Qual A Melhor Tradução Da Bíblia
Qual A Melhor Tradução Da Bíblia
Qual A Melhor Tradução Da Bíblia
Pelo fato de existir uma grande variedade de versões, muitas pessoas ficam em dúvida
sobre qual a melhor tradução da Bíblia disponível a qual devemos adotar. Para
tentar responder a essa pergunta, vamos considerar alguns pontos importantes sobre as
traduções bíblicas.
As traduções da Bíblia
O texto bíblico foi traduzido desde muito cedo. Ainda nos tempos do Antigo
Testamento, alguns textos das Escrituras já eram traduzidos para atender necessidades
específicas da época. A primeira grande e importante tradução bíblica foi a Septuaginta,
que traduziu o texto do Antigo Testamento do original hebraico (e alguns trechos em
aramaico) para o grego.
Depois, na era cristã, surgiram várias outras traduções bíblicas para atender os idiomas
em que o Evangelho se expandia. Sem dúvida a tradução mais significativa desse
período foi a Vulgata, que é a tradução da Bíblia para o latim feita por Jerônimo, e que
com o tempo se tornou a principal versão utilizada no Ocidente.
Martinho Lutero também traduziu a Bíblia para o idioma alemão, começando pelo Novo
Testamento e concluindo com a tradução do Antigo Testamento num projeto bem mais
complexo.
Para o idioma espanhol, foi feita a conhecida versão Reina-Valera, assim como para o
português surgiu a tradução Almeida. Em 1611, surgiu também a importante versão da
Bíblia em inglês, a King James Version, que combinou alguns textos já traduzidos por
Wycliffe e Tyndale.
1. O texto crítico: com base nos manuscritos mais antigos que se tem
conhecimento;
2. O texto majoritário: com base na maioria dos manuscritos antigos, mas que
datam de um período bem mais recente.
A grande pergunta a ser respondida é: qual desses dois textos é mais fiel aos originais?
É bastante difícil responder a essa questão, especialmente porque não se sabe o motivo
exato pela qual os manuscritos mais antigos foram preservados, visto que isso pode ter
ocorrido ou porque eram muito fieis aos originais e por isso a Igreja os preservou, ou
então por que eram discrepantes, e por isso foram guardados para que não fossem
utilizados.
Como exemplos de tais diferenças, podemos citar: a frase final de Mateus 20:16,
“porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos”, que não aparece nos
manuscritos mais antigo; a parte final do último capítulo do Evangelho de Marcos; a
narrativa sobre a mulher adúltera no Evangelho de João, e diferenças no capítulo 5 de 1
João.
1. Equivalência formal: esse método traduz palavra por palavra do texto original
adotando seu equivalente exato no novo idioma.
2. Equivalência dinâmica: esse método traduz a frase original adotando a
expressão equivalente de forma dinâmica no novo idioma, ou seja, diferente do
método de equivalência formal, esse método traduz o sentido da frase e não
palavra por palavra.
Ambos os métodos possuem seus pontos positivos, e talvez a melhor solução seja uma
combinação cuidadosa de ambos. O problema em se adotar apenas a equivalência
formal é que muitas vezes na tentativa de ser fiel ao texto original acaba-se perdendo
justamente sua fidelidade, pois não traduz de forma correta o sentido real que o autor
pretendia passar.
Todavia, em nosso idioma, a melhor tradução para essa palavra seria algo como
“profundos afetos de misericórdia” no sentido de se ter um coração pleno de compaixão.
Por outro lado, quando se usa apenas a equivalência dinâmica de forma excessiva, sem
ser podada com a os princípios da equivalência formal, corre-se o risco de também se
obter traduções que se distanciam dos originais, ou mesmo de se perder o sentido
principal de determinadas palavras.
Por exemplo, o livro do Apocalipse possui muita linguagem simbólica, e traduzir tudo
de forma dinâmica pode prejudicar terrivelmente o sentido principal do texto, visto que
é fundamental se preservar algumas designações do próprio texto a fim de compreendê-
lo.
Além disso, o uso maciço da equivalência dinâmica dá origem não apenas a uma
tradução, mas a uma paráfrase do texto bíblico, que tenta expressar o conceito original
na linguagem mais popular possível.
Depois da Almeida Atualizada, podemos posicionar a NVI, como sendo uma tradução
que tenta combinar a equivalência formal e a equivalência dinâmica. Já utilizando muito
da equivalência dinâmica, temos a NTLH, e de forma bastante extrema, as versões Viva
e A Mensagem.
Com base nessa classificação, cada leitor deve decidir qual a melhor tradução da
Bíblia deve ser adotada de acordo com os objetivos pretendidos. Por exemplo,
acredito ser muito complicado utilizar a tradução NTLH ou Viva para fazer a exposição
do texto bíblico num sermão.
Particularmente, prefiro uma tradução que utiliza de forma equilibrada os dois métodos
de equivalência, como é o caso da Almeida Atualizada. Com relação ao tipo de texto
grego, também prefiro uma tradução que se baseia no texto critico, embora não
considero que esse seja um ponto determinante.
Uma boa opção que também se aproxima dessas condições é a NVI. No entanto,
também acho interessante que se tenha uma tradução da Bíblia numa linguagem mais
popular, como a NTLH, especialmente para compará-la com traduções mais formais,
como a Almeida Corrigida e a Almeida Fiel.