12 Frutiferas Clima Tropical PDF
12 Frutiferas Clima Tropical PDF
12 Frutiferas Clima Tropical PDF
Tropical e Subtropical
Diniz Fronza
Jonas Janner Hamann
Santa Maria - RS
2015
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Ilustração
Marcel Santos Jacques/CTISM
Matheus Pacheco Cunegato/CTISM
Ricardo Antunes Machado/CTISM
Diagramação
Emanuelle Shaiane da Rosa/CTISM
Tagiane Mai/CTISM
CDU 634.6
Apresentação e-Tec Brasil
Prezado estudante,
Bem-vindo a Rede e-Tec Brasil!
Você faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui uma
das ações do Pronatec – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego. O Pronatec, instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo
principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educação
Profissional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira propiciando cami-
nho de o acesso mais rápido ao emprego.
É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre
a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e as instâncias
promotoras de ensino técnico como os Institutos Federais, as Secretarias de
Educação dos Estados, as Universidades, as Escolas e Colégios Tecnológicos
e o Sistema S.
A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande
diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao
garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da
formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou
economicamente, dos grandes centros.
A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do país,
incentivando os estudantes a concluir o ensino médio e realizar uma formação
e atualização contínuas. Os cursos são ofertados pelas instituições de educação
profissional e o atendimento ao estudante é realizado tanto nas sedes das
instituições quanto em suas unidades remotas, os polos.
Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educação profissional
qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – é capaz
de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com
autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social,
familiar, esportiva, política e ética.
Nós acreditamos em você!
Desejamos sucesso na sua formação profissional!
Ministério da Educação
Setembro de 2015
Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br
3 e-Tec Brasil
Indicação de ícones
5 e-Tec Brasil
Sumário
Palavra do professor-autor 11
Apresentação da disciplina 13
Projeto instrucional 15
e-Tec Brasil
4.3 Exigências climáticas 38
4.4 Polinização natural 39
4.5 Polinização artificial 40
4.6 Exigências edáficas 41
4.7 Espaçamento 41
4.8 Cultivares 42
4.9 Análise foliar 42
4.10 Adubação 42
4.11 Sistemas de condução 44
4.12 Principais pragas 46
4.13 Principais doenças 47
e-Tec Brasil
7.9 Limeira doce 75
7.10 Tangerineira 75
7.11 Exigências climáticas 78
7.12 Exigências edáficas 81
7.13 Época de maturação 81
7.14 Classificação dos citros em função da quantia de sementes 82
7.15 Espaçamento 85
7.16 Raleio de frutos 86
7.17 Podas 87
7.18 Adubação 89
7.19 Análise foliar 91
7.20 Adubação foliar 92
7.21 Principais pragas 92
7.22 Principais doenças 93
Referências 112
e-Tec Brasil
Palavra do professor-autor
11 e-Tec Brasil
Apresentação da disciplina
Bom estudo.
13 e-Tec Brasil
Projeto instrucional
CARGA
OBJETIVOS DE
AULA MATERIAIS HORÁRIA
APRENDIZAGEM
(horas)
Ambiente virtual: plataforma
1. Cultivo de Caracterizar os principais fatores Moodle.
frutíferas de clima morfológicos e fisiológicos das frutíferas de Apostila didática. 06
tropical clima tropical. Recursos de apoio: links,
exercícios.
Ambiente virtual: plataforma
Estudar as características morfofisiológicas
Moodle.
2. A cultura da da aceroleira.
Apostila didática. 07
acerola Descrever os manejos culturais empregados
Recursos de apoio: links,
em cultivos de aceroleira.
exercícios.
Estabelecer as características morfológicas da Ambiente virtual: plataforma
bananeira. Moodle.
3. A cultura da
Estudar detalhes técnicos da cultura Apostila didática. 10
bananeira
relacionados à exigência de clima e solo, Recursos de apoio: links,
tratos culturais e outros. exercícios.
Ambiente virtual: plataforma
Entender as principais características
Moodle.
4. A cultura do botânicas e morfológicas do maracujazeiro.
Apostila didática. 10
maracujazeiro Apresentar as exigências edafoclimáticas do
Recursos de apoio: links,
maracujazeiro.
exercícios.
Ambiente virtual: plataforma
5. Cultivo de Moodle.
Especificar as principais características das
frutíferas de clima Apostila didática. 06
frutíferas de clima subtropical.
subtropical Recursos de apoio: links,
exercícios.
Ambiente virtual: plataforma
Detalhar as exigências edafoclimáticas do
Moodle.
6. A cultura do caquizeiro.
Apostila didática. 10
caquizeiro Determinar a importância e modo de
Recursos de apoio: links,
execução das práticas culturais.
exercícios.
Ambiente virtual: plataforma
Identificar principais características botânicas
Moodle.
7. A cultura dos e morfológicas dos citros.
Apostila didática. 16
citros Observar e analisar detalhes técnicos da
Recursos de apoio: links,
cultura.
exercícios.
Ambiente virtual: plataforma
Conhecer as características botânicas e
Moodle.
8. A cultura da morfológicas da goiabeira.
Apostila didática. 10
goiabeira Estudar os manejos técnicos empregados na
Recursos de apoio: links,
cultura da goiabeira.
exercícios.
15 e-Tec Brasil
escentei ponto final
ois de tropical
Aula 1 – Cultivo de frutíferas de clima tropical
Objetivos
Atividades de aprendizagem
1. A qual temperatura média as frutíferas de clima tropical adaptam-se?
Objetivos
2.2.1.1 Ramos
Quando novos, os ramos são herbáceos, com o tempo tornam-se lenhosos.
2.2.1.2 Folhas
A planta possui folhas opostas, com tamanho entre 2,5 cm e 7,5 cm. A
coloração varia de verde claro a verde escuro.
2.2.1.3 Flores
A floração da aceroleira é abundante, com flores de coloração rasa-esbran-
quiçada a vermelho, dependendo da cultivar ou do clone. As flores possuem
pedúnculo, são dispostas em cachos de 3 a 5 unidades, localizadas na axila das
folhas dos ramos do ano. A temperatura influencia a floração e frutificação da
aceroleira, normalmente concentram-se na primavera/verão. A plena floração
ocorre cerca de 15 a 17 dias após o surgimento dos botões florais.
2.2.1.4 Fruto
O fruto da aceroleira é considerado uma drupa carnosa, de tamanho e forma
variando de acordo com a cultivar, didaticamente dividido em epicarpo (casca),
mesocarpo (polpa) e endocarpo (caroços, cada um contendo uma semente
com 3 mm a 5 mm).
2.3.1 Temperatura
A aceroleira é uma planta rústica, podendo ser cultivada em regiões de clima
tropical ou subtropical, com temperatura média entre 15ºC e 32ºC, comer-
cialmente deve-se optar por regiões onde a média anual da temperatura
seja em torno de 20ºC ou temperatura média de 14ºC no mês mais frio.
Durante épocas com temperatura noturna entre 10ºC e 15ºC o crescimento
da aceroleira é prejudicado. Sensível a geadas, deve-se evitar o cultivo desta
espécie em locais com ocorrência de temperaturas baixas.
2.3.2 Precipitação
Esta espécie frutífera pode ser cultivada em regiões com precipitação média
anual entre 1200 mm e 2000 mm distribuídos durante os doze meses do ano.
Anos em que ocorre excesso pluviométrico pode ocorrer à perda na qualidade
dos frutos, tornando-os mais aquosos e com teor menor de Sólidos Solúveis
Totais (SST).
2.4.2 Espaçamento
Por ser uma cultura perene, é necessário planejar adequadamente o espaça-
mento de plantio das mudas. A determinação do espaçamento dependerá
da variedade, fertilidade do solo, precipitação anual média, temperatura e
tipo de muda (proveniente de estaquia ou enxertia). No Quadro 2.2 constam
alguns espaçamentos recomendados para a cultura.
2.5 Adubação
Apesar da rusticidade da aceroleira o manejo da fertilidade do solo é muito
importante para proporcionar alta produtividade e obter frutos com qualidade Para saber mais sobre adubação
e padrão comercial. Devido crescimento vigoroso da planta, há uma falta de da aceroleira, acesse:
http://www.scielo.mec.pt/pdf/
consenso entre os pesquisadores para estabelecer um programa de adubação. rca/v36n4/v36n4a03.pdf
2.6 Poda
A poda de formação tem o objetivo de formar a planta, permitindo o cresci-
mento dos ramos primários (pernadas), bem distribuindo em torno do caule
da planta. Geralmente esta poda é realizada após o plantio da muda. Cerca
de 40 cm a 60 cm de altura é realizado o desponte, com isso ocorrerá a
brotação das gemas localizadas abaixo do local da poda. Na Figura 2.2 é
possível observar as etapas para a formação da planta.
Figura 2.2: Muda após o plantio (a), desponte a 40 cm de altura (b), início da forma-
ção das pernadas (c) e planta com pernadas formadas (d), cerca de 6 meses após o
plantio
Fonte: CTISM
• Pulgões.
• Nematoides.
• Cochonilhas.
• Formigas cortadeiras.
Atividades de aprendizagem
1. Qual o nome científico e a que família botânica pertence a aceroleira?
Objetivos
Quadro 3.1: Área cultivada com bananeira nas diferentes regiões do Brasil
Região Área cultivada (hectares) Rendimento médio (t/ha)
Nordeste 197.295 12,2
Sudeste 140.233 16,4
Norte 77.557 11,7
Sul 53.307 20,2
Centro-oeste 20.127 13,4
Brasil 488.519 14,3
Fonte: Adaptado de IBGE, 2012
3.2.2 Rizoma
A bananeira possui um caule subterrâneo denominado de rizoma, uma estrutura
Para saber mais sobre
de formato esférico que origina na parte superior as folhas e na inferior o
rizoma da bananeira, acesse: sistema radicular (raízes primárias, secundárias e terciárias).
http://revistagloborural.globo.
com/GloboRural/0,6993,E
EC1477248-4529,00.html 3.2.3 Folhas
A folha da bananeira é grande, possui coloração verde-claro a verde-escuro,
apresentando cerca de 25 a 35 folhas durante um ciclo, em média uma nova
folha a cada 7 ou 10 dias (LIMA; OLIVEIRA; FERREIRA, 2012). Na Figura 3.1 é
possível observar uma folha típica de bananeira (bainha foliar, nervura central
e limbo foliar).
3.3.1 Temperatura
Tipicamente uma frutífera de clima tropical, a bananeira se adapta a regiões
com temperatura entre 15ºC e 35ºC, sendo que em torno de 28ºC acredita-se
ser a temperatura ótima para a cultura (BORGES et al., 2009).
3.3.2 Luminosidade
A luminosidade tem grande influência na fisiologia da bananeira. Períodos com
elevada insolação contribuem para que a maturação do cacho ocorra entre 80
e 90 dias, em períodos de pouca insolação o ciclo é estendido, observando-se
a maturação do cacho entre 85 e 112 dias (BORGES et al., 2009).
3.3.3 Precipitação
É possível cultivar a bananeira em várias regiões, desde que haja uma preci-
pitação média anual entre 1000 mm e 1500 mm.
3.3.5 Vento
Um bananal localizado em regiões com grande incidência de ventos pode
sofrer grandes prejuízos, causando o tombamento de plantas e aumentando a
evapotranspiração. De modo geral, os maiores danos são observados por ventos
com velocidade acima de 25 km.h-1 – 30 km.h-1, o que torna indispensável a
implantação de quebra-ventos em áreas destinadas ao cultivo de bananeira.
3.5 Espaçamento/densidade
O espaçamento adotado definirá a densidade de plantio no bananal. Pes-
quisadores realizam vários estudos em diferentes regiões com objetivo de
obter um espaçamento de plantio adequado. No Quadro 3.2, destacam-se
os mais utilizados.
• Sigatoka-negra (Mycosphaerella fijiensis = Paracercospora fijiensis). Para saber mais sobre as principais
doenças da bananeira, acesse:
http://frutvasf.univasf.edu.br/
• Mal-do-Panamá (Fusarium oxysporum f. sp. cubense). images/banana1.
Resumo
A banana é uma das frutas mais consumidas no mundo, sendo o Brasil o
maior produtor e consumidor da fruta. O cultivo desta espécie é realizado
em pequenas, médias e grandes propriedades, havendo cultivos altamente
tecnificados. No Rio Grande do Sul é característico o cultivo da bananeira em
propriedades da agricultura familiar, principalmente na microrregião de Osório,
microrregião do litoral e em alguns municípios da Depressão Central do RS.
Objetivos
Quadro 4.1.
4.2.1 Caule
O caule do maracujazeiro possui formato cilíndrico, em plantas jovens o caule
é herbáceo, provido de estruturas de fixação denominas gavinhas. Com o
desenvolvimento da planta o caule torna-se lenhoso na base e semilenhoso no
ápice. Devido a essa característica do caule, o maracujazeiro deve ser cultivado
de forma que seus ramos fiquem apoiados em um sistema de condução.
4.2.3 Folhas
O maracujazeiro possui folhas dispostas alternadamente nas plantas, com
formato e tamanho variado, de acordo com a cultivar. Na axila das folhas
desenvolvem-se gavinhas, destinadas a fixar a planta ao sistema de condução.
4.2.4 Flores
O maracujazeiro possui uma flor completa, com androceu e gineceu, com
estigma localizado acima das anteras. Normalmente, a abertura floral ocorre
a partir das 12 h e fecham-se durante o período noturno. Na Figura 4.1 é
possível observar uma flor de maracujazeiro e a identificação das principais
estruturas componentes.
4.2.5 Frutos
Botanicamente o fruto do maracujazeiro é considerado uma baga, normalmente
de formato redondo, possui coloração amarela, dependendo da variedade.
Na Figura 4.2 é possível observar o fruto do maracujazeiro e as principais
estruturas deste.
4.3.1 Fotoperíodo
O maracujazeiro é uma planta de clima tropical, mas cultivada em regiões
de clima subtropical, adaptando-se muito bem em vários locais, desde que o
fotoperíodo seja de no mínimo 11 horas, isso proporcionará ótimas condições
para a antese.
4.3.2 Temperatura
O crescimento vegetativo, antese e frutificação do maracujazeiro ocorre em
uma faixa de temperatura situada entre 21ºC e 23ºC, sendo entre 23ºC
e 25ºC considerada a melhor temperatura. Apesar disto, há vários anos o
maracujazeiro é cultivado em regiões com temperatura média entre 18ºC e
35ºC (COSTA et al., 2008).
4.3.4 Ventos
A ocorrência de ventos leves a moderados em cultivos comerciais de mara-
cujazeiro são importantes para a redução na ocorrência de doenças fúngicas,
porém, ventos muito fortes podem causar prejuízos na polinização.
Algumas publicações técnicas informam que esta prática deve ser adotada
em plantios com mais de 10 ha, porque a polinização natural torna-se menos
eficientes em grandes áreas. Mas produtores com plantios pequenos, 1 ha, por
exemplo também podem adotar esta prática, potencializando a produtividade
da área.
4.5.2 Rendimento
O rendimento desta prática cultural dependerá da experiência e qualificação
da mão de obra, da temperatura ambiente e do número de flores por metro
quadrado. Como referencial técnico, adota-se um rendimento para 2 ou 3
pessoas de 50 a 60 flores por minuto, resultando em 1 hectare por tarde.
É importante relembrar que o pólen extraído de uma flor não deve ser aplicado
nesta ou nas demais flores da mesma planta, sempre deve ser aplicado em
outra planta.
4.7 Espaçamento
A definição do espaçamento de plantio é uma etapa muito importante no
planejamento do pomar. Para a determinação do espaçamento deve-se levar
em consideração a fertilidade e classe do solo, disponibilidade de água, mão
de obra disponível e disponibilidade financeira. No Quadro 4.2 estão dispo-
nibilizados alguns espaçamentos utilizados em plantios comerciais.
4.10 Adubação
O maracujazeiro é uma planta perene, porém, é cultivada comercialmente
por 2 ou até 3 safras, após este período as plantas são substituídas. Por isso é
necessário que a fertilidade do solo seja adequada, de forma a disponibilizar
todos os nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento das
plantas e frutos.
• Topografia da área.
Este sistema vem sendo cada vez menos utilizado por produtores de maracujá
devido a maior incidência de doenças e ataque de pragas.
• Percevejos.
• Ácaros.
• Pulgões.
• Antracnose.
• Verrugose.
• Bacteriose.
• Podridão do colo.
Resumo
A maior produção mundial de maracujá concentra-se no Brasil, Colômbia,
Equador e Peru, os quais são responsáveis por aproximadamente 93 % de
toda produção mundial. O maracujazeiro é uma cultura de grande importância
socioeconômica para o Brasil, em 2010 o país cultivou 10.000 hectares,
obtendo cerca de 920 mil toneladas.
Atividades de aprendizagem
1. Qual o nome científico e a que família botânica pertence o m
aracujazeiro?
Objetivos
Quadro 5.2: Área colhida e outros dados das principais frutíferas de clima
subtropical cultivadas no Brasil
Área colhida Quantidade produzida Rendimento médio
Frutífera
(ha) (t) (t/ha)
Abacateiro 9.615 159.903 16.7
Caquizeiro 8.173 158.241 19.3
Para saber mais sobre dados sobre
lavouras permanentes, acesse: Goiabeira 15.231 345.332 22.7
http://www.ibge.gov.br/home/ Laranjeira 762.765 18.012,560 22.7
estatistica/economia/pam/2012/
default_perm_ods.shtm Limoeiro 48.244 1.208,275 25.5
Tangerineira 52.023 959.672 18.5
Fonte: IBGE, 2012
Resumo
As frutíferas de clima subtropical são cultivadas em todo o Brasil, dadas às
condições climáticas do país e a adaptabilidade das espécies. Estas frutíferas
caracterizam-se por apresentar menor tolerância a períodos com temperatura
baixa, desenvolvendo-se bem numa faixa de temperatura situada entre 15ºC
e 22ºC e apresentam mais de um período de crescimento em um ciclo.
Atividades de aprendizagem
1. Quais as faixas de temperatura que as frutíferas de clima tropical e sub-
tropical desenvolvem-se?
Objetivos
temperatura da microrregião.
6.2.1 Caule
O caule do caquizeiro é lenhoso, áspero, de cor acinzentada e pode atingir
grandes dimensões quando a planta não é podada.
6.2.3 Folha
As folhas do caquizeiro possuem aspecto coriáceo, coloração verde-escuro
e formato elíptico. São fundamentais para o processo da fotossíntese. Em
regiões de clima úmido ou períodos com grande ocorrência de chuvas, as
folhas podem ser atacadas por fungos.
6.2.4 Flor
O caquizeiro possui plantas monoicas (flores masculinas e femininas na mesma
planta) e dioicas (flores masculinas e femininas em plantas separadas). Entre-
tanto, é possível a ocorrência de plantas polígamas, onde há presença de flores
masculinas, femininas ou hermafroditas na mesma planta.
Uma das variedades mais cultivadas no RS é a Fuyu, que produz apenas flores
femininas, desse modo, para potencializar a produção torna-se necessário
o plantio de uma planta polinizadora para cada 6 plantas da cultivar Fuyu.
6.2.5 Fruto
Botanicamente o fruto do caquizeiro é considerado uma baga, com tamanho e
coloração variando de acordo com a cultivar. Frutos verde são ricos em taninos,
o que os torna pouco palatáveis. Grande parte das cultivares comerciais não
necessitam de polinização, pois produzem os frutos partenocarpicamente.
Na Figura 6.1 é possível observar as características morfológicas dos frutos
de caquizeiro.
6.3.1 Temperatura
O caquizeiro adapta-se bem a várias regiões com as mais variadas faixas de
temperatura. No entanto, para cultivos comerciais de cultivares doces, estas
devem ser conduzidas em locais com temperatura média anual acima de 13ºC
e para cultivares taninosas, acima de 10ºC (PIO, 2003).
6.3.2 Precipitação
Para a obtenção de alta produtividade, com baixo custo, é necessário que na
região onde será implantado o cultivo de caquizeiro ocorra uma precipitação
anual média entre 1000 mm e 1500 mm bem distribuídos durante os 12
meses do ano.
6.3.3 Ventos
A ocorrência de ventos fortes pode provocar a quebra de ramos em plantas
que não foram submetidas ao raleio de frutos. Algumas cultivares também são
mais susceptíveis a quebra de ramos, dessa forma evita-se estas cultivares. Em
regiões com ocorrência intensa de ventos é possível implantar quebra-ventos
em torno do pomar.
6.5 Espaçamento
Por ser uma planta de porte arbóreo, o espaçamento utilizado para o plantio
do caquizeiro deve ser previamente planejado, de forma a evitar o plantio
muito adensado, o que pode aumentar a incidência de doenças e elevar o custo
de implantação devido ao grande número de mudas necessárias. No Quadro
6.1 são apresentados alguns espaçamentos possíveis de serem utilizados na
cultura do caquizeiro.
6.6 Cultivares
As cultivares de caquizeiro são classificadas em três grupos: Amagaki (taninosos),
Sibugaki (não taninosos) e variáveis, cada um com suas particularidades e
características. No Rio Grande do Sul a colheita do caquizeiro ocorre de
fevereiro a maio, dependendo da região pode ocorrer até o mês de junho.
6.7 Raleio
O raleio dos frutos do caquizeiro é uma prática cultural indispensável em
cultivos comerciais. Esta prática é realizada com o objetivo de:
6.8 Podas
No cultivo de caquizeiro é necessário a realização de poda, sendo uma das
práticas culturais mais importantes. Principalmente a poda de formação e a
poda de frutificação são de estrema importância, as quais possuem caracte-
rísticas e particularidades.
Resumo
Uma das primeiras culturas estudadas é a do caquizeiro (Diospyros Kaki L. F.),
pertencente à família botânica Ebenaceae, originário do continente asiático.
O caule do caquizeiro é lenhoso, áspero, de cor acinzentada e pode atingir
grandes dimensões quando a planta não é podada. O sistema radicular de
plantas de caquizeiro é pivotante, profundo e distribui-se por uma grade
área do solo. As folhas do caquizeiro possuem aspecto coriáceo, coloração
verde-escuro e formato elíptico, as quais são fundamentais para o processo
Atividades de aprendizagem
1. De modo geral, qual a exigência de horas de frio (abaixo de 7,2ºC) para
o caquizeiro?
Objetivos
Estima-se que sejam cultivados no Rio Grande do Sul cerca de 27 mil hectares,
com uma produtividade média de 13 t/ha. Grande parte da citricultura gaúcha
é voltada para a produção de citros destinados ao consumo in natura, fato
este devido às ótimas condições climáticas do Estado, com invernos frios e
verões quentes, que conferem excelente coloração e sabor nos frutos.
Figura 7.3: Localização espacial dos municípios pertencentes ao Vale do Rio Caí
Fonte: CTISM, adaptado de https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/28/Mapa-vale-d-ca%C3%AD.jpg
7.3.1 Caule
Em plantas jovens, o caule apresenta coloração de tonalidade verde e em
plantas adultas o caule adquiri coloração de tonalidade marrom, com formato
cilíndrico e média ramificação. Alguns porta-enxertos possuem a região do
colo sensível ao ataque de fungos de solo como Phytophthora spp., causadores
da doença denominada Gomose.
7.3.3 Folhas
As folhas dos citros possuem aspecto coriáceo, coloração verde-claro quando
jovens e verde-escuro após adultas, apresentando pequenos pontos translúcidos
formados por glândulas que armazenam óleos essenciais. São persistentes,
podendo ficar aderidas a planta por cerca de 14 a 24 meses, dependendo
do clima. Sua forma é elíptica, oval ou lanceolada e, de aspecto coriácea
(Figura 7.4).
7.3.4 Inflorescência
Os citros possuem uma abundante floração, caracterizado por inflorescên-
cias solitárias ou agrupados, dependo do local de crescimento no ramo.
Normalmente, cada flor apresenta de 4 a 5 pétalas de coloração branca ou
avermelhada, dependendo da espécie. Na Figura 7.5 é possível observar o
hábito de crescimento da inflorescência dos citros.
Uma planta adulta de citros é capaz de gerar cerca de 10.000 flores, no entanto,
apenas 1.000 chegam a completar o ciclo, gerando frutos maduros, cerca
de 8 a 15 meses após antese (plena floração). Estas flores desenvolvem-se
nas brotações novas (do ano), ocorrendo logo após um período de baixas
temperaturas (inverno).
Em situações que existem poucas abelhas durante a antese, sob vento forte,
o pólen pode ser transportado por 12 m a 15 m de distância (CASTAÑER,
2003). Para aumentar a taxa de polinização muitos citricultores distribuem
colmeias pelo pomar durante a floração das plantas.
7.3.6 Frutos
O fruto é uma baga modificada chamada de hesperídio, podendo ser globulosos
ou subglobulosos. Dividem-se em epicarpo, mesocarpo e endocarpo, como
ilustrado na Figura 7.7.
7.4 Cidreira
A cidreira (Citrus medica L.), pertence à família botânica Rutaceae, originária
da China e Índia. As plantas são pequenas, arbustivas, atingindo 2 m a 4 m
de altura quando adultas. Os frutos da cidreira são comestíveis, porém, são
mais utilizados para a produção de doces, geleias e bebida. Existem frutos
com polpa doce e polpa ácida. Quanto à temperatura são plantas pouco
resistentes ao frio e temperaturas muito elevadas.
Esta espécie de citros é pouco cultivada no Rio Grande do Sul, porém, países
como a Espanha e EUA possuem cultivos comerciais.
7.5 Bergamota-da-índia
A bergamota-da-índia, kumquateiro ou laranjinha (Fortunella spp.), pertence
à família botânica Rutaceae, sendo originária da China. São plantas de porte
pequeno, atingindo 2 m a 4 m quando adultas, muito ramificadas com elevada
produção de frutos. São plantas com boa resistência ao frio, podendo ser
cultivadas no RS.
7.6 Laranjeira
A laranjeira (Citrus sinensis L. Osbeck), também denominada de orange,
pertence à família botânica Rutaceae, originária do Sul da China. Para fins Assista a um vídeo sobre
didáticos classificamos as laranjeiras nos seguintes grupos: laranjeira doce, produção brasileira de laranja em:
https://www.youtube.com/
laranjeira azeda. watch?v=POWg5YFns6U
• Laranjeiras de umbigo.
• Laranjeiras sanguíneas.
7.7 Limoeiro
O limoeiro ou limoeiro verdadeiro (Citrus limon L. Burmann f.), também
denominado de lemon, pertence à família botânica Rutaceae. São plantas
vigorosas, com hábito de crescimento ereto, porém, os ramos tendem a ficar
pendentes, abrindo a copa. São plantas sensíveis a Gomose (Phytophthora),
por isso, a escolha do porta-enxerto adequado é importante.
• Limão Fino – limão do grupo Siciliano, o limão fino é uma cultivar origi-
nária da Espanha, vem sendo cultivado comercialmente na Espanha, Itália,
Uruguai, Argentina e Brasil. Possui boa aptidão para consumo in natura
ou para produção de suco.
• Limeira ácida Tahiti (Citrus latifolia Tanaka) – a lima ácida cv. Tahiti,
conhecida na Flórida (EUA) como Tahiti lime e na Califórnia como limón
Persa, é a cultivar mais explorada economicamente no Brasil devido a
Para saber mais sobre produção
qualidade dos frutos e alta produção, podendo chegar até 200 kg/planta.
de lima ácida Tahiti, acesse: Os frutos são muito apreciados para produção de sucos e não possuem
http://www.cpac.embrapa.br/
baixar/331/t semente. No Estado de São Paulo, maior produtor nacional, além da lima
Tahiti, são cultivados alguns clones desta, como o ‘IAC-5’ ou ‘Peruano’,
‘BRS Passos’, ‘Bearss’, ‘Persian 58’, ‘CNPMF-1’ e ‘CNPMF-2’. Na Figura
7.12 é possível visualizar os frutos da lima ácida Tahiti.
7.10 Tangerineira
A tangerineira (Citrus reticulata Blanco), também denominada de sweet man-
darin, pertencente à família botânica Rutaceae, é originária da Ásia. Entre as
inúmeras variedades de tangerinas comercializadas no Brasil, a variedade Ponkan
representa 56 % do volume total, mas já chegou a representar 67 % do total.
Geralmente as tangerineiras são tolerantes ao cancro cítrico, o que justifica
a grande área cultivada com esta espécie. Para fins técnicos, Schwarz (2009)
classificou as tangerinas e seus híbridos em grupos: Satsumas, Clementinas,
Bergamotas ou Mexeriqueiras, Tangerinas comuns e Híbridos.
7.10.5 Híbridos
São tangerinas obtidas a partir do melhoramento genético, onde obteve-se
os híbridos:
Para saber mais sobre classificação Entre as principais exigências climáticas dos citros destacam-se a soma tér-
climática do RS, acesse: mica, temperatura, precipitação, umidade relativa e ventos, itens estes agora
https://dakirlarara.files.wordpress.
com/2011/05/tipos_de_clima_.jpg abordados.
7.11.2 Temperatura
A temperatura é considerada o principal fator que influencia diretamente a
qualidade e maturação dos frutos das plantas cítricas. Uma faixa de temperatura
ambiente situada entre 23ºC e 32ºC é considerada ótima para o desenvolvi-
mento vegetativo. Associado a essa faixa de temperatura, cultivos localizados
em regiões com verões quentes e secos e invernos frios e úmidos, situação
esta observada no Rio Grande do Sul, normalmente os frutos apresentam
uma coloração externa mais intensa e brilhante quando comparados a frutos
cultivados em locais com invernos mais quentes e verões mais úmidos, como
em São Paulo (REITZ; EMBLETON, 1986). Outro ponto importante é que nas
condições de clima do RS existe amplitude térmica (dias quentes e noites frias)
próximo a maturação dos citro, o que é essencial para acúmulo de substância
que conferem a cor da casca, bem como e acúmulo de açúcares e ácidos, que
conferem o sabor. Outro aspecto relaciona-se a maturação, que em frutos
cultivados nas condições climáticas de São Paulo, esta é mais precoce, o teor
de SST é maior e a acidez tende a ser menor.
7.11.3 Precipitação
Os citros podem ser cultivados em regiões com precipitação média anual entre
Para saber mais sobre mapa
900 mm e 1500 mm, bem distribuídos durante os doze meses do ano. De
da precipitação média anual modo prático é necessário de 120 mm a 150 mm/mês durante o verão (média
no RS, acesse:
http://www.scp.rs.gov.br/ de 4 mm/dia) e 60 mm a 90 mm durante o inverno (média de 2 mm/dia a
upload/precipitacao3.gif 3 mm/dia) (MAGALHÃES, 2005).
• Precoces.
• Meia-estação.
• Tardios.
• Cultivar.
• Porta-enxerto.
• Fertilidade do solo.
• Disponibilidade hídrica.
Poncirus trifoliata,
Valência “Midknight” 6,5 × 4 380
Troyer, Carizo
Poncirus trifoliata,
Navelate 6×4 416
Troyer, Carizo
Poncirus trifoliata,
Navelina 5,5 × 4 450
Troyer, Carizo
Poncirus trifoliata,
Lane Late 6×4 416
Troyer, Carizo
Poncirus trifoliata,
Cara Cara 6,5 × 4 380
Troyer, Carizo
Poncirus trifoliata,
Folha Murcha 6×4 416
Troyer, Carizo
Fonte: Adaptado de Oliveira; Scivittaro; Campos, 2011; Oliveira et al., 2008
Tangerineira
Poncirus trifoliata,
Okitsu 5,5 × 3 600
Troyer, Carizo
Poncirus trifoliata,
Marisol 6 × 3,5 475
Troyer, Carizo
Poncirus trifoliata,
Clemenules 6×4 416
Troyer, Carizo
Poncirus trifoliata,
Nadorcott 6×3 555
Troyer, Carizo
Fonte: Adaptado de Oliveira; Scivittaro; Campos, 2011; Oliveira et al., 2008
7.17 Podas
Na citricultura são adotadas duas podas: poda de formação e poda de fruti-
ficação, ambas com objetivos distintos, porém, de grande importância.
A poda dos citros deve ser iniciada da parte inferior da planta para a parte
superior, sempre de dentro para fora da copa, eliminando-se os ramos citados
anteriormente. Na Figura 7.18 é possível observar uma planta de laranjeira cv.
Folha Murcha antes e após a realização da poda de frutificação.
Figura 7.18: Planta antes da poda (a) e planta após a poda (b)
Fonte: Diniz Fronza
7.18 Adubação
Por ser uma planta perene, o manejo da fertilidade do solo em pomares
comerciais é de extrema importância para a colheita anual. Na cultura dos citros
a adubação possui grande importância fisiológica e minimiza a alternância
de produção. Os principais nutrientes absorvidos pelas plantas cítricas são o
cálcio, nitrogênio e potássio, porém, os demais nutrientes também possuem
importância fundamental no crescimento, desenvolvimento e produção das
plantas. Para a recomendação da adubação em citros é necessário realizar
análise foliar e análise de solo, com isso faz-se recomendação.
• Mosca-das-frutas (Anastrepha fraterculus e Ceratitis capitata). Para saber mais sobre as principais
pragas dos citros, acesse:
http://sistemasdeproducao.cnptia.
• Bicho furão (Ecdytolopha aurantiana). embrapa.br/FontesHTML/Citros/
CitrosNordeste/pragas.htm
• Pulgão preto (Toxoptera citricidus).
Resumo
Com grande importância socioeconômica em nosso país, a citricultura está
presente em vários estados brasileiros, principalmente no Estado de São Paulo,
possuindo cerca de 85 % da área cultivada, aproximadamente 750 mil hec-
tares. O Brasil exporta suco de laranja para vários países, entre os principais
compradores destaca-se a União Europeia, Estados Unidos, Canadá, Japão
e China. O cultivo de citros foi introduzido no Rio Grande do Sul pelos imi-
grantes açorianos e seus descendentes, alocados nos municípios de Taquari e
Triunfo. Atualmente, encontramos pomares de citros em praticamente todos
os municípios gaúchos.
Atividades de aprendizagem
1. Quais são os principais países importadores de suco de laranja brasileiro?
Objetivos
8.1.1 Caule
Por ser uma Myrtaceae o caule da goiabeira é muito semelhante ao das outras
espécies pertencentes a esta família botânica. Na Figura 8.1 é possível observar
o aspecto morfológico do caule da goiabeira cv. Paluma.
8.1.3 Ramos
Quando novos, os ramos são herbáceos, de coloração verde-claro, com o
transcorrer do ciclo tornam-se semilenhosos, posteriormente lenhosos (lignifi-
cados). Na Figura 8.2 é possível observar o aspecto dos tipos de ramos citados.
Figura 8.2: Ramo herbáceo (a), ramo semilenhoso (b) e ramo lenhoso (c)
Fonte: Jonas Janner Hamann
8.1.4 Folhas
A goiabeira é uma planta com folhas perenes, renovando-se no início da
primavera. As folhas possuem coloração verde-claro quando jovens, poste-
riormente adquirem coloração verde-escuro.
Figura 8.3: Vista superior da folha de goiabeira (a) e vista inferior da folha (b)
Fonte: Jonas Janner Hamann
8.1.5 Flores
Os botões florais crescem e desenvolvem-se na axila das folhas, sempre em
ramos jovens, do ano. As flores possuem pétalas brancas ou ligeiramente rosa,
com aroma típico, com cerca de 2 cm a 3 cm de diâmetro, hermafroditas. Na
Figura 8.4, é possível observar o aspecto das inflorescências.
8.1.6 Fruto
Botanicamente o fruto da goiabeira é considerado uma baga. É carnoso, de
coloração e tamanho variado, dependendo da cultivar. O peso do fruto é
variado, podendo chegar a 600 gramas na cv. Paluma, porém, 200 g a 300 g
é o mais comum nas cultivares. Na Figura 8.5 é possível observar as principais
características do fruto da goiabeira.
8.2.1 Temperatura
A goiabeira desenvolve-se em uma faixa ampla de temperatura, o que pro-
porciona o cultivo desta espécie em várias regiões do país. A temperatura
ideal para o crescimento vegetativo situa-se na faixa entre 25ºC e 30ºC, sendo
que em períodos com temperatura abaixo de 12ºC o crescimento é reduzido.
8.2.2 Precipitação
Esta planta adapta-se bem em regiões de clima tropical e subtropical, com
precipitação média anual entre 1.000 mm e 2.000 mm, bem distribuídos
durante os 12 meses do ano. Apesar de ser tolerante a seca, períodos com
déficit hídrico prejudicam o crescimento vegetativo, emissão de folhas e
flores, produção e maturação dos frutos. Esta espécie responde muito bem a
irrigação e fertirrigação, podendo chegar a uma produtividade de até 60 t/ha.
8.2.5 Ventos
A implantação de pomares comerciais preferencialmente devem ser implan-
tados em áreas com ocorrência de ventos com incidência fraca a moderada
pois contribuem na redução da umidade, reduzindo a ocorrência de doenças
8.4 Cultivares
Em cultivos comerciais de goiabeira no Brasil, são exploradas cultivares de
polpa branca para a exportação e cultivares com polpa vermelha para o
mercado interno, destinado ao consumo in natura e processamento. Dessa
forma, a escolha da cultivar a ser explorada dependerá do mercado a que o
produtor destinará os frutos. O Quadro 8.1 apresenta a relação das principais
cultivares plantas no Brasil.
Figura 8.6: Frutos de goiabeira cv. Paluma cultivada em Santa Maria (RS)
Fonte: Jonas Janner Hamann
8.4.1 Espaçamento
Em cultivos comerciais, pequenos, médios ou grandes, é necessário optar por
um espaçamento adequado, que possibilite o manejo mecanizado do pomar,
aplicação de agrotóxicos, adubação, transporte de caixas, etc. No Quadro 8.2
estão relacionados alguns possível espaçamentos de plantio para goiabeira.
Figura 8.7: Quebra de ramo em goiabeira cv. Paluma devido ao excesso de produção
Fonte: Jonas Janner Hamann
8.6 Podas
A realização de podas em cultivos comerciais de goiabeira é uma prática
cultural realizada anualmente com objetivos distintos, formação, produção
e controle fitossanitário. Com a execução das podas é possível escalonar a
produção durante o ano e reduzir a alternância de produção. Os três tipos
de poda executados em plantios de goiabeira são: poda de formação, poda
de frutificação e poda de renovação.
Figura 8.10: Goiabeiras antes da poda (a), plantas recém-podadas (b), 15 dias após a
poda (c) e 30 dias após a poda (d)
Fonte: Jonas Janner Hamann
A maturação dos frutos ocorre cerca de 120 dias após a plena floração, porém,
temperatura, umidade e radiação solar podem adiantar ou atrasar a maturação.
Atividades de aprendizagem
1. Qual o nome científico e a que família botânica pertence à goiabeira?
8. Qual a cultivar recomendada para o RS? Por quê? Cite algumas caracte-
rísticas.
10. O que é o raleio de frutos? Qual a sua importância? Quais cuidados de-
vem ser observados quando realizado em goiabeiras?
13. Para um produtor de goiaba que possui o seu pomar implantado na ci-
dade de Santa Maria (RS) qual época você recomendaria a execução da
poda de frutificação? Por quê?
FAO. Food and Agriculture Organization of the United Nations. Disponível em: <http://
www.fao.org/statistics/en/>. Acesso em: 27 abr. 2015.
IAC. Instituto Agronômico de Campinas. Acerola. São Paulo, SP, 1998. 2 p. (Boletim
Técnico nº 200). Disponível em: <http://www.iac.sp.gov.br/areasdepesquisa/frutas/
frutiferas_cont.php?nome=Acerola>. Acesso em: 21 abr. 2015.
PASSOS, O. S.; SOARES FILHO, W. dos S.; CUNHA SOBRINHO, A. P. da. Classificação
Botânica. In: SANTOS FILHO, H. P.; MAGALHÃES, A. F. de J.; COELHO, Y. da S. (Ed.). Citros:
o produtor pergunta, a Embrapa responde. Brasília, DF: Embrapa, 2005. p. 15-18. (Coleção
500 perguntas 500 respostas).
REITZ, H. J.; EMBLETON, T. W. Production practices that influence fresh fruit quality. In:
WARDOWSKI, W. F.; NAGY, S.; GRIERSON, W. (Ed.). Fresh citrus fruits. New York: Van
Nostrand Reinhold Company, 1986. p. 49-84.
VIVERCID. Cítricos con semillas: sin calidad comercial. Valencia: Vivercid, 1996. 4 p.