Relatório - Síntese Do AAS
Relatório - Síntese Do AAS
Relatório - Síntese Do AAS
SÃO PAULO
2020
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
EPM – ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA
DANIELA MARIANO
JULIANY BARRETO KISBERI
KAREN RODRIGUES FERREIRA
MARIA JÚLIA DA SILVEIRA ALVES MOREIRA
SÃO PAULO
2020
SUMÁRIO
OBJETIVO................................................................................................................................ 4
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4
PARTE EXPERIMENTAL ..................................................................................................... 5
METODOLOGIA ................................................................................................................... 5
MATERIAIS UTILIZADOS .................................................................................................. 5
PROCEDIMENTO ................................................................................................................. 6
DADOS OBTIDOS ................................................................................................................... 7
DISCUSSÃO DE DADOS ........................................................................................................ 9
CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 11
ANEXO .................................................................................................................................... 12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 13
OBJETIVO
INTRODUÇÃO
A origem do ácido acetilsalicílico é uma substância que é fornecida pela árvore Salgueiro (Salix
alba), conhecida como salicilina, muito utilizada nas civilizações antigas para diversos sinto-
mas, como dor e febre. Duas das motivações para a síntese do AAS foram a difícil palatabili-
dade da salicilina e sua característica irritante ao estômago. Inicialmente o ácido acetilsalicílico
era obtido por meio do uso dessa precursora, mas após a popularização do fármaco composto
por AAS, entretanto, foi necessário empregar outras matérias-primas, como anidrido acético e
ácido salicílico.
O ácido acetilsalicílico, também chamado de AAS, é uma substância antiinflamatória não este-
roidal, analgesica e antipiretica. Comercialmente é conhecido como Aspirina e seu uso pode ser
tanto voltado para alívio de sintomas como para prevenção de doenças, tal qual AVC, distúrbios
cardiovasculares, porém sendo considerado riscos de sangramento que foram descobertos em
estudos mais recentes.
Presente no mercado desde 1899, sendo a droga mais prescrita do mundo, o AAS age no orga-
nismo bloqueando a os isômeros COX-1 e COX-2 da enzima cicloxigenase. A COX-1 é res-
ponsável por regular a vasoconstrição e a formação de plaquetas. Ao inibir essa enzima o ácido
impede a formação de coágulos na corrente sanguínea e por isso o AAS é muito usado em casos
de acidente vascular cerebral isquêmico e infarto agudo do miocárdio para evitar que esses
voltem a ocorrer. A COX-1 também é responsável pela síntese de prostaglandina E2 (PGE2),
que age na produção do suco gástrico. Já a COX-2 está ligada com o desenvolvimento da res-
posta inflamatória. Essa enzima produz mediadores prostanóides que controlam as respostas do
corpo em relação à dor, febre e inflamação. O bloqueio desse isômero está ligado a função
antiinflamatória, analgesica e antipiretica do acido acetilsalicilico.
Uma das maneiras de se obter tal fármaco é o processo de recristalização, que corresponde à
dissolver uma substância impura em um solvente a quente e deixar a solução esfriar lentamente,
após filtrar os cristais formados, lavá-los e secá-los. O princípio básico para que tal procedi-
mento seja bem sucedido é o uso de uma substância com elevada temperatura de fusão e com
aumento de solubilidade conforme eleva-se a temperatura. Nesse processo, o emprego de um
solvente adequado é demasiado importante e costuma ser averiguado por tentativa e erro, uma
vez que é necessário que o solvente dissolva o composto que se deseja obter a elevadas tempe-
raturas e não deve reagir com esse.
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A pureza do composto de AAS é verificada utilizando-se um indicador, no caso deste experi-
mento será utilizado o cloreto férrico, que adquire cor arroxeada/violeta quando dotado de res-
quícios de ácido salicílico - um dos precursores do AAS.
PARTE EXPERIMENTAL
1. METODOLOGIA
Processo de acetilação do ácido salicílico reagindo com anidrido acético sob efeito de
catálise ácida usando-se ácido sulfúrico. Utilizou-se ainda de um processo de recristali-
zação para obter uma solução pura de AAS.
2. MATERIAIS UTILIZADOS
▪ 2 tubos de ensaio;
▪ Balança analítica;
▪ Bastão de vidro;
▪ Béquer de 80 mL;
▪ Bomba à vácuo;
▪ Capela química;
▪ Espátula;
▪ Estante metálica;
▪ Funil de Bunchner;
▪ Garra metálica;
▪ Kitassato;
▪ Mangueira látex;
▪ Papel filtro;
▪ Pera de sucção;
▪ Pipeta Pasteur;
▪ Pipetas graduadas de 1 mL e 2 mL;
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▪ Pisseta;
▪ Provetas graduadas de 5 mL e 25 mL;
▪ Vidro relógio.
Reagentes
▪ Ácido sulfúrico P.A.;
▪ Água destilada;
▪ Álcool etílico 95% P.A. de ACS;
▪ Anidrido acético P.A.
3. PROCEDIMENTO
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DADOS OBTIDOS
MM Ác Salicílico =7.12,011+6.1,008+3.15,999=89,077+6,048+47,997=138,122g/mol
MM AAS =9.12,011+8.1,008+4.15,999=108,099+3,064+63,996=180,159g/mol
MM Anidrido =4.12,011+6.1,008+3.15,999=48,044+6,0413+47,997=102,089g/mol
I. Por meio dos cálculos seguintes, descobriu-se que o agente limitante é o AS.
d anidrido= 1,083g/ml – valor presente na tabela 1
AS Anidrido x≅2,930g
138,122g ------- 102,039g y≅0,7391 g
x ---------- 2,166g
1g ---------- y
II. A massa de AAS obtida se o rendimento fosse de 100% seria de 1,304 g, como com-
prova-se a partir do seguinte cálculo.
AS AAS m≅1,304g
1g --------------- m
138,122g ------ 180,159g
1g ---------- Y
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III. Transformando a quantidade de AAS obtida após o final da recristalização (0,700g) e
AS em mol, conclui-se que há 3,885.10-3 mol de AAS e 7,24.10-3 mol de AS.
IV. Por meio da relação que se segue, pode-se estimar um rendimento de 53,6602% de
AAS no composto final.
I. Protonação da carbonila:
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III. Migração do hidrogênio:
V. Desprotonação:
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Como comprovado por meio de sucessivas regras de três entre quantidade em gramas de AS
(ácido salicílico) e de anidrido, no item I dos dados, há mais anidrido acético do que o necessá-
rio para reagir com 1 g de AS empregado no experimento - para essa quantidade seria necessário
o uso de apenas 0,7391 g de anidrido - isso ocorre para garantir que todo o ácido salicílico reaja
no meio reacional, não restando resquícios desse componente.
Sabendo que o agente limitante deste experimento é o AS, pode-se então utilizar a relação entre
quantidade de ácido salicílico em gramas utilizada e a proporção de massa molar do AS e do
AAS, por meio de uma regra de três. Ao final desse cálculo, depreende-se que seriam produzi-
dos aproximadamente 1,304 g de AAS a partir de 1 g de AS, caso houvesse 100% de rendi-
mento. Vale ressaltar que, após essa reação, a solução é praticamente inexistente, pois os rea-
gentes foram quase todos transformados e AAS e ácido acético, sendo este último é volatilizado
durante o resfriamento. Dessa maneira, faz-se necessário a adição de 15 mL de água fria - ge-
rando uma solução turva, já que o AAS tem baixa solubilidade em água fria -, com o intuito de
levar a nova solução ao processo de filtração à vácuo.
Após transformar os resultados obtidos em mol - através da relação MM e massa de cada um
dos compostos supracitados -, foi possível chegar a valores de 3,885.10-3 mol de AAS e
7,24.10-3 mol de AS, os quais foram utilizados para estimar o rendimento do AAS, por intermé-
dio de uma razão AAS/AS, sendo essa cerca de 53,6602%.
Após a filtração da solução com cristais de AAS, é adicionado etanol e água aquecida. O uso
de água aquecida se deve ao fato de o ácido acetilsalicílico ser pouco solúvel em água fria, logo,
esse líquido auxilia na diluição do ácido.
Após todos os procedimentos, o AS e o AAS são testados com cloreto férrico, esse indicador
reage com a hidroxila fenólica do ácido salicílico, ocorrendo a formação de um complexo ferro-
fenol, o que torna a solução violeta – vide figura 1. Em decorrência dessa reação, é possível
determinar se a amostra de AAS é dotada ou não de alto grau de pureza, caso não haja arroxe-
amento da solução,significa que não há moléculas de AS para reagir com o indicador cloreto
de ferro III, o que de fato não ocorreu. Esse fenômeno demonstra que a pureza da aspirina (ácido
acetilsalicílico) é muito próximo de 100%.
É importante salientar, que os dados obtidos por meio da cristalização e recristalização do com-
posto desejado - AAS - só foram possíveis em razão do elevado ponto de fusão do ácido aceti-
lsalicílico - 135°C -, que o faz ser sólido em temperatura ambiente ou mesmo após a adição de
água a 80°C. Além disso, em prol de obter esses cristais, é relevante utilizar-se do método de
filtração a vácuo, devido, sobretudo, à rapidez com que essa separa a solução impura do soluto
puro.
Através do processo de recristalização, que envolve filtrações, lavagens e secagens sucessivas,
pode-se alcançar um grau elevado de pureza do composto ácido acetilsalicílico, o que é uma
significativa vantagem do processo. Apesar de ser a obtenção de uma amostra com quase 100%
de pureza algo extremamente relevante, tal processo também apresenta desvantagens (além da-
quela já comentada), como a necessidade de utilizar os solventes mais adequados - o que exige
tempo de pesquisa e um custo elevado -, é lento, o composto precisa ser solúvel a altas tempe-
raturas e insolúvel em baixas, etc.
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CONCLUSÃO
Por meio dos cálculos efetuados, conclui-se que o processo de recristalização tem um rendi-
mento mediano – em torno de 53,6602% –, porém permite a formação de AAS praticamente
puro – o que foi verificado com o teste realizado com base no cloreto férrico -, um dos medica-
mentos de uso mais disseminado no mundo. Ao mesmo tempo, foram consolidados alguns con-
ceitos acerca de reações de ácidos carboxílicos, como a possibilidade de obter ácidos distintos
a partir da reação efetuada utilizando-se ácido salicílico e anidrido acético, o que fez ser possível
a sintetização do AAS.
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ANEXO
Fonte: OLIVEIRA, C.
Fonte: CETESB.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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▪ CHEMISTRY - ZUIVERINGSTECHNIEKEN. Recrystallization. Disponível em:
<https://www.zuiveringstechnieken.nl/recrystallization>. Acesso em 27 de setembro
de 2020 às 8h24min;
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