Mario Pedrosa - Arte e Educação
Mario Pedrosa - Arte e Educação
Mario Pedrosa - Arte e Educação
Vera L. Pletisch
Mestranda no PPGArtes/UERJ
Mario Pedrosa foi um dos críticos mais atuantes da produção artística brasileira
moderna e um dos grandes responsáveis por sua atualização. Sua relevante obra tem
sido abordada sob diferentes enfoques e o faremos aqui num ângulo praticamente
inédito ao discutir suas idéias sobre arte e educação. Embora a preocupação com o
aspecto educativo da arte e da crítica esteja presente ao longo de toda sua trajetória
ela aparecerá de forma mais explícita em alguns ensaios que escreveu nas décadas
de 40 e 50 sobre a natureza da criação artística e seu papel educativo, o
desenvolvimento da cognição visual e a arte das crianças, nos quais encontramos
ressonâncias do pensamento de Dewey, Lowenfeld, Read e Arnheim. Por fim
discutiremos as repercussões que tiveram no ensino de arte praticado nas escolas.
Palavras – chave: Mario Pedrosa – o papel educativo da arte – ensino de arte nas
escolas
Mario Pedrosa was one of the most active critics of the modern Brasilian artistic
production and a major responsable for its modernization. His relevant work has been
addressed under different approaches and we here, at a angle almost unprecedented,
to discuss his ideas about art and education. Even though the concern with the
educational aspect of art and criticism is present throughout all his path it appears
more explicitly in some tests that he wrote in the decades of 40 and 50 about the
nature of artistic creation and its educational role, the development of cognition and
visual art for children, in which we find echoes of the thought of Dewey, Lowenfeld,
Read and Arnheim. Finally we discuss the impact that had on the practice of art
education in schools.
Key Words: Mario Pedrosa - the educational role of art - the teaching of art in schools
museus. Exemplo disso é seu projeto para o Museu de Brasília. Explicando que
era necessária uma nova educação artística, pois a modernidade estética
criara uma nova dimensão da sensibilidade que exigia uma nova atitude do
público frente à obra de arte, no projeto para esse museu realizado por
sugestão de Oscar Niemeyer em 19581, propõe a integração das artes,
incluindo aquelas consideradas menores ou populares, e que o museu tenha
um caráter eminentemente pedagógico e documental, oferecendo ao público
cursos de iniciação artística em história da arte, em crítica e em apreciação
estética.
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18º Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas
Transversalidades nas Artes Visuais – 21 a 26/09/2009 - Salvador, Bahia
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Inicia “Crescimento e Criação” (PEDROSA, 1996, p. 71-79), elogiando
o trabalho que Ivan Serpa realiza na escolinha de arte do MAM-RJ, enfatizando
que, seguindo as propostas da educação moderna, não tinha a intenção de
transformar as crianças que a freqüentavam em artistas profissionais mas
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Notas
1
Projeto para o Museu de Brasília in PEDROSA, Política das Artes, (org. Otília B. F. Arantes) São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 1995, p. 287 – 294..
2
PEDROSA, M. “Equívocos do realismo em arte” In Política das artes, (org. Otília B. F. Arantes). São
Paulo: EDUSP, 1995, pp. 99-102.
3
Conferência pronunciada por ocasião do encerramento da exposição de pintura organizada pelo Centro
Psiquiátrico Nacional, sob os auspícios da Associação dos Artistas Brasileiros na ABI, em 31 de março de
1947, publicado no Correio da Manhã, nos dias 13 e 21.04.47. Republicado em PEDROSA, Arte,
Necessidade Vital, Rio de Janeiro: Livraria Casa do Estudante do Brasil, 1949, In PEDROSA, Forma e
Percepção estética, 1996, p.39-57.
4
De uma série de pequenos artigos sobre a “função” da arte, publicados em 1947 no Correio da Manhã.
Republicado em Arte, Necessidade Vital, op. cit., pp.217-219, conforme nota de Otília Arantes (Pedrosa,
1996, p. 59)
5
Da mesma série do texto anterior, no Correio da Manhã. Republicado em Arte, Necessidade Vital, op.
cit., pp.221-223, conforme nota de Otília Arantes (Pedrosa, 1996, p. 61)
6
Introdução ao catálogo da Exposição Infantil do Museu de arte Moderna do Rio de Janeiro, em
dezembro de 1952. Republicado em Dimensões da arte, Rio de Janeiro, MEC, 1954, pp. 117-123,
conforme nota de Otília Arantes (Pedrosa, 1996, p. 63)
7
Publicado pelo MAM/RJ, com seleção dos trabalhos dos alunos de Ivan Serpa, em 1954. Republicado
posteriormente em várias coletâneas e revistas, a última reedição tendo sido em Dos Murais de Portinari
aos Espaços de Brasília, São Paulo, Editora Perspectiva, 1981, pp.63-69, conforme nota de Otília Arantes
(PEDROSA, 1996, p. 71)
8
O livro “Arte & Percepção Visual” de Rudolf Arnheim foi publicado no Brasil em 1998.
9
Publicado no Jornal do Brasil em 18 de julho de 1957, conforme nota de Otília Arantes (PEDROSA,
1996, p. 81)
Referências
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18º Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas
Transversalidades nas Artes Visuais – 21 a 26/09/2009 - Salvador, Bahia
MARI, M. Estética e Política em Mário Pedrosa (1930-1950) São Paulo, 2006. Tese
apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de
Doutor em Filosofia. Orientador: Prof. Dr. Celso Fernando Favaretto.
__________ Arte, Forma e Personalidade, São Paulo: Kairós Livraria e Editora Ltda.,
1979.
_________ Dos Murais de Portinari aos espaços de Brasília (org. Aracy A.Amaral)
São Paulo: Editora Perspectiva, 1981.
__________ Mundo, Homem, Arte em Crise (org. Aracy Amaral), 2ª edição, São
Paulo: Editora Perspectiva,1986.
___________ Política das Artes (org. Otília B. F. Arantes) São Paulo: Editora da
Universidade de São Paulo, 1995.
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