Aula 8 - PMP e MRP
Aula 8 - PMP e MRP
Aula 8 - PMP e MRP
Sistemas de planejamento das necessidades de materiais normalmente exigem certos registros de dados que
o programa MRP (Material Requirement Planning – MRP) checa e atualiza. As principais características do MRP são:
O MRP é geralmente usado como um sistema empurrado. O estoque é empurrado ao longo de cada processo,
calculado para cada item.
MRP utiliza ordens de produção derivadas do MPS como unidade de controle. Consequentemente, o atingimento
do programa é um aspecto chave do controle.
Os sistemas MRP normalmente requerem uma organização complexa, centralizada e computadorizada, para
suportar os sistemas de hardware e software necessários. Isso pode fazer com que as necessidades do cliente
pareçam distantes para os funcionários cujas responsabilidades estão dois ou três níveis abaixo na estrutura
organizacional.
MRP é altamente dependente da acurácia dos dados das listas de materiais, registros de estoque...
Os sistemas MRP assumem um ambiente de produção fixo, utilizando lead times fixos para calcular quando os
materiais devem chegar ao próximo centro de trabalho.
Gestão da demanda
A gestão da carteira de pedidos a da previsão de vendas, tomadas conjuntamente, são denominadas “gestão
da demanda”. Ela engloba um conjunto de processos que fazem a interface da empresa com seu mercado consumidor.
Carteira de pedidos
A função de vendas, na maioria das empresas, normalmente gerencia uma carteira de pedidos dinâmica e
mutante, composta por pedidos confirmados por clientes. Para o processo de cálculo das necessidades de materiais
do MRP, são de particular interesse os registros do que, exatamente, cada cliente pediu, em que quantidade e em que
momento. Depois que o pedido foi colocado, fica evidente que a gestão da carteira de pedidos é um processo dinâmico
e complexo, pois em alguns casos o cliente pode solicitar alterações.
Previsão de demanda
É sempre difícil utilizar dados históricos para prever futuras tendências, ciclos ou sazonalidades. Apesar das
dificuldades, muitas empresas não tem alternativa – devem obrigatoriamente fazer previsões.
Lista de materiais
Tendo estabelecido esse nível de programação, o MRP executa os cálculos para determinar a quantidade e o
momento das necessidades de montagem, submontagem e materiais, de modo a atender ao programa.
Para realizar esta tarefa, ela necessita de arquivos de computador com os ingredientes ou componentes de
cada item, assim como um cozinheiro necessita de uma lista de ingredientes necessários para preparar um prato. Esses
arquivos são denominados de lista de materiais.
Níveis de estrutura
A estrutura do produto mostra que alguns itens formam outros, que, por sua vez, formam terceiros. Em MRP,
chamamos isso de níveis de estrutura. Há algumas características que devem ser notadas:
Quantidades múltiplas de alguns itens são necessários.
Um mesmo item pode ser utilizado em diferentes partes da estrutura do produto.
A estrutura do produto para quando chega aos itens que não são fabricados pela empresa.
Em forma de “A”: a empresa tem uma faixa limitada de produtos para oferecer aos clientes.
Em forma de “T”: é típica de operações que tem pequeno número de matérias primas, mas que produzem grande
variedade de produtos finais altamente personalizados. Por exemplo, um fabricante de etiquetas que produz
etiquetas com nomes e endereços pessoais usa materiais e processos padrões.
Em forma de “V”: é similar a em forma de “T”, mas com menos padronização no processo. É típica da indústria
petroquímica, onde uma pequena variedade de matérias primas é utilizada para produzir grande variedade de
produtos.
Em forma de “X”: alguns projetos de produtos consistem de um pequeno número de módulos padrão. Por
exemplo fabricante de armários e indústria automobilística.
Julho Agosto
1 2 3 4 1 2 3 4
Demanda prevista 50 50 50 50 60 60 60 60
Demanda confirmada 55 40 10 5 0 0 0 0
Recebimentos Programados 100
Estoques Projetados 5 50 100 50 100 40 80 20 60
PMP 100 100 100 100
A terceira linha apresenta os recebimentos programados, ou seja, as quantidades do item que já foram
programadas anteriormente e que estão previstas para darem entrada dentro do horizonte de planejamento do PMP.
Em nosso exemplo, um lote de 100 unidades do item deverá ficar pronto, e dar entrada nos estoques, na primeira
semana de Junho.
Na quarta linha, temos as informações sobre os estoques disponíveis e projetados. O primeiro dado de 5
unidades refere-se ao estoque disponível no início da primeira semana de Julho. A partir deste ponto, fazemos o
cálculo de quanto irá sobrar de estoques no final de semana. Na primeira semana iniciamos com 5 unidades,
recebemos um lote de 100 unidades, e entregamos 55 delas (seria 50 se não errássemos a previsão), o que nos deixa
um saldo de 50 unidades disponíveis. Na segunda semana iniciamos com 50 unidades em estoque e necessitamos de
50 unidades (das quais 40 unidades já foram vendidas), o que nos deixaria sem saldo de estoque. Neste ponto surge
a necessidade de produzir um lote de 100 unidades para cobrir a falta de itens previstos, fazendo com que o cálculo
do estoque final fique sendo 50+100 – 50 = 100 unidades. O cálculo das demais semanas está apresentado na tabela
acima.
Finalmente, na quinta linha, apresentamos as quantidades planejadas para a produção do item, ou seja, o PMP
do item, que neste exemplo é de 100 unidades para a segunda e quarta semana de Julho e Agosto.
Conforme podemos notar no exemplo mencionado, os estoques projetados influenciam na forma como o PMP se
desenrolará. As empresas, ao fazerem seu planejamento-mestre de produção, aplicam políticas de estoques que visam
amortecer os erros de previsões e nivelar o ritmo de produção. Como O PMP deveria do plano de produção, muitas
destas politicas já foram traçadas para um horizonte de planejamento maior, e devem agora serem colocadas em
prática pelo PMP.
No exemplo apresentado, os estoques variam livremente e a produção é mantida num ritmo constante de 100
unidades a cada duas semanas. Uma outra alternativa poderia ser a de manter um estoque mínimo de 50 unidades.
Neste caso, os lotes de produção planejados para agosto teriam que ser adiantados em uma semana, de forma a não
deixar que o nível de estoques projetados caia abaixo destas 50 unidades. A tabela a seguir exemplifica este caso.
A ideia para reduzir este crescimento exponencial consiste em descermos um nível no nosso planejamento-
mestre da produção. Ao invés de elaboramos um PMP para cada produto acabado, passaríamos a elaborar um PMP
para cada opção de componente, transformando a multiplicação de alternativas em uma soma de alternativas. O
produto acabado seria controlado por fora, com um programa de montagem final que representaria as opções
escolhidas pelo cliente. Neste caso, o planejamento-mestre da produção se encarregaria de oito componentes (3+2+3)
em vez de 18 produtos acabados ou ainda, de 18 (3+2+3+5+5) em vez de 450.
Ao empregar esta alternativa de simplificação do sistema de planejamento-mestre da produção, deparamo-
nos com um problema adicional referente à previsão da demanda, pois as previsões são obtidas em cima dos produtos
acabados, e não em cima dos componentes que compõem este produto. Sendo assim, ao termos a previsão do
produto acabado para o período de planejamento, podemos transformá-la em previsões para os componentes do
PMP, multiplicando o percentual de cada opção de cada componentes pela previsão da demanda do produto.
Exemplificando, digamos que para o produto da Figura acima tenhamos uma previsão de demanda de 500
unidades para as próximas semanas. A previsão de demanda para os componentes que farão parte do PMP seria:
Referencias
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
TUBINO, Dalvio Ferrari. Manual de Planejamento e Controle da Produção. SÃO PAULO: Atlas, 2000.
Exercício
Período 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
LAPISEIRA Liberação de ordens 300 200 500 500 1000
MIOLO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Lote min Necessidade bruta 300 200 500 500 1000
= 300 Recebimento progra.
LT = 1 Est. Disponível 350
Estoq. de Ordens planejadas
seg. = 0 Liberação de ordens
GRAFITE (4x) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
L.múltiplo Necessidade bruta
= 500 Recebimento progra.
LT = 1 Est. Disponível 250
Estoq. de Ordens planejadas
seg. = 250 Liberação de ordens
MIOLO INTERNO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Lote a Necessidade bruta
lote Recebimento progra. 300
LT = 3 Est. Disponível 300
Estoq. de Ordens planejadas
seg. = 300 Liberação de ordens
SUPORTE DA GARRA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Lote min Necessidade bruta
= 500 Recebimento progra.
LT = 2 Est. Disponível 120
Estoq. de Ordens planejadas
seg. = 100 Liberação de ordens
GARRA (3x) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Lote min Necessidade bruta
= 1500 Recebimento progra.
LT = 1 Est. Disponível 100
Estoq. de Ordens planejadas
seg. = 150 Liberação de ordens