUADRO 40 - MÉDIAS E RESPECTIVOS DESVIOS PADRÃO (ENTRE PARÊNTESIS) POR GRUPO PARA AS
PROVAS DE MEMÓRIA
Animais da cor errada Animais da cor errada
Animais sem cor (M0)
1(M1) 2(M2)
Grupo
M (DP) M (DP) M (DP)
139
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
8. ESTUDO III - ORGANIZAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PHDA
____________________________________________________________________________________
QUADRO 41 - MÉDIAS E RESPECTIVOS DESVIOS PADRÃO POR GRUPO PARA A PROVA DE PLANEAMENTO
Jogo I
Grupo
M DP
QUADRO 42 - MÉDIAS E RESPECTIVOS DESVIOS PADRÃO (ENTRE PARÊNTESIS) POR GRUPO PARA AS
PROVAS DE TEORIA DA MENTE
140
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
8. ESTUDO III - ORGANIZAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PHDA
____________________________________________________________________________________
QUADRO 43 - MÉDIAS E RESPECTIVOS DESVIOS PADRÃO POR GRUPO PARA A PROVA DE COMPREENSÃO
DA IRONIA
Histórias Engraçadas
Grupo
M DP
Por fim, quanto à tomada de decisão com base em informação emocional, verifica-se
uma vez mais que foram as crianças com PHDA as que apresentaram um pior
desempenho, nomeadamente, um número de jogadas superior ao das crianças da
amostra normativa (cf. Quadro 44). Esta diferença entre os grupos, ao contrário do
observado para as restantes provas das Funções Executivas emocionais, atingiu
significância (t (60) = -5,614; p=0,000).
QUADRO 44 - MÉDIAS E RESPECTIVOS DESVIOS PADRÃO POR GRUPO PARA A PROVA DE DECISÃO
EMOCIONAL
Jogo II
Grupo
M DP
141
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
8. ESTUDO III - ORGANIZAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PHDA
____________________________________________________________________________________
Na prova Jogo III (DE1), que ingressa no domínio da interacção entre as vertentes
cognitivas e emocionais na produção de um comportamento ajustado, verifica-se um
maior número de jogadas no grupo PHDA do que no grupo de controlo (cf. Quadro 45).
Esta diferença foi significativa (t (60) = -2,490; p=0,016). Já na prova Jogo IV (DE2), as
diferenças entre os grupos não atingiram valores significativos (t (60) = -1,165; ns).
QUADRO 45 - MÉDIAS E RESPECTIVOS DESVIOS PADRÃO (ENTRE PARÊNTESIS) POR GRUPO PARA AS
PROVAS DE DIRECCIONAMENTO
142
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
8. ESTUDO III - ORGANIZAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PHDA
____________________________________________________________________________________
8.3. DISCUSSÃO
Não foram encontradas diferenças de desempenho entre os grupos nas provas de teoria
da mente, compreensão do sentido não-literal da linguagem, e direccionamento com
mudança de estratégia.
Nos últimos anos, a investigação na área da PHDA tem voltado a sua atenção para os
aspectos mais emocionais da perturbação, focalizando-se nas decisões sociais (e.g.
Herrero, Hierro, Jiménez, & Casas, 2010), nas alterações emocionais produzidas pela
medicação para PHDA (e.g. Manos, Brams, Childress, Findling, Lopez, & Jensen,
2011), na auto-regulação do comportamento (e.g. De Pauw & Mervielde, 2011), e teoria
da mente (e.g. Perner, Kain, & Barchfeld, 2002).
143
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
8. ESTUDO III - ORGANIZAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PHDA
____________________________________________________________________________________
desempenho, apesar de a prova (Jogo II) propor uma tarefa consideravelmente díspar da
tarefa usada no estudo citado. Os resultados do presente estudo situam-se, portanto, na
mesma linha de conclusões dos estudos neurofisiológicos, os quais concluem pela
existência de um decréscimo de activação das estruturas límbicas responsáveis pela
interligação entre a informação do ambiente e a resposta emocional, nas crianças com
PHDA (Ernst et al., 2003).
144
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
8. ESTUDO III - ORGANIZAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM PHDA
____________________________________________________________________________________
Os resultados deste estudo devem ser interpretados criteriosamente, uma vez que se
subordinam a um conjunto de limitações metodológicas: a amostra PHDA foi obtida
através de diagnóstico externo (duas entidades), e não medida directamente; não se
procedeu ao controlo da tipologia específica de PHDA, pelo que poderá ter havido viés
sobre o curso da associação entre variáveis; o instrumento utilizado, embora apresente
características de validade, não reúne todos os requisitos metrológicos nem se encontra
ainda aferido para a totalidade da população de crianças portuguesas.
Por último, existe actualmente uma forte afirmação de que os défices executivos podem
constituir um critério fidedigno para determinar a presença de PHDA na criança (e.g.
Holmes et al., 2010). Apesar de este ser apenas um estudo exploratório, as conclusões
remetem para a possibilidade de o instrumento poder vir a ser utilizado como auxiliar
no diagnóstico diferencial da PHDA. Nesta perspectiva, defendemos que o presente
estudo deverá ser complementado com uma análise do coeficiente da função canónica
discriminante, no prosseguimento da investigação às características de validade do
Tartaruga da Ilha.
145
CONCLUSÕES
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
CONCLUSÕES
____________________________________________________________________________________
147
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
CONCLUSÕES
____________________________________________________________________________________
Por último, gostaríamos de salientar que esta investigação representa apenas uma parte,
exígua, do objectivo último que nos guia, e que encerra todo o esforço de compreensão
da evolução das crianças com e sem perturbação desenvolvimental, rumo ao momento
em que será possível intervir precocemente, ou mesmo prevenir, a adversidade dos
efeitos da desordem das Funções Executivas sobre o futuro da criança.
148
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
BIBLIOGRAFIA
Accornero, V. H., Amado, A. J., Morrow, C. E., Xue, L., Anthony, J. C., & Bandstra, E.
S. (2007). Impact of prenatal cocaine exposure on attention and response inhibition as
assessed by continuous performance tests. Journal of developmental and Behavioral
Pediatrics, 28, 195–205.
Allen, J. S., Damasio, H., Grabowski, T. J., Bruss, J., & Zhang, W. (2003). Sexual
dimorphism and asymmetries in the gray-white composition of the human cerebrum.
Neuroimage, 18, 880–894.
Ames, C., & White, S. (2011). Brief report: are adhd traits dissociable from the autistic
profile? Links between cognition and behaviour. Journal of Autism & Developmental
Disorders, 41(3), 357-363.
Anderson, J. R., & Douglass, S. (2001). Tower of Hanoi: Evidence for the Cost of Goal
Retrieval. Journal of Experimental Psychology. Learning, Memory & Cognition,
27(6), 1331 -1346.
149
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Anderson, V. A., Anderson, P., Northam, E., Jacobs, R., & Catroppa, C. (2001).
Development of executive functions through late childhood and adolescence in an
Australian sample. Developmental Neuropsychology, 20 (1), 385-406.
Barkley, R. A., Fischer, M., Smallish, L., & Fletcher, K. (2004). Young adult follow-up
of hyperactive children: antisocial activities and drug use. Journal of Child Psychology
and Psychiatry, 45, 195–211.
Barkley, R. A., Grodzinsky, G., & DuPaul, G. (1992). Frontal lobe functions in
attention deficit disorder with and without hyperactivity: a review and research report.
Journal of Abnormal Child Psychology, 20, 163–188.
Bechara, A., Damasio, A., Damasio, H., & Anderson, S. (1994). Insensitivity to future
consequences following damage to human prefrontal cortex. Cognition, 50, 7–15.
Bechara, A., Damasio, H., Tranel, D., & Damasio, A.R. (2005). The Iowa Gambling
Task and the somatic marker hypothesis: Some questions and answers. Trends in
Cognitive Sciences, 9, 159-162, discussion 162-154.
150
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Bechara, A., Tranel, D., & Damasio, H. (2000). Characterization of the decision-making
deficit of patients with ventromedial prefrontal cortex lesions. Brain, 123, 2189–2202.
Belsky, J., & de Haan, M. (2011). Annual Research Review: Parenting and children's
brain development: the end of the beginning. Journal of Child Psychology &
Psychiatry, 52(4), 409-428.
Bennett, P. C., Ong, B., & Ponsford, J. (2005). Assessment of executive dysfunction
following traumatic brain injury: Comparison of the BADS with other clinical
neuropsychological measures. Journal of the International Neuropsychological
Society, 11(5), 606–613.
Bental B, & Tirosh E. (2007). The relationship between attention, executive functions
and reading domain abilities in attention deficit hyperactivity disorder and reading
disorder: a comparative study. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 48, 455-
463.
Biederman, J., Monuteaux, M. C., Doyle, A.E., Seidman, L. J., Wilens, T. E.; Ferrero,
F., Morgan, C. L, & Faraone, S. V. (2004). Impact of Executive Function Deficits and
Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD) on Academic Outcomes in
Children. Journal of Consulting and Clinical Psychology. 72(5), 757-766.
Blair, R.J.R., Colledge, E., & Mitchell, D.G.V. (2001). Somatic markers and response
reversal: Is there orbitofrontal cortex dysfunction in boys with psychopathic
tendencies. Journal of Abnormal Child Psychology, 29, 499–511.
Blatter, D.D., Bigler, E.D., Gale, S.D., Johnson, S.C., Anderson, C.V., Burnett, B.M.,
Parker, N., Kurth, S., & Horn, S.D. (1995). Quantitative volumetric analysis of brain
MR: normative database spanning 5 decades of life. American Journal of
Neuroradiology, 16, 241–251.
151
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Breslau, J., Lane, M., Sampson, N., & Kessler, R. C. (2008). Mental disorders and
subsequent educational attainment in a US national sample. Journal of Psychiatric
Research, 42, 708–716.
Brookes, K.J., Mill, J., Guindalini, C., Curran, S., Xu, X.H., Knight, J., Chen, C.K.,
Huang, Y.S., Sethna, V., Taylor, E., Chen, W., Breen, G., & Asherson, P. (2006). A
common haplotype of the dopamine transporter gene associated with attention-
deficit/hyperactivity disorder and interacting with maternal use of alcohol during
pregnancy. Archives of General Psychiatry, 63, 74-81.
Brosnan, M., Demetre, J., Hammil, S., Robson, K., Brockway, H. & Cody, G. (2002).
Executive functioning in adults and children with dyslexia. Neuropsychologia, 40,
2144-2155.
Burgess, R.W., Dumontheil, I., & Gilbert, S. J. (2007). The gateway hypothesis of
rostral prefrontal cortex (area 10) function. Trends in Cognitive Sciences, 11(7), 290–
298.
Campbell, S. B., & Douglas, V. I. (1972). Cognitive styles and responses to the threat of
frustration. Canadian Journal of Behavioural Science, 4, 30–42.
Carlson, S.M., & Moses, L.J. (2001). Individual differences in inhibitory control and
children’s theory of mind. Child Development, 72, 1032–1053.
Carlson, S.M., Moses, L.J., & Breton, C. (2002). How specific is the relation between
executive function and theory of mind? Contributions of inhibitory control and
working memory. Infant and Child Development, 11, 73–92.
Castellanos, F. X., Lee, P. P., Sharp, W., Jeffries, N. O., Greenstein, D. K., Clasen, L.S.,
Blumenthal, J. D., James, R. S., Ebens, C.L., Walter, J.M., Zijdenbos, A., Evans A. C.,
Giedd, J. N., & Rapoport, J. L. (2002). Developmental trajectories of brain volume
abnormalities in children and adolescents with attention-deficit ⁄ hyperactivity
disorder. Journal of the American Medical Association, 288, 1740–1748.
152
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Charman, T., Carroll, F., & Sturge, C. (2001). Theory of mind, executive function and
social competence in boys with ADHD. Emotional and Behavioural Difficulties, 6, 31-
49.
Chevignard, M., Catroppa, C., Galvin, J., & Anderson, V. (2010). Development and
Evaluation of an Ecological Task to Assess Executive Functioning Post Childhood
TBI: The Children's Cooking Task. Brain Impairment, 11(2), 125-143..
Chevignard, M., Pillon, B., Pradat-Diehl, P., Taillefer, C., Rousseau, S., Le Bras, C., &
Dubois, B. (2000). An ecological approach to planning dysfunction: Script execution.
Cortex, 36, 649-669.
Chevignard, M., Servant, V., Mariller, A., Abada, G., Pradat-Diehl, P., & Laurent-
Vannier, A. (2009). Assessment of executive functioning in children after TBI with a
naturalistic open-ended task : A pilot study. Developmental Neurorehabilitation,
12(2), 76–91.
Cohen, M. J., Morgan, A. M., Vaughn, M., Riccio, C. A., & Hall, J. (1999). Verbal
fluency in children: Developmental issues and differential validity in distinguishing
children with attention-deficit hyperactivity disorder and two subtypes of dyslexia.
Archives of Clinical Neuropsychology, 14, 433–443.
Comings, D.E., Gade-Andavolu, R., Gonzalez, N., Wu, S., Muhleman, D., Blake, H.,
Dietz, G., Saucier, G., & MacMurray, J.P. (2000). Comparison of the role of
dopamine, serotonin, and noradrenaline genes in ADHD, ODD and conduct disorder:
multivariate regression analysis of 20 genes. Clinical Genetics, 57, 178–96.
Conway, A. R. A., Cowan, N., Bunting, M. F., Therriault, D. J., & Minkoff, S. R. B.
(2002). A latent variable analysis of working memory capacity, short-term capacity,
processing speed, and general fluid intelligence. Intelligence, 30, 163-183.
Costa, A. S., & Castro, S. L. (2010). Controlo inibitório em crianças medido através da
tarefa Stroop Animal. Laboratório de Psicologia, 8(1), 51-62.
153
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Crone, E. A., Bunge, S. A., Latenstein, H., & Van der Molen, M. W. (2005).
Characterization of children’s decision-making: Sensitivity to punishment frequency,
not task complexity. Child Neuropsychology, 11, 245–263.
Crone, E. A., Vendel, I., & Van Der Molen, M. W. (2003). Decisionmaking in
disinhibitied adolescents and adults: Insensitivity to future consequences or driven by
immediate reward? Personality and Individual Differences, 35, 1625–1641.
Cruickshank, W. M., Bice, H. V., Wallen, N. E., Lynch, K. S. (1957). Perception and
cerebral palsy: studies in figure-background relationship. Syracuse: Syracuse
University Press.
Dahlin, E., Bäckman, L., Neely, A., & Nyberg, L. (2009). Training of the executive
component of working memory: Subcortical areas mediate transfer effects. Restorative
Neurology & Neuroscience, 27(5), 405-419.
Damasio, A. R., Tranel, D., & Damasio, H. C. (1991). Somatic markers and the
guidance of behavior: Theory and preliminary testing. In H. S. Levin & H. M.
Eisenberg (Eds.), Frontal lobe function and dysfunction. New York: Oxford
University Press, 217–229.
Damasio, H, Grabowski, T., Frank, R., Galaburda, A. M., and Damasio, A. R. (1994)
The Return of Phineas Gage: Clues about the brain from the skull of a famous patient.
Science, 264, 1102-1105.
Davis, E. P., Bruce, J., Snyder, K., & Nelson, C. A. (2003). The X-trials: Neural
correlates of an inhibitory control task in children and adults. Journal of Cognitive
Neuroscience, 15, 432–443.
154
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
De Bellis, M. D., Keshavan, M. S., Beers, S. R., Hall, J., Frustaci, K., Masalehdan, A.,
Noll, J., & Boring, A. M. (2001). Sex differences in brain maturation during childhood
and adolescence. Cerebral Cortex, 11, 552–557.
De Luca, C. R.,Wood, S. J., Anderson, V., Buchanan, J. A., Proffitt, T. M., Mahony, K.,
et al. (2003). Normative data from the CANTAB I: Development of executive
function over the lifespan. Journal of Clinical and Experimental Neuropsychology, 25,
242–254.
De Pauw, S. W., & Mervielde, I. (2011). The Role of Temperament and Personality in
Problem Behaviors of Children with ADHD. Journal of Abnormal Child Psychology,
39(2), 277-291.
Delis, D. C., Kaplan, E., & Kramer, J. H. (2001). The Delis-Kaplan Executive Function
System. San Antonio: The Psychological Corporation.
Della Sala, S., Gray, C., Spinnler, H., & Trivelli, C. (1998). Frontal lobe functioning in
man: The riddle revisited. Archives of Clinical Neuropsychology, 13, 663–682.
Diamond, A., & Doar, B. (1989). The performance of human infants on a measure of
frontal cortex function, the delayed response task. Developmental Psychobiology, 22,
271-294.
Drewe, E. A. (1975). Go no-go learning after frontal lobe lesions in humans. Cortex, 11,
8–16.
Elkins, I. J., McGue, M., & Iacono, W. G. (2007). Prospective effects of attention-
deficit hyperactivity disorder, conduct disorder, and sex on adolescent substance use
and abuse. Archives of General Psychiatry, 64, 1145–1152.
155
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Elliott, R., Dolan, R. J. & Frith, C. D. (2000). Dissociable functions in the medial and
lateral orbitofrontal cortex: evidence from human neuroimaging studies. Cerebral
Cortex, 10, 308-317.
Elliott, R., Frith, C.D., & Dolan, R.J. (1997). Differential neural response to positive
and negaive feedback in planning and guessing tasks. Neuropsychologia, 35, 1395-
1404.
Emslie, H., Wilson, F.C., Burden, V., Nimmo-Smith, I., & Wilson, B.A. (2003).
Behavioural assessment of the dysexecutive syndrome in children (BADS-C). London,
U.K.: Harcourt Assessment.
Ernst, M., Grant, S. J., London, E., Contoreggi, C. S., Kimes, A. S., & Spurgeon, L.
(2003). Decision making in adolescents with behavior disorders and adults with
substance abuse. American Journal of Psychiatry, 160, 33–40.
Ernst, M., Kimes, A.S., London, E.D., Matochik, J.A., Eldreth, D.,. Tata, S.,
Contoreggi, C., Leff, M., & Bolla, K. (2003). Neural substrates of decision making in
adults with attention deficit hyperactivity disorder. American Journal of Psychiatry,
160, 1061–1070.
Eslinger, P. J., & Damasio, A. R. (1985). Severe disturbance of higher cognition after
bilateral frontal lobe ablation: Patient EVR. Neurology, 35(12), 1731–1741.
Eslinger, P. J., & Grattan, L. M. (1993). Frontal lobe and frontal-striatal substrates for
different forms of human cognitive flexibility. Neuropsychologia, 31, 17–28.
Espy, K. A., Kaufmann, P. M., Glisky, M. L., & McDiarmid, M. D. (2001). New
Procedures to assess executive functions in preschool children. The Clinical
Neuropsychologist, 15, 46-58.
Faraone, S. V., Biederman, J., & Mick, E. (2006). The age-dependent decline of
attention deficit hyperactivity disorder: a meta-analysis of follow-up studies.
Psychological Medicine, 36(2),159–165.
Faraone, S. V., Perlis, R. H., Doyle, A. E., Smoller, J. W., Goralnick, J. J., Holmgren,
M. A., & Sklar, P. (2005). Molecular genetics of attention-deficit/hyperactivity
disorder. Biological Psychiatry, 57, 1313-1323.
156
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Filipek, P.A. (1999). Neuroimaging in the developmental disorders: the state of the
science. Journal of Child Psychology Psychiatry, 40, 113–28.
Fleming, C., & Snell Jr, W. E. (2008). Emotional Intelligence in Adults With ADHD.
Psi Chi Journal of Undergraduate Research, 13(2), 86-95.
Fortin, S., Godbout, L., & Braun, C. M. (2003). Cognitive structure of executive deficits
in frontally lesioned head trauma patients performing activities of daily living. Cortex,
39, 273–291.
French, N.P., Hagan, R., Evans, S.F., Mullan, A., & Newnham, J.P. (2004). Repeated
antenatal corticosteroids: Effects on cerebral palsy and childhood behavior. American
Journal of Obstetrics and Gynecology, 190, 588–595.
Frye, D., Zelazo, P. D., & Palfai, T. (1995). Theory of mind and rule-based reasoning.
Cognitive Development, 10, 483-527.
Fuster, J.M. (2000). Executive frontal functions. Experimental Brain Research, 133, 66-
70.
Gaddes, W. H., & Edgell, D. (1994). Learning disabilities and brain function: a
neuropsychological approach. New York: Springer-Verlag NY inc.
Gaillard, V., Barrouillet, P., Jarrold, C., & Camos, V. (2011). Developmental
differences in working memory: Where do they come from?. Journal of Experimental
Child Psychology, 110(3), 469-479.
157
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Garon, N., & Moore, C. (2004). Complex decision-making in early childhood. Brain
and Cognition (Special Issue on Development of Orbitofrontal Function), 55, 158–
170.
Gaub, M., & Carlson, C.L. (1997). Gender differences in ADHD: a meta-analysis and
critical review. Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry,
36, 1036–1045.
Gerstadt, C. L., Hong, Y. J., & Diamond, A. (1994). The relationship between cognition
and action: Performance of children 3 1/2 - 7 years old on a Stroop-like day-night test.
Cognition, 53, 129-153.
Geurts, H. M., van der Oord, S., & Crone, E. A. (2006). Hot and Cool Aspects of
Cognitive Control in Children with ADHD: Decision-Making and Inhibition. Journal
of Abnormal Child Psychology, 34(6), 811-822.
Giedd, J. N., Blumenthal, J., Jeffries, N. O., Castellanos, F. X., Liu, H., Zijdenbos, A.,
Paus, T., Evans, A. C., & Rapoport J.L. (1999). Brain development during childhood
and adolescence: a longitudinal MRI study. Nature Neuroscience, 2, 861–863.
Gioia, G. A., Espy, K. A., & Isquith, P. K. (2002). Behavior Rating Inventory of
Executive Function, Preschool Version (BRIEF-P). Odessa: Psychological Assessment
Resources.
Gioia, G. A., Isquith, P. K., Kenworthy, L. & Barton, R. M., (2002). Profiles of
Everyday Executive Function in Acquired and Developmental Disorders. Child
Neuropsychology, 8, 121-137.
158
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Gogtay, N., Giedd, J. N., Lusk, L., Hayashi, K. M., Greenstein, D., Vaituzis, A. C.,
Nugent, T.F., Herman, D.H., Clasen,. L.S., Toga, A.W., Rapoport, J.L., & Thompson,
P.M. (2004). Dynamic mapping of human cortical development during childhood
through early adulthood. Procedings of the National Academy of Science, USA, 101,
8174–8179.
Golden, C. J. (1978). Stroop Color and Word Test: A Manual for Clinical and
Experimental Uses. Chicago, Illinois: Skoelting.
Goldstein, L. H., Bernard S., Fenwick, P. B. C., Burgess, P. W., & McNeil, J. (1993).
Unilateral frontal lobectomy can produce strategy application disorder. Journal of
Neurology, Neurosurgery and Psychiatry, 56, 274–276.
Grafman, J. (2002). The structured event complex and the human prefrontal cortex. In
D. T. Stuss & R. K. Knight (Eds.), Principles of frontal lobe function (pp. 292-310).
New York: Oxford University Press.
Green, L., Myerson, J., & Ostaszewski, P. (1999). Discounting of delayed rewards
across the lifespan: age differences in individual discounting functions. Behavioural
Processes, 46, 89–96.
Haith, M., Hazan, C., & Goodman, G. S. (1988). Expectation and anticipation of
dynamic visual events by 3.5-month-old babies. Child Development, 59, 467-479.
Harris, M., & Pexman, P. M. (2003). Children’s perceptions of the social functions of
verbal irony. Discourse Processes, 36, 147–165.
159
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Herrero, M., Hierro, R., Jiménez, P., & Casas, A. (2010). Seguimiento de los efectos de
una intervención psicosocial sobre la adaptación académica, emocional y social de
niños con TDAH. Psicothema, 22(4), 778-783.
Holmes, J., Gathercole, S. E., Place, M., Alloway, T. P., Elliott, J. G., & Hilton, K. A.
(2010). Child & Adolescent Mental Health, 15, 37-43.
Hong, H.J., Lee, J.B., Kim, J.S., Seo, W.S., Koo, B.H., Bai, D.S., & Jeong, J.Y.. (2010).
Impairment of Concept Formation Ability in Children with ADHD: Comparisons
between Lower Grades and Higher Grades. Psychiatry Investigation, 7(3), 177-188.
Hongwanishkul, D., Happaney, K. R., Lee, W. S., & Zelazo, P. D. (2005). Assessment
of Hot and Cool Executive Function in Young Children: Age-Related Changes and
Individual Differences. Developmental Neuropsychology, 28 (2), 617–644.
Horneman, G., & Emanuelson, I. (2009). Cognitive outcome in children and young
adults who sustained severe and moderate traumatic brain injury 10 years earlier.
Brain Injury, 23(11), 907-914.
Houghton, S., Douglas, G., West, J., Whiting, K., Wall, M., Langsford, S., Powell, L.,
& Carroll, A. (1999). Differential patterns of executive function in children with
attention-deficit hyperactivity disorder according to gender and subtype. Journal of
Child Neurology, 14, 801–805.
Huang-Pollock, C. L., Mikami, A., Pfiffner, L., & McBurnett, K. (2009). Can Executive
Functions Explain the Relationship Between Attention Deficit Hyperactivity Disorder
and Social Adjustment?. Journal of Abnormal Child Psychology, 37(5), 679-691.
Hughes, C., & Ensor, R. (2005). Theory of mind and executive function in 2-year-olds:
A family affair? Developmental Neuropsychology, 28, 645-668.
Hüppi, P. S., Warfield, S., Kikinis, R., Barnes, P. D., Zientara, G. P., Jolesz, F. A.,
Tsuji, M. K., & Volpe, J. J. (1998). Quantitative magnetic resonance imaging of brain
development in premature and mature newborns. Annals of Neurology, 43, 224–235.
Hurks, P. M., Schrans, D. D., Meijs, C. C., Wassenberg, R. R., Feron, F. M., & Jolles, J.
J. (2010). Developmental Changes in Semantic Verbal Fluency: Analyses of Word
Productivity as a Function of Time, Clustering, and Switching. Child
Neuropsychology, 16(4), 366-387.
160
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Isquith, P. K., Gioia, G. A., & Espy, K. A. (2004) Executive function in preschool
children: Examination through everyday behaviour. Developmental Neuropsychology,
26, 2, 403-422.
Jacques, S., & Zelazo, P. D. (2001). The Flexible Item Selection Task (FIST): A
measure of executive function in preschoolers. Developmental Neuropsychology, 20
(3), 573-591.
Johnson M. (2007). Developing a social brain (Nobek Forum keynote lecture). Acta
Paediatrica, 96, 3–5.
Kahn, R.S., Khoury, J., Nichols, W.C., & Lanphear, B.P. (2003). Role of dopamine
transporter genotype and maternal prenatal smoking in childhood
hyperactiveimpulsive, inattentive, and oppositional behaviors. Journal of Pediatrics,
143, 104–110.
Kane,M. J., & Engle, R.W. (2002). The role of prefrontal cortex in working-memory
capacity, executive attention, and general fluid intelligence: An individual-differences
perspective. Psychonomic Bulletin & Review, 9, 637–671.
161
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Kawasaki, H., Adolphs, R., Kaufman, O., Damasio, H., Damasio, A. R., Granner, M., &
Howard, M. A. (2001). Single-neuron responses to emotional visual stimuli recorded
in human ventral prefrontal cortex. Nature Neuroscience, 4(1), 15.
Kerr, A. & Zelazo, P.D. (2004). Development of ‘‘hot’’ executive function: The
children’s gambling task. Brain and Cognition, 55, 148–157.
Kessler, R.C., Adler, L.A., Barkley, R., Biederman, J., Conners, C.K., Faraone, S.V.,
Greenhill, L.L., Jaeger, S., Secnik, K., Spencer, T., Ustun, T.B., Zaslavsky, A.M.
(2005). Patterns and predictors of attention-deficit/hyperactivity disorder persistence
into adulthood: results from the national comorbidity survey replication. Biological
Psychiatry, 57(11), 1442-1451.
Kirkham, N.Z., Cruess, L.M., & Diamond, A. (2003). Helping Children Apply their
Knowledge to their Behavior on a Dimension-Switching Task. Developmental
Science, 6, 449-467.
Klimkeit, E. I., Mattingley, J. B., Sheppard, D. M., Farrow, M., & Bradshaw, J. L.
(2004). Examining the evelopment of attention and executive functions in children
with a novel paradigm. Child Neuropsychology, 10, 201–211.
Kochanska, G., Murray, K., & Coy, K. (1997). Inhibitory control as a contributor to
conscience in childhood: From toddler to early school age. Child Development, 68,
263-277.
Kochanska, G., Murray, K., Jacques, T. Y., Koenig, A. L., & Vandegeest, K. A. (1996).
Inhibitory control in young children and its role in emerging internalization. Child
Development, 67, 490–507.
162
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Lansbergen, M.M., Kenemans, J.L., & van Engeland, H. (2007). Stroop interference
and attention-deficit/hyperactivity disorder: A review and meta-analysis.
Neuropsychology, 21(2), 251-262.
Lemiere, J., Wouters, H., Sterken, C., Lagae, L., Sonuga-Barke, E., & Danckaerts, M.
(2010). Are children with ADHD predominantly inattentive and combined subtypes
different in terms of aspects of everyday attention?. European Child & Adolescent
Psychiatry, 19(8), 679-685.
Lerch, J., Yiu, A., Martinez-Canabal, A., Pekar, T., Bohbot, V., Frankland, P.,
Henkelman, R., Josselyn, S., & Sled, J. (2011). Maze training in mice induces MRI-
detectable brain shape changes specific to the type of learning. NeuroImage, 54(3),
2086-2095.
Lezak, M. D., Howieson, D. B., & Loring, D. W. (2004). Executive functions and motor
performance. Neuropsychological assessment. New York: Oxford University Press.
163
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Linnet, K. M., Dalsgaard, S., Obel, C., Wisborg, K., Henriksen, T.B., Rodriguez, A., et
al. (2003). Maternal lifestyle factors in pregnancy risk of attention deficit
hyperactivity disorder and associated behaviors: Review of the current evidence.
American Journal of Psychiatry, 160, 1028-1040.
Lopes, A. F., Simões M. M., Robalo, C. N., Fineza, I., & Gonçalves, O. B. (2010).
Evaluacion neuropsicologica en ninos con epilepsia: atencion y funciones ejecutivas
en epilepsia del lobulo temporal. Revista de Neurología, 50, 265-72.
Luders, E., Thompson, P. M, & Toga, A. W. (2010). The development of the corpus
callosum in the healthy human brain. The Journal of Neuroscience: the official journal
of the Society for Neuroscience, 30 (33), 10985-90.
Luders, E., Narr, K. L., Thompson, P. M., Woods, R. P., Rex, D. E., Jancke, L.,
Steinmetz, H., & Toga, A.W. (2005). Mapping cortical gray matter in the young adult
brain: effects of gender. Neuroimage, 26, 493–501.
Manly, T., Anderson, V., Nimmo-Smith, I., Turner, A., Watson, P., & Robertson, I. H.
(2001). The differential assessment of children’s attention: the Test of Everyday
Attention for Children (TEA-Ch): Normative sample and ADHD performance.
Journal of Child Psychology and Psychiatry, 42, 1065–81.
Manos, M. J., Brams, M., Childress, A. C., Findling, R. L., Lopez, F. A., & Jensen, P. S.
(2011). Changes in Emotions Related to Medication Used to Treat ADHD. Part I:
Literature Review. Journal of Attention Disorders, 15(2), 101-112.
164
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Marsh, R., Zhu, H., Schultz, R. T., Quackenbush, G., Royal, J., Skudlarski, P. and
Peterson, B. S. (2006), A developmental fMRI study of self-regulatory control. Human
Brain Mapping, 27, 848-863.
Martinussen, R., Hayden, J., Hogg-Johnson, S., & Tannock, R. (2005). A meta-analysis
of working memory impairments in children attention-deficit/hyperactivity disorder.
Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry, 44, 377–384.
Marzocchi, G. M., Oosterlaan, J., Zuddas, A., Cavolina, P., Geurts, H., Redigolo, D.,
Vio, C. & Sergeant, A. (2008). Contrasting deficits on executive functions between
ADHD and reading disabled children. Journal of Child Psychology and Psychiatry,
49(5), 543-552.
Matute, E., Rosselli, M., Ardila, A., & Morales, G. (2004). Verbal and Nonverbal
Fluency in Spanish-Speaking Children. Developmental Neuropsychology, 26(2), 647-
660.
Mick, E., & Faraone, S.V., (2008). Genetics of attention deficit hyperactivity disorder.
Child and Adolescent Psychiatric Clinics of North America, 17, 261-284.
Milich, R., Ballentine, A. C., & Lynam, D. R. (2001). ADHD/combined type and
ADHD predominately inattentive type are distinct and unrelated disorders. Clinical
Psychology: Science and Practice, 8, 463-488.
Mill, J., & Petronis, A. (2008). Pre- and peri-natal environmental risks for attention-
deficit hyperactivity disorder (ADHD): the potential role of epigenetic processes in
mediating susceptibility. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 49, 1020-1030.
Miller, E. K., & Cohen, J. D, (2001). An integrative theory of prefrontal cortex function.
Annual Review of Neuroscience, 24, 167-202.
Miyake, A., Friedman, N. P., Emerson, M. J., Witzki, A. H., Howerter, A., & Wager, T.
(2000). The unity and diversity of executive functions and their contributions to
complex "frontal lobe" tasks: A latent variable analysis. Cognitive Psychology, 41, 49-
100.
165
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Morris, R. G., Ahmed, S., Syed, G. M., & Toone, B. K. (1993). Neural correlates of
planning ability: Frontal lobe activation during the Tower of London test.
Neuropsychologia, 12, 1367-1378.
Nelson, C. A., & Luciana, M. (1998). The use of event-related potentials in pediatric
neuropsychiatry. In Coffey, C.E., and Brumback, R.A. (Eds): Textbook of Pediatric
Neuropsychiatry (pp. 331-356). Washington DC: American Psychiatric Press.
Nigg, J. T., & Breslau, N. (2007). Prenatal smoking exposure, low birth weight, and
disruptive behavior disorders. Journal of the American Academy of Child and
Adolescent Psychiatry, 46, 362-369.
Nigg, J. T., Nikolas, M., Mark Knottnerus, G., Cavanagh, K., & Friderici, K. (2010),
Confirmation and extension of association of blood lead with attention-
deficit/hyperactivity disorder (ADHD) and ADHD symptom domains at population-
typical exposure levels. Journal of Child Psychology & Psychiatry, 51(1), 58-65.
Nopoulos, P., Flaum, M., O′Leary, D., & Andreasen, N. C. (2000). Sexual dimorphism
in the human brain: evaluation of tissue volume, tissue composition and surface
anatomy using magnetic resonance imaging. Psychiatry Research, 98, 1-13.
Nøvik, T. S., Hervas, A., Ralston, S. J., Dalsgaard, S., Pereira, R. R., & Lorenzo, M. J.
(2006). Influence of gender on attention-deficit ⁄ hyperactivity disorder in Europe-
ADORE. European Child & Adolescent Psychiatry, 15, 15-24.
Nyberg, L., Brocki, K., Tillman, C., & Bohlin, G. (2009). The proposed interaction
between working memory and inhibition. European Journal of Cognitive Psychology,
21(1), 84-111.
Oades, R. D., & Christiansen, H. (2008). Cognitive switching processes in young people
with attention-deficit/hyperactivity disorder. Archives of Clinical Neuropsychology,
23, 21–32.
166
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Overman, W. H., Bachevalier, J., Schuhmann, E., & Ryan, P. (1996). Cognitive gender
differences in very young children parallel biologically based cognitive gender
differences in monkeys. Behavioral Neuroscience, 110, 673–684.
Ozonoff, S. & Jensen J. (1999). Brief report: specific executive function profiles in
three neurodevelopmental disorders. Journal of Autism and Developmental Disorders,
29, 171–177.
Papadopoulos, T. C., Panayiotou, G., Spanoudis, G., & Natsopoulos, D., (2005).
Evidence of poor planning skills in children with attention deficits. Journal of
Abnormal Child Psychology, 33, 611-623.
Pary, R., Lewis, S., Matuschka, P. R., Rudzinskiy, P., Safi, M., & Lippmann, S. (2002).
Attention deficit disorder in adults. Annals of Clinical Psychiatry, 14, 105-111.
Pasini, A., Paloscia, C., Alessandrelli, R., Porfirio, M.C., & Curatolo, P. (2007).
Attention and executive functions profile in drug naive ADHD subtypes. Brain and
Development, 29, 400–408.
Passler, M., Isaac, W., & Hynd, G. W. (1985). Neuropsychological behavior attributed
to frontal lobe functioning in children. Developmental Neuropsychology, 1, 349-370.
Paz, R., Barsness, B., Martenson, T., Tanner, D., & Allan, A. M. (2007). Behavioral
teratogenicity induced by nonforced maternal nicotine consumption.
Neuropsychopharmacology, 32, 693-699.
167
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Pennington, B. F., Groissier, D., & Welsh, M.C. (1993). Contrasting cognitive deficits
in attention deficit hyperactivity disorder versus reading disability. Developmental
Psychology, 29, 511-23.
Perner, J., Kain, W., & Barchfeld, P. (2002). Executive control and higher-order theory
of mind in children at a risk of ADHD. Infant and Child Development, 11, 141-158.
Petersson, K., Silva, C., Castro-Caldas, A., Ingvar, M., & Reis, A. (2007). Literacy: a
cultural influence on functional left–right differences in the inferior parietal cortex.
European Journal of Neuroscience, 26(3), 791-799.
Petrides, M. & Milner, B. (1982). Deficits on subject-ordered tasks after frontal- and
temporal-lobe lesions in man. Neuropsychologia, 20, 249-262.
Pexman, P., Glenwright, M., Hala, S., Ivanko, S. L., & Jungen, S. (2006). Children’s
use of trait information in understanding verbal irony. Metaphor and Symbol, 21, 39-
60.
Pfefferbaum, A., Mathalon, D. H., Sullivan, E. V., Rawles, J. M.,. Zipursky, R. B. &
Lim, K. O. (1994). A quantitative magnetic resonance imaging study of changes in
brain morphology from infancy to late adulthood. Archives of Neurology, 51, 874-887.
Polanczyk, G., Lima, M. S., Horta, B. L., Biederman, J., &. Rohde, L. A. (2007). The
worldwide prevalence of ADHD: a systematic review and metaregression analysis.
Journal of Psychiatry, 164(6), 942-948.
Posner, M. I., & Snyder C. R. (1975). Attention and cognitive control. In R. L. Solso
Information processing and cognition: the Loyola symposium (pp 55-86). Hillsdale,
N.J: L. Erlbaum Associates.
168
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Prencipe, A., Kesek, A., Cohen, J., Lamm, C., Lewis, M. D., & Zelazo, P. (2011).
Development of hot and cool executive function during the transition to adolescence.
Journal of Experimental Child Psychology, 108(3), 621-637.
Räsänen, P. (1992). Trail Making test for Children: A non-verbal experimental version.
Jyväskylä: Niilo Mäki Institute.
Regard, M., Strauss, E., & Knapp, P. (1982). Children’s production on verbal and non-
verbal fluency tasks. Perceptual and Motor Skills, 55, 839-844.
Reiss, A. L., Abrams, M. T., Singer, H. S., Ross, J. L., & Denckla, M. B.. (1996). Brain
development, gender and IQ in children. A volumetric imaging study. Brain, 119,
1763-1774.
Ribas-Fito, N., Torrent, M., Carrizo, D., Julvez, J., Grimalt, J. O., & Sunyer, J. (2007).
Exposure to hexachlorobenzene during pregnancy and children’s social behavior at 4
years of age. Environmental Health Perspectives, 115, 447-450.
Rocke, K., Hays, P., Edwards, D., & Berg, C. (2008). Development of a performance
assessment of executive function: the Children’s Kitchen Task Assessment. The
American journal of occupational therapy official publication of the American
Occupational Therapy Association, 62(5), 528-537.
Roessner, V., Becker, A., Banaschewski, T., & Rothenberger, A. (2007). Executive
functions in children with chronic tic disorders with/without ADHD: new insights.
European Child & Adolescent Psychiatry, 16 (6), 1636-1644.
Rogers, R. D., Owen, A. M., Middleton, H. C., Williams, E. J., Pickard, J. D., Sahakian,
B. J., & Robbins, T. W. (1999). Choosing between small, likely rewards and large,
unlikely rewards activates inferior and orbital prefrontal cortex. The Journal of
Neuroscience, 20, 9029-9038.
169
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Rubia, K., Halari, R., Cubillo, A., Mohammad, A., Brammer, M., & Taylor, E. (2009).
Methylphenidate normalises activation and functional connectivity deficits in attention
and motivation networks in medication-naïve children with ADHD during a rewarded
continuous performance task. Neuropharmacology, 57(7/8), 640-652.
Rubia, K., Overmeyer, S., Taylor, E, Brammer, M., Williams, S. C., Simmons, A.,
Andrew C, & Bullmore E T. (2000). Functional frontalisation with age: mapping
neurodevelopmental trajectories with fMRI. Neuroscience and Biobehavioral Reviews,
24, 13-19.
Rubia, K., Russell, T., Overmeyer, S., Brammer, M. J., Bullmore, E.T., Sharma, T.,
Simmons, A., Williams, S. C., Giampietro, V., Andrew, C. M., & Taylor, E. (2001).
Mapping motor inhibition: conjunctive brain activations across different versions of
go/no-go and stop tasks. NeuroImage, 13 (2), 250 –261.
Ruff, H. A., & Rothbart, M. K. (1996). Attention in early development: Themes and
variations. New York: Oxford University Press.
Russell, J., Mauthner, N., Sharpe, S., Tidswell, T. (1991). The “windows task” as a
measure of strategic deception in preschoolers and autistic subjects. British Journal of
Developmental Psychology, 9, 331-349.
Salnaitis, C. L., Baker, C. A., Holland, J., & Welsh, M. (2011). Differentiating Tower of
Hanoi Performance: Interactive Effects of Psychopathic Tendencies, Impulsive
Response Styles, and Modality. Applied Neuropsychology, 18(1), 37-46.
Sarnat, H. B., & Flores-Sarnat, L. (2006). Normal Development of the Nervous System.
In Roger A. Brumback, and C. Edward Coffey (Eds), Pediatric Neuropsychiatry.
Philadelphia: Lippincott Williams and Wilkins.
170
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Scahill, L., Carroll, D., & Burke, K. (2004). Methylphenidate: Mechanism of action and
clinical update. Journal of Child and Adolescent Psychiatric Nursing, 17, 85-86.
Seidman, L.J., Biederman, J., Monuteaux, M.C., Valera, E., Doyle, A.E., & Faraone
S.V. (2005). Impact of gender and age on executive functioning: do girls and boys
with and without attention deficit hyperactivity disorder differ neuropsychologically in
preteen and teenage years? Developmental Neuropsychology, 27(1), 79-105.
Sevy, S., Hassoun, Y., Bechara, A., Yechiam, E., Napolitano, B., Burdick, K., Delman,
H., & Malhotra, A. (2006). Emotion-based decision-making in healthy subjects: Short-
term effects of reducing dopamine levels. Psychopharmacology, 188, 228-235.
Shallice, T., & Burgess, P. W. (1991). Deficits in strategy application following frontal
lobe damage in man. Brain, 114(2), 727-741.
Shaw, P., Lerch, J., Greenstein, D., Sharp, W., Clasen, L., Evans, A., Giedd, J.
Castellanos, X., & Rapoport, J. (2006). Longitudinal mapping of cortical thickness and
clinical outcome in children and adolescents with attention-deficit/hyperactivity
disorder. Archives of General Psychiatry, 63, 540-549.
Shiffrin, R. M., & Schneider, W. (1977). Controlled and automatic human information
processing: II: Perceptual learning, automatic attending, and a general theory.
Psychological Review, 84 (2), 127–90.
Shu, B. C., Lung, F. W., Tien, A. Y., & Chen, B. C. (2001). Executive function deficits
in non-retarded autistic children. Autism, 5, 165–174.
Simões, M., Albuquerque, C., Pinho, S., Pereira, M., Seabra-Santos, M., Alberto, I.,
Lopes, A., Vilar, M., & Gaspar, F. (2008). Relatório do Projecto adaptação e aferição
de testes neuropsicológicos: Estudos psicométricos. Coimbra: Faculdade de Psicologia
e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.
Simon, V., Czobor, P., Bálint, S., Mészáros, A., & Bitter, I. (2009). Prevalence and
correlates of adult attention-deficit hyperactivity disorder: meta-analysis. The British
Journal of Psychiatry, 194(3), 204-211.
171
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Smidts, D. P., Jacobs, R., & Anderson, V. (2004). The Object Classification Task for
Children (OCTC): A Measure of Concept Generation and Mental Flexibility in Early
Childhood. Developmental Neuropsychology, 26(1), 385-401.
Solanto, M. V., Gilbert, S. N., Raj, A., Zhu, J., Pope-Boyd, S., Stepak, B., Vail, L., &
Newcorn, J. H. (2007). Neurocognitive functioning in ADH/HD, predominantly
inattention and combined subtypes. Journal of Abnormal Child Psychology, 35, 729-
744.
Sowell, E. R., Thompson, P. M., Welcome, S. E., Henkenius, A. L., Toga, A. W., &
Peterson, B. S. (2003). Cortical abnormalities in children and adolescents with
attention-deficit hyperactivity disorder. The Lancet, 62, 1699-1707.
Sowell, E. R., Trauner, D. A., Gamst, A., & Jernigan, T. L. (2002). Development of
cortical and subcortical brain structures in childhood and adolescence: A structural
MRI study. Developmental Medicine and Child Neurology, 44, 4-16.
Spencer-Smith M., & Anderson V. (2009). Healthy and abnormal development of the
prefrontal cortex. Developmental Neurorehabilitation. 12, 279-297.
Spikman, J. M., Boelen, D., Lamberts, K. F., Brouwer, W. H., & Fasotti, L. (2010).
Effects of a multifaceted treatment program for executive dysfunction on indications
of executive functioning in daily life. Journal of the International Neuropsychological
Society, 16, 118-129.
172
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Stuss, D. T,. & Benson, D. F. (1986). The frontal lobes. New York: Raven Press.
Stuss, D. T., & Alexander, M. P. (2000). Executive functions and the frontal lobes: a
conceptual view. Psychological Research, 63, 289-298.
Swanson, H.L. & Siegel, L. (2001). Learning disabilities as a working memory deficit.
Issues in Education: Contributions of Educational Psychology, 7(1), 1-48.
Swanson, J. M., Sergeant, J. A., Taylor, E., Sonuga-Barke, E. J., Jensen, P. S., &
Cantwell, D. P. (1998). Attention-deficit hyperactivity disorder and hyperkinetic
disorder. The Lancet, 351, 429-433.
Szeszko, P. R., Vogel, J., Ashtari, M., Malhotra, A. K., Bates, J., Kane, J. M., Bilder, R.
M., Frevert, T., & Lim, K. (2003). Sex differences in frontal lobe white matter
microstructure: a DTI study. Neuroreport, 14, 2469-2473.
Tallal P., Stark, R. E., Kallman, C., & Mellits, D. (1980). Developmental dysphasia:
Relation between acoustic processing deficits and verbal processing.
Neuropsychologia, 18, 273-284.
Taubert, M., Draganski, B., Anwander, A., Müller, K., Horstmann, A., Villringer, A., &
Ragert, P. (2010). Dynamic Properties of Human Brain Structure: Learning-Related
Changes in Cortical Areas and Associated Fiber Connections. Journal of
Neuroscience, 30(35), 11670-11677.
Thompson, P. M., Giedd, J. N., Woods, R. P., MacDonald, D., Evans, A. C., & Toga, A.
W. (2000). Growth patterns in the developing brain detected by using continuum
mechanical tensor maps. Nature, 404, 190-193.
173
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Townes, B., Rosenbaum, J. G., Pavão Martins, I., Castro-Caldas A. (2006). Repeated
test scores on neurobehavioral measures over an eight year period in a sample of
Portuguese children. International Journal of Neurosciences, 118, 79-93.
Tsujimoto, S., Yamamoto, T., Kawaguchi, H., Koizumi, H., & Sawaguchi, T. (2004).
Prefrontal cortical activation associated with working memory in adults and preschool
children: an event-related optical topography study. Cerebral Cortex, 14, 703-712.
Vaidya, C. J., Austin, G., Kirkorian, G., Ridlehuber, H. W., Desmond, J. E., Glover, G.
H., & Gabrieli, J. D. (1998). Selective effects of methylphenidate in attention deficit
hyperactivity disorder: a functional magnetic resonance study. Proceedings of the
National Academy of Science of the United States of America, 95, 14994-14999.
Van den Bergh, B. R., Mulder, E. J., Mennes, M., & Glover, V. (2005). Antenatal
maternal anxiety and stress and the neurobehavioural development of the fetus and
child: Links and possible mechanisms. A review. Neuroscience and Biobehavioral
Reviews, 29, 237-258.
van Mourik, R., Oosterlaan, J., & Sergeant, J. A. (2005). The Stroop revisited: A meta-
analysis of interference control in ADHD. Journal of Child Psychology and
Psychiatry, 46, 150-165.
Vermiglio, F., Lo Presti, V.P., Moleti, M., Sidoti, M., Tortorella, G., Scaffidi, G.,
Castagna, M. G., Mattina, F., Violi, M. A., Crisà, A., Artemisia, A., & Trimarchi, F.
(2004). Attention deficit and hyperactivity disorders in the offspring of mothers
exposed to mild–moderate iodine deficiency: A possible novel iodine deficiency
disorder in developed countries. Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism,
89, 6054-6060.
174
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Wiers, R. W., Gunning, W. B., & Sergeant, J. A. (1998) Is a mild deficit in executive
functions in boys related to childhood ADHD or to parental multigenerational
alcoholism? Journal of Abnormal Child Psychology, 26(6), 415-430.
Willcutt, E. G., Doyle, A. E., Nigg, J. T., Faraone, S. V., & Pennington, B. F. (2005). A
meta-analytic review of the executive function theory of ADHD: A meta-analytic
review. Biological Psychiatry, 57, 1336-1346.
Wilson, B. A., Alderman, N., Burgess, P., Emslie, H., & Evans, J. (1996). Behavioural
Assessment of the Dysexecutive Syndrome. Bury, St Edmunds, UK: Thames Valley
Test Company Limited.
Wimmer, H., & Perner, J. (1983). Beliefs about beliefs: Representation and constraining
function of wrong beliefs in young children's understanding of deception. Cognition,
13, 103- 128.
Witelson, S., & Paille. W. (1973). Left hemisphere specialization for language in the
newborn: Neuroanatomical evidence of asymmetry. Brain, 96, 641-646.
Wright, I., Waterman, M., Prescott, H., & Murdoch-Eaton, D. (2003). A new Stroop-
like measure of inhibitory function development: typical developmental trends.
Journal of Child Psychology and Psychiatry, 44 (4), 561-575
175
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Yamaguchi, S., Dongming, Z., Oka, T., & Bokura, H. (2008). The Key Locus of
Common Response Inhibition Network for No-go and Stop Signals. Journal of
Cognitive Neuroscience, 20(8), 1434-1442.
Zelazo, P. D., Burack, J., Boseovski, J, Jacques, S., & Frye, D. (2002). A cognitive
complexity and control framework for the study of autism. In J. A. Burack, T.
Charman, N. Yirmiya, & P. R. Zelazo (Eds.), Development and autism: Perspectives
from theory and research. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates.
Zelazo, P. D., Craik, F. I., & Booth, L. (2004) Executive function across the life span.
Acta Psychologica, 115, 167-183.
Zelazo, P. D., Frye, D., & Rapus, T. (1996). An age-related dissociation between
knowing rules and using them. Cognitive Development, 11, 37-63.
Zelazo, P. D., Mueller, U., Frye, D. & Marcovitch, S. (2003). The development of
executive function in early childhood. In W. Overton (Ed.), Monographs of the society
for research in child development, 68 (3, serial nº 274).
Zelazo, P. D., Reznick, J. S. & Pinon, D. (1995). Response control and the execution of
verbal rules. Developmental Psychology, 31, 508-517.
Zhang, L., Abreu, B. C., Seale, G. S., Masel, B., Christiansen, C. H., & Ottenbacher, K.
J. (2003). A virtual reality environment for evaluation of a daily living skill in brain
injury rehabilitation: Reliability and validity. Archives of Physical Medicine and
Rehabilitation, 84(8), 1118-1124.
176
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
E S T U D O S P S IC O M É T R IC O , D E S E N V O L V IM E N T A L E N E U R O P S IC O L Ó G IC O
BIBLIOGRAFIA
____________________________________________________________________________________
Zhou, K., Dempfle, A., Arcos-Burgos, M., Bakker, S. C., Banaschewski, T., Biederman,
J., Buitelaar, J. K., Castellanos, F. X., Dempfle, A., Doyle, A. E., Ebstein, R. P.,
Ekholm, J., Forabosco, P., Franke, B., Freitag, C., Friedel, S., Gill, M., Hebebrand, J.,
Hinney, A., Jacob, C., Lesch, K. P., Loo, S. K., Lopera, F., McCracken, J. T.,
McGough, J. J., Meyer, J., Mick, E., Miranda, A., Muenkel, M., Mulas, F., Nelson, S.
F., Nguyen, T. T., Oades, R. D., Ogdie, M. N., Palacio, J. D., Pineda, D., Reif, A.,
Renner, T. J., Roeyers, H., Romanos, M., Rothenberger, A., Schäfer, H., Sergeant, J.
A., Sinke, R. J., Smalley, S. L. Sonuga-Barke, E. J., Steinhausen, H. C., Van der
Meulen, E., Walitza, A., Warnke, A, Lewis, C. M., Faraone, S. V. & Asherson, P.
(2008). Meta-analysis of genome-wide linkage scans of attention deficit hyperactivity
disorder. American Journal of Medical Genetics Part B, 147B, 1392-1398.
177
ANEXO I - CONSENTIMENTOS INFORMADOS DOS ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO
Ex.mos Pais e Encarregados de Educação,
A Universidade Fernando Pessoa conduz actualmente uma investigação sobre o desenvolvimento das
funções executivas em crianças dos 6 aos 11 anos de idade. Estas funções abrangem a memória, a atenção,
a tomada de decisão e o julgamento emocional.
Para concretizar esta investigação, solicitamos a colaboração das Escolas do 1º Ciclo deste
Agrupamento, possibilitando a administração de provas às crianças por um técnico formado em Psicologia,
enviado pela Universidade Fernando Pessoa. Estas provas permitirão estudar a evolução das funções
executivas em diferentes idades. Salientamos que os resultados são confidenciais e destinam-se
exclusivamente para fins académicos e de investigação, sendo analisados em grupo, pelo que não será
conhecido o resultado individual obtido por cada criança.
A investigadora, A Direcção,
_________________________________ _______________________________
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Assinatura __________________________________________________
179
ANEXO II - QUESTIONÁRIO AOS PROFESSORES (Q.P.)
181