Atenção Integral À Saúde Do Adulto e Do Idoso 1
Atenção Integral À Saúde Do Adulto e Do Idoso 1
Atenção Integral À Saúde Do Adulto e Do Idoso 1
SUMÁRIO
1 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3
Vigitel.................................................................................................... 7
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10 SEDENTARISMO COMO PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA E
BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA OS IDOSOS....................................... 34
O autocuidado ................................................................................. 44
O cuidador....................................................................................... 45
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1 1 INTRODUÇÃO
Bons estudos!
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2 ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO
Fonte: imagem.band.com.br
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Para atender às necessidades sociais em saúde, a promoção da saúde que é
parte estratégica de produção de saúde, deve ocorrer de forma articulada às demais
políticas e tecnologias desenvolvidas no sistema de saúde brasileiro. Ações que
possibilitam responder à essas necessidades são construídas (BRASIL, 2010).
A Atenção Integral à Saúde do Adulto, atua nas condições específicas a esse
público. No Brasil, além das DCNT citadas anteriormente, também são foco do
Programa de Atenção Integral à Saúde do Adulto (PAISA): Tuberculose; Hanseníase
e Saúde do Homem. A execução dessas ações se constitui como uma das iniciativas
do Ministério da Saúde (MS) que priorizam condições pautadas no perfil
epidemiológico desta população, com o intuito de articular ações de caráter individual
e coletivo. Programas educativos sobre doenças crônicas e degenerativas reduz o
número de hospitalizações, melhora as complicações agudas e crônicas e previne de
algumas enfermidades (GARCIA; FONSÊCA, 2016).
Algumas estratégias podem ser utilizadas no desenvolvimento de ações à
saúde do adulto, como por exemplo:
Atividades de grupo para a população adulta: Grupos de promoção à
saúde para portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e
Diabetes Mellitus (DM), grupo de atividade física, grupo de saúde
mental, grupo de trabalhos manuais, grupo de tabagismo e grupo de
reabilitação;
Atividades de sala de espera: Espaço que possibilita práticas pontuais
de educação em saúde e troca de informações; e
Visita domiciliar: Priorizar portadores de doenças crônicas com
limitação física, egressos de hospital com condição incapacitante,
usuários em fase terminal, portadores de doença mental com limitação
de acesso à UBS, abordagem familiar, busca ativa de marcadores do
Siab/Sisab ou de doenças de notificação compulsória.
Para reorganizar as Redes de Atenção à Saúde (RAS), bem como as linhas de
cuidado às doenças crônicas, o Ministério da Saúde tem investido em diretrizes que
oriente essa reorganização. Ações de vigilância das doenças infecciosas mais
prevalentes também receberam orientações do MS. Na Atenção à saúde do homem,
as ações voltadas para prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação,
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manutenção, promoção e proteção da saúde tem sido de grande importância para a
saúde do adulto.
Vigitel
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Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas
Não Transmissíveis (DCNT)
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4 POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
Fonte: fafich.ufmg.br
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Os 13 objetivos específicos da PNPS são:
Estimular a promoção da saúde como parte da integralidade do cuidado
na RAS, articulada às demais redes de proteção social;
Contribuir para a adoção de práticas sociais e de saúde centradas na
equidade, na participação e no controle social, visando reduzir as
desigualdades sistemáticas, injustas e evitáveis, com respeito às
diferenças de classe social, de gênero, de orientação sexual e identidade
de gênero, entre gerações, étnico-raciais, culturais, territoriais e
relacionadas às pessoas com deficiências e necessidades especiais;
Favorecer a mobilidade humana e a acessibilidade e o desenvolvimento
seguro, saudável e sustentável;
Promover a cultura da paz em comunidades, territórios e municípios;
Apoiar o desenvolvimento de espaços de produção social e ambientes
saudáveis, favoráveis ao desenvolvimento humano e ao bem viver;
Valorizar os saberes populares e tradicionais e as práticas integrativas e
complementares;
Promover o empoderamento e a capacidade para tomada de decisão e
a autonomia de sujeitos e coletividades por meio do desenvolvimento de
habilidades pessoais e de competências em promoção e defesa da
saúde e da vida;
Promover processos de educação, formação profissional e capacitação
específicas em promoção da saúde, de acordo com os princípios e
valores da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), para
trabalhadores, gestores e cidadãos;
Estabelecer estratégias de comunicação social e mídia direcionadas ao
fortalecimento dos princípios e ações em promoção da saúde e à defesa
de políticas públicas saudáveis;
Estimular a pesquisa, produção e difusão de conhecimentos e
estratégias inovadoras no âmbito das ações de promoção da saúde;
Promover meios para a inclusão e qualificação do registro de atividades
de promoção da saúde e da equidade nos sistemas de informação e
inquéritos, permitindo análise, monitoramento, avaliação e
financiamento das ações;
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Fomentar discussões sobre modos de consumo e produção que estejam
em conflito de interesses com os princípios e valores da promoção da
saúde e que aumentem vulnerabilidades e riscos à saúde; e
Contribuir para a articulação de políticas públicas inter e intrassetoriais
com as agendas nacionais e internacionais.
A PNPS, apresenta no Art. 10 (BRASIL, 2014), os temas prioritários, os quais
foram evidenciados pelas ações de promoção da saúde realizadas, sendo
compatíveis com o Plano Nacional de Saúde, pactos interfederativos e com o
planejamento estratégico do MS, bem como acordos internacionais que foram
firmados pelo governo brasileiro, em permanente diálogo com as demais políticas,
com os outros setores e especificidades sanitárias:
Formação e educação permanente;
Alimentação adequada e saudável;
Práticas corporais e atividades físicas;
Enfrentamento do uso do tabaco e seus derivados;
Enfrentamento do uso abusivo de álcool e outras drogas;
Promoção da mobilidade segura (redução da morbimortalidade por
acidentes de trânsito);
Promoção da cultura da paz e de direitos humanos; e
Promoção do desenvolvimento sustentável.
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5 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM
Fonte: saude.gov.br
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Fonte: Ministério da Saúde
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Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva: Visa a sensibilização de gestores
(as), profissionais de saúde e a população em geral à fim de reconhecer
os homens como sujeitos de direitos sexuais e reprodutivos, os
envolvendo nas ações voltadas a esse fim e implementando estratégias
para aproximá-los desta temática.
Paternidade e Cuidado: Objetiva sensibilizar gestores (as),
profissionais de saúde e a população em geral sobre os benefícios do
envolvimento ativo do homem com sua parceira durante as fases da
gestação e participação nas ações de cuidados com os (as) filhos (as),
destacando como esta participação pode trazer saúde, bem-estar e
fortalecimento de vínculos saudáveis intrafamiliar.
Doenças prevalentes na população masculina: Busca fortalecer a
assistência básica no cuidado à saúde dos homens, facilitando e
garantindo o acesso e a qualidade da atenção necessária ao
enfrentamento dos fatores de risco das doenças e dos agravos à saúde.
Prevenção de Violências e Acidentes: Busca propor e desenvolver
ações que chamem atenção para a grave relação entre a população
masculina e as violências (em especial a violência urbana) e acidentes,
bem como sensibilizar a população em geral e também os profissionais
de saúde sobre o tema.
As doenças prevalentes na população masculina e que conforme pesquisas
como a Vigitel, ocorrem com maior frequência entre os homens, estão relacionadas
aos seguintes fatores de risco, conforme Brasil (2018):
Tabagismo;
Consumo de bebidas alcoólicas;
Alimentação inadequada;
Excesso de peso.
Um dos desafios da PNAISH é a mobilização da população masculina brasileira
para a luta pela garantia de seu direito social à saúde. É necessário sensibilizar os
homens para que possam reconhecer e expressar suas condições sociais e de saúde,
para que sucedam sujeitos protagonistas de suas demandas, consolidando seu
exercício e gozo dos direitos de cidadania (GARCIA; FONSÊCA, 2016).
16
Diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem:
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6 O ENVELHECIMENTO: Políticas, Programas e Rede de Atenção à Saúde do
Idoso
Fonte: mansaoreal.com.br
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Segundo o IBGE (PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua) 2018, o número de idosos cresceu 18% de 2012 a 2017, ou seja, 4,8
milhões de novos idosos em cinco anos, ultrapassando 30 milhões de idosos no país.
Esse crescimento representa uma importante conquista social, é resultado da
melhoria das condições de vida, com ampliação do acesso aos serviços de saúde, em
especial a Atenção Básica, aos cuidados preventivos e curativos, do avanço da
tecnologia médica, da ampliação da cobertura de saneamento básico, aumento da
escolaridade e da renda, entre outros determinantes (BRASIL, 2015).
Apesar dos avanços, resultando no aumento da expectativa de vida para a
população brasileira, muitos idosos são portadores de doenças ou disfunções
orgânicas, mas cabe destacar que esse quadro não significa necessariamente
limitação de suas atividades, restrição da participação social ou do desempenho do
seu papel social.
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8 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA
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A escolha do melhor tipo de intervenção e monitorização do estado clínico e
funcional da população idosa deve ser baseada na avaliação da capacidade funcional
individual e coletiva. Quando se trata de funcionalidade é necessário ter um olhar que
vá além das doenças e que considere todos os aspectos funcionais do indivíduo em
seu processo de envelhecimento, desde a saúde física e mental até as condições
socioeconômicas e a capacidade de autocuidado (BRASIL, 2006).
A PNSPI determina que de acordo com a condição funcional do indivíduo, serão
estabelecidas ações de atenção primária, de prevenção primária, secundária e
terciária, de reabilitação, para a recuperação da máxima autonomia funcional,
prevenção do declínio funcional, e recuperação da saúde. Estarão incluídas nessas
ações o controle e a prevenção de agravos de doenças crônicas não-transmissíveis.
Todo profissional deve procurar promover a qualidade de vida da pessoa idosa,
quando chamado a atendê-la. É importante viver muito, mas é fundamental viver bem.
Preservar a autonomia e a independência funcional dessa população deve ser a meta
em todos os níveis de atenção.
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Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa
Fonte: doutorricardo.rs.gov.br
O Ministério da Saúde reconhece que ainda existem muitos desafios para que
o envelhecimento ocorra com qualidade de vida. No campo das políticas e dos
programas voltados para os idosos, o desafio é contemplar seus direitos, preferências
e necessidades, para a manutenção e melhoria de sua capacidade funcional e garantir
atenção integral dos mesmos (BRASIL, 2018).
O objetivo da caderneta de Saúde da Pessoa Idosa é qualificar a atenção
ofertada à essa demanda, no SUS. Ela associa um conjunto de iniciativas, servindo
de instrumento para auxiliar no bom manejo da saúde da pessoa idosa, sendo usada
tanto pelas equipes de saúde, quanto pelos próprios idosos, por seus familiares e por
seus cuidadores
Dessa forma, além do registro, a caderneta permitirá também o
acompanhamento durante o período de 5 anos, com informações bastante relevantes
como:
Dados pessoais, sociais e familiares;
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Condições de saúde;
Hábitos de vida; e
Vulnerabilidades.
Além de ofertar orientações ao idosos para o autocuidado.
É de responsabilidade da ESF a distribuição da caderneta, porém a mesma
deve ser utilizada nos diferentes níveis de atenção à saúde.
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melhorando a qualidade da assistência. Modelo ideal para o sustento das redes de
atenção ao idoso (COELHO; MOTTA; CALDAS, 2019).
Fonte: maismedicos.gov.br
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Unidades de reabilitação
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9 IMPACTO DO ENVELHECIMENTO NO ORGANISMO HUMANO
Fonte: reflectionsonnursingleadership.org
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pele (mancha senil), redução de pelos corpóreos, perda de pigmentação
(cabelos brancos).
Sistema cardiovascular: A frequência cardíaca em repouso é
diminuída, enquanto a pressão arterial e resistência vascular são
aumentadas, é frequente a hipotensão postural, aterosclerose, etc.
Sistema respiratório: Com a rigidez da parede torácica a capacidade
respiratória máxima é diminuída, acarretando reflexo pulmonar, como
tosse e predisposição ao acúmulo de secreção.
Sistema gastrointestinal: Atrofia das papilas gustativas, causando
alteração do paladar, desgaste dos dentes, dificuldade de fala, alteração
no processo de mastigação, refluxo esofagiano, propensão à gastrite,
maior tempo de esvaziamento gástrico, possíveis alterações de
absorção, aumento da prevalência de constipação, predisposição à
diverticulite, enfraquecimento da musculatura da bexiga e aumento do
volume residual, menor capacidade de armazenamento de urina.
Sistema gênito-urinário: Nas mulheres: atrofia de útero e ovário, atrofia
da mucosa vaginal e diminuição da secreção lubrificante, atrofia de
glândulas mamárias, de substituição por tecido adiposo,
enfraquecimento da musculatura da mama; nos homens: diminuição da
produção de espermatozoides, aumento do peso e tamanho da próstata,
diminuição da produção de testosterona, pode ocorrer dificuldade de
micção (estenose de uretra).
Sistema nervoso: Redução do tamanho e peso do cérebro, redução de
neurônios, maior prevalência de demência (demência senil, Doença de
Alzheimer, Doença de Parkinson), processamento de informações mais
lento, alterações nos reflexos.
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10 SEDENTARISMO COMO PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA E BENEFÍCIOS
DA ATIVIDADE FÍSICA PARA OS IDOSOS
Fonte: ginast.com.br
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Práticas corporais e atividades físicas;
Produção do cuidado e de modos de vida saudáveis;
Promoção da alimentação saudável;
Práticas integrativas e complementares;
Práticas artísticas e culturais;
Educação em saúde;
Planejamento e gestão; e
Mobilização da comunidade.
As Práticas Corporais (PC) e Atividades Físicas (AF) são ações ofertadas nas
unidades de saúde no âmbito do SUS, e devem ser compreendidas não somente
como atividades de prevenção das doenças crônicas não transmissíveis, mas num
sentido amplo, onde o encontro, a convivência, a formação e fortalecimento de grupos
sociais nos territórios, contribui proporcionando vínculo entre os sujeitos participantes
e destes com os profissionais de saúde.
Os benefícios das PC e AF estão evidenciados na literatura.
Destacam-se:
Socioafetivos: Como a maior inserção e interação na comunidade,
aumento da autoestima, diminuição nos níveis de ansiedade e
depressão;
Biológicos: Como a prevenção das DCNT e seus fatores de risco, a
prevenção e combate da osteoporose através do aumento e/ou
manutenção da densidade mineral óssea, a diminuição ou cessação de
dores crônicas; e
Cognitivos: Como o aprimoramento da memória.
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as pessoas e é influenciado pelo estilo de vida adotado e pelos fatores hereditários do
indivíduo. ” (CIVINSKI, et al 2011).
As práticas seguintes são as mais indicadas, pois causam pouco impacto, a fim
de não causar lesões. Além de desenvolver flexibilidade, bem como equilíbrio e força
muscular, são ainda de fácil realização:
Caminhadas;
Atividades na água (natação/hidroginástica);
Alongamento;
Dança; e
Musculação.
As atividades junto aos idosos devem ser realizadas mediante as seguintes
orientações:
O bem-estar físico é fundamental para iniciar qualquer atividade;
Extremos de temperatura devem ser evitados;
Manter a hidratação;
Usar roupas adequadas;
Não realizar exercícios em jejum (Comer algo leve e saudável antes das
atividades);
Usar calçados adequados;
Interromper as atividades em caso de dor ou desconforto, respeitando
os limites pessoais;
As atividades devem ser iniciadas de forma lenta e gradativa, permitindo
assim a adaptação.
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A recomendação é de que haja atividade física no mínimo 3 vezes por
semana, por 40 a 60 minutos de cada vez;
O alongamento é indispensável e fundamental, para todos os participantes
do grupo de atividades.
Fonte: bhmulher.com.br
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Fatores de risco
Fonte: biblioteca.cofen.gov
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As medicações devem ser administradas somente sob orientação médica e é
necessário um cuidado especial para os diuréticos, remédios para pressão e
calmantes.
Extrínsecos: Fatores relacionados ao ambiente em que o idoso interage,
como, sua casa, locais públicos, transporte coletivo, entre outros. São várias as
circunstâncias do dia-a-dia que predispõem o idoso a sofrer quedas:
Má iluminação dos espaços;
Tapetes soltos;
Superfícies molhadas;
Calçado inadequado;
Escadas pouco seguras ou sem corrimões;
Banheiras;
Objetos espalhados no chão, incluindo fios elétricos ou do telefone;
Animais de estimação;
Piso irregular dos passeios públicos;
Árvores nas calçadas, buracos;
Barreiras à passagem (automóveis incorretamente estacionados);
Falta de segurança para pessoas com dificuldade motora nos
transportes públicos, etc.
Prevenção de quedas
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essenciais para a prevenção de quedas em idosos e outros agravos. Os reflexos e
velocidade são melhores nos idosos praticantes de atividades físicas.
Pino-Casado, 2016 (apud BRASIL, 2018), também relaciona as práticas como
Tai Chi Chuan no auxílio a prevenção de quedas.
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Mantenha os fios dos aparelhos próximos às tomadas deixando o caminho
livre;
Instale iluminação adequada em calçadas e rampas (ambas com corrimão);
Mantenha um telefone em local acessível;
Se necessário, o idoso deve usar instrumentos de apoio (bengalas, muletas,
etc). O importante é a segurança.
Fonte: cdlcampos.org.br
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O plano de cuidados é elaborado de forma coordenada e integrada, em curto,
médio e longo prazo, visando em especial a recuperação e/ou a manutenção da
capacidade funcional da pessoa idosa. É de grande importância o envolvimento do
usuário, de seus familiares e/ou cuidadores e da equipe de saúde, para alcançar o
sucesso no plano de ação.
Foi publicado em 2013 e 2014, pela Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa
do Ministério da Saúde, o documento “Diretrizes para o cuidado das pessoas idosas
no SUS: proposta de Modelo de Atenção Integral”. O objetivo do documento é orientar
a organização do cuidado à pessoa idosa no âmbito do SUS, potencializar as ações
já desenvolvidas e propor estratégias a fim de fortalecer a articulação, a qualificação
do cuidado e a ampliação do acesso da pessoa idosa aos pontos de atenção das RAS.
O cuidado à Saúde da Pessoa Idosa apresenta características peculiares
quanto à apresentação, instalação e desfechos dos agravos em saúde, traduzidas
pela maior vulnerabilidade a eventos adversos, necessitando de intervenções
multidimensionais e multissetoriais com foco no cuidado. Esse cuidado deve ir além
dos cuidados com o corpo físico, pois além do sofrimento físico decorrente de uma
doença ou limitação, há que se levar em conta as questões emocionais, a história de
vida e os sentimentos do idoso. O cuidar do outro representa a essência da cidadania,
do desprendimento, da doação e do amor.
O autocuidado
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Dessa forma a pessoa que está recebendo os cuidados, será estimulada a
conquistar sua autonomia e isso requer tempo e paciência (BRASIL, 2008).
É fundamental que a equipe da AB apoie o autocuidado e oriente os idosos e
demais indivíduos que necessitem de cuidado, a adotarem comportamentos
saudáveis. A equipe de saúde deve ampliar a capacidade de confiança e eficácia dos
indivíduos assistidos no manejo de suas condições, como por exemplo, na tomada de
decisões cotidianas sobre alimentação, atividade física, medicação, estilo de vida e
higiene pessoal. Na assistência prestada no apoio ao autocuidado, o profissional de
saúde colabora para que os indivíduos desenvolvam habilidades para resolver
problemas e lidar com as limitações (FIOCRUZ, 2015).
Como agente fundamental integrante da Equipe de Saúde da Família, o
enfermeiro deve utilizar de estratégias e planos de ação, a fim de estimular os idosos
e demais indivíduos com capacidade funcional comprometida, a promover a saúde,
adotando comportamentos saudáveis, mantendo o bem-estar, alcançando objetivos,
prevenindo doenças e agravos e fortalecendo a autonomia na execução de atividade
de vida diárias.
O cuidador
Fonte: altoastral.com.br
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Cuidar é uma tarefa nobre e complexa, envolvendo sentimentos diversos e
contraditórios como, raiva, culpa, medo, angústia, confusão, cansaço, estresse,
tristeza, nervosismo, irritação, choro e medo da morte e da invalidez. É importante que
o cuidador compreenda as reações e os sentimentos que envolvem o indivíduo, para
que possa prestar a assistência da melhor maneira possível.
Nem sempre se pode escolher ser cuidador, em especial quando a pessoa que
se encontra fragilizada e limitada, necessitando de cuidados, compõe de um familiar
ou alguém próximo, como por exemplo, um amigo.
O cuidador é responsável por oferecer cuidados paliativos à pessoa assistida.
É um ser humano de qualidades especiais, expressas pelo forte traço de amor à
humanidade, de solidariedade e de doação.
De acordo com Ministério da Saúde (2018):
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ou com limitações, a pessoa a qual se presta o cuidado, deve ser incluída nas
decisões, sempre que possível, o que lhe confere autonomia e autoestima elevada.
Acompanhar e auxiliar o indivíduo é função do cuidador, realizando somente as
atividades as quais esse indivíduo não esteja em condições de fazer sozinho. É
importante ressaltar que algumas técnicas e procedimentos específicos da área da
saúde, principalmente área da enfermagem, não podem e não devem ser atribuídos
ao cuidador, ainda que ele tenha noções básicas de saúde, seu conhecimento se
aplica apenas para observar os sintomas e agravos, identificar situações de
emergência e solicitar socorro quando necessário.
Cabe ao cuidador:
Diagnosticar;
Indicar ou receitar remédios;
Ofertar medicamentos não prescritos;
Administrar medicações injetáveis ou vacinas;
Realizar curativos;
Cuidar dos serviços domésticos;
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Servir os demais familiares e visitas;
Passear com animais de estimação e cuidar das crianças.
Ele pode, contudo, acompanhar o paciente em exercícios físicos leves, em
consultas médicas, na realização de exames e também administrar medicamentos
(devidamente prescritos) nos horários certos. Tudo de acordo com a orientação de
especialistas das áreas competentes.
Fonte: acheisudoeste.com.br
O cuidador e a família
Fonte: olhardacidade.com.br
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13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
53
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.681, de 7 de novembro de 2013.
Redefine o Programa Academia da Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS). Diário Oficial da União, n. 218, p. 37, 8 nov. 2013.
BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Conselho Nacional dos Direitos
do Idoso. Plano de ação internacional para o envelhecimento Unidas. 86 p.
Brasília, 2003.
COELHO, Lívia Pereira; MOTTA, Luciana Branco da; CALDAS, Célia Pereira. Rede
de atenção ao idoso: fatores facilitadores e barreiras para implementação.
Physis Revista de Saúde Coletiva, v. 28, n. 4, 25 fev. 2019.
COELHO, Elza Berger Salema et al. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde
do Homem. Florianópolis, 2018. 66p. ISBN: 978-85-8267-130-6.
54
FERRETTI, Fátima et al. Dor crônica em idosos, fatores associados e relação
com o nível e volume de atividade física. São Paulo. BrJP, v. 2, n. 1, Jan./Mar.
2019.
JÚNIOR, Calvino Reibnitz et al. Atenção Integral à Saúde do Adulto: Medicina. 3ª.
ed. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2013. 121 p. ISBN 978-85-
8267-004-0.
55
ONU Organização das Nações Unidas (Brasil). OMS: Controle de doenças crônicas
não transmissíveis gera retornos financeiros e de saúde. Nações Unidas Brasil,
17 maio 2018.
ONU Organização das Nações Unidas (Brasil). ONU apoia estratégia brasileira de
promoção do envelhecimento saudável. Nações Unidas Brasil, 22 janeiro 2019.
56