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Casos Clínicos - Semanas I e II

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Universidade Católica de Brasília

Disciplina Práticas em Clínica Médica I

Casos Clínicos – Semana I

Semana temática:
 Dislipidemia e Aterosclerose
 Avaliação diagnóstica em pneumologia
 Estreptococcias

Pacientes 1: Cardio
Maria, 70 anos, parda, portadora de HAS e dislipidemia, assintomática do ponto de
vista cardiovascular, procurou o ambulatório de cardiologia da católica para uma check. Faz
uso de Losartna 50mg/dia.
Tem uma dieta normossódica e hipercalórica, é tabagista (20 cigarros/dia) e etilista
social. Sedentária e obesa (IMC=31).
Nega diabetes, tireoidopatia e história familiar de doenças cardiovasculares.
Traz um lipidograma que evidencia LDLC: 126 mg/d, HDL: 46 mg/d, triglicérides: 260
mg/d e colesterol total: 224 mg/dL; VLDL: 52 MG/Dl; Colesterol não-HDL: 178
A professora Paula comentou que este tipo de dislipidemia poderia ter complicações
graves no futuro e iniciou tratamento medicamentoso. O aluno ficou preocupado com D.
Raimunda pois, ao utilizar a nova calculadora para estratificação de risco cardiovascular da
Sociedade Brasileira de cardiologia, descobriu que ela se encontrava no grupo de risco alto
cardiovascular.

Questões:
1. Qual o tipo de dislipidemia de Raimunda? Descreva o tratamento não
medicamentoso para este caso?
2. Explique a fisiopatologia da principal complicação temida pela profa. Paula?
3. Qual a classe de medicamento de escolha para o tratamento? Que tipo de efeitos
adversos da medicação você deverá monitorizar? De que forma?
4. Quais são as metas terapêuticas para o Raimunda?
5. Se o resultado não for adequado, Ezetimibe deverá ser associado. Justifique

Paciente 2 - DIP
Uma criança de 12 anos chega ao consultório com queixa de “urina marrom” há três
dias. Ele é seu paciente desde o nascimento e nunca apresentou qualquer problema maior de
saúde.
Há duas semanas ele teve febre alta com calafrios, vômitos (4 episódios) e dor de
garganta por dois dias, seguida por eritema difuso e áspero na pele, mas, como melhorou
espontaneamente não procurou atendimento médico. Sente-se bem desde então. A revisão de
sistemas é significativa apenas para edema discreto de pálpebras, que ele atribuiu aos estudos
até tarde da noite por causa das provas finais.
Ao exame físico, ele está sem febre, sua pressão arterial é de 135/90 mmHg, aparenta
estar ativo e não tem aparência toxêmica, apresentando um edema periorbital discreto assim
como descamação da pele nas mãos (periungueal).
O exame de urina com tira reagente mostra uma gravidade específica de 1.035, 2+ para
eritrócitos e 2+ para proteínas. Depois de centrifugar a urina e ressuspender o sedimento, você
identifica cilindros hemáticos ao microscópio.
Exantema apresentado em membro superior
Questões:
1. Quais foram as suspeitas diagnósticas? E o seu provável agente etiológico?
Justifique.
2. Que outros sinais cutaneomucosos poderiam ter sido referidos nessa história
clínica? O que é descamação em dedo de luvas?
3. Que exames complementares podem ser solicitados para comprovação
diagnóstica?
4. Que complicações imediatas poderiam ter ocorrido neste paciente? E
tardiamente?
5. A complicação apresentada por este paciente pode acontecer por infecção
primária de outros órgãos? Quanto tempo depois?
6. O achado de uma esplenomegalia no exame físico poderia mudar sua hipótese
diagnóstica? Para qual?
7. Neste paciente, qual foi a tríade clássica que levou ao diagnóstico dessa
complicação apresentada?
8. O que significou encontrar cilindros hemáticos no exame de urina deste paciente?
9. Teria sido útil o uso de antibióticos no quadro inicial do paciente, duas semanas
atrás?
10. No momento, qual deve ser o tratamento para este paciente?
11. Qual é o prognóstico dessa condição?
Casos Clínicos – Semana II:

Semana temática:
 Síndrome Coronariana Crônica
 Asma
 Estafilococcias

Os questionários respondidos deverão ser enviados para o email:


monitoria.clinicamedica1@gmail.com até o dia 01/08/21.

Paciente 1 - Cardio
Maria, nossa paciente do problema anterior, retorna ao ambulatório do UCB após 2
anos sem acompanhamento, refere que há 7 meses vem apresentando dor retroesternal em
queimação, aos grandes esforços, com duração de dois a três minutos, que irradia para MSE e
melhora com o repouso, associada a dispneia. Relata ainda claudicação intermitente e perda
progressiva da acuidade visual.
Portadora de HAS há 12 anos, em uso irregular de Losartana 50mg/dia. Tabagista há 20
anos (20 cigarros/dia) e etilista social. Sedentária e com dieta rica em carboidratos e gorduras.
Traz um lipidograma realizado há 6 meses com os seguintes valores: CT: 260, T: 276, HDL: 34,
LDL: 163 e VLDL: 69.
Ao exame físico lúcida, hidratada, eupnéica e afebril.
PA – 170 x110mmHg, FC:90 bpm
Peso: 87Kg, Altura: 1,60m – IMC: 34
ACV: Íctus de VE palpável no 5º espaço intercostal na linha hemiclavicular esquerda,
duas polpas digitais, propulsivo e móvel. RCR, 2T, BNF, sem sopros.
AR: Murmúrio vesicular fisiológico universalmente audível, FR: 18 irpm.
ABDOMEN: flácido, indolor, sem visceromegalia, RHA +.
MMII: Ausência de edema. Panturrilhas livres. Pulsos pediosos com amplitude
diminuída. Índice tornozelo-braquial < 0,9.
A professor Paula explicou que a dor torácica é uma síndrome com vários diagnósticos
diferenciais; orientou a solicitação dos exames complementares necessários para o diagnóstico
e reajustou a terapêutica.

Questões
1. Qual a principal hipótese diagnóstica para Maria?
A principal hipótese diagnóstica para Maria é isquemia miocárdica do tipo angina estável.
2. Como você classificaria o quadro de angina da paciente? Justifique
O quadro de angina da paciente pode ser classificado em angina estável, uma que vez que é
um quadro doloroso de curta duração, associado a dispneia, dor aos esforços ou estresse, com
irradiação para o membro superior esquerdo e com caráter da dor de queimação. Ademais, é
uma dor retroesternal e a paciente apresenta fatores agravantes como hipertensão arterial
sistêmica.
3. Quais os fatores de risco cardiovascular apresentados pela paciente?
Os fatores de risco cardiovascular apresentados pela paciente são:
4. Quais os exames complementares não invasivos deveriam ser solicitados para
confirmar a hipótese de angina?
5. Qual seria o tratamento medicamentoso ideal para esta paciente?
6. Quais os principais diagnósticos diferenciais?

Paciente 2 – Pneumo
ID.: J.B.S., masculino, 44 anos, casado, analista de sistemas
H.M.A: Há 1 ano, após iniciar Home office, pela pandemia, queixa-se de tosse, falta de
ar e chiado todos os dias, com melhora ao uso de salbutamol. Acordando à noite 4x/semana,
com chiado no peito.
Antes da pandemia os sintomas ocorriam 3x mês.
AP.: HAS, nega tabagismo.
Medicações: Atenolol 50mg 1vez ao dia (iniciado há 1 ano).
Exame Físico:
Geral: BEG, corado, hidratado, acianótico, anictérico, afebril
AR: MV reduzido, sibilos expiratórios difusos, FR 14cpm
ACV: 2brnf, sem sopro, FC 66bpm, PA 120x70mmHg
Sem outras alterações dignas de nota
.
Questões:
1. Qual a hipótese diagnóstica? Quais aspectos da história e exame físico corroboram
para ela?
2. Devemos solicitar qual(ais) exames para complementar a investigação?

EXAME COMPLEMENTARES DISPONÍVEIS:


- Laboratório recente:
Hemoglobina- 15,4 mg/dl
Glóbulos Brancos- 9000
Eosinófilos- 5% (400)

- Raio X de Tórax

Espirometria pré e pós broncodilatador.


3. Qual é achado esperado na espirometria?
4. Ela é compatível com o esperado? 
5. Qual a melhor abordagem medicamentosa?
6. Quais outras medidas são importantes para o adequado controle da doença?

Paciente 3 - DIP
Identificação: Paciente feminina, 67 anos, mora na Asa norte sozinha.
QP: febre durante a hemodiálise hoje.
HDA: Paciente feminina, com doença renal crônica, hipertensa e diabética. Comparece
ao Pronto Socorro por febre durante a sessão de hemodiálise e confusão mental hoje. Trazida
às pressas pela ambulância da clínica onde fazia hemodiálise, acompanhada da filha e dos
técnicos de enfermagem.
A filha não sabia referir nada sobre a história atual, só disse que a sua mãe antes de ir
para a hemodiálise hoje estava referindo dor nas costas há 10 dias e apresentava alguns
episódios de febre baixa na última semana, sem nenhum outro sinal nem sintoma associado.
Esteve internada há duas semanas para tratar infecção.
Sinais vitais da chegada: PA 60x40mmHg, FC 148, Tax 38,7ºC, Sat 89% em ar ambiente.
Ao exame:
REG, hipocorada, desorientada em tempo e espaço e sonolência, “dormia” durante o
exame físico, acordava ao chamado verbal, não reconhecia a filha que estava com ela.
Ritmo cardíaco regular, 2 tempos, sem sopros
Murmúrios vesicular fisiológico bilateralmente, sem crepitações nem outros ruídos
adventícios
Abdome sem alterações
Extremidades sem edemas e sem lesões de pele.
Questões:
1. Qual a lista de problemas e o diagnóstico sindrômico dessa paciente? Descreva o
conceito desse diagnóstico sindrômico.
2. Quais os possíveis focos infecciosos nesse caso? Qual a importância de
informações sobre a última internação nesse caso?
3. Qual a conduta que deve ser feita na primeira hora de atendimento nesse caso?
4. Quais exames mínimos que devem ser solicitados na admissão dessa paciente?

... Após admissão da paciente no Pronto Socorro foram coletadas hemoculturas e


amostras de sangue para análise laboratorial da paciente. Não foi iniciado antibioticoterapia
empírica, aguardando resultado de hemoculturas.
No segundo dia da internação o médico assistente recebeu um aviso da microbiologia
de” resultado alarmante” pois haviam sido identificados Cocos Gram positivos em
aglomerados na amostra de hemocultura da paciente. Paciente persistia com febre,
rebaixamento do sensório e hipotensão.

5. Qual a principal suspeita etiológica frente ao resultado alarmante de cocos Gram


positivos em cachos na hemocultura?
6. Qual o principal foco de infecção nesse contexto? Qual deve ser o esquema
antimicrobiano e quando deve ser iniciado?
7. Qual a principal diferença entre MSSA e MRSA e por que devemos levar em
consideração essa diferença na escolha do antibiótico?

8. Qual deve ser o seguimento dessa paciente?

... Paciente evoluiu com piora clínica importante, agudização da dor lombar no terceiro
dia de internação, realizada Ressonância magnética de coluna lombar que evidenciou
espondilodiscite. Paciente havia apresentado bacteremia por S. aureus há um mês e recebeu
tratamento com vancomicina sem controle de hemoculturas nem investigação de focos
profundos. Evoluiu com disseminação da infecção por persistência do foco infeccioso (cateter)
e infecção prévia subtratada.

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