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Relatório Pilha de Daniell

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FACULDADE MULTIVIX

DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL


CURSO: ENGENHARIA CIVIL
PROFESSOR: HELBER BARCELLOS DA COSTA

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA Nº 01:


PILHA DE DANIELL

Jonston Antonio Caldeira de Souza/GEADEDCI01

Localidade: Serra – ES)


Mês/Ano: Abril/2021)
INTRODUÇÃO

Em 1836, John Frederic Daniell criou um tipo de pilha usando zinco e cobre
metálicos e soluções de sulfato de cobre e de zinco. Esta pilha foi rapidamente
incorporada pelos Ingleses e Americanos em seus sistemas telegráficos. A Pilha
de Daniell, como é conhecida, é um experimento clássico e fácil de se realizar, e
que ilustra com propriedade os fenômenos elétricos de uma reação de oxi-
redução com formação de íons.

A pilha de Daniell é construída usando-se um eletrodo de zinco metálico, que é


embebido numa solução de sulfato de zinco, e um eletrodo de cobre metálico,
que é então embebido numa solução de sulfato cúprico. As duas soluções são
postas em contato através de uma superfície porosa, de modo que não se
misturem, mas íons possam atravessá-la. Alternativamente, uma ponte salina,
que pode ser um tubo de papel filtro embebido com solução salina, tipo NaCl,
interligando as soluções de sulfato cúprico e de zinco. Ver Figura 1.

Figura 1: Pilha de Daniell, ponte salina.

Os dois eletrodos são ligados através de fios a um voltímetro, que fará a


detecção ou uso da corrente elétrica gerada pela pilha. A reação envolvida nesta
pilha pode ser ilustrada pelas seguintes equações:

Zn + CuSO4  ZnSO4 + Cu (1)

Zn  Zn++ + 2e-

Cu++ + 2e-  Cu (2)

Zn + Cu++  Zn++ + Cu (3)

A equação (1) representa de maneira global o que está acontecendo com as


soluções e metais. O zinco metálico reage com o sulfato cúprico, produzindo
sulfato de zinco e cobre metálico.

A equação (2) mostra que isso decorre da oxidação do zinco, que perde 2
elétrons e transforma-se num íon. Estes elétrons são transferidos pelo fio por
atração até o eletrodo de cobre, que está apto a receber estes elétrons. Íons
livres Cu++ na solução são então atraídos para o eletrodo de cobre carregado.
Estes íons são reduzidos, transformando-se em Cu0 e depositando-se por sobre
a superfície do eletrodo, equilibrando as cargas. Os íons positivos Zn ++ criados
pelo eletrodo de zinco passam para a solução de sulfato de zinco. Para cada
átomo de cobre que se deposita sobre o eletrodo de cobre, um átomo de zinco
passa para a solução, doando dois elétrons para o eletrodo de zinco.

A equação (3) representa o resultado, a dissolução de átomos de zinco para sua


forma iônica, o que corresponde ao depósito de íons de cobre em sua forma
metálica.

Os elétrons fornecidos pelos átomos de zinco passam pelo fio de interligação,


fornecendo corrente para o dispositivo a ele ligado. Se não houvesse contato
entre as duas soluções (chamadas de eletrólitos), através do vaso poroso ou da
ponte salina, os elétrons passariam rapidamente para o cobre (que tende a
receber elétrons do zinco) e, ao se concentrarem na placa de cobre, as forças de
repulsão interromperiam o fluxo de elétrons. O fluxo dessa maneira interrompe-se
muito rapidamente e não há como aproveitar a geração de energia elétrica.
Banhando-se os eletrodos em eletrólitos, que são soluções condutoras
geralmente salinas ou ácidas, e permitindo que essas duas soluções troquem
íons, haverá fluxo de cargas em ambas direções, permitindo que o efeito de
geração de corrente elétrica perdure até que o eletrodo de zinco se consuma
(pois o eletrodo de zinco corrói-se no processo), ou que o eletrodo de cobre sofra
grande acúmulo de Cu0 que impeça o contato com a solução. Ainda, pode haver
formação de hidrogênio no eletrodo de cobre e haverá depósito de óxidos no
eletrodo de zinco, o que servirá de barreira entre o metal e o eletrólito. Este
fenômeno é conhecido como polarização dos eletrodos.

Com o tempo, íons Zn++ vindos do eletrodo de zinco, combinados com cargas
que passam através da ponte salina, aumentarão a concentração de sulfato de
zinco em um recipiente ou meia-célula, enquanto que paralelamente haverá
redução de concentração na solução de sulfato de cobre, por perda de íons Cu ++.
Isso provocará diminuição gradual da corrente elétrica, até que a reação cesse e
pilha é considerada esgotada. Os íons Zn++ acabarão por finalmente alcançar o
eletrodo de cobre, envolvendo-o e bloqueando qualquer movimento de íons Cu++,
polarizando este eletrodo.

Em suma, a pilha ou célula eletroquímica é um dispositivo que transforma energia


química em energia elétrica. Uma reação de oxi-redução é estabelecida, estando
o oxidante e redutor separados em compartimentos diferentes, de modo que o
redutor seja obrigado a ceder seus elétrons através de um fio ou circuito externo.

OBJETIVO

Por intermédio do estudo do experimento clássico da Pilha de Daniell, estudar e


entender a eletroquímica como resultado da tendência das substâncias em
receber ou doar elétrons, formando íons e culminando na criação de corrente e
outros fenômenos elétricos.

MATERIAL E REAGENTES
Béquer de capacidade volumétrica de 50 mL;

Placa de Petri;

Papel filtro;

Lixa;

Placas de cobre, ferro e zinco;

Solução de Sulfato de cobre II a 0,3 mol.L-1 ;

Solução de Sulfato de zinco a 0,3 mol.L-1 ;

Solução de Sulfato de ferro II a 0,3 mol.L-1 ;

Solução saturada de cloreto de sódio;

Multímetro.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Procedimento e Observação

Colocou-se a solução de ZnSO4 0,1 mol/l em um béquer e a solução de


CuSO4 0,1 mol/l em outro béquer. Será montada uma pilha de Daniell, a fim de
prover geração de energia elétrica.

Para a preparação da ponte salina, depositou-se solução de NaCl numa placa de


petri. Embebeu-se nesta solução um tubo de papel filtro. Agora encaixou-se esta
ponte salina em um frasco contendo CuSO4 e um contendo ZnSO4.

Lixou-se cuidadosamente as lâminas de zinco e cobre, removendo impurezas e


óxidos de suas superfícies. Lavou-se as lâminas com água destilada e encaixou-
se a lâmina de cobre no frasco com solução de sulfato cúprico. A lâmina de zinco
foi encaixada no frasco com sulfato de zinco. O fio vermelho do multímetro foi
então ligado à lâmina de cobre de uma pilha, e o fio preto ligado à lâmina de
zinco da outra pilha. Imediatamente o multímetro registrou uma corrente de 1,08
Volt. Inverteu-se os fios de ligação do multímetro, e este passou a registrar
corrente negativa de -1,08 Volt.

Fez-se o mesmo experimento substituindo a solução de ZnSO4 0,1 mol/l por


FeSO4 0,1 mol/l e o multímetro passou a registrar uma corrente de 0,38 e -0,38
vont respectivamente.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS


Discussão

Na pilha de Daniell, o eletrodo de cobre metálico, que recebe elétrons, é


chamado de cátodo ou terminal positivo, e a lâmina de zinco, que cede elétrons,
é o ânodo ou terminal negativo.

O conjunto montado conforme anteriormente é uma pilha de Daniell com ponte


salina. A placa de zinco fornece elétrons, oxidando-se, através do fio, para a
placa de cobre, que reduzirá íons de cobre na solução. Os elétrons passando
através do fio irão alimentar o multímetro. Uma pilha nas características da
montagem fornece aproximadamente 1,08 Volt.

Invertendo-se os fios de ligação da pilha, o terminal negativo multímetro estará


ligado ao cátodo da pilha, e o terminal positivo ao ânodo. Esta inversão do

Vislumbremos algumas questões propostas no guia de experimentos que serão


respondidas a seguir, possibilitando maiores entendimentos.

CONCLUSÕES

O experimento clássico com a Pilha de Daniell permitiu a perfeita compreensão


do mecanismo que gera eletricidade neste tipo de pilha.

ANEXOS

a) Qual a função da ponte salina no experimento?

A ponte salina permite o equilíbrio de cargas para os eletrólitos ou soluções. Para


que elétrons saiam do eletrodo de zinco para o de cobre, é necessário o
fornecimento desses elétrons também pela solução de sulfato de zinco, que por
sua vez precisará de elétrons vindos da solução de sulfato de cobre (que estará
com excesso de elétrons) para se equilibrar. A ponte salina permite a passagem
dessas cargas entre as soluções ou eletrólitos.

b) Ao inverter os pólos, o que o multímetro registrou? Por quê?

O multímetro estava configurado para medir a corrente contínua, ou seja, o fluxo


de elétrons tem de ser contínuo numa só direção determinada. Ao inverter os
pólos, ele registrou uma corrente negativa. A pilha de Daniell oferece essa
corrente contínua, com elétrons partindo do zinco para o cobre. Portanto, o
terminal negativo da bateria tem de ser ligado ao cátodo da pilha, ou cobre, e o
positivo necessariamente ao ânodo, ou zinco.

c) Por que deve-se lixar as lâminas?

A fim de se remover impurezas e óxidos das lâminas, que atuarão como


bloqueadores para a passagem de elétrons.

d) Qual lâmina deve fornecer os elétrons?

A lâmina de zinco, pois na combinação de zinco e cobre, e conforme a fila de


reatividade, o zinco tenderá a ceder elétrons para o cobre.

e) Qual lâmina possui o maior potencial de oxidação?


A lâmina de cobre, pois esta se reduz na pilha de Daniell, passando de Cu ++ para
Cu0.

Referências

Chang Raymond, Goldsby Ken. (2013Química; vol. Único, 1. 11ª Edição; AMGH
Editora Ltda., New York, New York 10020; p. 818 a 826.

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