Artrite Séptica Equinos
Artrite Séptica Equinos
Artrite Séptica Equinos
São Paulo
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São Paulo
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FMU - ORIENTADOR
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço aos meus pais, por me proporcionarem uma educação digna
e caráter para me tornar uma pessoal responsável. Agradeço também a eles por me darem a
livre escolha sobre meu futuro profissional e apoiarem minha escolha, dando assim a
continuidade a minha educação e força para assim me tornar um profissional. Agradeço
também aos meus irmãos que me apoiaram nas horas mais difíceis.
Deixo também meus agradecimentos aos professores e médicos veterinários que me
passaram seus conhecimentos para a minha formação do meu conhecimento e
profissionalização. Agradeço também aos amigos, amigas e funcionários sem citar nomes,
para que não ocorra a injustiça de esquecer alguém, pela força nos dias de provas, trabalhos
e estágios realizados na instituição.
Agradeço em especial e em memória ao Professor Eduardo Lopes Eziliano por me
apresentar e ensinar, o amor e o respeito que deve ser utilizado no tratamento dos animais
que necessitarem de nossos cuidados. Agradeço também ao Prof. Mestre Antonio Carlos
Bolino por me orientar no desenvolvimento do trabalho e por me passar seus
conhecimentos técnicos da profissão, aos colegas Luiz Augusto Sibinelli Spolidoro e Rafael
Lemos Rizzardi por me passarem os seus conhecimentos, por me ajudarem com todas as
dúvidas relacionadas a profissão e me ajudarem na escolha e desenvolvimento do meu
trabalho de conclusão de curso, também deixo meu muito obrigado.
Enfim agradeço a todas as pessoas que estiveram ao meu redor durante a minha
formação profissional.
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“Se você fizer sempre o que faz, você sempre chegará ao lugar onde está.”
(Autor desconhecido)
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RESUMO
ABSTRACT
One can say that the orthopedic problems in horses have a significant importance in
the equestrian market. The septic arthritis is a disease that affects foals and adult horses
also, with the need for immediate clinical care that enables the difficulty of appropriate
treatment and improving the prognosis of the animal.
As the theme of development of this work, which focuses in the etiology, diagnosis,
clinical manifestations, and treatment for this disease.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO___________________________________________________________________10
2 ANATOMOFISIOLOGIA DA ARTICULAÇÃO_____________________________________________12
3 ETIOLOGIA______________________________________________________________________14
4 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS_________________________________________________________17
5 DIAGNÓSTICO___________________________________________________________________21
5.3 Ultra-Sonografia________________________________________________________________27
5.4 Artroscopia____________________________________________________________________27
6 TRATAMENTO___________________________________________________________________28
6.2 Antiinflamatórios_______________________________________________________________30
6.3 Condroprotetores_______________________________________________________________30
7 PROGNÓSTICO__________________________________________________________________34
8 CONCLUSÃO____________________________________________________________________35
9 REFERÊNCIAS____________________________________________________________________36
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1 INTRODUÇÃO
A artrite séptica pode ser definida simplesmente como a inflamação de uma articulação.
É um termo inespecífico e não descreve a natureza das várias entidades específicas que
afetam as articulações dos eqüinos. O papel da inflamação também varia consideravelmente
entre as várias enfermidades (MCIL WRAITH, C.W.; apud STASHAK, T.S.; 2006).
As infecções ortopédicas são um problema clínico mais sério nos eqüinos que em relação
a outras espécies, devido ao fato de suas conseqüências induzirem à uma claudicação
permanente e resultarem em inutilidade do cavalo ou até à sua morte (SCHNEIDER, R.K;
2006, apud AUER & STICK, 2006).
A artrite séptica e a síndrome de osteomielite são as piores enfermidades do mercado
eqüino. Sinônimos para este complexo são: doença da articulação, inflamação umbilical,
poliartrite séptica, epifisite séptica ou fisite séptica. Essas infecções que envolvem a
membrana sinovial, osso periarticular ou ambos, freqüentemente ocorrem simultaneamente
e usualmente em potros com menos de 60 dias de idade. Mais de uma articulação está
comumente envolvida e geralmente um sítio primário de sepse existe em algum local do
organismo ou em parte do corpo, causando bacteremia (MARTENS, R.J.; CARTER, G.K., apud
ROBINSON, E. N., 2003).
A artrite séptica é o problema mais grave observado na articulação dos eqüinos. Ela pode
resultar em uma rápida destruição da articulação e da cartilagem articular, e quando na
presença de osteomielite, pode haver uma perda irreversível da superfície articular (KIDD, J.
A. ; 2007).
A artrite séptica é uma doença progressiva e erosiva das articulações, que leva o animal a
uma claudicação severa, e requer um tratamento intenso e prolongado (STASHAK, T. S. ;
2006).
A artrite supurativa é uma verdadeira infecção articular caracterizada por distensão da
cápsula articular, devido a hipersecreção de líquido sinovial e a presença de bactérias, que
atingem a articulação devido a traumas diretos, punções realizadas sem assepsia ou pela via
hematológica ou linfática, devido a processos localizados em outras regiões do organismo
(THOMASSIAN, A. ; 2005).
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2 ANATOMOFISIOLOGIA DA ARTICULAÇÃO
3 ETIOLOGIA
A contaminação da membrana sinovial por via hematológica pode ser causada pelo
alojamento direto de microrganismos presentes nos vasos sinoviais ou uma disseminação a
partir de um foco adjacente. A via clássica de contaminação hematológica é a umbilical, mas
não pode ser considerada exclusiva, a doença pode estar associada também às pneumonias,
enterites ou qualquer outra forma de infecção sistêmica (STASHAK,T. S., 2006).
Segundo Schnyder (1979 – 1989, apud DYSON, R., 2003), em um estudo
retrospectivo, das 424 bactérias isoladas a partir de 233 cavalos, com articulações, bainhas
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4 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Cavalos com artrite séptica usualmente apresentam febre em alguns momentos após
a infecção inicial. Entretanto, a febre pode não estar presente, especialmente nos animais
tratados com antiinflamatórios não esterioidais. Por outro lado, a febre é a primeira e mais
consistente síndrome observada em eqüinos que desenvolvem a infecção após a cirurgia
(AUER & STICK, 2006).
Em um estudo retrospectivo, SCHNEIDER, R. K. (1992), observou que em 25 eqüinos
apresentando infecção articular no pós-cirúrgico, a temperatura corporal acima de 39°C foi a
manifestação clínica mais consistente e apareceu com média de 9 dias após a cirurgia.
O aparecimento das manifestações clínicas freqüentemente estende-se vários dias
após a infecção bacteriana inicial, e este desenvolvimento pode se prolongar por até 14 a 21
dias após a injeção de corticosteróides. Infelizmente qualquer prolongamento é responsável
por diminuir a resposta à terapia. Cavalos com artrite séptica apresentam dores severas à
palpação ou flexão da articulação afetada. Entretanto, pode não haver manifestações
evidentes quando no curso inicial de infecções que afetam as porções mais proximais dos
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temperatura ou cor da pele sobre o local; Aumento do volume ou inchaço articular que pode
ser devido a vários eventos, incluindo efusão de líquido sinovial, espessamento da
membrana sinovial e cápsula fibrosa (este espessamento pode estar relacionado a edema ou
fibrose), inchaço dos tecidos periarticulares ou aumento ósseo. A natureza específica deste
inchaço vai depender do estágio da doença (agudo ou crônico); Sensibilidade (localizada ou
difusa). Devido às diferenças entre os vários animais e as suas reações a palpação, deve-se
ter cuidado na avaliação deste parâmetro quando as alterações forem sutis. Podem-se evitar
erros comparando-se a reação com a reação da articulação contralateral normal; Dor à
flexão; Crepitação na movimentação. Normalmente o clínico deve estar consciente da
crepitação que ocorre nas articulações normais, como ocorre no boleto; Movimentação
limitada. Isto pode ser devido à dor, efusão articular, espasmo, contratura de estruturas
periarticulares ou anquilose fibrosa ou óssea; Deformações devido à destruição grosseira da
articulação ou a subluxações ou luxações dos ossos da articulação que produzam danos.
Em alguns problemas articulares, localizar a articulação afetada pode ser difícil. Os testes
de flexão podem ser úteis, nestas situações, para acentuar a claudicação (STASHAK, T. S. ;
2006).
As manifestações clínicas de artrite infecciosa incluem claudicação intensa, inchaço, além
de efusão e espessamento, edema e dor à manipulação (STASHAK, T. S., 2006).
No entanto, as tentativas de diagnóstico, tais como a observação, a manipulação, a
artrocentese e a radiografia devem ser realizados para descartar sua presença (MARTENS, R.
J. , CARTER, G. K. ; apud ROBINSON, E., 2003).
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5 DIAGNÓSTICO
Para realizar o diagnóstico de artrite infecciosa, deve-se obter uma história completa
do animal e ser realizado o exame físico da performance em todos os cavalos com suspeita
desta enfermidade. Históricos, feridas recentes ou acontecimento traumático, injeção intra-
articular, realização de algum procedimento cirúrgico articular ou periarticular, relato de
doença sistêmica prévia, ou imunossupressão devem ser relatados, pois fornecem
informações importantes para saber a duração da infecção, o local da infecção e o provável
tipo de microrganismo envolvido na infecção (BERTONE, A.; 1996).
Segundo MORTON, A. J. (2005), parâmetros vitais muitas vezes estão dentro dos
limites normais. Caso o animal apresente muita dor, a freqüência cardíaca e a freqüência
respiratória podem estar elevadas. Ocasionalmente os animais adultos, e mais
freqüentemente os potros, apresentam febre. É observado hipertermia periarticular, edema
da articulação, dor à palpação, feridas ou outra evidência de trauma pode ser identificado
próximo ou distante da articulação envolvida (FIGURA 6). Em potros, diarréia, infecção
umbilical, pneumonia, ou doença sistêmica é comumente presente.
O exame radiográfico não pode ser utilizado como única ferramenta para confirmar o
diagnóstico (COLAHAM, T. B., 2000). A radiografia pode também revelar indícios de acúmulo
de ar dentro de uma articulação, ou fraturas associadas com seus fatores de início de uma
sepse. Imagens radiográficas são particularmente úteis em conjunto com estudos de
contraste para determinar se uma ferida penetrou uma estrutura sinovial. Em casos de longo
tempo com a enfermidade, pode ser aparentemente sinais radiográficos de uma osteoartrite
secundária grave. O exame radiográfico é indicado no início da manifestação da
enfermidade, quando esta etapa é negligenciada, mostrando assim imagens radiográficas
subseqüentes, alterando os resultados de tratamento, ou de prognóstico, ou ambos,
significativamente (HIGGINS, A. J., SNYDER, R. J., 2006).
As manifestações radiológicas das doenças articulares geralmente refletem as
alterações patológicas ósseas destes problemas. Em muitas situações, o exame radiográfico
permite que seja feito um diagnóstico específico quando as manifestações clínicas são
inespecíficas. Estes problemas incluem fraturas intra-articulares, osteocondrite dissecante e
lesões subcondrais em forma de cisto. Outros quadros, como a osteoartrite e a artrite
infecciosa, apresentam alterações radiográficas típicas, posteriormente no curso da doença,
porém freqüentemente não apresentam alterações nos estágios iniciais (STASHAK, T. S.,
2006).
Na maioria dos potros com alterações ósseas radiográficas o envolvimento ocorre
rapidamente e muitas vezes são detectáveis dentro de uma semana após o início dos sinais
clínicos; na maioria dos ossos, alterações radiográficas podem se apresentar, em 7 a 10 dias,
mas se os pequenos ossos cubóides do carpo ou tarso estão envolvidos, o clínico pode
enfrentar um desafio ainda maior de diagnóstico (DYSON, R., 2003).
Apesar de proliferação periostal e uma diminuição do espaço articular (que são
freqüentemente associadas com artrite séptica) pode não ser evidente até pelo menos 14 a
21 dias após a infecção, a radiografia é um importante auxílio diagnóstico e prognóstico
(MARTENS, R. J. & CARTER, G. K., apud ROBINSON, N. E., 2003). Este exame é essencial para
potros e eqüinos que apresentem infecção articular crônica (AUER & STICK, 2006).
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5.3 Ultra-Sonografia
5.4 Artroscopia
6 TRATAMENTO
A escolha inicial de agentes antimicrobianos pode ser guiada com base na causa subjacente
da infecção (por exemplo, ferida, iatrogênica) e as características desejáveis do antimicrobiano
(BERTONE, A., 1996).
Características desejáveis do antimicrobiano incluem boa susceptibilidade comum de agentes
infecciosos, a atividade bactericida, a capacidade de atingir níveis terapêuticos nos tecidos sinoviais e
ossos, boa potência, toxicidade mínima, efeitos colaterais mínimos ao paciente, e acessibilidade
(BERTONE, A., 1996).
O tratamento primário para a artrite séptica pode ser resumido em: Antibióticos sistêmicos e
antiinflamatórios, incluindo AINEs; Lavagem cirúrgica e drenagem, seguido pelo tratamento em
curso, devem ser realizadas através de cateter de longa permanência ou através de incisões de
artrotomias; Perfusão regional do membro com antibióticos diariamente ou a cada 2-3 dias;
Repetição de lavagem em grande volume (10L) em 1-5 dias, se não houver melhoras; Cavalos com
artrite séptica pode exigir tratamento prolongado com tempo indeterminado (BERTONE, A., 1996).
6.2 Antiinflamatórios
6.3 Condroprotetores
7 PROGNÓSTICO
8 CONCLUSÃO
A artrite séptica é uma enfermidade que acomete os eqüinos, sem apresentar uma
pré-disposição quanto à idade e nem sexo do animal, podendo acometer desde os potros
até os eqüinos adultos e não apresenta predisposição quanto a raça dos animais. Esse
acometimento pode ser devido a infecções hematológicas, como em potros, como pode ser
proveniente a um trauma direto na articulação, uso de injeções intra-articulares sem a
devida assepsia do local. A partir dos estudos, concluo que o atendimento e o tratamento
imediato para tal enfermidade, ajuda no prognóstico do animal. Com relação ao tratamento
pode-se dizer que existe uma seqüência terapêutica para a obtenção de um bom resultado,
fazendo com que o animal acometido possa retornar as suas atividades habituais o quanto
antes, ou mesmo, quando em prognósticos mais reservados, ter uma sobrevida com
razoável qualidade.
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9 REFERÊNCIAS
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