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Peninsula Iberica - Breve Historia

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Península Ibérica (História do território antes da formação de Portugal)

Org. Cláudia Amorim

Ibéria Nome grego da península (rio Ebro –


origem do nome Ibéria)
Hispânia Nome romano da península – ocupação
romana – séc. II a.C.
Al-Aldalus Nome das partes muçulmanas da
península – ocupação árabe – séc. VIII
d.C.
Sefarad Nome hebraico da península – judeus
sefarditas

No mundo antigo, em que se conheciam três continentes em torno do Mar


Mediterrâneo, a Península era considerada o fim do mundo (A parte mais ocidental
das três penínsulas europeias – itálica, balcânica e ibérica).

Povos pré-romanos:

iberos Mais antigos e de origem incerta; alguns


estudiosos os relacionam aos berberes –
povos do norte da África
fenícios Fundaram portos na costa
celtas Em data incerta, estabeleceram-se na
Gália (parte da França, e de alguns outros
países europeus atualmente). Alguns
celtas estabeleceram-se na Península,
fixando-se entre os rios Tejo e Guadiana.
cartaginenses Fundaram portos nos séc. VI e VII

Mapa dos principais rios da Península Ibérica

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Fonte: http://histgeo6.blogspot.com/2013/10/os-principais-rios-da-peninsula-iberica.html

Hispânia romana

A romanização da Península inicia-se no ano 218 a.C., quando as tropas


romanas desembarcaram no nordeste da Península para impedir novos ataques, por
parte dos cartaginenses através dos Pirineus, como já havia ocorrido. Tal ocupação
constitui um dos episódios da Segunda Guerra Púnica.
Derrotados os cartaginenses, os romanos seguem rumo a sul e conquistam a
capital cartaginesa – Cádis – uma das cidades mais antigas da Europa.
A romanização foi um processo relativamente lento que começou na costa
leste e sul em direção a oeste e norte, sendo a costa cantábrica (que abrange a Galiza,
as Astúrias e parte do País Basco) a última zona a ser conquistada.
Os romanos não conseguiram conquistar a região conhecida hoje como País
Basco, o que se pode observar pela língua falada nesse país, sendo a única da região
que não descende do latim.
O uso do latim não foi imposto, ao contrário do que se possa pensar. As
pessoas aprenderam-no por conveniência e pelo prestígio do idioma. O processo de
romanização foi mais rápido em algumas zonas (interior, oeste e norte), destacando-se
a dificuldade que os romanos enfrentaram ao invadir a Lusitânia, devido aos seus
combatentes e ao famoso líder lusitano – Viriato. Embora sejam escassas as
informações sobre esse líder, sabe-se que dificultou o processo de romanização na
zona a sul do rio Douro (à qual hoje corresponde uma parte significativa do território
português). Essa resistência foi de tal ordem que, segundo consta, Roma enviou um
dos seus generais para zonas já romanizadas da Península, a fim de acompanhar os
combates de perto. Vários poemas e escritores fazem referência a esse líder como um
guerreiro e como “o mais magnânimo dos reis da terra ibérica”.
Uma vez romanizada, a Península foi dividida primeiramente em duas
províncias (Hispania Citerior e Hispania Ulterior). Posteriormente, em 27 a.C., Augusto
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divide a Hispania Ulterior em duas províncias (a Lusitânia, ao norte do rio Guadiana, e
a Bética, ao sul).
Entre os séculos 7 a.C. e 2 a.C., a parte da Lusitânia situada ao norte d
do Douro,
chamada Gallaecia, é anexada à província tarraconense (a antiga Hispânia Citerior).

Divisão da P. Ibérica em duas províncias romanas séc. II a. C.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hispânia#/media/Ficheiro:Conquista_Hispania_Simplificado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hispânia#/media/Ficheiro:Conquista_Hispania_Simplificado-pt.svg

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Divisão da P. Ibérica em três províncias, entre
tre 27 a.C. a 300 d.C.

Lusitânia Capital – Emerita Augusta – (atual


Mérida)
Hispânia Bética Capital – Corduba (atual Córdoba)
Hispânia Tarraconense Capital – Tarraco (atual Tarragona)

Mapa
M das três províncias romanas:

Fonte: https://journals.openedition.org/confins/12061?lang=pt

Carlos Guardado da Silva, « En Lixboa sobre lo mar (rio Tejo). A organização e a estruturação do espaço
urbano das origens ao século XIV », Confins [Online], 31 | 2017, posto online no dia 19 junho 2017,
consultado o 13 setembro 2020. URL : http://journals.openedition.org/confins/12061 ; DOI :
https://doi.org/10.4000/confins.12061

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Após o ano 300 d.C. quando o imperador era Diocleciano, a P. Ibérica foi
dividida em cinco províncias:

Mapa das cinco províncias romanas

Fonte: https://pt.slideshare.net/HCA_10I/o-imprio-romano-10779335

Península Ibérica durante a Idade Média (séc. V a séc. XIV)

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Início da Idade Média (Alta Idade Média). Conversão do imperador romano
Constantino ao Cristianismo (séc. V). Enfraquecimento do Império romano e invasão
germânica.

Povos germânicos que invadem a Península Ibérica

visigodos Parte centro-oriental da Península


suevos Parte ocidental da Península
vândalos Invadem a Península, mas seguem até a
África do norte
alanos Povos derrotados

O Império romano ocidental (Hispânia romana) durou até o século V, isto é, até
a invasão dos povos germânicos. Os visigodos, que tinham sido expulsos pelos francos
do Reino de Toulousa (atual Toulouse), invadiram a Península, levando a um declínio
relativamente rápido do Império romano do Ocidente. Instalaram-se na cidade de
Toledo, elevando-a à capital da Espanha visigótica (Reino visigótico).

Assim que chegaram, aperceberam-se do quão romanizada estava a Península


e decidiram, em vez de impor a sua língua, adotar a língua autóctone, o latim.

Convém destacar que esse povo germânico não obteve o mesmo sucesso que
Roma na sua conquista, não conseguindo um domínio total do território, assim como
Roma havia conseguido. A parte da atual Galiza e os territórios setentrionais de
Portugal estavam sob o domínio dos suevos, que coexistiram com os visigodos. O País
Basco continuava independente, alheio a invasões e domínios.

Invasão muçulmana na Península Ibérica (século VIII) (Alta Idade Média)

No ano 711, deu-se a invasão muçulmana por povos originários do norte da


África. Também, tal como os visigodos, não houve uma islamização completa da
Península. As zonas a norte do rio Douro (que compreende os territórios de Portugal,
Galiza e Astúrias) e a Catalunha não foram conquistadas pelos árabes.
Durante o período árabe houve numerosas misturas entre os povos da
Península e os invasores. A coexistência desses reinos árabes com os povos cristãos

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que existiam o início da invasão teve um impacto significativo que perdura até os dias
atuais, tanto na língua, como na arquitetura, na música e em muitos outros aspectos.
Houve um período de bilingüismo em que as populações falavam tanto o árabe, com o
latim nas regiões ocupadas, até que progressivamente começou a ser falado o
moçárabe, resultado linguístico de muitos anos de contato entre o árabe e o latim. As
populações cristãs que viviam sob o domínio muçulmano falavam essa variedade
romance e, embora a sua classificação seja controversa, segundo alguns lingüistas,
trata-se de uma língua que adquiriu grande parte do seu léxico do latim, que, neste
contexto, seria a língua de substrato em relação ao árabe.

Esses novos invasores elevam Córdoba à capital do seu reino, conhecido como
Califado de Córdoba Os árabes trouxeram com eles um enorme conhecimento em
áreas como a matemática e a agricultura.

Reconquista cristã (Século VIII)

Com a invasão árabe, arma-se uma ofensiva geral da cristandade aos povos não
cristãos que ocuparam o território.
São os cristãos refugiados nas Astúrias que iniciam a Reconquista. Fernando
Magno – falecido em 1065 – dividiu os territórios pelos seus filhos. Coube a Afonso VI
(o Grande) o território ibérico.
A ofensiva geral da cristandade foram as Cruzadas. Participaram da
Reconquista, os príncipes Raimundo de Borgonha e seu primo Henrique de Borgonha,
nobreza da França.
Casaram-se os dois nobres com duas filhas de Afonso VI – Urraca e Teresa.
Raimundo e Urraca reinam sobre quase todo o território ibérico. Henrique e Teresa
(filha bastarda) recebem como território o Condado Portucalense.
O Condado Portucalense (nome deriva da principal povoação junto ao rio
Douro – Portucale).

Mapa do Condado Portucalense

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Fonte: https://anaraquelvaz.blogspot.com/2014/01/estudar-para-o-teste-guia-de-estudo.html

Referências:

MARQUES, A. H. de Oliveira. Breve história de Portugal. 10ed. Lisboa: Presença, 2018.

SÉRGIO, António. Breve interpretação da história de Portugal. Lisboa: Sá da Costa,


1979.

TEYSSIER, Paul. História da língua portuguesa. Tradução: Celso Cunha. São Paulo:
Martins Fontes, 2007.

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