Topicos em Biomecanica Ocupacional
Topicos em Biomecanica Ocupacional
Topicos em Biomecanica Ocupacional
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
2 BIOMECÂNICA ........................................................................................... 4
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
3
2 BIOMECÂNICA
Fonte: senshin.com.br
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3 ASPECTOS BIOMECÂNICOS DA FUNÇÃO NEUROMUSCULAR
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com
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No terminal axonal há muitas mitocôndrias que fornecem trifosfato de
adenosina (ATP), a fonte de energia que é usada para a síntese de um transmissor
excitatório, a acetilcolina. A acetilcolina, por sua vez, excita a membrana da fibra
muscular. A acetilcolina é sintetizada no citoplasma do terminal, mas é absorvida
rapidamente por muitas pequenas vesículas sinápticas, cerca de 300.000, as quais se
encontram normalmente nos terminais de uma única placa motora. No espaço
sináptico há grandes quantidades da enzima acetilcolinesterase, que destrói a
acetilcolina alguns milissegundos depois que ela foi liberada das vesículas sinápticas
(GUYTON & HALL, 2011).
Secreção de Acetilcolina pelos Terminais Nervosos Quando um impulso
nervoso atinge a junção neuromuscular, cerca de 125 vesículas de acetilcolina são
liberadas dos terminais no espaço sináptico. Na superfície interna da membrana
neural estão as barras densas lineares. Nos dois lados de cada barra densa estão
partículas proteicas que penetram na membrana neural; são os canais de cálcio
controlados por voltagem. Quando o potencial de ação se propaga para o terminal,
esses canais se abrem e permitem que os íons cálcio se difundam do espaço sináptico
para o interior do terminal nervoso. Considera-se que os íons cálcio, por sua vez,
exerçam atração sobre as vesículas de acetilcolina, puxando-as para a membrana
neural adjacente às barras densas. As vesículas se fundem então com a membrana
neural e lançam a acetilcolina no espaço sináptico, pelo processo da exocitose.
Embora alguns dos detalhes previamente mencionados sejam especulativos, sabe-se
que o estímulo efetivo que causa a liberação da acetilcolina das vesículas é a entrada
dos íons cálcio e que a acetilcolina das vesículas é esvaziada através da membrana
neural adjacente às barras densas.
Distúrbios das junções neuromusculares:
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Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com
9
3.2 Movimentos do corpo humano e a aplicação dos princípios físicos com o
objetivo de compreender a relação entre o aparelho musculoesquelético
em movimento e a atividade de trabalho.
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com
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Fonte: Hall (2016)
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Movimento angular
Movimento angular é a rotação ao redor de uma linha central imaginária
conhecida com o eixo de rotação, orientado perpendicularmente ao plano no qual
ocorre a rotação. Quando um ginasta executa um movimento circular amplo ao redor
de uma barra, todo o corpo roda, e o eixo de rotação passa através do centro desta.
Quando um atleta de saltos ornamentais executa um salto mortal, novamente todo o
corpo está rodando, desta vez ao redor de um eixo de rotação imaginário que se move
juntamente com o corpo. Quase todo movimento humano voluntário envolve a rotação
de um segmento do corpo ao redor de um eixo de rotação imaginário que passa
através do centro da articulação ao qual o segmento se fixa. Quando o movimento
angular ou rotação ocorre, porções do corpo em movimento se movem
constantemente em relação às outras porções (HALL, 2016).
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4.1 Arquitetura da articulação
Fonte: anatomiadocorpo.com
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4.3 Articulações discretamente móveis
Fonte: auladeanatomia.com
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deslizamento não axial. Os exemplos incluem as articulações intermetatarsais,
intercarpais e intertarsais e as articulações dos processos articulares.
Dobradiça (gínglimo): nessas articulações, uma superfície óssea articular é
convexa e a outra é côncava. Ligamentos colaterais fortes restringem o movimento,
tornando o planar, em formato de dobradiça. Os exemplos incluem as articulações
úmero ulnar e interfalângicas.
Pivô (trocoidea): nessas articulações, a rotação é permitida ao redor de um
eixo. Os exemplos incluem a articulação atlantoaxial e as articulações radiulnar
proximal e distal.
Condiloide (ovoide; elipsoide): nessas articulações, a superfície articular de
um osso tem formato convexo oval e a outra tem superfície com formato
reciprocamente côncavo. São permitidos movimentos de flexão, extensão, abdução,
adução e circundução. Os exemplos incluem da segunda à quinta articulação
metacarpofalângica e a articulação radiocarpal (HALL, 2016).
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com
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sofre colisão com o acrômio, situação que será discutida mais adiante, levado a
constante lesão mecânica dessas estruturas.
Músculos do Manguito Rotador - Vista Anterior
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Fonte: NETTER (2015)
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Fonte: drmarciosilveira.com
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com
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A coluna vertebral é uma estrutura importante de suporte do organismo
humano, que possibilita a manutenção de uma postura ereta e tem a complexa
capacidade de conciliar a estabilidade estrutural e o movimento (dois processos
fundamentais). Esta é considerada um pilar ósseo e está situada no eixo mediano do
corpo, articulando-se com o crânio, as costelas e as raízes dos membros superiores
e inferiores e divide-se em quatro regiões -cervical, dorsal, lombar e sacrococcígea
(QUARESMA, 2010; ANDRADE FILHO & PEREIRA, 2015).
Ainda que, seja um grupo exclusivamente esquelética, do ponto de vista
prático, quando se refere à “coluna vertebral”, na verdade trata-se do seu conteúdo e
anexos com ela relacionados, tais como: os músculos, nervos e vasos. Assim, a
coluna vertebral tem comprimento de aproximadamente dois quintos da altura total do
corpo, formada por 33 ou 34 unidades, denominadas vértebras, e divide-se em regiões
que se designam por:
a) Cervical: constituída por sete vértebras cervicais e constitui o esqueleto
axial do pescoço e suporte da cabeça;
b) Coluna dorsal ou torácica: composta por 12 vértebras dorsais suporta a
cavidade torácica (corresponde a região das costas);
c) Coluna lombar: composta por cinco vértebras e corresponde à região
da cintura, suporta a cavidade abdominal e permite mobilidade entre a parte torácica
do tronco e a pelve;
d) Coluna sacrococcígea: formado pelo sacro (com cinco vértebras
soldadas), une a coluna vertebral à cintura pélvica;
e) Cóccix: formado por quatro ou cinco vértebras soldadas entre si,
localizada na região dos glúteos, é uma estrutura rudimentar em humanos, mas possui
função no suporte do assoalho pélvico (SANTOS et al., 2011; SANTOS, 2015).
A coluna vertebral em ângulo anterior ou posterior deve ser linear, sem
desvios ou curvaturas, entretanto analisada em vista lateral deve apresentar
curvaturas fisiológicas. As curvaturas torácica e sacral são intituladas primárias
porque apresentam a mesmo sentido da coluna vertebral fetal e decorrem da
dessemelhança de altura entre as partes anteriores e posteriores dos corpos
vertebrais (NETTER, 2011; SANTOS, 2015; SANTOS & SILVA, 2019).
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Estas curvaturas são responsáveis pela força, sustentação e
equilíbrio corporal, mais especificadamente, servem para aumentar a resistência da
coluna, melhorar a distribuição de carga e evitar compressões.
Coluna vertebral e unidade funcional:
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b) Sistema ativo: constituído de músculos e tendões e;
c) Sistema neural: sistema nervoso central e periférico (BONFIM et al, 2020).
Sob condições normais, esses subsistemas garantem a estabilidade estática
e dinâmica da coluna, bem como representam um componente importante para prover
uma base sólida e exercer ou resistir às forças, e promover o aperfeiçoamento da
estabilidade segmentar e do controle neuromuscular do tronco pode proporcionar
melhores condições biomecânicas (MELO FILHO et al., 2013).
A musculatura tem uma função de proteger as estruturas da coluna vertebral,
sendo que esse papel em muitos casos se encontra comprometida pela hipotonia dos
músculos responsáveis pela estabilidade, proveniente do desuso ou uso inadequado
dessa musculatura, por posições viciosas e postura inadequada, causando algias. A
estabilidade vertebral é realizada pelos músculos profundos, principalmente os
multivídeos e transverso do abdômen. Entretanto, quando ocorre falha nos
mecanismos estabilizadores da coluna, ocorrerão possíveis deformidades vertebrais
levando a alterações do eixo e comprimento da coluna vertebral (MELO FILHO et al.,
2013).
Fonte: thumbs.dreamstime.com
Descarte era cantor, e iniciou, oficialmente, sua carreira em 1830, como tenor
na Opera Comisque, mas após apenas quatro anos, sua carreira foi interrompida por
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um grave comprometimento da voz, segundo ele mesmo, ocasionado por falhas nas
técnicas de ensino utilizadas no Conservatório. Essa experiência malsucedida como
aprendiz, o impulsionou no desenvolvimento de suas pesquisas acerca de formas de
treinamento mais humanizadas, e que não fossem cristalizadas em fórmulas rígidas,
mas adaptáveis a qualquer organismo, a qualquer físico, a qualquer corpo. É
interessante notar, que com o episódio da perda da voz, Descarte começou a valorizar
outra forma de linguagem – a linguagem corporal –passando a analisar,
minuciosamente, o gestual humano. Assim sendo, seu trabalho de pesquisa constitui
um rico estudo, embasado cientificamente, nas relações entre o gestual humano e
seus significados emocionais.
Conforme ele, a artisticidade do comportamento humano é o fundamento
necessário para toda a arte performática composta não por séries de gestos
mecanicamente realizados, mas por movimentos que expressam verdadeiramente os
mais profundos sentimentos da alma humana. Delsarte elegeu como fundamentos de
seu método, a “Lei da Trindade” e a “Lei da Correspondência”. A primeira, baseada
na Santíssima Trindade Católica (visto ser um fervoroso praticante do catolicismo),
postulava que o homem é formado por três unidades indissociáveis: Vida, Espírito e
Alma.
Essa trindade encontraria diversas outras correspondências orgânicas no seu
método, tendo em vista que ele desenvolveu várias categorias de sistematização do
corpo e de qualidades de movimento. Por exemplo, para ele, o corpo humano poderia
ser dividido em três zonas principais: a cabeça (correspondente ao intelecto), o tronco
(correspondente às emoções), e os membros (correspondentes àquilo que é
propriamente físico). Nessa visão das tríades, Delsarte dispensa atenção específica
aos elementos: Voz, Palavra e Gesto, no processo de construção expressiva, que
estariam ligados aos aspectos formadores do humano (Vida, Espírito e Alma), de
modo que a Vida estaria relacionada às sensações corpóreas expressas pela Voz (o
que é bem interessante, pois já traz uma ideia de unicidade do elemento Voz ao
próprio Corpo), o Espírito ao pensamento, que, por sua vez, seria expresso pela
Palavra, e a Alma se relacionaria aos sentimentos, expressos pelos Gestos.
O reconhecido teórico francês delineou também, três grandes ordens de
movimento – oposições, paralelismos e sucessões – e nove leis que regem os gestos,
cada uma delas, relacionada às zonas principais do corpo humano (cabeça, tronco e
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membros), e subdividida em outras que, por sua vez, eram ainda mais subdivididas,
compreendendo assim, um processo que resulta em uma extensa relação de milhares
de movimentos descritos segundo seu significado, temporalidade, espacialidade, e
assim por diante.
A “Lei da Correspondência” postula uma correlação semântica ao gestual, ou
seja, defende que todo e qualquer gesto é a expressão de alguma sensação ou
sentimento vivenciado pelo seu agente.
A expressividade do movimento passou a ser considerada uma necessidade
do indivíduo que, conforme foi mencionado no capítulo anterior é entendida como
“sendo o próprio corpo”, e não como “tendo um corpo em dicotomia do seu próprio
ser”. Se o indivíduo é o seu próprio corpo, logo, o desenvolvimento da expressividade
corporal passa a ser um refinamento global da expressividade daquele ser como um
todo. Tal maneira de pensar encontrou ressonância numa interessante área de estudo
acerca da educação do movimento – a educação somática – que embora também
tenha surgido no final do século XIX, passou a ser mais amplamente desenvolvida no
século seguinte, a partir da década de 1930.
Técnicas de Educação Somática
As técnicas de Educação Somática são constituídas de agrupamentos de
exercícios corporais, que não visam exatamente a padrões estéticos de movimento,
mas estratégias de refinamento da consciência corporal do indivíduo, que por meio de
um maior domínio acerca das possibilidades do próprio corpo, passa a desenvolver
com mais facilidade o domínio da sua expressividade. De fato, a maioria das técnicas
de Educação Somática, embora tenham sido amplamente adotadas por bailarinos e
atores, são originárias da área da saúde, ou seu mote de desenvolvimento é a busca
para a cura de alguma lesão pessoal do próprio criador, ou algo do gênero.
Dentro da Educação Somática, a expressão – Autoridade Somática – se
refere exatamente a essa capacidade gradualmente adquirida pelo praticante de
tomar decisões próprias, baseadas no conhecimento de si e, mais especificamente,
levando em consideração as experiências do corpo vivido. Dizendo de outro modo, o
aluno passa a reconhecer seus próprios limites, sabendo até onde pode ousar em
suas tentativas, sem se machucar e, principalmente, passa a confiar cada vez mais
em seu próprio potencial expressivo, nas possibilidades de seu corpo. A Educação
Somática não se pauta em modelos de movimentos, como é muito comumente
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observado nas técnicas codificadas de Dança. Pelo contrário, nas técnicas somáticas,
o que prevalece são orientações que propiciam o refinamento da percepção.
Diferentemente de uma sequência rígida de movimentos de braços, por exemplo, é
proposta uma minuciosa percepção da ossatura e das articulações que compõe a
estrutura dos braços (ombros, cotovelos, punhos, dedos), e a partir desse
reconhecimento, experimentam-se as diversas possibilidades de movimentação
dessa estrutura corporal. A partir de então, pode ser aplicada alguma sequência
simples de movimentação e/ou um encorajamento à prática do improviso – da
experimentação autônoma dos seus próprios movimentos. Desse modo, Percepção,
Criação e Expressividade acabam caminhando juntas dentro desse processo de
autoconhecimento do corpo.
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No dia 05 de agosto de 1998, o Ministério da Previdência e Assistência Social
(MPAS) baixou a Ordem de Serviço 606 - Norma para a Avaliação de Incapacidade
para Fins de Benefícios Previdenciários - que utiliza a sigla DORT (distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho) ao invés da sigla LER (Lesão por Esforço
Repetitivo), para “evitar que na própria denominação já se apontem causas definidas”
(BRASIL, 2012).
A existência do trabalho repetitivo data de muito tempo, havendo relatos de
meados de 1700. O Japão foi um dos primeiros países a reconhecer esta patologia
como decorrente do trabalho. Por volta dos anos 1980 é que no Brasil começaram a
aparecer os primeiros casos de LER, e eles estavam ligados à profissão dos
digitadores. As LER/DORT são doenças muito frequentes provocadas pela atividade
laboral. São patologias de difícil diagnóstico já que dependem do relato subjetivo de
quem as possui, bem como de aspectos psicológicos e da susceptibilidade individual
(SIMAMOTO et al. 2018).
A sigla LER – Lesões por Esforços Repetitivos – é a tradução de um termo
internacional, criada para identificar um conjunto de doenças caracterizadas por dor
crônica que atingem principalmente os membros superiores (dedos, mãos, punhos,
antebraços, ombros e braços). As pessoas mais atingidas são digitadoras,
publicitários, jornalistas, bancários, secretárias e todos os profissionais que têm o
computador como companheiro de trabalho. Não é contagiosa, pois não é causada
por bactérias, fungos ou vírus, mas sim por movimentos repetitivos, membros
inferiores e coluna vertebral (pescoço, coluna torácica e lombar), decorrentes de
sobrecarga do sistema musculoesquelético no trabalho (BARBOSA et al., 2014).
No Brasil, na década de 80, os casos de tenossinovite entre digitadores,
levaram os sindicatos de trabalhadores em processamento de dados a lutar pelo
reconhecimento das lesões como doenças profissionais. Em 06 de agosto de 1987, o
Ministério da Previdência atendeu à reivindicação dos sindicatos e, com a portaria
4.602, incluiu a tenossinovite do digitador no rol de doenças do trabalho. Em 1993, foi
publicada uma norma técnica, que instituiu o nome lesões por esforços repetitivos
LER, ampliando o conceito e aplicando os direitos previdenciários a esse grupo de
doenças relacionas ao trabalho.
Em 1998, na revisão de sua norma técnica, a Previdência Social mudou o
termo LER para Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho –DORT,
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reduzindo consideravelmente os direitos previdenciários. No campo da prevenção,
fruto de mobilização sindical, há uma Norma Regulamentadora (NR-17), que fixa
alguns limites para as empresas em que há postos de trabalho que exigem esforços
repetitivos, ritmo acelerado e posturas inadequadas, mas ainda não contempla
diversos fatores responsáveis pelas lesões.
A LER e DORT ganharam proporção tão grande, que não são mais
consideradas doenças profissionais, passou a ser questão de saúde pública mundial.
Desde 2000, o dia 28 de fevereiro é o Dia Internacional do Combate às Lesões por
Esforços Repetitivos (LER), ou Distúrbios Osteo Musculares Relacionados ao
Trabalho (DORT) como são conhecidos. No Brasil, segundo dados do INSS, as lesões
por esforço repetitivo (LER) são a segunda maior causa de afastamento, gerando um
custo para empresa e a previdência. O alto número de afastamento pode se dar pela
falta de um projeto ergonômico (UIPI, 2014).
Quanto aos fatores de riscos para o desenvolvimento de LER estão
relacionados ao posto de trabalho, carga osteomuscular, carga estática, manutenção
de posturas inadequadas, constância da tarefa, exigências cognitivas e fatores
organizacionais e psicossociais (MARQUES et al., 2010).
A LER\DORT é responsável também pela grande maioria dos afastamentos
temporários de profissionais do trabalho, podendo levar ao afastamento definitivo, pois
esses distúrbios podem provocar invalidez. Os cirurgiões-dentistas acabam por adotar
posições inadequadas ou viciosas, que poderão acarretar prejuízos para a sua saúde.
A falta de conhecimento aprofundado sobre a LER/DORT leva o profissional a não
procurar assistência médica diante da sintomatologia relacionada à posição de
trabalho (BERNARDI e LOPES, 2016)
Postura correta e incorreta de um escriturário:
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Fonte: Extraído e modificado de Realiza Ergonomia, 2017.
a) Grau I: representa a fase inicial das lesões, onde as queixas são subjetivas
e a dor rara. Há relatos de sensação de peso e desconforto na região afetada, como
braços e ombros, sensação essa evidenciada geralmente pela manhã, ao levantar.
Pode haver dor quando a região afetada for comprimida e comumente os portadores
relatam que os objetos comuns parecem mais pesados do que o habitual. Neste
estágio as LER dificilmente prejudicam o rendimento no trabalho e o prognóstico é
ótimo;
b) Grau II: a dor nesta fase é mais intensa e localizada e aumenta à medida
que o quadro clínico evolui. A sintomatologia dolorosa está presente durante o
trabalho cotidiano, de forma intermitente. A dor, apesar de ser de média intensidade,
já afeta o rendimento no trabalho, principalmente nos momentos de exacerbação.
Pode haver calor, parestesia, leve edema e alterações de sensibilidade. O repouso e
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a desaceleração do ritmo de trabalho proporcionam o desaparecimento da dor. O
prognóstico é bastante favorável;
c) Grau III: nesta fase a dor se intensifica ainda mais, tornando-se persistente.
Os trabalhadores têm mais queixas. O repouso somente alivia a dor, mas ela persiste.
É comum a perda da força muscular e a parestesia. O edema é frequente e ocorre
hipertonia muscular e sensível queda na produtividade. Há dificuldades para segurar
objetos e as tarefas cotidianas ficam prejudicadas. Há dificuldade para dormir e dor
noturna. O afastamento das atividades laborais para poupar os membros afetados
evitando dores já não surte mais efeito. Há edema bem pronunciado na região afetada,
calor, crepitação, perda de movimentos, mãos frias e suadas e muita dor durante a
realização de movimentos simples. O prognóstico é reservado e depende muito do
pronto-atendimento;
d) Grau IV: esta fase é a mais grave e a de maior sofrimento para o paciente.
A dor é muito intensa e constante, podendo chegar ao insuportável. Qualquer
movimento é fator agravante para a dor. Ocorrem atrofias, principalmente dos dedos,
perda da força muscular e dos movimentos. O paciente perde a capacidade de
trabalho e fica inválido. Essa fase é caracterizada por distúrbios psicológicos,
depressão, ansiedade e angústia, exatamente pela perda da capacidade laboral e
pelas dificuldades cotidianas impostas pela doença. O prognóstico é sombrio. O
próprio paciente não acredita na sua capacidade de recuperação.
7.2 Prevenção
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sistemas para diminuir o estresse físico e cognitivo, prevenir as doenças relacionadas
ao trabalho, buscando uma produtividade mais expressiva, com melhor qualidade e
maior conforto, tanto para o profissional quanto para o paciente (NARESSI e
ORENHA, 2012).
A implantação de diretrizes ergonômicas para orientação de postura
adequada, formas de tratamento, manuseio de instrumentais e adequação do trabalho
no tratamento de paciente; e a sua legalização junto aos órgãos competentes são
extremamente importantes.
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com
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a) Síndrome do túnel do carpo: é compressão do nervo mediano em nível de
punho devido à inflamação dos tendões, espessamento e fibrose. Produz dor e
impotência funcional durante a flexão do primeiro, segundo e terceiro dedos e borda
interna do quarto dedo. É a síndrome de mais interesse para o cirurgião-dentista,
porque representa um distúrbio ocupacional frequente principalmente entre
periodontistas e endodontistas, e está mais ligada à repetição do movimento do que
à força empregada.
Fonte: espondilitebrasil.com.br
Fonte: ytimg.com
33
c) Cervicobraquialgia: é a dor na região cervical da coluna, podendo se
disseminar para os membros superiores. É provocada por fadiga muscular,
movimentos repetitivos e posturas incorretas. Os músculos mais suscetíveis são o
trapézio, o elevador da escápula, os romboides, o supra espinhoso e os cervicais.
Fonte: hong.com.br
7.4 Avaliação
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Fonte: image.slidesharecdn.com
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Tratamento
A constituição de uma equipe interdisciplinar torna-se fundamental para a
reabilitação, funcionalidade e melhora na qualidade de vida. Neste sentido, vários
profissionais são importantes nesse processo.
a) Médico reumatologista: Para avaliar as condições clínicas, prescrever
medicamentos e solicitar exames de imagem e/ou complementares.
b) Fisioterapeuta: Avaliar os aspectos biomecânicos e propor exercícios que
melhorem as condições motoras.
c) Psicólogo: Promover suporte psicológico diante da atividade estressante e
rotineira, minimizando a ansiedade e reorganizando as ideias no ambiente de
trabalho.
d) Terapeuta ocupacional: Realizar adequações e adaptações na rotina
laboral, organizando o ambiente de trabalho mediante as questões ergonômicas;
orientando e prescrevendo o uso de órteses para imobilizar as áreas comprometidas,
além de adequar a rotina laborativa com pausas e atividades que promovam conforto
e bem-estar.
Alongamento para ginástica laboral:
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Procedimentos terapêuticos
1. O tratamento não é exclusividade médica. É desejável a participação de
outros profissionais da saúde, tais como fisioterapeuta, terapeuta ocupacional,
enfermeiro, assistente social, psicólogo, profissional de terapias complementares,
terapeuta corporal com domínio de técnicas diversificadas para se obter a efetividade
no tratamento.
2. Nos casos iniciais, o tratamento pode ser menos complexo e abrangente,
porém nos casos crônicos, com múltiplas localizações, é importante se definir um
programa de tratamento, com metas.
3. Em qualquer caso, agudo ou crônico, mesmo com regressão dos sintomas,
é de fundamental importância prevenir recidivas e/ou agravamentos.
4. Os medicamentos devem ser prescritos de maneira cautelosa. Os
pacientes precisam ser bem orientados quanto à forma correta de utilização e o que
esperar deles. Além disso, é importante considerar o tempo de tratamento, que pode
ser um fator importante nos medicamentos de alto custo. Os medicamentos
analgésicos e anti-inflamatórios são úteis no combate a dor aguda e inflamação, mas,
se usados isoladamente não são efetivos no combate da dor crônica. Neste caso, é
necessária a associação dos psicotrópicos (antidepressivos tricíclicos e
fenotiazínicos), que proporcionam efeito analgésico e ansiolítico, estabilizam o humor
e promovem alteração na simbologia da dor.
5. A fisioterapia é primordial para o tratamento dos pacientes com LER/Dort,
tendo como objetivos principais: alivio de dor, relaxamento muscular e prevenção de
deformidades, proporcionando uma melhora da capacidade funcional. Para isso irá
utilizar recursos de eletrotermofototerapia, massoterapia e cinesioterapia, sendo que
a combinação de técnicas deverá ser definida após a avaliação fisioterápica. Não é
possível padronizar o tipo nem a duração do tratamento. A presença ativa do
fisioterapeuta é fundamental para uma avaliação continua da evolução do caso e para
mudanças de técnicas ao longo do tratamento. A utilização de grupos terapêuticos
para pacientes crônicos, abordando temas como percepção corporal, automassagem,
alongamento e relaxamento, têm se mostrado eficiente na reabilitação física destes
pacientes.
6. A psicoterapia individual ou em grupo é essencial para os pacientes de
LER/Dort, para que se sintam amparados em sua insegurança e temor no que se
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refere às situações de conflito no trabalho, as consequências do adoecimento e as
perspectivas de futuro e reinserção profissional.
7. A terapia ocupacional tem se mostrado bastante útil na conquista da
autonomia dos pacientes adoecidos por LER/Dort. As atividades relacionadas com a
vida cotidiana, lazer, trabalho, fazem com que os pacientes reapropriem suas
capacidades e resignifiquem o seu “fazer”, considerando todas as mudanças
decorrentes do adoecimento. A terapia ocupacional faz a avaliação, indicação e
confecção de órtese de posicionamento para prevenção de deformidades.
8. As terapias complementares, como acupuntura, do-in, shiatsu, entre outras
tem se mostrado pertinentes no tratamento da LER/Dort.
9. As atividades em grupo para pacientes com LER/Dort, de caráter
terapêutico educativo, realizados nos serviços públicos de saúde por equipes
multiprofissionais, têm obtido resultados significativos permitindo a reflexão do
processo de adoecimento, discussão sobre as dúvidas, dificuldades enfrentadas no
estabelecimento do diagnóstico, tratamento, proporcionando o estabelecimento dos
limites e o resgate da cidadania.
10. Os procedimentos cirúrgicos não têm se mostrado útil nos casos de
LER/Dort. Frequentemente os pacientes com história relativamente longa, submetidos
a procedimentos cirúrgicos, evoluem para dor crônica de difícil controle (BRASIL,
2006).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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INCA.
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 12. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2011
MELO FILHO, J., MENOSSI, B. R. S., PREIS, C., BERTASSONI NETO, L., &
STABELINI NETO, A. (2013). Lumbopelvic stabilization musculature analysis in young
subjects with and without low back pain. Fisioterapia em Movimento, 26(3), 587-94.
SANTOS, A. (2015). Postura Corporal: guia para todos. (3aed.), São Paulo: Sammus.
SANTOS, J. M.; Zagalo, C.; Evangelista, J. G.; Tavares, V.; Oliveira, P.; Cavacas, A.,
& Silva, A. J. S. (2011). Anatomia Geral -Moreno. (6aed.), Portugal: Egas Moniz-
Publicações.
41
SIMAMOTO, V. R. N. et al. Métodos convencionais e atuais de diagnóstico de
LER/DORT em cirurgiões dentistas. 2018.
42