Aspectos Cultural Da Língua Inglesa PDF
Aspectos Cultural Da Língua Inglesa PDF
Aspectos Cultural Da Língua Inglesa PDF
Língua Inglesa
Prof.ª Karina Gebien Albrecht
2017
Copyright © UNIASSELVI 2017
Elaboração:
Prof.ª Karina Gebien Albrecht
420.7
A341a Albrecht, Karina Gebien
180 p. : il.
ISBN 978-85-515-0098-9
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico! Sou Karina Gebien Albrecht, formada em Letras,
com especialização e mestrado em língua inglesa. No momento leciono
língua inglesa e língua portuguesa em escolas públicas e privadas. Como
pode perceber, não tenho só uma paixão, e sim duas, duas línguas tão lindas
e cheias de histórias para nos contar, duas línguas que por sua origem acabam
tendo um grau de parentesco de primas, pois ambas sofreram influências do
latim. Neste livro de estudos, porém, meu foco e aprofundamento estarão
especificamente na língua inglesa, sua história e evolução, desde sua origem
nas terras inglesas, passando a povoar a América, até a sua chegada ao Brasil
e a sua entrada nas escolas e no ensino brasileiro.
Isso não quer dizer que sei mais do que você que lerá este livro, mas
foi com o intuito de fazê-lo conhecer mais daquilo que você se aventurar a
aprender durante o curso de Letras – Inglês que trago muitas informações
interessantes que, de uma forma ou de outra, ampliarão seus horizontes
culturais, intelectuais e no futuro poderão ser usadas como fonte de inspiração
para suas aulas.
Que este livro de estudos faça com que você, caro acadêmico, reflita
sobre os aspectos históricos, culturais e interculturais aqui abordados. Que
seu senso crítico seja instigado e aguçado, e que depois de estudada cada uma
destas unidades separadamente, que todas elas se unam e façam sentido para
você, fazendo com que, de uma forma ou de outra, este estudo seja útil para
sua vida pessoal e profissional. Boa leitura! Bons estudos!
III
UNI
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades
em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA –
DA INGLATERRA AO BRASIL ................................................................................. 1
VII
UNIDADE 2 - A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E SOCIEDADE:
O CONSUMO DE CULTURA E SUAS INFLUÊNCIAS
NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA ....................................................................... 61
VIII
3 OS AUTORES “CROZET, LIDDICOAT E LO BIANCO” E SUAS DEFINIÇÕES .................. 133
4 DEFINIÇÕES BRASILEIRAS: GIMENEZ E SARMENTO .......................................................... 137
5 CORBETT: APRENDIZES INTERCULTURAIS COMO DIPLOMATAS
E ETNÓGRAFOS .................................................................................................................................. 138
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 140
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 141
IX
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos, e no final de cada um deles você
encontrará atividades que reforçarão o seu conhecimento.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA
LÍNGUA INGLESA
1 INTRODUÇÃO
Por que, para muitos, aprender inglês é um bicho de sete cabeças? Por que,
para a maioria dos alunos, a língua inglesa é chata? Por que temos professores
frustrados alegando que seus alunos não se interessam pela aprendizagem deste
idioma tão importante? A resposta pode parecer estranha, mas inglês não é um
bicho de sete cabeças e pode ser muito mais do que uma língua a ser aprendida se
professores souberem encantar seus alunos ao ensinar a língua que, segundo Crystal
(2003), conta com três falantes não nativos a cada falante que é nativo (percebam
que isto foi em 2003, imagine atualmente, o número já deve ter aumentado muito).
É a língua da União Europeia, com 52 Estados de línguas diferentes; a língua da
aviação – qualquer piloto de qualquer parte do mundo comunicar-se-á com a torre
de comando em inglês; a língua que você usará como passaporte para qualquer
lugar do mundo quando viajar; dos negócios, da tecnologia, entre tantas outras
opções.
TURO S
ESTUDOS FU
3
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA – DA INGLATERRA AO BRASIL
Expanding circle
Outer circle
Inner circle
e.g. USA. UK
320 - 380 million
e.g. India,
Singapore
300-500 million
e.g. China,
Russia
500-1,000
million
2 LIÇÃO DE INGLÊS
Para começarmos a entender um pouco sobre a evolução histórica da língua
inglesa, que tal começar com um poema de Richard Krogh, de título original “The
English Lesson”? A tradução para o português nos ajuda a compreender como
a língua possui certas similaridades de regras estruturais e gramaticais, mas,
em contrapartida, muitas são as palavras que não seguem essas mesmas regras.
Aprecie criticamente o poema e comece desde já a refletir sobre o assunto.
4
TÓPICO 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA LÍNGUA INGLESA
Lição de inglês
Você pode achar um mouse – rato solitário ou uma casa cheia de mice – ratos
Mas o plural de house – casa não é hice
O plural de man – homem é sempre men – homens
Mas o plural de pan – panela nunca é pen
A tradução foi feita por nós para que você consiga compreender melhor os
sentidos da primeira parte deste poema que se encontra na íntegra no site <http://
www.cupola.com/html/wordplay/english1.htm>. É a partir dele que iniciaremos
nossas reflexões acerca de como uma língua evolui através de sua história e quão
importante se faz o conhecimento da evolução da língua que você fala e da língua
que você ensina para que possa aprendê-la de forma mais eficaz. Na leitura deste
poema, perceba, caro acadêmico, quais são as palavras similares e quais são as que
se destacam fora desta linha de similaridades.
5
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA – DA INGLATERRA AO BRASIL
DICAS
NOTA
De 700 a.C. a 100 a.D., a Inglaterra era habitada pelos celtas, grupo que
habitou o que hoje é conhecido como França, Alemanha e Inglaterra. Era deles o
domínio da cultura, língua, costumes, religião etc. Segundo Godinho (2001), os
celtas não eram muito acostumados a organizar-se política e militarmente, esse
talvez tenha sido o motivo pelo qual os inimigos os derrotaram e muito ou quase
tudo da língua e cultura deles ter sido extinta pelo Império Romano. Através das
histórias de Asterix e Obelix, podemos visualizar um pouco de como eram os celtas,
suas vestimentas e características. No exemplo a seguir, além da vestimenta e
características dos celtas, começamos a acompanhar também a sequência histórica
de combates entre povos que foram os romanos.
6
TÓPICO 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA LÍNGUA INGLESA
NOTA
a.C. é uma abreviatura muito conhecida nos livros de história e significa antes de
Cristo. Já a abreviatura a.D. vem da expressão latina Anno Domini, que significa ano do Senhor,
ou seja, anos após o nascimento de Cristo.
7
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA – DA INGLATERRA AO BRASIL
8
TÓPICO 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA LÍNGUA INGLESA
DICAS
9
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA – DA INGLATERRA AO BRASIL
E
IMPORTANT
10
TÓPICO 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA LÍNGUA INGLESA
11
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você conheceu um pouco da histórica formação da língua
inglesa. Essa história deixou, em cada momento, marcas registradas de cada povo
no vocabulário e estrutura da língua. Vamos lembrar um pouco dos povos que
fizeram parte desta história:
• Os últimos eram compostos por: frisões, jutos, anglo e saxões que trouxeram
muitas marcas germânicas para a língua inglesa.
• Os que mais se estabeleceram foram os anglo-saxões que mais tarde não foram
dominados pela força, mas pela fé através de uma conversão um pouco quanto
forçada. Além disso, foram também dominados pelo vocabulário cristão e pelo
latim de Santo Agostinho e do cristianismo.
12
AUTOATIVIDADE
a) Celtas.
b) Romanos.
c) Povos de origem germânica.
d) Vikings.
The biggest city is Johannesburg; the capitals are Cape Town, Pretoria,
and Bloemfontein. This is because the government is based in Pretoria, the
parliament is in Cape Town and the Supreme Court is in Bloemfontein.
One of South Africa's most known people is Nelson Mandela. He was its
president from 1994 until 1999.
13
FONTE: Disponível em: <http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos/ifmg/tecnico_automacao_
industrial/lingua_inglesa_i.pdf>. Acesso em: 10 de abril de 2017.
14
UNIDADE 1
TÓPICO 2
OLD ENGLISH
1 INTRODUÇÃO
Todas as línguas passam por evoluções. Isso acontece com o vocabulário,
com estruturas gramaticais e até mesmo com o som das palavras que vão mudando
com o tempo. Quem é responsável por essas mudanças? Você já tem condições
para responder a essa pergunta, pois foi para isso que o Tópico 1 foi escrito.
Ainda de acordo com o autor, o inglês dos anglo-saxões não era um idioma
uniforme, mas algumas de suas características perduram ainda hoje em frases do
inglês falado na Inglaterra. Esse inglês também tem como característica o desprezo
das características das influências dos romanos e celtas na língua. Para se ter uma
ideia, as declinações em gênero (masculino, feminino e neutro) e a conjugação verbal
eram características deste inglês que ainda sofria fortes influências germânicas.
15
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA – DA INGLATERRA AO BRASIL
NOTA
16
TÓPICO 2 | OLD ENGLISH – INGLÊS ANTIGO
E
IMPORTANT
Santo Agostinho nasceu em Tagaste, norte da África, no dia 13 de novembro do ano 354. Filho
de um pagão e voltado para o materialismo da época, e de Mônica, profundamente cristã, que
depois se tornaria santa. Aos 17 anos vai a Cartago. Aos 20 anos volta a Tagaste como professor,
com uma mulher e um filho, Adeodato, retornando pouco depois para Cartago também como
professor. Depois torna-se professor em Roma e, a seguir, vai para Milão. Agostinho sentia,
apesar de tudo, seu coração vazio, inquieto. No mês de agosto de 386, meditando no jardim,
ouve uma voz de criança que diz "Tolle et lege" (Toma e lê) e tomando as Cartas de São Paulo
lê: "Não é nos prazeres da vida, mas em seguir a Cristo que se encontra a felicidade".
Agostinho decide voltar a Tagaste, para morar com seus amigos, e entregar-
se inteiramente ao serviço de Deus por meio da oração e o estudo. Mas no ano
391, de visita na cidade de Hipona, é proclamado sacerdote pelo povo e ordenado
padre pelo bispo Valério. Quatro anos depois é consagrado Bispo da cidade, daí o
nome de Agostinho de Hipona.
17
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA – DA INGLATERRA AO BRASIL
Santo Graal – cálice usado por Jesus na última ceia – fazendo assim uma ponte
entre o rompimento com as velhas crenças celtas e a cristianização da época
(GODINHO, 2001).
19
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA – DA INGLATERRA AO BRASIL
FIGURA 8 – BEOWULF
DICAS
Se você quiser saber mais sobre Beowulf, em 2007 foi lançado um filme
nomeado como “A lenda de Beowulf”, que conta com ilustres atores como Anthony Hopkings
e a aclamada atriz Angelina Jolie. Foi distribuído pela Paramount Pictures e pela Warner Bros
Picures. “O ano era de 1016, auge do poder Viking. O rei Canute da Dinamarca herdara o trono
inglês. Conquistara a Noruega e reinara a maior parte da Escandinávia e Britânia. Até 1042 os
filhos de Canute continuaram no poder. Nesse mesmo ano, Edward “o confessor” quebrou
essa linha de sucessão com o apoio de conde de Wessex e tornou-se rei. Como estranhava
um pouco a vida e costumes normandos, procurava conselhos de Harold, filho do conde
Wessex. Harold foi assumindo aos poucos as funções de rei, até que passou a governar o reino
entre 1053 e 1066. Edward passou a se dedicar então à religião e à construção da Abadia de
Westminster, onde mais tarde seria sepultado dentro dela.
20
TÓPICO 2 | OLD ENGLISH – INGLÊS ANTIGO
NOTA
21
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você ficou conhecendo um pouco mais da história da evolução
da língua inglesa, porém mais profundamente no período conhecido como inglês
antigo (Old English). Esta fase da língua começou com:
22
AUTOATIVIDADE
2. A origem dos dias da semana em inglês tem profunda relação com a história
da língua inglesa. Leia as origens de cada dia da semana de acordo com a
revista on-line “Mundo estranho”:
23
24
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
O inglês médio predominou na língua inglesa aproximadamente entre os
anos de 1100 a 1500. Uma das grandes particularidades deste inglês é o predomínio
de palavras francesas em seu vocabulário, sendo que esse fato se deu por conta da
batalha de Hastings e com a vitória de um futuro rei que só falava francês, e assim
sucessivamente nos próximos 300 anos. Juntamente com o rei e sua língua francesa,
vieram também intelectuais, estudiosos entre outros tipos de profissionais de
prestígio para a época. A língua francesa tomava conta das posições mais elevadas
da sociedade de época, enquanto o povo de origem menos privilegiada – que eram
a maioria na época - continuava falando do seu jeito: e este jeito era no inglês. Esta
divisão de falares também é característica do inglês médio, sendo que algumas
palavras de mesmo significado chegam a ter correspondente francês e inglês
(GODINHO, 2001), como você verá mais adiante neste tópico.
2 A BATALHA DE HASTINGS
Então, acadêmico, preparado para agregar mais conhecimentos sobre a
história da língua inglesa? Agora estamos entrando no Middle English, ou seja, o
inglês médio. Esta história começa em 28 de setembro de 1066, quando William e
seu exército atacaram o povo britânico com o principal objetivo em mente: depor o
novo rei Harold II. Cerca de 2000 guerreiros da Normandia foram mortos, e é claro
que muitos do lado inglês também.
FIGURA 10 – IMAGEM DA BATALHA DE HASTINGS
25
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA – DA INGLATERRA AO BRASIL
Para você entender melhor este tópico, veja a sucessão dos reis da Inglaterra
a partir de William (Guilherme) o conquistador:
26
TÓPICO 3 | MIDDLE ENGLISH – INGLÊS MÉDIO
Foi neste contexto histórico que surgiu o inglês médio – ou Middle English
– uma língua que foi deixando para trás as dificuldades complexas da gramática,
como já foi mencionado no Tópico 2: Flexões gramaticais, como as dos gêneros dos
adjetivos, da conjugação verbal etc. Uma das únicas conjugações que ainda temos
presente ao aprender e ensinar a língua inglesa é o famoso verb to be – verbo ser
e estar em inglês. Na pronúncia, infelizmente, havia mais linearidade em se falar
como se escreve. Isto aos poucos foi mudando.
27
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA – DA INGLATERRA AO BRASIL
28
TÓPICO 3 | MIDDLE ENGLISH – INGLÊS MÉDIO
E
IMPORTANT
De acordo com o site da revista Mundo Estranho, a Guerra dos Cem anos foi um
dos maiores conflitos da Idade Média, entre duas das principais potências europeias: França e
Inglaterra. Apesar do nome, durou mais de um século – segundo a definição dos historiadores,
tudo começou em 1337, para terminar só em 1453. Acadêmico, leia a história inteira a partir
desse link: <http://mundoestranho.abril.com.br/historia/o-que-foi-a-guerra-dos-cem-anos/>.
No reino, o inglês ainda não havia vencido, mas quando o rei Henry V
começou a usar nas suas redações oficiais a língua inglesa, o negócio começou
a mudar. Em 1415, ele atravessou o Canal da Mancha, derrotou franceses em
Agincourt e assinou o primeiro documento em língua inglesa no solo francês. A
partir de então o idioma oficial na Inglaterra passou a ser o inglês, e, de acordo com
Godinho (2001), mais algumas foram as transformações linguísticas que veremos
nos tópicos a seguir.
29
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA – DA INGLATERRA AO BRASIL
DICAS
30
TÓPICO 3 | MIDDLE ENGLISH – INGLÊS MÉDIO
31
RESUMO DO TÓPICO 3
• Neste tópico, você pôde conhecer um pouco mais sobre o inglês médio que
predominou aproximadamente entre os anos de 1100 a 1500.
• Durante 300 anos a língua predominante dos reis foi o francês. O que fez com
que o inglês permanecesse ativo foi o povo que falava a língua, indiferentes ao
que acontecia no alto poder, e mais tarde em 1204, a derrota em uma batalha do
outro lado do canal da Mancha.
32
AUTOATIVIDADE
( ) Guerra que ocorreu entre 1337 e 1453 e que resultou na vitória definitiva do
inglês sob o francês.
( ) 28 de setembro de 1066.
( ) Ano em que os anglo-normandos foram derrotados e a língua francesa
deixa de ter tanto prestígio.
( ) Importante ano para comemorar a introdução da impressora móvel, trazida
por William Caxton.
( ) William e seu exército atacam o povo britânico e os franceses conquistam a
Inglaterra.
Blush
Do inglês antigo blyscan, “ficar vermelho”, significado que existe até hoje. O
português importou duas palavras para a mesma coisa, nesse caso, de dois
idiomas diferentes. O produto cosmético blush foi levado aos ingleses através
da França, e por isso é conhecido em inglês (e português) também como rouge
(“vermelho” em Francês). (p. 67).
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Franchising
33
De acordo com o que foi abordado neste tópico, explique a origem dessas
palavras elaborando um parágrafo explicativo sobre os aspectos históricos
envolvidos: origem da palavra, contexto social em que ela poderia estar
inserida, entre outros aspectos relevantes ao período.
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34
UNIDADE 1
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
“A vida é uma simples sombra que passa [...]; é uma história contada por
um idiota, cheia de ruído e de furor e que nada significa” (De Macbeth – 1603-
1607).
35
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA – DA INGLATERRA AO BRASIL
Shakespeare “inventou” nada mais nada menos do que duas mil palavras
além de muitas expressões usadas em suas obras e que ficaram marcadas até hoje.
De acordo com Godinho (2011, p. 66-67):
36
TÓPICO 4 | MODERN ENGLISH – INGLÊS MODERNO
3 INGLÊS AMERICANO
O ano era 1583, um ano marcado pelo sonho de uma conquista e o
pesadelo de uma tragédia. Humphrey Gilbert, irmão materno de Walter Releigh
tomou posse da Terra Nova (Newfoundland) em nome da Inglaterra, mas morreu
afogado na expedição e seus homens foram obrigados a voltar para casa. Em 1584,
Raleigh mostrou que mesmo com a tragédia de seu irmão, não desistiria do sonho
exploratório. Contratou dois navios para a expedição e em 13 de julho chegaram
ao continente norte-americano em um local nomeado como Roanoke Island (ilha
Roanoke) (GODINHO, 2001).
Em 1585, outra viagem – esta com 168 homens – fora organizada por
Raleigh a fim de colonizar a terra. Os indígenas Manteo e Wanchese foram levados
junto. Com a chegada ao novo mundo, novas palavras tiveram que ser criadas, pois
as coisas ali encontradas e maravilhadas pelos desbravadores foram nomeadas.
Porém os ingleses, pouco acostumados com a vida no campo, não estavam
conseguindo manter sua alimentação. De acordo com Godinho (2001), começaram
então a saquear os indígenas, e é claro que esses não gostaram nem um pouco das
atitudes dos visitantes. Estavam por começar uma guerra, mas por sorte Francis
Drake – um aventureiro – estava passando por lá e salvou seus compatriotas da
fúria indígena.
37
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA – DA INGLATERRA AO BRASIL
sinal deles por lá. Esse fato na verdade só fez com que aumentasse ainda mais a
vontade de levar ingleses e a língua inglesa ao novo mundo (GODINHO, 2001).
O mistério das colônias perdidas só fez com que a vontade de colonizar o lugar
fosse ainda maior. Alguns comerciantes de Londres e Plymouth organizavam
grandes companhias de colonização, o que na época garantiria lucros na certa.
No dia 20 de dezembro de 1606 acontecia a primeira expedição com
120 colonos feita pela companhia da Virgínia e autorizada pelo rei James I –
sucessor de Elizabeth. Essas companhias eram compostas por religiosos, leigos,
nobres, cavaleiros, comerciantes, membros de sindicatos da época, ou seja, das
mais variadas pessoas com espírito expedicionário. Três navios partiram pela
Companhia da Virgínia partindo de Londres. Passariam pelos Açores, ilhas
Canárias e as Antilhas. Depois de quatro meses de sua partida adentraram a baía
de Chesapeake, chegando posteriormente ao rio James e acamparam na ilha de
Jamestown – dado o nome em homenagem ao rei (GODINHO, 2001).
John Smith era a liderança desta vez, e seu lema era trabalhar para comer.
Assim, desta vez tudo daria certo. Infelizmente, conforme Godinho (2001), a
doença e a fome tomaram conta de 51 pessoas, sendo que essas vieram a óbito. A
salvação para a moléstia que se abateu foram os amigos que Smith fez: Powhatan
– um indígena – através de sua filha Pocahontas.
E
IMPORTANT
Depois de alguns anos outro grupo partia rumo ao norte, hoje Massachusetts.
Esses eram os Pilgrims (peregrinos), com ideais bem diferentes do grupo descrito
anteriormente: os deles eram religiosos. O navio Mayflower partiu de Plymouth
em 16 de setembro de 1620 com 102 pessoas a bordo, sendo essas mais aptas e
38
TÓPICO 4 | MODERN ENGLISH – INGLÊS MODERNO
E
IMPORTANT
Uma comemoração por uma boa colheita no século XVII. Tudo começou em novembro
de 1620, quando um grupo de 102 peregrinos ingleses desembarcou em Plymouth, nos EUA,
fugindo da perseguição religiosa na Europa. Um ano depois, o governador, para agradecer a
colheita farta, resolveu instituir um feriado para “dar graças” (“thanksgiving”). Na ocasião, os
peregrinos convidaram índios nativos para participarem da comemoração. Afinal, foram eles,
os índios, quem os ensinaram a plantar e a caçar. Em 1863, o presidente Abraham Lincoln
decidiu transformar o Dia de Ação de Graças em feriado nacional. Por todo o país, instituições
de caridade servem refeições para os pobres e mandam cestas de alimentos para os doentes.
Os estadunidenses ceiam e depois assistem ao futebol americano na TV ou saem às ruas para
assistir aos desfiles. Atualmente, o feriado é comemorado sempre na quarta quinta-feira do
mês de novembro.
39
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA – DA INGLATERRA AO BRASIL
Essa última expedição não trouxe somente mais um novo lugar no novo
mundo, mas mudanças políticas profundas também. Os líderes elaboraram
ali a “Mayflower Compact” que era seu próprio regimento político e civil e
consequentemente não teriam mais que “obedecer” às normas impostas pelo rei e
príncipes distantes. Uma nova etapa separava não só a língua inglesa do seu país
de origem, mas também uma nova ideologia política surgia no novo mundo: o
inglês americano (GODINHO, 2001).
40
TÓPICO 4 | MODERN ENGLISH – INGLÊS MODERNO
E
IMPORTANT
Inglaterra é o país que tem como capital a cidade de Londres, onde se localizam
o Parlamento britânico e o Palácio de Buckingham, residência oficial da rainha Elizabeth II. Grã-
Bretanha é o nome da maior ilha britânica, que abriga a Inglaterra, o País de Gales e a Escócia.
O Reino Unido compreende os três países da Grã-Bretanha mais a Irlanda do Norte. O Reino
Unido, cujo nome oficial é Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte, foi criado em
1801, quando a Irlanda foi incorporada ao bloco – em 1922, a República da Irlanda sai da união,
deixando apenas a parte norte da ilha no Reino Unido. Em setembro de 2014, os escoceses
rejeitaram a independência do país em um plebiscito histórico. Cada país tem autonomia para
decidir questões internas, mas, com a união, o poder passou a ficar mais concentrado em
Londres, onde o Parlamento centraliza as decisões sobre o Reino Unido e onde vive a chefe de
Estado de Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, a rainha Elizabeth II.
41
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA – DA INGLATERRA AO BRASIL
42
TÓPICO 4 | MODERN ENGLISH – INGLÊS MODERNO
4 A GEOPOLÍTICA DO INGLÊS
Acadêmico! Nesta sessão ampliaremos nossos estudos com relação à posição
que a Língua Inglesa assume no momento. Para isso, Breton (apud LACOSTE, 2005)
será utilizado como referência. De acordo com o autor (2005, p. 12), “a geopolítica
pode ser definida como a análise das rivalidades de poder sobre determinado
território” e querendo ou não as línguas estão fortemente conectadas nesse tipo
de embate. Quem fala a língua também exerce papel diferenciado perante aquele
que é “obrigado” a aprendê-la de determinado país ou região. Desta forma, as
línguas mais usadas e faladas acabam desempenhando um enorme papel político
em relação aos seus falantes e local onde é falada.
O inglês está presente, nem que seja em uma pequena parcela, em várias
partes do mundo, mas entre os principais podemos citar aqueles em que ela é
língua materna: Reino Unido (na Europa), Estados Unidos (na América do Norte),
Austrália, Nova Zelândia e África do Sul. Onde o inglês não é língua materna, ele
é a língua do poder, a língua escolhida para negócios, comércio, indústria, cultura
e política; pense em grandes potências como Paquistão, Bangladesh e Índia. A
China, por exemplo, escolheu o inglês como língua internacional. Alguns países
ainda poderiam ter escolhido qualquer outra língua mais próxima, mas optaram
pelo inglês. Claro que esta escolha não foi aleatória, mas sim influenciada pela
própria necessidade de uso mundial do inglês. É o caso de países escandinavos e
nos Países Baixos.
43
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA – DA INGLATERRA AO BRASIL
vitória da língua inglesa, e para o alemão, o início e o fim de uma tentativa de poder.
Mesmo que o russo pudesse ter prevalecido com a vitória da União Soviética, são
os EUA que se sobressaem, pois em quatro anos de guerra, a produção americana
foi muito maior em detrimento de produções de outros países. Além disso, foi
depois da Segunda Guerra que os EUA abriram suas portas para estudantes e
pesquisadores europeus, chineses, japoneses e indianos. Nos 45 anos do pós-
guerra, o inglês só avançou ainda mais. A guerra fria e a descolonização só fizeram
com que o inglês se expandisse ainda mais.
NOTA
A GUERRA FRIA
Na década de 1950, a tensão entre as duas superpotências levou a uma grande política de
alianças. Os Estados Unidos formaram com países europeus a Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN), uma força militar unificada para resistir à presença dos soviéticos
na Europa. Estes, em resposta, criaram o Pacto de Varsóvia, que unia os países comunistas.
Também nos anos 1950 ocorreu a Guerra da Coreia (1950-1953), marco de uma tática comum
nos tempos de Guerra Fria: o uso de aliados nos conflitos militares. Os soviéticos, apoiando
a Coréia do Norte, opuseram-se à Coréia do Sul, que tinha o suporte americano. O auge da
Guerra Fria ocorreu em 1962, quando a União Soviética decidiu instalar secretamente em
Cuba mísseis que poderiam atingir os Estados Unidos. Em 1991, com a desintegração da União
Soviética em várias repúblicas, a Guerra Fria finalmente chegou ao fim.
44
TÓPICO 4 | MODERN ENGLISH – INGLÊS MODERNO
Por fim, o que podemos esperar do futuro da língua inglesa? De acordo com
Breton (2005, p. 25-26), “O futuro da língua inglesa depende de sua capacidade
de manter a atração que lhe conferem toda a extensão geográfica e seu lugar na
vida moderna [...]. A fragilidade do inglês reside no risco de desmedida provocado
pelo imenso poder dos Estados Unidos”. Será que os EUA conseguirão seguir
os ensinamentos do Reino Unido na época de sua supremacia? Nessa época, ele
soube ter potência sem buscar impor nenhuma ordem internacional, será que é o
que estamos vendo atualmente em relação aos Estados Unidos?
DICAS
45
RESUMO DO TÓPICO 4
• Shakespeare foi o maior nome da história da literatura inglesa, mas esse fato se
deu devido a sua enorme contribuição para o vocabulário da língua. Mais do
que um legado literário, o autor é um legado linguístico.
• Tudo o que foi visto até agora pode ser analisado isoladamente, mas atualmente
com a atual geopolítica que o inglês tem assumido, só podemos concluir
que esses fatores unidos levaram a uma ascensão da língua inglesa que nem
Shakespeare, nem James e nem os exploradores poderiam imaginar que
estivessem contribuindo para essa história.
46
AUTOATIVIDADE
47
Explique com suas palavras a importância do autor para o período denominado
inglês moderno. Na sua explicação, cite outros aspectos importantes desta fase,
como a bíblia do Rei James e a conquista de terras americanas.
48
UNIDADE 1
TÓPICO 5
1 INTRODUÇÃO
Nos tópicos 1 ao 4 você ficou conhecendo um pouco sobre a história da
evolução da língua inglesa, suas origens desde à Inglaterra até o seu destino
americano. No Brasil, a língua inglesa chegou de forma mais calma, não foram
necessárias batalhas e conquistas braçais: aqui a língua inglesa chegou através da
educação. Desta forma, podemos ousar dizer que lutas existiram e ainda existem,
mas estão ligadas a questões de status linguístico, economia, legislações, ideias e
ideais defendidos por diferentes questões. Este tópico irá discorrer sobre o início
da língua inglesa no Brasil, algumas ideias relacionadas ao sonho americano que
muitos almejam, bem como a geopolítica da língua no Brasil.
2 SONHO AMERICANO?
De acordo com Lima e Quevedo (2008), a história da língua inglesa no
Brasil iniciou por volta de 1530. O aventureiro inglês William Hawkins teria
desembarcado aqui e encontrado na costa brasileira os portugueses e os indígenas
nativos. Em suas três viagens ao Brasil, o traficante de escravos não voltou a
Londres de mãos abanando, levou, em uma delas, um cacique, sendo que estas
empreitadas foram passadas mais tarde para seu filho John Hawkins e seu neto
Richard.
Como foram bem recepcionados pelos portugueses, os britânicos voltaram
algumas vezes para o Brasil, e aproveitando a viagem, levaram riquezas da terra,
entre elas o pau-brasil. Em 1654, as relações entre os dois países se estreitou ainda
mais, pois a Inglaterra propôs o seguinte tratado: as mercadorias inglesas com os
demais países seriam monopólio da Marinha Britânica. Mais tarde, porém, Portugal
foi obrigado a servir a França, pois estava fechando seus portos aos ingleses – e a
luta entre ingleses e franceses continuava – e Portugal acabou sendo forçado a se
posicionar contra a Inglaterra para evitar o pior: conflitos com as tropas francesas.
49
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA – DA INGLATERRA AO BRASIL
50
TÓPICO 5 | A LÍNGUA INGLESA NO BRASIL
como a Igreja Anglicana (Holy Trinity Church) e vários clubes de esportes foram
fundados por ingleses. Você sabia disso?
51
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA – DA INGLATERRA AO BRASIL
Além disso, cabe às condições de ensino a oferta dessas línguas. É claro que
o inglês prevaleceu e tem prevalecido em detrimento de outras línguas discutidas
anteriormente: hoje em dia nem precisamos parar para pensar quão importante
é para o mundo o aprendizado da língua, porém a forma como é ofertada esta
disciplina em muitas escolas públicas e privadas é ainda desvalorizada. A carga
horária da língua inglesa em muitos casos não é levada em consideração frente a
sua importância no mundo atualmente.
4 O INGLÊS BRASILEIRO
A geopolítica da língua inglesa tem influenciado, de certa forma, algumas
atividades no Brasil. O reflexo dessa geopolítica pode não causar grandes mudanças
a olhos nus, mas de alguma forma especialistas e críticos estarão prontos para falar
sobre o assunto.
52
TÓPICO 5 | A LÍNGUA INGLESA NO BRASIL
NOTA
Estrangeirismos
A maioria das palavras da língua portuguesa tem origem latina, grega, árabe, espanhola, italiana,
francesa ou inglesa. Essas palavras são introduzidas em nossa língua por diversos motivos,
sejam fatores históricos, socioculturais e políticos, modismos ou avanços tecnológicos. As
palavras estrangeiras, geralmente, passam por um processo de aportuguesamento fonológico
e gráfico. A Academia Brasileira de Letras, órgão responsável pelo vocabulário ortográfico de
Língua Portuguesa, tem função importante no aportuguesamento dessas palavras.
NOTA
Linguística aplicada
De acordo com Vilaça (2010 apud ENSINO ATUAL, s.d.), a Linguística Aplicada é uma ciência
social de estudos de linguagem de caráter interdisciplinar que focaliza questões de uso de
linguagem em diferentes contextos e com diferentes propósitos comunicativos e interacionais,
mas a disciplina ainda é pouco compreendida. Em sua primeira fase esteve mais ligada a
pesquisas em ensino/aprendizagem de línguas, especialmente estrangeiras, e tradução. Hoje, no
entanto, a ciência aborda uma grande diversidade de temas que incluem ensino/aprendizagem
de línguas, tradução e interpretação, análise do discurso, formação de professores, letramento,
comunicação profissional, EaD e mídia.
Por fim, outra forma que alguns tentam alcançar para o fim da hegemonia
da língua inglesa é a adoção do multilinguismo. Esta proposta não deixa de
ser tão utópica quanto à adoção do esperanto. Criada no cenário europeu, esta
54
TÓPICO 5 | A LÍNGUA INGLESA NO BRASIL
proposta está na adoção de vários outros idiomas para substituir o inglês. A utopia
é tamanha que, imagine documentos traduzidos em várias línguas, ou ainda
quantos tradutores simultâneos seriam necessários em um encontro de lideranças
mundiais. E os outros países do mundo, como ficariam frente à adoção de outros
idiomas se o seu não estivesse inserido nesta escolha?
55
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA – DA INGLATERRA AO BRASIL
LEITURA COMPLEMENTAR
Inglês é uma língua muito rica. Por isso, até quem a usa todos os dias
desconhece muitas das suas peculiaridades.
1. O inglês “nativo” tem muitos sotaques e endereços. Ele pode ser britânico,
escocês, irlandês, americano, canadense, caribenho, africano, asiático, australiano
etc. Isso sem falar nas línguas crioulas e pidgins.
2. A língua tem 26 letras e 44 sons. As 26 letras são usadas para representar os 44
sons de 650 maneiras diferentes.
3. “S” é a letra que mais inicia palavras em inglês.
4. “Strengths” é a maior palavra da língua com apenas uma vogal.
5. “Rhythm” é a palavra mais longa sem vogal.
6. As duas frases mais curtas da língua inglesa são: “Go!” e “I am”.
7. As palavras “ewe” (ovelha) e “you” (você) não têm nenhuma letra em comum,
mas têm a mesma pronúncia. “Eye” (olho) e “I” também.
8. “Set” é a palavra com mais definições diferentes em inglês (algo em torno de
450).
9. A palavra “alphabet” é formada pelas duas primeiras letras do alfabeto grego:
alpha e bēta.
10. A frase “The quick brown fox jumps over the lazy dog” contém todas as letras do
alfabeto inglês. Frases como essa são chamadas de pangramas ou pantogramas
(do grego “pan” ou “pantós”, todos, e “grama”, letra).
FONTE: Disponível em: <http://exame.abril.com.br/carreira/10-curiosidades-surpreendentes-
sobre-a-lingua-inglesa/>. Acesso em: 7 maio 2017.
56
RESUMO DO TÓPICO 5
• A principal temática deste tópico foi à chegada da língua inglesa ao Brasil.
• A língua inglesa foi tomando seu espaço, e depois de várias posições que
assumira dentro de reformas e leis, hoje se encontra enraizada na maioria das
escolas brasileiras.
• Dentro deste mesmo tópico percebemos que nem todos os brasileiros estão
satisfeitos com essa chegada da língua inglesa, por isso já houve a tentativa da
criação de uma lei contra a entrada de estrangeirismos em nossa língua.
• Essa posição também já fora tentada de outras formas por outros países,
porém nenhum sinal concreto de mudança ou de queda da língua inglesa tem
acontecido ultimamente.
• Por aqui, a lei não vingou, e a ascensão do inglês continua, ou quem nunca
comentou que está aprendendo ou precisa aprender a tão famosa língua
universal?
57
AUTOATIVIDADE
Leia a letra da música a seguir de Zeca Baleiro de título “Samba do approach”.
(a) Brunch
(b) Approach
(c) Lunch
(d) Ferryboat
(e) Light
(f) Insight
(g) Cool
(h) Trash
(i) Link
(j) My love
(k) Drink
58
(l) Pop-star
(m) Background
(n) Happy end
(o) Dream team
( ) bebida
( ) final feliz
( ) pequeno almoço
( ) abordagem
( ) legal
( ) lixo
( ) estrela pop
( ) time dos sonhos
( ) meu amor
( ) balsa
( ) almoço
( ) leve
( ) fundo
( ) percepção
( ) elo
3. A expressão ‘hi-tech’ não tem uma tradução exata para o português. Explique
com suas palavras o que é uma pessoa ‘hi-tech’, por exemplo.
59
60
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos, e no final de cada um deles
você encontrará atividades que reforçarão o seu conhecimento.
61
62
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Tudo é cultural. Cada coisa que nos rodeia é uma manifestação cultural.
Cada cultura tem o seu jeito ‘certo’ de fazer as coisas, e nós temos que conectar o
nosso jeito ‘certo’ com as outras culturas para tornarmos um só. A cultura passa a
ser tudo o que nos une e o que nos divide, pois vivemos em um mundo plural onde
discriminações e preconceitos nos rodeiam.
63
UNIDADE 2 | A RELAÇÃO ENTRE C. E S.: O CONSUMO DE CULTURA E SUAS INFLUÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
Mas não se desespere, caro acadêmico! Neste tópico, você será capaz de
conhecer algumas definições de cultura e alguns aspectos entre cultura e educação.
A partir da leitura crítica, faça seus próprios conceitos acerca da palavra cultura.
Have a good cultural reading!
2 O QUE É CULTURA?
Definir a palavra cultura não é tarefa fácil. São muitas as áreas que podem
abranger tais definições e que veremos melhor na Seção 2. O objetivo desta é, pois,
abrir as portas de nossa mente para tentar compreender a abrangência que este
termo pode assumir em nossa sociedade e até mesmo em nosso próprio modo de
perceber aspectos culturais presentes nela.
Você deve ter notado que algumas definições não têm relação alguma
com o que vamos estudar neste livro, porém faz-se importante reconhecer que
muitas definições acabam adquirindo certo valor social e comportamental, por isso
atenha-se a elas durante sua leitura.
64
TÓPICO 1 | DEFININDO A PALAVRA CULTURA
Pense sobre o assunto através das seguintes questões elaboradas por Utley
(2004, p. 15):
Você deve ter percebido que nenhuma das definições é perfeita. Algumas,
porém, acabaram de certa forma preconceituosas em sua essência. É o caso das
letras B e E. Você não é condicionado a pensar, sentir, interpretar e reagir, a menos
que você queira. Já a letra E nos mostra que para ser aceito pela sociedade você
65
UNIDADE 2 | A RELAÇÃO ENTRE C. E S.: O CONSUMO DE CULTURA E SUAS INFLUÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
precisa seguir um padrão, uma convenção, o que também não é verdade, a menos
que você também assim o deseja.
3 DEFINIÇÕES DE CULTURA
Na sessão anterior, você, acadêmico, foi levado à reflexão do que é cultura.
Nesta, algumas definições estudadas por diferentes áreas do conhecimento serão
apresentadas para que você possa aprofundar ainda mais seus conhecimentos
acerca do tema. Definir a palavra cultura não é tarefa fácil. Há várias linhas teóricas
que a teorizam de acordo com concepções pertinentes a cada uma dessas linhas.
Lima (2009) colabora com a ideia de que a definição do termo não é tão simples
assim:
66
TÓPICO 1 | DEFININDO A PALAVRA CULTURA
Nesta definição de Bosi (apud SILVA; SILVA, 1996, s.p.), “cultura é o conjunto
de práticas, de técnicas, de símbolos e de valores que devem ser transmitidos às
novas gerações para garantir a convivência social. [...] cultura seria aquilo que
um povo ensina aos seus descendentes para garantir a sua sobrevivência”, o que
não deixa de ser verdadeiro, pois aspectos culturais são transmitidos, porém aos
poucos também são modificados. Kramsch (1998, p. 4) define a cultura sob uma
perspectiva similar à de Bosi, quando a contrasta com a natureza – os aspectos
culturais inerentes ao nosso nascimento, e o cultivar – que são os aspectos culturais
que são cultivados ao longo de nossa vida:
A primeira diz respeito aos aspectos de uma realidade social. Por exemplo,
tudo o que caracteriza a existência social de um povo ou nação ou grupos no
interior de uma sociedade. Dar conta das características dos agrupamentos no
que diz respeito às maneiras de conceber e organizar a vida social ou aspectos
materiais são algumas das características desta primeira concepção.
A segunda concepção de cultura oferecida pelo mesmo autor está mais
ligada ao conhecimento, ideias, crenças e como esses aspectos estão inseridos na
vida social. O autor cita um exemplo da cultura francesa que pode estar ligado à
67
UNIDADE 2 | A RELAÇÃO ENTRE C. E S.: O CONSUMO DE CULTURA E SUAS INFLUÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
sobre a cultura inserida nas ações sociais. A cultura invisível não é somente o que
não vemos em uma pessoa como o pequeno c definia, mas aquilo que as pessoas
transmitem de seus aspectos culturais internos sem perceberem. Já os aspectos da
cultura visível, por serem percebidos mais facilmente, assemelham-se à definição
do grande C. Desta forma, você já deve ter percebido qual definição de cultura
estará mais presente no decorrer desta e da próxima unidade, principalmente na
seção a seguir, que aborda cultura e educação.
E
IMPORTANT
4 CULTURA E EDUCAÇÃO
Depois de algumas definições na sessão anterior sobre o termo cultura,
de acordo com algumas áreas de estudo como Antropologia, História, pesquisas,
entre outras vertentes interessantes e importantes para o seu entendimento sobre
o assunto, vamos agora nos ater à relação entre cultura e educação de forma geral,
pois o aprofundamento da cultura e ensino de inglês ainda está por vir no Tópico 4
desta unidade. Para esta sessão, serão analisados os documentos mais importantes
no que diz respeito à Educação Básica brasileira: os Parâmetros Curriculares
Nacionais, tanto do Ensino Fundamental quanto do Ensino Médio.
69
UNIDADE 2 | A RELAÇÃO ENTRE C. E S.: O CONSUMO DE CULTURA E SUAS INFLUÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
70
TÓPICO 1 | DEFININDO A PALAVRA CULTURA
71
UNIDADE 2 | A RELAÇÃO ENTRE C. E S.: O CONSUMO DE CULTURA E SUAS INFLUÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
Por fim, uma das frases mais importantes que sintetizam o processo de
ensino e aprendizagem pensando-se na pluralidade cultural é justamente o que se
encontra em Brasil (1998, p. 141), que pergunta ao professor:
No que diz respeito aos Parâmetros Curriculares para o Ensino Médio, não
há o que se acrescentar de grande diferença em relação ao documento voltado ao
Ensino Fundamental, pois ambos compreendem etapas do que conhecemos como
educação básica brasileira, o que é sim de diferente é o aprofundamento desses
aspectos, pertinentes à faixa etária que está em questão. O que há a acrescentar é
que todas as disciplinas, separadas por áreas do conhecimento, abordam em um
quadro referente às competências e habilidades a serem desenvolvidas, um item
referente à contextualização sociocultural. Não irei aqui delimitar quais são os
aspectos culturais pertencentes a cada uma delas, pois não vem ao caso, porém no
que diz respeito às Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, faz-se importante o
conhecimento de algumas questões pertinentes à temática deste livro de estudos
e desta unidade.
72
TÓPICO 1 | DEFININDO A PALAVRA CULTURA
Os PCN ainda trazem um exemplo que ilustra qual seria uma prática
pertinente a este trabalho de união entre as disciplinas: a união interdisciplinar
entre conteúdos. Por exemplo, ao se trabalhar a alimentação em língua estrangeira,
por que não unir as outras disciplinas, como geografia e seus aspectos de cultivo
destes alimentos, biologia para aprofundar questões alimentares sobre esses, ao
invés de um trabalho somente voltado para a gramática em língua estrangeira?
Trabalhar os aspectos sociais e culturais de assuntos variados aplicando a
interdisciplinaridade é um objetivo explícito dos PCN do Ensino Médio.
Sobre as competências e habilidades, ainda há uma referência ao acesso à
língua como instrumento de informações a outras culturas e grupos sociais, além
da contextualização sociocultural que reforça a compreensão de perceber que o
enunciado está relacionado à forma de ser, pensar, agir e sentir de quem produz –
de seus aspectos culturais como um todo.
73
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você conheceu aspectos culturais presentes nas seguintes
concepções:
• Algumas das várias explicações sobre o termo ‘cultura’ através dos tempos:
dicionário, antropologia – Edward Tylor – e História – Franz Boas e Kramsch.
• Definições de José Luiz dos Santos, que diz que a cultura pode ser dividida em
realidade social e os aspectos inseridos dentro dela.
• Por fim, os aspectos culturais presentes na sessão “temas transversais” dos PCN
fecha o tópico, com a relação entre cultura e a educação no ensino brasileiro.
74
AUTOATIVIDADE
75
colere: cultivar). A palavra cultura evoca o debate tradicional de natureza/
adestramento: os seres humanos são essencialmente determinados pelo que
a natureza determina a ser desde o nascimento ou o que a cultura os permite
através da socialização e escolarização?
( ) Cultura é tudo aquilo produzido pela humanidade, seja no plano concreto
ou no plano imaterial, desde artefatos e objetos, até ideias e crenças. Cultura
é todo complexo de conhecimentos e toda habilidade humana empregada
socialmente. Além disso, é também todo comportamento aprendido, de
modo independente da questão biológica.
( ) Este autor usou a História para explicar a diversidade cultural, a grande
diferença de culturas na humanidade, fazendo pela primeira vez uma
aproximação entre História e Antropologia, até hoje bastante utilizada.
76
UNIDADE 2 TÓPICO 2
A RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E CULTURA
1 INTRODUÇÃO
Depois de conhecer algumas definições de cultura e até mesmo formular
sua própria definição para o termo, neste tópico você estudará a relação entre
linguagem e cultura. Para isso, na primeira seção, você terá contato com um poema
bem interessante de Bernard Werber para iniciar suas reflexões acerca da relação
entre os dois termos, sendo apresentada logo na sequência uma das primeiras
teorias que relacionavam linguagem e cultura: a hipótese de Sapir-Whorf. Logo
a seguir, na próxima seção, as explicações de Claire Kramsch, que se baseiam nas
de Sapir-Whorf, são explicitadas para aprofundarmos nossos estudos em relação
a esta relação. Por fim, trabalharemos com os conceitos de multilinguismo e
multiculturalismo, que são duas visões bem interessantes acerca da relação entre
linguagem e cultura no nosso cotidiano.
77
UNIDADE 2 | A RELAÇÃO ENTRE C. E S.: O CONSUMO DE CULTURA E SUAS INFLUÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
Você percebeu que este poema nos mostra, de forma simples e lúdica, o que
vem acontecendo atualmente: a dificuldade das pessoas se entenderem quando
se comunicam. Com o grande avanço das tecnologias, as pessoas cada vez mais
perderam contato físico ao se comunicarem, e a linguagem vai aos poucos tomando
rumos diferentes do que estávamos acostumados a conceber algum tempo atrás.
Entre várias obras importantes que Sapir deixou, a principal delas é chamada
‘Language: an Introduction to the Study of Speech’ – Linguagem: uma introdução ao
estudo do discurso. Nesta obra, fundamentos da relação entre linguagem, cultura
e história são amplamente discutidos.
78
TÓPICO 2 | A RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E CULTURA
3 DEFINIÇÕES DE KRAMSH
Esta sessão será construída sob a perspectiva de uma autora nascida em
1935, na França, chamada Claire Kramsch, mas que estudou língua e literatura
alemã. A autora consagra-se por ser muito conhecida na área de estudos da relação
entre linguagem e cultura e ensino intercultural de inglês, tema este que você
conhecerá melhor na Unidade 3, deste livro de estudos.
A linguagem é o principal meio de comunicação entre as pessoas no mundo
social e tudo o que produzimos através da nossa linguagem verbal e/ou não verbal
transmite uma realidade cultural. A linguagem expressa a nossa realidade cultural.
Kramsch (1998) afirma em seu livro que todos os meios de se comunicar
com os outros envolve uma realidade cultural: o modo como você escreve, fala,
gesticula, olha, entre muitos outros atos de comunicação, representam aquilo
que você deseja criar de significado para o que está sendo dito. Desta forma, a
linguagem incorpora a realidade cultural.
Por fim, a língua é um sistema de símbolos com valor cultural inserido nesse
sistema. Falantes se identificam pelo uso da linguagem e a linguagem acaba sendo
símbolo de sua identidade social. A linguagem simboliza a realidade cultural.
As pessoas se identificam umas com as outras através da linguagem.
Para explicar melhor esse fenômeno, a autora utiliza os seguintes termos: speech
community – comunidades de fala – e discourse communitties – comunidades de
discurso. Na primeira definição os falantes são usuários de um mesmo código
linguístico, e já na segunda, são os modos como esses falantes interagem e se
encontram para alcançar seus objetivos sociais de fala.
79
UNIDADE 2 | A RELAÇÃO ENTRE C. E S.: O CONSUMO DE CULTURA E SUAS INFLUÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
people identify themselves as members of a society to the extent that they can
have a place in that society’s history and that they can identify with the way it
remembers its past, turns its attention to the present, and anticipates its future.
Culture consists of precisely that historical dimention in a group’s identity
(KRAMSCH, 1998, p. 7).
80
TÓPICO 2 | A RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E CULTURA
DICAS
4 MULTILINGUISMO E MULTICULTURALISMO
Estamos começando agora a afunilar um pouco mais os nossos estudos
acerca da relação entre cultura e linguagem, e aos poucos somos levados a conciliar
ambas teorias e nomenclaturas à união de um terceiro termo, que é a educação. Já
percebemos quão ampla é a definição de cultura e linguagem, em contrapartida
já pode ser definida com um pouco mais de precisão. Na educação puderam ser
observados os aspectos culturais em relação ao ensino brasileiro na educação
básica: Ensino Fundamental e Médio. Neste momento, as diferenças e similaridades
entre linguagem e cultura serão conduzidas para o âmbito da multilinguagem e
multicultura e a relação destes termos em relação à educação.
Agora trataremos acerca do MULTILINGUISMO. Dentro deste conceito
é preciso diferenciar o multilinguismo do bilinguismo. Definir bilinguismo e
multilinguismo não é tarefa fácil. De acordo com Edwards (2013), alguém é
bilingual quando é capaz de produzir enunciados completos e significativos na
segunda língua. O multilíngue é produtivo e ativo, sendo que este é capaz de
produzir as línguas escrevendo-as e falando-as. O bilíngue é receptivo e passivo,
pois é capaz de entender a língua falada ou escrita.
O multilinguismo pode ocorrer de três formas: imigrantes trazendo a língua
de forma impositiva ou natural; pode ser através da união política entre diferentes
grupos – por exemplo, o Canadá com o inglês e francês; e pode ser motivado por
fins culturais e também educacionais, revelando arranjos multiculturais.
O bilinguismo, diferente do multiculturalismo, acaba por defender o
monolinguismo porque esses programas, querendo ou não, levam os estudantes a
falar a língua dominante da sociedade, ou seja, a língua do local não é levada em
consideração ou como a mais importante a ser aprendida.
81
UNIDADE 2 | A RELAÇÃO ENTRE C. E S.: O CONSUMO DE CULTURA E SUAS INFLUÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
DICAS
Algumas das informações que você está lendo nesta seção estão presentes em
um curso on-line do site Future Learn. Este site disponibiliza diversos cursos on-line dos mais
variados temas e das mais variadas universidades, especialistas e organizações. Os cursos são
em inglês e você pode, além de estudar os temas de sua preferência, aprender a língua inglesa
de forma dinâmica e interativa.
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TÓPICO 2 | A RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E CULTURA
83
UNIDADE 2 | A RELAÇÃO ENTRE C. E S.: O CONSUMO DE CULTURA E SUAS INFLUÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
84
RESUMO DO TÓPICO 2
Acadêmico: neste tópico você foi capaz de:
85
AUTOATIVIDADE
1. Caro acadêmico, este tópico foi realmente teórico o suficiente para neste
exercício você poder treinar a sua capacidade de memorização de alguns
conceitos aprendidos. Há a seguir alguns trechos de teorias aprendidas e a
sua missão é completar as lacunas com nomes dos criadores da teoria ou o
próprio nome da teoria em si. Vamos lá?
c) Quando você se comunica com uma segunda, terceira, quarta língua, você
tem a oportunidade de fazer trocas culturais nunca antes imaginadas, a
capacidade de se comunicar em várias línguas se chama _________________
________________________.
a. Bilinguismo.
b. Multilinguismo.
86
( ) É receptivo e passivo, pois é capaz de entender a língua falada ou escrita.
( ) Levam os estudantes a falar a língua dominante da sociedade.
( ) É uma ferramenta que leva ao multiculturalismo.
87
88
UNIDADE 2
TÓPICO 3
CULTURA E SOCIEDADE
1 INTRODUÇÃO
Nesta seção, você adentrará na relação entre cultura e sociedade.
Primeiramente, através da análise da imagem de um iceberg, a reflexão se dará a
fim de entender os aspectos culturais e sociais que são visíveis ou não na sociedade.
Você também estudará conceitos relacionados à aprendizagem sobre culturas,
entre elas aspectos visíveis e invisíveis explanados por Erickson (1997). Por fim,
a fim de pensarmos criticamente sobre as atitudes sociais em relação aos aspectos
culturais, trataremos do assunto sobre os estereótipos sociais.
2 O QUE É UM ICEBERG?
Caro acadêmico! Você já deve ter assistido ao filme Titanic. Este filme retrata
a história de um grande navio que nunca iria afundar – segundo seus criadores –,
mas que ao bater em um iceberg teve seu destino mudado. Observe atentamente a
imagem a seguir:
90
TÓPICO 3 | CULTURA E SOCIEDADE
Esses aspectos da cultura invisível são bem delicados e podem ser motivos
conflitantes em algumas situações. Por exemplo, quando conflitos entre grupos
acontecem, grande parte deles ocorre pela inabilidade do reconhecimento das
diferenças culturais presentes na sociedade, levando essas questões para o campo
pessoal em detrimento do social/cultural.
91
UNIDADE 2 | A RELAÇÃO ENTRE C. E S.: O CONSUMO DE CULTURA E SUAS INFLUÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
de emergência, uma mulher chega com vestido exótico, falando outra língua e
cheirando mal. Muitos de nós não percebemos, em uma avaliação como essa, seus
pensamentos e sentimentos, e nem ela os nossos; vamos logo julgando o visível em
detrimento do invisível.
TURO S
ESTUDOS FU
Erickson (1997) afirma que isso não quer dizer que a cultura visível ou invisível,
ou ambas, sempre gerarão conflitos em todas as circunstâncias sociais. Isso vai depender de
relações interculturais bem estabelecidas, assunto a ser melhor discutido na terceira unidade
deste livro de estudos.
92
TÓPICO 3 | CULTURA E SOCIEDADE
na própria educação e na sala de aula que essas barreiras podem ser amenizadas.
A seção a seguir trará algumas reflexões acerca dessa problemática.
4 EVITANDO ESTEREÓTIPOS
Caro acadêmico! Depois de conhecidos alguns aspectos referentes à
cultura e sociedade, você adentrará em um aspecto bastante pertinente às aulas
de língua estrangeira, no caso, vamos focar nas aulas de língua inglesa: a questão
dos estereótipos. Em primeiro lugar, gostaríamos que você analisasse a imagem a
seguir por alguns instantes:
93
UNIDADE 2 | A RELAÇÃO ENTRE C. E S.: O CONSUMO DE CULTURA E SUAS INFLUÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
94
TÓPICO 3 | CULTURA E SOCIEDADE
nesses livros. O que mais a frustrou foi a própria metodologia em si. Aulas regadas
de dinâmicas, jogos, brincadeiras e falsas interações onde alunos são colocados
em grupos e forçados a usarem a língua aprendida, levaram a autora a conduzir
uma pesquisa, pois indiscriminadamente eram usadas as mesmas metodologias
de ensino para a aprendizagem de uma segunda língua, independentemente da
idade, cultura, localidade ou qualquer outro aspecto. Ainda estudaremos mais
profundamente a questão dos materiais no ensino da língua inglesa e as questões
culturais na Unidade 3 deste livro de estudos. Para finalizar nossos estudos
desta sessão, terminaremos com mais uma citação de Erickson (1997, p. 43), que
reflete sobre o ensino de língua inglesa, educação multicultural e a questão dos
estereótipos:
96
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você estudou que:
97
AUTOATIVIDADE
1. Neste tópico, você foi capaz de fazer a analogia entre um iceberg, aspectos
culturais e refletir um pouco sobre estereótipos com relação a esses aspectos.
Observe a tirinha a seguir e encaixe o nome das definições de acordo com a
comparação estabelecida entre um iceberg e os aspectos culturais presentes
em nosso dia a dia:
O QUE NÃO SE VÊ DE UM ICEBERG
98
( ) Valores.
( ) Rituais e símbolos.
( ) Estilos de comunicação.
( ) Verdades básicas.
( ) Crenças sobre formalidade.
( ) Linguagem e comunicação não verbal.
99
100
UNIDADE 2
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Definir o termo cultura, estabelecer relações entre linguagem e cultura
e as relações entre cultura e sociedade não foram tarefas fáceis. A relação entre
todos esses aspectos abordados anteriormente e como aplicá-los às aulas de língua
estrangeira, mais especificamente nas aulas de língua inglesa, acabam também por
serem tarefas que exigem bastante discernimento e reflexão dos professores em
relação à sua prática pedagógica.
Acadêmico! Neste tópico você deverá ser capaz de fazer suas reflexões
acerca do que já foi estudado anteriormente, mas agora com olhar de professor de
língua inglesa. Para isso, você estudará mais profundamente as relações da língua
inglesa com a sala de aula e as práticas pedagógicas inerentes a ela. Que seja uma
leitura crítica e muito proveitosa!
101
UNIDADE 2 | A RELAÇÃO ENTRE C. E S.: O CONSUMO DE CULTURA E SUAS INFLUÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
102
TÓPICO 4 | A CULTURA NAS AULAS DE INGLÊS
103
UNIDADE 2 | A RELAÇÃO ENTRE C. E S.: O CONSUMO DE CULTURA E SUAS INFLUÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
benefício para ser usada nas mais diferentes situações, e por isso já não faz mais
sentido algum, mesmo essa discussão de qual variedade do inglês deve ser levada
em conta ao se ensinar-aprender a língua.
Kramsch (1993, p. 205) afirma que muitas vezes a cultura em questão fica
somente nos aspectos relativos à língua-alvo, evitando-se uma abordagem onde a
cultura é fruto de um construto social:
104
TÓPICO 4 | A CULTURA NAS AULAS DE INGLÊS
• Ensinar cultura como diferença – por exemplo: idade, gênero, origem regional,
origens étnicas, classe social etc.
• Cruzamento de barreiras disciplinares – por exemplo, estudos etnográficos,
sociolinguísticos etc.
Para isso, faz-se importante que o professor tenha claro que ele é um agente
fundamental para que essa mudança seja visível na prática, como já abordado
anteriormente nesta unidade. As propostas em sala de aula devem estabelecer
relações multiculturais, possibilitando ao aluno um conhecimento que por si só ele
não chegaria a refletir sobre aspectos culturais. De acordo com Rajagopalan (2005,
p. 45):
Devemos nos conscientizar com clareza do verdadeiro objetivo da
inclusão da língua estrangeira no currículo. Este só pode ser o de
ampliar, alargar a visão cultural do aluno, jamais substituí-la por outra.
Isto é, a introdução a outra cultura deve servir para enriquecer a cultura
que o aluno já tem. Afinal, o maior patrimônio que o aluno possui é a
sua própria cultura.
105
UNIDADE 2 | A RELAÇÃO ENTRE C. E S.: O CONSUMO DE CULTURA E SUAS INFLUÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
se uso do inglês como uma língua internacional, que serve como instrumento de
comunicação entre os povos. Não é, portanto, ignorar a língua imperialista, mas
saber fazer uso dela em benefício do Terceiro Mundo [...]”.
106
TÓPICO 4 | A CULTURA NAS AULAS DE INGLÊS
107
UNIDADE 2 | A RELAÇÃO ENTRE C. E S.: O CONSUMO DE CULTURA E SUAS INFLUÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
108
TÓPICO 4 | A CULTURA NAS AULAS DE INGLÊS
109
UNIDADE 2 | A RELAÇÃO ENTRE C. E S.: O CONSUMO DE CULTURA E SUAS INFLUÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
LEITURA COMPLEMENTAR
Esta leitura complementar é parte inicial do artigo escrito por Gimenez
(2008) chamado “’Eles comem cornflakes, nós comemos pão com manteiga’: espaços para
reflexão sobre cultura na aula de língua estrangeira’”. Leia-o com atenção e estabeleça
relações complementares com o que foi estudado nesta unidade. Você terá a
oportunidade de ler a continuidade deste artigo na Unidade 3 deste livro. Boa
leitura e ótima reflexão!
Introdução
Orientações oficiais
- Desenvolver uma atitude de empatia e solidariedade para com aqueles que sofrem
discriminação.
Espera-se que, através do trabalho com esse tema, os alunos possam ampliar
horizontes e compreender a complexidade do país. A contribuição da linguagem é
explicitamente mencionada: conhecer a existência do uso de outras línguas diferentes da
Língua Portuguesa, idioma oficial, significa não só ampliação de horizontes, como também
compreensão da complexidade do país.
111
UNIDADE 2 | A RELAÇÃO ENTRE C. E S.: O CONSUMO DE CULTURA E SUAS INFLUÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
como base para discussão de questões sociais. Para ela, a pluralidade cultural é o
tema privilegiado para se colocar isto em prática:
In spite of the relevance of all the themes proposed as “temas transversais”, cultural
plurality is, no doubt, the most relevant to inform the kind of teaching described so far. In
the most particular case of English as a foreign language, it becomes particularly important,
given the very special position of the English language in the world today. The fact that
there are a number of different Englishes must be made clear to the students. Awareness
raising in relation to these quesitons msut be given pedagogical treatment in the classroom.
We can ask our students to act as ethnographers in their social practices, asking them to
notice different ways in which English is used as they become aware of the spread of English
in the world. (p. 35).
Observe-se que, além dos conteúdos que transversalizam com Língua Portuguesa
e Geografia, há conteúdos atitudinais relevantes que podem ser trabalhados, como o que se
volta para a solidariedade, crucial para a vivência de todos, em particular quando se tem
essa perspectiva de que, de certa forma, se é sempre ‘estrangeiro” (p. 159, meu grifo).
113
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você conheceu:
114
AUTOATIVIDADE
1 Nesta atividade, você conhecerá uma teoria cultural conhecida como “the
culture onion”, ou seja, “a cultura da cebola”. De acordo com Waisfisz (2017),
Hofstede foi o criador desse conceito que divide a “cebola” em quatro partes
de acordo com aspectos culturais pertinentes a cada uma. Leia os conceitos
atentamente e numere de acordo com a imagem. Essa atividade foi baseada
em conceitos presentes no site slideshare, communicaid e culturewise.
( ) Normas ou rituais.
( ) Símbolos, rituais, artefatos e produtos culturais, são fáceis de identificar.
( ) Valores e visões de mundo que são difíceis de mudar, influenciados pela
história e subconscientemente desenvolvem seu papel na sociedade moderna.
( ) Modelos de comportamento, por exemplo, ‘heróis’ culturais.
( ) Abrahan Lincoln.
( ) Forma de viver.
( ) Festas.
( ) Bandeira.
( ) O papel da mulher.
( ) Cumprimentos.
( ) Percepção de heróis.
( ) Relações pessoais.
( ) Definições de beleza.
( ) Arquitetura.
( ) As refeições do dia.
( ) Winston Churchill.
115
3 Observando a imagem a seguir, e atento aos aprendizados obtidos através
da leitura do Tópico 4, assinale V para as alternativas verdadeiras, e F para
as falsas:
116
1. Estabelecer uma esfera de ensino intercultural.
2. Ensinar cultura como um processo interpessoal.
3. Ensinar cultura como diferença.
4. Cruzamento de barreiras disciplinares.
117
118
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos, e no final de cada um deles
você encontrará atividades que reforçarão o seu conhecimento.
119
120
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Que você possa atingir o máximo das suas expectativas nesta última
unidade! Good reading folks!
There is little question that English is the most widely taught, read, and
spoken language that the world has ever known. It may seem strange,
on some moment’s reflection, that the native language of a relatively
small island nation could have developed and spread to this status. Its
121
UNIDADE 3 | TRAÇANDO PARALELOS ENTRE A H., L. E C. DOS POVOS DE L. I. E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE E NAS AULAS DE INGLÊS
path was foreseen, however, by John Adams, who, in the late eighteenth
century, made the following insightful prophesy (cited by Kachru,
1992a, p. 2): ‘English will be the most respectable language in the world
and the most universally read and spoken in the next century, if not
before the close of this one.
Isso também não quer dizer que as outras duas definições que serão
aprofundadas nas sessões que seguem são perfeitas em suas nomenclaturas,
porém, são as menos generalizadoras quando se trata de abordagem da língua
inglesa como uma língua de suma importância na atualidade diante das muitas
possibilidades que essa língua tem em relação ao seu status mundial.
122
TÓPICO 1 | CONHECENDO A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA QUE SE ENSINA
DICAS
Disponível para download, o livro “The future of English”, de David Gradol, aborda
questões interessantes sobre as perspectivas do inglês no futuro. Aproveite e faça a leitura dele.
123
UNIDADE 3 | TRAÇANDO PARALELOS ENTRE A H., L. E C. DOS POVOS DE L. I. E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE E NAS AULAS DE INGLÊS
como existem, sim, falantes nativos de inglês, e eles estão falando o inglês como
língua franca” (Tradução da autora). Para a autora, é necessária uma nova visão
e concepção dos professores, pois, ao se ensinar uma língua que, de acordo com
teóricos, não possui mais falantes nativos, quais deverão ser os parâmetros a serem
seguidos e que ‘inglês’ será o escolhido para se ensinar?
Diante de todas essas reflexões abordadas nessa seção, o que mais fica
de positivo para a prática tanto pedagógica no aspecto da posição de aprendiz,
quanto no aspecto do professor ao se ensinar uma língua estrangeira, é que tanto
o world englishes quanto o inglês como língua franca desmistificam a ultrapassada
teoria de que o modelo ideal de falante é o falante nativo, assim como a ideia de
que o professor também é mais valorizado se for nativo. E todas essas teorias e
definições só puderam contribuir e abrir portas para o ensino intercultural, que
será abordado mais profundamente na próxima seção.
Com essa nova perspectiva em mente, faz-se necessária uma nova formação
de professores, mais pesquisas na área e discussões acerca do tema. Quando o
inglês é ensinado como língua franca, a tendência que muitos profissionais de
língua têm em mente é do padrão nativo, mas esses devem aprender a sair desse
campo de planejamento e ensinar um inglês de todos. Na figura a seguir percebe-
se que nem sempre o professor que é nativo é o mais apropriado para se ensinar
inglês.
125
UNIDADE 3 | TRAÇANDO PARALELOS ENTRE A H., L. E C. DOS POVOS DE L. I. E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE E NAS AULAS DE INGLÊS
Canagarajah (2006) afirma que o inglês como língua franca é uma teoria
defendida por vários estudiosos. Alguns afirmam que esse inglês é livre de
qualquer aspecto cultural na sua essência, já outros dizem que o fator cultural
estará presente sim no processo. A autora tece o seguinte comentário em relação a
estas discussões, nas quais o inglês como língua franca cria mudanças em relação
aos estudos da linguística aplicada:
Tal modo negativo de definir o WE, com certeza, não nos propicia um
conceito rigoroso do que o termo supostamente representa. Mas ele
terá o mérito de desfazer uma série de crenças equivocadas que têm
pipocado em torno do termo. Uma definição positiva do termo terá que
esperar mais algum tempo, já que o mesmo se encontra hoje ainda em
formação (RAJAGOPALAN, 2011, p. 47-48).
O mesmo autor pontua dez características do que o fenômeno WE não é:
1. Não é um “arranjo quebra-galho”; 2. Não é um fenômeno passageiro; 3. Não é
uma forma “infantil” de falar o inglês; 4. Não tem falantes nativos; 5. Ninguém é
dono; 6. Não é um conceito excludente; 7. Não pode ser compreendido de forma
monocêntrica; 8. Não é uma língua “natural”; 9. Não é caudatário da língua inglesa
e, por fim, 10. Não é uma língua como qualquer outra.
Assim, seguindo esta mesma linha de pensamento, não há, pois, um “dono”
para o WE, pois este pertence “a todos aqueles que dele se utilizam de alguma
forma” (RAJAGOPALAN, 2011, p. 50). O WE também não é excludente, pois até
mesmo os “falantes nativos” terão que “aprender uma nova forma de falar, escutar
e escrever se desejarem se sair bem no WE” (RAJAGOPALAN, 2011, p. 51).
127
UNIDADE 3 | TRAÇANDO PARALELOS ENTRE A H., L. E C. DOS POVOS DE L. I. E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE E NAS AULAS DE INGLÊS
Uma das críticas mais ferrenhas que Rajagopalan (2011) tece é em relação ao
WE não ser compreendido de forma monocêntrica: para o autor, o próprio modelo
de Kachru dos círculos interno, externo e expansão, que vimos nas unidades 1 e 2
deste livro, não combinam com a ideia do WE, pois esse fenômeno não suporta um
centro de apoio e ao redor os outros círculos.
128
RESUMO DO TÓPICO 1
129
AUTOATIVIDADE
a. EFL.
b. ESL.
c. EIL.
d. ELF.
e. WE.
( ) World English.
( ) English as a Lingua Franca.
( ) English as an International Language.
( ) English as a Second Language.
( ) English as a Foreign Language.
130
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Hello, dear student! Neste tópico você adentrará na teoria referente ao termo
que para muitos ainda é novo – a interculturalidade. Para isso, vários e diferentes
autores serão abordados para sustentar nosso entendimento da interculturalidade
como uma teoria de suma importância na atualidade, não somente nas aulas de
língua estrangeira, mas na comunicação entre as mais diferentes culturas presentes
no mundo – e, muitas vezes, até mesmo do seu próprio lado.
Good studies!
131
UNIDADE 3 | TRAÇANDO PARALELOS ENTRE A H., L. E C. DOS POVOS DE L. I. E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE E NAS AULAS DE INGLÊS
Cultura Visão
alvo C2 cultural do
C3
Estudante
C1
FONTE: A autora
132
TÓPICO 2 | INTERCULTURALIDADE, DEFININDO O TERMO
133
UNIDADE 3 | TRAÇANDO PARALELOS ENTRE A H., L. E C. DOS POVOS DE L. I. E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE E NAS AULAS DE INGLÊS
A figura nos mostra que diferentes tópicos estão muito conectados à cultura,
como conhecimento de mundo, ou até mesmo os que estão mais distantes, como
os aspectos linguísticos como gramática, léxico, cinésica, prosódia e pronúncia.
Todos podem ser trabalhados diante de uma perspectiva cultural, mas ao fazer-se
isso em sala de aula os professores precisam aprender a repensar os tópicos que
estão ensinando, a fim de fazer uma conexão entre linguagem e cultura.
Depois de discutir alguns aspectos básicos sobre cultura e consciência
cultural, faz-se importante estarmos aptos a comparar esses aspectos culturais, o
que diz respeito ao segundo passo proposto pelos autores, que é a comparação
entre culturas. “Para isso, há a necessidade de ensinar-se a cultura da língua nativa
e contrastar essa cultura com a cultura da língua a ser aprendida” (CROZET;
LIDDICOAT, 1999, p. 117). Finalmente, a exploração intercultural acontecerá
quando “a mudança da monocultura para uma visão multicultural de qualquer
assunto é o que importa – e para isso acontecer, a mudança deve ocorrer mais
do que simplesmente aprender a contrastar culturas, mas a habilidade de criar
134
TÓPICO 2 | INTERCULTURALIDADE, DEFININDO O TERMO
NOTA
135
UNIDADE 3 | TRAÇANDO PARALELOS ENTRE A H., L. E C. DOS POVOS DE L. I. E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE E NAS AULAS DE INGLÊS
E
IMPORTANT
136
TÓPICO 2 | INTERCULTURALIDADE, DEFININDO O TERMO
NOTA
Desta maneira, a cultura deve ser um tópico embutido nas aulas de inglês,
não somente para se aprender sobre outra língua e cultura, mas para levar os
alunos a pensar sobre a sua própria cultura e compará-la com a cultura dos outros,
fazendo-os refletirem, sem tentar imitar a cultura da língua estrangeira.
137
UNIDADE 3 | TRAÇANDO PARALELOS ENTRE A H., L. E C. DOS POVOS DE L. I. E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE E NAS AULAS DE INGLÊS
cultura como língua e cultura como história. Não foi possível identificar, na prática
observada, aspectos de um ensino intercultural.
De acordo com Corbett (2003), os alunos não são somente diplomatas, mas
etnógrafos quando aprendem uma outra língua, pois ao observarem e descreverem
os comportamentos de uma determinada sociedade e comparar essas observações
138
TÓPICO 2 | INTERCULTURALIDADE, DEFININDO O TERMO
com os seus próprios aspectos culturais, fazem com que haja o trabalho etnográfico
e a interculturalidade ao mesmo tempo.
139
RESUMO DO TÓPICO 2
140
AUTOATIVIDADE
1. Kramsch.
2. Crozzet, Liddicoat e Lo Bianco.
3. Corbett.
( ) Para se alcançar a interculturalidade deve-se passar por três passos, que são:
aprender culturas, a comparação de culturas e a exploração intercultural.
( ) C1 + C2 = C3, ou seja, a cultura-alvo + a cultura do estudante =
interculturalidade.
( ) A cultura não é aprendida através de um processo de osmose. Ela deve ser
ensinada explicitamente.
( ) Os estudantes devem ser levados a serem diplomatas e etnógrafos ao se
deparar com outras culturas.
( ) É através do diálogo com os outros, nativos e não nativos, que os estudantes
descobrem caminhos para se falar e pensar que eles compartilham com os
outros e que são únicos para eles mesmos.
( ) A competência comunicativa intercultural inclui a habilidade de entender
a linguagem e comportamento da comunidade-alvo, e explicá-la aos
membros da sua comunidade e vice-versa.
141
142
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico! Mesmo que o tópico anterior já tenha delineado vários
caminhos para o ensino intercultural, aqui o objetivo é traçar novas possibilidades
mais específicas em relação à interculturalidade e o ensino de línguas, mais
especificamente a língua inglesa. Para isso, Byram, Gribkova e Starkey (2002) serão
tomados como referência para auxiliar nesta nova trajetória.
Outro ponto a ser estudado, neste tópico, são os aspectos culturais
presentes em livros didáticos e a importância de se ter entendimento e senso crítico
em relação às propostas culturais por eles apresentadas. Para isso, os estudos dos
aspectos mais relevantes presentes neles serão elencados a fim de proporcionar a
crítica desses materiais quando usados nas aulas de línguas.
143
UNIDADE 3 | TRAÇANDO PARALELOS ENTRE A H., L. E C. DOS POVOS DE L. I. E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE E NAS AULAS DE INGLÊS
144
TÓPICO 3 | A INTERCULTURALIDADE NAS AULAS DE INGLÊS
145
UNIDADE 3 | TRAÇANDO PARALELOS ENTRE A H., L. E C. DOS POVOS DE L. I. E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE E NAS AULAS DE INGLÊS
Atitudes
interculturais
O ENSINO
INTERCULTURAL
Habilidades de Habilidades de
descoberta e interpretação e
interação relação
147
UNIDADE 3 | TRAÇANDO PARALELOS ENTRE A H., L. E C. DOS POVOS DE L. I. E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE E NAS AULAS DE INGLÊS
Esse material está presente nas salas de aula e tem influenciado o trabalho
de professores e alunos. Hutchinson e Torres (1994) sugerem que os livros
didáticos devem conter material que permita e provoque a divergência de opiniões
e discussões sobre o estereótipo cultural de qualquer cultura que é apresentada.
A história dos livros didáticos mostra que os autores têm tentado incorporar
alguns aspectos culturais brasileiros dentro de suas páginas. Paiva (2009) ilustra
esse fato quando fala sobre a história do material didático no Brasil, dando o
exemplo de Solange Ribeiro de Oliveira, da UFMG, que na década de 1970 tentou
incorporar a realidade brasileira dentro do livro didático. No livro dela, Ribeiro
retratou um antropologista inglês e sua esposa em uma viagem para o Brasil,
“destruindo mitos e estereótipos” (PAIVA, 2009, p. 38), mas infelizmente o livro
não chegou a sair das fronteiras de Belo Horizonte.
148
TÓPICO 3 | A INTERCULTURALIDADE NAS AULAS DE INGLÊS
• social interaction
(differing levels of formality; as outsider and insider)
• national history
(historical and contemporary events seen as markers of national identity)
• national geography
(geographic factors seen as being significant by members)
149
UNIDADE 3 | TRAÇANDO PARALELOS ENTRE A H., L. E C. DOS POVOS DE L. I. E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE E NAS AULAS DE INGLÊS
Identidade social e
grupos sociais
classe social,
identidade regional,
Estereótipos minorias étnicas Interação Social
O que é "típico",
diferentes níveis de
símbolos de
formalidade, como
esteriótipos
exterior e interior
nacionais
Família, escola,
emprego, ritos de
passagem
Como pode ser visto nas figuras acima, diferentes aspectos culturais
envolvem diferentes relações sociais do homem vivendo em sociedade, e o livro
didático sendo um espelho delas, precisa ser bem escolhido, tendo em vista o
auxílio aos estudantes para o ensino intercultural e para que sejam evitados os
estereótipos culturais.
150
TÓPICO 3 | A INTERCULTURALIDADE NAS AULAS DE INGLÊS
Para fazer essa comparação cultural, Cortazzi e Jim (1999) sugerem livros
que focalizem em culturas internacionais da língua-alvo. De acordo com os autores
mencionados anteriormente, esses livros possuem uma grande variedade de
culturas, como também muitos países onde a língua inglesa é falada, onde o inglês
não é a primeira língua, mas é usado como língua internacional, e que ajudarão os
alunos a se comunicarem com pessoas que não falam inglês como uma primeira
língua. Novamente, os livros por si só não garantem um ensino intercultural, pois é
necessário um professor com uma metodologia sensível para o ensino intercultural,
e também métodos apropriados para o ensino e aprendizagem da cultura nas aulas
de língua estrangeira que facilitarão o uso reflexivo desses materiais. Por isso, os
autores comentam que:
151
RESUMO DO TÓPICO 3
152
AUTOATIVIDADE
a. Intercultural atitudes.
b. Knowledge.
c. Skills of interpreting and relating.
d. Skills of discovery and interaction.
e. Critical cultural awareness.
153
( ) O livro escolhido deve conter aspectos da geografia nacional significativos
para os membros.
154
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Hello, dear students! O objetivo deste tópico é fazer com que você possa
visualizar exemplos práticos de atividades interculturais depois da leitura de tantos
aspectos teóricos explorados nos tópicos anteriores. Para isso, serão apresentadas
três atividades baseadas em pesquisas, mas nada impede que você possa também
elaborar as suas próprias atividades interculturais.
Portanto, welcome to the last topic of our unit. Depois de tantas teorias sobre
a relação entre cultura e a língua inglesa nos mais diferentes aspectos, desde a
Unidade 1, o intuito é que todas essas leituras tenham sido válidas e proveitosas
para serem também aplicadas na prática. Have an excellent intercultural exploration!
155
UNIDADE 3 | TRAÇANDO PARALELOS ENTRE A H., L. E C. DOS POVOS DE L. I. E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE E NAS AULAS DE INGLÊS
156
TÓPICO 4 | ALGUMAS ATIVIDADES INTERCULTURAIS
As atividades que serão propostas nas seções que seguem este tópico foram
retiradas, adaptadas e traduzidas tendo como base o livro ‘Intercultural Resources
Pack for Latin America’, elaborado pela British Council, de autoria compartilhada
por Matos, del Rio, Aparício, Mobila e Martins (2006). Corbett (2003, p. 13) participa
da introdução do material, provendo importantes considerações acerca do ensino
intercultural baseado na realidade que a língua inglesa assume atualmente, como
demonstrado a seguir:
157
UNIDADE 3 | TRAÇANDO PARALELOS ENTRE A H., L. E C. DOS POVOS DE L. I. E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE E NAS AULAS DE INGLÊS
3 PROPOSTA DE ATIVIDADE 1
Como mencionado na seção anterior, a atividade aqui proposta é
uma adaptação retirada do livro ‘Intercultural Resource Pack Latin American
Perspectives’ (2006, p. 16-17). De acordo com a autora da proposta, Andrea Assenti
del Rio, esta poderá ser aplicada para uma turma de adultos com foco em negócios
ou que sejam de diferentes contextos de uso do inglês. Para a atividade é necessário
um nível intermediário ou avançado, porém a adaptação da atividade para outros
níveis também é possível e será discutida nesta seção.
158
TÓPICO 4 | ALGUMAS ATIVIDADES INTERCULTURAIS
Procedimentos:
Exercícios:
159
UNIDADE 3 | TRAÇANDO PARALELOS ENTRE A H., L. E C. DOS POVOS DE L. I. E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE E NAS AULAS DE INGLÊS
4 PROPOSTA DE ATIVIDADE 2
Esta segunda atividade também foi retirada do livro Intercultural Resource
Pack (p. 38-39, 2006) e foi criada por Teresa Helena Buscato Martins, de São Paulo.
A atividade faz parte da seção ‘cultural values and attitudes’ – valores e atitudes
culturais, e é dirigida a jovens e adultos em diferentes contextos da língua inglesa
para estudantes de nível intermediário a avançado.
Os objetivos de aprendizagem desta atividade são dois: primeiramente,
que os estudantes aprenderão dois lugares bem conhecidos pelos seus aspectos
geográficos e belezas naturais, e em segundo lugar, que a experiência intercultural
deve incluir experiências que forneçam para o estudo, lugares e contextos em que
o estudante possa construir e usar mapas mentais de locais e regiões e o mundo
que demonstram entender a partir de uma relativa localização, direção e distinguir
as várias representações da terra.
Como procedimento para a atividade, deve-se ativar nos estudantes o
conhecimento prévio das regiões do Brasil. Pergunta-se se algum estudante já
leu algo sobre viagens para o Brasil – se os estudantes forem brasileiros, esse
procedimento está relacionado aos conhecimentos que os alunos têm sobre o seu
próprio país e seus pontos turísticos, e a pergunta pode ser adaptada: se algum
estudante já leu algo sobre viagens pelo Brasil, se costumam viajar pelo país etc.
160
TÓPICO 4 | ALGUMAS ATIVIDADES INTERCULTURAIS
161
UNIDADE 3 | TRAÇANDO PARALELOS ENTRE A H., L. E C. DOS POVOS DE L. I. E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE E NAS AULAS DE INGLÊS
Responda às perguntas:
1. Os dois lugares usam a palavra Chapada. Você pode inferir o significado desta
palavra?
2. Olhe para o mapa do Brasil e encontre onde a Chapada Diamantina e a Chapada
dos Veadeiros se encontram.
3. Quais são as diferenças entre as duas descrições?
4. Há algumas palavras relacionadas ao meio ambiente. Relacione as palavras com
seus significados.
162
TÓPICO 4 | ALGUMAS ATIVIDADES INTERCULTURAIS
5 PROPOSTA DE ATIVIDADE 3
Esta atividade, do autor Nahir Aparicio, da Venezuela (p. 52-53), foi
retirada do referido livro citado nas seções anteriores. Está na seção descrita como
estereótipos desafiadores e aborda alguns modos de cumprimentos de diferentes
países. É dirigida a grupos de inglês intermediário, incluindo jovens e adultos
com foco em negócios ou contextos gerais de aprendizagem de língua inglesa. Os
objetivos descritos pelo autor são dois: explorar os modos globais de cumprimento
e estar por dentro dos estilos de cumprimentos globais.
Como procedimentos da atividade, primeiramente há a necessidade de
introduzir os conceitos de ‘modos’ quando encontrando alguém pela primeira vez.
Em seguida, o professor deve iniciar uma discussão em modos educados ou não
no seu país – dependendo do contexto, pois se é uma sala de aula multicultural,
você pode agrupar estudantes pelas línguas comuns: espanhol, francês etc., mesmo
que eles venham de diferentes países e falem a mesma língua, podem encontrar
diferenças e similaridades neste aspecto.
Como terceiro passo, faça os alunos trabalharem em pares. Corte os
parágrafos numerados que se encontram no final desta explicação e estão separados
por países, e dê a cada dupla um desses parágrafos. Na sequência, faça os pares
atuarem de acordo com o cumprimento expresso em seu parágrafo e encoraje a
sala a adivinhar de onde é este cumprimento.
163
UNIDADE 3 | TRAÇANDO PARALELOS ENTRE A H., L. E C. DOS POVOS DE L. I. E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE E NAS AULAS DE INGLÊS
DICAS
164
TÓPICO 4 | ALGUMAS ATIVIDADES INTERCULTURAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
165
UNIDADE 3 | TRAÇANDO PARALELOS ENTRE A H., L. E C. DOS POVOS DE L. I. E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE E NAS AULAS DE INGLÊS
... por isso consideramos que os estudantes devem ser levados a aprender a
decodificar/empregar os elementos culturais como instrumento de acesso às intenções
comunicativas” (p. 149).
166
TÓPICO 4 | ALGUMAS ATIVIDADES INTERCULTURAIS
3. Ensino de cultura como diferença – não tratar cultura como características nacionais
como se identidades nacionais fossem monolíticas. Em cada cultura há uma
variedade de fatores relacionados a idade, gênero, origem regional, background
étnico e classe social.
167
UNIDADE 3 | TRAÇANDO PARALELOS ENTRE A H., L. E C. DOS POVOS DE L. I. E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE E NAS AULAS DE INGLÊS
A diferença entre ser um escravo de suas próprias fronteiras culturais ou ser livre
delas não está na negação das próprias fronteiras (por ex. através da adoção de outra cultura
ou da imitação de códigos culturais estrangeiros), mas na consciência de onde estão essas
fronteiras (p. 13).
Se, como nos diz Carr (1999), cultura é o fazer sentido sistemático e
coletivo, que visão de cultura professores estão manifestando para seus alunos?
Compreender a dinâmica de encontros interculturais e como a linguacultura
opera requer mais do que adquirir informações sobre os hábitos alimentares dos
americanos ou como isto se contrasta conosco. Requer que levemos nossos alunos
além, ao identificarem cultura na língua estrangeira que ensinamos. Requer que
essa língua do Outro nos leve a pensar nossa própria visão de mundo. Permite que
vejamos no contraste e na diferença não só o conflito, mas também a tolerância. E
talvez tolerância seja a virtude de que mais precisamos nos dias de hoje.
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168
RESUMO DO TÓPICO 3
169
AUTOATIVIDADE
De acordo com o que foi estudado neste tópico, assinale com V para a(s)
alternativa(s) que são verdadeiras e F para a(s) falsa(s) em relação à imagem
analisada para ser utilizada como atividade em uma aula de língua inglesa:
170
Agora, assinale a alternativa correta:
a) V – V – F – V – F.
b) F – V – F – V – V.
c) F – V – V – F – V.
d) V – F – F – V – F.
171
172
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