Português em Exercícios FCC - Ponto
Português em Exercícios FCC - Ponto
Português em Exercícios FCC - Ponto
Olá, pessoal
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impede que estas palavras sejam exploradas também pela FCC, não é
mesmo?
Outra dica preciosa: na dúvida com relação à grafia de uma palavra
que sofreu algum processo de transformação (substantivo derivado de
verbo ou substantivo derivado de adjetivo), busque a grafia de outra
palavra conhecida sua (que servirá de paradigma), tomando o
cuidado de observar se esta sofreu o mesmo processo daquela. Aquilo
que aconteceu com uma irá acontecer com a outra também.
Veja os exemplos.
compreender -> compreensão / pretender -> pretensão
permitir -> permissão / emitir -> emissão
conceder -> concessão / retroceder -> retrocessão
Também podem ser objeto de prova as palavras que, apesar de
"parecidas" não são sinônimas - são os parônimos, que veremos em
uma das questões aqui estudadas.
Então, mãos à obra! Vamos às questões de prova da FCC e bom
estudo!
ORTOGRAFIA
1 - (Técnico TRE AP/Janeiro 2006) Está correta a grafia de todas as
palavras da frase:
(A) Só os inescrupulosos continuam a gastar água sem analisar as
conseqüências.
(8) O consumo excecivo de energia pode, um dia, vir a se tornar uma
contravensão.
(C) Os que menospresavam o valor da água passaram a reconhecer
sua escassês.
(D) Das turbinas de uma uzina a uma lâmpada acesa, o caminho é
longo e sinuozo.
(E) Se a falta de energia fosse algo imprevizível, desculparíamos o
coxilo dos responsáveis.
Gabarito: A
Comentário.
Vamos observar a grafia correta de alguns vocábulos apresentados na
questão:
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c U~ mJItl. i( (i Z i" i() 1N5'iU
(B) As duas incorreções estão nas grafias de:
- excessivo - que é em excesso, derivante de "exceder", que não
deve ser confundido com "exceção", que deriva de excetuar;
- contravenção - cuja origem remonta ao verbo "contravir", ou seja,
"vir em sentido contrário", transgredir, infringir.
(C) - menosprezavam - "prezar menos", desprezar; se "prezado" é o
tratamento que se dá a quem é "querido", "estimado", menosprezado
e desprezado têm significado oposto; contudo, a grafia é a mesma,
pois todos esses vocábulos têm a mesma origem e devem apresentar
a letra "z";
- escassez - substantivo abstrato relativo a "escasso" e, por isso,
apresenta a mesma grafia do adjetivo. A terminação "ez/eza" se aplica
aos substantivos derivados de adjetivos: escasso - escassez / tímido -
timidez / rígido - rigidez / grande - grandeza. Já a terminação
"ês/esa" é empregada em adjetivos pátrios, como "holandês",
"português", "calabresa" (em caso de dúvida, dê uma olhadinha em
nosso Ponto 3 - Ortografia, na área aberta do Ponto).
(D) usina (se você achou que esse erro foi gritante, espere só para ter
uma surpresa ... ) e sinuoso - o sufixo nominal "-oso" denota "provido
ou cheio de" (primeira acepção); por isso, "cheiroso", "gostoso",
"afetuoso" são escritos com "s". Como mencionamos no início do
nosso estudo, essa comparação muitas vezes auxilia na hora da
dúvida.
(E) - imprevisível - como o adjetivo referente a "ver" é "visível", esta
grafia se emprega também em "imprevisível" (que não tem verbo
correspondente - não existe o verbo "imprever"). Mais uma vez, a
regra do paradigma poderia auxiliar na resolução da questão.
- cochilo - palavra de origem africana que, segundo Aurélio, significa
"sono leve".
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(C) A democracia, por vezes, c <;2!J!?Jltue Uma espécie de campo de
provas que poucos candidatos -estão habilitados a cruzar \prezervaridq
sua dignidade.
(D) Se os eleitores fossem mais atentos à inépsia dos candidatos, não
se deixariam envolver por tudo o que há de Jalascioso' nos discursos de
campanha. ...
(E) Crêem muitos que há obsolescência na democracia, conquanto
ninguém se arvore em profeta de algum outro regime que pudesse ser
mais bem sucedido.
Gabarito: E
Comentário.
Vamos analisar as incorreções de cada um dos itens.
(A) A incorreção deste item está na conjugação verbal de "adequar" na
terceira pessoa do singular do Presente do Indicativo. Como veremos
na aula apropriada (Verbos - Conjugação), este é um verbo defectivo,
ou seja, que apresenta "defeito", pois, no presente do indicativo,
apenas é conjugado nas primeira e segunda pessoas do plural. Aliás,
veremos que esse "defeito" só aparece no presente do indicativo (e
formas derivadas desse tempo verbal), sendo os verbos defectivos
perfeitamente conjugados em qualquer outro tempo passado ou
futuro.
Está correta a forma "contendores". "Contenda" significa "discussão",
"debate". Então, aquele vocábulo designa os serem que praticam
essas ações, ou seja, os debatedores.
(B) Estão incorretas as grafias dos vocábulos altercações ("altercar"
significa "discutir". Portanto, "altercações" é o mesmo que
"discussões"). Essa era uma palavrinha de difícil identificação, pois
normalmente não faz parte do vocabulário padrão. Mas a banca
·resolveu "aliviar" a mão e colocou, em seguida, a palavra disseminar
incorretamente grafada. Disseminar tem o sentido originário de
"semear". Por analogia, passou a significar "difundir, espalhar,
propagar".
(C) Os dois deslizes ortográficos são:
- a forma verbal constitui - muito comum o erro na conjugação dos
verbos terminados em -uir (como "concluir", "destituir", "possuir"), na
conjugação da terceira pessoa do singular no presente do indicativo
(ele constitu ... ?).
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A explicação é que os verbos terminados em "ir" (partir, ferir, decidir)
recebem na desinência a letra "e" - PARTIR: ele part{2. / eles partem -
FERIR: ele fer{2. / eles ferem - DECIDIR: ele decid{2. / eles decidem.
Fica fácil, então, usar o mesmo critério com os verbos terminados em
hiato, como é o caso de 'CONSTITUIR'( -uir). No entanto, nesses
verbos, a conjugação da 3 a pessoa do singular (ele/ela/você) termina
com a letra "i" - CONSTITUIR: constitui - CONCLUIR: conclui -
OBSTRUIR: ele obstrui - POSSUIR: ele possuI.
Mas, CUIDADO!!! Essa variação só ocorre na 3 a pessoa do singular. Na
3 a pessoa do plural, retoma-se a desinência "EM" (com "E"):
CONCLUIR: eles concluem - OBSTRUIR: eles obstruem - POSSUIR:
eles possuem.
- preservando:" o verbo "preservar" é escrito com "s", e não com
"z", como apresentado.
(D) Os dois vocábulos incorretos são inépcia (que significa "falta
absoluta de aptidão") e falacioso(que deriva de falácia, com "c").
Aproveitamos a menção à palavra "inépcia" para tratar de consoantes
mudas. Devemos ter cuidado com algumas palavras especiais:
AFICIONADO (tem apenas um "c" - formalmente, não existe
"aficcionado"), ABRUPTO, OPTAR (cuidado na conjugação do verbo,
em que a letra "p" é muda - eu opto, tu optas.. .). Outras (e suas
. derivadas) facultam a colocação da letra muda - CONTAeClTO,
INFEeC1CÃO, CORRUeP1CÃO, ACC1CESSÍVEL (com o "c" dobrado,
pronuncia-se <cs», como o "x" de táxi). Não acredita? Consulte o
Aurélio.
Outra palavra perigosa é "CARÁTER". O plural correspondente busca
em sua origem latina a grafia CARACTERES ("Aquele rapaz é um mau
caráter. Aqueles rapazes são uns maus caracteres").
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I,,!\i! :H::t\ll:i:Ht:~ ~~ Qt.n::5lr,m:.s
PPJ]H;§Sm~ll, CUUIIDIA If{DZLOW§KI
entre elas garantir a manutenção do emprego ao par do avanço
tecnológico.
(D) Segundo a tese de que toda época histórica ressalta seus
sacerdotes superiores, infer~ o autor de que o nosso tempo se
caracteriza pelo pr,,ªvilegiamento da condição dos economistas.
(E) O economista técnico supõe que toda a economia é regida graças
às leis de demanda e oferta, motivo porque ele se aplica tão somente
em referendar o sistema globalizado vijente em nossos dias.
Gabarito: A
Comentário.
(B) Já falamos que uma palavra normalmente conserva a grafia da
palavra primitiva. Se esta já apresentava a letra "s" em sua grafia, a
palavra derivada irá manter essa letra. Assim, "paralisar" se escreve
com "s" por causa de "paralisia". Se não havia a letra "s" na primitiva,
a palavra derivada irá receber um "z". Por isso que "imunizar", que
deriva de imune, se escreve com "z".
A partir desse conceito, diga-me: "avalisar" (assim está na questão)
deriva de qual palavra? Resposta: "aval". E "aval" possui a letra "s"?
Resposta negativa. Então, qual a letra que devemos colocar? A letra
"z", grafando "ava Iil;a r", assim como em computadori?;ado
(computador), comerciali?;ar (que deriva de "comercial"), e paizinho
(diminutivo de "pai").
Enquanto isso, analisar (análise), atrasar (atraso) e paralisar
(paralisia) são escritas com "s".
O outro erro de grafia desse item está na conjugação do verbo
"contribuir". Como já mencionamos na correção do item "c" da
questão anterior, os verbos terminados em -uir recebem na 3 a pessoa
do singular a desinência "i" - contribui. Mais sobre isso será abordado
na aula sobre verbos - conjugação verbal.
Finalmente, há um outro erro, desta vez de regência verbal - "alguém
discorda DE alguma coisa". Então, correta seria a construção "da qual
(e não 'com a qual') não é capaz de discordar". Esse assunto será
explorado na aula sobre Regência.
(C) O erro é de construção verbal - a locução verbal "deverá compor"
não necessita da preposição "de". A construção "ao par de" é
equivalente a "a par de", porém menos usual que esta, cujo significado
é "ao lado de".
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""U'''IC5~1;,O!V0 CUUJlUA !{OZLOW5KI
(D) Não há registro formal da palavra "previlegiamento", ou seja, nos
dicionários e no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa
(http://www.academia.org.br/vocabulario/framell.htm) não existe
essa palavra. Mesmo que assim o fosse, sua grafia deveria seguir o
padrão da palavra originária - privilégio, com "i" na primeira sílaba.
(E) "Vigente" significa "o que vige" (não confunda com "vixe", muito
comum na Bahia, inclusive, ressurgido em um sucesso no carnaval de
Salvador: "Vixe, mainha". Imagino eu que essa expressão deve ter
origem em "virgem maria". Por favor, se algum especialista em
etimologia de termos baianos estiver entre nós, corrija-me se eu
estiver errada!).
De volta ao estudo, como "viger" (ter ou estar em vigor, vigorar) é
grafado com "g", a forma nominal correspondente deve conservar a
mesma letra - vigente. É um verbo defectivo, já que não se conjuga
na primeira pessoa do singular do presente do indicativo. Vamos
estudar mais verbos defectivos na aula sobre verbos. Aguarde.
Outro problema encontrado nessa opção está em "tão somente". O
advérbio (forma reforçada de "somente") deve ter seus elementos
ligados por hífen: tão-somente, assim como acontece com o
correspondente "tão-só" (também com hífen). Esse é um dos tópicos
de ortografia. Uma das funções desse sinal diacrítico é ligar elementos
que formam palavras compostas. Por isso, há diferença entre "dia a
dia" (locução adverbial que significa "diariamente") e "dia-a-dia"
(locução substantiva equivalente a cotidiano). Atualmente, algumas
palavras já se encontram "dispensadas", na língua coloquial, do sinal.
Um bom exemplo é "ponto de vista", que originariamente, no sentido
de "opinião", era grafado com hífen ("ponto-de-vista").
Assim, em questões de prova, todo cuidado é pouco.
Finalmente, para encerrarmos essa (longa) questão, o último deslize
foi apresentado na grafia de "porque". Assunto igualmente longo este.
Em vários livros voltados para concursos públicos há listas e mais
listas sobre o "porque" e suas formas (separado com acento,
separado sem acento, junto com acento, junto sem acento).
Primeiro devemos entender o motivo da acentuação do vocábulo.
Quando o pronome ou a conjunção está no início ou no meio do
período, normalmente a palavra é átona, chegando, por regionalismo,
a ser pronunciada como "porqui". Todavia, no fim do período, recebe
ênfase e passa a ser forte, tônica. É por isso que, nessa posição,
recebe o acento circunflexo (por quê). Também é acentuado o
substantivo porquê, que, na mudança de classe gramatical, passou a
ter uma tonicidade que na forma de pronome ou conjunção não tinha.
8
:u:: I\~ S'SI» -
~:,"'::J>;n~l" CUUJ[l>IA !(()ZiLO:WSI,:)
Em resumo: recebe acento circunflexo o vocábulo tônico, quer
pronome interrogativo no fim da frase ("Eu preciso saber por quê. "),
quer substantivo ("Ele não sabe o porquê da demissão. ").
Se for:
- conjunção (explicativa ou causal), é junto - porque.
- pronome relativo acompanhado de preposição ("Há muitas
razões por que tanta gente presta concurso público. ") é
separado e pode ser substituído por "pelo qual" e flexões - por
que.
- preposição + pronome interrogativo (em pergunta direta ou
indireta), ele é separado - por que ("Não sei por que você
não veio." / "Por que você não veio?" / "Você não veio por
quê?" - recebeu acento por ser tônico), com a idéia de "por
qual motivo / por qual razão".
Usa-se essa forma também como complemento de expressões
como eis, daí e em outras em que esteja implícita a palavra
"motivo" - "Eis por que (motivo) eu não irei à festa." / "Estive
doente, daí por que (motivo) não fui à festa." / "Não há por
que (motivo) você se aborrecer comigo.".
Gabarito: A
Comentário.
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Estão perfeitamente grafadas todas as palavras dessa opção:
- "vexatória" é da mesma família de "vexame", "vexar", as formas
variantes "avexar" e "avexado" (muito comuns no Nordeste e
igualmente corretas), tudo com "x";
- a conjugação da terceira pessoa do plural no presente do indicativo
dos verbos LER, VER, CRER e DAR faz dobrar a letra "e"- lêem, vêem,
crêem e dêem, exatamente como registrado na questão. Mais adiante,
voltaremos a tratar disso.
As Incorreções observadas nas demais opções são:
(B) exceção - já mencionamos a grafia dessa palavra, que se liga ao
verbo excetuar (e não exceder, como bem observamos na questão 1).
(C) intransigência - uma das acepções do verbo "transigir" é "chegar
a um acordo". Logo, alguém instransigente normalmente não é dado
ao dialógo, e intransigência é o substantivo que equivale a
intolerância. Perceba que todos esses vocábulos são escritos com "s".
Além disso, obsessão (perseguição) é o ato de obsediar ou
obsedar, praticado por quem é obsessivo (todos com "s" após o
"b" mudo). Não se deve confundir com obcecação, ato de obcecar
(cegar, deslumbrar, induzir a erro), qualidade de quem é obcecado
(todos com "c" após o "b" mudo). Uma boa forma de memorizar a
grafia de certos vocábulos é estabelecendo uma comparação deles
com outros, como fizemos aqui (obsessão x obcecação). Podemos
fazer isso entre suscitar e sucinto. Veja que o primeiro apresenta o
dígrafo "sc", enquanto que o segundo é escrito somente com "c". Uma
forma de "guardar" - "sucinto" significa "breve". Assim, para ser
breve, economizou-se nas letras e, por isso, colocamos apenas uma (o
"c"). Seu correspondente é "suscitar", que se escreve com duas letras
("sc"). E aí, gostou? Bem, é uma tentativa de memorização, já que
muitas vezes, não há justificativa que convença o porquê do uso de
uma letra e não de outra.
(D) veemência significa intensidade, eloqüência e deve ser escrito
com duas letras "e".
(E) atrás e estigmatizava (acredito que essa foi a mais fácil de todas
as opções). Em relação ao segundo vocábulo, lembramos que o
substantivo correspondente é estigma (marca, sinal) e, assim, o
verbo a ele correspondente, por não apresentar a letra "s", recebe a
letra "z": estigmatizar. Sobre isso, já falamos no comentário à opção
(B) da questão 3, quando abordamos a palavra "avalizar". Agora, na
próxima questão, observe como esse assunto se repete nas provas da
FCC.
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5 - (Técnico TRT 3 a.Região/Janeiro 2005). Há palavras escritas de
modo INCORRETO na frase:
(A) Para garantir a segurança dos trabalhadores e dos usuários, os
responsáveis tomaram a decisão de paralizar, por algumas horas, os
trabalhos na uzina.
(B) A intensa afluência de pessoas em áreas que possam produzir
riqueza imediata pode gerar conflitos e degradação do meio ambiente.
(C) Boas intenções, que norteiam programas assistenciais, nem
sempre são garantia de sucesso dos empreendimentos desenvolvidos.
(D) A exploração dos recursos naturais de uma determinada região e a
necessária preservação do meio ambiente mobilizam defensores, tanto
de uma quanto de outra.
(E) Embora estejam muito próximos de imensas riquezas, os
garimpeiros dificilmente têm acesso a bens de consumo, pois vivem
em extrema pobreza.
Gabarito: A
Comentário.
Quando afirmamos que fazer provas anteriores é essencial à
preparação do candidato, não estamos brincando. Veja que nesta
questão os dois erros já foram mencionados nessa aula - USINA e
PARALISAR. O primeiro vocábulo foi objeto da prova de Técnico do
TRE AMAPÁ (questão 1) e o segundo segue a explicação apresentada
nos comentários às questões 3, item (B) - "avalizar" - e 4, item (E) -
"estigmatizar".
Itens INCORRETOS.
Comentário.
11
Nessa questão, a banca exigiu o conhecimento sobre parônimos.
Incipiente significa o que está no começo (inçipiente, com "c" de
começo), enquanto que insipiente quer dizer "não sapiente", ou seja,
o que não sabe, ignorante; sua grafia tem origem em "sapiência"
(sabedoria), por isso "in~Jpiente" mantém a letra "s".
Vultoso se refere a algo de grande vulto (reveja o que falamos sobre
o sufixo "-oso" em uma das questões anteriores), ao passo que
vultuoso, segundo o Aurélio, se refere ao aspecto da face quando
está vermelha e tumefacta e com os olhos salientes (Nossa, deve ser
horrível alguém/algo vultuoso!! I).
Há muitos outros parônimos, e o que não falta no mercado é material
que apresente listas e mais listas com essas palavrinhas perigosas.
Contudo, como o nosso estudo deve ser o mais objetivo possível, não
iremos reproduzi-Ias aqui. Se o candidato julgar conveniente, busque
estudar a grafia e o significado dos parônimos mais "famosos"
(iminente/eminente discriminar/descriminar infringir/infligir,
dentre tantos).
Gabarito: B
Comentário
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lI::!fvl :U::MS=SP ~'" f~(:C
cím",E,'í50R," I:lAUOIA !{O:llOWSKI
Muitas vezes, a banca tenta confundir o candidato, usando, em uma
palavra, a grafia que leve à lembrança de outra, totalmente
inadequada à construção. Foi o que aconteceu aqui. Existe o verbo
"hesitar", cuja forma do presente do indicativo da la. pessoa do
singular é "(eu) hesito". Contudo, na passagem do item "b", o que
deveria estar escrito é o substantivo "êxito" (sucesso). Talvez para
"ajudar", errou também na grafia de adolescentes (com o dígrafo
l1
"se ) •
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./ PAROxíTONOS TERMINADOS EM DITONGO CRESCENTE
(*), EM -ÃO, EM -ÔO - glória, indivíduos, sábia,
concordância, acórdão, abençôo;
./ TODAS AS PROPAROxíTONAS - fósforo, matemática, hífenes
(*) Segundo o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa
(V.O.L.P.), que tem força de lei no Brasil, a acentuação dos
ditongos abertos é classificada na regra dos proparoxítonos (sé-ri-e
/ vi-tó-ri-a) e os monossílabos são classificados na mesma regra
dos oxítonos.
ENCONTROS VOCÁLICOS:
./ OS DITONGOS ABERTOS -ÉI-, -ÉU-, -ÓI- : herói, apóiam,
idéias, mausoléu
./ NUM HIATO, RECEBEM ACENTO I OU U, COMO 2 a VOGAL
DO HIATO, SOZINHO (DESDE QUE NÃO SEGUIDO DE NH)
OU ACOMPANHADO DE S. COM QUALQUER OUTRA LETRA
OU SOZINHO E SEGUIDO DE NH, NÃO RECEBE O ACENTO
AGUDO. Ex: Piauí, juízes, raízes, rainha, campainha, juiz, Luís,
ruim, Itaú (apesar de terminar com U - regra das oxítonas - é
acentuada por tratar-se de U como segunda vogal do hiato,
sozinho na sílaba - I-ta-ú)
CUIDADO! A pronúncia de palavras como GRATUITO, FORTUITO
FLUIDO (substantivo) assemelham-se à de MUITO. Nessas
palavras não existe acento agudo na letra "i" (ao contrário do
que acontece no particípio do verbo fluir - FLU-í-DO), de modo
que, naqueles casos, existe um ditongo, e não um hiato .
./ -ÊEM DOS VERBOS LER, VER, CRER, DAR e derivados - O
Vocabulário Ortográfico determina que se conserva, por clareza
gráfica, o acento circunflexo no plural desses verbos: crêem,
dêem, lêem, vêem, descrêem, desdêem, relêem, revêem, etc.
ACENTOS DIFERENCIAIS - A partir da mudança ortográfica, em
1971, conservaram-se somente os acentos diferenciais abaixo
indicados:
./ DE TIMBRE (vogal aberta ou fechada) - o único que restou foi:
pode (pres.indicativo) - pôde (pret.perf.ind)
./ DE INTENSIDADE ou TONICIDADE (vogal átona ou tônica).
Os mais comuns são:
pôr (verbo) - por (preposição)
pára (verbo) - para (preposição)
pêlo (substantivo) - pelo (contração de por + o)
14
I~ I ICI'J1~'''SI» ~~
'~"''J'J'U~ KO~LOWSKI
15
Gabarito: E
Comentário.
Sem entrar na polêmica de classificar "ofício" como paroxítona
terminada em ditongo crescente ou proparoxítona (segundo o
P.V.O.L.P.), essa palavra segue a mesma regra de acentuação que
"história" (A), "salários" (B), "inteligências" (C), "memória" (D) e
"agência" (E).
Já "idéias" é acentuado por se tratar de um ditongo aberto (éu/ éi /
ói), o mesmo ocorrendo em "heróicas". Por isso, a resposta é a letra
E.
As demais palavras são acentuadas de acordo com as seguintes
regras:
- "único" e "período" - proparoxítonas;
- "Níger" e "notável" - paroxítonas não terminadas em a(s), e(s),
o(s) e em(ens).
Gabarito: E
Comentário.
Desta vez, a banca deixou claro que segue a mesma linha de
classificação da maioria dos gramáticos - apresentou "início" e a ela
associou "vários". Se classificasse esses vocábulos na regra das
palavras proparoxítonas (seguindo a posição do P.V.O.L.P.), a questão
seria anulada, pois haveria três respostas igualmente válidas - além
de "vários", também "técnica" e "jurídica", que, indubitavelmente, são
proparoxítonas.
Então, ATENÇÃO!!! A partir dessa questão, podemos identificar o
posicionamento da banca da FCC para esta polêmica - "início" e
"vários" são paroxítonas terminadas em ditongo crescente.
16
p,rol
!p)ROrF?2SS~)r~j~ Ct#!tUDIA, I~',U,II,'J!
Gabarito: C
Comentário.
Assim como "jacarés", os vocábulos "mantém", "tamanduás" e
"tucunarés" são oxítonas terminadas em a(s), e(s), o(s) ou em(ens).
Como a opção (C) abarca duas dessas palavras, é a resposta correta.
As demais são acentuadas pelos seguintes critérios:
- "negócios", "município" e "santuários" - paroxítonas terminadas em
ditongo crescente;
- "únicos", "amazônica" e "ecológicos" - proparoxítonas;
- "tuiuiús" - "u" como segunda vogal de um hiato, acompanhado de
"Sl1,
17
(C) países e fenômeno.
(D) mínimas e públicos.
(E) previdência e saúde ..
Gabarito: E
Comentário.
"Funcionários" é uma paroxítona terminada em ditongo crescente,
assim como "revolucionária", "benefícios" e "previdência". Já
"excluída" apresenta a letra "i" como segunda vogal de um hiato,
sozinha na sílaba, da mesma forma que ocorre em "países" e "saúde".
A opção que apresenta vocábulos cuja acentuação segue o paradigma
apresentado no enunciado é a de letra E.
As demais palavras seguem as seguintes regras de acentuação:
- "décadas", "fenômeno", "mínimas" e "públicos" são proparoxítonas;
- "possível" é uma paroxítona não terminada em a(s), e(s), o(s) ou
em(ens).
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(D) Das turbinas de uma uzina a uma lâmpada acesa, o caminho é
longo e sinuozo.
(E) Se a falta de energia fosse algo imprevizível, desculparíamos o
coxilo dos responsáveis.
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(E) O economista técnico supõe que toda a economia é regida graças
às leis de demanda e oferta, motivo porque ele se aplica tão somente
em referendar o sistema globalizado vijente em nossos dias.
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6 - (Procurador BACEN/ Janeiro 2006) Considerando-se as afirmativas
abaixo, a respeito de aspectos lingüísticos constantes do texto, julgue
os itens abaixo:
(I) incipiente tem o mesmo significado da palavra análoga
insipiente.
(lI) ganhos mais vultosos - o adjetivo grifado admite a forma variante
vultuosos.
21
--
ICí\lm~Sp ~'<;:'T'n",,,, ~'C[;
22
\i )
!. )
AULA 1. - VERBOS
Olá, pessoal
2
I{OZLOWSKI
• PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO - forma mais comum
de expressar o fato realizado antes de outro fato também no
passado (Antes de sua morte, ele tinha pedido perdão aos filhos.)
• FUTURO DO PRESENTE - fato posterior certo de ocorrer no futuro
(Doarei todo o material de estudo após a minha aprovação.)
• FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO - denota futura ocorrência de
um fato que se iniciou no presente (Até o próximo ano, terei
acumulado quase um milhão de reais em dívidas.)
• FUTURO DO PRETÉRITO - esse é um tempo bastante especial,
pois apresenta diversas circunstâncias - 1) fato posterior a um
fato passado (Você me garantiu [FATO PASSADO] que o nosso
amor não morreria [FATO FUTURO EM RELAÇÃO AO FATO
PASSADO].); ou 2) fato não chegou a se realizar (Eu iria à sua
casa, mas tive um problema.); 3) também pode denotar incerteza
(nAcharam um corpo que seria do chefe do tráfico. ''), hipótese
relacionada a uma condição (nS e você tivesse comprado o carro
[CONDIÇÃO], não teria perdido o dinheiro no jogo [HIPÓTESE].'') ou
polidez ("Você poderia me passar o sal?").
• FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO - o mesmo que o Futuro do
Pretérito com relação aos dois primeiros aspectos (Ele poderia
ter comprado uma casa maior se não tivesse jogado tanto dinheiro
fora.).
Vamos, agora, analisar como a Fundação Carlos Chagas aborda esse ponto
do programa.
3
Gabarito: C
Comentário.
A forma "refira" é a conjugação do verbo "referir-se" no presente do
subjuntivo, a mesma conjugação do verbo "conferir" em "confiram".
A conjugação da la pessoa do singular (eu) do presente do indicativo dá
origem a toda a conjugação do presente do subjuntivo, do imperativo
negativo e de algumas formas do imperativo afirmativo (estudaremos
conjugação do imperativo mais adiante), apresentando alteração apenas na
desinência (parte final do verbo, que indica a flexão verbal em número,
pessoa, tempo e/ou modo).
Exemplo:
(Pres.Indicativo) Eu confiro
(Pres.Subjuntivo) (que) eu confira / (que) tu confiras / (que) ele confira/
(que) nós confiramos / (que) vós confirais / (que) eles confiram
(Imperativo Negativo) - / não confiras / não confira / não confiramos /
não confirais / não confiram
4
Gabarito: A
Comentário.
A forma "parecia" está conjugada no pretérito imperfeito do indicativo, da
mesma forma que "amarrava".
Todas as demais formas estão conjugadas no pretérito perfeito do
indicativo (permaneci, tornaram, morreu e largou).
Gabarito: D
Comentário.
A forma "vive" é a conjugação do verbo "viver" no presente do indicativo,
assim como "ocupam".
As demais formas estão nos seguintes tempos e modos:
(A) acreditava - pretérito imperfeito do indicativo
(6) ocorreu - pretérito perfeito do indicativo
(C) acrescentaram - pretérito perfeito do indicativo
(E) bastasse - pretérito imperfeito do subjuntivo
5
(: UUJI fi) Hr, I((I :lI"~O 11N' ",'lU
(D) Alguns colegas não gostam dessa abordagem...
(E) ... que nossa urbanização seja igual à da Europa...
Gabarito: E
Comentário.
A forma "diga" (do verbo "dizer") está no presente do subjuntivo, bem
como "seja" (do verbo "ser").
Lembre-se da regra de formação das conjugações: a la p.s. pres.indicativo
dá origem à formação do presente do subjuntivo (pres.ind.: eu digo /
presente subjuntivo: diga/ digas/ diga ... ).
As demais formas verbais estão no:
(A) criei - pretérito perfeito do indicativo
(B) foi - pretérito perfeito do indicativo
(C) ia - pretérito imperfeito do indicativo
(D) gostam - presente do indicativo
Gabarito: A
Comentário.
Como vimos no início do nosso estudo, o modo subjuntivo indica fatos que
estão no campo da hipótese, incerteza, possibilidade, probabilidade,
enquanto que o modo indicativo retrata fatos reais, concretos.
6
Como a forma devamos está no presente do subjuntivo, indica um fato
possível (possibilidade), enquanto que devemos, do presente do
indicativo, denota um fato real. Está correta a opção de letra (A).
Gabarito: B
Comentário.
Mais uma vez, a banca explora o conceito de emprego do modo subjuntivo.
A forma "possa" está no presente do subjuntivo que, como vimos, situa no
plano da hipótese, possibilidade ou probabilidade os fatos que relata. Por
isso, está correta a indicação de ser um caso de hipótese realizável.
Gabarito: D
Comentário.
7
wHJFF:SS'ORf~ ~:UwUtHA k'{02LOlllfStCI
Denominam-se formas nominais as palavras, de origem verbal, que
também podem ser empregadas nas funções próprias de adjetivos,
substantivos ou advérbios. São elas: PARTICÍPIO, GERÚNDIO E INFINITIVO.
PARTICÍPIO:
Ele havia lavado o chão da casa antes do temporal. (verbo)
O uniforme lavado ficou todo sujo após o vendaval. (adjetivo)
GERÚNDIO:
O presidente fica persistindo na argumentação de que nada sabia sobre o
valerioduto. (verbo)
Persistindo os sintomas, o médico deverá ser consultado ..
(advérbio de condição = "Caso persistam os sintomas... ")
INFINITIVO:
Ele precisa pôr os nomes nos livros. (verbo)
O pôr-do-sol é lindo nessa época do ano. (substantivo)
8
Como num escritório, onde quem manda é o chefe e quem trabalha é o
empregado (ou você já viu algum chefe trabalhando???), na locução verbal,
quem exerce a função de "chefe" é o verbo principal - ele fica "paradão", só
mandando, e o pobre do auxiliar se flexiona de acordo com as suas ordens.
9
Na questão, o verbo "cozer" tem como auxiliar o verbo "ser", figurando,
portanto, em voz passiva. A forma correta será: cozidos.
Em seguida, como o fato se situa no campo da hipótese, devemos usar o
presente do subjuntivo - "para que a população não venha a ter
problemas de saúde".
Está correta, pois, a opção (D).
Gabarito: E
Comentário.
No início do estudo, vimos que o futuro do pretérito do indicativo pode
denotar incerteza, hipótese relacionada a uma condição ou polidez.
Note que, na estrutura apresentada, o fato de o gás mover a frota de
automóveis depende da existência de gasodutos que viabilizem o transporte
desse gás. Assim, a circunstância representada pelo tempo verbal é o da
hipótese que depende de certa condição - a existência dos gasodutos (E).
Gabarito: D
Comentário.
11
A forma "satisfaça" está no presente do subjuntivo. A outra forma verbal
de idêntica conjugação é "convenha", do verbo "convir", que é derivado do
verbo "vir".
Como veremos adiante, essa banca costuma exigir as formas de conjugação
de verbos de terceira terminação (ir), e como ela gosta dos derivados do
verbo "vir"!
As demais formas estão nos seguintes tempos e modos:
(A) são feitas - locução verbal de voz passiva com o verbo auxiliar no
presente do indicativo e o verbo principal na forma nominal
particípio.
(B) existem - presente do indicativo
(C) permitem - presente do indicativo
(D) está dando - locução verbal, cujo verbo auxiliar está no presente
do indicativo e o principal, no gerúndio.
Gabarito: B
Comentários.
Agora, o nosso assunto é a conjugação do IMPERATIVO.
Em vez de memorizar várias regras, vamos guardar apenas a exceção.
A REGRA: Em se tratando de imperativo, emprega-se o presente do
subjuntivo.
12
No imperativo, não há conjugação da la pessoa do singular (a idéia é que
ninguém poderia dar uma ordem a si mesmo).
São conjugados pelo presente do subjuntivo os verbos em todas as
pessoas no imperativo negativo, e nas 3 a pessoas (singular e plural) e P
pessoa do plural no imperativo afirmativo. Essa é a regra.
Exemplo: "Venha para a Caixa você também" - 3 a pessoa do singular (O
comercial estava errado! !!).
"Não nos deixeis cair em tentação" - 2 a pessoa do plural (Ao se
dirigir ao Pai, usa-se vós.)
Essa é a regra.
Agora a exceção, que deve ser memorizada, por ser em menor número.
A exceção fica por conta das segundas pessoas (tu e vós) no imperativo
afirmativo. Nessa conjugação, usa-se o presente do indicativo, sem o "s"
final.
RESUMO: No imperativo afirmativo, as 2 as pessoas (singular e plural)
buscam a conjugação do presente do indicativo e tiram a letra 's'. Todo o
restante tem origem no presente do subjuntivo.
Exemplo:
1 - "Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és." - A forma "dize" é
a redução do presente do indicativo da 2 a pessoa do singular (dizes - [s] =
dize).
Detalhe: o verbo "dizer", assim como todos que têm essa terminação -zer, é
um verbo abundante, que admite tanto "dize" como "diz", no imperativo.
2 - "Fazei de mim um instrumento de vossa paz." - A forma "fazei" é a
conjugação no presente do indicativo da 2 a pessoa do plural (vós fazeis),
sem o "SU.
Aliás, esse segundo exemplo foi retirado de uma oração - a Oração de São
Francisco de Assis, que não é tão conhecida quanto o "Pai Nosso". No "Pai
Nosso", temos vários exemplos do uso do imperativo, tanto afirmativo
quanto negativo.
Dá-se a Deus a respeitosa forma de tratamento "vós", que, como já vimos, é
da segunda pessoa do plural. Em "Perdoai as nossas ofensas", as pessoas
que rezam dirigem-se ao Criador e pedem a Ele que lhes perdoe as ofensas
praticadas.
É para isso que também serve o imperativo. Além de ordem, essa forma
verbal pode expressar também súplica, desejo ardente, que é como são
feitos esses pedidos.
13
Na prece, "perdoai" e "livrai" ("perdoai as nossas ofensas"/"livrai-nos do
mal") estão no imperativo afirmativo, enquanto que "deixeis" ("não nos
deixeis cair em tentação") está no imperativo negativo.
"Perdoai" e "livrai" obedecem a um esquema que Ja vimos. Como são
conjugações de 2 a pessoa do plural, essas formas vêm do presente do
indicativo, sem o "s" final. Fazem parte da EXCEÇÃO.
E "Não nos deixeis cair em tentação"? É da conjugação do imperativo
negativo e recai na REGRA GERAL, ou seja, se forma a partir do presente do
subjuntivo (que eu deixe, que tu deixes, que ele deixe, que nós deixemos,
que vós deixeis, que eles deixem).
Na hora da dúvida, mesmo que você não seja católico, comece a rezar o Pai
Nosso e veja como se conjugam as formas verbais no Imperativo. Mas, para
dar certo, você deve aprender a rezar direito!!!!
CONJUGACÃO VERBAL
A partir de agora, o nosso assunto é CONJUGAÇÃO VERBAL, e, para ajudá-lo
a resolver essas questões, usamos a técnica do paradigma.
Como é isso? Na dúvida com relação à conjugação de determinado verbo
regular (geralmente o examinador busca um verbo pouco utilizado no seu
dia-a-dia), basta observar a conjugação dos paradigmas clássicos (FALAR -
1a conjugação, BEBER - 2 a conjugação, PARTIR - 3 a conjugação).
Extraia o radical, que é o que sobra do verbo após retirar a terminação "ar",
"er" ou "ir" do infinitivo (exemplo: FAL(AR) = radical FAL-), e empregue as
desinências, que são idênticas nos demais verbos regulares de mesma
conjugação:
Por exemplo:
14
"icicJ'n,~*S'Of~~ CU~UDl~ """'<,,LU
CONSUMAR (verbo regular de P conjugação):
Presente do Indicativo: Eu consum .... (77?)
Presente do Subjuntivo: (que) eu consum ... (???)
CONSUMIR (verbo regular de 3 a conjug.):
Presente do Indicativo: Eu consum .... (???)
Presente do Subjuntivo: (que) eu consum ... (77?)
E aí, como você preencheu? Vamos buscar a desinência dos verbos
"paradigmas".
Infinitivo Pres.Indicativo Pres.Subjuntivo
Falar Eu falo (que) eu fale
Consumar Eu consumo (que) eu consume
Partir Eu parto (que) eu parta
Consumir Eu consumo (igual) (que) eu consuma
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11 - (TRT 13 a Região - Analista Judiciário / Dezembro 2005)
Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras na frase:
(A) Há discussões que chegam a um tal estado de paradoxismo que fica
improvável alguma solução que se adeque à expectativa dos contendores.
(B) Os candidatos, em suas altercalções num debate, costumam dissiminar
mais injúrias um contra o outro do que esclarecimentos ao eleitorado.
(C) A democracia, por vezes, constitue uma espécie de campo de provas que
poucos candidatos estão habilitados a cruzar prezervando sua dignidade.
(D) Se os eleitores fossem mais atentos à inépsia dos candidatos, não se
deixariam envolver por tudo o que há de falascioso nos discursos de
campanha.
(E) Crêem muitos que há obsolescência na democracia, conquanto ninguém
se arvore em profeta de algum outro regime que pudesse ser mais bem
sucedido.
Gabarito: E
Comentário.
Não, você não está enlouquecendo (ainda ... ), nós já abordamos essa
questão na Aula Zero (demonstrativa),
Repetimo-Ia porque, além dos aspectos ortográficos, devem ser objeto de
comentário duas construções verbais inadequadas.
A primeira, em relação ao verbo adequar, presente na opção (A). Esse é um
verbo defectivo. Mas o que são verbos defectivos?
São os que apresentam DEFEITO em alguma conjugação, ou seja, em algum
tempo/modo, o verbo não apresenta conjugação completa.
Sempre que se falar em defeito verbal, estamos nos referindo à conjugação
do PRESENTE DO INDICATIVO e aos tempos dele derivados (Presente do
Subjuntivo e Imperativo). O "defeito" existe apenas no presente, não existe
no passado nem no futuro. Assim, mesmo defectivo, o verbo poderá ser
conjugado inteiramente nos outros tempos e modos verbais, como, por
exemplo, no Pretérito do Perfeito do Indicativo, no Pretérito Imperfeito do
Subjuntivo, Futuro do Subjuntivo etc.
Há dois tipos de defeitos:
1°) não possuir a la pessoa do singular, apenas. (explodir, abolir, colorir,
delinqüir);
2°) só apresentar as conjugações da P e 2 a pessoas do plural (adequar,
reaver) - é o caso do verbo "adequar". No presente do indicativo, só
existem as formas "adequamos" (nós) e "adequais" (vós).
16
Quando não existe a la p.s. do presente do indicativo de um verbo, como é
o caso do verbo adequar, não existirá, também, nenhuma forma de
conjugação do presente do subjuntivo.
Assim, está incorreta a construção "se adeque". Para sair dessa "saia
justa", podemos optar pelo emprego de uma locução verbal - "se deva
adequar" ou pela troca do verbo por um sinônimo (na questão, uma boa
opção seria "atenda").
Uma última observação sobre verbos defectivos: alguns autores definem
como defectivos, também, os verbos que, de acordo com o seu emprego, só
podem ser conjugados nas terceiras pessoas, como URGIR (ter urgência),
DOER (no sentido de causar dor - "alguma coisa dói.") e os unipessoais, que
representam vozes de animais ou fenômenos da natureza, quando utilizados
no sentido original (sentido denotativo, com "d" de "dicionário"; seu oposto
é o sentido conotativo, também chamado de figurado, quando a palavra é
usada em um significado diferente do original).
17
Vamos analisar outras conjugações especiais.
18
Pres.lndicativo: intermedgio, intermedgia, intermedgia, intermediamos,
intermediais, intermedgiam
Para facilitar, lembre-se da conjugação do verbo ODIAR, o mais comum
deles.
2. VERBOS "DERIVADOS" DE ÁGUA - DESAGUAR. ENXAGUAR - mantêm
a acentuação de "água" na conjugação.
Pres.lndicativo: deságuo, deságuas, deságuas, desaguamos, desaguais,
deságuam
Pres.Subjuntivo: deságüe, deságües, deságüe, desagüemos, desagüeis,
deságüem
3. AVERIGUAR, APAZIGUAR, APANIGUAR - Não seguem a regra dos
"derivados" de água. Têm a acentuação tônica nas formas rizotônicas (no
radical).
O radical de averiguar é [averigu-] e segue o paradigma "falar", ressalvada
a acentuação gráfica (especialmente no Pres.subjuntivo).
Pres.lndicativo: averiguo, averiguas, averigua, averiguamos, averiguais,
averiguam
Pres.Subjuntivo: averigúe, averigúes, averigúe, averigüemos, averigüeis,
averigúem
(Antes da letra "e", quando o "u" é pronunciado sem intensidade, leva trema
- averigüemos; com intensidade, leva acento agudo - averigúe)
Gabarito: C
Comentário.
19
(~iLt\urjIA
o verbo "refazer" é derivado do verbo "fazer". Como a conjugação deste
verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo é fizéssemos, está correta a
construção observada na oração.
Estão incorretas as demais opções:
(A) O verbo "propor" deriva do verbo "pôr" (mas, ao contrário deste, aquele
não recebe acento circunflexo - na dúvida, reveja a Aula Zero). Assim,
usamos a conjugação deste como paradigma para a construção daquele.
A forma verbal do pôr é "Se ele puser". Então, a construção correta seria
"Se alguém propuser".
(B) O verbo "conter" é derivado do verbo "ter". Se a forma com este verbo
seria "Caso uma represa tenha" (presente do subjuntivo), a construção
correta seria "Caso uma represa contenha".
(Já podemos perceber que a FCC adora explorar a conjugação de verbos
derivados. E você nem imagina quanto! Vamos continuar.)
(D) Como vimos na questão anterior, os verbos terminados em -EAR, só
recebem a letra "i" nas formas em que a sílaba tônica recai no radical
(formas rizotônicas). O radical do verbo escassear é "escasse-". A sílaba
tônica da conjugação da 3 a pessoa do plural do presente do indicativo recai
na desinência: escasseªram. Assim, nada de colocar "i" nela, da mesma
forma que em passeªram, penteªram, ceªram (atire a primeira pedra
quem não pronunciou um "i" nesse último verbo, pela óbvia influência do
substantivo "ceia"!).
(E) O verbo deter é derivado do verbo ter (assim como conter, da opção
A). Então, a forma correta seria: "Se não detivermos os desperdícios ... ".
20
Gabarito: B
Comentário
O verbo "intervir" é derivado do "vir" - assim, se falamos "alguém veio",
devemos também falar "alguém interveio".
O outro verbo é "repeteco". "Constituir", na 3 a pessoa do singular, forma
"constitui", já comentado na questão 11.
Gabarito: D
Comentário.
Um candidato desatento, que só lesse a forma verbal sublinhada, poderia
cair na casca de banana da FCC nessa questão.
O primeiro verbo grifado (requiseram) não significa "querer de novo".
"REQUERER" significa "pedir por meio de requerimento ou ação, exigir,
pedir, demandar... ". Por isso, ele não é derivado do "querer". Não
obstante, como é irregular, em algumas formas se conjuga de modo idêntico
ao "querer" (o que explica - mas não justifica - a confusão).
Preso ind.: requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis, requerem;
Preso subj.: requeira, requeiras, ...
Nas outras formas é regular e segue o paradigma "beber".
Assim, a forma correta é (A) "Empresários requereram licença
ambiental ... ".
(B) "Muitos turistas virão ... " (futuro do presente do indicativo do verbo
"vir") [gente, fala sério: o que poderia ser "vinherão"????];
21
(C) "Os investidores dispuseram-se a desenvolver... " (pretérito perfeito do
indicativo do verbo "dispor", que é derivado do verbo "pôr");
(D) Esta é a resposta correta - sobrevir é derivado do verbo vir,
formando a conjugação "sobrevieram";
(E) "Poucos turistas obtiveram a licença ... " (pretérito perfeito do indicativo
do verbo "obter", que é derivado do verbo "ter").
Gabarito: B
Comentário.
Novamente, a banca explorou o verbo REQUERER, mas agora ficou fácil -
você já sabe que a forma correta é "Alguns policiais requereram o
cumprimento ... ".
22
,:U,u[HA
f~;!y;r$üIH,
Gabarito: D
Comentário.
Está correta a forma verbal "condissessem", que se refere a um dos verbos
derivados de dizer (condizer = "dizer com" = estar de acordo, estar em
harmonia), no pretérito imperfeito do subjuntivo.
Temos agora uma ótima oportunidade de estudar um dos verbos mais
difíceis da Língua Portuguesa - COMPRAZER, presente na opção (C).
Antes, porém, vamos analisar as demais opções:
(A) "Giscard contrapôs às falas de Mitterrand a impressão de que este se
pronunciava como se detivesse o monopólio do coração." - além de
não existir a forma "detera" (no pretérito mais-que-perfeito, seria
"detivera"), por ser derivado do verbo "ter", o verbo "deter", na
construção, deve ser conjugado no modo subjuntivo que, como vimos
anteriormente, situa o fato no campo da hipótese, suposição,
possibilidade.
(B) "A mãe interveio na discussão... " - o verbo intervir já foi objeto de
comentário na questão 13. A forma "indispusera" (pretérito mais-que-
perfeito do verbo indispor) está corretamente flexionada.
(C) Em relação ao verbo "comprazer", há divergência doutrinária. Alguns
gramáticos afirmam que esse verbo apresenta todas as conjugações
(tendo por paradigma o verbo "aprazer"), enquanto outros afirmam ser
um verbo defectivo, que só se conjugaria nas 3 8 s pessoas, singular e
plural (pres.ind.: compraz, comprazem).
A questão da prova passou ao largo dessa discussão, por ter
apresentado o verbo na 3 8 pessoa do singular ("o autor se compr... ").
Esse verbo é derivado do verbo "prazer" (este, inquestionavelmente,
defectivo) .
O que torna difícil essa conjugação é que, no pretérito perfeito do
indicativo, e nos tempos derivados deste (logo adiante, iremos falar
sobre essa derivação), o verbo comprazer se conjuga como o verbo
haver, como vimos no exemplo acima:
Pret.perf.ind: comprouve / comprouveste / comprouve /
comprouvemos / comprouvestes / comprouveram.
23
i:;U\ul)Itl KOZLOWSKI
Pret.mais-que-perf.ind: comprouvera I comprouveras ...
Pret.imperfeito subjuntivo: comprouvesse I comprouvesses ...
Futuro do subjuntivo: comprouver I comprouveres I comprouver ...
A forma correta, portanto, é "O autor afirma que sempre se
comprouve em participar de reuniões ... ". Em tempo, "comprazer-se"
significa "regozijar-se", "deleitar-se". Essa foi de matar, hem?
(E) "Caso Mitterrand contivesse o ímpeto de sua fala ... " - o verbo
"conter", também derivado do verbo "ter", já foi mencionado na
questão 12.
24
1',:;Uirl;;;;:,,'UI>L1k (;(AilHUA
(B) Os casamentos vêm ocorrendo entre pessoas cada vez menos jovens, o
que talvez revele uma preocupação crescente com a assunção desse
compromisso.
(C) Na televisão norte-americana, a cobertura da guerra no Iraque foi
manifestamente patriótica: os repórteres da Fox pareciam liderar a torcida
em favor das tropas invasoras.
(D) As conseqüências que advirem da escolha pela qual você optou, são de
sua responsabilidade, além do mais porque lhe advertimos sobre os riscos
envolvidos.
(E) Os bons psicoterapeutas ensinam que, em vez de uma pessoa querer ser
outra, é mais interessante que ela busque inventar o que pode fazer com o
que já é.
Gabarito: D
Comentário.
Sem dúvida alguma, o verbo advir é campeão nas provas da FCC. Derivado
que é do verbo "vir" (significa "vir em resultado, sobrevir"), segue a
conjugação deste. Assim, a forma correta da opção (D) é: "As conseqüências
que advierem da escolha ... ".
Gabarito: E
25
Comentário.
Vamos começar pelos erros das opções:
(A) "sobrevir" é derivado do vir e sinônimo do "advir" (de novo!).
Assim, a forma certa é: "Para que não sobreviessem maiores
violência~" (acho que a falta do "s" foi mais um erro de digitação da
prova do que uma incorreção de concordância);
(B) "convir" significa "concordar" e segue a conjugação do verbo "vir" -
"O autor do texto e seu colega Elio Gaspari convieram em que ... ";
(C) Pode parecer horrível aos seus ouvidos, mas o verbo "extinguir"
(que não tem trema e, portanto, se pronuncia como "gui" de
"guitarra"), na la pessoa do singular do presente do indicativo,
apresenta a forma "extingo". Como vimos, é essa a forma que dá
origem a todo o presente do subjuntivo - extinga, extingas,
extinga, extingamos, extingais, extinga. Essa conjugação é
seguida, também, pelo verbo "distinguir";
(D) Olha o "advir" aí, gente!!! Você já sabe: "Os sonhos que advierem
da contínua sedução ... ";
(E) ESTA fOI A RESPOSTA CORRETA. "Podido" é o particípio (que os
antigos chamavam de "particípio passado", alguém aí se lembra
disso?) do verbo "poder". Curiosidade: você sabia que, segundo a
norma culta, o verbo "poder" não admite construção no imperativo?
Item INCORRETO
Comentário.
Agora já perdeu a graça. Foram tantas as vezes que esse verbo apareceu
que teríamos um curso completo só com o verbo "advir". O correto é "por
isso, advieram perguntas mais complexas.".
26
l"ROW'ISSt)Jz,\ CLAUlUA "(~;P;!LO'W5~:I
(A) Há protestos que são ouvidos somente quando incomodam nossos
tímpanos, quando atingem a exacerbação de um grito a que ninguém mais
pode se mostrar surdo.
(B) Se é praxe do Estado agir apenas quando lhe convir, não se espere que
viesse a tomar quaisquer providências somente porque seja do nosso
interesse.
(C) Medidas repressivas, tomadas em diferentes épocas por diferentes
governos, vêm sobejamente demonstrando a ineficácia da força frente às
questões sociais.
(D) Precisamos nos convencer, de uma vez por todas, de que a economia
privada raramente se preocupa com o alcance social das metas pragmáticas
que ela se propõe atingir.
(E) No início da globalização, muita gente julgava que por meio dela não
apenas se multiplicariam, mas também se distribuiriam com justiça os
dividendos econômicos.
Gabarito: B
Comentário.
Agora, o verbo em questão é convir, também derivado do verbo "vir".
Após a correção, teríamos: "Se é praxe do Estado agir apenas quando lhe
convier... " (futuro do subjuntivo).
Relembrando: o futuro do subjuntivo é um tempo derivado da 3 a pessoa do
plural do pretérito perfeito do indicativo (eles vieram - [quando] ele vier /
[quando] lhe convier).
Um cuidado muito grande que você deve tomar é nas questões de
concordância verbal (tema da próxima aula) que abordem verbos derivados
do "vir", do "ter" e terminados de forma nasal (õe / õem), como os
derivados do "pôr". Isso porque não há alteração fonética entre a forma
singular e a plural (contém / contêm, dispõe / dispõem, convém / convêm).
Isso costuma ser um "prato cheio" para "pegadinhas", especialmente as da
ESAF. Não vamos nos aprofundar aqui no assunto. Teremos uma aula
todinha para falar sobre concordância.
27
(B) Por vezes, uma comparação da nossa cultura com a de outros povos
restitue-nos o desejo de uma sociedade em que nada obstrui o caminho
natural da justiça.
(C) Se viajar de avião já constitui, para essa leva de jovens, uma
experiência assombrosa, imagine-se o assombro deles quando haverem de
entrar em contato com nossas leis.
(D) Em suas tribos, os jovens sudaneses entretiam-se com as práticas da
vida concreta, sem a preocupação de atentarem para intermináveis códigos
de leis casuísticas.
(E) Deveríamos agir segundo valores com os quais reouvéssemos o sentido
do que é social, e não sob a pressão de códigos que advieram de uma
progressiva indigência moral.
Gabarito: E
Comentário.
(A) O verbo "provir" é derivado de vir e indica a procedência. Assim,
"Os jovens que provieram do Sudão ... ";
(B) Já estudamos os verbos terminados em -UIR (questão 11) e vimos
que, ao contrário dos outros verbos de 3 a conjugação, esses
recebem a letra "i" na 3 a pessoa do singular - " ... uma comparação
... restitui-nos... ";
(C) Há impropriedade na forma "quando haverem de entrar em
contato ... ". Deve ser empregado o futuro do subjuntivo do verbo
"haver" - "quando houverem de entrar... ", uma vez que indica um
fato hipotético referente ao futuro. "Haverem" é a forma do
infinitivo flexionado na 3 a pessoal do plural, inadequada à
passagem;
(D) O verbo "entreter" é derivado do "ter" e como ele se conjuga - " ...
os jovens sudaneses entretinham-se ... ";
(E) RESPOSTA CORRETA. Vale a pena observar a correta conjugação do
verbo defectivo reaver. Este verbo é derivado do verbo "haver"
(significa possuir novamente, recuperar, "haver" de novo), mas só
se conjuga nas formas em que o verbo "haver" apresentar a letra
"v". Assim, no presente do indicativo, só possui as formas de la e
2 a pessoas do plural: reavemos, reaveis. Conseqüentemente, não
possui presente do subjuntivo nem imperativo. Nos demais tempos,
conjuga-se como o verbo "haver", por exemplo: "Ele reouve o
relógio roubado.", "Eu reaverei cada tostão que ele me roubou"
ou, como apresentado na questão "reouvéssemos".
28
22 - (TRT 24 a Região - Analista .Judiciário / Outubro 2004)
Está correta a flexão de todas as formas verbais na frase:
(A) Ao longo do tempo, os corruptos nem sempre se desaviram com as
instituições; pelo contrário, muitos souberam usá-Ias em benefício próprio.
(6) Em respeito à ética, se os interesses particulares se contrapuserem aos
públicos, devem prevalecer estes, e não aqueles.
(C) Caso não detêssemos boa parte dos nossos ímpetos destrutivos,
nenhuma sociedade conheceria um momento sequer de estabilização.
(D) Quando os estados nacionais não intervêem nas instituições
corrompidas, a ordem social tende a fragilizar-se cada vez mais.
(E) Se tivessem prevalecido as boas causas pelas quais nossos antepassados
haveram de lutar, estaríamos hoje numa sociedade mais justa.
Gabarito: B
Comentário.
(A) A forma "desavir" significa "suscitar desavença" (essa palavra você
deve conhecer - significa "discórdia", "discussão", "briga").
Apesar de não ser derivado do verbo "vir", segue sua conjugação - "os
corruptos nem sempre se desavieram com instituições .. ,";
(C) O verbo "deter" é derivado do "ter" - "Caso não detivéssemos .. ,";
(D) O verbo "intervir" é derivado do "vir" - "Quando os estados nacionais
não intervêm nas instituições corrompidas ... ";
(E) Mais uma vez, observa-se o uso inapropriado do verbo "haver"; em
"Se tivessem prevalecido as boas causas pelas quais nossos
antepassados haveriam de lutar, ... ", o verbo auxiliar "haver", que
forma uma locução verbal com o principal "lutar", se reporta a um fato
hipotético, devendo ser conjugado no futuro do pretérito do
indicativo.
CORRELACÃO VERBAL
29
PR(IH~
30
Gabarito: A
Comentário.
Na opção correta, vemos um exemplo de relação entre um verbo no
pretérito imperfeito do subjuntivo (respeitasse) e outro no futuro do
pretérito (deveria) - caso f.
Note que as orações reproduzem fatos que se situam no plano da hipótese,
o que justifica o emprego dessa relação verbal.
Quanto às demais construções, uma opção de conjugação verbal que
respeitaria a correlação entre os verbos seria:
(B) "O que tem ficado implícito na simplificação sistemática da realidade é
o desrespeito aos eleitores que a prezam." - todos os verbos, nessa
opção, apresentam conceitos, devendo ser conjugados no presente do
indicativo.
(C) "Não houvéssemos ultrapassado as dimensões das comunas medievais,
poderíamos ter decisões que não dependeriam do sistema
representativo. ". Esse período reproduz a relação verbal apresentada
corretamente na opção A - verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo
(houvéssemos) combinado com verbos no futuro do pretérito do
indicativo (poderíamos / dependeriam).
(D) "Vindo a ocorrer a insultuosa infantilização dos votantes, reagiriam
estes, negando-se a votar em quem os subestimava." - a forma de
gerúndio "vindo" apresenta uma condição, equivalendo ao verbo no
pretérito imperfeito do subjuntivo - "se viesse a ocorrer... ", o que
levaria o verbo subseqüente ao futuro do pretérito (reagiriam).
(E) "Seria possível que chegassem a um acordo a dona do cachorrinho e a
mãe da criança asmática, desde que se dispusessem a ponderar a
razão de cada uma." - essa construção estava correta até que se
conjugou indevidamente o verbo da oração condicional. Por estabelecer
essa circunstância, o verbo deveria estar no pretérito imperfeito do
subjuntivo.
24 - (CEAL - Advogado / Junho 2005)
Os tempos e os modos verbais apresentam-se adequadamente articulados
na frase:
(A) Fôssemos todos atores, o culto das aparências será a chave que nos
libertasse do nosso destino.
(B) Os atores sempre nos enganarão, a cada vez que encarnarem os
personagens de que costumam se fantasiar.
31
(C) Enquanto o culto das aparências for a chave do sucesso, estaríamos
todos preocupados com o papel que desempenhemos.
(D) Desde idos tempos os atores gozariam de uma admiração que só não
será maior por conta da desconfiança que temos de todo fingimento.
(E) O autor estaria convencido de que nosso vizinho seja capaz de fingir tão
bem quanto um ator, quando tivesse desfilado com um carro que não é seu.
Gabarito: B
Comentário.
Na opção correta, o verbo "enganar" no futuro do presente do indicativo
(enganarão) estabelece um nexo com o verbo "encarnar" no futuro do
subjuntivo (encarnarem). Na seqüência, o verbo "costumar" indica um fato
que é usual de acontecer.
Estariam corretas as seguintes construções:
(A) "Fôssemos todos atores, o culto das aparências seria a chave que nos
libertaria do nosso destino." - Situações hipotéticas devem ser
apresentadas em construções cujos verbos estejam no pretérito
imperfeito do subjuntivo (fôssemos) combinados com verbos no futuro
do pretérito do indicativo (seria / libertaria).
(C) "Enquanto o culto das aparências for a chave do sucesso, estaremos
todos preocupados com o papel que desempenhamos." - a forma
verbal "for" (futuro do subjuntivo) leva a situação para o futuro, o que
exige a forma verbal correspondente também nesse tempo -
"estaremos" (futuro do presente). Como o verbo "desempenhar" indica
uma situação real, poderia ser conjugado no presente do indicativo.
(D) "Desde tempos idos os atores gozam de uma admiração que só não é
maior por conta da desconfiança que temos de todo fingimento." -
como o fato narrado é continuado e se reflete ainda no momento atual,
os verbos das orações devem estar conjugados no presente do
indicativo (gozam / é / temos).
(E) "O autor estaria convencido de que nosso vizinho era capaz de fingir tão
bem quanto um ator, quando tivesse desfilado com um carro que não
era seu." - está correta a relação entre o futuro do pretérito do
indicativo (estaria) e o pretérito mais-que-perfeito composto do
subjuntivo (tivesse desfilado). O problema está na conjugação das duas
passagens do verbo "ser", que apresenta um fato real situado também
no passado.
32
25 - (TRE MG - Analista Judiciário / Julho 2005)
É inadequada a articulação entre os tempos verbais na seguinte frase:
(A) Para que se possa entender o de que vou aqui tratar não é necessário
ter muita informação acerca da teoria dos buracos negros.
(B) Para que se venha a entender o de que aqui tratarei não será necessário
ter muita informação acerca da teoria dos buracos negros.
(C) Não foi necessário que se tenha muita informação acerca da teoria dos
buracos negros para que se viesse a entender o de que aqui estivera
tratando.
(D) Não seria necessário que se tivesse muita informação acerca da teoria
dos buracos negros para que se entendesse o de que lá eu tratava.
(E) Para que se pudesse entender o de que aqui trataria, não seria
necessário ter muita informação acerca da teoria dos buracos negros.
Gabarito: C
Comentário.
Uma possibilidade de construção seria: "Não seria necessário que se
tivesse muita informação acerca da teoria dos buracos negros para que se
viesse a entender o de que aqui estivera tratando./I. Isso porque, mais uma
vez, os verbos retratam situações hipotéticas.
Gabarito: C
Comentário.
33
ClAIJOHIt
Para relacionar-se com o verbo que situa o fato no campo da possibilidade, a
forma verbal seguinte deve estar no futuro do pretérito do indicativo. O
que poderia dificultar a identificação deste verbo é a colocação pronominal.
Como veremos em uma das próximas aulas, é proibido empregar o pronome
oblíquo após um verbo no futuro do indicativo (tanto futuro do presente
como do pretérito). São duas opções de colocação deste pronome: antes do
verbo (próclise), desde que não inicie período (outro caso de proibição) ou
no meio do verbo (mesóclise). É essa a forma de "tê-las-íamos", que
equivale a "teríamos + a".
A grafia dessa forma verbal também nos possibilita comentar sua
acentuação. O pronome acabou por separar o verbo em duas partes: "te /
íamos". Cada "pedacinho" do verbo foi acentuado como se formasse uma
unidade lingüística própria. O segmento "tê" recebeu o acento circunflexo
por ser um monossílabo tônico, enquanto gue "íamos" foi acentuado
segundo a regra das proparoxítonas (í-a-mos). E assim que se faz. Por isso,
a forma "seqüestrá-la-íamos", apresenta dois acentos agudos - o primeiro,
em virtude de "seqüestrá" formar uma palavra oxítona terminada em a (a
sílaba tônica foi sublinhada); o segundo, de acordo com a regra das
proparoxítonas (í-a-mos).
VOZES VERBAIS
O verbo pode ser flexionado em vozes: ativa, passiva, reflexiva e, segundo
Evanildo Bechara, recíproca.
Por enquanto, só nos interessam as duas primeiras.
1- VOZ ATIVA
O sujeito é o agente da ação verbal.
2 - VOZ PASSIVA
O sujeito recebe ou sofre a ação verbal. Divide-se em :
2.1 - VOZ PASSIVA ANALÍTICA - O que é maior: uma análise ou
uma síntese? Certamente, uma análise. Assim, a construção oracional em
voz passiva analítica apresenta mais elementos do que na sintética,
porque são empregadas locuções verbais, com os verbos auxiliares ser /
estar acompanhados do particípio de certos verbos ativos (sou visto, estava
abatido), além de apresentar, muitas vezes, a figura do agente da passiva.
2.2 - VOZ PASSIVA SINTÉTICA - Para "sintetizar" a construção, é
eliminado o agente da passiva e, em vez de uma locução verbal de cunho
passivo, o verbo (ou uma outra locução) é acompanhado do pronome "se",
que recebe o nome de pronome apassivador. Iremos estudar, em
concordância, uma forma simples de identificar essa construção de voz
passiva sintética e saber diferenciá-Ia de sujeito indeterminado. Por
34
enquanto, iremos nos ater a estudar a transposição das vozes verbais,
objeto de muitas questões da Fundação Carlos Chagas.
3 - VOZ REFLEXIVA
O sujeito, ao mesmo tempo, pratica e sofre a ação verbal.
4 - VOZ RECÍPROCA
O sujeito é expresso por mais de um agente e a ação é praticada por todos,
uns em relação aos outros.
São muitas as questões em provas da Fundação Carlos Chagas que abordam
a transposição da voz ativa para a passiva, ou vice-versa.
Por isso, vamos verificar o procedimento necessário para essa
transformação.
O termo que exercia a função sintática de objeto direto na voz ativa será
o sujeito da voz passiva.
No lugar de um verbo (ou uma locução verbal), teremos uma locução verbal
com idéia de passividade (inclusão do verbo ser/estar).
O elemento que exercia a função de sujeito da voz ativa será, na voz
passiva analítica, o agente da passiva.
Não há alteração nos demais complementos, como objeto direto, predicativo
do objeto ou complementos adverbiais, que continuarão a exercer as
mesmas funções.
Veja o esquema abaixo:
~
.~/-~/-, ~
/-~-_/~ j
VOZ O livro foi dado pelo professor ao aluno.
PASSIVA
SUJEITO LOCUÇÃO AGENTE DA OBJETO
ANALÍTICA
(PACIENTE) VERBAL PASSIVA INDIRETO
VOZ
PASSIVA
O livro deu-se - ao aluno.
Note que na passiva analítica, normalmente o verbo antecede
SINTÉTICA
35
o sujeito, formando:
Deu-se o livro ao aluno.
Gabarito: B
Comentário.
Para a construção de voz passiva, é necessário que haja, na construção de
voz ativa, um objeto direto. Isso porque esse termo exercerá, na voz
passiva, o papel de sujeito paciente. Por isso, os verbos deverão ser
TRANSITIVOS DIRETOS OU TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS.
Na questão, o verbo do item B é transitivo indireto - "O papel (SUJEITO)
caberá ao deus Mercado (OBJETO INDIRETO).". Não existe objeto direto.
Nas demais opções, os termos que exercem a função de objeto direto são:
(A) "um recado claro"; a locução "estão dando" apresenta o verbo "dar"
como principal. Este verbo, na construção, é transitivo direto.
(C) "a concentração de renda"; a locução verbal "vem favorecendo" tem
como verbo principal "favorecer", que é transitivo direto também.
36
r:yRO ~~~;:SS(?gli:\
(D) "sua população de humilhados"; o verbo "exibir" é transitivo direto.
(E) "futuro algum"; novamente, uma locução verbal ("estão vendo")
apresenta um verbo principal transitivo direto (ver).
Gabarito: E
Comentário.
Quando se fala em transposição de voz verbal, devemos tomar dois
cuidados:
1 - manter a conjugação verbal no mesmo tempo e modo da construção
anterior;
2 - identificar o objeto direto da voz ativa, pois será este o sujeito da
construção passiva, com quem o verbo irá fazer a concordância.
Como vimos, o objeto direto da voz ativa será o sujeito da voz passiva.
Assim, na construção original, dinheiro exerce a função de complemento
verbal direto. Como o verbo está no presente do indicativo (gasta), a forma
passiva correta será: "Dinheiro é gasto por ele que nem água."
37
(D) As reuniões de moradores não obteriam êxito caso eles agissem como
candidatos numa eleição.
(E) As promessas mirabolantes e a retórica vazia vêm alimentando o
discurso da maioria dos candidatos.
Gabarito: B
Comentário.
O que irá gerar essa impossibilidade de transposição de vozes é a ausência
de um objeto direto na construção de voz ativa, termo que exerce a
função de sujeito da voz passiva. Assim, devemos identificar qual dos
verbos grifados NÃO É transitivo direto ou transitivo direto e indireto.
(A) Em "Aprecio uma reunião", o verbo é transitivo direto ("uma
reunião" - objeto direto);
(B) Em "parece ser o desmentido", estamos diante de uma locução
verbal e, para identificar a transitividade da locução, devemos
analisar o verbo principal. Em "parece ser", o verbo principal é
"ser', que, na construção, é um verbo de ligação. A expressão "o
desmentido" exerce a função sintática de predicativo do sujeito.
Assim, não é possível a transposição para voz passiva dessa
construção.
(C) O verbo "perder" é transitivo direto, sendo "as eleições" o seu
complemento.
(D) O vocábulo "êxito" é o objeto direto do verbo "obter'.
(E) Na locução "vêm alimentando", o verbo principal ("alimentar") é, na
construção, transitivo direto, apresentando, como complemento "o
discurso da maioria dos candidatos".
38
Gabarito: C
Comentário.
Na construção, "ocorrer" é um verbo transitivo indireto - "Soluções
meramente técnicas não ocorrem a um economista ético.", não sendo
possível, portanto, a construção de voz passiva.
Nas demais formas, o objeto direto é:
(A) "uma distinção entre dois tipos de economistas";
(B) "um padrão ético de base";
(D) "o ritmo do desenvolvimento";
(E) "os desafios da modernidade".
Gabarito: D
Comentário.
Lembrem-se de seguir os dois passos para realizar a transposição de vozes:
1 - observar a conjugação verbal original (tempo/modo) e mantê-Ia na
locução verbal de voz passiva;
2 - identificar o objeto direto da voz ativa, que será o responsável pela
flexão verbal (concordância) na voz passiva.
(A) "Os eleitores consideram os políticos profissionais uma espécie
daninha".
Temos, aqui, uma construção que apresenta um objeto direto e um
predicativo de objeto direto. Esse verbo "considerar", nessa construção, é
chamado de verbo transobjetivo, pois requer como complemento, não
39
~:7RO?IESS~]~:1tA CLI'JtUfJIA ~({)ZLOV"JSKJ:
40
W:~SSO!%t\ L:lcjIUn)IA KOg:LOWSKI
direta ("que nossa preguiça cívica seja justificada") - ESTÁ
CORRETA A OpçÃO.
(E) Em "a chave que nos liberta do nosso destino", o verbo "libertar" tem
dois complementos: objeto direto (nos) e objeto indireto (do nosso
destino). Como o verbo está no presente do indicativo, a forma passiva
seria: "nós somos libertados do nosso destino [pela chave]".
Item CORRETO.
Comentário.
O pronome "se", em construções com verbos transitivos diretos ou
diretos e indiretos, é pronome apassivador (construção de voz passiva).
Assim, em "a conveniência de se acelerar a política... ", o sujeito paciente da
forma verbal "acelerar" é "política", equivalendo a "a conveniência de que a
política seja acelerada... ". Se houver a substituição de "política" por
"empréstimos", este elemento, que é o sujeito da forma verbal, exige a
flexão do infinitivo - "de se acelerarem os empréstimos", o que seria
equivalente a "de que os empréstimos sejam acelerados".
Item INCORRETO.
Comentário.
41
1"llljl,,'Ulli'\ C","%UUIA k'«),k\,l(llWS~kI
Na transposição para a voz passiva, o elemento que, na voz ativa, exerce a
função de objeto direto passaria a ser o sujeito da voz passiva.
Feita a substituição do pronome relativo "que" pelo termo antecedente, na
voz ativa, teremos: "Maquiavel passa a compreender o conceito de virtude."
A locução verbal "passa a compreender", na voz passiva, recebe o verbo
"ser", sendo registrada como "passa a ser compreendido", no masculino
para concordar com o núcleo do sujeito paciente - o conceito de virtude
(termo que era o objeto direto da voz ativa).
A nova construção, na voz passiva, seria, então: O conceito de virtude
passa a ser compreendido por Maquiavel.
Gabarito: D
Comentário.
42
Analisaremos cada uma das assertivas:
I - VERDADEIRO. A locução verbal de tempo composto têm sido,
apresentada no item "a", indica uma ação que apresentou certa continuidade
no tempo. Em uma construção com somente o verbo ser ("os últimos anos
são marcados"), haveria tão-somente a indicação de um fato estático no
tempo.
II :... FALSO. Em "os prognósticos, catastróficos ou redencionistas, a respeito
do futuro foram substituídos por decretos'~ o termo "decreto" exerce a
função de agente da passiva. Ele, no início de uma frase, ou seja, na função
de sujeito, levaria a construção para a voz ativa. Devemos, então, observar
a conjugação verbal da voz passiva. Em "foram substituídos", o verbo
principal está no pretérito perfeito do indicativo. Assim, a forma de voz ativa
seria: "Decretos substituíram os prognósticos, catastróficos ou
redencionistas, a respeito do futuro.".
m - FALSO. Na construção passiva analítica "os prognósticos foram
substituídos por decretos'~ o sujeito paciente está representado por "os
prognósticos".
A forma passiva sintética correspondente seria, portanto, "substituíram-se
os prognósticos", devendo o verbo se flexionar no plural para concordar
com o núcleo do sujeito: "prognósticos". Está INCORRETA a proposição.
A ordem, portanto, é V - F-F.
Gabarito: A
Comentário.
Primeiramente, deve-se observar atentamente a conjugação do verbo
auxiliar da locução verbal presente na oração de voz passiva.
Em "são favorecidos", o verbo auxiliar "ser" está no presente do indicativo,
devendo o verbo "principal" ser conjugado da mesma forma. O segundo
43
passo é verificar qual elemento exerce a função de objeto direto da voz
ativa. Este é o termo que, na voz passiva, exerce a função de sujeito - os
integrantes da advocacia pública. Finalmente, o elemento que, na voz
passiva analítica, estiver exercendo a função sintática de agente da passiva
será o sujeito da voz ativa: regras.
Assim, a construção passiva será: "Regras favorecem os integrantes da
advocacia pública.".
Gabarito: B
Comentário.
Vamos fazer o "passo a passo". Em "instituições macabras que os homens -
lamentavelmente - criam contra sua própria humanidade":
1 - conjugação verbal: o verbo está no presente do indicativo;
2 - objeto direto: está representado pelo pronome relativo "que", que tem
como referente "instituições macabras". Portanto, após a substituição do
pronome relativo pelo antecedente e a colocação da oração na ordem direta,
a voz ativa seria: "Os homens criam instituições macabras contra sua
própria humanidade. ".
O sujeito da voz passiva, portanto, será o termo que exercia a função de
objeto direto da voz ativa - instituições macabras.
Assim, a construção de voz passiva será:
"Instituições macabras são criadas pelos homens contra sua própria
humanidade. "
44
Transpondo a frase acima para a voz ativa, a forma verbal passa a ser
(A) desenvolveu.
(B) desenvolvam.
(C) se desenvolve.
(D) tinham desenvolvido.
(E) são desenvolvidas.
Gabarito: B
Comentário.
1 - Em "para que o talento seja desenvolvido por circunstâncias externas", o
verbo auxiliar (seja) está conjugado no presente do subjuntivo.
2 - O sujeito da voz passiva (o talento) será o objeto direto da voz ativa e
o agente da passiva (circunstâncias externas) irá exercer, na voz ativa, a
função sintática de sujeito.
Assim, a construção de voz ativa será: "... para que circunstâncias
externas desenvolvam o talento. ".
Gabarito: C
Comentário.
1 - conjugação verbal: na voz ativa, o verbo está conjugado no futuro do
pretérito do indicativo.
2 - O objeto direto está representado por "elementos da escrita usual".
Assim, a forma de voz passiva seria:
"Elementos da escrita usual seriam retirados pela escrita das leis e
atos normativos. "
45
fel:
Gabarito: A
Comentário.
Substituindo o pronome relativo pelo seu antecedente e colocando a oração
na ordem direta, a construção de voz ativa será:
"A criminal idade precisa ser combatida com energia pelo poder
público."
O primeiro verbo auxiliar da locução "precisa ser combatida" está conjugado
no presente do indicativo. Note que a locução verbal está formada por três
verbos - PRECISAR + SER + COMBATER, com dois auxiliares (precisa, ser) e
um principal (combater).
Na voz ativa, continuará havendo uma locução verbal, mas, agora, com dois
verbos - PRECISAR (auxiliar) + COMBATER (principal), sendo eliminado o
verbo "ser", que denota a passividade da construção.
O agente da passiva (poder público) exercerá a função de sujeito na voz
ativa, e o sujeito paciente (a criminalidade) será o objeto direto.
Assim, teremos:
"O poder público precisa combater a criminalidaL1e."
46
':C$,;;:v,,,:q C:tAUDIA K(~,n,01N!j:IU
Transpondo a frase acima para a voz passiva, a forma verbal passa a ser,
corretamente,
(A) converteu-se.
(B) é convertido.
(C) tinham convertido.
(D) são convertidas.
(E) deveriam ser convertidas.
Gabarito: A
Comentário.
1 - conjugação verbal: o verbo da voz ativa ("converte'') está no presente
do indicativo.
2 - objeto direto: desta vez, a construção de voz ativa apresenta dois
complementos - objeto direto (as pessoas) e objeto indireto (em
funcionários de turno do sistema). Este último elemento continuará, na
voz passiva, a exercer a função sintática de objeto indireto, ao passo que o
objeto direto passará a ser o sujeito da voz passiva.
Assim, a forma passiva será: "As pessoas são co~vertidas por isto em
funcionários de turno do sistema."
47
LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS.
1 - (TRT S8 Região - Técnico Judiciário / Dezembro 2004)
I" ... para tudo que se refira ao mundo físico ... " I
O verbo aparece nos mesmos tempo e modo em que se encontra a forma
grifada acima na frase:
i'h ...e prossegue, aceleradamente, com o extraordinário desenvolvimento
tecnológico ...
(6) que já nos vem do precedente...
(C) que confiram sentido a sua vida.
/'--.,..... _----.
(D) ... para que o objetivo de consumo se\fosse\çonvertendo...
" '• . • • . . . J
48
7 \) (»' ~.
1'(\'I\fcWit:IF(;ÍCIOS I' I
K, '(;,:,\1'"",,,,<:.,.
~/Ji"'~s li
Itr: ,h
h:,.,;;,Y,""iJ0~!»
.",., 71" 4]}'*'" I\f'f
1R\""4'm",R~'l", 1tW;;;;»lI"",L
.
O verbo empregado no mesmo tempo e modo que os do verbo grifado acima
está na frase: '1'"'''' í"" I'":''' '",,),' '"I" 'T(' et
~ , \
(A) que eu criei em 1985... ," ~ '\I ",,'
49
7 - (Assistente de Defesa Agropecuária MA / Março 2004)
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas
da frase apresentada.
Os alimentos devem ser ...... em água limpa para que a população não ......
a ter problemas de saúde.
(A) cozinhados - venhe
(B) cozinhados - vem
(C) cozidos - venhe
(D) cozidos - venha
(E) cozidos - vêm
50
10 - (TRE AP - Analista Judiciário / Janeiro 2006)
I fg.fB. isso com a cabeça de um macaco. I
É exemplo de emprego do mesmo modo do verbo grifado acima UM dos
verbos que aparecem na frase:
(A) Não serão aceitas justificativas, quaisquer que sejam os motivos
alegados.
(B) Saiba que valores devem ser respeitados, em qualquer tempo e
lugar.
(C) Todo explorador desejaria entender como se reduzem cabeças.
(D) É necessária a existência de critério que justifique determinados atos
de violência.
(E) Espera-se que ele possa entender as razões de certos costumes em
determinadas civilizações.
51
RC,I'~:::"ml,"A (LI AUlHtl l({IZíLOWSIK:I
(C) Seria preciso que refizéssemos os cálculos da energia que estamos
gastando.
(D) Só damos valor às coisas quando elas já escasseiaram.
(E) Se não determos os desperdícios, pagaremos cada vez mais caro por
eles.
52
(A) Com base na legislação vigente, os promotores propuseram às
autoridades responsáveis as penalidades cabíveis.
(B) Alguns policiais reguiseram o cumprimento do dispositivo legal para
garantir sua segurança durante as diligências.
(C) Estudam-se alterações no conteúdo de certas leis para que elas dêem
resultados positivos no controle da violência.
(D) Apesar de rígidas, as condições de encarceramento para criminosos
ainda não contêm a ocorrência de atos de violência.
(E) Ninguém ainda se deteve para analisar os resultados da aplicação
rigorosa de penalidades aos detentos.
53
iCU\UDIA li{()ZiLOi\NSi;;I
(D) As conseqüências que advirem da escolha pela qual você optou, são de
sua responsabilidade, além do mais porque lhe advertimos sobre os riscos
envolvidos.
(E) Os bons psicoterapeutas ensinam que, em vez de uma pessoa querer ser
outra, é mais interessante que ela busque inventar o que pode fazer com o
que já é.
54
(C) Medidas repressivas, tomadas em diferentes épocas por diferentes
governos, vêm sobejamente demonstrando a ineficácia da força frente às
questões sociais.
(D) Precisamos nos convencer, de uma vez por todas, de que a economia
privada raramente se preocupa com o alcance social das metas pragmáticas
que ela se propõe atingir.
(E) No início da globalização, muita gente julgava que por meio dela não
apenas se multiplicariam, mas também se distribuiriam com justiça os
dividendos econômicos.
55
(E) Se tivessem prevalecido as boas causas pelas quais nossos antepassados
haveram de lutar, estaríamos hoje numa sociedade mais justa.
56
(B) Para que se venha a entender o de que aqui tratarei não será necessário
ter muita informação acerca da teoria dos buracos negros.
(C) Não foi necessário que se tenha muita informação acerca da teoria dos
buracos negros para que se viesse a entender o de que aqui estivera
tratando.
(D) Não seria necessário que se tivesse muita informação acerca da teoria
dos buracos negros para que se entendesse o de que lá eu tratava.
(E) Para que se pudesse entender o de que aqui trataria, não seria
necessário ter muita informação acerca da teoria dos buracos negros.
m 57
(C) está sendo gasto.
(D) será gasto.
(E) é gasto.
58
PIU1HSSORA {:IAUOIA IIU,UJLUVII':::>III
(D) queremos justificar nossa preguiça cívica. (seja justificada)
(E) a chave que nos liberta do nosso destino. (é libertado)
32 - (Procurador BACEN / Janeiro 2006)
É um fator a mais a favor da conveniência de se acelerar a política de
reducão dos iuros.
Julgue a proposição feita em relação ao segmento grifado acima:
r. Substituindo-se a política de redução dos juros por os empréstimos, a
frase passaria a ser de se acelerarem os empréstimos.
59
(C) F - F - V
(D) V - F - F
(E) V - V - F
60
38 - (TRT 23 a Região - Analista Judiciário / Outubro 2004)
Passando para a voz passiva a frase A escrita das leis e atos normativos (...)
retiraria elementos da escrita usual, obtém-se a forma verbal
(A) teriam sido retirados.
(B) retirar-se-ia.
(C) seriam retirados.
(D) teriam retirado.
(E) tinham sido retirados.
Transpondo a frase acima para a voz passiva, a forma verbal passa a ser,
corretamente,
(A) converteu-se.
(B) é convertido.
(C) tinham convertido.
(D) são convertidas.
(E) deveriam ser convertidas.
61
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62
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PROII"I'SSORA (ILAm)IA 1«(IIlI.. Olf;l;E;IIU
Item CORRETO
Comentário.
A concordância verbal se faz com o núcleo do sujeito.
1
Neste caso, o sujeito está representado por na imagem de uma
instituição pública saudável e necessária, ... ". Note que, junto ao
verbo desmoralizar, há o pronome "se". Quando um verbo de
transitividade direta ou direta e indireta estiver acompanhado do
pronome se, podemos estar diante de uma construção de voz
passiva.
Na aula passada, vimos que, na voz passiva, o objeto direto da voz
ativa irá exercer a função de sujeito. Assim, para confirmação dessa
passividade, temos de fazer duas perguntas:
1 - O verbo é transitivo direto (TD) ou transitivo direto e indireto
(TDI)?
2 - Existe uma idéia passiva na construção?
Se ambas as respostas forem SIM, estamos diante de uma
construção de voz passiva e, então, o verbo deverá se flexionar de
acordo com o sujeito paciente (mais precisamente com o seu núcleo).
Assim, na questão de prova ora comentada, "Quando se desmoraliza
(. ..) a imagem de uma instituição pública saudável e necessária",
temos de fazer as duas perguntas:
la pergunta: O verbo é transitivo direto (TD) ou transitivo direto e
indireto (TDI)?
Resposta: O verbo desmoralizar é transitivo direto (alguém
desmoraliza alguém ou alguma coisa).
2 a pergunta: Existe uma idéia passiva na construção?
Resposta: Sim, existe idéia passiva - a imagem é desmoralizada.
Conclusão: SIM, temos uma construção de voz passiva.
O segundo passo, agora, é verificar qual elemento é o núcleo do
sujeito: em na imagem de uma instituição pública saudável e
necessária", o núcleo é imagem, estando os demais elementos
complementando o seu sentido. Desse modo, o verbo deverá ficar no
singular, como, aliás, se apresentou.
A questão sugere a alteração de "de uma instituição pública" por
"das instituições públicas" e afirma que isso não alteraria a flexão
verbal.
Essa assertiva está correta, uma vez que, com a substituição
proposta, não haveria alteração no núcleo do sujeito, que continuaria
sendo "imagem".
2
(A) As "operações" a que se aludem nessa crônica referem-se à
redução de uma cabeça humana a proporções mínimas.
(B) A violência contra os homens, a quem perseguia como se
persegue animais, pareciam ao czar mais natural do que a dirigida
contra borboletas e andorinhas.
(C) Subentendem-se, nas palavras do índio jivaro, que a morte e a
redução da cabeça de alguém se dá como represália contra um
inimigo.
(D) Quem informou ao czar que também se caçam borboletas e
andorinhas talvez não suspeitasse que isso causaria reações de
espanto.
(E) Não costumam os chamados homens civilizados considerarem
que a caça de borboletas e de andorinhas representem um ato de
selvageria.
Gabarito: D
Comentário.
Vamos analisar cada uma das opções, a começar pela primeira:
(A) Temos de verificar se o pronome "se" que acompanha o verbo
"aludir" é um pronome apassivador (construção de voz passiva) ou é
um índice ou partícula de indeterminação do sujeito (caso de sujeito
indeterminado) .
Vimos na questão anterior a forma de analisar esse tipo de
passividade - para formar voz passiva:
1 - o verbo deve ser transitivo direto ou direto e indireto;
2 - deve ser apresentada uma idéia passiva.
Os demais verbos (transitivo indireto, intransitivo, verbo de
ligação), se estiverem acompanhados do pronome "se", estarão
formando o sujeito indeterminado e o pronome correspondente
chama-se índice ou partícula de indeterminação do sujeito.
Usa-se construção de sujeito indeterminado quando não se sabe - ou
não se quer dizer - quem é o agente da ação verbal. Também é
usado em orações de sentido genérico, vago. São duas as formas de
construção do sujeito indeterminado:
Forma 1 - o verbo (exceto transitivo direto ou direto e indireto)
permanece na 3a pessoa do singular acompanhado do pronome se
(índice / partícula de indeterminação):
Necessitava-se, naqueles dias, de novas esperanças. (verbo transitivo
indireto)
Estava-se muito feliz com o resultado das provas. (verbo de ligação)
3
~;lVi ~;)([:R'Cj[€:I
fl~R()W;~;SS(}RJ\ %"'",""'''$,,u,
Morria-se de tédio nas noites de inverno. (verbo intransitivo)
Forma 2 - o verbo (qualquer que seja sua transitividade na
construção), sem o pronome, fica na 3 a pessoa do singular:
Desviaram dinheiro dos cofres públicos.
Bateram na porta.
Falaram mal de você.
Já na primeira análise, podemos constatar que o verbo "aludir" não
poderia se submeter a esse tipo de construção passiva, pois é
transitivo indireto (Alguém alude a alguma coisa).
Diante dessa impossibilidade, concluímos que se trata de uma
construção com sujeito indeterminado, devendo o verbo ficar na 3 a
pessoa do singular (Forma 1): "As "operações" a que se alude
nessa crônica ... ".
(6) Novamente, devemos verificar qual elemento está na posição
de núcleo do sujeito. Você notará que esse tipo de erro de
concordância é muito comum nas provas da FCC, por isso
denominamos de "caso clássico". Assim, sugiro que você sublinhe (ou
grife de qualquer forma) e o compare com a forma verbal
apresentada.
Em "A violência contra os homens (...) pareciam ao czar mais
natural do que a dirigida contra borboletas e andorinhas. ", o núcleo
do sujeito está representado pelo vocábulo "violência". Assim, o
verbo deveria estar no singular - "parecia".
No segmento isolado por vírgulas (omitido na transcrição acima),
percebemos também um deslize de sintaxe de concordância: "a quem
perseguia como se persegue animais" - o verbo perseguir é
transitivo direto (Alguém persegue algo) e apresenta uma idéia
passiva (animais são perseguidos). Assim, por estar acompanhado do
pronome se (apassivador), o verbo deve com o sujeito paciente
(animais) concordar - "como se perseguem animais".
(C) Mais uma vez, nos deparamos com o pronome "se" junto de um
verbo, o que nos leva à análise de verificação da voz passiva:
1 - o verbo é transitivo direto (Alguém subentende alguma coisa);
2 - há idéia passiva.
Note, porém, que o sujeito paciente (ou seja, aquilo que é
subentendido) está representado por uma oração ("que a morte e a
redução da cabeça de alguém se dá como represália contra um
inimigo. "). O sujeito paciente é oracional, o que leva o verbo para
a 3 a pessoa do singular - "Subentende-se (.. .) que a morte... ";
Já na oração subordinada subjetiva (a que exerce a função de sujeito
paciente), temos mais uma vez o pronome "se" acompanhando um
4
verbo transitivo direto - "dar". Nesta acepção, tem o sentido de "se
realiza" - "é realizado". Deste modo, podemos considerar que este
verbo apresenta uma idéia passiva. Como são dois os núcleos do
sujeito (sujeito composto) e este sujeito vem antes do verbo
correspondente ("que a morte e a redução da cabeça de alguém
... ''), o verbo deverá ser flexionado no plural - (" ... se dão como
represália ... "), sendo equivalente a dizer que "a morte e a redução
da cabeça de alguém se realizam como represália".
(E) Para percebermos um dos deslizes dessa construção, vamos
colocar os termos da oração na ordem direta (SUJEITO + VERBO +
COMPLEMENTOS): "Os chamados homens civilizados não costumam
considerarem que ... " - Opa!
Em uma locução verbal (vimos na aula passada), o verbo principal
não se flexiona (considerar), somente o faz o verbo auxiliar
(costumam). Assim, a forma correta seria "não costumam
considerar que... ". Na seqüência, vimos que, mais uma vez, o verbo
não concorda com o núcleo do sujeito - "que a caça de borboletas e
andorinhas represente um ato de selvageria. 11 - caso clássico.
Gabarito: E
Comentário.
Esse é um tipo muito comum de questão da Fundação Carlos Chagas.
A flexão exigida ora é no plural, ora é no singular.
Relembramos que, como vimos na questão anterior, os sujeitos
apresentados sob a forma oracional levam o verbo correspondente
para a 3 a pessoa do singular.
5
Então, vamos às opções:
(A) Alguma coisa cabe a alguém. Na construção, "tomar a decisão
final" cabe a vocês. Assim, o verbo se conjuga no singular: "Mesmo
que não caiba a vocês tomar a decisão final, ... ".
(B) Algo urge (é urgente). O que urge? "Chegarem à pousada". O
verbo chegar foi flexionado por estar em correspondência com o
pronome pessoal reto já apresentado na oração principal "Eles
sabiam" (ao desenvolver a oração reduzida do infinitivo, teríamos:
" ... urge que chegassem à pousada"). Assim, fica mais evidente, em
relação ao verbo urgir, a função de sujeito exercida pela oração
"chegarem à pousada / que chegassem à pousada". Novamente, por
apresentar sujeito oracional, o verbo da lacuna fica no singular: "Eles
sabiam que urge chegarem à pousada... ".
(C) O que não compete a nenhum de vocês? "Decidir quem será
o novo líder do grupo". O sujeito oracional exige o verbo competir
na 3 a pessoa do singular:"A nenhum de vocês compete decidir... ".
(D) Note que, muitas vezes, devemos "ajeitar" a oração, colocando-
a na ordem direta, para realizar a análise. Para isso, devemos partir
do verbo. Há dois: valer e tomar. Vamos ao primeiro: o que não
vale a pena? Tomar tais decisões. Assim, essa oração reduzida de
infinitivo é o sujeito do verbo valer: "Tomar tais decisões não vale a
pena. ". O verbo, portanto, fica no singular.
(E) Esse é o gabarito da questão. O que resta? Alguns minutos.
Mais uma vez, o sujeito vem posposto ao verbo, o que poderia levar
o candidato a pensar que, em vez de sujeito, seria esse elemento um
objeto direto. Não. Partindo do verbo "restar", colocamos a oração na
ordem direta: "Alguns minutos ... restam a apenas um dos
candidatos.".
Item INCORRETO
Comentário.
Há dois erros na construção. O primeiro já está "manjado" - o verbo
não concorda com o núcleo do sujeito: "O fato (. .. ) não eliminam as
semelhanças... " - a distância entre o núcleo do sujeito e o verbo e a
proximidade do complemento verbal no plural (as semelhanças)
podem iludir o candidato em relação à correção dessa passagem.
6
Como o núcleo é "fato", o verbo deve ficar no singular - "O fato (. ..)
não elimina ... ".
O segundo erro foi em relação à flexão do verbo haver. Quando este
verbo apresenta o significado de existir, permanece no singular por
ser impessoal (não tem sujeito - o que se lhe segue é objeto direto).
Apesar de apresentarem significados iguais, as relações sintáticas
entre os verbos haver e existir são completamente diferentes.
Enquanto o verbo existir possui sujeito, com o qual deve concordar
(Em "existem diferenças", o substantivo diferenças é o sujeito), o
verbo haver não possui sujeito, não se flexiona e o que se segue
exerce a função de complemento verbal, ou seja, é o seu objeto
direto (Em "há diferenças", o substantivo é o objeto direto).
Assim, o período já corrigido seria: "O fato de haver diferenças de
forma entre os dois textos não elimina as semelhanças de fundo que
eles sugerem, numa leitura bem comparada. ".
Gabarito: E
Comentário.
Analisemos cada uma das opções.
(A) A flexão do verbo haver está correta ("Sempre houve
quem ... "). O problema está na flexão do verbo esbanjar. Seu sujeito
é o pronome indefinido "quem", que leva o verbo à 3 a pessoa do
singular: "Sempre houve quem esbanjasse os recursos naturais. ".
(6) Agora, a flexão do haver está incorreta. Como tem o sentido
de existência, é impessoal e fica na 3 a p.sing.: "Se não houver
trabalho nem produção, não haverá atividade econômica. ".
(C) Olha o pronome "se" junto de um verbo transitivo direto
(Alguém alimentava alguma coisa) com idéia passiva ("muitas ilusões
7
eram alimentadas"). Desse modo, o verbo concorda com o sujeito,
que está na forma plural de "muitas ilusões": "Alimentavam-se
muitas ilusões... ".
(D) Pergunta-se: o que se avista (é avistado/a)? "Nenhuma
saída". "Avistar" é transitivo direto e apresenta uma idéia passiva.
Se o sujeito paciente está no singular, o verbo também deverá estar:
"Nenhuma saída a curto prazo se avista em nossos horizontes. ".
(E) Agora, há uma locução verbal com três verbos - dois auxiliares
e um principal: "Poderão vir a faltar". O principal é "faltar" e é a
partir dele que faremos a seguinte análise: o que falta? "Outros
recursos naturais". Esse é o sujeito de "faltar". Vimos na aula sobre
verbos que quem "manda" é o principal e quem "obedece" (segue a
flexão) é o auxiliar. No caso de mais de um, o "obediente" é o
primeiro, enquanto que o segundo permanece em uma das formas
nominais (particípio, gerúndio ou infinitivo). Se usássemos somente o
verbo principal, ele iria para o plural, em concordância com o sujeito
(recursos faltam). Assim, o verbo auxiliar (poder) irá seguir essa
"ordem" e se flexionará no plural, mantendo o segundo verbo auxiliar
em uma forma nominal (infinitivo - "vir"). Está correta, portanto, a
construção "Poderão vir a faltar outros recursos naturais.".
Gabarito: E
Comentário.
8
Em qual das opções o verbo da lacuna ficará no plural? É esse o
enunciado. Então, vamos às opções.
(A) O que não cabe aos economistas? "Tomar qualquer
providência ... " - se o sujeito do verbo "caber" está na forma
oracional, o verbo é conjugado na 3 a pessoa do singular:
"Certamente não cabe aos economistas técnicos tomar qualquer
providência ... ".
(B) O verbo haver é o verbo principal de uma locução de tempo
composto (tem havido). Assim, é ele quem manda. Com o sentido de
existência, é impessoal. Assim, o verbo auxiliar fica na 3 a pessoa do
singular: "Não teria havido ( ...) tantas distorções sociais... ";
(C) O que não incomoda? "Tanto desequilíbrio social" - o núcleo
está no singular, devendo o verbo nesse número também ficar -
"Aqueles a quem não incomoda tanto desequilíbrio social... ";
(D) O verbo "costumar" é o auxiliar modal (estabelece
circunstância) de uma locução que apresenta como principal o verbo
"eximir", que é transitivo direto (nesta construção, reflexivo) e
indireto - Alguém exime alguém/a si mesmo (O.D.) dela alguma
coisa (O.L).
O sujeito está representado por "todo profissional que não pretende
ser mais que um técnico habilitado". Assim, como o núcleo do sujeito
é singular (profissional), o verbo auxiliar mantém-se no singular
também - "Costuma eximir-se ... todo profissional ... ";
(E) O verbo "remover" (transitivo direto e indireto - Alguém
remove alguma coisa de algum lugar) está acompanhado do pronome
"se" e apresenta uma idéia passiva (alguma coisa é removida). O
sujeito paciente é "suas marcas tecnocráticas". Como o núcleo
está no plural (marcas), o verbo assim deve ser flexionado: "Ainda
que se removam do mercado globalizado suas marcas
tecnocráticas... ". Portanto, essa é a resposta.
9
(D) Quando se ...... (bombardear) alvos civis, ...... (atingir-se) o
último degrau da barbárie.
(E) Com que tipo de argumento (poder) justificar-se as
atrocidades que ...... (perpetrar-se) contra as populações indefesas?
Gabarito: A
Comentário.
Agora o que a banca quer é saber em qual a opção os verbos ficarão
no singular.
(A) Vamos começar pela segunda lacuna. O verbo haver é o
principal da locução. Como apresenta idéia de existência, é impessoal
e obriga o verbo auxiliar a ficar no singular - "pode haver muitas
coisas".
Na primeira lacuna, temos o verbo constar, que, no sentido de "ser
evidente ou com aparência de verdade", pode ser intransitivo
(normalmente com sujeito oracional - "Consta que ele se
aposentou.'') ou transitivo indireto (Algo consta a alguém). O que
consta a nós, ou seja, o sujeito do verbo "constar" está representado
pela oração já analisada (" ... que pode haver muitas coisas ... ").
O sujeito oracional leva o verbo correspondente à 3 a pessoa do
singular: "Não nos consta que pode haver muitas coisas em
comum ... ". Ambos os verbos ficam no singular, sendo essa a
resposta correta.
(8) Agora, em vez do verbo haver, foi empregado o verbo existir,
que possui sujeito e com ele deve concordar (Alguma coisa existe). O
que existe? O núcleo do sujeito é "condições". Assim, a construção
seria "Além da fisiologia do corpo, existem, como traço comum entre
nós todos, as condições de vida concreta que... ".
Agora, encontramos um pronome relativo "que". O que é um
pronome relativo e como funciona a concordância em construções
como essa?
Pronome relativo é assim chamado por fazer referência a algum
outro termo (substantivo, pronome substantivo, oração substantiva)
já mencionado anteriormente (ANTECEDENTE).
O pronome relativo dá início a uma oração que atribui a esse
antecedente uma característica, estado ou condição. Por esse motivo,
a oração iniciada pelo pronome relativo é uma oração subordinada
adjetiva. Assim, concluímos que SEMPRE UM PRONOME RELATIVO
DÁ INÍCIO A UMA ORAÇÃO ADJETIVA.
Para respeitar as regras de concordância, deve-se observar a qual
termo o pronome relativo está se referindo, e com ele será feita a
concordância verbal.
10
No caso, o pronome faz referência à palavra condições e com esse
vocábulo deve o verbo concordar: " ... as condições da vida concreta
que marcam nosso cotidiano. ".
(C) Colocando a oração na ordem direta, temos que "o terrorismo
serve a [alguém]". O verbo fica no singular para concordar com o
núcleo do sujeito - terrorismo. Na seqüência, o sujeito do verbo
"interessar" (algo interessa a alguém) é "quaisquer aspectos da vida
concreta" (núcleo: aspectos). Assim, "senão a quem não
interessam quaisquer aspectos da vida concreta".
(D) O pronome "se" junto do verbo transitivo direto de idéia passiva
"bombardear" apresenta uma construção de voz passiva (alvos civis
são bombardeados), devendo o verbo se flexionar no plural -
"Quando se bombardeiam alvos civis... "(para recordar a conjugação
dos verbos terminados em -EAR, releia a Aula 1 - Verbo). Em
seguida, vimos outra construção passiva, em que o verbo atingir
(transitivo direto com idéia passiva: "algo é atingido") deve concordar
com o núcleo do sujeito, degrau - " .. .atinge-se o último degrau da
barbárie. ".
(E) Note que o pronome "se" está junto do verbo principal de uma
locução verbal (poder + justificar), sendo este um verbo transitivo
direto (alguém justifica alguma coisa) com idéia passiva (as
atrocidades são justificadas). Como o núcleo do sujeito paciente está
no plural, deve o verbo auxiliar se flexionar do mesmo modo - "Com
que tipo de argumento podem justificar-se as atrocidades... ",
equivalente a "com que tipo de argumento podem ser justificadas as
atrocidades ... " .
O pronome relativo que vem em seguida se refere a atrocidades e
leva o verbo para o plural - " ... as atrocidades que se perpetram
contra as populações indefesas. ".
11
(C) Integrava as qualidades morais a da virtude, tomada num sentido
essencialmente religioso, até que Maquiavel, recusando esse plano de
valores em que a inseriam, deslocou seu sentido para o campo da
política.
(D) Todas as acepções de virtude, até o momento em que surgiu
Maquiavel, compunha-se no campo da moral e da religião, e
estendia-se à esfera da política, como se tudo fosse essencialmente
um mesmo fenômeno.
(E) Nunca faltaram aos "príncipes" de ontem, de hoje e de sempre a
ambição desmedida pelo poder e pela glória pessoal, mas couberam a
poucos discernir as sutilezas da política, em que Maquiavel foi um
mestre.
Gabarito: C
Comentário.
(A) O verbo "compreender" é transitivo direto (alguém compreende
algo) e está sendo usado em construção de voz passiva sintética (ou
pronominal). Como o sujeito paciente está no plural (as lições de O
PrinGÍpe) , o verbo também deve ser flexionado nesse número -
"Compreendam-se as lições de O Príncipe... ".
Na seqüência, vamos analisar a seguinte passagem: "como exemplos
de análises a que não se devem furtar toda gente interessada".
Feita a substituição do pronome relativo pelo antecedente e
organizada a oração na ordem direta, teremos:
"Toda gente interessada não se devem furtar a exemplos de
análises. "
O verbo principal da locução "se + dever + furtar" é "furtar", que, no
sentido de "desviar-se de algo", é transitivo direto (pronominal) e
indireto (Alguém se furta a algo). O pronome "se", portanto, não
constrói voz passiva. Ele é, na verdade, um pronome reflexivo
("Alguém furta a si mesmo a algo"). O verbo "dever" é auxiliar na
locução verbal e deve se flexionar na medida que o verbo principal
(furtar) o faria. Como o sujeito é singular (núcleo: gente), a locução
verbal deve permanecer no singular - " ... a que não se deve furtar
toda gente interessada. ".
(B) Vamos sublinhar o núcleo do sujeito para verificar a
concordância. "A problemática divisão da Itália em principados, ( ... ),
fizeram ... " Ops, houve um erro aí. Se o núcleo é "divisão", o verbo
deverá ser conjugado na 3 a pessoa do singular - "A problemática
divisão ( ... ) fez ... ".
12
lEI\!! D(l':i~(;i(;IOS
i'iUJIEIISSOi'1"í\" '.L"V
Em seguida, devemos organizar a oração na ordem direta para
analisar a concordância (foi feita, também, a substituição do pronome
relativo por seu antecedente):
"Aqueles que se preocupam com o poder espelha-se nos
fundamentos da ciência política.".
Perceba que há uma desarmonia entre o núcleo do sujeito (Aqueles)
e o verbo (espelhar-se), devendo este se flexionar no plural:
"Aqueles ( ... ) espelham-se ... ".
(C) Este é o gabarito da questão. Na ordem direta, a primeira oração
é "A (qualidade) da virtude integrava as qualidades morais". O
adjetivo "tomada" retoma o mesmo substantivo (a virtude). O verbo
"inserir", na 3 a pessoa do plural, indica um sujeito indeterminado -
os que inseriam a virtude em um plano de valores não são
apresentados, pois o autor os indica de modo genérico.
(D) "Todas as acepções de virtude ( ... ) compunha-se ( ... ) e
estendia-se à esfera da política ( ... ).". Note que os verbos "compor"
e "estender", ambos usados em construções passivas pronominais,
estão em discordância com o núcleo do sujeito (plural). Para corrigir
o período, é necessário flexionar ambos os verbos: "Todas as
acepções ( ... ) compunham-se ( ... ) e estendiam-se à esfera da
po II'tOIca ....
"
(E) Pergunta-se: o que nunca faltou aos "príncipes" de ontem, de
hoje e de sempre? Resposta: ambição. Assim, o verbo deve ficar na
3 a pessoa do singular - "Nunca faltou ( ... ) a ambição desmedida
pelo poder e pela glória pessoal". Em seguida, mais uma vez, a
banca abordou o verbo "caber", explorando sua flexão com um
sujeito oracional. Já sabemos que o verbo deverá ficar no singular -
"". mas coube a poucos discernir as sutilezas da política ... ".
13
(D) Se coubessem a todos os cidadãos promover em conjunto o
planejamento de suas vidas, exerceria o Mercado o papel que o
Estado lhe delegou?
(E) Ainda que se vejam as fogueiras e se ouçam os gritos dos
manifestantes, não há sinais de medidas que levem à solução da
crise social que a tantos vitima.
Gabarito: E
Comentário.
(A) O verbo incendiar, na construção, é transitivo direto e foi
apresentado na forma passiva, sendo o sujeito representado por
"mais carros". Por isso, deve se flexionar o verbo no plural: "Mesmo
que não se incendeiem mais carros... ".
Outro deslize de concordância foi na flexão do verbo "querer" em " ...
já estão dados a quem os queiram ver e ouvir". O sujeito do verbo é
o pronome indefinido "quem", que leva o verbo para a 3 a pessoa do
singular. O que pode influenciar nessa indevida flexão é a
proximidade do pronome oblíquo "os" (referente a "recados").
Vamos, então, substituir o pronome oblíquo pelo substantivo
correspondente e confirmar a concordância verbal: " .. .os recados (...)
já estão dados a quem queira ver e ouvir os recados.".
(B) O que não abre novos caminhos? Resposta: 'Incendiar tantos
automóveis nas ruas' - sujeito oracional exige o verbo na 3 a
pessoa do singular - "Incendiar tantos automóveis nas ruas não abre
novos caminhos.".
(C) Essa opção exigia bastante atenção. Quem se expôs em sua
fraqueza e em sua subserviência? Resposta: "O Estado". Assim, a
forma nominal de infinitivo deve ser empregada no singular - "Ao se
expor em sua fraqueza (...), vê-se quão reduzido se encontra o
Estado. fI.
14
com o núcleo (desafios). Essa construção equivale a: "Três grandes
desafios devem ser enfrentados. "
As duas formas estão corretas, mudando somente a análise que se
faz dos elementos frasais.
Esse tipo de construção é possível com os verbos PODER e DEVER.
Um outro exemplo:
1 - Deve-se manter os animais nas jaulas - Deve-se [manter os
animais nas jaulas] - sujeito oracional = verbo na 3 a pessoa do
singular.
2 - Devem-se manter os animais nas jaulas. - Os animais devem
ser mantidos nas jaulas. - construção de voz passiva = verbo
auxiliar concorda com o núcleo do sujeito: animais.
São formas igualmente válidas, cada uma com uma análise sintática
diferente.
Gabarito: D
Comentário.
O erro da opção (D) está exatamente na indevida flexão verbal do
verbo "dever".
16
[, l\~ EX I,' I'U:tCJlOS
PROfISSORffl, CLAUDIA I'{OllLOWSKI
Gabarito: E
Comentário.
Mencionamos anteriormente que uma das possibilidades de análise
da construção "DEVER + SE + INFINITIVO" seria como locução verbal
de voz passiva pronominal (sintética). Se o sujeito paciente estiver
no plural, o verbo auxiliar deverá ser flexionado.
Nessa questão, o que a banca propõe é a forma de voz passiva
analítica em uma construção idêntica.
O sujeito, no caso, é "as aparência enganosas de exatidão".
O verbo auxiliar é "dever". Assim, na voz passiva analítica, a
construção adequada seria: "Devem ser evitadas as aparências
enganosas de exatidão.".
17
(6) Mesmo que não ...... (TER) havido outras razões, bastaria a do
desemprego generalizado para motivar esses duros protestos.
(C) Ainda ...... (DEVER) ocorrer nas periferias das grandes cidades, a
despeito das medidas repressivas, muita contestação violenta por
parte dos desempregados.
(D) A toda e qualquer medida violenta que se ...... (VIR) a tomar
contra os jovens, reagirão estes com força proporcional.
(E) Uma política séria de distribuição de renda é uma providência
com a qual ...... (PRECISAR) preocupar-se os responsáveis pelo
Estado e pelo mercado.
Gabarito: E
Comentário.
(A) A concordância do verbo da lacuna deve ser feita com "o que"
(expressão composta pelo pronome demonstrativo "o" e pronome
relativo "que", equivalente a "aquilo que"). Assim, o verbo é
conjugado na 3 a pessoa do singular, independentemente do número
(singular ou plural) do elemento que vem após o verbo "ser" - "O
que se seque (.. .) são as manifestações violentas... ". O verbo
que preenche a lacuna fica no singular, pois.
Além da concordância com a expressão "o que", um dos casos de
concordância mais especiais, e que merece o nosso comentário, é
com o verbo ser C'... são as manifestações... 'I).
Por estabelecer uma relação entre o sujeito e o seu predicativo, a
concordância pode se dar tanto com o primeiro (Tudo é flores.)
quanto com o segundo elemento (Tudo são flores.).
Há, contudo, algumas regras que prevalecem sobre essa faculdade.
Qualquer que seja a sua função sintática (sujeito ou predicativo),
prevalece a concordância com o elemento que estiver representado
por:
la - um pronome pessoal reto: "Todo eu era olhos e coração.
(Machado de Assis)";
2a - uma pessoa, em detrimento de outro que seja uma "coisa"
(substantivo, pronome substantivo, oração substantiva): "Ovídio é
muitos poetas ao mesmo tempo, e todos excelentes." (A.F.Castilho).
Havendo elementos personativos (representam pessoas) em ambas
as funções, a concordância é facultativa com o sujeito ou com o
predicado, a não ser que em um deles haja um pronome pessoal,
caso em que prevalece a concordância com este elemento (cai na la
regra de prevalência).
18
Quando os dois elementos (do sujeito e do predicativo) forem
"coisas" (substantivos, pronomes substantivos, orações
substantivas), a concordância é facultativa, dando-se preferência à
concordância com o elemento no plural:
"Na vida, nem tudo são flores.", "O resto são atributos sem
importância. "
Essa última regra apresenta a justificativa para a flexão no plural do
verbo "ser" na questão. Ele concorda com o predicativo do sujeito por
estar no plural - concordância preferencial.
(B) Assim como no item (B) da questão 6, o verbo haver forma uma
locução verbal com o verbo ter (tem havido) e, por ser impessoal,
mantém o verbo auxiliar no singular - "Mesmo que não tenha
havido outras razões...ft.
(E) Parece que o assunto dessa questão foi mesmo locuções verbais.
Dessa vez, o verbo "precisar" é o auxiliar modal do verbo "preocupar-
se" - pronominal e reflexivo. Na ordem direta, feita a devida
substituição, a construção seria: "Os responsáveis pelo Estado e pelo
mercado precis... preocupar-se com a política de distribuição de
renda.". Note que o núcleo do sujeito é responsáveis. Assim, o
verbo auxiliar irá também para o plural - precisam preocupar-se.
Essa foi a resposta correta.
A respeito da colocação pronominal, não trataremos desse assunto
nessa aula. Teremos uma aula todinha dedicada ao valor, uso e
colocação dos pronomes.
19
1'11
I"IUH:!E~;;SORA <:LAI,mVl !{OZLOWSKI
Gabarito: A
Comentário.
O examinador deseja saber em qual das opções ambos os verbos são
empregados no plural. Vamos à análise de cada uma delas.
(A) Verbo desprezar é transitivo direto, apresenta idéia passiva e
está acompanhado do pronome "se" (apassivador). Resultado? Verbo
no mesmo número do sujeito paciente - os atores. "Já que se
desprezam os atores... ". Na seqüência, o verbo corrigir, transitivo
'direto, com idéia passiva e pronome apassivador. Qual é o sujeito
paciente? "as mentiras da vida de cada um", cujo núcleo é
mentiras. Resultado? Verbo no plural também - "não se corrigem
as mentiras ... ". É essa a resposta correta!
(B) O que se impõe a esses eleitores? Resposta: "Admitir os
preconceitos ... ". Sujeito oracional leva o verbo para a 3 a pessoa do
singular - "A esses eleitores impõe-se admitir os preconceitos... ".
Em seguida, o pronome relativo "que" se refere ao substantivo
"preconceitos". Contudo, devemos analisar qual o elemento que
exerce a função de sujeito do verbo "nutrir": " ... os preconceitos de
que se nutr... seu julgamento". O sujeito é julgamento - ele (o
julgamento) é nutrido dos (alimentado pelos) preconceitos. Assim, o
verbo, que faz parte da construção passiva, deve com "julgamento"
concordar - "... de que se nutre seu julgamento. ". Os dois verbos,
portanto, devem ser empregados no singular.
(C) Quando o pronome indefinido "nenhum" estiver acompanhado de
substantivo no plural, o verbo deverá permanecer na 3 a pessoa do
singular. Assim, o verbo auxiliar da locução formada por "deixar de
20
I,I~ E)~:I))U:[CIOS
PROII:SliOlli, CUUmIA 1"~U.I".U1J\f:;;''''
21
15 - (TCE SP - Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro
2005)
Uma das contribuições desse tratado foi o desloCiJmento do conceito
de virtude, que Maquiavel passa a compreender não mais em seu
sentido moral, mas como discernimento político.
No contexto da frase acima, julgue a seguinte proposição.
(D) seria preferível a utilização da forma plural foram, em
atendimento à expressão Uma das contribuições.
Item INCORRETO
Comentário.
Em construções como "um dos ( ... ) que", a concordância pode ser
feita com o numeral "um", permanecendo o verbo no singular, ou
com o complemento, caso em que vai para o plural. Essa faculdade
permite que se dê ênfase ao elemento individual (singular) ou aos
elementos que compõem o grupo (plural). Assim, não está correta a
afirmação de que a forma plural do verbo é preferível, já que as
duas estariam igualmente corretas.
Observe como a FCC abordou mais uma vez esse assunto.
Item CORRETO
Comentário.
Conforme mencionamos na questão anterior, as duas formas verbais
- no singular ou no plural - estariam igualmente corretas.
Essa questão nos lembra de outra, que trata, dentre outras coisas, de
concordância com termos partitivos.
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17 - (TRT 24 a Região - Técnico Judiciário / Março 2006)
A concordância está correta na frase:
(A) Alguns proprietários, que perceberam o potencial turístico da
região, investiram em projetos voltados para atividades que não
prejudiquem o meio ambiente.
(B) As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central
representa um paraíso que não foram feitas para o turismo de
massas de visitantes.
(C) As visitas a algum santuário ecológico deve ser agendado com
antecedência e feito em pequenos grupos de turistas, monitorados
por guias treinados.
(D) Romarias religiosas e festas folclóricas serve como atração a
grande parte de turistas, que deseja visitar a região Centro-Oeste do
Brasil.
(E) O potencial turístico da região central do país abrangem
atividades variadas, que justifica os novos e múltiplos investimentos
no setor.
Gabarito: A
Comentário.
Não há muito o que comentar em relação à opção A (correta). Vamos
analisar as incorreções das demais.
(B) O núcleo do sujeito é maravilhas. Deve, pois, o verbo concordar
com ele - representam (caso clássico). Em seguida, o pronome
relativo "que" tem por antecedente o substantivo "paraíso", com o
qual o verbo e o adjetivo (foram feitas) da oração adjetiva devem
estar em harmonia - "As maravilhas da geologia, da fauna e da flora
do Brasil Central representam um paraíso que não foi feito para o
turismo de massa de visitantes".
(C) Novamente, há deslize de concordância, tanto verbal quanto
nominal, no período. "As visitas [núcleo] a algum santuário
ecológico devem ser agendadas com antecedência e feitas em
pequenos grupos de turistas, monitorados [os grupos - correta
construção] por guias treinados.".
(D) Vimos inúmeras vezes nessa aula que a concordância se faz com
o núcleo do sujeito.
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No caso de sujeito simples, há apenas um núcleo.
No caso de sujeito composto, há mais de um núcleo.
Quando a oração está na ordem DIRETA, ou seja, na forma de
SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO, o verbo deverá
OBRIGATORIAMENTE fazer a concordância gramatical, isto é,
concordar com o(s) núcleo(s), uma vez que eles já foram
apresentados.
Se a oração estiver em ordem INVERSA, com o sujeito composto
após o verbo (VERBO + NÚCLEO DO SUJEITO 1 + NÚCLEO DO
SUJEITO 2), a concordância poderá ser, FACULTATIVAMENTE,
gramatical (com todos os elementos) ou atrativa, concordando, nesse
caso, com o núcleo mais próximo.
Exemplo:
Nas estações de trem, fica difícil a entrada e a saída das
composições nos horários de maior movimento. (concordância
atrativa)
Nas estações de trem, ficam difíceis a entrada e a saída das
composições nos horários de maior movimento. (concordância
gramatical) .
Neste item, temos um sujeito composto anteposto ao verbo. Por isso,
a única forma possível de concordância é a gramatical - o verbo irá
para o plural: "Romarias religiosas (NÚCLEO 1) e festas folclóricas
(NÚCLEO 2) SERVEM como atração (...)".
Este item também nos serve para tratarmos da concordância com
termos partitivos, empregada corretamente aqui.
Em " ... a grande parte de turistas, que deseja visitar a região ... ", a
concordância pode se dar com o núcleo do conjunto, parte, ou com o
complemento, turistas. O verbo, portanto, poderia,
facultativamente, ficar no singular ou no plural - "grande parte de
turistas, que deseja / desejam visitar a região ... ".
Vejamos o que consta do texto original do Manual de Redação da
Presidência da República:
"Expressões de sentido quantitativo (grande número de, grande
quantidade de, parte de, grande parte de, a maioria de, a maior parte
de, etc), também chamadas de termos partitivos, por indicar parte de
um todo, acompanhadas de complemento no plural, admitem
concordância verbal no singular, estabelecendo a concordância com o
núcleo do conjunto - concordância gramatical ou lógica, ou no plural,
concordando com o complemento - concordância atrativa ou
ideológica:
'A maioria dos condenados acabou (ou acabaram) por confessar
sua culpa.'
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'Um grande número de Estados aprovaram (ou aprovou) a
Resolução da ONU,'
'Metade dos Deputados repudiou (ou repudiaram) as
medidas.',"
(E) Finalmente, temos um deslize "padrão" - "O potencial turístico
da região central do país abrange atividades variadas que ... " - e o
antecedente do pronome relativo (atividades) leva o verbo ao plural
- "... atividades variadas que justificam os novos e múltiplos
investimentos no setor".
Item INCORRETO
Comentário.
Como acabamos de (re)ver, o sujeito composto anteposto ao verbo
exige a concordância gramatical - "O direito das pessoas e o direito
da sociedade não podem ficar interferindo um sobre o outro".
Gabarito: E
Comentário.
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Essa questão trata de um assunto bastante polêmico, mas nos serve
para verificar o posicionamento da banca sobre o tema. O
examinador pede que seja indicada a construção que deveria
[obrigatoriedade] apresentar o verbo no singular para preencher
corretamente a frase.
Sobre a construção apresentada no item (A), há o seguinte
ensinamento:
"Se o sujeito composto tem os seus núcleos ligados por série aditiva
enfática ( ... ), o verbo concorda com o mais próximo ou vai ao plural
(o que é mais comum quando o verbo vem antes do
sujeito)".(Evanildo Bechara)
Por série aditiva enfática entendemos todas as expressões que
enumerem elementos de mesma função sintática, no caso, sujeito,
com o mesmo sentido da conjunção aditiva 'e': não só... mas
também; não só ... como, tanto ... comojquanto (EM CONSTRUÇÕES
COMO A APRESENTADA).
Sobre esse ponto do assunto, contudo, há divergência doutrinária.
Enquanto o mestre Evanildo Bechara, como vimos, faculta a flexão
verbal, Celso Cunha e Lindley Cintra (obra citada) destacam que, se
não houver pausa entre os sujeitos (e, portanto, não houver vírgula),
o verbo irá para o plural:
"Qualquer se persuadirá de que não só a nação mas também o
príncipe estariam pobres. "
Na construção apresentada, há dois elementos que estão ligados pelo
conectivo "Tanto ... quanto" e não há pausa (vírgula) entre eles.
A partir dessa questão, temos que a banca examinadora da Fundação
Carlos Chagas segue a lição de Celso Cunha e Lindley Cintra e
considera que a flexão verbal no plural é obrigatória nesse caso
(essa opção não foi a resposta da questão): "Tanto a liberdade de
imprensa quanto o direito à informação estão sob a proteção da
nossa lei maior. ".
(B) O verbo "ocorrer" deve concordar com o sujeito "alguns
sobressaltos", flexionando-se no plural - "Ainda que ocorram (. ..)
alguns sobressaltos... ".
(C) O verbo "sanar", transitivo direto e em construção passiva
pronominal, deve ir para o plural, em concordância com o sujeito
paciente males: "Nunca se sanam os males acarretados pela falta
de liberdade. ".
(D) Dessa vez, o verbo "haver" não é principal. Ele é o verbo auxiliar
de uma locução verbal. Então, analisaremos o verbo "merecer" , que
irá "ditar as regras" da concordância. O que "merece" a confiança do
leitor? Resposta: os jornalistas que se mantiverem
independentes. Então, o verbo auxiliar "haver" será flexionado no
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plural - "Somente hão de merecer a confiança do leitor os
jornalistas que se mantiverem independentes".
(E) Ah ... essa construção você já deve estar careca de conhecer - o
verbo "caber" (de novo!!!). Com o sujeito oracional, ele fica no
singular - " Também aos leitores cabe vigiar o cumprimento da
liberdade de imprensa. ".
Gabarito: B
Comentário.
Nesta opção, temos um caso de concordância com número
percentual. Observemos que há dois elementos com os quais o verbo
poderá se harmonizar - o numeral (25%) e o complemento (cujo
núcleo é vegetação). Assim, as duas possibilidades de flexão verbal
são:
- "25% da vegetação original da Mata Atlântica restam ... "(numeral
maior do que 1 - verbo no plural); ou
- "25% da vegetação original da Mata Atlântica resta ... "
(complemento no singular).
Caso o número percentual venha acompanhado de determinante
(pronomes, artigos, adjetivos), a flexão passa a ser com o numeral -
"Os 25% da vegetação se encontram devastados ... ".
Esse mesmo tratamento recebe construções com números
fracionários (concorda com o numerador ou com o complemento -
"Dois quintos da turma saíram-se / saiu-se bem na prova), com
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expressões partitivas (maioria de, grande parte de, etc.) objeto de
comentário na questão 17.
Estão incorretas as demais opções pelos motivos a seguir expostos:
(A) Caso clássico - o verbo não segue o número do sujeito -
"Grandes áreas de floresta foram desmatadas... fi.
(C) "A construção de hidrelétricas também é uma ameaça aos rios
[caso clássico] porque a barragem e as obras complementares
[sujeito composto anteposto ao verbo obriga a concordância
gramatical] podem inundar áreas da mata nativa."
(D) Nesse ponto, falaremos sobre a concordância com a expressão "é
que".
Vamos à lição de Celso Cunha e Lindley Cintra, em Nova Gramática
do Português Contemporâneo:
"A locução é que é invariável e vem sempre colocada entre o sujeito
da oração e o verbo a que ele se refere. Assim: 'José é que
trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram do seu
esforço. '. fi
Perceba que a locução poderia ser retirada sem prejuízo para o
período: "José trabalhou, mas os irmãos se aproveitaram do
seu esforço.".
Por isso, é classificada como uma expressão denotativa de realce,
que tem a única função de destacar os termos que acompanha (no
caso, os substantivos José e irmãos, respectivamente).
E continuam os professores:
"É uma construção fixa, que não deve ser confundida com
outra semelhante, mas móvel, em que o verbo ser antecede o
sujeito e passa, naturalmente, a concordar com ele e a
harmonizar-se com o tempo dos outros verbos.
Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo:
'José é que trabalhou, mas foram os irmãos que se
aproveitaram do seu esforço. '
Ou este:
'Foi José que trabalhou, mas os irmãos é que se
aproveitaram do seu esforço. '. fi
Nesse último caso se enquadra a construção presente na opção (D) -
" ... porque são as árvores que mantêm o solo úmido e fértil". O
pronome relativo "que" se refere a "árvores", levando o verbo
"manter" para o plural.
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(E) Agora, veremos as possibilidades de concordância em predicado
nominal (verbo de ligação + predicativo do sujeito), em que
predicado está anteposto ao sujeito (inversão da ordem direta).
Nesse caso, o verbo e, conseqüentemente, o predicativo do sujeito
poderão concordar com o núcleo do sujeito mais próximo
(concordância atrativa) ou fazer a concordância gramatical (com
todos os núcleos).
Na construção "É apontado (. ..) a mineração, a necessária abertura
de estradas e a agropecuária", o sujeito composto é formado por três
núcleos, todos os três do gênero feminino - mineração, abertura e
agropecuária, sendo o mais próximo o substantivo mineração.
Assim, o adjetivo apontado está em desacordo com o substantivo
correlato, devendo figurar no masculino singular - apontada.
As duas possibilidades de concordância são: "São apontadas
(concordância gramatical) / É apontada (concordância atrativa) a
mineração, a necessária abertura de estradas e a agropecuária".
Gabarito: D
Comentário.
Nessa opção (D), vemos um caso de sujeito posposto ao predicado
nominal. São dois os núcleos do sujeito: citação e registro.
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Realizando a concordância gramatical, o verbo "estar" foi flexionado
no plural - "Estão entre as características do texto a citação de
alguns neologismos e o divertido registro de algumas situações ... ".
Uma outra possibilidade seria em concordância com o elemento mais
próximo: "Está entre as características do texto a citação de alguns
neologismos e o divertido registro de algumas situações".
As demais opções apresentam deslizes de concordância, quais sejam:
(A) O verbo "acrescentar" (transitivo direto e indireto), em
construção passiva, deve concordar com o sujeito - "as tribos dos
celuleiros, dos devedeiros etc." - em outras palavras, "essas tribos
serão acrescentadas à tribo dos micreiros". Assim, o verbo deve estar
no plural - "Se se acrescentarem à tribo dos micreiros as tribos
dos celuleiros, dos devedeiros ... ".
(6) O sujeito da locução verbal "vêm demonstrando" é "muita gente".
Assim, o verbo auxiliar deve ficar no singular - "Como se não
bastassem as dificuldades que muita gente vem demonstrando ... ".
Mais adiante, houve deslize de concordância nominal - o adjetivo
"proveniente" se refere a "novas aquisições", devendo com esse
substantivo concordar - " ... eis que novas aquisições se fazem
necessárias a cada momento, provenientes da tecnologia. ".
(C) Caso clássico - "A velocidade com que surgem palavras
relacionadas aos novos campos tecnológicos faz com que muitos
desanimem ... " - olha só a quantidade de elementos no plural que
separam "velocidade" do verbo "fazer" !!! Coitadinho do candidato
que não sublinhou o substantivo "velocidade", núcleo do sujeito e
elemento com o qual o verbo deveria concordar.
(E) Verbo "disseminar" (transitivo direto) com o pronome "se" - qual
o sujeito paciente, ou seja, o que é disseminado? "Alguns
preconceitos". Então, a construção correta seria "É costume que se
disseminem, sobretudo entre os mais velhos, alguns preconceitos
contra ... ".
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R~ii't'll fXI:l~C]Ci[OS
~~»Q{,OV:~~:SS(~i~,$% \\~"""""'
Gabarito: C
Comentário.
O que importa menos que a atitude de Hawking, para Umberto Eco?
Resposta: Suas correções teóricas. Assim, o núcleo do sujeito exige
que o verbo se flexione no plural: "... importam menos as correções
teóricas de Hawking que sua atitude mesma".
Os demais verbos são empregados no singular:
(A) Agora, temos clara a função da expressão "é que". Note que ela
não deverá se flexionar e pode ser retirada do texto sem prejuízo
gramatical - "É com episódios como esse que se pode dar aos jovens
alunos um exemplo de atitude científica."
A expressão só serve para destacar "com episódios como esse", o
que não aconteceria se fosse excluída a expressão denotativa de
realce.
(B) "Nenhuma, entre as formas de fundamentalismo, merece a
admiração e o respeito de Umberto Eco. 11 - sobre essa concordância,
já falamos - questão 14, opção (C).
(D) A construção passiva "basear-se" (= é baseada) tem como
sujeito paciente "a ciência moderna ", mantendo o verbo no singular -
"... os princípios em que se baseia a ciência moderna... ".
(E) Inúmeras vezes vimos que o sujeito oracional leva o verbo para a
3 a pessoa do singular. Essa opção é idêntica à questão 3, item (B).
"Quando urge desmentir hipóteses de fato injustificáveis, não deve
hesitar o cientista responsável. ".
31
(C) o estudioso considerou que certas manifestações da cultura
brasileira já não devia ser tida como exemplar do momento estético a
que ele se dedicava.
(D) Devem existir fortes razões que o façam defender essa
concepção, mas, não as conhecendo, tenho de aceitar-lhe os
argumentos, ou, então, devo tentar desqualificá-Ios.
(E) Qualquer que fossem os exemplos dos quais ele se utilizasse,
poderiam, certamente, serem refutados, pois sempre haverá
múltiplas perspectivas de enfoque de um objeto.
Gabarito: D
Comentário.
Já comentamos a diferença entre os verbos existir e haver. Como o
sujeito da locução verbal "dever + existir" tem como núcleo o
substantivo "razões", o verbo auxiliar será empregado no plural.
Esse mesmo substantivo é o referente do pronome relativo da oração
"que o façam defender', justificando, assim, a flexão verbal do verbo
"fazer". Em seguida, houve o adequado emprego do pronome
oblíquo "as" em referência ao mesmo substantivo. Por fim, cabe-nos
comentar o emprego do pronome oblíquo "lhe" em " ... tenho de
aceitar-lhe os argumentos".
Perceba que a construção poderia ser "tenho de aceitar os seus
argumentos". Contudo, o autor optou por substituir o pronome
possessivo seus pelo oblíquo lhe.
Compare essa estrutura com as seguintes:
- "Beijou-lhe o rosto" - o seu rosto;
- "Roubou-me a bolsa" - a minha bolsa.
Nessas orações, o pronome oblíquo está sendo usado com valor de
possessivo. Assim, esse pronome oblíquo, apesar de ligado ao verbo
(beijou-lhe / roubou-me / aceitar-lhe), tem valor possessivo e sua
função é a de adjunto adnominal (a mesma função que seria
exercida por um pronome possessivo - seu rosto / minha bolsa / seus
argumentos).
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gênero masculino e número plural - "... se observados novos
parâmetros de análise ... ". Por fim, houve uma impropriedade no
emprego do pronome oblíquo em " ... mas o pesquisador não o
dominava completamente". Podemos perceber que esse pronome faz
referência a "novos parâmetros de análise". Assim, o correto seria o
uso do pronome "os" - " ... mas o pesquisador não os dominava ... ".
(B) Caso clássico - "Talvez muitas das distintas facetas que o autor
descreveu não possam ser reconhecidas ... ".
(C) Novamente caso clássico de concordância - "O estudioso
considerou que certas manifestações da cultura brasileira já não
deviam ser tidas como exemplares... " - o adjetivo exemplar, por
estar ligado a "manifestações", deve com esse substantivo
concordar em gênero e número.
(E) O pronome indefinido "qualquer" é a unlca palavra da Língua
Portuguesa que sofre flexão dentro de si (se alguém conhecer outra,
por favor, me avise). Isso se justifica por sua formação - qual
(variável) + a 3 a pessoa do sing. do preso indo do v. querer - quer.
Como se refere ao substantivo "exemplos" deve com ele concordar
- "Quaisquer que fossem os exemplos... ". Em seguida, a separação
dos elementos que compõem uma locução verbal tenta disfarçar o
erro em sua flexão - " ... poderiam, certamente, serem refutados... ".
Eliminando o advérbio, teremos o "monstro": poderiam serem
refutados. Vimos que, neste caso, o segundo auxiliar (ser) não se
flexiona - somente o primeiro (poder): "poderiam ser refutados".
Gabarito: A
33
'k, ~j ,,: :,) I::~:: PI
RO,fESSOIlA f:LAUDJlA I(O::::LOWSKJl
Comentário.
Essa construção deixa clara a função sintática do que segue o verbo
haver - objeto direto. Por isso, o verbo se mantém no singular -
"Sempre haverá os que lucram ... ". O verbo "resultar" tem como
núcleo do sujeito "ônus" (resulta de quaisquer iniciativas), enquanto
que o verbo "carecer" apresenta como sujeito "as instituições
públicas" (carecem de confiabilidade).
Estão incorretas as seguintes opções:
(B) Caso clássico - "A crescente disseminação de instituições que
trabalham contra os interesses populares constitui um verdadeiro
flagelo dos tempos modernos." - a proximidade com elementos no
plural (instituições / interesses populares) pode acabar "mascarando"
o erro de concordância verbal.
(C) O verbo chamar, no sentido de tachar, atribuir um nome a algo, é
um verbo transobjetivo. Se você não lembrar o que isso significa,
dê uma olhada na Aula 1 - Verbos, questão 31, comentário à opção
(A). Esse verbo, além do objeto (direto ou indireto), exige um
complemento, que vem sob a forma de predicativo de objeto (que
pode estar antecedido ou não de preposição).
Eu chamei o rapaz (de) vagabundo.
A expressão "o rapaz" é o objeto direto do verbo "chamar". Mas não
basta que se apresente o objeto. É necessário, também, apresentar o
nome que a ele foi atribuído - "vagabundo".
O verbo "chamar", nesta acepção, pode ser tanto transitivo direto
quanto transitivo indireto. Aliás, é o único verbo transobjetivo que
admite objeto indireto:
Eu chamei ao rapaz (de) vagabundo.
Voltando à questão, o verbo chamar tem por complemento a
expressão "a um tipo de iniciativas que ... " - esse é o objeto indireto.
O predicativo, por sua vez, aquilo que a essas iniciativas se designou,
é "crime organizado" - predicativo do objeto indireto.
Em outras palavras, "Atribuir a um tipo de iniciativa (objeto
direto) o nome de "crime organizado" (predicativo do objeto)
é curioso".
Não poderia, portanto, haver uma voz passiva nessa construção,
pois, além de "chamar" está sendo usado em sentido genérico, não
apresentando, portanto, um sujeito, a construção também não
possui objeto direto - há somente objeto indireto ("a um tipo de
iniciativa que investem contra a ordem socia!") e predicativo do
objeto indireto ("crime organizado').
Então, qual a função desse "se" em "chamar-se"? Exclusivamente de
realce, assim como na construção - "Foi-se embora todo o meu
34
salário. ". Poderíamos omitir o pronome, sem prejuízo gramatical para
o período.
Então, a construção "chamar(-se) crime organizado a um tipo de
iniciativa ... '~ que não possui sujeito (é impessoal, pois está sendo
usada de modo genérico) e, com isso, não pode se flexionar, exerce a
função sintática de sujeito da oração principal "É curioso".
Você percebeu que houve alteração em "tipo de iniciativa". Não seria
adequado usar o substantivo no plural, uma vez que designa uma
espécie (forma genérica). Feita essa alteração, não há necessidade
de mudar a flexão do verbo da oração adjetiva " ... um tipo de
iniciativa que investe [a iniciativa], exatamente, contra a ordem
social. ".
(D) Olha o verbo "aprazer" aí. Falamos sobre esse bendito na Aula 1
- Verbo. O sujeito desse verbo é uma oração reduzida de infinitivo -
"Não aprouvessem aos homens criar instituições... ". Então, o verbo
não poderia se flexionar no plural - deve ser conjugado na 3a pessoa
do singular - "Não aprouvesse aos homens criar instituições... ".
Uma passagem que merece nosso comentário é a concordância em
" ...certamente viveríamos todos sob o signo da violência e da
barbárie. ".
Ora, "todos" é pronome indefinido que leva o verbo para a 3 a pessoa
do plural - "todos vivem". Quando o autor constrói o verbo na la
pessoa do plural, passa a se incluir em "todos", omitindo o pronome
"nós". A isso se dá o nome de silepse - é uma concordância
ideológica. Faz-se a concordância a partir da idéia, e não de acordo
com os aspectos gramaticais (que, a rigor, exigiriam o verbo na 3 a
pessoa). Como houve alteração de "pessoa" - da 3 a (eles) para a la
(nós), chama-se silepse de pessoa.
Também pode haver silepse de:
- gênero - "Vossa Senhoria (feminino) é muito educado (masculino)"
- a concordância mostra que a autoridade a quem se dirige é um
homem;
- número - "A criançada (singular) se diverte e brincam (plural) o
dia todo no parque" - apesar de possuir um sujeito singular, a idéia
de que o coletivo apresenta um número de "crianças" leva o segundo
verbo ao plural.
(E) Todo cuidado é pouco em construções que não mantêm a ordem
direta da oração. Nesse caso, o sujeito da locução verbal "tem
mostrado" é "as sucessivas civilizações". Isso fica explícito quando
invertemos a ordem apresentada: "Tudo o que as sucessivas
civilizações ... " - para que seja respeitada a concordância, o verbo
auxiliar deve ir para o plural - "... têm mostrado".
35
25 - (TRE MG - Analista Judiciário / Julho 2005)
As normas de concordância estão inteiramente respeitadas na frase:
(A) Deverão interessar ao plenário de cientistas, no pronunciamento
que Hawking se prepara para fazer, as correções sobre a teoria dos
buracos negros.
(B) Opõem-se às mais variadas formas de fundamentalismo todo e
qualquer método científico que admite a hipótese de sua própria
falibilidade.
(C) Os princípios que se deve ensinar aos jovens estudantes são
aqueles em que se supõem todo o dinamismo das verdades da
ciência.
(D) Não desanimam aos verdadeiros cientistas, nos passos de uma
teoria, um eventual tropeço na observação de um fato ou na
formulação de uma lei.
(E) Cabem aos cientistas sérios e honestos reformular suas teorias,
toda vez que encontrem nelas seja uma falha grave, seja um
pequeno deslize.
Gabarito: A
Comentário.
(A) O que deverá interessar ao plenário de cientistas? Resposta: "As
correções sobre a teoria dos buracos negros". Como o núcleo
está representado por um substantivo no plural (correções), a
locução verbal também deverá se flexionar da mesma forma -
"Deverão interessar".
Algumas pessoas poderiam imaginar um erro de pontuação a vírgula
que separa o verbo "fazer" de "as correções". Contudo, deve-se
observar que "fazer" faz parte da oração de natureza adverbial que
se encontra intercalada na oração principal ("no pronunciamento que
Hawking se prepara para fazer"). Essa opção está correta.
Comentamos, em nossa aula de verbos, que você deve tomar muito
cuidado também na concordância verbal dos derivados de ter, vir,
pôr e outros verbos cujas terminações sejam nasais, pois, nesses
casos, não há alteração fonética entre as formas de 3 a pessoa do
singular e do plural. Lembra-se disso? Pois é, temos agora bons
exemplos.
(B) O pronome "se" com o verbo "opor" tanto pode ser reflexivo
como apassivador (no primeiro, significaria "colocar-se em oposição a
algo" e, no segundo, "algo ser apresentado em oposição a outra
coisa") .
36
o sujeito apresenta como núcleo o substantivo "método", devendo,
pois, manter o verbo no singular - "Opõe-se às mais variadas
formas de fundamentalismo todo e qualquer método científico... ".
Como o verbo termina de forma nasal (-õe / -õem) e está próximo de
um elemento no plural (mais variadas formas), o candidato poderia
"não ver nem ouvir" o erro de concordância.
(C) Novamente, temos um verbo de terminação nasal - supor. Este
verbo está acompanhado do pronome "se" e apresenta idéia passiva,
além de possuir transitividade direta (Alguém supõe algo). O núcleo
do sujeito é dinamismo, levando o verbo para o singular - " ... que
se supõe todo o dinamismo das verdades da ciência. ".
Logo no início do parágrafo, também vemos uma das construções
"princípios se deve ensinar", que, já sabemos, está correta (deve-se
ensinar princípios).
(D) O verbo desanimar é transitivo DIRETO (Algo desanima
alguém). Contudo, nessa construção, houve a necessidade de se
empregar uma preposição antes do objeto direto para diferenciá-lo do
sujeito (objeto direto preposicionado), evitando, assim, uma possível
ambigüidade, dada a alteração da ordem direta (o sujeito está
posposto ao verbo). Assim, pergunta-se: o que não desanima os
verdadeiros cientistas? "Um eventual tropeço". Como o núcleo do
sujeito está no singular (tropeço), o verbo também segue esse
número - "Não desanima aos verdadeiros cientistas (. ..) um
eventual tropeço... ".
(E) Novamente, a banca explora o verbo "caber" (ninguém agüenta
mais, não é?). O que cabe aos cientistas sérios e honestos?
"Reformular suas teorias ... " - sujeito oracional leva o verbo para a
3a pessoa do singular: "Cabe aos cientistas ( ...) reformular suas
teorias... ".
37
EM R~:U::IOS p I ICr1\i5
c
Gabarito: E
Comentário.
(A) Caso clássico " conflitos que uma boa exposição dos
argumentos não possa resolver".
(B) "... as razões de cada candidato (...) acabam por se
dissolv.... " (???) - o verbo auxiliar "acabar", sem dúvida, deve ser
flexionado para concordar com o núcleo do sujeito - razões. Na
seqüência, vemos um caso de flexão do infinitivo. O sujeito do
infinitivo "dissolver" é o mesmo de "acabar" - razões. Como o
sujeito já foi apresentado, o verbo no infinitivo poderia se flexionar
ou não - "acabam por se dissolver" ou "acabam por se
dissolverem".
Note que a primeira forma apresenta um texto mais conciso, limpo,
do que a segunda, em que se flexionou o infinitivo. Vamos estudar,
agora, os casos em que o infinitivo pode, deve ou não pode nem deve
se flexionar.
INFINITIVO
O infinitivo é uma das três formas nominais do verbo, junto com o
gerúndio e o particípio.
O infinitivo pode ser IMPESSOAL (não se flexiona em número ou
pessoa) ou PESSOAL (possui sujeito e com ele pode concordar,
havendo, nesse caso, flexão de número e pessoa).
O infinitivo PESSOAL pode se flexionar ou não, a depender da
construção.
Flexionar quer dizer conjugar em todas as pessoas, por exemplo:
vender, venderes, vender, vendermos, venderem.
38
A eleição de 2006 será o momento de os eleitores decidirem por
uma renovação do Congresso Nacional.
O sujeito da primeira construção (eleição) não é o mesmo do da
forma infinitiva (eleitores).
2. Quando se deseja indicar o sujeito não expresso a partir da
desinência verbal:
Está na hora de irmos embora.
Observe que, se não houvesse a indicação pela desinência, não ficaria
claro quem deveria ir embora.
39
KOZLOWSKI
2 - Prefere-se a não-flexão:
a) quando o sujeito (plural) das duas orações for o mesmo:
Doenças desse tipo levam até cinco anos para ser /
serem tratadas.
Eles estão para ser / serem expulsos.
Saíram sem ser / serem percebidos.
Os pedidos levaram dez dias para ser / serem
analisados.
b) quando se tem um adjetivo antes da preposição:
São obras dignas de ser / serem imitadas.
Os alimentos estavam prontos para ser / serem
comercializados.
As presas pareciam fáceis de ser / serem apanhadas.
Apresentamos exercícios simples de ser / serem feitos.
40
['I'Vi ('X[:[U::ÍI:JIOS P I I(;i\li§'"S.I"
1:I::SI":;i:HI!~ ClAll[HA [(OZlOWSKI
Gabarito: D
Comentário.
Caso clássico de deslize de concordância nas opções (A), (B) e (E):
(A) "A diminuição das chuvas na Amazônia pode ser considerada
uma amostra... ".
(B) "O controle dos recursos hídricos é desafio para os
ambientalistas... ".
(E) "O desrespeito à natureza provoca o aparecimento de fenômenos
climáticos jamais imaginados, como mostram as cenas da estiagem
na Amazônia. ".
A opção (C) é uma ótima oportunidade de comentar o emprego da
expressão "em que pese".
Expressão equivalente a "a despeito de", "apesar de" e outras que
apresentam idéias opostas, a expressão "em que pese" pode ser
empregada em duas construções:
1) diretamente ligada ao substantivo, realizando, assim, a
concordância do verbo "pesar" com este. Exemplo:
"Em que pesem os argumentos contrários, ele aprovou a
idéia. "
A idéia, nesse caso, é "ainda que os argumentos contrários tenham
peso / tenham importância, ele aprovou a idéia".
Essa é a construção mais comum na linguagem cotidiana.
2) indiretamente, regendo a preposição "a" : "Em que pese aos
argumentos contrários, ele aprovou a idéia. "
Agora, tem-se em mente que "ainda que cause penar / prejuízo aos
argumentos contrários, ele aprovou a idéia". Essa é a construção
clássica, presente em diversos textos literários.
Na questão, não se fez nem uma coisa, nem outra. Para a correção
do período, poderíamos flexionar o verbo: "Em que pesem as
41
inúmeras tentativas" ou usar o acento indicativo de crase "Em que
pese às inúmeras tentativas... ".
Gabarito: D
Comentário.
(A) Caso clássico - "A timidez dos investidores promete um
caminho lento... ".
(B) O problema nesse item é de regência verbal, assunto a ser
tratado mais adiante. O verbo 'depender' é transitivo indireto e rege a
preposição "de" - " ... se disso depende o caminho da renda mista"
seria a forma correta da passagem.
42
(C) Erro de concordância nominal - falta de correspondência entre o
substantivo "forma" é o adjetivo "vultoso" - nRenda mista é uma
forma de investimentos que está sendo mais vultosa [de grande
vulto] em seus ganhos para o ambiente dos investidores. ".
(E) Erro na flexão verbal de uma locução - somente o verbo auxiliar
vai para o plural - n... os investimentos parecem sinalizar na
marcha dos investidores... ".
Sobre esse ponto, devemos lembrar as duas possibilidades de
concordância:
PARECER + INFINITIVO
1) Como na questão, uma locução verbal, em que o verbo auxiliar se
flexionada de acordo com o núcleo do sujeito - "Os investimentos
parecem sinalizar";
2) Em uma construção cujo verbo "parecer" é a própria oração
principal - Algo parece - enquanto que o restante (Algo) faz a função
sintática de sujeito - "Os investimentos parece sinalizarem". Nesse
caso, como o verbo "sinalizar" tem como sujeito "os investimentos",
deve se flexionar, enquanto que o verbo "parecer", por apresentar
um sujeito oracional reduzido de infinitivo, permanece na 3 a pessoa
do singular. Essa construção equivale a "Parece que os investimentos
sinalizam.", onde fica clara a forma necessária de concordância dos
verbos.
Gabarito: E
Comentário.
43
K02:LOWSIH:
Item INCORRETO
Comentário.
O que se faz necessário? Resposta: não apenas entender o
processo produtivo de bens e serviços, como também influir
na realização de objetivos definidos.
Vemos, aí, uma construção com sujeito composto, ligado por uma
série aditiva enfática (não apenas ... como também), que permite, em
função de estar após o verbo (sujeito posposto), a concordância
atrativa (com o elemento mais próximo) ou gramatical (com todos).
44
o primeiro elemento, na construção original, tem como núcleo um
verbo - entender (sujeito oracional), o que justifica a forma neutra
do verbo e do adjetivo (faz-se necessário).
Se substituirmos esse sujeito por "não apenas a compreensão do
processo", o núcleo do sujeito passaria a ser um substantivo feminino
(compreensão), o que obrigaria, no caso de concordância atrativa, o
verbo e o adjetivo a concordarem com ele - "faz-se necessária não
apenas a compreensão... ".
Portanto, está INCORRETA a afirmação de que não haveria variação
formal alguma decorrente dessa alteração .
.............................................................................
............................................................................. ..
Nesse trabalho, procuramos apresentar as possíveis formas de
exigência do conhecimento acerca das regras de sintaxe de
concordância.
Bom estudo a todos.
45
(D) Quem informou ao czar que também se caçam borboletas e
andorinhas talvez não suspeitasse que isso causaria reações de
espanto.
(E) Não costumam os chamados homens civiliz.ados considerarem
que a caça de borboletas e de andorinhas representem um ato de
selvageria.
46
(E) Poderão vir a faltar outros recursos naturais, se não os
pouparmos.
47
As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na
frase:
(A) Compreenda-se as lições de O Príncipe não como exercícios de
cinismo, mas como exemplos de análises a que não se devem furtar
toda gente interessada na lógica do poder, seja para exercê-lo, seja
para criticá-lo.
(S) A problemática divisão da Itália em principados, que tanto
preocupavam Maquiavel, fizeram com que ele se dedicasse à ciência
política, em cujos fundamentos espelha-se, até hoje, aqueles que se
preocupam com o poder.
(C) Integrava as qualidades morais a da virtude, tomada num sentido
essencialmente religioso, até que Maquiavel, recusando esse plano de
valores em que a inseriam, deslocou seu sentido para o campo da
política.
(D) Todas as acepções de virtude, até o momento em que surgiu
Maquiavel, compunha-se no campo da moral e da religião, e
estendia-se à esfera da política, como se tudo fosse essencialmente
um mesmo fenômeno.
(E) Nunca faltaram aos "príncipes" de ontem, de hoje e de sempre a
ambição desmedida pelo poder e pela glória pessoal, mas couberam a
poucos discernir as sutilezas da política, em que Maquiavel foi um
mestre.
48
10 - (Procurador AM / Fevereiro 2006)
Julgue a assertiva abaixo
(C) Quanto aos três grandes desafios que se deve enfrentar, o
economista ético deverá de compor algumas das contradições atuais,
entre elas garantir a manutenção do emprego ao par do avanço
tecnológico.
49
ilõ 1'11 fi> / I CiVil SH;f'
!>IIUn'!õS!'IilOl{til CttUll:lIA !'l~cl'.t,R,.V
50
(D) seria preferível a utilização da forma plural foram, em
atendimento à expressão Uma das contribuições.
51
<w U "C7 I' IV!
!P1~.tIH'SSOIIA ctAlUlHA I{O;i!:LOWSKI
52
aquisições se fazem necessárias a cada momento, proveniente da
tecnologia.
(C) A velocidade com que surgem palavras relacionadas aos novos
campos tecnológicos fazem com que muitos desanimem,
confessando-se inábeis para sua utilização.
(D) Estão entre as características do texto a citação de alguns
neologismos e o divertido registro de algumas situações em que
ocorreu ambivalência de sentido, testemunhadas pelo autor.
(E) É costume que se dissemine, sobretudo entre os mais velhos,
alguns preconceitos contra o universo dos mais jovens, contra o
vocabulário que entre estes se propagam com mais facilidade.
53
(D) Devem existir fortes razões que o façam defender essa
concepção, mas, não as conhecendo, tenho de aceitar-lhe os
argumentos, ou, então, devo tentar desqualificá-Ios.
(E) Qualquer que fossem os exemplos dos quais ele se utilizasse,
poderiam, certamente, serem refutados, pois sempre haverá
múltiplas perspectivas de enfoque de um objeto.
54
26 - (TRT 13 a Região - Analista Judiciário / Dezembro 2005)
Quanto à concordância verbal, a frase inteiramente correta é:
(A) Não costumam ocorrer, em reuniões de gente interessada na
discussão de um problema comum, conflitos que uma boa exposição
dos argumentos não possam resolver.
(B) Quando há desrespeito recíproco, as razões de cada candidato,
mesmo quando justas em si mesmas, acaba por se dissolverem em
meio às insolências e aos excessos.
(C) O maior dos paradoxos das eleições, de acordo com as
ponderações do autor, se verificariam nos caminhos nada
democráticos que se trilha para defender a democracia.
(D) Quando se torna acirrado, nos debates eleitorais, o ânimo dos
candidatos envolvidos, é muito difícil apurar de quem provém os
melhores argumentos.
(E) Insatisfeitos com o tom maniqueísta e autoritário de que se valem
os candidatos numa campanha, os eleitores franceses escolheram o
que lhes pareceu menos insolente.
56
30 - (Procurador AM / Fevereiro 2006)
Para o economista ético, faz-se necessário não apenas entender o
processo produtivo de bens e serviços, como também influir na
realização de objetivos definidos segundo um padrão eticamente
aceitável.
Analise a proposição abaixo, em relação ao texto.
(C) a expressão faz-se necessário não sofreria qualquer variação
formal caso viesse seguida de não apenas a compreensão do
processo.
57
()
()
SINTAXE DE REGÊNCIA E CRASE
Gabarito: C
Comentário.
Primeiramente cabe estabelecermos a distinção entre pronome
relativo e conjunção.
Como saber, afinal, se aquele "que" é uma conjunção ou um pronome
relativo "que"?
Vamos analisar a oração da opção (A). Para facilitar vamos substituir a
locução verbal pela forma simples do verbo principal.
Assim, supomos que o período fosse:
I "Avaliamos que seria melhor se você desistisse da eleicão."
Tudo o que se segue após o verbo avaliar poderia ser substituído pelo
pronome substantivo ISSO:
I "Avaliamos ISSO".
2
o sujeito da forma verbal (identificado pela desinência) está oculto:
"[Nós} avaliamos ISSO".
O pronome substantivo indefinido ISSO está exercendo a função
sintática de objeto direto de avaliar ("Avaliar ISSO"), a oração é
classificada como oracão subordinada substantiva objetiva direta.
Traduzindo o "gramatiquês":
- oração subordinada - porque exerce uma função sintática na
oração principal;
- substantiva - porque, como vimos, ela pode ocupar o lugar
de um substantivo ("avaliar o cumprimento'') ou de um
pronome substantivo ("avaliar ISSO");
- objetiva direta - porque ela exerce a função sintática de
objeto direto em relação à oração principal.
3
preposição deverá ser colocada antes do pronome relativo, substituto
do antecedente.
Para facilitar, vamos ao exemplo fornecido pela opção (B).
Podemos "desmembrar" o período composto em duas orações:
la - "A fonte fica no alto daquela encosta."
2 a - "A fonte saciará nossa sede."
Após a união das duas orações em um só período, a palavra "fonte",
que está repetida, será substituída pelo pronome relativo que:
I "A fonte que saciará nossa sede fica no alto daquela encosta."
Assim, a oração que não apresenta o pronome é chamada de oração
principal (a la oração do nosso exemplo), enquanto que a segunda,
por estar definindo o alcance da palavra "fonte" (não é qualquer fonte,
é a fonte que saciará a nossa sede), tem valor adjetivo (a oração
poderia ser substituída por um adjetivo, como "fonte dourada") e é
chamada de oração subordinada adjetiva restritiva.
Como a palavra "fonte", representada na oração adjetiva pelo
pronome relativo que, exerce a função de sujeito na 2 a oração C'A
fonte saciará nossa sede. "), não requer o emprego de nenhuma
preposição antes do pronome.
Vimos, portanto, que essa opção (B) não atende ao enunciado (na
lacuna, há apenas o pronome, sem preposição).
Imagine agora que a 2 a oração fosse outra:
la - "A fonte fica no alto daquela encosta."
2 a - "Eu me referi à fonte."
O novo período composto seria:
I A fonte ... que eu me referi fica no alto daquela encosta.
Note que, na segunda oração, a palavra "fonte" é precedida da
preposição "a" (contraída com o artigo formando "à": "Eu me referi
fonte") e exerce a função sintática de objeto indireto (Alguém se
ª
refere a alguma coisa).
Como, na oração subordinada adjetiva do período composto, essa
palavra é representada pelo pronome relativo que, a preposição "a"
deve anteceder o pronome: "A fonte I a que eu me referi I fica no
alto daquela encosta. "
4
Vejamos, agora, a construção apresentada na opção (C), tida como
correta:
I Há sonhos ...... é impossível se desviar, quando se pensa no futuro.
As três orações são:
la oração - Há sonhos
2 a oração - [sonhos] é impossível se desviar
3 a oração - quando se pensa no futuro (oração adverbial, que não nos
interessa para a análise da regência verbal)
5
o verbo devanear, na acepção de "deixar-se ir em pensamentos
vagos" é intransitivo (sem complemento) ou transitivo direto, com a
preposição "em". Como há complemento ("momentos"), devemos
empregar esta última forma na oração ("Devaneamos em todos os
momentos"). Quando é formado um único período para as duas
orações, a preposição "em" deve anteceder o pronome relativo "que",
substituto da palavra "momentos":
"Todos os momentos em que devaneamos ficaram impressos na
minha memória. "
(E) O verbo ater-se (pronominal) é transitivo indireto, regendo a
preposlçao "a"; "Alguém se atém -ª alguma coisa" (olhe a
acentuação!). Na lacuna, emprega-se um pronome relativo que tem
por referente a palavra "livros". A oração subordinada adjetiva, antes
da substituição pelo pronome e na ordem direta, seria: "[Eu] me ative
aos livros".
Assim, a preposição "a" deve anteceder o pronome relativo "que":
"Dos livros a que me ative nos últimos dias, apenas dois têm grande
valor. ".
Em tempo e antes que alguém comece a se perguntar: "Dos livros",
que introduz o período, pertence à oração principal: "Apenas dois dos
livros [a que me ative nos últimos dias] têm grande valor."
7
Observe que "obra basilar" tem valor adjetivo (atribui uma qualidade)
em relação a "tratado", e com ele não se confunde.
O predicativo do objeto é uma função necessária à compreensão. Não
haveria nexo se este elemento faltasse ao período: "Maquiavel tornou
o tratado ... " - a pergunta provavelmente seria: tornou o tratado o
quê? O elemento que completa essa oração exerce a função de
predicativo do objeto.
Como o objeto direto não requer preposição, na segunda lacuna há
somente o pronome relativo: "no tratado que Maquiavel tornou uma
obra basilar".
Lacunas: que I que
(C) "Muita gente costuma cultuar alguma coisa" - o verbo cultuar
(principal da locução) é transitivo direto. Assim, na primeira lacuna, há
apenas o pronome relativo que se refere a "valores abstratos": "Os
valores abstratos que muita gente costuma cultuar... ".
No segundo período, o verbo valer-se exige complemento indireto
com a preposição "de" (Alguém pode se valer de alguma coisa). Essa
preposição irá anteceder o pronome relativo: "qualquer aplicação de
que pudesse se valer na análise da política. ".
Lacunas: que I de que
(D) O verbo utilizar é transitivo direto - "muitos utilizam o adjetivo
maquiavélico". Não há necessidade de se empregar preposição
alguma - "O adjetivo 'maquiavélico~ que muitos utilizam para
denegrir o caráter de alguém... ",
Na seqüência, o verbo discordar (verbo principal da locução verbal) é
transitivo indireto, com a preposição "de" (Alguém discorda de alguma
coisa). Observe que a oração está na ordem invertida: "os cientistas
políticos" é sujeito: "... ganhou uma acepção de que costumam
discordar os cientistas políticos. " (equivalente a "os cientistas políticos
costumam discordar da acepção").
Lacunas: que I de que
(E) Alguém se entrega a alguma coisa - o verbo entregar-se
(pronominal) é transitivo indireto com a preposição "a". Esta
preposição deve anteceder o pronome relativo que substitui "a leitura
de O Príncipe": "A leitura de O Príncipe, a que muita gente até hoje
se entrega... ".
Na seqüência, temos um caso de regência nominal - o adjetivo
"envolvidos" exige a preposição "em" (Alguém se sente envolvido em
alguma situação). Esse complemento nominal já está representado por
8
"na lógica da política". Já o pronome relativo exerce a função de
sujeito da oração subordinada adjetiva e se refere a "todos": "todos
se sintam envolvidos na lógica da política". A construção seria: "
interessa a todos que se sintam envolvidos na lógica da política".
Lacunas: a que / que
3 - (TRE MG - Analista Judiciário / Julho 2005)
Para entender o de que vou aqui tratar não é necessário saber o que
são os buracos negros.
A frase acima permanecerá correta caso se substitua o elemento
sublinhado por
(A) o de que aqui me referirei.
(B) aquilo que irei aludir.
(C) o que aqui me reportarei.
(D) àquilo de que aqui exporei.
(E) o de que aqui me ocuparei.
Gabarito: E
Comentário.
Pode parecer estranha num primeiro momento, mas está perfeita a
construção "Para entender o de que vou tratar". Alguém entende
alguma coisa. O objeto direto do verbo "entender" é o pronome
demonstrativo "o". Para ter certeza de que esse "o" é mesmo um
pronome demonstrativo, tente trocá-lo por "aquele" (outro
demonstrativo): "Para entender aquilo de que vou tratar". Deu certo!
Então é demonstrativo mesmo. Só para lembrar, esse "o" não poderia
ser de maneira alguma um artigo definido (costumo brincar dizendo
que "artigo" é como ARROZ - só serve para acompanhar. Ele só pode
ser usado ao lado de um substantivo ou pronome substantivo,
implícito ou explícito: O meu carro é mais bonito que o seu [carro}.).
De volta à questão, vimos que "o" é objeto direto de "entender". O
pronome relativo "que", acompanhado da preposição "de" (exigida
pelo verbo "tratar"), se refere a esse pronome demonstrativo. Por isso,
coloquialmente, ocorre essa contração - "Para entender do que vou
tratar".
O que o examinador busca nessa questão é saber em qual das
construções apresentadas também está correto o emprego do
pronome relativo.
9
- QUESTÕES
Gabarito: E
Comentário.
O que será analisado, a partir dessa questão, é a transitividade do
verbo, que, como vimos, se refere à regência do verbo em
determinada construção.
10
o verbo dizer, na estrutura oracional apresentada, é transitivo
direto e indireto (objeto direto: "que também se caçam borboletas e
andorinhas" e objeto indireto: "lhe").
Vamos analisar a transitividade de cada um dos verbos apresentados
nas opções:
(A) transitivo direto ("fez uma viagem de exploracão à América do sur
- objeto direto sublinhado);
(B) transitivo direto (objeto direto oracional sublinhado: sabem reduzir
a cabeca de um morto);
(C) transitivo indireto (objeto indireto regido pela preposição "a":
"uma dessas operações");
(D) transitivo direto (objeto direto: "contas a acertar");
(E) transitivo direto e indireto (GABARITO) - objeto direto: "nenhum
mar; objeto indireto "me".
Aproveitamos para lembrar que os pronomes oblíquos me, te, se, nos
e vos podem atuar tanto como objetos diretos quanto como objetos
indiretos.
Para a análise, não vai adiantar nada trocar o "me" pelo "a mim", ou o
"nos" pelo "a nós". Esses pronomes oblíquos (mim, ti, ele, ela, nós,
vós, eles, elas) devem estar sempre acompanhados de preposição.
Você estaria trocando seis por meia dúzia.
A melhor forma é trocar o 'pronome' pelo 'nome' (substantivo). Assim,
no exemplo: "Ele não me fez mar - no lugar do pronome ("me")
devemos usar um substantivo - "menino": "Ele não fez mal ao
menino". Ficou clara a necessidade da preposição antes do nome.
Assim, o pronome "me" é mesmo o objeto indireto da construção.
11
~'M ICMS"S~» .~ Q~Jf.~"T'Of.S
PR:t:#W'í"SSORg~ CUUIOIA !{OZLOillfSKI
Gabarito: C
Comentário.
O verbo ter, na construção, é transitivo direto (objeto direto é "um
sistema de braços flutuantes").
Vamos verificar a transitividade dos demais verbos:
(A) intransitivo - A expressão "na Amazônia" apresenta valor
circunstancial de lugar - é um advérbio e, portanto, exerce a função
sintática de adjunto adverbial.
(B) intransitivo - O mesmo ocorre com a expressão adverbial "no
início do século XX", que apresenta um valor circunstancial de
tempo/momento.
(C) transitivo direto - O objeto direto é "o impacto sobre o ambiente".
ESSA É A RESPOSTA CERTA!
(D) transitivo indireto - Esse é um emprego clássico de sujeito
indeterminado. Como vimos na aula sobre concordância, o sujeito
indeterminado se constrói de duas formas: com verbos transitivos
indiretos, intransitivos ou de ligação, na 3 a pessoa do singular
acompanhado do índice de indeterminação do sujeito "se"; com verbos
de qualquer transitividade, na 3 a pessoa do plural (sem o pronome).
Foi apresentada a primeira forma: "que se trata de variacões médias
ao longo de três décadas" (objeto indireto sublinhado).
(E) Essa foi a opção mais difícil. O verbo tornar, na construção
apresentada, além do objeto direto (representado pelo pronome "se"),
exige também um outro complemento - o predicativo do objeto direto:
"mais relativa". Esse é um verbo transobjetivo, que requer dois
complementos - objeto direto e predicativo do objeto direto.
12
(D) Jamais acreditei em observação direta...
(E) Não se pode conhecer nada num minuto...
Gabarito: E
Comentário.
Novamente, foi exigida a transitividade do verbo ter, que, na
estrutura, é direta.
Os demais verbos têm a seguinte transitividade:
(A) acontecer - intransitivo
(B) O verbo agradecer é, na oração, transitivo indireto (objeto
indireto: "lhe").
Esse é um verbo especial que merece alguns comentários. Constrói-se
com objeto direto para coisa e indireto para pessoa (Agradeço a Deus
[0.1.] sua salvacão [0.0].). Também ocorre a sintaxe agradecer-lhe
por algo, por causa da significação "motivo ou causa" (verbo + objeto
indireto + adjunto adverbial de causa).
Na questão, foi dispensado o objeto direto, mantendo-se, somente, o
indireto ("lhe").
(C) ser - verbo de ligação.
(D) acreditar - transitivo indireto, com a preposição "em".
(E) Esse foi o gabarito. O verbo conhecer é transitivo direto (Alguém
conhece alguma coisa). Note que a estrutura apresentada possibilita
duas análises:
1 - Não se pode conhecer nada - o sintagma sublinhado é o sujeito
oracional do verbo "poder" - o verbo poder, na oração, é transitivo
direto e está construído em voz passiva ("não se pode isso");
2 - Não se pode conhecer nada - "nada" é o sujeito da locução verbal
pode conhecer. O verbo principal (conhecer) é transitivo direto,
condição necessária para a construção de voz passiva. Como o que
está em questão é a transitividade do verbo, ainda que seja essa a
análise sintática, permanece correta a opção.
Mais sobre isso, veja no comentário à questão 10 da Aula 2 -
Concordância.
13
o Conselho Nacional de Justiça precisará de segmentos setoriais... (10
parágrafo)
O mesmo tipo de complemento exigido pelo verbo grifado acima está
na frase:
(A) tornando-a mais rápida ...
(B) limita a liberdade dos juízes...
(C) e pode permitir a influência do Executivo...
(D) .,. se a aplicação for restrita a matérias tributárias .
(E) ... mas valem apenas para os advogados privados .
Gabarito: E
Comentário.
O verbo em epígrafe é transitivo indireto (precisará de segmentos
setoriais). A construção verbal que apresenta idêntica transitividade é
a da letra (E) - valem para os advogados.
Vamos analisar a dos demais verbos:
(A) transobjetivo - objeto direto: "a"; predicativo do objeto direto:
"mais rápida";
(B) transitivo direto - objeto direto: "a liberdade dos juízes";
(C) transitivo direto - objeto direto: "a influência do Executivo";
(D) verbo de ligação predicativo do sujeito: "restrita";
complemento nominal (liga-se ao adjetivo "restrita"): "a matérias
tributárias". Essa era a pegadinha da questão. Muita gente deve ter
marcado essa opção como correta imaginando que o elemento que
exerce a função de complemento nominal seria objeto indireto - ledo
engano! Não foi à toa que a opção correta era a letra (E).
14
It'llií! !"KERiC::h::IOS
PROt~~:SSC*lli~~A \""A!,IU!iPt
Item CORRETO
Comentário.
Ambos os verbos têm, no texto, transitividade direta. O objeto direto
de oferecer é "melhor índice de qualidade de vida", enquanto que o
do verbo registrar é "alto índice de satisfação de seus moradores e
empreendedores".
Gabarito: D
Comentário.
O verbo em questão é empolgar, que, na oração, é transitivo direto.
Vamos analisar as opções:
(A) transitivo indireto - objeto indireto é "de problemas". "O
campo" é o sujeito da oração.
(6) intransitivo - a expressão "sob uma conjuntura desfavorável"
exerce a função de adjunto adverbial.
(C) verbo de ligação - predicativo do sujeito: "a alta do petróleo",
15
Z:'!Ví
}'f!lOFc:SS~)RJf~ 1L,LffiUI !{OZLOWSKI
Gabarito: A
Comentário,
Em relação à primeira lacuna, o verbo referir-se é transitivo indireto,
exigindo a preposição "a", Como o pronome relativo substitui o
substantivo "liberdades", a opção que pode preencher o espaço é a
que (sem acento grave), A única opção que apresenta essa forma é
(A),
Para confirmar o gabarito, veremos que a segunda lacuna deve ser
preenchida pelo pronome relativo cujo referente é "direitos" e pela
preposição "de", exigência do verbo ocupar-se, Assim, a lacuna deve
ser preenchida com de que,
16
o período seria: "As liberdades a que se refere o autor dizem respeito
a direitos de que se ocupa a nossa Constituição".
Gabarito: C
Comentário.
Essa questão é o mote para tratarmos de regência nominal. O termo
regente, nesse caso, será um adjetivo, um advérbio ou um
substantivo. Esta palavra exigirá o emprego de determinada
preposição.
Na questão, são dois os substantivos empregados na forma original -
culto e acesso. O examinador sugere a troca, respectivamente, por
zelo e franquear (neste último caso, passa a ser regência verbal).
O substantivo zelo é usado costumeiramente com a preposição por,
mas admite também as preposições a, de, para e com. Assim,
eliminam-se as opções (A) e (E), que indicam a preposição em.
Já o verbo franquear é transitivo direto (Alguém franqueia alguma
coisa). A única opção correta é, portanto, a de letra C.
De todas as provas que pesquisamos, essa foi a única questão
exclusiva sobre regência nominal e uma das raras que abordam o
assunto.
17
Na frase Preferimos confiar e acreditar nas coisas... , a expressão
sublinhada complementa corretamente, ao mesmo tempo, dois verbos
que têm a mesma regência: confiar em, acreditar em. Do mesmo
modo, está também correta a seguinte construção: Preferimos
(A) ignorar e desconfiar das coisas...
(B) subestimar e descuidar das coisas...
(C) não suspeitar e negligenciar as coisas...
(D) nos desviare evitar as coisas...
(E) nos contrapor e resistir às coisas...
Gabarito: E
Comentário.
Quando um mesmo complemento servir a dois verbos, deve-se tomar
muito cuidado com a regência destes para que não haja prejuízo
gramatical.
Se os verbos apresentarem diferentes transitividades e/ou regerem
preposições diversas, deverá ser repetido o complemento em cada
ocorrência, respeitada a regência de cada um dos verbos. Vamos aos
exemplos:
(A) verbo ignorar = Alguém ignora alguma coisa = verbo transitivo
direto
verbo desconfiar = Alguém desconfia de alguma coisa = verbo
transitivo indireto com a preposição "de"
Não podemos colocar o mesmo complemento para ambos os verbos,
pois apresentam transitividades distintas. A estrutura mais adequada
seria: "ignorar as coisas e desconfiar delas".
(B) verbo subestimar = Alguém subestima alguma coisa = verbo
transitivo direto
verbo descuidar = Alguém descuida de alguma coisa = verbo
transitivo indireto com a preposição "de"
A construção poderia ser: subestimar as coisas e descuidar delas (cada
verbo com o seu complemento).
(C) verbo suspeitar = Alguém suspeita de alguma coisa = transitivo
indireto com a preposição "de"
verbo negligenciar = Alguém negligencia alguma coisa =
transitivo direto
18
i'M
P!U)!'!SSSmlA {;UUJDI;j
CRASE
19
Da mesma forma como você ensina uma criança a atravessar a rua.
"Filhinho, você deve olhar para os dois lados!". Então aplicamos essa
lição à análise de crase - devemos olhar para os dois lados.
"TERMO REGENTE + TERMO REGIDO":
De um lado, há um termo regente, que pode ou não exigir uma
preposição (e, nesta aula, só nos interessa a preposição a).
Do outro lado, há um termo regido, que pode aceitar ou não um
artigo definido feminino. Nessa posição de "termo regido" também
pode existir um pronome demonstrativo a(s), aquele(s), aquela(s)
ou aquilo, um pronome relativo a qual/as quais.
Se houver o encontro da preposição a com o outro a, OCORRE A
CRASE: os dois viram um só "a" e recebem o acento grave (') para
indicar essa fusão: à.
Voltando ao ditado, antes de qualquer coisa, ajuda (e muito) construir
a oração na ordem direta - "Bom filho torna •.. casa.".
De um lado, o termo regente (verbo tornar) exige a preposição a
(tem o mesmo sentido e regência do verbo "retornar" - "Alguém
torna/retoma a algum lugar.").
Do outro lado, "casa", no sentido de lar, não recebe o
acompanhamento do artigo ("Quando eu for para casa, avisarei." /
"Passei o fim de semana em casa."). Esse "casa" só aceita artigo
quando identificado como a casa de alguém ("Nunca mais piso na casa
da minha sogra!")
Como o termo regido não aceita o artigo definido, há a ocorrência de
apenas um na" , que é a preposição exigida pelo termo regente, não
ocorrendo crase. Por isso, a construção correta é "bom filho
torna".
ªcasa
Existem alguns casos em que o "a" recebe o acento grave (à) mesmo
não havendo esse encontro de dois "as". São os chamados casos
especiais:
locucões femininas, sejam elas adverbiais (à força, à vista),
adjetivas (à fantasia, à toa), conjuntivas (à medida que, à
proporção que) ou prepositivas (à espera de, à procura de);
diante de masculino, em que esteja subentendida a
expressão "à moda de", "à maneira de" ("Ele escrevia à
Machado de Assis.", "O artilheiro fez um gol à Romário.").
Cuidado: em "bife a cavalo" ou em "frango a passarinho" não
está subentendida essa expressão (não é à maneira do cavalo ou
do passarinho) e, por isso, não leva acento.
22
~~kV~
~:P R f] ~;:~E SS·()IhLt\
Gabarito: E
Comentário.
Para confirmar a existência da preposlçao antes de "aqueles", é
necessário, primeiramente, organizarmos a oração na ordem direta.
Para isso, partimos do verbo ser e, para haver lógica, do adjetivo
inútil. O que é inútil? Resposta: "recomendar desprendimento".
O verbo "recomendar", na construção, é transitivo direto e indireto
(Recomendar alguma coisa ª
alguém). O que se recomenda (ou seja,
qual é o objeto direto)? Desprendimento. A quem se recomenda
desprendimento (qual é o objeto indireto?) Àqueles [a + aqueles]
que alimentam um preconceito.
Então, seguindo a análise de TERMO REGENTE + TERMO REGIDO, o
termo regente, verbo "recomendar", exige a preposição "a". O termo
regido é o pronome demonstrativo "aqueles". Houve crase, devendo
ser indicado com o acento grave: "Àqueles que alimentam um
preconceito é inútil recomendar desprendimento" - construção
perfeita.
Na seqüência, há outra ocorrência de crase:
TERMO REGENTE - verbo "reservar": Alguém reserva alguma coisa ª
alguém. Como está acompanhado do pronome "se" apassivador, o
pronome "este", que se refere a "desprendimento" é o sujeito
paciente. Como vimos na aula sobre verbos, o objeto indireto da voz
ativa (Fulano reservou alguma coisa a alguém) continua a exercer a
mesma função na voz passiva (Alguma coisa foi reservada por Fulano
a alguém) - tópico "Vozes Verbais" da Aula 1 - Verbos.
Como o termo regente exige a preposição "a" e o termo regido
("pessoas generosas") admite artigo definido feminino plural, há
ocorrência de crase, estando correta a construção: " ... este se reserva
às pessoas generosas".
Os demais itens apresentam as seguintes incorreções.
23
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25
Itens CORRETOS.
Comentário.
I - O termo regente, a locução verbal "ter prestado", é transitiva
direta (um serviço) e indireta, regendo a preposição "a" antes do
objeto indireto, que, na construção, são dois: poderosos
governantes e aqueles.
"ter prestado um serviço não apenas aos poderosos governantes, mas
também [ter prestado um serviço] aqueles que têm interesse... "
O primeiro termo regido (poderosos governantes) foi corretamente
precedido de preposição, formando "aos". O segundo, contudo, está
incorretamente grafado. A preposição "a", exigida pelo termo regente,
ao se encontrar com o pronome demonstrativo "aqueles" forma crase
- n .. • mas também àqueles que têm interesse... ".
Gabarito: A
Comentário.
26
A locução prepositiva "devido a" tem origem na forma participial
adjetiva do verbo dever (devido).
Como assim "forma participial adjetiva"? QUEDIABÉISSO?
CALMA! Vimos que o particípio é uma forma nominal que, muitas
vezes, exerce a função que seria própria de um adjetivo, lembra?
"Roupa lavada (adjetivo / particípio do verbo lavar)", "cabelo penteado
(adjetivo / particípio do verbo pentear)", não foi?
Então, na função adjetiva, a palavra "devido" (adjetivo / particípio do
verbo dever) concorda em gênero e número com o substantivo
correspondente e rege a preposição a: "Sua ausência devida a
problemas de saúde foi notada.'~ "Muitos acidentes devidos à falta de
prudência dos motoristas são registrados nas estradas brasileiras. ".
Apesar de condenada por diversos puristas, que acham que essa
palavra só deve ser empregada na função adjetiva, a forma
prepositiva "devido a" é abonada por ilustres como Celso Luft, sendo
constantemente apresentada em questões de prova.
Quando presente na locução prepositiva (devido a), o vocábulo
"devido" não se flexiona (pertence ao conjunto de palavras
invariáveis) - "Devido aos problemas de saúde, ela não veio. ",
"Muitos acidentes ocorrem devido à falta de prudência dos
motoristas. ".
A preposição a, que faz parte da locução, poderá se contrair ao artigo
subseqüente, no esquema "termo regente - termo regido", como
vimos recorrentemente neste estudo, havendo crase se o termo regido
admitir artigo definido feminino ("O espetáculo foi cancelado devido à
chuva").
ª
(A) Opõe-se o autor àqueles fundamentalistas que não admitem rever
os resultados que chegaram.
ª
(B) Hawking dispôs-se ª
apresentar a um plenário de cientistas
correções sua teoria dos buracos negros.
ª
(C) A quem aspira às certezas dogmáticas não satisfarão as hipóteses
de trabalho, sempre sujeitas alguma revisão.
(D) Hawking filia-se ª
tradição dos grandes cientistas, que sempre
souberam curvar-se às evidências de um equívoco.
(E) Fundamentalista é todo aquele que prefere às certezas dogmáticas
às hipóteses sujeitas a verificação e a erro.
28
Gabarito: D
Comentário.
O termo regente, filiar-se, exige preposlçao "a". O termo regido
"tradição" admite artigo definido feminino. Há crase: "Hawking filia-se
à tradição dos grandes cientistas".
Na segunda passagem, o termo regente, curvar-se, exige a
preposição "a", e o termo regido evidências admite artigo definido
feminino plural. Há novamente crase: "sempre souberam curvar-se às
evidências de um equívoco". Como as duas ocorrências devem ser
acentuadas, essa é a resposta certa.
Vamos analisar as demais opções.
(A) O termo regente, verbo opor, é transitivo direto e indireto,
exigindo a preposição "a" (Alguém se opõe 9. alguma coisa). O termo
regido é "aqueles fundamentalistas". A contração da preposição com o
"a" do pronome demonstrativo "aqueles" é indicada com o acento:
"àqueles". Essa indicação está correta.
A segunda, no entanto, está incorreta. Em "não admitem rever os
resultados à que chegaram", o pronome relativo "que" substitui "os
resultados" em uma oração subordinada adjetiva. O verbo chegar
exige a preposição "a", que irá anteceder o pronome relativo. No
entanto, antes do pronome relativo, não há artigo definido feminino.
Assim, antes do pronome relativo, há apenas a preposição, não
havendo justificativa para a indicação de crase: "não admitem rever os
resultados a que chegaram".
(B) O termo regente, verbo dispor-se (pronominal), é transitivo
indireto, exigindo a preposição "a" (Alguém se dispõe a alguma coisa).
O termo regido, contudo, é oracional, não admitindo, assim, um artigo
definido feminino. Há apenas a preposição: nHawking dispôs-se a
apresentar... ". Está incorreta a indicação de crase.
Em seguida, o termo regente correções exige a preposição "a". O
termo regido é precedido por um pronome possessivo feminino. Assim,
está correta a indicação de crase, por ser facultativo o emprego do
artigo definido feminino antes do pronome possessivo (ncorreções a/à
sua teoria dos buracos negros).
(C) O termo regente, verbo aspirar, no sentido de "desejar", é
transitivo indireto, com a preposição "a". O termo regido é "certezas
dogmáticas", que admite o artigo definido feminino. Há crase,
corretamente indicada: nA quem aspira às certezas dogmáticas".
29
~~M
i~~lFtOFR~:SS,()~;{A '~"PUHY,&" !{(:ll"LO!W!,;lIi:I
30
(B) à - à - a
(C) à - a - a
(D) a - a - à
(E) a - à - à
Gabarito: A
Comentário.
la lacuna: Termo regente: prender-se, verbo transitivo direto
(pronominal) e indireto, exigindo a preposição "a" (Alguém se prende
ª alguma coisa). Termo regido: dificuldade, admite artigo definido
feminino. Há crase: "prende-se à dificuldade de acesso".
2 a lacuna: Nesta opção, há duas possibilidades de construção - com
acento ou sem acento. Vamos à análise.
Termo regente: acesso, exige preposição "a" (Alguém tem acesso ª
alguma coisa). Termo regido: informação e qualificação.
Termo regido:
Primeira possibilidade: Apesar de esses vocábulos admitirem
artigos definidos, não haveria o seu emprego por estarem usados
em sentido vago, genérico (não é uma certa informação, é
qualquer informação), como na oração "Informação e
qualificação são elementos indispensáveis a um candidato".
Assim, haveria apenas a preposição: "dificuldade de acesso a
informação e qualificação".
Segunda possibilidade: No emprego de palavras coordenadas, ou
seja, palavras que exerçam a mesma função sintática, em que
ambas sejam regidas pela mesma preposição, pode-se repetir a
preposição e, caso haja definição, contraí-Ia ao artigo ("acesso à
informação e à qualificação"). Neste caso, enfatiza-se cada um
dos elementos. Contudo, é desnecessária essa repetição se o
objetivo for enfatizar o grupo que esses elementos formam. Nesta
hipótese, os gramáticos indicam que, se não se repetir a
preposição, não se deve repetir o artigo, recaindo a ênfase no
conjunto. Assim, a preposição contraída com o artigo antecede
apenas o primeiro elemento ("acesso à informação e
qualificação ").
Assim, essa segunda lacuna poderia ser preenchida das seguintes
formas: a (sentido genérico - apenas a preposição) ou à (sentido
31
t:: k'vt] ~;,,!C!{: Ci[(:
Pi~.O?';~:§StD~1:.,f4 CLAUDIA 1{()ZIL(J''''IS~:I
Gabarito: B
Comentário.
la lacuna: Termo regente: limitar. Na construção, é transitivo direto
e indireto, regendo a preposição "a" (Alguém limita alguma coisa
algo). Termo regido: poucas informações. Por estar usado em
ª
sentido genérico, sem artigo definido (como em: "Dispomos de poucas
informações"; "Poucas informações são suficientes para
entendermos"). Assim, não há crase (somente preposição "a"): "É
preciso limitar as conclusões a poucas informações".
2 a lacuna: Termo regente: limitar (o mesmo termo regente do
primeiro caso). Termo regido: discussões. Este vocábulo, ao contrário
do primeiro termo regido, está sendo usado em sentido específico: não
32
são quaisquer discussões; são as "discussões referentes ... pesquisa".
Então o termo regido admite o artigo definido feminino, ocorrendo
crase: "às discussões... "
3 a lacuna: Termo regente: referente; este adjetivo exige preposição
"a" (Algo é referente ª alguma coisa). Termo regido: pesquisa. A
partir do contexto, percebe-se o uso determinado de "pesquisa" - é a
que está sendo realizada. Assim, o substantivo admite o artigo
definido feminino: "referentes à pesquisa".
Gabarito: A
Comentário.
P lacuna: Para começar, analise uma outra estrutura: "A loja funciona
das lDh .... 18h". Há um artigo (contraído com a preposição "de")
antes do primeiro elemento (das 10h). Então, deve haver artigo antes
do segundo. Como já existe uma preposição "a", ocorre a fusão: "das
10h às 18h". A isso se dá o nome de paralelismo sintático (Lembra? O
que acontece com um elemento ocorre também com os demais de
mesma função sintática).
Note, agora, que antes de "janeiro" há somente uma preposlçao
("de"), não há artigo. Pois, se não há artigo antes do primeiro
elemento, não pode haver antes dos demais. A relação é "de ... a ... ",
somente com preposições. Por isso, não há crase: "de janeiro a julho".
Paralelismo nele!
2 a lacuna: Na expressão "em comparação com" já existe uma
preposição ("com"), o que impossibilita a existência da preposição "a".
33
1~'M E)I:lllCícm,s
~jiROiFrESSORA
Gabarito: E
Comentário.
la lacuna: Indica-se, no primeiro período, a transposição de tempo.
Para isso, deve-se usar o verbo haver, que, no sentido de tempo
decorrido, não se flexiona (é impessoal, não possui sujeito). Essa
lacuna é preenchida por "Busca-se há muito tempo... ".
2 a lacuna: Termo regente: adequada, adjetivo que exige a
preposição "a" (Alguma coisa é adequada ª outra). Termo regido:
expressão das leis, que admite artigo definido feminino. Há crase:
"uma linguagem adequada à expressão das leis".
3 a lacuna: Termo regente: adequada (o mesmo da lacuna anterior).
Termo regido: "outras questões sociais", que, por não estar
determinado (usado em sentido genérico: 'tantas outras questões
sociais' ou 'quaisquer outras questões sociais'), não admite artigo:
"uma linguagem adequada (. ..) a outras questões sociais".
34
Note que há uma situação especial (uso de expressões em sentido
vago) que permite a "quebra" do paralelismo sintático (usou artigo
antes da primeira, mas não usou antes da segunda).
Gabarito: A
Comentário.
Essa questão apresenta um erro de regência, mas quem quisesse
acertar a questão deveria "tampar o nariz" e "engolir" a preposição da
primeira lacuna como correta.
1a lacuna: Termo regente: situar-se, na acepção de "estar
localizado", rege a preposição em, e não a preposição "a", como
apresentado pelo examinador. Como em nenhuma das opções vimos o
respeito à sintaxe original do verbo, vamos relevar o erro, empregar a
preposição "a" e continuar a análise (É assim que se faz prova. Não
adianta "brigar" com a banca no momento em que se faz a prova:
tente acertar a questão; se errar, a briga começa na segunda-feira,
com os recursos).
Termo regido: margens, que aceita artigo definido feminino plural.
Assim, considerando a hipótese de ser empregada a preposição "a", a
construção seria "que se situa às margens do rio Paraguai".
Uma boa maneira de lembrar a regência de alguns verbos. Os que
indicam movimento, normalmente apresentam a preposição "a"
(chegar a, ir a, dirigir-se a), enquanto que os indicativos de "situação
estática" regem preposição "em" (situar em, morar em, residir em).
35
2 a lacuna: Ao se indicar tempo futuro ou distância, usa-se a
preposição "a" (como em "A dez minutos do fim do jogo [idéia futura],
ele fez o gol" ou "Minha casa fica a 3km do centro da cidade
[distância]. "). Assim, a lacuna será preenchida como: "... e a uma
distância de 420 quilômetros de Campo Grande".
3 a lacuna: Termo regente: dispostos, que exige a preposição "a"
(Alguém está disposto ª alguma coisa). Termo regido: pescar, que,
por ser um verbo, não admite artigo definido feminino. Não há crase:
"recebe turistas sempre dispostos a pescar'.
As opções são: às (aghhhh ... ), ai a. Resposta correta é a letra (A).
Em tempo, veja o que diz o Dicionário Prático de Regência Verbal, de
Celso Luft, sobre o verbo situar:
TDI [verbo transitivo direto e indireto]; situá-lo em, entre... TDpI
[verbo transitivo direto (pronominal) e indireto] situar-se em, entre...
Colocar(-se); pôr(-se): situar as coisas no seu devido lugar. Situar(-
se) alguém entre os cidadãos mais conceituados. Situare-se) em
determinadas condições.
Construir, edificar (em lugar próprio ou escolhido) (TOI); estar
edificado ou localizado (TOpI): Situare-se) uma casa numa esquina,
entre árvores, entre dois edifícios, ... Dispor(-se) geograficamente
Essa última acepção foi a empregada na questão. Percebe-se,
portanto, que o verbo transitivo direto (pronominal) e indireto rege a
preposição em.
36
(D) A angústia a que submeteremos esses jovens dever-se-á não
apenas à essa quantidade de leis, mas sobretudo à maneira artificial
pela qual pretendem aplicar-se à realidade.
(E) Quando à cada nova obrigação miúda corresponder uma nova
norma, não haverá como pôr termo a inchação dos códigos, à uma
sempre crescente lengalenga de leis.
Gabarito: C
Comentário.
Primeira ocorrência de crase - termo regente: referência, exige
preposição "a" (Alguém faz referência ª alguma coisa); termo regido:
pronome relativo "as quais", que se refere a "normas [da tribo]". Há
crase: "As normas da tribo, às quais faz o autor referência ... ". Na
dúvida, substitua "as quais" pelo relativo "que" : "As normas da tribo,
a que faz o autor referência ... ". Você nota a existência da preposição,
que, associada ao "a" de "as quais", forma crase.
Segunda ocorrência de crase - termo regente: visar, que, no sentido
de "ter como objetivo", rege a preposição "a"; termo regido: boa
prática, que aceita o artigo definido feminino. Há crase: "visam à boa
prática de valores consensuais". Na seqüência, o outro compiemento
do verbo "visar" está antecedido do artigo indefinido, não ocorrendo
a fusão de dois "as": "... e não [visam] a uma mera catalogação de
obrigações".
Esta opção está inteiramente correta. Vamos à análise das demais:
(A) Para começar, vamos verificar se antes do topônimo (nome de
lugar) "América" podemos empregar o artigo definido feminino. Se o
topônimo aceitar um artigo definido feminino antes do nome do lugar
e houver um termo regente a exigir a preposição, haverá a ocorrência
de crase.
Para confirmar o emprego do artigo feminino, é plenamente válido o
teste com o verbo 'morar' - "Eu morei na (em + a) Bahia". Então
"Bahia" é um topônimo que aceita o artigo definido feminino. Assim,
na construção "Eu fui à Bahia", há crase por existir, como termo
regente, o verbo ir, que exige preposição a, e, no termo regido, o
substantivo Bahia, que aceita artigo definido feminino. Aplica-se,
portanto, a regra geral de análise termo regido - termo regente.
Vamos analisar "América". Usando o verbo morar, a construção seria:
"Eu morei na América" (e não "em América"). Assim, concluímos que
"América" é um topônimo que aceita artigo definido feminino. Como o
37
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41
7 - (TRT 1S a Região - Técnico Judiciário / Setembro 2004)
O Conselho Nacional de Justiça precisará de segmentos setoriais... (10
parágrafo)
O mesmo tipo de complemento exigido pelo verbo grifado acima está
na frase:
(A) tornando-a mais rápida ...
(B) limita a liberdade dos juízes...
(C) e pode permitir a influência do Executivo...
(D) se a aplicação for restrita a matérias tributárias .
(E) mas valem apenas para os advogados privados ..
42
(E) ... que torna o álcool um combustível atraente.
43
OIJII2STO'!ES n::c
44
(B) o tema suscitou interesse que chegaram à pedir ao palestrante
que lhes desse o privilégio de voltar, onde poderiam tirar dúvidas
acerca do que tinham ouvido.
(C) Por todos os ângulos que se observe o pós-modernismo, não se
pode minimizar a questão do modo que ele é entendido, sob pena de
os artistas serem mal-compreendidos.
(D) Se os debatedores interviessem, mas sem reivindicar legitimidade
exclusiva à seus pontos de vista, teria sido mais fácil pôr em ordem o
que era efetivamente relevante.
(E) Na medida em que os dados gerais eram compreendidos, a platéia
manifestava um misto de entusiasmo e de vontade de saber mais, por
isso adviram perguntas mais complexas.
ª
(A) Opõe-se o autor àqueles fundamentalistas que não admitem rever
os resultados que chegaram.
ª
(B) Hawking dispôs-se ª
apresentar a um plenário de cientistas
correções sua teoria dos buracos negros.
ª
(C) A quem aspira às certezas dogmáticas não satisfarão as hipóteses
de trabalho, sempre sujeitas alguma revisão.
(D) Hawking filia-se ªtradição dos grandes cientistas, que sempre
souberam curvar-se às evidências de um equívoco.
(E) Fundamentalista é todo aquele que prefere às certezas dogmáticas
às hipóteses sujeitas a verificação e a erro.
45
(D) a - a - à
(E) a - à - à
46
(D) a - à - a
(E) há - à - a
47
48
)
\)
.,
PRONOMES
Pronome é o vocábulo que, ao pé da letra, "fica no lugar do nome"
(chamado de pronome substantivo) ou o determina (pronome adjetivo).
Para compreender melhor a função dos pronomes, precisamos saber o
conceito de coesão textual, pois essas palavras, assim como os
conectivos (conjunção e preposição - a serem estudados na próxima
aula), são responsáveis por estabelecer nexo entre as idéias do texto.
Coesão textual é a ligação entre os elementos da oração e delas em
relação ao texto. A incoerência de um texto muitas vezes se deve à falta
de coesão, exatamente porque a leitura fica prejudicada pelo emprego
inadequado de pronomes, conjunções ou outros elementos textuais,
inclusive a pontuação. Por exemplo, o uso inapropriado de "porquanto"
ou de "a ~I:lode levar o leitor a uma conclusão diversa da gue s"'e'---- _
pretendia dar, ou até mesmo a nenhuma conclusão (alguns chamam de
"ruptura semântica").
Os pronomes podem ser:
• pessoais: referem-se às três pessoas do discurso - a que fala (P
pessoa), a com quem se fala (2a pessoa) e a de quem se fala (3a
pessoa); dividem-se em retos e oblíquos - regra geral, os retos
exercem a função de sujeito ou de predicativo do sujeito,
enquanto que os oblíquos funcionam como complementos (objetos
diretos, indiretos ou adjuntos); os pronomes oblíquos devem
obedecer a certas regras de colocação (sintaxe de colocação
pronominal), a serem estudadas mais à frente;
• possessivos: estabelecem relação de posse entre os elementos
regente e regido; como veremos adiante, há casos em que um
pronome pessoal oblíquo é usado com valor possessivo;
• demonstrativos: indicam a posição dos seres no espaço e no
tempo (função dêitica dos pronomes demonstrativos) ou em
referência aos elementos do texto (função anafórica - referência
anterior - ou catafórica - referência posterior); também podem
substituir algum termo, expressão, oração ou idéia, evitando sua
repetição, no papel de termos vicários ("Há muito tempo eu
pianejo sair de férias e vou fazê-lo no meio desse ano." - fazê-lo
= fazer isso = sair de férias, ou "Eu lhe jurei que seria fiel e
vou sê-lo" - ser isso - ser fiel - o pronome permanece neutro,
sem flexão de gênero ou número, assim como acontece com o
"isso") ;
• indefinidos: têm sentido vago ou indeterminado;
1
''''Ht'L,~' W3i\~ ICMS,SP ,~ Ql.lIE~§;TOIES n::c
W'ROIEI':SSORlí, !4;:OZLOWSKI
L,LffiHH.l'U·\
2
ou próximo do ouvinte (espacial), usam-se esse, essa, isso; para se
referir a momentos distantes (tanto no futuro quanto no passado -
temporal) ou a algo que está distante dos dois (falante e ouvinte),
usam-se aquele, aquela, aquilo.
Exemplos:
Naquela época (período distante), usava-se espartilho.
Naquele ano de 1969, o país foi submetido a uma das piores
ditaduras da história universal.
Neste momento, estão todos dormindo.
Nesse fim de semana (o que passou), fomos ao teatro.
Neste fim de semana (o que está por vir), iremos ao teatro.
3
"aquele" (ou suas flexões). Exemplo: "Em 1998, João e Pedro fizeram a
prova para Auditor da Receita Federal. Este para Aduana e aquele para
Auditoria." - Nesta construção, "este" é o referente mais próximo
(Pedro) e aquele, o mais distante (João).
Mais adiante, em uma das questões comentadas, falaremos sobre o
emprego do demonstrativo "mesmo" (e flexões).
Modernamente, reduziu-se o rigor no emprego do pronome
demonstrativo em referências textuais, inclusive em relação às provas
mas, em textos formais, deve-se observar o correto emprego dos
pronomes demonstrativos.
Agora, finalmente, trataremos do o conceito e O emprego dos
pronomes relativos, que, sem sombra de dúvida, são os mais
abordados nas questões da FCC.
PRONOMES RELATIVOS
O pronome relativo, como o próprio nome sugere, apresenta um
referente, ou seja, um termo já mencionado, substituindo-o na oração
adjetiva - "O número de candidatos que prestaram o concurso
aumentou significativamente." - o pronome relativo "que" está no lugar
de "candidatos" ("os candidatos prestaram o concurso").
Os pronomes relativos referem-se a termos antecedentes. Já falamos
sobre concordância e regência com pronomes relativos. Agora, veremos
quais são esses pronomes e como devem ser empregados na oração
subordinada adjetiva que iniciam, especialmente em relação aos seus
referentes e ao emprego da preposição porventura necessária.
Engraçado, sempre que abordo "pronomes relativos", lembro a história
da Branca de Neve (é sério, acredite!). Dos sete anões, seis eram
fisicamente parecidos (pareciam gnomos), apesar de suas
peculiaridades (zangado, dengoso ... ), e um se destacava dos demais -
tinha um tipo físico completamente diferente (parecia um duende, além
de ser mudo) e recebia tratamento especial (dizem que era o preferido
da Branca de Neve, sei lá ... ).
4
!E M 1')(!ER 'CÍ (i IaS
PIU.ffifi:SSORA CI~AiJlXIí:A i((:lZILOWS
QUE Pode ser usado com qualquer antecedente, por isso chamado
de "pronome relativo universal". Normalmente é empregado
em relação a \'coisa", já que os demais referentes têm
pronomes relativos específicos (lugar, quantidade, modo).
Aceita somente preposições monossilábicas, exceto sem e
sob.
O QUAL Assim como "que", pode ser usado com qualquer antecedente.
Aceita preposição com duas ou mais sílabas, locuções
prepositivas, além de sem e sob (rejeitadas pelo "que").
É usado quando o referente se encontra distante ou para
evitar ambigüidade: Visitei a tia do rapaz que sofreu o
acidente.
Quem se acidentou? O rapaz ou a tia dele? Para evitar a
dúvida uso "o aual" cara ele ou "a aual" cara ela.
QUEM Somente usado com antecedente PESSOA. Sempre virá
antecedido de preposicão - Ele é o raDaz de auem lhe falei.
ONDE Utilizado quando o referente for lugar, ou qualquer coisa que a
isso se assemelhe (livro, jornal, página etc.) - nA gaveta onde
guardei o dinheiro foi arrombada. "; pode ser substituído por
"em aue".
COMO Usado com antecedente que indique MODO ou MANEIRA - O
jeito como escreve mostra a Dessoa aue é.
QUANDO O antecedente dá idéia de TEMPO, também equivalente a "em
que" - Época de ouro era aquela, quando todos andavam
tranaüilos Delas ruas.
QUANTO O antecedente dá idéia de QUANTIDADE - normalmente
precedido de um pronome indefinido (tudo, tanto(s), todos,
todas) - Tenho tudo auanto auero. Leve tantos auanto ouiser.
5
Esses pronomes relativos representam sempre substantivos ou pronomes
substantivos nas orações adjetivas que formam. Não os confunda com
pronomes interrogativos, que não têm antecedentes e podem aparecer em
orações interrogativas diretas ou indiretas (Quem bateu? / Não sei onde
moras/ Quanto custa? / Como farei? / Preciso saber quando estará
pronto o almoço. / Que gostaria de saber?).
6
I'M fll
PRm;~;;550RA (:I,Am;)IA ~{tI;lUlIWSII
Gabarito: C
Comentário.
Pode parecer estranho, mas, como qualquer outro pronome relativo, o
"cujo" deve ser antecedido por uma preposição caso esta venha a ser
exigida por algum termo presente na oração adjetiva. O verbo 'contar',
na acepção apresentada, exige a preposição 'com' (Alguém conta com
alguma coisa). Entre os substantivos "índio" e "reação", há uma relação
(a reação do índio); assim, está corretamente empregado o pronome
relativo "cujo", feita a devida flexão em gênero e número com o termo
subseqüente (reação). A estrutura "O índio jivaro, com cuja reação o
Sr. Matter não contava" está correta.
Vamos às demais opções (incorretas):
(A) O que mais veremos aqui, nas questões sobre pronomes, é o
incorreto "cujo o". Já comentamos que esse pronome "Dunga", diferente
de todos os demais, já apresenta a flexão de número e gênero em sua
forma, dispensando, por conseguinte, a indicação do artigo definido no
termo subseqüente. Além disso, esse pronome estabelece uma relação
entre o antecedente e o subseqüente, conforme bem demonstrado na
opção "C". Não há essa relação entre "jornal" e "Sr.Matter" que
justifique o emprego do 'cujo'. Não se afirma na oração "jornal do
Sr.Matter".
7
1'H'.!""'"'" cc!',].,"",. EM E2%:I;:~'1CICIOS
lF'ROFE550!';[,fu. ',L,!'H",
8
(E) A certeza em que ninguém mais pode fugir é a do valor inestimável
da água.
Gabarito: B
Comentário.
O termo regente "referência" exige a preposlçao "a" (Alguém faz
referênciaª alguma coisa). Como o pronome relativo "a qual" substitui
"cadeia econômica", houve crase: "A cadeia econômica à qual o texto
faz referência ... ". Está correta a construção.
(A) O verbo alimentar, naquela acepção, é transitivo direto (Alguém
alimenta alguma coisa). Assim, não há preposição a reger o pronome
relativo ("A inesgotabiiidade da água é uma ilusão que não podemos
mais alimentar''). Não estaria errado o emprego de "a qual", mas seria
mais adequado o emprego do pronome relativo "que". Veja você mesmo
e compare.
(C) Muitas das questões que envolvem o emprego dos relativos
abordam também aspectos de regência verbal. Por isso, essa aula
encontra-se bastante ligada à aula passada. O erro deste item foi
novamente em relação à regência verbal - o verbo atravessar é
transitivo direto ("Alguém· atravessa alguma coisa"). Assim, deve-se
alterar a construção para: "Os maus tempos os quais [que] estamos
atravessando... ".
(D) Olha o 'cujo o'. Agora é barbada, não é? Aparecendo algum "cujo o"
ou "cujo a", pode pegar a opção e riscar, rabiscar, furar a prova, só pra
mostrar quem é que manda ali ... (rs... )
A construção correta seria: 'A água é um elemento cujo valor ninguém
mais põe em dúvida", sem preposição alguma antes do relativo, já que
o verbo pôr é transitivo direto neste sentido: Alguém põe alguma
coisa em dúvida (Ninguém põe o valor da água em dúvida).
(E) O verbo fugir, na construção, é transitivo indireto (Alguém foge de
alguma coisa). Antes do pronome relativo deve ser empregada a
preposição "de" - "A certeza de que ninguém mais pode fugir... ".
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(6) A frase de Mitterrand na qual se arremeteu o candidato Giscard não
representava, de fato, uma posição com a qual ninguém pudesse
discordar.
(C) A frase de cujo teor Giscard discordou revelava, de fato, o
sentimento de superioridade do qual o discurso de Mitterrand era uma
clara manifestação.
(D) Os candidatos em cujos argumentos são fracos costumam valer-se
da oposição entre o certo e errado à qual se apóiam os maniqueístas.
(E) O comportamento dos condôminos cuja a disposição é o consenso
deveria servir de exemplo ao dos candidatos que seu único interesse é
ganhar a eleição.
Gabarito: C
Comentário.
Como gosta de um "cujo" essa banca, hem? Praticamente em todas as
questões de pronomes veremos um emprego desse pronome relativo,
ora correto, ora equivocado.
Nessa opção (C), entre "teor" e "frase" há uma relação (teor da frase).
Ambos são substantivos. Então, está correto o emprego do pronome.
Como o verbo da oração adjetiva ("discordar") exige a preposição "de"
(Alguém discorda de alguma coisa), esta deve anteceder o pronome -
"A frase de cujo teor Giscard discordou... ".
Em seguida, a expressão "uma clara manifestação" tem como
complemento "o sentimento de superioridade", apresentado na oração
anterior ("O discurso de Mitterrand era uma c/ara manifestação do
sentimento de superioridade"). Assim, no lugar do nome colocou-se
o pronome e, antes deste, a preposição que liga o substantivo
"manifestação" com seu complemento nominal - "sentimento de
superioridade" (representado pelo relativo "o qual").
Em relação às demais opções, seguem os comentários.
(A) "Os moradores de um condomínio se envolvem ... uma discussão." -
e aí? Qual foi a preposição que você imaginou? Alguém se envolve em
alguma coisa. Como no lugar do nome "discussão", presente na oração
anterior, está o pronome relativo "a qual", a preposição "em" deve
antecedê-lo: "O autor preza a discussão na qual se envolvem os
moradores de um condomínio... ".
Em seguida, o substantivo "aspiração" exige a preposição "a" (Alguém
tem aspiração a alguma coisa), assim como ocorre com o verbo aspirar,
no sentido de ter como alvo, como objetivo (Alguém aspira a um cargo).
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A forma correta, portanto, seria "quando os anima a aspiração a um
consenso".
(B) O verbo "arremeter-se" (lançar-se, atacar com ímpeto ou fúria)
rege a preposição a ou contra (Alguém se arremete a/contra algo). O
encontro do pronome relativo "a qual" (cujo referente é "frase") com a
preposição "a" exigida pelo termo regente, o verbo "arremeter-se"
provoca a ocorrência de crase: "A frase de Mitterrand à qual se
arremeteu o candidato Giscard... ".
Mais uma vez, o examinador explora a regência do verbo "discordar".
Alguém discorda de alguma coisa. Então, "uma posição da qual
ninguém pudesse discordar".
(D) Entre os substantivos "argumentos" e "candidatos" há uma relação
(argumentos dos candidatos). É cabível, portanto, o emprego de "cujo",
com a devida flexão. O erro, no entanto, é em relação à preposição. Não
há nenhum elemento que exija a preposição "em", veja só:
P oração: "Os argumentos dos candidatos são fracos."
2 a oração: "Os candidatos costumam valer-se da oposição... "
A união dessas duas orações forma o seguinte período:
"Os candidatos cujos argumentos são fracos costumam valer-se da
oposição... "
Em seguida, há novamente problemas de regência verbal. Alguém se
apóia em alguma coisa. Os maniqueístas se apóiam na oposição entre o
certo e errado (faltou um artigo antes de "errado", em respeito ao
paralelismo sintático, mas isso não foi questionado pela banca na
questão). Assim, no lugar de "oposição entre (o) certo e errado", coloca-
se o pronome relativo "a qual" (feminino para concordar com
"oposição"). O período, então, seria: "costumam valer-se da oposição
entre (o) certo e errado na qual (em que) se apóiam os
maniqueístas".
(E) Você, "de pronto", já deveria ter eliminado essa opção, não é
mesmo? Esse "cuja a" ninguém agüenta mais. Mesmo que o autor fosse
gago ou tivesse problemas na dicção, não poderíamos admitir essa
repetição desnecessária de "as" (cuja a). Retirado o artigo supérfluo,
restaria correta a colocação do pronome, uma vez que, entre
"condôminos" e "disposição", há uma relação de dependência (a
disposição dos condôminos).
Originalmente, na prova, houve um erro de digitação em "deveria servir
de exemplo ao dos... ", mas como essa opção já está errada, não
haveria maiores problemas. Na seqüência, mesmo com a falha da prova,
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percebemos que há uma relação entre "candidatos" e "interesse"
(interesse dos candidatos), o que exige o emprego novamente do
pronome relativo "cujo": "deveria servir de exemplo ao (?) dos
candidatos cujo único interesse é ganhar a eleição".
Gabarito: E
Comentário.
Agora, o examinador exige que ambas as formas grifadas estejam
corretas. Vamos às opções:
(A) A preposição "a" é exigência do termo regente referência. Contudo,
antes de pronome relativo "que" não há artigo. Por haver apenas um
"a", não há crase - "A diferenciação entre profissionais, a que o autor
faz referência ... ".
Não há um substantivo após o pronome relativo "cujo", mas um verbo.
Por isso, é indevido esse emprego. Em seu lugar, deve-se usar o
pronome relativo "que". A preposição está correta, pois é exigência do
verbo "depender" (Algo depende de outra coisa). "O rumo do processo
civilizatório" depende de um padrão ético. No lugar desse substantivo,
coloca-se o pronome, ficando assim a construção: "tem como critério
um padrão ético, de que [do qual] depende o rumo do processo
civilizatório".
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(B) o pronome relativo "onde" deve ser empregado com um referente
que indique lugar ou outra coisa que a isso se assemelhe. É aí que mora
a dificuldade. Alguns autores são profundamente clássicos e só aceitam
referentes como bairro, cidade, habitação etc. Outros já consideram
como lugar um livro, uma audiência, um processo. Teremos que analisar
cada questão e tentar identificar qual a tendência da banca. De qualquer
forma, há referentes que, de jeito algum, poderia ser considerado como
antecedente do "onde" - é o caso de "época", que indica tempo, e não
lugar. Talvez o que pode levar o candidato a uma confusão é que o
pronome relativo "que" seria antecedido da preposição "em" ("Em uma
época... "), costumeiramente usada na indicação tanto de tempo ("Em
um momento de sua vida") quanto de lugar ("Em uma rua''). Mas, como
diz o filósofo futebolístico, "uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra
coisa". Com referente "tempo", pode-se usar o pronome relativo
"quando": "Se há apenas avanço técnico, numa época quando impera a
globalização... ", ou o relativo universal "que", acompanhado da
preposição "em": "numa época em que Impera a globalização".
Em seguida, o termo "carente" exige a preposição "de" (Alguém é
carente de alguma coisa): "as demandas fiscais ficarão sem o
atendimento de que são carentes".
(C) Sobre o "porque", temos de fazer algumas considerações
importantes.
Já demos uma "palhinha" na Aula Demonstrativa - comentário à
questão 3.
Primeiramente, vamos analisar a construção apresentada na opção (C):
"As razões ...... a globalização não distribui a riqueza prendem-se à
relação mecânica entre oferta e demanda".
Vamos separar as duas orações:
1 - As razões prendem-se à relação mecânica entre oferta e demanda
2 - A globalização não distribui a riqueza por [certas] razões.
As razões apresentadas na oração 1 estão definidas na oração 2
(subordinada adjetiva). No lugar de "razões", foi empregado o pronome
relativo "que". Como havia a exigência da preposição "por" na oração 2,
o período composto que se formou foi:
"As razões por que (pelas quais) a globalização não distribui a riqueza
prendem-se... ".
Assim, esse "por que" nada mais é do que a preposição "por"
acompanhada do pronome relativo "que".
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Existe ainda um outro "por que" (separadinho): o 'por que'
interrogativo. Já o "porque" (tudo junto) é uma conjunção, que pode ser
causal ou explicativa.
O melhor jeito de você distinguir o "porque" (conjunção) do "por que"
(prep + pron.relativo) e do "por que" (pronome interrogativo) é da
seguinte forma:
- a conjunção liga duas orações com idéia de causa ou de explicação
(Não devo sair, porque está chovendo bastante. - conjunção
explicativa / Não fui à aula porque estava doente. - conjunção
causal)
- se você puder usar "pelo qual" no lugar do "por que", é uma
preposição (por) associada a um pronome relativo (que / o qual).
Exemplo 1: De todos os lugares por que eu passei, esse é o mais
bonito. / De todos os lugares pelos quais eu passei, ...
Exemplo 2: O motivo por que você não chegou foi o acidente na
estrada. / O motivo pelo qual você não chegou foi ...
- Não confunda esses dois com o "por que" interrogativo. Exemplo:
Por que você não chegou? (interrogação direta)
Não sei / Gostaria de saber / Preciso saber por que você não chegou.
Nesses casos, nota-se claramente a existência de uma pergunta (direta
ou indireta).
Finalmente, há ainda os que recebem acento circunflexo quando tônicos.
Isso ocorre em duas situações - a primeira, quando usado na função de
um substantivo - o porquê - ou, a segunda, quando interrogativo, sob
a forma direta ou indireta, ao fim da oração, estando subentendida a
expressão "por qual motivo", "por qual razão" - "Não veio por quê?'~
"Você não veio e todos sabemos por quê".
Assim, na opção (C), o que existe é um pronome relativo (que)
antecedido da preposição "por", devendo ser grafado separadamente -
por que. Para sepultar qualquer dúvida do candidato, quem vem salvá-
lo? O "cuja a"!!! Beleza. Só marcou essa questão como certa (e errou!)
quem não leu. Basta retirar o artigo para o período ficar correto ("...
prendem-se à relação mecânica entre oferta e demanda, cuja realidade
é notória").
(D) O verbo "imputar", na construção, é transitivo direto e indireto. O
objeto direto é "os desajustes econômicos" e o indireto, "o exercício da
ª
democracia". Alguém imputa alguma coisa alguém/algo. A partir dessa
análise vemos que o objeto indireto é precedido da preposição "a". Está
incorreto, portanto, o emprego da preposição "para": "Os tecnocratas
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maliciosos imputam ao exercício da democracia os desajustes
econômicos... ".
Em seguida, o pronome relativo "que", que tem por referente "os
desajustes econômicos", exerce a função de sujeito da oração
subordinada adjetiva ("Os desajustes econômicos assolam os excluídos
da globalização'j. Não há, portanto, justificativa para o emprego da
preposição "em".
Gabarito: A
Comentário.
O verbo gozar, no sentido de ter, possuir, rege a preposlçao de
("Fulano goza de boa saúde. ") . O pronome relativo "que" retoma o
substantivo "simpatia". A oração adjetiva, feita a devida substituição,
seria "Um ator não goza da simpatia junto ao eleitorado". Assim, está
correta a construção "de que não goza um ator junto ao eleitorado".
Adiante, na acepção empregada, o substantivo controvérsias requer a
preposição "sobre" ("Há controvérsias sobre a honestidade do político
profissional. 'j. Como entre "político profissional" e "honestidade" há
uma relação de subordinação (a honestidade do político profissional), é
apropriado o emprego do pronome relativo "cujo": "estendida a um
político profissional sobre cuja honestidade há controvérsias".
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Perfeita a construção apresentada na opção (A).
Em relação às demais, cabem os seguintes comentários:
(6) O primeiro elemento destacado está correto - "[nós] devotamos
respeito a alguém"; a regência nominal de "respeito" exige a preposição
"a", que deve anteceder o pronome relativo cujo referente é "candidato"
("respeito ao candidato'').
Contudo, na seqüência, houve um emprego incorreto de "aonde". Este
vocábulo é fruto da contração da preposição "a" com o pronome relativo
(ou interrogativo, dependendo da construção) "onde". Teremos de
analisar a possibilidade de emprego de cada um desses termos.
Devemos ter cuidado com o emprego de "onde" em referência que não
seja explicitamente um "lugar" (já falamos sobre isso na questão
anterior). No caso, o termo referente é "história".
Além disso, note que entre "história" e "fatos" há uma estreita relação
de subordinação (fatos da história). Por isso, o pronome relativo a ser
empregado para ligar as duas orações é cujo, com a devida flexão em
gênero e número: "tem uma história cujos fatos nem sempre revelam
uma conduta irrepreensível".
(C) Nessa construção, parece que, após o pronome relativo, faltou um
substantivo. Veja bem: "Reagan teve uma carreira de ator em cuja
(trajetória) não houve momentos brilhantes". Do jeito que foi
apresentado, houve prejuízo de coesão textual, uma vez que o pronome
relativo "cuja" ligou "carreira" a um verbo, e não a outro substantivo.
Vamos falar, agora, do pronome demonstrativo "mesmo", que tem sido
empregado de forma incorreta (virou moda, como ocorreu com "a nível
de", alguns anos atrás).
PRONOME DEMONSTRATIVO "MESMO/MESMA". Essas expressões
só devem ser usadas acompanhadas dos pronomes pessoais, com a
idéia reflexiva ou em caráter pessoal (equivalente a "próprioja(s)"), ou
de substantivos, no sentido de "igual", "idêntica" ou "já mencionada".
Exemplos: "Eles mesmos redigiram o pedido" ; "Ele não entende nem
a si mesmo." ; "Usei as mesmas palavras"; "Entendi a mesma
coisa".
Também há registro de uso como "a mesma coisa" ("O mesmo não se
dá se não houver pedido forma!'').
Não há respaldo gramatical para o emprego de formas equivalentes a
"ela" ou "ele", como em "Cuidado com as aranhas, pois as mesmas
costumam atacar à noite" ou "Não use o elevador em caso de incêndio
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em virtude de poder ficar preso no mesmo". Melhor seria o emprego de
"elas" e "nele", respectivamente.
Em relação à construção apresentada no item (C), o pronome
demonstrativo deve ser empregado no singular: "como também não
houve o mesmo na [carreira] de Schwarzenegger (ai... que horrível
digitar esse sobrenome!)". Esse "o mesmo" tem como referente toda a
informação presente na oração anterior: "não houve momentos
brilhantes".
Gabarito: D
Comentário.
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Alguém se prende a alguma coisa - o verbo prender-se rege a
preposição "a". Como o pronome relativo se refere a "miragens", está
perfeita esta construção: "As miragens a que nos prendemos... fi.
Em seguida, o relativo "cujo" une corretamente os substantivos
"anseios" e "destino" (destino dos anseios).
Vamos à análise das opções incorretas:
(A) Como o "cujo" não liga dois substantivos, já vemos que está
incorretamente aplicado. Em seu lugar, devemos colocar o pronome
relativo universal "que". Como o verbo "alimentar" é transitivo direto
(Nós alimentamos um sonho), não deve haver preposição ("Os sonhos
que nós queremos alimentar... fi).
No próximo elemento sublinhado, o pronome relativo exerce, na oração
adjetiva, a função de sujeito ("Os desejos [referente do pronome
relativo] nos moveram aos sonhos [representado na oração por "a
eles fl] . " ) . Assim, não há preposição "com". A construção, totalmente
corrigida, assim ficaria: "Os sonhos que nós queremos alimentar não
satisfazem os desejos que a eles nos moveram. fi.
(B) A oração subordinada adjetiva, iniciada por "a qual", na ordem
direta e feitas as substituições necessárias, seria: "O autor do texto se
refere à expressão de Elio Gaspari. ". O verbo referir-se, presente na
oração adjetiva, exige a preposição "a". O encontro dessa preposição
com o pronome relativo "a qual" (cujo referente é "expressão de Elio
Gaspari") forma a crase: "A expressão de Elio Gaspari, à qual se refere
o autor do texto... fi.
Na seqüência, vemos o terrível "cujo o". Para a correção desse trecho,
devemos retirar esse artigo "o": "e alude às criaturas desesperadas
cujo rumo é inteiramente incerto fi, já que entre "rumo" e "criaturas
desesperadas" há uma ligação de dependência (o rumo das criaturas).
(C) No sentido de "ter em vista", "objetivar", o verbo pronominal
propor-se rege a preposição "a" (Alguém se propõe ª
alguma coisa).
Assim, essa preposição deve anteceder o pronome relativo "que": "Os
objetivos a que se propõem os neoliberais... fi.
Pergunto, agora, a você: o que é esse "cujas" ligando o "nada" a "lugar
nenhum"? Já vimos inúmeras vezes que esse pronome liga dois
substantivos que possuem relação de subordinação (X de V). No lugar
dessa aberração, deve-se usar "por que" - preposição exigida pela
construção subseqüente ("os 'cidadãos descartáveis' se movem por essa
necessidade") junto com o pronome relativo "que", cujo referente é
"necessidades". A forma corrigida seria: "Os objetivos a que se
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propõem os neoliberais não coincidem com as necessidades por que se
movem os 'cidadãos descartáveis'. ".
(E) Alguém vende alguma coisa. O verbo "vender" é transitivo direto.
Assim, não há preposição "de" antes do pronome relativo: "A força do
nosso trabalho, que não relutamos em vender... " [não relutamos em
vender nossa forca de trabalh07.
Mais adiante, verificamos a regência do verbo "satisfazer-se"
(pronominal). No sentido de 'contentar-se', rege a preposição com:
Alguém se satisfaz com alguma coisa. Assim, após a correção, o período
seria: "A força do nosso trabalho, que não relutamos em vender,
dificilmente será paga pelo valor com que nos satisfaremos".
Gabarito: D
Comentário.
A partir de agora, é "vapt-vupt". Você já está escolado com esse tipo de
questão. Vamos analisar, rapidamente, a regência do verbo e a
propriedade do emprego do pronome relativo.
Na opção correta, o verbo "valer-se" (principal da locução verbal "vem
se valendo"), pronominal (cujo sentido é "aproveitar-se"), exige a
preposição "de" (Alguém se vale de alguma coisa). Como o pronome
relativo "que" está (quase) sempre correto (só não cabe em construções
exclusivas do "cujo"), está certo o período: "As medidas repressivas de
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que o Estado vem se valendo... ". Em seguida, o verbo aspirar, já
mencionado na questão 3, item (A), no sentido de "desejar
ardentemente", é transitivo indireto e rege a preposição "a": "para o
encaminhamento das soluções a que os desempregados aspiram".
Certinha!
Já na opção:
(A) o verbo "testemunhar" é transitivo direto (Alguém testemunha
alguma coisa): "As fogueiras que todos testemunhamos... ". A segunda
construção tem correto o emprego da preposição ("Ninguém pode ser
insensível a alguma coisa"), mas errou no emprego do pronome
relativo. "Quem" é usado para "pessoa", e o referente é "coisa": sinal.
Assim, deve-se usar o "quejo qual": "constituem um sinal a que [ao
qual] ninguém pode ser insensível".
(B) "Muita gente foi complacente (para) com / em / de alguma coisa"
- o adjetivo não admite a preposição "a": "O encolhimento do Estado,
(para) com o qual/do qual/no qual muita gente foi
complacente... ".
Em seguida, não há nenhum elemento que exija a preposição "de" antes
do pronome relativo "cuja", corretamente empregado ("frieza do
mercado"). Como essa expressão exerce, na oração adjetiva, a função
de sujeito ("a frieza do mercado vem fazendo um sem-número de
vítimas"), não há preposição. Assim, a construção corrigida seria: "
abriu espaço para a lógica do mercado, cuja frieza vem fazendo um
sem-número de vítimas".
(C) "Muitos se insurgem contra alguma coisa". O verbo "insurgir-se"
rege a preposição "contra". Como essa preposição é dissílaba, só aceita
a forma pronominal "a qual" (o referente é feminino: "subserviência").
Na seqüência, "todos estão contando com alguma coisa". Feitas as
devidas correções, o trecho correto seria: "Com essa sua subserviência,
contra a qual muitos se insurgem, o Estado deixa de cumprir o papel
social com que tantos estão contando".
(E) "Poucos vêm desfrutando de alguma coisa" - o verbo desfrutar,
assim como "gozar", "fruir", rege a preposição "de". Não há justificativa
para o emprego do "cujo" nesse primeiro elemento. Já no segundo, sim.
O pronome liga dois substantivos: "fogueiras" e "vigor", com idéia de
subordinação (vigor das fogueiras). O problema está no artigo em "cujo
o". Corrigida, a construção passa a ser: "Diante da pujança do Mercado
europeu, da qual [o referente é pujança] poucos vêm desfrutando, os
excluídos acendem fogueiras cujo vigor fala por si só. ".
Aproveitamos essa última questão para falar dessa expressão "por si
só". O "só" concorda, em número (plural/singular), com o substantivo
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ou pronome ao qual o pronome "si" se refere (na oração, refere-se a
"vigor"). Assim, "O vigor fala por si só", "Essas coisas falam por si
sós", "Por si sós, vocês devem fazer a reserva do hotel.".
Gabarito: E
Comentário.
Ufa! Graças a Deus mudou o estilo de questão, não é mesmo? Acho que
ninguém mais agüentava aquela história de "cujo o" pra cá, "cuja a" pra
lá ...
Devemos fazer a mesma análise que vínhamos fazendo até agora, só
que preenchendo a lacuna da forma correta.
la lacuna) O elemento dessa lacuna é o sujeito do verbo "cobrir".
Pergunta: o que cobre toda a região? Dica: o verbo está no plural
(cobrem). Resposta: as árvores. Como esse substantivo exerce a função
de sujeito, não há preposição: devemos preencher com o pronome
relativo "que" ou "as quais". A única opção é a letra (E). Levamos um
segundo para resolver a questão, hem? Na hora da prova, nada de
perder tempo. Marcou a opção correta e partiu para a próxima. Como
aqui estamos fazendo exercícios, vamos analisar as demais lacunas.
2 a) O que "evapora rapidamente" (verbo no singular)? Resposta: A água
da chuva. Essa expressão já foi mencionada na oração anterior e o texto
21
se tornaria repetitivo no caso de apresentá-Ia novamente. Assim, como
elemento de coesão textual, usamos o pronome demonstrativo. Por ter
sido apresentada no início do texto, podemos usar "essa água" (com
"ss" de paSSado - lembra?) ou "aquela água" (já que está distante no
texto, mas não há essa opção). Observe que o que evapora é a água, e
não a chuva (fenômeno atmosférico). Neste ponto, entra a análise
semântica, ou seja, o sentido que as palavras empregam ao
texto/contexto.
3 a ) Entre "solo" e "áreas desmatadas" há uma relação de dependência:
o solo das áreas desmatadas. Devemos, então, empregar o pronome
relativo cujo. Como o pronome faz parte do sujeito da oração
subordinada adjetiva ("O solo das áreas desmatadas é pobre ... "), não
devemos colocar preposição alguma: "o que não ocorre em áreas
desmatadas, cujo solo é pobre em matéria orgânica".
A ordem será: que / Essa água / cujo.
G
abarito: E
Comentário.
P lacuna) A oração subordinada adjetiva, feita a devida substituição, é:
"Ele deverá invocar razões para justificar o que fez. ".
O verbo "invocar", no sentido de "citar a seu favor", é transitivo direto.
Assim, na lacuna, deve haver apenas o pronome relativo "que" ("As
razões que ele deverá invocar... ").
22
2 a ) Agora, ,explora-se o emprego de preposlçoes e locuções
prepositivas. E comum usar inadequadamente a expressão "junto a".
Muitas vezes, em vez de 'junto a', o mais apropriado é a pura e simples
preposição "em". Veja só um exemplo: "Ele solicitou a segunda via da
certidão junto à Secretaria (sic),". Por que complicar se podemos
facilitar (e corrigir!)? "Ele solicitou a segunda via da certidão na
Secretaria. ".
Segundo lição de Napoleão Mendes de Almeida (em "Dicionário de
Questões Vernáculas"), tomam-se providências e fazem-se pedidos em
algum lugar e não junto a. O mesmo acontece em construções como "O
advogado peticionou junto ao Tribunal o relaxamento da prisão
preventiva". Pode-se usar, nesses casos, a preposição "perante" ("O
advogado peticionou perante o Tribunal o relaxamento da prisão
preventiva") .
Assim, com o significado de "em", "perante" ou "ante", não é apropriado
o emprego de "junto a". Essa foi a forma empregada na questão: "As
razões (..) não alcançarão qualquer ressonância junto aos membros do
Conselho". Os puristas condenariam essa forma, que já é praticada na
linguagem coloquial. Em seu lugar, deveria se empregada a preposição
"em": "As razões não alcançarão qualquer ressonância nos membros do
Conselho. ". Contudo, essa forma não foi apresentada e, pelo
preenchimento da primeira lacuna, já vemos que a resposta só poderia
ser a letra (E). Assim, só nos resta respirar fundo e ir adiante.
Então, quando devemos usar essa locução prepositiva? Em construções
que indicam proximidade ou contigüidade (equivalente a "próximo de",
"junto de"), como: "Estávamos junto ao padre no altar." ou "Deixe o
embrulho junto à porta de saída.". Note que, por ser prepositiva, essa
locução é invariável (no primeiro exemplo, "nós" junto ao padre).
Outros exemplos de uso apropriado da expressão são dados por
Domingos Paschoal Cegalla (em seu Dicionário de Dificuldades da Língua
Portuguesa) :
"Entrevistou o embaixador brasileiro junto ao Vaticano"; "Nosso
representante diplomático junto ao governo americano se incumbirá do
caso".
Existe aí essa idéia de "proximidade", mesmo que não seja
necessariamente física (valor não espacial).
23
depende de alguma coisa). Assim, a forma correta é: "de cujos votos
ele depende para permanecer na empresa".
Gabarito: D
Comentário.
Esse assunto já foi objeto de comentário na questão 23 da Aula 2 -
Concordância, e agora podemos ver mais um caso em que foi
empregado o pronome oblíquo com valor possessivo.
Em regra, os pronomes pessoais oblíquos são usados para representar
um nome (substantivo), evitando, assim, sua repetição. Podem se ligar
ao verbo por hífen (ênclise ou mesóclise) ou sem este sinal (próclise), e
sua colocação é assunto complexo, a ser apresentado mais adiante.
Os pronomes oblíquos são:
la pessoa - singular: me, mim, comigo / plural: nos, nós (usado
sempre com preposição), conosco
2 a pessoa - singular: te, ti, contigo / plural: vos, vós (sempre com
preposição), convosco
3 a pessoa - singular: ele, ela (usados com preposição), o / a (objeto
direto), lhe (objeto indireto), consigo (reflexivo)
plural: eles, elas (usados com preposição), os/as (objeto
direto), lhes (objeto indireto), consigo (reflexivo)
No entanto, o pronome oblíquo pode ser também usado com valor
possessivo. Vamos ao exemplo presente na opção (B), considerada
correta.
"Evocar a lembrança de outro colega" - a expressão sublinhada tem
valor possessivo, equivalente a "sua" (evocar a sua lembrança), ou
24
seja, a lembrança que se tem dele. No lugar da expressão, foi
empregado corretamente o pronome oblíquo - evocar-lhe a lembrança.
Observe que, mesmo que o substantivo estivesse no plural
(lembranças), o pronome permaneceria no singular por estar em
correlação com "colega" (Evocar-lhe as lembranças).
As demais opções abordam o emprego dos pronomes oblíquos como
objetos diretos ou indiretos. De acordo com o quadro acima, os
pronomes "o", "a" e plurais só são empregados quando o complemento
for direto (sem preposição obrigatória), enquanto que "Ihe(s)" é usado
em objetos indiretos (com preposição).
Mencionamos na questão 4 que os pronomes me, te, se, nos e vos
podem ser usados indistintamente em complementos diretos ou
indiretos e que não adianta tentar identificar se é direto ou indireto
trocando-os por "a mim", "a ti", "a eles" etc., pois esses pronomes
oblíquos devem estar sempre preposicionados ("Vejo-te / Vejo a ti
como um exemplo"). A troca, para verificação, deve ser feita por um
substantivo ("Vejo o rapaz como um exemplo" - objeto direto). Aquele
caso (a ti) é um objeto direto preposicionado por exigência do pronome
oblíquo.
Quando os pronomes o, a, os, as são empregados após o verbo cuja
terminação seja r, s, z, ao pronome é agregada ao pronome a letra L
(lo, la, los, las) e o r, s, z 'caem'. Processo parecido acontece com o
pronome oblíquo nos, diferenciando-se apenas no fato de não haver
alteração gráfica no pronome, que se mantém "nos" ("Reportamo-nos
a V.Sa. no intuito de... '').
Exemplo: opção (A) para oferecer trabalho = para oferecê-lo.
Em relação à acentuação, já comentamos na aula de ortografia que este
verbo é entendido como um vocábulo independente, devendo obedecer
às regras: oferecê = oxítona terminada em "e", '
Se o pronome dividir o verbo em duas partes, cada parte será analisada,
para fins de acentuação, como se um único vocábulo formasse.
Exemplo: Nós distribuiríamos o medicamento.
Em mesóclise: DISTRIBUIRÍAMOS + O = DISTRIBUIR + O + ÍAMOS
A letra "r" cai e o pronome "o" vira "lo" = distribui-lo-íamos.
Agora, vamos à acentuação:
No "pedacinho" distribui, a sílaba tônica recai no "i". Como segunda
vogal do hiato, deve ser acentuada = distribuí (com acento agudo no
"i")
O outro "pedaço" íamos recebe acento por ser uma proparoxítona.
25
Assim, a forma verbal correta é: distribuí-lo-íamos.
Quando o verbo termina de forma nasal (-m, -ão, -õe), aos pronomes o,
a, os, as é acrescentada a letra "n".
Exemplo: opção (C) - tomaram caminhos paralelos = TOMARAM + O =
tomaram-nos. Observe que, fora do contexto, não temos como afirmar
se o "nos" em "tomaram-nos" é o pronome oblíquo "os" ou "nos"
("tomaram a nós").
O que está incorreto na opção (D) é o emprego do pronome "lhe" em
substituição ao complemento direto "boa parte da vida". Como o verbo é
transitivo direto, correta estaria a construção: a ocupá-Ia.
A partir dessa questão, abordaremos também um dos pontos mais
incidentes em questões que envolvem pronomes - COLOCAÇÃO
PRONOMINAL.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
A fim de facilitar, resumimos a três todas as regras de colocação
pronominal:
1) REGRA GERAL:
Segundo a norma culta, a regra é a ênclise, ou seja, o pronome
após o verbo. Isso tem origem em Portugal, onde essa colocação é
mais comum. No Brasil, o uso da próclise é mais freqüente, por
apresentar maior informalidade. Mas, como devemos abordar os
aspectos formais da língua, a regra será ênclise, usando próclise
em situações excepcionais, que são:
» Palavras invariáveis (advérbios, alguns pronomes, conjunção)
atraem o pronome. Por "palavras invariáveis", entendemos os
advérbios, as conjunções, alguns pronomes que não se
flexionam, como o pronome relativo que, os pronomes indefinidos
quanto/como, os pronomes demonstrativos isso, aquilo, isto.
Exemplos:
"Ele não se encontrou com a namorada." - próclise obrigatória
por força do advérbio de negação.
"Quando se encontra com a namorada, ele fica muito feliz." -
próclise obrigatória por força da conjunção;
26
l: l\il
iy~lO~;;lESS~}~?,A
2) EMPREGO PROIBIDO:
~ Iniciar período com pronome (a forma correta é: Dá-me um
copo d'água. / Permita-me fazer uma observação.);
~ Após verbo no particípio, no futuro do presente e no futuro do
pretérito. Com essas formas verbais, usa-se a próclise (desde
que não caia na proibição acima), modifica-se a estrutura
(troca o "me" por "a mim") ou, no caso dos futuros, emprega-
se o pronome em mesóclise.
Exemplos: "Concedida a mim a licença, pude começar a
trabalhar." (Não poderia ser "concedida-me" - após particípio é
proibido - nem "me concedida" - iniciar período com pronome
é proibido).
"Recolher-me-ei à minha insignificância" (Não poderia ser
"recolherei-me" nem "Me recolherei").
3) EMPREGO FACULTATIVO:
~ Com o verbo no infinitivo, mesmo que haja uma palavra
"atrativa", a colocação do verbo pode ser enclítica (após o
verbo) ou proclítica (antes do verbo).
Exemplo:
"Para não me colocar em situação ruim, encerrei a conversa."
"Para não colocar-me em situação ruim, encerrei a conversa."
Assim, com infinitivo está sempre certa a colocação,
desde que não caia em um caso de proibição (começar
período).
NÃO CONFUNDA INFINITIVO COM FUTURO DO SUBJUNTIVO -
Na maior parte dos verbos, essas formas são iguais (para
comprar/quando comprar). Contudo, a regra da colocação
pronominal só se aplica ao infinitivo. Se o verbo estiver no futuro do
subjuntivo, aplica-se a regra geral.
m. 27
Para ter certeza de que é o infinitivo mesmo e não o futuro do
subjuntivo, troque o verbo por um que apresente formas diferentes,
como o verbo trazer (para trazer / quando trouxer), fazer (para
fazer/ quando fizer), pôr (para pôr/ quando puser), e tire a prova
dos noves. Se for infinitivo, pode colocar o pronome antes ou depois,
tanto faz. De qualquer jeito, estará certo, mesmo que haja uma
palavra atrativa (invariável).
Observação importante: quando houver DUAS palavras
invariáveis, o pronome poderá ser colocado entre elas. A esse
fenômeno dá-se o nome de APOSSÍNCLESE.
Exemplo: "Para não levar-me a mal, irei apresentar minhas
desculpas." - como vimos, com infinitivo está sempre certa a
colocação (caso facultativo), mesmo que haja uma palavra
invariável (no caso, são duas - para e não).
COLOCAÇÕES IGUALMENTE POSSíVEIS:
(1) "Para não me levar a mal, .. ,"- O pronome foi atraído pelo
advérbio.
(2) "Para me não levar a mal, ... " - O pronome foi atraído pelo
pronome.
Gabarito: E
Comentário.
28
Como "sonhos" é o objeto direto do verbo haver, para a sua
substituição não podemos usar um pronome reto (eliminaremos, pois, a
opção (A)).
Estes só exercem as funções sintáticas de sujeito e predicativo de
sujeito. Os pronomes retos não podem ser usados como complementos
verbais. Em seu lugar, empregam-se os pronomes oblíquos. Como o
verbo é transitivo direto, a substituição é pelo pronome oblíquo "os".
Assim, a primeira substituição deve ser "os há" ou "há-os".
Também seria possível o emprego de um pronome demonstrativo;
contudo, as regras mencionadas no início desta aula devem ser
respeitadas.
É possível o emprego de um pronome demonstrativo como "esses", por
fazer referência a um termo já mencionado, ou, com certa
complacência, "estes", por estar próximo.
A segunda substituição exige as noções de colocação pronominal que
acabamos de ver. Em orações subordinadas, deve ser empregado o
pronome antes do verbo (próclise). Como "sonhos" é objeto direto, não
admite o emprego de "lhes", que se presta à função de objeto indireto.
A forma correta seria os convoca. Com isso, eliminamos as opções (C)
e (D), uma vez que a (A) já havia sido rejeitada.
Na terceira proposta, o verbo atribuir é transitivo indireto, podendo o
substantivo ser substituído por lhes ou a eles.
Finalmente, na quarta troca, vimos que o pronome ,ítono NUNCA poderá
ser colocado após particípio, futuro do presente ou futuro do pretérito
do indicativo. Como existe um termo que "atrai" o pronome (nunca é
palavra invariável), a única possibilidade de colocação é antes do verbo
- os realizaremos.
A resposta é, portanto, a letra (E).
29
(D) não ocorrendo-o - dos cujos - as levarem.
(E) não lhe ocorrendo - destes - levá-Ias.
Gabarito: E
Comentário.
Em "não ocorrendo ao czar", o complemento verbal é indireto. Assim, o
pronome oblíquo não poderia ser "o", usado para objeto direto, mas
"lhe" ou "a ele", que se apresentam como objeto indireto. Eliminamos,
pois, as opções (A) e (D).
O próximo passo é verificar a posição do pronome em relação ao verbo.
Note que há um advérbio de negação antes do verbo ("não ocorrendo").
Vimos que o advérbio, como palavra invariável que é, atrai o pronome
oblíquo, ou seja, não permite a ênclise pronominal. A única possibilidade
seria, então, "não lhe ocorrendo".
O que impede a forma "lhe não ocorrendo" é a inexistência de um outro
termo invariável, que provocaria a apossínclese (colocação do pronome
entre dois termos invariáveis contíguos, como em "Espero que lhe não
diga a verdade... ").
A resposta certa, portanto, é letra (E).
Vamos continuar a análise da questão.
O substantivo "homens", que já consta do texto logo no início do
parágrafo: "O czar caçava homens", volta a aparecer mais adiante: "em
vez de homens". Essa repetição pode ser evitada com o emprego de um
pronome demonstrativo. Note que a resposta considerada pela banca
como certa indica o pronome "destes", com "t". Vimos que, em
referência anafórica (termo em passagem anterior), o mais apropriado
seria "esses" (com "ss" de paSSado). Mas afirmamos que,
modernamente, tem havido flexibilidade no emprego desses pronomes.
Essa questão vem confirmar esse posicionamento pela banca da FCC.
Mesmo se referindo a um termo já mencionado, a banca aceitou o uso
de "destes", em vez de "desses" (aliás, nem cogitou essa possibilidade
nas opções). A regra para o emprego do pronome "mesmo", que se
estende ao pronome "tal" (e variações), já foi objeto de comentário na
questão 5.
Em relação à terceira passagem, o verbo "levar" requer complemento
direto ("andorinhas e borboletas"), sendo inapropriado o emprego do
pronome "lhes". Eliminam-se, pois, as opções (B) e (C) - a propósito, o
que isto: "as levar-lhes"???? Ficou na dúvida e usou os dois
30
pronomes??? Credo!!! O pronome adequado é "as", que, em ênclise,
forma "levá-Ias".
Assim, a ordem correta seria a apresentada na letra (E).
Gabarito: D
Comentário.
Na primeira passagem, as duas formas estaria corretas: "a pratico" ou
"pratico-a". Se você ficou na dúvida se poderia construir a primeira
forma, lembro que a proibição se refere a iniciar o período. Nessa
construção, o período é composto e já teve início em "Gosto". Assim, o
pronome pode iniciar, sim, a segunda oração sem problema algum.
Na segunda passagem, o verbo "manter" apresenta um complemento
direto: "a democracia". Assim, o pronome que deve substituir esse
nome é o oblíquo "a". Eliminamos, pois, as opções (E) e (C), por
apresentar esta a forma de pronome reto (inapropriada como
complemento verbal). Estariam corretas as formas: "mantêm-na" ou "a
mantêm".
O verbo "associar" é transitivo direto, devendo ser empregado o
pronome "a" ("nada disso me impede de associá-Ia" ou "de a associar").
Por fim, o verbo "negar" também requer complemento direto, sendo
cabível o pronome "a". Note que, antes do verbo, há o pronome relativo
invariável "que" (além de iniciar uma oração subordinada), atraindo o
pronome oblíquo para junto de si: "que a negam".
31
14 - (CEAL - Advogado / Junho 2005)
Quanto aos políticos profissionais, o cidadão que considera os políticos
profissionais uma espécie daninha insiste em eleger os políticos
profissionais, em vez de preterir os políticos profissionais em favor de
um espírito de renovação.
Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os
elementos sublinhados, respectivamente, por:
(A) os considera - lhes eleger - os preterir
(B) lhes considera - elegê-los - preterir-lhes
(C) os considera - elegê-los - preteri-los
(D) considera estes - eleger a estes - lhes preterir
(E) considera os mesmos - eleger eles - os preterir
Gabarito: C
Comentário.
O verbo "considerar" é transobjetivo. O quê? Você já se esqueceu o
significado de "verbo transobjetivo"??? Não creio!!!
Transobjetivo é o verbo que requer, além do objeto, um predicativo
para esse objeto. Veja só: "O cidadão considera os políticos
profissionais ... " o quê? Faltou alguma coisa, não é? Então, o que ficou
faltando foi o predicativo do objeto direto: "uma espécie daninha".
Como o objeto é DIRETO, só admite o pronome oblíquo "os". Como
existe uma palavra invariável antes do verbo, o pronome fica antes
deste: "o cidadão que os considera uma espécie daninha... ".
O verbo "eleger" requer complemento direto (O cidadão insiste em
eleger políticos). Então, o pronome adequado é "os". Como o verbo está
no infinitivo (eleger), mesmo com uma preposição "em" antes do verbo
("em eleger"), podemos colocar o pronome antes ou depois do verbo.
Lembre-se: com infinitivo está sempre certo (só não pode iniciar
período!): "insiste em os eleger" ou "insiste em elegê-los".
Finalmente, o verbo "preterir" também é transitivo direto, exigindo o
pronome "os". Do mesmo modo que na passagem anterior, o verbo está
no infinitivo, e com infinitivo está sempre certo: "em vez de os
preterir" ou "em vez de preteri-los".
32
Julgue a assertiva abaixo.
(D) Muito embora tenham passado-se três ou quatro séculos, essa
violência vem ocorrendo de forma sistemática.
Item INCORRETO
Comentário.
Esse é um dos casos de proibição. Não se pode colocar pronome após
particípio, futuro do presente ou do pretérito do indicativo.
Estaria igualmente incorreta a forma "Muito embora tenham-se
passado'~ com o pronome em ênclise ao verbo auxiliar, uma vez que o
termo invariável (a locução conjuntiva "Muito embora'') antes do verbo
atrai o pronome: Muito embora se tenham passado".
Já a construção "Muito embora tenham se passado", apesar de comum
na "língua do povo", não encontra respaldo na norma culta. Considera-
se inapropriado o emprego do pronome em próclise ao verbo principal
(se passado), ou seja, o pronome "solto" entre os verbos. Segundo a
norma culta, a única forma correta seria: "Muito embora se tenham
passado". Mas, como já vimos que a banca da FCC admite alguns
"modernismos" (como o emprego de pronome demonstrativo "este" em
referência anafórica), devemos ser um pouco mais "complacentes" com
aquela colocação (tenham se passado).
Item INCORRETO
Comentário.
Esse é o caso de proibição mais conhecido do vasto público (e usado no
dia-a-dia, ou você já ouviu alguém no boteco pedir: "Dá-me uma
cerveja"???) .
Segundo a ortodoxia gramatical (expressão muito usada por algumas
bancas, como a ESAF), não se pode iniciar período com o pronome
oblíquo. Assim, a proposta "Se deduz à leitura" estaria incorreta por dois
33
motivos: colocação pronominal (o certo é "Deduz-se") e regência verbal
(o correto é mesmo o emprego da preposição "de").
Gabarito: B
Comentário.
O verbo "defender" está no infinitivo. Portanto, a colocação pronominal
está sempre certa (só não pode iniciar período). Como o verbo é
transitivo direto, o pronome adequado é "as": "Foi para as defender"
ou "Foi para defendê-Ias". Eliminamos três das cinco opções. Restam
somente as opções (A) e (D) - só a partir dessa análise, você já teria
50% de chances de ganhar esse ponto!
O verbo "informar" também é transitivo direto (pronome "a" =
"sociedade brasileira") e está no infinitivo. As duas construções possíveis
são: "para a informar" ou "para informá-Ia".
O verbo "criar" requer também complemento direto, sendo cabível o
pronome "a" em substituição a "a RDL!". Como existe uma palavra
invariável antes do verbo, o pronome deve ficar em próclise: "que a
criamos".
www 34
(A) se envolveram - seria-lhes
(B) se envolveram - lhes seria
(C) envolveram-se - lhes seria
(D) envolveram-se - ser-lhes-ia
(E) envolveram-se - seria-lhes
Gabarito: B
Comentário.
O pronome relativo "que" atrai o pronome "se": "Pesquisadores que se
envolveram" é a única construção possível.
Já na segunda lacuna, o "que" é uma conjunção, igualmente invariável,
atraindo, portanto, o pronome oblíquo: "sabiam que lhes seria difícil
impedir a extinção delas".
Você viu que todas as opções relativas à segunda lacuna indicam o
pronome "lhes" ? Na ordem direta, a construção seria "impedir a
extinção delas seria difícil a eles". Esse complemento nominal é regido
pela preposição "a" e o pronome que venha a substituí-lo deve ser o
oblíquo "lhe".
Gabarito: D
Comentário.
35
o verbo "coibir" é transitivo direto (coibir a prática ilegal) e o pronome
deve ser "a". Como o verbo está no infinitivo, as duas formas possíveis
são: "Para a coibir" ou "Para coibi-Ia".
- onde, que deve ter como referente um lugar. Até aí, tudo bem, já que
esse "lugar" poderia ser a "estrada". Mas teríamos eliminado essa
possibilidade no preenchimento da primeira substituição. As opções que
indicam "onde" propunham que, em substituição a "coibir a prática"
fosse empregado: (B) coibir ela, e (C) coibir-na - ambas inaceitáveis.
Então, mesmo que o candidato achasse que "onde" ficaria melhor do
que "cujo", isso não seria mais possível - já havíamos eliminado essas
opções.
- cujo o - acho que nem precisamos mais falar sobre esse monstro,
não é? Você já está cansado de saber que isso está completamente
errado.
36
20 - (TRT 22 a Região - Analista Judiciário / Novembro 2004)
Há um excesso de leis, e quando há leis em excesso deve-se reconhecer
nessas leis o vício da excessiva particularização, excessiva
particularização que só revela a fragilidade dos princípios morais.
Evitam-se as desagradáveis repetições do período acima substituindo-se
os segmentos sublinhados, respectivamente, por
(A) as há - reconhecer nelas - a qual.
(B) há as mesmas - reconhecê-Ias - a qual.
(C) há elas - reconhecer-lhes - cuja.
(D) as há - reconhecer a elas - cuja.
(E) há estas - reconhecê-Ias - onde.
Gabarito: A
Comentário.
Essa questão nos lembra bastante a de nO 11, que inicia essa série de
COLOCAÇÃO PRONOMINAL. Já mencionamos que o verbo haver, no
sentido de existência, é impessoal e não possui sujeito. O que se lhe
segue é o complemento (questão 9 da Aula 3 - Regência). Agora, essa
questão vem confirmar isso.
Vimos que os pronomes retos exercem apenas duas funções sintáticas:
sujeito (Ela é linda) ou predicativo do sujeito (minha irmã é ela). Não
podem esses pronomes exercer função de complemento (objeto direto).
Se surgir algum "ele/ela" como objeto direto ou indireto, é um pronome
oblíquo, que deverá sempre estar acompanhado de uma preposição (Eu
me dirüo a ela - objeto indireto / Todos ironizam a ela e não a mim -
objetos diretos preposicionados).
Assim, em substituição a "leis", deveríamos usar o pronome oblíquo
"as". Como existe um termo invariável antes do verbo ("quando há
leis"), a próclise é obrigatória: "quando as há em excesso ... ". Ficamos
apenas com duas opções: (A) e (D).
O verbo "reconhecer", na construção, é transitivo direto. O objeto direto
é "o vício da excessiva particularização". A expressão "nessas leis" tem
valor adverbial, podendo ser substituída por um pronome. A banca
propôs "nelas", ou seja, o pronome oblíquo "elas" acompanhado da
preposição "em". A forma "a elas" não seria adequada, por modificar a
preposição adequada à construção.
37
Por fim, como o pronome relativo substitui "excessiva particularização",
poderia ser empregado "a qual" ou "que". Contudo, esse último poderia
causar alguma ambigüidade com "vício" (" ... deve-se reconhecer ... o
vício da excessiva particularização, que só revela a fragilidade dos
princípios morais" - quem revela essa fragilidade: o vício ou a
particularização). Então, mais apropriado é mesmo o emprego de "a
qual".
38
LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS
1 - (TRE AP - Analista Judiciário / Janeiro 2006)
É adequado o emprego da expressão sublinhada na seguinte frase:
(A) O jornal de cujo o Sr. Matter se valeu para contar sua história foi
lido pelo cronista.
(B) A notícia à qual se deparou o cronista estimulou-o a escrever uma
crônica.
(C) O índio jivaro, com cuja reação o Sr. Matter não contava, espantou-
se com a proposta.
(D) A barbaridade com cuja se espantou o czar era a caça de andorinhas
e borboletas.
(E) A barbaridade à qual serviu ao poeta de tema não costuma espantar
os civilizados.
39
(:ICIOS P/
",;Y;C}"~f,g~ CLA!J!Ut\ !{C,ZI,01N7fJiKI
40
(D) Há uma ambivalência em relação aos atores na qual espelha a
divisão entre o respeito e o menosprezo que deles costumamos
alimentar.
(E) Os atores sobre os quais se fez menção no texto construíram uma
carreira cinematográfica de cujo sucesso comercial ninguém pode
discutir.
41
!:M
PROFESSORA
42
11 - (Analista BACEN / Janeiro 2006)
Sonhos não faltam; há sonhos dentro de nós e por toda parte, razão
pela qual a estratégia neoliberal convoca esses sonhos, atribui a esses
sonhos um valor incomensurável, sabendo que nunca realizaremos
esses sonhos.
Evitam-se as viciosas repetições dos elementos sublinhados na frase
acima substituindo-os, na ordem dada, por:
(A) há eles - convoca-os - atribui-lhes - realizaremo-Ios
(6) os há - os convoca - lhes atribui - realizaremo-Ios
(C) há-os - convoca-lhes - os atribui - realizá-Ios-emos
(D) há estes - lhes convoca - atribui-lhes - os realizaremos
(E) há-os - os convoca - atribui-lhes - os realizaremos
43
KOZLOW5KI
44
As expressões sublinhadas poderiam ser correta e respectivamente
substituídas, no caso da utilização de pronomes, por:
(A) as defender - informar-lhe - lhe criamos
(B) defendê-Ias - informá-Ia - a criamos
(C) lhes defender - informar-lhe - criamo-Ia
(D) defendê-Ias - lhe informar - criamo-lhe
(E) defender-lhes - informá-Ia - lhe criamos
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Há um excesso de leis, e quando há leis em excesso deve-se reconhecer
nessas leis o vício da excessiva particularização, excessiva
particularizacão que só revela a fragilidade dos princípios morais.
Evitam-se as desagradáveis repetições do período acima substituindo-se
os segmentos sublinhados, respectivamente, por
(A) as há - reconhecer nelas - a qual.
(6) há as mesmas - reconhecê-Ias - a qual.
(C) há elas - reconhecer-lhes - cuja.
(D) as há - reconhecer a elas - cuja.
(E) há estas - reconhecê-Ias - onde.
46
()
()
PONTUAÇÃO
Bem, pessoal, estamos na reta final e nosso último assunto está sempre
presente em qualquer prova de Língua Portuguesa de qualquer banca
examinadora - Pontuação.
Nas provas da Fundação Carlos Chagas, o sinal de pontuação campeão
de ocorrências é a vírgula.
Nossa aula de hoje terá um novo formato. Inicialmente, apresentaremos
todos os conceitos pertinentes ao assunto. Em seguida, veremos as
questões, relembrando o que já foi apresentado na parte introdutória.
Preparado(a)? Então, vamos!
Na comunicação oral, o falante lança mão de certos recursos da
linguagem, como a entoação da voz, os gestos e as expressões faciais
para denotar dúvida, hesitação, surpresa, incerteza etc.
Quando se constrói a comunicação por meio da escrita, quem passa a
ter essa incumbência é a pontuação. Por isso, tanta gente associa
indevidamente o emprego de vírgula a uma pausa da respiração. Isso
não tem sentido. Se assim o fosse, tínhamos de colocar vírgula a cada
palavra escrita. Ou você, por acaso, prende a respiração ao escrever
uma oração sem vírgulas?
Afinal, qual é a utilidade de colocarmos sinais de pontuação no texto?
Além de estabelecer na escrita aquelas denotações expostas acima,
também se digna a eliminar ambigüidades que poderiam surgir em um
texto sem pontuação ou a destacar certas palavras, expressões ou
frases.
O texto que reproduzimos abaixo, cujo autor desconhecemos,
exemplifica bem as funções da pontuação.
"Um homem rico estava muito mal, pediu papel e pena. Escreveu
assim:
'Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais
será paga a conta do alfaiate nada aos pobres. '
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava ele a fortuna?
Eram quatro concorrentes.
1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
'Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho.
Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres. '
2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:
'Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais
será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres. '
3) O alfaiate pediu cópia do original. Puxou a brasa para a
sardinha dele:
'Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho?
Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres. '
4) Chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez
esta pontuação:
'Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho?
Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres.'
Assim é a vida. Nós é que colocamos os pontos. E isso faz a
diferença. ".
Cabe a nós, redatores, empregar a pontuação de modo que a
mensagem por nós escrita chegue ao leitor no sentido exato que
queríamos transmitir.
Para isso, devemos conhecer suas regras.
A pontuação depende da estrutura sintática da oração. Para começar, é
interessante notar que a ordem direta das orações é a seguinte:
SUJEITO - VERBO - COMPLEMENTOS VERBAIS - ADJUNTOS
Para colocar a oração nessa ordem direta, devemos partir do verbo,
perguntando a ele quem é o seu sujeito.
A partir daí, sabendo o sujeito e o verbo, identificaremos os
complementos verbais (predicativos, objetos), que são os termos que
complementam o sentido do verbo.
Por "adjuntos", entendem-se as condições em que a ação expressa pelo
verbo se estabelece - tempo, lugar, modo, intensidade, dúvida,
negação. Essas circunstâncias são apresentadas pelos advérbios. E
lógico que, se uma dessas circunstâncias (como a de negação) estiver
acompanhando um termo específico (por exemplo, um verbo), o
advérbio irá se posicionar próximo ao esse termo, e não no fim da
oração (Eu não sairei daqui).
Os complementos, além de verbais, podem ser nominais, quando
completam o sentido de um nome: necessidade de carinho. Também
aos nomes ligam-se elementos para restringi-los ou designá-los
(adjuntos adnominais). Esses termos regidos devem ficar próximos de
seus termos regentes, onde quer que estejam (seja no sujeito, seja no
predicado).
2
Exemplos: Seu amor à pátria (o nome faz parte do sujeito) era
fantástico; Não há necessidade de chorar (o nome faz parte do
predicado).
Esses conceitos são fundamentais para compreendermos alguns casos
de proibição.
Os sinais de pontuação são: ponto, ponto-e-vírgula, vírgula, ponto de
exclamação, ponto de interrogação, travessão, parênteses, aspas,
reticências.
Eles indicam entoação ou pausa. Nas palavras de Celso Cunha (Nova
Gramática do Português Contemporâneo), "esta distinção,
didaticamente cômoda, não é, porém, rigorosa. Em geral, os sinais de
pontuação indicam, ao mesmo tempo, a pausa e a melodia.".
O sinal mais explorado em questões de prova é, sem dúvida, a vírgula.
Por isso, começaremos por ela. Para fins didáticos, iremos estudar o
assunto a partir das proibições e das situações especiais para o seu
emprego. Após essa apresentação, começaremos a resolver as questões
de prova.
VÍRGULA
CASOS PROIBIDOS:
1 - Separar por vírgula elementos inseparáveis na ordem direta:
1.1 - sujeito do verbo;
1.2 - verbo do complemento verbal;
1.3 - termo regente do termo regido (complemento nominal,
adjunto adnominal);
1.4 - verbos que compõem uma locução verbal;
Algumas construções admitem, modernamente, a separação do sujeito
do verbo - "Quem avisa, amigo é." - o sujeito do verbo ser é a oração
Quem avisa. Contudo, isso se justifica somente em casos especiais,
normalmente por questão de estilo, já que, na fala, costumamos pausar
após o verbo.
Observe que, se a oração não estiver na ordem direta, o deslocamento
dos complementos deverá ser indicado por vírgulas, sem que isso
constitua erro: "Por "adjuntos" (predicativo = complemento verba/),
entendem-se as condições em que... ".
Se surgir uma vírgula após um desses elementos "inseparáveis",
verifique se não se trata de alguma intercalação de elementos. Para a
3
correção do período, deve haver duas vírgulas nessa intercalação, uma
abrindo o período e outra, fechando.
2 - Colocar apenas uma das duas vírgulas obrigatórias para
isolar termos ou expressões deslocados de sua posição original
na oração (exceto, obviamente, se estiver no início do período).
Desse jeito, o período deslocado fica "capenga", faltando uma das
vírgulas. Se abriu, tem que fechar. Portanto, são necessárias duas
vírgulas, mesmo que alguma delas esteja exercendo dupla função (por
exemplo, no caso de DOIS ou mais termos deslocados e adjacentes).
Hoje, às duas horas da tarde, próximo ao supermercado, houve
um grave acidente.
SITUACÕES ESPECIAIS
- elipse de algum termo pode ser indicada por uma vírgula, como em
: "Fui à festa levando muitos presentes; João, somente a boca. "
- adiuntos adverbiais deslocados, desde que pequenos e de fácil
entendimento, dispensam a vírgula. Caso contrário, longos, em
orações adverbiais extensas, ou, mesmo curtos, para dar ênfase
ao adjunto, devem ser isolados por vírgula.
Hoje (,) irei embora.
Embora tenha me mantido distante das negociações, precisarei
comparecer à reunião de acionistas.
Infelizmente (,) não poderei aceitar o convite.
- em relacão a algumas conjuncões, a vírgula tem tratamento
especial:
• conjunção coordenativa aditiva "e" - a regra é a dispensa da
vírgula antes da conjunção aditiva e. Somente é admitida em
situações especiais: quando apresenta sujeitos diferentes e seu
emprego tem por objetivo a clareza textual; quando faz parte de
uma figura de linguagem chamada polissíndeto (síndeto significa
elemento de ligação - reveja o significado de orações assindéticas
e sindéticas, na Aula 8 - Conectivos), o uso excessivo de vírgulas
e de conjunções tem a função estilística de fazer supor um fim que
nunca chega - com isso, enfatiza-se cada oração introduzida pela
conjunção e:
De tudo ao meu amor serei atento
Antes,~ com tal zelo,~ sempre,~ tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
4
CIC~:S 'P I f CC
!:YRIJ!'!',IISORt" (~UHjlnA IH»d:!LI,J'W:::'I1I».
5
explicativa, para representar a pausa que normalmente se dá na
fala. Essa é uma das características que diferenciam a conjunção
coordenativa explicativa porque da subordinativa causal
homônima.
Consideram-na uma rebelde, pois não respeita ninguém.
- expressões denotativas ou de realce, como "ainda", "mesmo
assim", "por exemplo", "isto é", que servem para introduzir argumentos,
retificações ou desenvolvimento do assunto a ser explorado, ficam
isoladas por vírgulas.
Mas, sem dúvida alguma, a banca da f CC, no que se refere a
questões de pontuação, A-DO-RA separar elementos
inseparáveis e sugerir troca de pontuação em orações adjetivas,
questionando sua alteração semântica. Vejamos este último
ponto agora:
oracões subordinadas adjetivas podem ser restritivas ou
explicativas:
• restritivas - como o nome sugere, restringem o conceito dos
substantivos e, a exemplo do que ocorre com adjetivos simples,
não poderão ser separadas dos substantivos a que se refiram.
"Vou pintar meu quarto com a cor azul. (não se separa o
/I
6
• explicativas - sua função é somente explicar; por isso, como
qualquer elemento de função meramente explicativa, deverão ser
colocadas entre vírgulas. Se após a oração houver o encerramento
do período, em vez de colocar a segunda vírgula, coloca-se o
ponto final.
"A vida do ex-presidente Juscelino Kubitschek, que foi o
responsável pela mudanca da sede da capital para Brasília,
está sendo contada na série JK, da Rede Globo. "
Essa oração sublinhada tem valor explicativo e, por isso, foi
colocada entre vírgulas.
Então, em orações adjetivas explicativas, a vírgula é
OBRIGATÓRIA!
De volta àquele exemplo do valerioduto, segundo a construção
"Os políticos, que se envolveram no escândalo do valeriaduto,
deverão perder o seu mandato." todos os políticos (provavelmente
já enumerados anteriormente no texto) deverão perder o
mandato, pois agora a oração adjetiva é explicativa.
Mais um teste para fixação desse conceito: indique a pontuação
adequada nas duas estruturas abaixo:
"O presidente do Banco Central ( ) Henrique Meirelles ( )
compareceu à cerimônia."
"O ministro do Supremo Tribunal Federal ( ) Sepúlveda
Pertence ( ) compareceu à cerimônia."
A resposta: se a vírgula é obrigatória em termos/orações de
valor explicativo e proibida em termos/orações de valor
restritivo, primeiro vamos definir o que é explicativo e o que é
restritivo.
Quantos presidentes o BACEN possui? Somente um. Então, o
termo tem valor explicativo - "O presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, compareceu ... ". Com vírgulas.
Quantos ministros o STF possui? Onze! Então, o termo tem valor
restritivo - "O ministro do Supremo Tribunal Federal Sepúlveda
Pertence compareceu à cerimônia.". Sem vírgulas.
Agora você percebe o porquê de não terem sido colocadas vírgulas
em "ex-presidente Juscelino Kubitschek"? Porque são vários os ex-
Presidentes da República (agora, em maiúscula, por designar o
cargo) .
E qual é o caso de vírgula facultativa em orações adjetivas?
Resposta: NENHUM!!!!!
7
Ou a vírgula é proibida (orações adjetivas restritivas), ou a
vírgula é obrigatória (orações adjetivas explicativas).
PONTO
É a pausa maxlma. Juntamente com o ponto de interrogação, de
exclamação e, em alguns casos, das reticências, representa a ruptura do
período, seja ele composto ou simples (oração absoluta). Quando os
períodos sucedem-se nas idéias que expressam, usa-se o ponto simples
para separá-los. Quando a ruptura é maior, representando, inclusive, a
mudança de um grupo de idéias a outro, marca-se essa transposição
maior com o "ponto-parágrafo".
O ponto também é usado em abreviaturas (V.Sa,f Dr.Fulano/etc.).
Quando o ponto abreviativo coincide com o fim de um período,
emprega-se somente um, que passa a acumular as duas funções:
Ele foi à feira e comprou verduras, frutas, legumes etc.
Em relação à vírgula antes do "etc.", encontramos divergências no
tratamento. Há os que buscam na etimologia motivo para dispensá-Ia,
uma vez estar presente, em seu significado, a conjunção e (etc. = et
cetera = g as demais coisas.). Há os que a justificam como mais
um elemento da enumeração, o que legitima essa pontuação. Por isso,
dificilmente isso seria objeto de questão de prova. Se a banca adotasse
(adotar) um desses posicionamentos, receberia uma enxurrada de
recursos com argumentação consistente para a anulação da questão.
PONTO-E- VÍRGULA
Dizer que é um sinal intermediário entre o ponto e a vírgula não ajuda
muito, não é?
Trata-se de uma pausa de duração suficiente para denotar que o
período não se encontra encerrado totalmente mas que, também, não
pertence à oração anterior.
Basicamente, usa-se o ponto e vírgula, a depender do contexto, para
atribuir clareza ao texto.
Por exemplo, quando, na oração, já existem elementos entre vírgulas, o
ponto-e-vírgula é usado para subdividir os períodos:
A vida é dura; nada me tira, porém, a vontade de viver.
Ela não respeita ninguém; é, portanto, uma rebelde.
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(*) Agora, compare com as formas apresentadas anteriormente e
veja como essas ficaram bem mais claras.
Também é usado para separar itens enunciativos de textos legislativos
(leis, decretos, regulamentos):
Art. 4° O interessado, pessoa física ou jurídica,
somente poderá exercer atividades relacionadas com o
despacho aduaneiro:
1 - por intermédio do despachante aduaneiro;
11 - pessoalmente, se pessoa física, ou, se jurídica, também
mediante:
a ) dirigente;
b ) empregado;
DOIS PONTOS
Esse sinal marca, na escrita, a suspensão de uma frase não concluída.
Emprega-se, pois, para anunciar:
- uma citação:
Às margens do Ipiranga, gritou D.Pedro 1:
- Independência ou Morte!
- uma enumeração:
Após o levantamento do inventário, devemos tomar as
seguintes providências: encerrar o balanço patrimonial,
convocar uma reunião extraordinária, providenciar uma
auditoria nas contas.
(Esses elementos também poderiam estar separados por pontos-
e-vírgulas, para maior clareza.)
- um esclarecimento, uma síntese ou uma conseqüência do que foi
enunciado:
A razão é clara: achava a sua conversa menos cansativa
que a dos outros homens.
PARÊNTESES
Servem para intercalar qualquer informação acessória, como uma
explicação, uma circunstância, uma reflexão, uma nota do autor.
Em relação aos sinais de pontuação, indica o Formulário Ortográfico:
9
"Quando uma pausa coincide com o início da construção parentética
[entre parênteses], o respectivo sinal de pontuação deve ficar depois
dos parênteses mas, estando a proposição ou a frase inteira encerrada
pelos parênteses, dentro deles se põe a competente notação. ".
"Não, filhos meus (deixai-me experimentar, uma vez que
seja, convosco, este suavíssimo nome); não: o coração não
é tão frívolo, tão exterior, tão carnal, quanto se cuida." (Rui
Barbosa)
O ponto-e-vírgula permaneceu após o fim da construção entre os
parênteses, por pertencer à oração que se antecedia a construção
parentética.
"A imprensa (quem o contesta?) é o mais poderoso meio
que se tem inventado para a divulgação do pensamento."
(Carlos Laet)
O ponto de interrogação pertence à oração entre parênteses e lá deve
ser empregado.
TRAVESSÃO
Segundo o Formulário Ortográfico, "emprega-se o travessão, e não o
hífen, para ligar palavras ou grupos de palavras que formam, por assim
dizer, uma cadeia na frase: O trajeto Mauá-Cascadura".
A esse conceito, Evanildo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa)
acrescentou que "o travessão pode substituir os parênteses para
assinalar uma expressão intercalada",
Assim, uma expressão explicativa ou simplesmente acessória
pode ser apresentada entre vírgulas, entre travessões ou entre
parênteses.
Se o período se encerra juntamente com essa expressão, o segundo
travessão ou a segunda vírgula pode ser substituída pelo ponto final.
Se a expressão indicada entre os travessões estiver dentro de uma
outra construção indicada entre vírgulas, não constitui erro a indicação
do segundo travessão e, em seguida, a vírgula que encerra o
deslocamento.
Apesar de seu tamanho - que causava terror a todos os
que não o conheciam -, a sua índole era de uma criança
inocente.
ASPAS
10
Usam-se aspas para indicar uma citação (em todas as nossas aulas, há
exemplos desse emprego, inclusive aqui), para destacar uma expressão
ou palavra a que se queira dar relevo na construção, ou realçar
ironicamente alguma palavra ou expressão.
A isso eu chamo de "hipocrisia burra".
Esse é o país do "jeitinho".
Celso Cunha alerta para o emprego da pontuação no emprego de aspas:
"Quando a pausa coincide com o final da expressão ou sentença que se
acha entre aspas, coloca-se o competente sinal de pontuação depois
delas, se encerram apenas uma parte da proposição. Quando, porém, as
aspas abrangem todo o período, sentença, frase ou expressão, a
respectiva notação fica abrangida por elas.
li
PONTO DE INTERROGAÇÃO
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer
enunciado com entonação exclamativa, que normalmente exprime
admiração, surpresa, assombro, indignação etc.
O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções
interjetivas:
Oh!
Valha-me Deus!
O ponto de exclamação, nesses casos, somente acompanha a
interjeição, não valendo como o fim da frase. Por isso, ele acumula a
função de vírgula:
Ai! que saudade da Bahia.
Perceba que a vírgula foi dispensada, porque a exclamação a substituiu.
Note também que o sinal de pontuação não encerrou a frase;
simplesmente acompanhou a interjeição. Se quiser usar inicial
maiúscula após esse ponto, tudo bem. Mais erudito, porém, é não usá-
lo.
11
RETICÊNCIAS
As reticências são empregadas para marcar a interrupção da frase:
a) para assinalar interrupção do pensamento ou hesitação em enunciá-
lo:
- Bem; eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência de
que fiz o meu dever. Mas o mundo saberá ...
(Júlio Dinis)
b) para indicar, numa narrativa, certas inflexões de natureza emocional
(de alegria, de tristeza, de raiva):
Mágoa de o ter perdido, amor ainda. Ódio por ele? Não... não
vale a pena ...
(Florbela Espanca)
c) como forma de realçar uma palavra ou expressão, colocando-se as
reticências antes dela:
E teve um fim trágico... pobrezinho...já tão novo com tanta
responsabilidade!
Como sinal melódico, indica uma pausa maior quando associado a
outros sinais, como a vírgula, o ponto de interrogação ou de
exclamação.
Passai, ó vagas..., mas passai de manso! (C.Alves)
Certas pessoas merecem punição severa! ... esbravejou a
vítima.
Muitos gramáticos recomendam o uso de reticências (inclusive entre
parênteses), no início, no meio ou no fim de uma citação, para indicar
supressão no trecho transcrito, em cada uma dessas partes.
"Do mesmo modo que a frase não é uma simples seqüência de
palavras, o texto não é uma simples sucessão de frases. São
elos transfrásicos, (. ..), que fazem do texto um conjunto de
informações." (Elisa Guimarães, "A Articulação do Texto")
Celso Cunha, no entanto, faz distinção entre as reticências, como sinal
melódico de pontuação, e os três pontos que marcam a supressão de
palavras, expressões ou trechos de um texto.
"Modernamente'~ continua o professor, "para evitar qualquer dúvida,
tende a generalizar-se o uso de quatro pontos para marcar tais
supressões, ficando os três pontos como sinal exclusivo de reticências."
12
Vamos aos exercícios. Bons estudos.
QUESTÕES DE PROVA DA f CC
Gabarito: A
Comentário.
(B) A vírgula entre 'macacos' e 'borboletas' serve para isolar elementos
de uma enumeração. A indicação do último elemento com o emprego da
conjunção "e" dispensa a vírgula após "borboletas". Além disso, a que se
segue, após 'andorinhas', separa o sujeito composto anteposto
("Macacos, borboletas e andorinhas") do verbo correspondente ("são").
Em seguida, não há justificativa para o emprego de uma vírgula após
"tampouco", uma vez que essa conjunção une a expressão "para o czar
naturalista" à anterior "não para o índio jivaro".
A expressão "nem tampouco" une uma conjunção aditiva (nem = "e
não") com um advérbio "tampouco" (= também não). Não se trata de
um erro ou uma redundância. É, na verdade, um recurso lingüístico de
reforço da negação (presente nos dois vocábulos, como vimos),
13
sobretudo, na linguagem falada. Em textos oficiais, o rigor formal
prefere a forma simples "tampouco", mesmo por questão de clareza
textual.
(C) Por apresentar valor explicativo, as expressões "em sua crônica" e
"em seu poema" devem estar isoladas por vírgulas. Inclusive, a
ausência da segunda vírgula, após "poema" provoca um erro de
pontuação, por separar o sujeito composto ("Tanto Rubem Braga ...
quanto Drummond") do verbo "motivam".
Por fim, a expressão "como uma ação bárbara" complementa o sentido
do verbo "classificar" e não deve ser separada deste pelo sinal de
pontuação.
(D) Entre o verbo e seus complementos, na ordem direta, não pode
haver vírgula. Esse erro está presente em "Nunca ocorreu, ao
Sr.Matter". A expressão "Sr.Matter" exerce a função de objeto indireto
do verbo "ocorrer". Assim, a vírgula que os separa deve ser retirada
("Nunca ocorreu ao Sr.Matter").
O sujeito de "ocorrer" é oracional e também não poderia ser separado,
por vírgula, do predicado correspondente. O mesmo volta a ocorrer na
seqüência, em que "índio jivaro", sujeito, é separado de "tivesse",
verbo. Por fim, entre termo regente e termo regido não pode haver
pausa. "De quem reduziria a cabeça" é uma oração adjetiva restritiva
em relação ao antecedente "aquele"; por isso, não deve haver vírgula
entre esses elementos.
Após a correção, o período seria "Nunca ocorreu ao Sr.Matter que um
índio jivaro tivesse qualquer critério para escolher aquele de quem
reduziria a cabeça".
14
(D) Ao se referir ao nosso absenteísmo, está o autor aludindo à nossa
inércia, à acomodação política a que nos entregamos, mesmo nos
momentos que exigem uma decisiva participação.
(E) Sendo a democracia, ao mesmo tempo um regime de decisão
pessoal, e de representação coletiva, suscita entre os eleitores, uma
notável ambivalência na hora de se decidirem.
Gabarito: D
Comentário.
(A) O único equívoco dessa opção foi a falta da segunda vírgula no
isolamento da expressão "assim", que poderia, também, vir sem pausa.
Isso porque essa expressão tem valor adverbial, mas, por ser curta e de
fácil entendimento, dispensa a pausa indicada pela vírgula. Assim, deve-
se acrescentar uma vírgula antes desse vocábulo ("julga a maioria dos
eleitores que, assim, manifestam seu preconceito") ou retirar a que o
sucede ("julga a maioria dos eleitores que assim manifestam seu
preconceito") .
(B) Há duas opções de construção da primeira passagem:
1 - colocam-se as expressões "por um lado" e "por outros" entre
vírgulas, empregando-se, após "lado", um ponto-e-vírgula (por questão
de clareza textual): "Nômades, por um lado; devassos, por outros: é
com tais imputações... "; ou
2 - retira-se a vírgula após "Nômades" ("Nômades por um lado,
devassos por outros: é com tais imputações... ").
Em seguida, a vírgula após "revelam" separa o verbo de seu
complemento, "os preconceitos".
Finalmente, não pode haver uma vírgula separando o pronome relativo
do restante da oração adjetiva (O certo seria "que se revelam os
preconceitos que alimentamos em relação aos atores").
(C) A vírgula que isola o predicativo do sujeito "atores" do restante da
oração deve ser retirada para a correção do período: "somos todos
atores".
(E) A expressão adverbial "ao mesmo tempo" deve ser isolada por
vírgulas. Poderia também dispensá-Ias, por ser um termo curto. O que
não pode é colocar somente uma. Faltou a segunda após "tempo".
O substantivo 'regime' possui dois complementos: "de decisão pessoal"
e "de representação coletiva". A vírgula antes da conjunção que liga os
15
dois elementos está separando termo regente ("regime") do segundo
termo regido ("de representação coletiva"), devendo, pois, ser retirada.
Está correta a vírgula após "coletiva", pois encerra toda a estrutura
adverbial "Sendo a democracia (. ..) de representação coletiva".
Contudo, a que se apresenta após "eleitores" separa o verbo "suscita"
de seu complemento direto "uma notável ambivalência". Para a correção
do período, pode-se acrescentar uma vírgula após o verbo, isolando,
assim, a expressão "entre os eleitores", ou retirar o já mencionado sinal
(código de erro: vírgula "capenga"... rs ... ).
3 - (Analista BACEN / Janeiro 2006) Quanto à pontuação, está
inteiramente correta a frase:
(A) É possível que entre os leitores, haja os que não concordem com a
tese esposada pelo autor; a de que as condições de atuação do
neoliberalismo são subjetivas, uma vez que incorporam sonhos de
realização impossível.
(B) O jornalista Elio Gaspari, citado pelo autor, acredita, a julgar pela
expressão de sua própria lavra, que há sujeitos inteiramente excluídos
do processo civilizatório, mercê do funcionamento da máquina
neoliberal.
(C) A busca incessante de status empreendida pela maioria das
pessoas, faz parte de uma estratégia, segundo a qual, há sempre uma
miragem que deve ser perseguida; como se miragens pudessem de
repente ganhar corpo.
(D) Continuação ou repetição das mesmas violências - não importa - o
fato é que não temos conseguido incluir, a maioria dos cidadãos, num
processo em que houvesse um mínimo de justiça, na distribuição das
riquezas.
(E) Ao se referir ao seu observatório psicanalítico o autor expõe a
perspectiva, segundo a qual, detectou razões de ordem subjetiva, para
que a máquina liberal aja em conformidade com uma estratégia aliás
muito bem planejada.
Gabarito: B
Comentário.
(A) Note como as questões se repetem. A exemplo do que ocorreu no
item (E) da questão 2, que acabamos de mencionar, a expressão "entre
os leitores" poderia ser isolada por vírgulas ou vir sem nenhuma pausa.
O erro está em indicar a vírgula somente uma delas, após "leitores",
separando, assim, a conjunção do restante da oração subordinada
16
substantiva. Na seqüência, a expressão "a de que as condições... ", em
que é apresentada a tese do autor, pode ser antecedida pelo sinal de
dois pontos, em vez do ponto-e-vírgula, pois indica o início dessa
explicação.
(C) A expressão explicativa "empreendida pela maioria das pessoas",
deve ser isolada por vírgulas, mas houve apenas a indicação da que
encerra a intercalação (caso da vírgula "capenga"). Para o período
deixar de ser "manco", devemos acrescentar uma vírgula no início dessa
expressão, após "status".
Não há justificativa para a vírgula que separa o pronome relativo "a
qual" do restante da oração adjetiva.
Por fim, deve-se substituir o ponto-e-vírgula (inadequado, pois indica
uma pausa excessiva para o período), por uma vírgula em "há sempre
uma miragem que deve ser perseguida, como se miragens pudessem (,)
de repente (,) ganhar corpo" (a expressão "de repente" poderia, ou não,
estar entre vírgulas).
(D) Note que, após "não importa", há, na fala, uma pausa maior do que
a indicada por um simples travessão. Essa pausa serve para indicar o
encerramento do comentário do autor ("não importa"). Por isso, a
pontuação deve indicar essa ruptura. As possibilidades são:
- após o segundo travessão, deveria ser colocada uma vírgula. Assim, o
travessão encerra o comentário e a vírgula indica o deslocamento de
toda a passagem sublinhada ('Continuacão ou repeticão das mesmas
violências - não importa -, o fato é que... '')
- no lugar do segundo travessão, um ponto final, de modo a indicar essa
ruptura do comentário do autor e o início da argumentação que se
segue ("Continuação ou repetição das mesmas violências - não importa.
O fato é que... '').
- no lugar dos travessões, respectivamente podemos empregar uma
vírgula e um ponto-e-vírgula ou ponto final ("Continuação ou repetição
das mesmas violências, não importa; o fato é que... '').
De qualquer modo, o simples travessão não indica a pausa mais longa,
adequada à passagem.
A vírgula após o verbo "incluir" o separa de seu complemento ("a
maioria dos cidadãos"), o mesmo ocorrendo em relação à expressão
"num processo... ".
Em seguida, a vírgula separa o termo regente "justiça" da expressão
regida "na distribuição das riquezas". Por mais longa que seja a oração,
se a pontuação separar elementos inseparáveis, deve ser corrigida.
17
(E) A expressão adverbial deslocada do fim para o início do período ("Ao
se referir ao seu observatório psicanalítico") deve ser isolada por vírgula
(após "psicanalítico").
Gabarito: B
Comentário.
A essa altura da aula, você já percebeu que as questões que envolvem
pontuação estão, em sua maioria, explorando erros de emprego da
vírgula, separando elementos inseparáveis (sujeito do verbo, verbo do
complemento, termo regente do termo regido etc.) ou mantendo apenas
18
uma das vírgulas que isolam expressões ou períodos (vírgula
"capenga") .
(A) A expressão adverbial "analisando os problemas dos principados
italianos" deve ser apresentada entre vírgulas, em função do
deslocamento - houve apenas a indicação da segunda, provocando um
erro de pontuação. Além disso, o verbo "escrever" foi separado de seu
complemento "um tratado sobre os fundamentos das ações políticas"
em virtude da ausência da primeira vírgula que isola a expressão "em
plena Renascença", também adverbial.
(C) Novamente, deveria ser colocada uma vírgula para indicar o término
da expressão adverbial deslocada ("Quando escreveu O Príncipe"). O
termo regido "dos principados italianos" foi separado de seu regente
"problemas" por uma inadequada vírgula. Por fim, a expressão
"considerada basilar", que complementa o sentido de "obra" e regente
de "para quem se interesse por política", não poderia ser isolada por
vírgulas.
(D) Isso já está se tornando repetitivo, hem? Mais uma vez, a expressão
adverbial deslocada está com a vírgula incorretamente empregada.
Nesta construção, o sinal, em vez de após "Renascença", foi colocado
após "Príncipe". Além desse erro, outro: a indevida separação do
complemento "um tratado sobre política" do verbo correspondente:
"legou". Feitas as correções, o período seria: "Tendo escrito O Princípe
em plena Renascença, Maquiavel nos legou, sem dúvida, um tratado
sobre política cujo valor continua sendo reconhecido em nosso tempo".
19
(E) Para, proteger os animais especialmente os silvestres, que são
cobiçados, por seu valor comercial formaram-se, grupos de empresários
que se uniram, aos ambientalistas.
Gabarito: C
Comentário.
Todas as opções apresentam o mesmo texto, alterando, apenas, a
forma de pontuar. Estão corretamente empregados os sinais de
pontuação da opção (C). A partir da comparação com esse texto,
verificam-se os erros das demais opções.
O complemento do verbo 'proteger' é 'os animais'. Entre esses termos
não pode haver uma vírgula (opção A).
As expressões "especialmente os silvestres" e "que são cobiçados por
seu valor comercial", por terem valor explicativo, devem ser isoladas
por vírgulas (erro das opções B, D e E).
A ligação entre os termos "cobiçados" e "por seu valor comercial", por
sua vez, não poderia ser interrompida por uma vírgula (opções A e E), o
mesmo ocorrendo em relação à expressão "grupos de empresários"
(opção D).
A vírgula que separa a forma verbal "uniram" de seu complemento
indireto "aos ambientalistas" (opções A e E) também deve ser retirada.
Itens CORRETOS
20
Comentário.
I - Todas essas expressões têm valor adjetivo em relação a "a Capital
do Mato Grosso do Sul" e, por formarem uma enumeração formada por
elementos de igual função sintática, devem ser separadas por vírgulas.
II - As expressões mencionadas no item anterior, de valor adjetivo em
relação a Campo Grande, apresentam o motivo pelo qual é alto o índice
de satisfação de seus moradores e empreendedores. Assim, o conjunto
possui natureza adverbial explicativa, sendo possível sua indicação por
vírgula (como no texto) ou por travessão (conforme proposto pelo
examinador).
Item INCORRETO.
Comentário.
Vimos na Aula 2 - Concordância os casos em que a expressão "é que"
tem caráter de realce, podendo ser retirada do texto sem prejuízo. O
exemplo dado foi "José é que trabalhou, mas os irmãos é que se
aproveitaram do seu esforço." - José trabalhou, mas os irmãos se
aproveitaram do seu esforço.
21
(A) Ao dizer que escolhe seu campo e toma posição, o autor demonstra
coragem, pois o assunto de que trata é melindroso e excita muitas
paixões.
(B) O autor demonstra coragem quando escolhe seu campo e toma
posição: o assunto de que trata, a par de ser melindroso, excita fortes
paixões.
(C) Escolher um campo e tomar posição exige coragem, sobretudo
quando o assunto de que se trata é melindroso, ou quando provoca
fortes paixões.
(D) Exige muita coragem, escolher um campo e tomar posição; ainda
mais quando o assunto por ser melindroso, excita as mais fortes
paixões.
(E) Por se tratar de um assunto melindroso, que excita fortes paixões, o
autor demonstrou muita coragem, não hesitando em escolher seu
campo e tomar posição.
Gabarito: D
Comentário.
O erro mais comum de pontuação é a vírgula separando o sujeito do
predicado.
Na opção (D), o verbo "exigir" foi separado de seu sujeito. Eu pergunto
a você: qual é o sujeito de "exigir", ou seja, o que "exige muita
coragem'? Resposta: "escolher um campo e tomar posição". O sujeito é
oracional. Assim, a vírgula após "coragem" está separando elementos
inseparáveis. Mais adiante, o sujeito "o assunto" foi separado de seu
verbo "excita", uma vez que não foi colocada uma vírgula para iniciar a
intercalação da expressão "por ser melindroso".
Por fim, um ponto-e-vírgula após "posição" não seria adequado, uma
vez não haver necessidade de uma pausa tão grande nessa passagem.
Em seu lugar, bastaria empregar uma vírgula.
Feita a correção, a estrutura seria: "Exige muita coragem escolher um
campo e tomar posição, ainda mais quando o assunto, por ser
melindroso, excita as mais fortes paixões".
Gabarito: A
Comentário.
Essa questão trata de diversos assuntos já estudados em nossos
encontros.
Na opção A, considerada correta, é apresentada a função do tempo
composto no pretérito perfeito do indicativo. Como vimos na Aula 1 -
Verbo, o pretérito perfeito composto denota continuidade do ato,
com início no passado. Está correta, portanto, a afirmação da opção
(A).
Vamos às opções incorretas:
(B) O que o examinador sugere, nesta opção, é a transposição da voz
verbal, para a voz ativa, com "decretos" (o agente da passiva) na
função de sujeito.
A forma verbal de voz ativa "tinham substituído" (verbo auxiliar TER +
verbo principal no particípio), sugerida pelo examinador, equivale, na
voz passiva, a "tinham sido substituídos" (verbo auxiliar TER + verbo
auxiliar SER + verbo principal no particípio).
Contudo, não é essa a construção de voz passiva presente no texto.
23
De maneira resumida, na passagem do texto, a oração na voz passiva
é: "os prognósticos (. ..) foram substituídos por decretos" - (verbo
auxiliar SER + verbo principal).
Transpondo-se para a voz ativa, teríamos que: "Decretos substituíram
os prognósticos" (somente o verbo principal, sem formar uma locução).
Está incorreta, portanto, a sugestão.
Gabarito: A
Comentário.
Agora, iremos estudar o emprego da vírgula em orações subordinadas
adjetivas.
As orações adjetivas podem ser explicativas (com vírgula obrigatória) ou
restritivas (com vírgula proibida). Não existe caso de vírgula opcional
em orações adjetivas.
Assim, ao retirar a vírgula que antecede uma oração adjetiva
explicativa, iremos transformá-Ia em uma oração adjetiva restritiva.
Vamos a um exemplo que, de tão banal, facilita a compreensão.
"Vicente visitou sua namorada que mora no Ceará."
Pergunta: quantas namoradas Vicente possui?
24
Resposta: Com certeza, mais de uma. Isso porque a oração "que mora
em Fortaleza" tem valor adjetivo restritivo (equivalente a "namorada
cearense"). Ou seja, em outras palavras, do universo de namoradas de
Vicente, a que mora no Ceará recebeu sua visita.
Já em "Vicente visitou sua namorada, que mora no Ceará", estamos
afirmando que ele tem só uma namorada e que esta namorada mora no
Ceará. Notou a diferença que uma simples vírgula emprega na vida
sentimental do Vicente? Depois ficam falando por aí que o cara é
mulherengo. Pobrezinho!!! O problema é só de pontuação!
Esse é o raciocínio que iremos levar para as questões que envolvem a
pontuação em orações subordinadas adjetivas. Com vírgula: explicativa;
sem vírgula: restritiva.
25
(A) Ao longo das últimas décadas, as obras de Umberto Eco vêm
ganhando mais e mais respeitabilidade.
(B) Umberto Eco homenageia os cientistas, que combatem o
obscurantismo fundamentalista.
(C) O grande pensador italiano, Umberto Eco, homenageia em seu texto
a atitude de um grande cientista.
(D) Na atitude de Stephen Hawking, há uma grandeza que todo cientista
deveria imitar.
(E) Não há como deixar de reconhecer, no texto de Humberto Eco, uma
homenagem a Stephen Hawking.
Gabarito: B
Comentário.
Cuidado com o enunciado. O examinador não busca a opção em que
haverá prejuízo gramatical com a retirada da vírgula, mas a em que
haverá alteração semântica ("sentido na frase").
Observamos que essa alteração ocorre com a retirada da vírgula que
inicia a oração subordinada adjetiva explicativa. Do modo com é
apresentada na construção, a oração "que combatem o obscurantismo
fundamentalista" indica essa prática por todos os cientistas a quem
Umberto Eco presta homenagem.
A partir da retirada do sinal de pontuação, haveria mais de uma
"espécie" de cientista, e só aos cientistas que combatem o
obscurantismo fundamentalista o pensador italiano só renderia
homenagens.
26
(C) m.
(D)IeII.
(E) H e m.
Gabarito: D
Comentário.
Na oração I, com a vírgula, afirma-se que o autor se preocupa com
todos os jornalistas, pois eles (todos eles!) têm sua liberdade de
expressão ameaçada. Após a retirada do sinal, a oração deixa de ter
valor explicativo e passa a ser restritiva. Assim, de todos os jornalistas
existentes no planeta, a preocupação do autor é em relação àqueles
cuja liberdade de expressão se encontra ameaçada. Há, portanto,
alteração semântica com a retirada da vírgula.
O mesmo acontece na oração H - após a retirada da vírgula, afirma-se
que, do universo de jornalistas, aqueles que costumam cuidar de seus
próprios interesses não preservam sua independência.
Já na oração IH, a retirada da vírgula não provoca nenhuma alteração
no sentido da frase. A expressão "também" admite ser colocada
diretamente na oração, sem pausas: "O direito à livre informação é dos
jornalistas e também da sociedade como um todo".
Assim, houve alteração somente nas orações dos itens I e 11.
27
(E) 1, II e m.
Gabarito: E
Comentário.
Assim como na questão 10, todas as opções apresentam construções de
orações subordinadas adjetivas, em que o emprego da vírgula provoca
alteração de sentido e do alcance dessas orações.
1 - Entende-se que as instituições criadas pelo homem (todas elas)
podem acarretar graves dissabores. A partir da retirada da vírgula,
afirma-se que o homem se aplica a criar somente instituições que
podem lhe causar dissabores.
II - Com a vírgula, entende-se que todos os regimes autoritários são
nefastos e decorrem diretamente do desvirtuamento das instituições. Já
sem a vírgula, são nefastos os regimes autoritários que decorrem do
desvirtuamento das instituições (caráter restritivo).
III - A partir da retirada da vírgula, não se impute defeito somente às
instituições que possuem o propósito de permitir que os homens se
organizem.
Gabarito: A
Comentário.
Vemos, no item I, uma oração adjetiva. A vírgula atribui a essa oração
um caráter explicativo (primeira forma), enquanto que sua ausência dá
à oração um valor restritivo (segunda forma). Assim, a mudança da
pontuação provoca alteração semântica.
Já o item II é um bom exemplo do emprego do ponto-e-vírgula. Diante
de uma construção que apresenta vírgulas, o ponto-e-vírgula
proporciona clareza ao texto, não acarretando nenhuma alteração no
sentido da construção.
III - Expressões de valor explicativo podem vir entre vírgulas,
travessões ou parênteses. Temos nesse item um bom emprego desses
sinais de pontuação. A observação de que "o sistema de braços
flutuantes foi inventado pelos ingleses" é mencionada no texto
originalmente entre travessões. A sugestão de troca dos travessões
pelos parênteses é perfeitamente válida, já que esses sinais se
equivalem nesse emprego.
Note como houve, tanto após o segundo travessão quanto após o
parêntese que encerra o período, o emprego da vírgula que inicia uma
oração adjetiva em relação aos "braços flutuantes". Essa vírgula é
obrigatória em virtude do caráter explicativo dessa oração.
tempos em tempos. Duas críticas lhe são feitas: limita a liberdade dos
juízes e pode permitir a influência do Executivo em questões nas quais a
vinculação satisfaça objetivos políticos dos governantes. As duas
alternativas não serão perigosas se a aplicação for restrita a matérias
tributárias e previdenciárias.
Não há modo de assegurar a celeridade dos processos sem a disciplina
eficaz. Os prazos já existem na lei, mas valem apenas para os
advogados privados, pois, caso não os respeitem, o direito perece. Os
juízes, os membros do Ministério Público e os integrantes da advocacia
pública são favorecidos por regras que lhes permitem intervir no
processo segundo o ritmo que lhes convenha. A razoabilidade da
duração dos processos não decorre do número de recursos possíveis,
mas do andamento lento entre os atos dos juízes, da máquina oficial e
da inexistência do controle da produtividade dos agentes públicos.
No alusivo à transparência, esta será boa para a magistratura. Há
julgamentos que, por exceção, podem correr em segredo de Justiça. A
regra compatível com a Constituição é a da transparência plena,
sobretudo nas sessões administrativas dos tribunais para questões
internas, materiais ou funcionais. (...)
Sejam quais forem as opiniões a respeito do projeto aprovado, sendo
bom que venham contraditórias, o fato é que se está dando um passo à
frente.
(Walter Ceneviva. Folha de S. Paulo, A4, 8/07/2004)
... as opiniões a respeito do projeto aprovado, sendo bom que venham
contraditórias, o fato é... (último parágrafo)
Observe as alterações feitas em relação à pontuação original do
segmento grifado acima:
L do projeto aprovado - sendo bom que venham contraditórias -
II do projeto aprovado (sendo bom que venham contraditórias)
m do projeto aprovado: sendo bom que venham contraditórias.
Estão corretas SOMENTE as alterações feitas em
(A) L
(B) II.
(C) m.
(D)IeII.
(E) II e m.
30
Gabarito: D
Comentário.
Não haveria necessidade de leitura do texto. Ele só foi apresentado para
que o candidato perceba que, muitas vezes, a questão que envolve
aspectos gramaticais dispensa a leitura do texto na íntegra. No máximo,
deve-se ler apenas um parágrafo ou dois. Como a prova para a qual
estamos nos preparando terá 40 questões de Língua Portuguesa, sairá
em vantagem o candidato mais objetivo. Havendo a necessidade de
"ganhar tempo", pule as questões de interpretação e tente resolver
primeiramente as que abordam conceitos gramaticais. Leia somente o
que realmente for necessário. Depois, com mais tranqüilidade, volte às
questões que pulou e resolva-as. Assim, otimiza-se o tempo de prova.
Conforme afirmamos na questão anterior, por ter valor explicativo, a
construção "sendo bom que venham contraditórias" pode ser
apresentada entre vírgulas (originalmente no texto), entre um par de
travessões (sugestão 1) ou entre parênteses (sugestão lI).
Já a indicação de dois pontos e do ponto final não é cabível, pois haveria
uma interrupção na estrutura a que teria continuidade em "o fato é ... ".
Estão corretas, portanto, somente as alterações dos itens I e lI.
............................................................................... .
••••••••••••••••••• I ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
Grande abraço.
31
LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS.
1 - (TRE AP - Analista Judiciário / Janeiro 2006)
Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:
(A) Certamente, os homens caçados pelo czar prefeririam que este,
como outros caçadores, tomasse como alvo apenas alguma borboleta,
ou uma andorinha, ou mesmo um macaco.
(B) Macacos, borboletas, e andorinhas, são, para muita gente,
interessantes alvos de caça, mas não para o índio jivaro, nem
tampouco, para o czar naturalista.
(C) Tanto Rubem Braga em sua crônica, quanto Drummond, em seu
poema motivam uma ampla discussão, acerca do que se pode ou não
classificar, como uma ação bárbara.
(D) Nunca ocorreu, ao Sr. Matter, que, um índio jivaro, tivesse qualquer
critério para escolher aquele, de quem reduziria a cabeça.
(E) A curiosidade do explorador Matter, não deixava de ser mórbida,
mas por vezes, somos levados a apreciar a crueldade, sem pensar no
que, esta, significa para a vítima.
32
3 - (Analista BACEN / Janeiro 2006) Quanto à pontuação, está
inteiramente correta a frase:
(A) É possível que entre os leitores, haja os que não concordem com a
tese esposada pelo autor; a de que as condições de atuação do
neoliberalismo são subjetivas, uma vez que incorporam sonhos de
realização impossível.
(B) O jornalista Elio Gaspari, citado pelo autor, acredita, a julgar pela
expressão de sua própria lavra, que há sujeitos inteiramente excluídos
do processo civilizatório, mercê do funcionamento da máquina
neoliberal.
(C) A busca incessante de status empreendida pela maioria das
pessoas, faz parte de uma estratégia, segundo a qual, há sempre uma
miragem que deve ser perseguida; como se miragens pudessem de
repente ganhar corpo.
(D) Continuação ou repetição das mesmas violências - não importa - o
fato é que não temos conseguido incluir, a maioria dos cidadãos, num
processo em que houvesse um mínimo de justiça, na distribuição das
riquezas.
(E) Ao se referir ao seu observatório psicanalítico o autor expõe a
perspectiva, segundo a qual, detectou razões de ordem subjetiva, para
que a máquina liberal aja em conformidade com uma estratégia aliás
muito bem planejada.
33
~:iV~
f'ROFESSOf'tt\ ,::LAUrHA ll{(,,,ILOWSK
34
7 - (TRE MG - Técnico / Julho 2005) Julgue a clareza e correção da
proposição abaixo.
(D) Em vista do livre acesso à informação pública, uma característica
das democracias modernas, é que esta costuma ocorrer.
35
(C) o emprego de segundo empresta à frase a idéia de que um fato se
deu em simultaneidade com algum outro fato.
(D) a forma passiva analítica foram substituídos corresponde à sintética
"substitui-se".
(E) o segmento final do texto estaria ainda de acordo com a norma culta
da língua portuguesa se nele fosse introduzida uma vírgula entre
possível e que (é possível, que).
36
(C) o emprego de segundo empresta à frase a idéia de que um fato se
deu em simultaneidade com algum outro fato.
(D) a forma passiva analítica foram substituídos corresponde à sintética
"su bstitui-se".
(E) o segmento final do texto estaria ainda de acordo com a norma culta
da língua portuguesa se nele fosse introduzida uma vírgula entre
possível e que (é possível, que).
36
12 - (TRE MG - Técnico / Julho 2005) Atente para as seguintes frases:
I. A preocupação do autor é com os jornalistas, cuja liberdade de
expressão se encontra ameaçada.
11. Os jornalistas, que costumam cuidar de seus próprios interesses, não
preservam sua independência.
m. O direito à livre informação é dos jornalistas e, também, da
sociedade como um todo.
A supressão da(s) vírgula(s) altera o sentido APENAS do que está em
(A) I.
(6) 11.
(C) m.
(D)lelI.
(E) II e m.
37
,
lI. Nos anos 40, 50 e 60 choveu menos na Amazônia. Nas três décadas
seguintes, as chuvas aumentaram.
Nos anos 40, 50 e 60 choveu menos na Amazônia; nas três décadas
seguintes, as chuvas aumentaram.
IlI ..... têm um sistema de braços flutuantes - inventado pelos ingleses
-, que sobem e descem ...
... têm um sistema de braços flutuantes (inventado pelos ingleses), que
sobem e descem ...
Com a alteração dos sinais de pontuação, ocorreu também alteração de
sentido SOMENTE em
(A) 1.
(B) 11.
(C)III.
(D)IelI.
(E) II e III.
br 38
JUizes, os membros do Ministério Público e os integrantes da advocacia
pública são favorecidos por regras que lhes permitem intervir no
processo segundo o ritmo que lhes convenha. A razoabilidade da
duração dos processos não decorre do número de recursos possíveis,
mas do andamento lento entre os atos dos juízes, da máquina oficial e
da inexistência do controle da produtividade dos agentes públicos.
No alusivo à transparência, esta será boa para a magistratura. Há
julgamentos que, por exceção, podem correr em segredo de Justiça. A
regra compatível com a Constituição é a da transparência plena,
sobretudo nas sessões administrativas dos tribunais para questões
internas, materiais ou funcionais. (. ..)
Sejam quais forem as opiniões a respeito do projeto aprovado, sendo
bom que venham contraditórias, o fato é que se está dando um passo à
frente.
(Walter Ceneviva. Folha de S. Paulo, A4, 8/07/2004)
... as opiniões a respeito do projeto aprovado, sendo bom que venham
contraditórias, o fato é... (último parágrafo)
Observe as alterações feitas em relação à pontuação original do
segmento grifado acima:
r. do projeto aprovado - sendo bom que venham contraditórias -
H do projeto aprovado (sendo bom que venham contraditórias)
IH do projeto aprovado: sendo bom que venham contraditórias.
Estão corretas SOMENTE as alterações feitas em
(A) r.
(6) H.
(C) m.
(D)IeH.
(E) H e m.
39