Agricultura de Precisao Completo
Agricultura de Precisao Completo
Agricultura de Precisao Completo
Introdução à Agricultura
de Precisão
Introdução ao curso 7
Recapitulando 16
Recapitulando 22
Recapitulando 31
Atividades de aprendizagem 32
Recapitulando 39
Recapitulando 44
Aula 3: Manejo da variabilidade dos campos 45
Recapitulando 51
Atividades de aprendizagem 52
Recapitulando 59
Tópico 1: Navstar-GPS 61
Tópico 2: Glonass 62
Recapitulando 64
Tópico 1: Georreferenciamento 65
Recapitulando 69
Atividades de aprendizagem 70
74
Aula 1: A importância do sensoriamento nas operações agrícolas
Recapitulando 77
Aula 2: Tipos de sensores mais utilizados na agricultura 78
Recapitulando 84
Recapitulando 87
Atividades de aprendizagem 88
Recapitulando 97
Recapitulando 102
Recapitulando 108
Anexo 111
Módulo 6: Mapas de variabilidade 112
Recapitulando 117
Recapitulando 121
Recapitulando - 126
Recapitulando 131
Gabarito 136
Introdução à Agricultura
de Precisão
» Módulo 1: Informática na agricultura
Agricultura de Precisão » 6
Introdução ao curso
Para iniciar este conteúdo, é importante nivelarmos um conhecimento: estas lavouras são im-
portantes não apenas como fonte de alimento, mas também como parte relevante da economia
brasileira, origem de muitos empregos e renda no país. E isso só é possível porque durante
muitos anos aprimoramos as técnicas da chamada agricultura em escala, ou seja, a produção
agrícola em grande quantidade, com foco na eficiência e produtividade.
Fonte: Shutterstock
Agricultura de Precisão » 7
Convém lembrar, no entanto, que as técnicas de cultivo normalmente
utilizadas na agricultura tradicional ainda praticam a chamada “agri- Talhões
cultura pela média”, ou seja, considera que grandes terrenos são uni-
formes em termos de fertilidade. E isso não é verdade. Nos últimos Divisões de terrenos
anos, o uso de ferramentas e tecnologias de precisão permitiu identi- cultiváveis, ou
ficar que determinados talhões podem ser até sete vezes mais produ- próprios para cultura.
tivos do que outros, dentro da mesma propriedade rural.
Fonte: Shutterstock
A agricultura de precisão, portanto,
muda essa leitura do grande terreno
uniforme e começa a tratar cada ta-
lhão (ou subárea de plantio) de acor-
do com suas características específi-
cas. Mas isso não significa que a
ideia de avaliar os nutrientes do ter-
reno é nova. Antigamente, o homem
já sabia que o mais correto era sele-
cionar os solos mais férteis de uma
determinada área para lançar suas
sementes e cultivar seus alimentos,
deixando aquelas áreas menos fér-
teis para outras atividades.
A Agricultura de Precisão, de forma resumida, busca resgatar esse pensamento da agricultura anti-
ga, entendendo que é necessário manejar o solo de acordo com a variação que pequenas parcelas
em uma determinada área podem apresentar. E as análises podem se estender também para a
etapa da colheita, onde sensores especiais vão identificar e confirmar ou ajustar as projeções de
produtividade de cada área. Com isso, torna-se possível a construção de mapas de variabilidade,
ou seja, um histórico da produtividade de cada trecho do cultivo.
Agricultura de Precisão » 8
Podemos dizer que a agricultura de precisão é, portanto, uma
importante ferramenta que auxilia você, produtor agrícola, na Marcas e Máquinas
tomada de decisão em todo o processo produtivo. Acredita-
-se que, em um futuro muito breve, todas as máquinas e im- O programa Marcas
plementos agrícolas produzidos sejam disponibilizados com e Máquinas exibe
algum recurso relacionado às técnicas de agriculturas de pre- novidades das
cisão. Por isso, é muito importante que produtores e técnicos principais fabricantes
estejam atentos a essa nova realidade e se prepararem para de equipamentos para
fazerem uso correto dela, podendo usufruir de todas as suas agricultura, entre eles
potencialidades. John Deere, New Holland,
Massey Ferguson, Apollo
Para arrematar esta introdução, antes de iniciar o curso, vale Agrícola, Tatu Marchesan
a pena assistir ao capítulo dedicado a Agricultura de Precisão e Case IH.
do programa de TV Marcas e Máquinas, do Canal Rural, vei-
culado originalmente em abril de 2011. Tempo do vídeo: 4’52”.
Saiba Mais
Para saber mais sobre o assunto você pode assistir ao vídeo (http://goo.gl/9wen1T) sobre
Agricultura de Precisão
Neste curso, você terá a oportunidade de mergulhar no mundo da agricultura de precisão para
construir conceitos, conhecer e estimular o uso de ferramentas e tecnologias comumente utiliza-
das nesta atividade, capacitando-se para aprimorar o gerenciamento da empresa rural.
A partir de agora, você vai começar a construir conhecimentos sobre os seguintes assuntos:
Vamos lá?
Agricultura de Precisão » 9
Módulo 1
» Informática na agricultura
Para iniciar o Curso Introdução à Agricultura de Precisão, neste primeiro módulo você vai ter sub-
sídios para interpretar a importância dos recursos informatizados na agricultura de precisão, ou
seja, perceber que a agricultura de precisão não existe plenamente sem o uso de informática. É
justamente essa tecnologia que torna a empresa rural mais competitiva, organizada e equipada
de ferramentas para a otimização da produção.
Em seguida, você vai conhecer um pouco do “como” a informática e a agricultura de precisão tra-
balham juntas. Tarefas que antes pertenciam apenas à ficção científica, como o cálculo avançado
dos insumos, o processamento das informações sobre o terreno e a automação das ferramentas
para manejo do solo, hoje são realidade e impulsionam a produção agrícola.
Por fim, você ainda vai explorar a variedade de benefícios e informações relevantes que a inter-
net pode trazer na gestão de uma propriedade rural, sem omitir os cuidados necessários para
fazer o melhor proveito da rede mundial de computadores.
Atenção! Sempre
que finalizar
a leitura do
conteúdo de um
módulo, você
deve retornar
ao Ambiente
de Estudos
para realizar
a atividade de
aprendizagem.
Agricultura de Precisão » 10
Fonte: Shutterstock
Aula 1
A importância da informática na Agricultura de Precisão
Para operacionalizar as diversas ferramentas utilizadas pela Agricultura de Precisão, é muito im-
portante que você ou a sua empresa rural tenha conhecimento e domínio de um conjunto de sis-
temas informatizados. Há tempos a informática vem revolucionando a vida no campo, tornando
a agricultura mais moderna e eficiente. Muitas empresas viram nessa área uma boa opção de
mercado e investiram na criação de uma série de recursos informatizados para usos especializa-
dos no campo, que você vai conhecer agora. Ao fim dessa aula, você deve ser capaz de:
Agricultura de Precisão » 11
Fonte: Shutterstock
Tópico 1
Informática no meio rural
Assim como na indústria, comércio e serviços, a informática tem se tornando um recurso bási-
co também para a administração das empresas rurais. As funções de planejamento, controle e
monitoramento da produção só podem ser realizadas com eficiência se as informações forem
adequadamente planejadas e estiverem disponíveis no momento oportuno. Processar grandes
quantidades de informações manualmente, no tradicional “papel de pão”, pode ter valor ro-
mântico, mas não se aplica mais em uma gestão profissional: além de representar gastos, não
garante a nenhuma empresa sucesso nas decisões. O tomador de decisões deve ser capaz de
relacionar estas informações e utilizá-las no contexto específico de cada decisão.
Outra tecnologia que disponibiliza uma elevada quantidade de informações é a internet. Através
dela, você pode ter acesso a informações sobre todos os assuntos de todos os lugares do mun-
do, tornando-se uma importante ferramenta na busca de informações e conhecimento.
Muitas são as vantagens de utilização da informática na área agrícola. Dentre elas, podemos
destacar duas:
Agricultura de Precisão » 12
Ganhos no planejamento e gerenciamento da produção
Automação de processos
Entretanto, se existe uma aplicação da informática na agricultura que está acima destas duas, é
a ciência da agricultura de precisão. Como você já estudou, trata-se da prática da agricultura com
base no manejo da variabilidade apresentada em cada trecho da área de cultivo.
Agricultura de Precisão » 13
Saiba Mais
Fonte: Shutterstock
Tópico 2
Processo da agricultura de precisão
De forma geral, podemos dizer que o processo da agricultura de precisão se inicia com a coleta
de informações ou amostras na área de cultivo, com o consequente georreferenciamento dos
pontos de coleta e a análise das amostras. Essa será a matéria-prima para a elaboração de ma-
pas de variabilidade, interpretação dos mapas e tomada de decisão.
Georreferenciamento
Agricultura de Precisão » 14
MAPEAMENTO DE VARIABILIDADE
Acompanhe no fluxo a seguir as etapas da agricultura de precisão para a determinação da varia-
bilidade espacial do solo:
MONITORAMENTO Amostragem
DA LAVOURA de solo
l Inspeção de campo
l Amostragem foliar
Análise
l Mapeamento de
laboratorial
produtividade
l Mapeamento de
biomassa
Processamento/
Elaboração de
Atuação/
mapas
Aplicação das
soluções Elaboração de
Fonte: Adaptado de estratégias
APagri - www.apagri.
com.br/agricultura.html.
Nota-se, a partir do conteúdo desta aula, que a agricultura de precisão mantém uma relação mui-
to estreita com a automação de máquinas e implementos agrícolas, dosando de forma mais pre-
cisa as quantidades de adubos, defensivos, sementes e água. Diversos componentes eletrônicos
e microprocessadores são utilizados para a realização de operações específicas, como colheita
de grãos com sistemas de mapeamento da produtividade, semeadoras com sensores de plantio
e pulverizadores que aplicam o insumo apenas onde existem plantas cultivadas.
Recapitulando
Nesta primeira aula, você estudou que os recursos informatizados proporcionam um melhor
gerenciamento das propriedades agrícolas. Eles tornam a empresa rural mais competitiva, orga-
nizada, transparente e capaz de tomar decisões mais acertadas.
Algumas dessas máquinas também possuem automação completa ou parcial, ou seja, que de-
pendem dos recursos da informática mas podem operar sem a presença humana direta.
Agricultura de Precisão » 16
Fonte: Senar-GO
Aula 2
Os principais softwares utilizados na agricultura
Na aula anterior, você pôde perceber que a informática é uma ferramenta de múltiplas aplicações
no meio rural. Para que ela se torne operacional, no entanto, é necessário que existam softwa-
res específicos para determinados fins. Cabe a você, produtor, identificar qual o software mais
adequado para suas finalidades e qualificar mão de obra para fazer uso correto desse recurso.
Ao fim dessa aula, você deve ser capaz de:
Tópico 1
Sistemas de Informações Geográficas: SIG
Agricultura de Precisão » 17
latitude e longitude
Também utilizam a informação obtida a partir de imagens de satélites e fotos aéreas, criam
cartas de aplicação modulada para diferentes operações, ou seja, integram os modelos agro-
nômicos de decisão com a informação obtida. As principais etapas da informação num SIG são
introdução dos dados, armazenamento, tratamento e produção de informação estruturada.
Introdução da informação
Tratamento da informação
Os SIGs permitem sobrepor a informação obtida em diferentes escalas para que o resultado
final, correspondente a um dado local, inclua todos os dados inventariados. Os diferentes
tipos de dados disponíveis ficam armazenados em diferentes “camadas” (layers) sobrepos-
tas e relacionadas entre si. É possível, por exemplo, estabelecer relações entre cartas de
rendimento obtidas em diferentes anos, com uma dada escala e com os dados da parcela
relativos às características do solo, topografia etc., obtidos com uma escala diferente. A so-
breposição das diferentes “camadas” permite explicar a interação dos diferentes fatores em
análise com os resultados finais
Agricultura de Precisão » 18
Sistemas de suporte à decisão
Os Sistemas de Suporte à Decisão (SSD) são modelos agronômicos ou programas que utili-
zam as características das culturas e os dados obtidos por sensores para gerir a informação
georreferenciada e auxiliar na tomada de decisões mais acertadas. Estes programas permi-
tem simular, em função das características do meio, a necessidade de fertilizantes, o rendi-
mento potencial da cultura, o risco do aparecimento de pragas e doenças etc.
A modulação das operações culturais tem como objetivo a aplicação diferenciada dos fato-
res de produção, ou seja, a aplicação dos corretivos e adubos de acordo com a necessidade
pontual da parcela. Pode ser efetuada em tempo real ou diferido, neste último caso, utilizam-
-se as cartas de prescrição. A modulação em tempo real consiste na utilização de captores
montados nos equipamentos que alteram o funcionamento de válvulas durante o trabalho.
Nestas situações, em que o operador não tem qualquer intervenção, utilizam-se parâmetros
que precisam ser avaliados imediatamente antes da realização da operação, fato que não é
necessário nem sistemas GPS nem sistema de gestão de informação. Como exemplo de fun-
cionamento modulado de equipamentos em tempo real, destacam-se os sistemas de pulveri-
zação, em que a detecção de pragas, doenças e plantas daninhas infestantes e a aplicação de
defensivos são executadas durante a mesma passagem do pulverizador. Você vai conhecer
mais sobre estas tecnologias no decorrer deste curso.
Agricultura de Precisão » 19
Tópico 2
Exemplos de softwares
No tópico anterior, você viu os exemplos de Sistemas de Informações Geográficas que são utili-
zados na agricultura de precisão. Neste tópico, você conhecerá exemplos de softwares de gestão
e processamento de dados que existem no mercado. A partir da automatização dos cálculos de
produção e adubação de áreas para o plantio, estes programas se tornaram muito atrativos para
a produção rural. Conheça alguns deles a seguir.
ADM Receituário: desenvolvido pela empresa Agrisoft, o ADM Receituário traz um banco de dados
sobre defensivos agrícolas com receituário agronômico. É uma adaptação do WINFIT2000, elaborado pelo
Laboratório de Agro-Informática do Instituto de Biotecnologia Aplicada à Agropecuária (BIOAGRO) e pelo
Departamento de Química da Universidade Federal de Viçosa - UFV-MG.
Fonte: reprodução
Agricultura de Precisão » 20
CliqSolo III: Desenvolvido
pela empresa JBT, o
CliqSolo III é um aplicativo
desenvolvido especialmente
para profissionais da
Agronomia que trabalham
com o manejo da fertilidade
do solo e nutrição de plantas,
servindo como suporte às
decisões técnicas desses
profissionais.
Agricultura de Precisão » 21
Farm Works Office : Da empresa Farm Works, que elabora softwares para agricultura de precisão, coleta de
amostras no campo em malhas, geração de mapas de aplicação em taxa variável e mapas de colheita.
RCN8 agro : Desenvolvido pela empresa RCN8 Tecnologia, é um sistema de gestão para fazendas agrícolas.
Controla toda a produção passando pelas funcionalidades, plantio, colheita, manutenção de benfeitorias,
manutenção de máquinas, serviços na lavoura, gastos em geral, receitas em geral, relatórios gerenciais, entre
outras funcionalidades.
Recapitulando
Nesta aula, você estudou que os softwares (programas de informática) fazem parte do conjunto
de recursos informatizados que impulsionam a agricultura de precisão, por meio da automação
e dos cálculos de gerenciamento da produção.
Com isso, muitas empresas têm trabalhado no desenvolvimento de softwares para auxílio nas
atividades de rotina das fazendas, como cálculo de insumos e ou processamento de informações
sobre manejo integrado de pragas. Um grupo de software muito importante para emprego da
agricultura de precisão é o de Sistemas de Informações Geográficas (SIG), utilizados para tratar
da informação espacial digitalizada. Eles permitem que mapas sejam interpretados de forma
mais adequada, com menos possibilidade de cometer erros.
Agricultura de Precisão » 22
Fonte: Shutterstock
Aula 3
O uso da internet na agricultura
Nas outras aulas deste módulo, você já estudou a importância da informática na agricultura de
precisão e também conheceu os principais softwares específicos para o uso agrícola. Nesta aula,
você vai listar os principais benefícios que a internet pode proporcionar para você, para sua pro-
priedade ou para seu negócio rural.
A presença da rede mundial de computadores no meio rural, que antigamente era apenas um
sonho, hoje já é sólida e pode auxiliar você de diversas formas em suas tarefas diárias.
Agricultura de Precisão » 23
Tópico 1
Mais comunicação nas áreas rurais
Além de centralizar muitas mídias e conectar diretamente usuários de todas as partes do mundo,
a internet ganhou importância em muitas profissões, conquistando espaço e utilidade também
na agricultura. No caso das atividades agrícolas, sua principal contribuição é ter modernizado a
comunicação e criado uma ponte entre produtor e fontes de informação relevantes à agricultura.
Acompanhe!
Internet
A internet nasceu de um projeto militar dos Estados Unidos iniciado em 1969. Seu conceito era
uma rede que permanecesse funcional mesmo que alguns de seus elos fossem destruídos.
Por isso, não há um centro único que comanda a internet. Anos depois, ela deixou de ser ex-
clusividade militar e evoluiu para um conjunto de mais de 50 mil redes em todo mundo, interli-
gadas pela mesma linguagem tecnológica. Por meio dessa linguagem, as informações podem
ser transmitidas de várias formas, como por ondas de rádio, sinais de satélites e cabos.
Mesma linguagem
Agricultura de Precisão » 24
Comunicação rural
A internet revolucionou a forma de comunicação primeiro nas cidades, e hoje essa revolução
alcançou o meio rural. Dependendo da sua idade, você pode ser capaz de lembrar que a comu-
nicação com regiões distantes dependia de canais pouco eficientes, como avisos em programas
de rádios, recados por meio de ônibus ou carros de transporte de leite, além de cartas etc.
Hoje, ainda que as ondas de celular já sejam realidade na maior parte do campo, a internet me-
lhora e barateia substancialmente a comunicação e a transmissão de dados entre o campo e a
cidade, que é o principal centro fornecedor de insumos e consumidor dos produtos rurais.
Fontes de informação
A internet é uma imensa fonte de consulta, com informações atualizadas constantemente e dis-
ponível 24 horas por dia. Entre os sites de relevância para agricultura, podemos destacar:
Tópico 2
Informações estratégicas para você
Agricultura de Precisão » 25
Informação climática
A agricultura é tradicionalmente o
setor da economia mais sensível ao
comportamento do clima. Por isso,
você deve conhecer antecipadamente
as condições climáticas para plane-
jar suas atividades diárias, bem como
para definir estratégias de atuação em
curto e médio prazo (quando semear,
quando colher, quando efetuar uma
pulverização etc.).
Numa perspectiva mais arrojada, você pode encontrar modelos de simulação, integrados ou não
com sistemas de informação geográfica, para tomar decisões mais precisas mediante o forneci-
mento de estimativas de produção e risco associado.
• Climatempo (www.climatempo.com.br)
Agricultura de Precisão » 26
Mapas de recursos naturais
A internet também abriga uma ampla informação geográfica digital, incluindo dados topográ-
ficos, modelos digitais do terreno, dados hidrológicos em tempo real, limites administrativos,
ambiente, fotografias aéreas, imagens de satélite etc.
• Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama - www.
ibama.gov.br)
Boa parte das informações relacionadas à bolsa de valores brasileira (BM&FBovespa) pode ser
acompanhada em tempo real, por meio da internet. Seja na oscilação diária ou em números
consolidados, essas informações permitem avaliar a produtividade e as oportunidades de mer-
cado. O mercado financeiro também pode ser utilizado para acompanhar questões de natureza
Agricultura de Precisão » 27
política, como o progresso das negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) ou da
Agenda 2000, por exemplo.
Agricultura de Precisão » 28
Pesquisas científicas atualizadas
A internet se tornou o principal meio de divulgação das pesquisas cientificas em todas as áreas
de conhecimento. O acesso a essas pesquisas geralmente é realizado por técnicos interessados
nas últimas descobertas em sua área trabalho. Na área de agricultura de precisão, esse acesso é
fundamental para a qualidade dos trabalhos prestados, uma vez que se trata de uma área muito
dinâmica e competitiva. Existem várias possibilidades de acesso a essas informações. A seguir,
são relacionados alguns dos muitos sites que são disponibilizados para esse fim no Brasil. Mui-
tos deles apresentam diversas inovações praticadas na agricultura para a Região Centro-Oeste,
que é uma das regiões brasileiras de maior potencial para a agricultura moderna e tecnificada.
Vale ressaltar que algumas dessas fontes de pesquisa apresentam a informação de forma técni-
ca, outras por meio jornalístico, mas todas são importantes para a construção de novos concei-
tos, a formação de opiniões ou a tomada de decisão.
Agricultura de Precisão » 29
Tópico 3
Cuidados com o uso da internet Programas maliciosos
Até aqui, você encontrou uma série de benefícios dire-
Nome genérico para
tos que a internet pode lhe proporcionar. Agora, é im-
programas de computador
portante enumerar os cuidados necessários para que
especificamente
você possa usar essa ferramenta com segurança: seja
desenvolvidos para executar
no campo ou na cidade.
ações maliciosas, como
roubar dados e senhas ou
Ao mesmo tempo que age como ponte para informa-
causar danos a arquivos.
ções de todas as partes do mundo, a internet pode ser
São exemplos de programas
uma porta de acesso a programas maliciosos, que po-
maliciosos os vírus, worms e
dem executar ataques ou roubar informações do com-
bots, backdoors, cavalos de
putador desprotegido. Acompanhe, a seguir, uma série
troia e spywares.
de ações e atitudes que merecem ser observadas com
o objetivo de manter a segurança e a integridade dos
seus recursos tecnológicos.
Antivírus
Mantenha o antivírus atualizado, ativado e programado para fazer varreduras em todo o com-
putador pelo menos semanalmente.
Navegadores
Mantenha os navegadores (browsers) sempre atualizados nas suas versões mais recentes e
com as atualizações aplicadas.
As tecnologias de Java e JavaScript são importantes para executar vários aplicativos comuns
da internet, como bancos e sites de meteorologia, portanto devem estar instaladas em seu
navegador. No entanto, essas tecnologias também podem criar vulnerabilidades, portan-
to recomenda-se o uso de complementos como NoScript (http://noscript.net). Este tipo de
complemento monitora a ação do JavaScript e só libera a execução do programa depois que
identifica a fonte e solicita a sua permissão manual para executá-la. Ou seja, impede que o
JavaScript entre automaticamente (ou de forma escondida) no seu navegador.
Agricultura de Precisão » 30
Anexos e links
Recapitulando
Estamos chegando ao final da Aula 3: O uso da internet na agricultura.
No entanto, por se tratar de uma rede interligada com o mundo todo, deve ser utilizada com
cuidado para que você: seja como pessoa física ou como operador de uma empresa rural: não
cometa erros evitáveis com os seus recursos tecnológicos.
Nas próximas páginas, você vai encontrar a atividade de aprendizagem para verificar os conhe-
cimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no Ambiente
de Estudos para registrar as respostas no sistema, que também vai liberar o próximo módulo de
conteúdo! Siga em frente e aproveite bem a atividade!
Agricultura de Precisão » 31
Atividades de aprendizagem
Chegamos ao final do Módulo 1 do Curso Introdução à Agricultura de Precisão. A seguir, você re-
alizará algumas atividades relacionadas ao conteúdo estudado neste módulo. Lembre-se que as
repostas devem ser registradas no Ambiente de Estudos, onde você também terá um feedback,
ou seja, uma explicação para cada questão.
a) A complexidade dos recursos que a informática apresenta limita sua aplicação no meio
rural.
b) A agricultura de precisão pode ser praticada com ou sem o emprego dos recursos ofere-
cidos pela informática
c) A informática é uma ferramenta que deve ser utilizada por todas as empresas rurais.
d) Um dos fatores que impossibilita o uso da informática na agricultura são os elevados cus-
tos que os componentes eletrônicos normalmente apresentam.
b) Na agricultura de precisão o uso de softwares pode ser substituído por controles manuais
de operação.
c) Máquinas automatizadas para aplicações a taxas variadas são controladas por dispositi-
vos mecânicos.
Agricultura de Precisão » 32
3. Considerando as principais formas de uso da internet no meio rural descritas na aula 3, assi-
nale a alternativa correta.
a) De modo geral, tendo em vista as grandes distâncias existentes entre os grandes centros
e as fazendas, o uso da internet no meio rural ainda é impraticável.
b) As empresas rurais não possuem demanda para uso das ferramentas da internet.
d) A difusão da internet nos campos agrícolas não é vista como prática vantajosa, pois pode
levar para a zona rural diversos problemas observados nas grandes cidades.
Agricultura de Precisão » 33
Programa Agricultura de Precisão
Introdução à Agricultura
de Precisão
» Módulo 2: Variabilidade espacial e temporal
no campo
Agricultura de Precisão » 34
Módulo 2
» Variabilidade espacial e temporal no campo
O Módulo 2 vai tratar das variabilidades do terreno a ser cultivado e as formas de trabalhar
com essa variação. É fato que as áreas de produção agrícolas têm um complexo arranjo de solo,
paisagem e clima e, assim, sempre haverá variabilidades nas propriedades químicas, físicas e
biológicas do solo e, portanto, na produtividade das culturas.
O levantamento dessa informação de variabilidade espacial (das condições do solo e das cul-
turas) e de variabilidade temporal (mapeamento dessas condições no decorrer do tempo) é de
fundamental importância para a agricultura de precisão, pois é a partir dela que as decisões
sobre o manejo localizado são tomadas.
Por fim, você vai conhecer as formas de manejo dessa variabilidade, a fim de trabalhar cada área
de acordo com a sua necessidade. Com isso, espera-se reduzir as variabilidades espacial e tem-
poral dos fatores que interferem na produtividade das culturas, tornando-a mais homogênea,
otimizando os recursos de produção e reduzindo impactos ambientais.
Agricultura de Precisão » 35
Fonte: Shutterstock
Aula 1
O que é variabilidade espacial e temporal?
Bom estudo!
Agricultura de Precisão » 36
Tópico 1
Tipos de variabilidade nas áreas de produção agrícola
Você já estudou que a agricultura de precisão é a prática da agricultura baseada no manejo pre-
ciso dos cultivos agrícolas a partir da variabilidade dos terrenos. Nesta aula, vamos começar a
examinar a variabilidade em si, ou seja, os princípios de gerenciamento de informações agrícolas
sobre as variabilidades espacial e temporal dos fatores de produção que interferem e determi-
nam a tomada de decisão final.
As variabilidades espacial e temporal nas áreas agrícolas são expressas em termos de diferentes
níveis de propriedades químicas, físicas e biológicas: fertilidade e acidez do solo, capacidade de
armazenamento e disponibilidade de água e níveis variados de infestação de pragas, doenças e
plantas daninhas nas lavouras, afetando diretamente a produtividade das lavouras.
Tipos de variabilidade
As variabilidades espacial e temporal dos atributos dos solos podem ocorrer tanto
pela ação de agentes naturais e quanto pela ação do homem nas ações realizadas
nos diversos tratos culturais. No entanto, elas têm tem sido divididas em aleatória e
sistemática. Variabilidade sistemática é aquela que pode ser atribuída a uma causa
conhecida e prevista. Por outro lado, quando a variabilidade não pode ser atribuída a uma
dada causa, ela é tida como aleatória.
Agricultura de Precisão » 37
A variabilidade espacial é observada ao longo do campo e pode ser facilmente constatada em
mapas de produtividade ou fertilidade. Os solos variam ao longo da paisagem em virtude princi-
palmente da origem e do relevo, mas também por fatores tais como variação na textura e estru-
tura do solo, topografia, face de exposição ao sol e posição no relevo.
Os atributos do solo, além de variarem no espaço, podem variar no tempo para cada posição no
espaço. Esta variação, decorrente da ação de agentes naturais, assim como da ação do homem,
deve se manifestar com maior intensidade em alguns atributos do que em outros. Ou seja, a va-
riabilidade temporal é aquela que ocorre ao longo do tempo, por exemplo, a disponibilidade de
água no solo em função da sazonalidade da precipitação pluvial, ou pode ainda ser observada
quando se comparam mapas de produtividade de diferentes safras. A variabilidade temporal
engloba a análise de vários diagnósticos espaciais no decorrer do tempo.
Agricultura de Precisão » 38
mais facilmente aquelas características como a variabilidade espacial do nível de
acidez e fertilidade do solo, utilizando práticas agrícolas adequadas como aplica-
ção de corretivos e fertilizantes a taxas variadas, o que tende a tornar o solo cada
vez mais equilibrado.
São fatores que podem ocorrer com o ataque das pragas, inóculos de doenças e/
ou banco de sementes de plantas daninhas na área e com a condição do ambiente.
Por exemplo, espera-se que, a partir do conhecimento da variabilidade dos níveis de fertilidade
de um solo, seja possível fazer uma recomendação de doses de nutrientes adequada para cada
mancha de fertilidade detectada. Além disso, ao se identificar a variabilidade de ataques de
pragas, doenças e plantas daninhas em uma lavoura, pode-se fazer uso racional dos defensivos
agrícolas, empregando-se as doses mais adequadas para cada nível de ataque.
Recapitulando
Nesta aula, você pôde perceber que as áreas de produção agrícolas têm um complexo arranjo
de solo, paisagem e clima. Neste arranjo, é sempre possível encontrar, em maior ou menor nível,
variabilidade espacial nos atributos do solo (propriedades químicas, físicas e biológicas) e pro-
dutividade das culturas.
O levantamento dessa informação de variabilidade espacial (das condições do solo e das cul-
turas) e de variabilidade temporal (mapeamento dessas condições no decorrer do tempo) é de
fundamental importância para a agricultura de precisão, pois é a partir dela que as decisões
sobre o manejo localizado são tomadas.
Agricultura de Precisão » 39
Fonte: Agrointel - http://www.agrointel.com.br/exemplos
Aula 2
Formas de identificação da variabilidade no campo
Na aula anterior, você enumerou que a variabilidade do espaço produtivo pode se manifestar de
diversas formas (fertilidade, irrigação, acidez, entre outros). Por isso, os produtores e técnicos
devem estar aptos a adotar meios específicos de identificá-la adequadamente. O objetivo final
é tomar decisões corretas sobre a definição do manejo a ser recomendado. Ao fim dessa aula,
você deve ser capaz de:
Agricultura de Precisão » 40
Tópico 1
Princípios da coleta, análise e mapeamento do solo
A análise de solos é hoje uma prática comum na maior parte dos sistemas de produção agrícola,
embora ainda existam culturas e sistemas produtivos onde ela não é realizada na frequência
recomendada.
O Cerrado, por exemplo, tem grande variabilidade espacial dos solos, expressada mesmo que
em pequenas parcelas; portanto, é um caso em que estas análises são fundamentais. De qual-
quer forma, é necessário, antes, decidir quais variáveis são relevantes, ou seja, quais delas mais
afetam o crescimento e o desenvolvimento das culturas, para só depois planejar os métodos. Os
vários fatores que podem afetar a eficiência da cultura estão relacionados ao solo, ao ambiente
e à lavoura. Desta forma, podem ser quantificadas as variabilidades espacial e temporal de uma
área agrícola quanto à:
Você já estudou que os sistemas de Agricultura de Precisão visam a aplicação a taxas variadas de
insumos, especialmente corretivos e fertilizantes, de acordo com as necessidades específicas de
cada área de uma mesma parcela. Para isso, é obviamente necessário conhecer a variabilidade
espacial das características do solo, o que só é possível colhendo e analisando várias amostras,
e determinar a localização precisa de cada uma dessas amostras.
O primeiro ponto que se deve ter em mente quando se objetiva manejar a variabilidade
dos fatores envolvidos na produção agrícola, é a necessidade de entendê-la e conviver
com ela, sem cair na tentação de ignorá-la. Pelo contrário, o desejado ganho da produti-
vidade obrigatoriamente passa pela etapa de mapear e manejar a variabilidade de cada
fator de interesse, a fim de minimizá-la, em níveis possíveis, técnica e economicamente.
Agricultura de Precisão » 41
Fonte: Shutterstock
Para calcular essa magnitude, primeiramente devem ser considerados os efeitos físicos causa-
dores dessa variabilidade e, depois, os químicos. A avaliação dessas áreas pode ser feita pela
amostragem em linhas traçadas entre áreas elevadas e baixas, com amostras regularmente es-
paçadas, e posterior comparação dos dados com padrões estabelecidos, identificando os fato-
res limitantes.
Saiba Mais
A variabilidade temporal pode ser obtida pela coleta de dados por vários anos, possibilitando
a criação de um mapa de tendência espacial que remove o efeito temporal. Outra opção
é o mapa de estabilidade temporal que identifica as áreas que são estáveis (ou têm sido
altamente variáveis) no período considerado.
Agricultura de Precisão » 42
Tópico 2
Cálculo automatizado da variabilidade
Saiba Mais
1) um sistema de gerenciamento por satélite (GPS), que fornece a exata localização da gravação
dos dados de produtividade na parcela do talhão,
5) um sensor que mede a umidade da produção em tempo real, corrigindo qualquer erro que
geraria a variabilidade espacial da umidade da produção. A máquina também é equipada
com um monitor onde são mostradas as informações referentes ao deslocamento para o
operador.
Agricultura de Precisão » 43
Todos os dados de produtividade gerados em tempo real são gravados em um cartão de me-
mória ou pen drive e, posteriormente, podem ser levados a um computador para interpretação.
Fonte: Shutterstock
Recapitulando
Nessa aula, você estudou que a variabilidade pode ser identificada de várias formas. Pode-se
adotar meios empíricos, baseados na própria observação do produtor, ou através de coleta de
amostras e realização de testes laboratoriais, ou ainda por meio de tecnologias avançadas em-
barcadas nas máquinas colhedoras, por exemplo, que recolhem dados em tempo real quando
estão em funcionamento.
Para a agricultura de precisão é importante que dados exatos sejam coletados e processados,
e que você nunca deixe de lado a importância de calcular a variabilidade. Dessa forma, normal-
mente são elaborados mapas de solo, declividade, infestação de pragas, entre outros, a fim de
se tomar a decisão acertada sobre manejo da variabilidade.
Agricultura de Precisão » 44
Fonte: Shutterstock
Aula 3
Manejo da variabilidade dos campos
Até aqui, você já verificou como identificar as diferentes variabilidades que o campo pode apre-
sentar. Agora o objetivo é reconhecer quais são as técnicas mais adequadas para otimizar a apli-
cação dos insumos de acordo com essa variabilidade. Nesta etapa, é muito importante atentar
para os equipamentos disponíveis para a aplicação à taxa variável, assim como sua adequada
utilização. Ao fim dessa aula, você deve ser capaz de:
Agricultura de Precisão » 45
Tópico 1
Desafios do manejo
Também não é difícil encontrar propriedades agrícolas em que talhões de elevado nível de ferti-
lidade para nutrientes específicos apresentam também subáreas com baixos níveis de produtivi-
dade. É possível, ainda, encontrar subáreas de um talhão em que a relação da produtividade vai
contra o resultado final esperado, levando em consideração os atributos do solo. Por exemplo,
considere a hipótese de encontrar subáreas com alto teor de potássio e baixa infestação de
plantas daninhas (nas quais se esperava apresentar maior produtividade) apresentando menor
produtividade do que áreas pobres em potássio e maior presença de daninhas.
Procedimentos
Agricultura de Precisão » 46
Isto mostra que, para entender os fatores responsáveis por afetar a produtividade de uma la-
voura, devemos considerar e entender os diferentes mapas de variabilidade possíveis de serem
elaborados, e analisar o quanto cada um destes fatores podem afetar a produtividade.
Saiba Mais
Isso busca identificar quais variáveis possuem maior interferência e/ou relação com a produtivi-
dade da cultura, servindo como base para a tomada de decisões.
Tópico 2
Aplicação a taxas variadas
Benefícios
Com a aplicação de insumos a taxa variada, você vai obter melhor nível de fertilidade, me-
lhores relações de equilíbrio entre os nutrientes, mais economia e eficiência no controle
de pragas e plantas daninhas, melhor desempenho das lavouras e, como resultado final,
maior nível de produtividade e menor variabilidade entre as malhas, com maior eficiência
econômica da atividade.
Agricultura de Precisão » 47
A aplicação a taxas variadas de insumos agrícolas visa, portanto, reduzir as variabilidades espa-
cial e temporal dos fatores que afetam a produtividade das culturas.
Dessa forma, a aplicação a taxas variadas pode ser definida como o conjunto
de tecnologias utilizadas para distribuir insumos agrícolas em quantidades
proporcionais à necessidade de cada parcela de uma área em determinado
período, de acordo com as informações previamente coletadas.
Podemos dividir a aplicação em taxas variadas em dois tipos, segundo sua origem.
Agricultura de Precisão » 48
Tópico 3
Tipos de controladores
Você já percebeu que as aplicações a taxas variadas estão dependentes, em todos os casos, de
tecnologias para controlar as taxas de aplicação dos insumos agrícolas? Estes equipamentos são
chamados de controladores. Estes controladores nada mais são do que microprocessadores que
utilizam a informação (ou dos sensores em tempo real ou da leitura do mapa da variabilidade
espacial) para calcular a quantidade de um determinado insumo que será necessário para cada
unidade de área.
Os cálculos são realizados de acordo com algoritmos cujo objetivo é otimizar a aplicação destes
insumos. O resultado destes cálculos é transmitido pelos controladores às bombas, válvulas
etc., que acionam ou regulam os mecanismos de distribuição, fazendo variar as taxas de aplica-
ção de acordo com as necessidades específicas em cada unidade de área.
Estas bombas ou válvulas podem assumir diferentes formas, como centrífugas, de pistão, de
membrana, de controle mecânico, eléctrico, pneumático ou hidráulico. O objetivo, no entanto, é
sempre o mesmo: variar as taxas de aplicação de forma automática. É justamente esta automa-
tização da aplicação diferenciada dos fatores de produção que torna a agricultura de precisão
como sendo uma prática de grande diferencial frente à agricultura convencional.
Fonte: www.deere.fr
As operações agrícolas que mais utilizam estas variações na taxa de aplicação são a distribuição
de corretivos e fertilizantes, por meio de distribuidores centrífugos ou pneumáticos, a semeadura
e a pulverização. Acompanhe a seguir algumas peculiaridades sobre essas operações agrícolas:
Agricultura de Precisão » 49
Centrífugos
Da força centrífuga, que se afasta do centro ou que começa do vértice para a base.
Pneumáticos
A distribuição de corretivos e fertilizantes de solo é uma das operações mais comuns den-
tro da agricultura de precisão. O requisito desta operação (no caso de máquinas sem sen-
sores de tempo real) é ter o mapa da variabilidade da fertilidade do solo, com base na
amostragem de solo em cada unidade mínima de área, de acordo com a malha definida
para o terreno. A variação na distribuição leva em consideração a variação de cada unidade
de área analisada. De posse destas informações, utilizam-se distribuidores centrífugos ou
pneumáticos, com mecanismos automáticos para regular a taxa de aplicação, para efetuar
as aplicações diferenciadas destes insumos.
Acompanhe um esquema de equipamento para distribuição de corretivo a taxa variada.
Agricultura de Precisão » 50
Operação de semeadura
Observe que outras operações controladas também podem ser realizadas de forma variável na
área, assim como a irrigação e a profundidade de corte no preparo do solo, considerando as
variações existentes na área referentes à textura, fertilidade e profundidade do solo. Todos eles
dependem, como você estudou, do mapa de variabilidade levantado previamente ou de equipa-
mentos que variem a operação de acordo com a leitura de sensores.
Recapitulando
Estamos chegando ao final da Aula 3. Para encerrar este módulo, é preciso realizar uma atividade
de aprendizagem para verificar os conhecimentos construídos nesta etapa.
Antes de avançar, vamos retomar os principais pontos trabalhados nesta aula? Você estudou que
o manejo da variabilidade requer uso de equipamento para aplicação a taxas variadas a fim de
trabalhar cada área de acordo com a sua necessidade. Com isso, espera-se reduzir as variabili-
dades espacial e temporal dos fatores que interferem na produtividade das culturas, tornando-a
mais homogênea, otimizando os recursos de produção e reduzindo impactos ambientais.
Nas próximas páginas, você vai encontrar a atividade de aprendizagem. Não esqueça que você
deve entrar no Ambiente de Estudos para registrar as respostas no sistema, que também vai
liberar o próximo módulo de conteúdo! Siga em frente e aproveite bem a atividade!
Agricultura de Precisão » 51
Atividades de aprendizagem
Você chegou ao final do Módulo 2 do Curso Introdução à Agricultura de Precisão. A seguir, rea-
lizará algumas atividades relacionadas ao conteúdo estudado neste módulo. Lembre-se que as
respostas devem ser registradas no Ambiente de Estudos, onde você também terá um feedback,
ou seja, uma explicação para cada questão.
a) A variabilidade dos campos ocorre devido a ações realizadas pelas máquinas agrícolas.
Agricultura de Precisão » 52
3. Considerando as principais operações envolvidas nas aplicações a taxas variadas, estudadas
na aula 3, analise a alternativa correta.
b) A distribuição de sementes a taxas variadas representa o início das atividades para a agri-
cultura de precisão.
c) A aplicação de defensivos a taxas variadas é feita com base na variabilidade das produti-
vidades das lavouras.
Agricultura de Precisão » 53
Programa Agricultura de Precisão
Introdução à Agricultura
de Precisão
» Módulo 3: Sistema global de navegação
por satélite
Agricultura de Precisão » 54
Módulo 3
» Sistema Global de navegação por satélite
Neste módulo, vamos associar com mais propriedade a tecnologia disponível hoje no mercado
com as tarefas a serem realizadas na lavoura.
Primeiro, você vai entender que os sistemas de orientação por satélites foram os responsáveis
por impulsionar a agricultura de precisão pelo mundo afora. Isso porque as máquinas equipadas
com tecnologia de orientação por satélite facilitaram muito o trabalho do homem do campo
e aumentaram a eficiência da agricultura, que ficou mais moderna, competitiva e atrativa para
profissionais qualificados.
Em seguida, você vai estudar um pouco da teoria do funcionamento dos sistemas de orientação
por satélite, que foram criados para fins militares, mas depois foram liberados para uso civil.
Desde então, com a evolução da informática e sua chegada no campo, os receptores de sinais de
satélite atualmente apresentam acurácia de milímetros e têm se tornado cada vez mais acessí-
veis tanto a grandes quanto a pequenos produtores.
Acurácia
Termo utilizado para definir exatidão de uma medição (ou de um instrumento de medição).
Agricultura de Precisão » 55
Fonte: Shutterstock
Aula 1
A importância do sistema de orientação por satélite
Depois que a precisão dos sistemas de satélites foi liberada para uso civil, a agricultura mundial
se transformou. Atualmente, diversos equipamentos agrícolas fazem uso dos recursos disponí-
veis pelos sistemas de orientação por satélite, entre eles o GPS, possibilitando grandes melho-
rias nos processos produtivos.
Ao fim dessa aula, você deve ser capaz de reconhecer a importância dos sistemas de orientação
por satélite para os processos agrícolas mecanizados.
Agricultura de Precisão » 56
Tópico 1
Vantagens da orientação por satélite
Os sistemas de orientação por satélite hoje são indispensáveis para a adequada aplicação dos
princípios da agricultura de precisão, uma vez que é necessário se determinar, com a maior acu-
rácia possível, a posição das máquinas e implementos agrícolas no campo.
Nesse caso, as operações podem ser realizadas com erros muito pequenos, podendo ser de até
poucos centímetros ou milímetros, além da flexibilidade de condições e extensão das áreas tra-
balhadas. Isso permite o levantamento de informações do local exato onde se deseja trabalhar,
otimizando assim o gerenciamento da intervenção necessária.
Saiba Mais
E por que é tão importante ter informações exatas do terreno de lavoura? Confira a seguir as
principais vantagens do uso dos sistemas de orientação de satélites na agricultura de precisão.
Agricultura de Precisão » 57
Redução de fadiga dos operadores
A necessidade de operar máquinas mais sofisticadas faz com que a qualificação da mão de
obra seja fator primordial para o sucesso das operações agrícolas. Atualmente já se observa
a migração de trabalhadores de centros urbanos para o campo, que é um fenômeno contrário
ao ocorrido durante muitos anos. Empregando mão de obra mais qualificada, há a expectati-
va de realização das tarefas com menos desperdício, mais rapidez e segurança.
Agricultura de Precisão » 58
Redução de perdas na colheita
As perdas observadas na colheita mecanizada de grãos, por exemplo, normalmente são ele-
vadas. Na agricultura de precisão, os monitores de colheita auxiliam os operadores na visu-
alização das condições de trabalho dos mecanismos da colhedora, oferecendo leituras de
rotação do cilindro de trilha e ventilador, umidade dos grãos, perdas e produtividades, redu-
zindo, assim, o desperdício. Além disso, essas informações, quando georreferenciadas, ainda
são utilizadas na elaboração de mapas de variabilidades.
No caso das lavouras de cana-de-açúcar, por exemplo, a orientação por satélite, associada
ao uso de barra de luzes, atualmente é utilizada para a definição de mapas de tráfego. Esses
mapas possibilitam o trânsito das máquinas e implementos apenas nas entrelinhas, evitando
promover compactação de solo indesejada nas áreas dos sistemas radiculares das soqueiras.
Recapitulando
Nessa aula, você pôde perceber que foram os sistemas de orientação por satélites que impul-
sionaram a agricultura de precisão pelo mundo afora. Isso porque as máquinas equipadas com
tecnologia de orientação por satélite podem realizar tarefas que normalmente seriam realizadas
pelo homem apenas com elevado gasto de tempo e energia, além de pouca precisão. Assim, esse
recurso torna a agricultura mais moderna, competitiva e atrativa para profissionais qualificados.
Saiba Mais
Agricultura de Precisão » 59
Fonte: Colorado State University
Aula 2
A constituição do sistema de navegação por satélite
Na aula anterior você pôde perceber a importância dos sistemas de orientação por satélite para
a prática da agricultura de precisão. Com o surgimento de novos sistemas e aprimoramento
dos aparelhos disponíveis atualmente para o consumidor, a qualidade dos serviços disponíveis
tem melhorado substancialmente. Até pouco tempo, basicamente, só existia o sistema NAVS-
TAR-GPS, porém outros sistemas já estão disponíveis, oferecendo inclusive algumas vantagens
a mais que precisam ser entendidas para que se possa fazer melhor uso dessa tecnologia na
empresa rural.
O sistema de navegação por satélite comumente denominado de GNSS (Global Navigation Sa-
tellite System), ou seja, Sistema Global de Navegação por Satélite, é formado por três sistemas
dominantes globais (Navstar, Glonass e Galileo) e por outros sistemas por enquanto menores e
segmentados. Cada um deles orbita em altitudes diferentes, o que garante a segurança no tráfe-
go espacial. Conheça um pouco sobre cada um a seguir.
Agricultura de Precisão » 60
Tópico 1
Navstar-GPS
Do inglês “Navigation Satellite with Time and Ranging - Global Positioning System”, o sistema NA-
VSTAR-GPS é o sistema de satélites mais conhecido. Foi desenvolvido pelo Departamento de De-
fesa dos Estados Unidos em 1973, originado da fusão de dois projetos da Marinha e da Força Aérea.
Em 1994, quando estava totalmente operacional, já operava com 24 satélites e, a partir de 2007,
começou a contar com 30 satélites compondo o sistema, sendo que seis operam como reserva.
Eles circulam a Terra em seis planos orbitais inclinados 55° em relação ao Equador, a uma dis-
tância de 20.200 km da superfície terrestre. A cada 11 horas e 58 minutos completa-se uma órbita,
assim, a cada momento e em qualquer parte, pelo menos quatro satélites sempre estarão visí-
veis aos receptores de sinais GPS. Além disso, proporciona nova configuração da constelação de
satélites sempre quatro minutos mais cedo diariamente no mesmo local.
O sistema NAVSTAR é formado por três segmentos: espacial, controle e usuário. Navegue pelas
abas e identifique cada um deles na figura.
Agricultura de Precisão » 61
O segmento espacial é constituído pela constelação de satélites
Espacial
propriamente dita.
Tópico 2
Fonte: Shutterstock
Glonass
Fins militares
Agricultura de Precisão » 62
Tópico 3
Galileo e outros sistemas regionais
Galileo é o nome do Sistema de Navegação por Satélite Europeu (European Satellite Navigation
System). Esse sistema teve atividades iniciadas em 2005 por meio da parceria da União Europeia e
a Agência Espacial Europeia (ESA). Foi o primeiro sistema de orientação por satélite desenvolvido
diretamente para fins civis. Sobre os sistemas regionalizados, podemos destacar três principais.
BeiDou 2: COMPASS
O sistema de orientação por satélite conhecido como BeiDou 2 foi recentemente desenvol-
vido pelo governo Chinês, sob a motivação de se tornar menos dependente do sistema Na-
vstar de origem americana. Atualmente, o sistema conta com 16 satélites que cobrem parte
da região da Ásia e Oceano Pacífico, mas a previsão é que em 2020 tenha cobertura global,
operando com 30 satélites.
IRNSS
O sistema de navegação por satélite IRNSS (ou Indian Regional Navigation Satellite System)
é de origem indiana, cujo segmento espacial é composto por sete satélites. O primeiro foi
lançado em órbita em julho de 2013.
DORIS
geodésia
Agricultura de Precisão » 63
Recapitulando
Nessa aula, você estudou que os primeiros dos sistemas de orientação por satélite surgiram para
fins militares, mas depois foram liberados para uso civil.
Desde então, com a evolução da informática e sua chegada no campo, os receptores de sinais de
satélite atualmente apresentam acurácia de milímetros e têm se tornado cada vez mais acessí-
veis tanto a grandes quanto a pequenos produtores. Vamos adiante?
Agricultura de Precisão » 64
Fonte: Shutterstock
Aula 3
As principais aplicações do sistema de navegação na agricultura
Você já estudou que a liberação dos satélites originalmente militares para uso civil proporcio-
nou grandes avanços para a agricultura, graças aos recursos disponibilizados pelos sistemas de
navegação. Cabe ao produtor reconhecer esses avanços para poder fazer uso adequado dessa
tecnologia e tornar sua empresa mais competitiva. É para embasar essa reflexão que você vai
conhecer agora a aplicação destas tecnologias na agricultura.
Tópico 1
Georreferenciamento
Agricultura de Precisão » 65
A depender da finalidade da coleta dos dados, podem-se utilizar receptores C/A ou mais avança-
dos. Essa aplicação impulsionou o desenvolvimento de outras tecnologias como, por exemplo:
Tópico 2
Controle de direção
Muito utilizado em pulverizações aéreas e terrestres, plantios, preparo do solo, colheita e apli-
cação de corretivos e fertilizantes, o controle de direção permite manter o paralelismo (organi-
zação geométrica) entre as passadas. Em geral, uma barra de luzes orienta o piloto a manter o
posicionamento correto em relação a uma primeira passada. Em alguns casos, um piloto auto-
mático conduz o trator e o piloto só assume o comando para realizar as manobras de cabeceiras.
Agricultura de Precisão » 66
Saiba Mais
Alguns equipamentos dotados de controle de direção também podem ser equipados com
controle de seções, ou seja, automatização de pulverizadores e de distribuição de sementes. Eles
possuem a capacidade de abrir ou fechar partes das barras de pulverização ou linha de plantio
de forma automática. Muitas empresas têm investido nessa tecnologia que, além de envolver a
navegação por satélite, depende do desenvolvimento de sensores e válvulas eficientes.
Tópico 3
Aplicações a taxas variáveis
As aplicações a taxas variáveis visam distribuir defensivos, corretivos e fertilizantes na área de acor-
do com a necessidade de cada subárea. Para tanto, é necessário que o equipamento “entenda” a lo-
calização por onde está passando e que assim regule (aumente ou diminua) a quantidade de produto
a ser aplicado quando passar por subáreas de maior ou menor necessidade, respectivamente.
Saiba Mais
Com isso, houve a necessidade de se buscar uma padronização desses dispositivos. Essa
padronização, denominada FORÇA TAREFA ISOBUS, tem a finalidade de estabelecer parâmetros
que facilitem a comunicação e a compatibilidade entre programas e atuadores e entre as
máquinas e implementos agrícolas, independente de marca ou modelo.
Agricultura de Precisão » 67
Tópico 4
Rastreabilidade dos produtos agrícolas
A ideia de rastreabilidade começou a ser difundida no Brasil no final dos anos de 1990, ou seja, prati-
camente ao mesmo tempo em que a agricultura de precisão ganhou corpo.
Considerando que a agricultura de precisão gerencia de forma eficaz a informação, sobretudo, sobre
a variabilidade das áreas de produção, ela se torna uma ferramenta muito robusta para o processo de
rastreabilidade. Além disso, torna o método mais efetivo para assegurar uma cadeia alimentar mais
segura e conectar produtores e consumidores.
Uma fazenda que adota estas duas tecnologias normalmente realiza o mapeamento de toda a pro-
dução e registra detalhadamente as características da lavoura, como a época de plantio, a forma de
preparo do solo, a aplicação de corretivos, fertilizantes e defensivos e a época de colheita.
Todas essas informações podem ser armazenadas em um banco de dados para acesso pelos consu-
midores através da internet ou podem ser inseridas nos códigos de barras das embalagens. Atual-
mente, muitos celulares possuem a capacidade de realizar a leitura desses códigos, possibilitando o
acesso a todas essas informações ainda nas gôndolas dos supermercados, auxiliando o consumidor
na rápida tomada de decisão sobre a aquisição ou não do produto.
Dessa forma, a propriedade rural torna mais transparente sua produção e cria mais credibilidade
frente ao consumidor, que, pela internet, pode conferir as informações de produção do alimento que
está adquirindo. Veja o exemplo da empresa Citrícola Ducato.
Agricultura de Precisão » 68
Além disso, permite que esses da
dos possam ser submetidos a um
conjunto de procedimentos adota-
dos por uma entidade certificado-
ra que pode atestar que o produto
atende a requisitos de qualidade
pré-estabelecidos.
Recapitulando
Nesta aula, você estudou que são muitas as aplicações do sistema de navegação para agricultu-
ra. O georreferenciamento, o controle automático das máquinas, as aplicações a taxas variadas
e a rastreabilidade dos produtos agrícolas impulsionam um mercado muito grande pelo mundo.
A empresa rural, ao adotar essas tecnologias, não apenas se torna mais competitiva como tam-
bém moderniza e facilita a sua própria gestão.
Nas próximas páginas, você vai encontrar a atividade de aprendizagem para verificar os conhe-
cimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no Ambiente
de Estudos para registrar as respostas no sistema, que também vai liberar o próximo módulo de
conteúdo! Siga em frente e aproveite bem a atividade!
Agricultura de Precisão » 69
Atividades de aprendizagem
Você chegou ao final do Módulo 3 do Curso Introdução à Agricultura de Precisão. A seguir, rea-
lizará algumas atividades relacionadas ao conteúdo estudado neste módulo. Lembre-se que as
respostas devem ser registradas no Ambiente de Estudos, onde você também terá um feedback,
ou seja, uma explicação para cada questão.
1. Na aula 1 você aprendeu sobre a importância dos sistemas de orientação por satélite. Consi-
derando que eles possuem várias aplicações na agricultura de precisão, analise a alternativa
correta.
a) Nas práticas com agricultura de precisão, a orientação por satélite é utilizada apenas para
as colhedoras para geração de mapas de produtividade.
c) A orientação por satélite torna o trabalho menos árduo e mais atrativo para o homem do
campo.
a) O sistema NAVSTAR – GPS é o sistema de orientação por satélite mais moderno e que
oferece mais vantagens para os usuários.
c) O sistema NAVSTAR e o sistema GLONASS são aqueles que estão em plena operação a
mais tempo.
Agricultura de Precisão » 70
3. Na aula 3, você aprendeu que o sistema de orientação por satélite possui diversas aplicações
na Agricultura de Precisão. Assinale a alternativa correta.
d) A FORÇA TAREFA ISOBUS tem como finalidade aumentar a força de tração das máquinas
automatizadas
Agricultura de Precisão » 71
Programa Agricultura de Precisão
Introdução à Agricultura
de Precisão
» Módulo 4: Sensores mais utilizados na
agricultura
Agricultura de Precisão » 72
Módulo 4
» Sensores mais utilizados na agricultura
Ou seja, independente da percepção humana (ou das condições de luminosidade, por exemplo),
os sensores são capazes de agilizar e potencializar a coleta de dados, disparando comandos
para abrir e fechar válvulas automaticamente e executar outras ações em tempo real.
Existe no mercado farta quantidade dos sensores disponíveis, que podem em geral ser divididos
em dois grupos: direto e remoto. Ambos têm a finalidade de obter dados eletronicamente para
automatização de processos ou para tomada de decisões.
Para que os sensores operem bem durante tempo indeterminado, no entanto, você deve estar
constantemente atento às orientações de calibração de cada equipamento. É este procedimento
que vai dar confiabilidade à automatização das operações agrícolas.
Atenção! Para os momentos em que você não pode estar conectado à internet, disponibilizamos
um arquivo com o conteúdo deste módulo. Mas lembre-se: você deve retornar ao Ambiente de
Estudos para realizar as atividades.
Agricultura de Precisão » 73
Fonte: Shutterstock
Aula 1
A importância do sensoriamento nas operações agrícolas
Nos módulos anteriores deste curso, você teve a oportunidade de ler que os sensores são gran-
des aliados da agricultura de precisão. A partir de agora, vamos aprofundar o entendimento
sobre estes dispositivos de suporte à tomada de decisão.
Agricultura de Precisão » 74
Tópico 1
Sensoriamento para muitas aplicações
O sensoriamento pode ser definido como a aquisição de informações a respeito de algum ob-
jeto sem estar em contato físico com ele. Um exemplo simplista pode ser quando nossos olhos
percebem a luz refletida de um objeto e nosso cérebro interpreta a informação. Neste exemplo,
nossos olhos são os sensores/detectores e nosso cérebro, o computador que faz a imagem do
que foi detectado. Mas, na tecnologia, os sensores tradicionalmente podem ser ópticos, térmi-
cos e elétricos, por exemplo, além de monitores de funções específicas como fluxo de grãos e
teor de umidade, entre outros.
Na agricultura, a tecnologia de sensoriamento tem sido usada para variadas aplicações, que vão
desde a avaliação do estado nutricional e hídrico em plantas até a detecção de plantas daninhas
e insetos. O sensoriamento oferece uma rápida e eficiente maneira para acessar a variabilidade
espacial e temporal dentro de uma área em uma propriedade agrícola. Além disso, tecnologias
de sensoriamento têm sido desenvolvidas com o objetivo de fornecer informações sobre pro-
priedades dos solos, diferenças entre tipos de estresses abióticos das plantas (água ou nutricio-
nal) e estimar a produção relativa das culturas, permitindo ao produtor rural, tomadas de decisão
rápidas e seguras.
Agricultura de Precisão » 75
O mapeamento da condutividade elétrica do solo com auxílio de
GPS é uma ferramenta relativamente simples, porém que tem sido
utilizada para determinar a textura e outras propriedades do solo
Condutividade
com sucesso. A medição com sensores obtida in situ tem significa-
elétrica
tiva correlação com o resultado de análises destas características
em laboratório, sendo que ambas integram os efeitos da argila
(tipo e quantidade) e teores de sais (cátions e ânions solúveis).
Além disso, a medição in situ leva em consideração toda a massa
de solo, representando bem a condição real.
Agricultura de Precisão » 76
Recapitulando
Nesta aula, você estudou que o sensoriamento é parte integrante da agricultura de precisão,
proporcionando diversos ganhos de qualidade nas operações agrícolas.
Uma das vantagens dos sensores é que eles podem obter informações sobre objetos sem esta-
rem em contato com eles. Assim, podem agilizar e potencializar a coleta de dados, abrir e fechar
válvulas automaticamente e executar outras ações em tempo real.
Agricultura de Precisão » 77
Fonte: Senar-GO
Aula 2
Tipos de sensores mais utilizados na agricultura
Na aula anterior você aprendeu que o sensoriamento remoto tem uma importante participação
nas etapas da agricultura de precisão. Tendo em vista as diversas formas de uso dos sensores
nas máquinas e implementos agrícolas, as indústrias especializadas têm disponibilizado no mer-
cado grande variedade de sensores a cada ano. No entanto, isso pode se tornar um problema se
não houver adequado conhecimento sobre qual tipo de sensor se aplica melhor para cada uso.
• reconhecer as possíveis adaptações que os sensores podem ter nos equipamentos agrícolas.
Agricultura de Precisão » 78
Tópico 1
Sensoriamento direto e remoto
Existem sensores que são dedicados para realizar o mapa de variabilidade ou a transmissão em
tempo real das condições de determinados fatores de produção, do solo ou da cultura, a fim de
realizar o manejo levando em consideração estes dados, através da aplicação a taxas variadas
de acordo com a necessidade.
O registro automático de dados proporciona diversas vantagens, como, por exemplo, a elimina-
ção de erros advindos do processo manual de digitação e leitura, redução das perdas de dados
e da falta de sincronismo nas leituras entre vários instrumentos. Garantem também diferentes
frequências de leitura, com intervalos precisos. Essa técnica é uma importante ferramenta no
auxílio do planejamento das tarefas diárias dos engenheiros e técnicos de campo.
Também existem sensores que são utilizados para determinar o mapa de variabilidade da pro-
dutividade, como resultado final de todo o manejo anterior.
Em relação à forma como são medidas as variáveis, os sensores podem ser ópticos, térmicos e
elétricos. Conheça a seguir detalhes de cada um deles.
Agricultura de Precisão » 79
São basicamente espectrômetros que utilizam uma ranhura exis-
tente num disco de entrada que define, juntamente com as len-
tes, uma linha estreita da imagem do objeto (campo), que faz com
que a luz, ao se dispersar, forme uma imagem bidimensional que é
projetada no sensor da câmara.
Os sensores ópticos mais utilizados são os que permitem medir as
características do solo, embora, na maioria das situações, sirvam
apenas para “orientação” na delimitação de zonas onde se devem
recolher os dados. As cartas de rendimento são, ainda, a principal
fonte de informação sobre a variabilidade entre as parcelas, em-
bora não suficiente, pois não fornecem, por exemplo, indicações
sobre a variação da profundidade do solo. É fundamental a com-
plementação da informação dada pelas cartas de rendimento com
as das características do solo, para se estabelecerem relações de
causa e efeito com as culturas.
A matéria orgânica (MO) foi um dos primeiros parâmetros do solo
Sensores ópticos a ser estudado e para a qual foram construídos sensores de medi-
ção, em tempo real, semelhantes aos utilizados para medição da
sua umidade. O princípio de funcionamento destes sensores ba-
seia-se na emissão e absorção de certos comprimentos de onda,
pois os solos que têm mais MO são mais escuros e têm uma me-
nor reflexão que os que têm baixo teor de MO. Estes sensores
têm emissores de ondas luminosas de determinado comprimento
e células receptoras sensíveis.
Os sensores mais utilizados na caracterização do solo permitem
determinar outros fatores, nomeadamente: a densidade aparente,
a compactação, o coeficiente de uniformidade dos agregados e
o índice de plasticidade, características que poderão ser utiliza-
das para estabelecer regressões em que a variável dependente é,
por exemplo, a produtividade. A aplicação de análise estatística,
levando-se em consideração todos os fatores ao mesmo tempo,
permitirá seriá-los para se conhecer o grau de influência de cada
um deles naquela variável (produtividade, por exemplo).
Agricultura de Precisão » 80
das superfícies, resultante da incidência da luz do sol, que tem
uma elevada correlação com o sinal térmico emitido. Como as di-
ferentes temperaturas correspondem diferentes bandas térmicas,
a utilização de sensores para medir aqueles valores, permite iden-
tificar as várias superfícies da camada terrestre.
Para se manterem vivas as plantas necessitam irradiar, por eva-
potranspiração, parte da energia solar que recebem, para diminuí-
rem a sua temperatura e, assim, manterem os processos químicos
necessários ao seu desenvolvimento. A variação da quantidade
de calor libertada depende do estado de desenvolvimento da cul-
tura, pelo que é possível utilizar esta tecnologia para estimar as
produções.
Relativamente ao solo a utilização de sensores térmicos remotos
permite estimar várias características, nomeadamente: o teor de
matéria orgânica, argila, ferro e outros minerais.
Agricultura de Precisão » 81
Todos estes tipos de sensores visam a determinação de fatores de produção que podem ser ma-
nejados, visando menor variabilidade espacial e maior produtividade. Estes dados dão suporte a
operações agrícolas, como semeadura, aplicação de fertilizantes e aplicação de defensivos agrí-
colas a taxas variadas, além de serem determinantes também em outras operações, tais como a
quantidade e o momento correto para irrigação, por exemplo.
Monitor de
funções das
operações
Agricultura de Precisão » 82
montados no topo do elevador de canecas de grãos limpos, antes
de serem armazenados no depósito da máquina. Há dois tipos de
sensores de fluxos de massa mais utilizados.
2) O sensor óptico,
que mede o volume de
grãos nas canecas do
elevador da colhedora
sem ter contato com o
produto, através de um
emissor e um receptor
de luz infravermelha,
que é interceptada
com a passagem dos
grãos em proporção
maior quanto maior for
a quantidade de grãos.
Agricultura de Precisão » 83
Sensor de O sensor utilizado para determinar o teor de umidade dos grãos é
umidade dos geralmente colocado próximo ao sensor que mede o fluxo de massa
grãos e normalmente utiliza o método da capacitância para medir o teor
de umidade dos grãos de forma contínua, à medida que a massa de
grãos vai se deslocando.
Recapitulando
Nesta aula, você pôde ter noção da quantidade dos sensores disponíveis, de diversas formas,
para incrementar a automatização da agricultura. Em geral, eles podem ser divididos em dois
grupos: direto e remoto.
O direto é quando o sensor faz contato físico com o alvo como, por exemplo, os penetrômetros,
sensores de umidade, pH etc.
O sensoriamento remoto refere-se à observação terrestre e aquática à distância, isto é, sem con-
tato físico com o alvo, tais como nas imagens aéreas, imagens de satélites etc. Todos eles têm
a finalidade de obter dados eletronicamente para automatização de processos ou para tomada
de decisões.
Agricultura de Precisão » 84
Fonte: shutterstock
Aula 3
Calibração dos sensores
Nas aulas anteriores você pôde enumerar uma variedade de tipos de sensores, bem como a im-
portância deles para a agricultura de precisão. Nesta aula, você vai estudar que os sensores são
equipamentos que trabalham em condições muito severas de operação e, por isso, necessitam
passar constantemente por calibrações a fim de continuar coletando informações confiáveis.
Tópico 1
Sensores de colheita
A calibração dos sensores é uma operação muito importante na coleta de dados para elaboração
dos mapas de variabilidade. Tenha em mente que é a ação de calibração que garante a coleta con-
fiável, uma vez que a leitura dos sensores pode ir acumulando erros no decorrer do tempo.
Agricultura de Precisão » 85
A periodicidade em que os sensores devem ser calibrados depende do tipo de sensor, da ope-
ração, do tipo da cultura, entre outros fatores, e deve ser realizada de acordo com as recomen-
dações no manual do fabricante.
A altura da plataforma varia de acordo com o tipo da cultura a ser colhida. Esta informação é dada
no campo apropriado do sistema de monitoramento, que depende do modelo de monitor.
Saiba Mais
Da mesma forma, os sensores de fluxo de massa devem ser calibrados de maneira a alcançar
o peso preciso dos grãos colhidos. A calibração deverá ser realizada sempre que iniciar um
novo trabalho, observando as condições de maturação e tipo de cultura. O procedimento de
calibração do sensor pode apresentar particularidades conforme o modelo ou fabricante.
A informação da umidade dos grãos é importante para a correção dos índices de produtividade
que é feito em tempo real. As informações obtidas pelo sensor de umidade podem gerar um
mapa e, então, serem correlacionadas com outros atributos, como manchas de pragas de solo,
doenças e plantas daninhas.
Agricultura de Precisão » 86
Além das informações da umidade real e da umidade informada pelo sensor da colhedora, é
necessário que o operador estabeleça o nível de umidade máxima e de grão seco (mínima).
Quando o valor da umidade medida pelo sensor estiver acima do valor da umidade máxima
estabelecida, o monitor emitirá um aviso sonoro.
Recapitulando
Você está chegando ao fim do Módulo 4, onde estudou sobre o uso de sensores na agricultura
de precisão. Nesta aula, você pôde aprender que o trabalho dos sensores é bastante árduo,
porque precisa coletar informações em locais onde normalmente ocorre intensa vibração, al-
tas temperaturas, muita poeira e inclinações diversas e frequentes.
Para que estes dados coletados sejam confiáveis, você deve estar atento às recomendações do
fabricante e executar de tempos em tempo as calibrações iniciais e de operação.
Nas próximas páginas, você vai encontrar a atividade de aprendizagem para verificar os co-
nhecimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no Am-
biente de Estudos para registrar as respostas no sistema, que também vai liberar o próximo
módulo de conteúdo! Siga em frente e aproveite bem a atividade!
Agricultura de Precisão » 87
Atividades de aprendizagem
Você chegou ao final do Módulo 4 do Curso Introdução à Agricultura de Precisão. A seguir, rea-
lizará algumas atividades relacionadas ao conteúdo estudado neste módulo. Lembre-se que as
respostas devem ser registradas no Ambiente de Estudos, onde você também terá um feedback,
ou seja, uma explicação para cada questão.
b) Os sensores são empregados apenas para elaboração de mapas para estudo da fertilida-
de do solo.
c) A técnica de sensoriamento remoto ainda não está totalmente operacional para as má-
quinas agrícolas.
a) A medição da condutividade elétrica dos solos pode ser medida com sensores elétricos.
d) Os sensores térmicos são pouco empregados por apresentarem muitas limitações em di-
ferentes faixas de temperaturas.
Agricultura de Precisão » 88
3. Na aula 3 você estudou que os sensores precisam passar por calibrações constantes. De
acordo com as informações apresentadas, assinale a alternativa correta.
a) Os sensores da altura da plataforma devem ser calibrados de acordo com o tipo de solo.
c) Os sensores de fluxo de massa devem ser calibrados para determinar o peso dos grãos
colhidos.
d) Todos sensores das colhedoras de grãos devem ser calibrados a cada dez horas de tra-
balho.
Agricultura de Precisão » 89
Programa Agricultura de Precisão
Introdução à Agricultura
de Precisão
» Módulo 5: Técnicas de amostragem
Agricultura de Precisão » 90
Módulo 5
» Técnicas de amostragem
As técnicas de amostragem do solo são uma base fundamental para agricultura de precisão, pois
é deste trabalho que depende a qualidade das informações que formarão os mapas de variabili-
dade, ou seja, que delimitarão boa parte da sua tomada de decisão como “gerente” da lavoura.
Trata-se de uma tecnologia emergente, com inovações aparecendo no mercado a cada ano.
Uma etapa básica da amostragem é o seu planejamento, que envolve a definição das ferramen-
tas mais apropriadas para cada tipo de solo e também a definição do tamanho da amostra a ser
coletada. Esta não é uma tarefa fácil, e pode ser baseada em critérios operacionais, econômicos
e estatísticos.
Neste módulo, portanto, você vai estudar a importância de todas as etapas de amostragem, do
planejamento, cálculos e execução correta, com o objetivo final de ter confiabilidade nos dados
que vão compor os mapas de variabilidade.
Atenção! Para os momentos em que você não pode estar conectado à internet, disponibilizamos
um arquivo com o conteúdo deste módulo. Mas lembre-se: você deve retornar ao Ambiente de
Estudos para realizar as atividades.
Agricultura de Precisão » 91
Fonte: Falker
Aula 1
A evolução das técnicas de amostragem
Por que um produtor rural deve saber realizar amostragens? Podemos dizer que a técnica de amos-
tragem é muito importante para a agricultura de precisão porque regula a coleta de informações
sobre vários fatores que afetam a produção, e são essas informações que vão constituir os mapas
de variabilidade.
Seria ótimo se pudéssemos coletar toda a população para estudo, no entanto isso é inviável em
termos práticos. Portanto, deve-se empregar técnicas para coletar partes da população, ou amos-
tras, que possibilitem fazer estimativas sobre o comportamento de toda a população. Nos últimos
anos, essas técnicas têm apresentado consideráveis avanços que precisam ser bem compreendi-
dos para se fazer uso adequado delas e aprimorar as práticas agrícolas.
Ao fim dessa aula, portanto, você deve ser capaz de entender a importância das técnicas de amos-
tragens informatizadas para o avanço dos processos agrícolas.
Agricultura de Precisão » 92
Tópico 1
Conceitos de amostragem
Nos últimos anos, uma técnica que tem sido muito utilizada nas tomadas de decisões é a análise
de mapas individuais para cada indicador de qualidade. Para isso, torna-se necessário maior levan-
tamento de informações e, consequentemente, exige-se que se adotem técnicas de amostragens
mais aprimoradas.Como não é possível estudar toda a população desejada, seja solo, plantas,
animais, dentre outros, torna-se muito importante o emprego de certas técnicas de amostragens.
Elas têm a finalidade de obter amostras que possam representar a população. Uma das premissas
da amostragem é que a amostra coletada será uma representação da população apenas quando
contiver todos os componentes existentes na população. Atualmente, diversos trabalhos científi-
cos dão suporte para que se consiga estabelecer critérios técnicos de amostragem que permitam
atingir essa premissa.
Dentre os principais cuidados que devemos ter nessa etapa, destacam-se: evitar
contaminação com outros materiais, rigor na localização da posição de coleta,
número de amostras adequado, operação segura dos equipamentos de coleta,
acondicionamento e transporte das amostras etc.
Em geral, as amostragens podem ser do tipo convencional ou sistematizada e podem ser repetidas
de ano em ano a cada quatro anos, a depender do objetivo. Geralmente são feitas alguns meses
antes do plantio.
Agricultura de Precisão » 93
Saiba Mais
Tópico 2
Coleta de amostras
As amostras das glebas podem ser coletadas em ziguezague, no caso de amostragem para coleta
de amostras de solo, ou seguindo caminhamento determinado pela metodologia específica segun-
do o objetivo. Para culturas anuais, as coletas podem ser feitas nas ruas ou entre linhas e, para as
perenes, a coleta geralmente é feita nos locais onde se realiza a adubação de cobertura. Confira os
exemplos de coleta convencional, em ziguezague, e de amostragem sistematizada feita em malha
ou grade (grid).
Fonte:
adaptado de
Revista Plantio
Direto - www.
plantiodireto.
com.br/
imprime.
php?cod=907
Agricultura de Precisão » 94
Na coleta de amostras, as áreas de manchas devem ser evitadas por causarem
interferência nas análises, ou então podem ser coletadas separadamente das
demais amostras.
Você percebe, comparando os dois métodos, que a amostragem sistematizada representa uma
evolução nos processos de amostragens em relação à amostragem convencional? Ela de fato per-
mite a determinação da variabilidade de forma mais confiável, sendo mais empregada nas ope-
rações relacionadas à agricultura de precisão, possibilitando, inclusive, a elaboração e análise de
mapas de variabilidade em várias direções.
Nesse caso, as glebas demarcadas para coleta de amostras são subdivididas em malhas também
chamadas de grades ou grids. Quanto menor for a malha, maior será o nível de detalhamento al-
cançado: entretanto, também gasta-se mais tempo e recursos.
Tópico 3
Amostragem indireta
Quando se trabalha com áreas muito extensas ou de difícil acesso, é possível adotar métodos de
amostragens indiretos, seja por processamento de imagens ou pela estimativa de uma informação
de fácil obtenção e que tenha relação com outras variáveis.
As técnicas de obtenção e processamento de imagens aéreas são recentes e podem ser obti-
das por satélite ou por aeronaves, tripuladas ou não.
Agricultura de Precisão » 95
As imagens obtidas por satélites, em geral, possuem baixa resolu-
ção espacial, impossibilitando seu uso para alguns estudos, como,
Satélites por exemplo, distribuição de sementes ou distância entre passadas
da semeadora ou pulverizador. Além disso, as imagens são de custo
elevado, devido à grande altitude que orbitam a Terra. Nesse caso,
as imagens são obtidas apenas semanalmente.
Fonte: Shutterstock
Aeronaves
não-tripuladas
Agricultura de Precisão » 96
Por fim, as amostragens também podem ser
feitas por meio do sensoriamento remoto, que
analisam as características espectrais dos ob-
jetos, emitindo determinados comprimentos O sensoriamento remoto
de ondas e analisando as faixas que são absor- possibilita diagnosticar
vidas ou refletidas pelo mesmo. também os níveis de
nitrogênio no tecido vegetal,
A variação da constituição físico-química do uma vez que valores de
material a ser amostrado gera diferentes assi- refletâncias são relacionados
naturas espectrais, o que possibilita a utiliza- à concentração deste elemento
ção do sensoriamento remoto para aumentar no tecido vegetal
a precisão nos processos de recomendação de
fertilizantes.
Recapitulando
Nesta Aula 1, você teve a oportunidade de identificar a importância das técnicas de amostragem
para agricultura de precisão. Delas depende muito a qualidade das informações que serão obti-
das visando a tomada de decisão.
Como se trata de uma tecnologia ainda emergente, diversos trabalhos ainda apontam para ino-
vações nessa área. Essas inovações estão se voltando tanto para as técnicas de coleta quanto
para o desenvolvimento de equipamentos mais sofisticados.
Agricultura de Precisão » 97
Fonte: Shutterstock
Aula 2
Definição do tamanho da amostra
Uma das primeiras dúvidas que normalmente surgem quando se inicia o processo de coleta de
amostras é qual a quantidade correta delas. Para responder essa pergunta, o produtor pode
recorrer a diversos critérios (operacionais, econômicos e estatísticos) e escolher aquele que se
melhor adequa às suas condições e necessidades.
• aplicar critérios estatísticos para definir o número de repetições nas coletas de dados no campo
Agricultura de Precisão » 98
Tópico 1
Planejamento da amostragem
Antes de se iniciar uma coleta, é muito importante estabelecer o planejamento com base nos ob-
jetivos definidos, como, por exemplo, tipo de análise laboratorial a ser realizada, profundidade
de coleta, direção de caminhamento, conservação e tamanho mínimo da amostra etc.
O tamanho mínimo da amostra a ser coletada pode ser determinado de acordo com critérios
operacionais, econômicos ou estatísticos.
Operacional
Econômico
Estatístico
Agricultura de Precisão » 99
O grau de confiança desejado ou intervalo de confiança representa a probabilidade que o nú-
mero de amostra determinado esteja correto, ou seja, indica a confiabilidade do número en-
contrado. Podem-se estimar valores de confiabilidade entre 90 e 100%. Entretanto, o valor “z”
empregado na Equação 1 é um número tabelado retirado da Tabela de Distribuição Normal. Para
saber qual é esse valor, deve dividir o valor de grau de confiança desejado por dois. Em seguida,
o valor encontrado deve ser localizado na tabela. A sua posição na tabela é indicada pelo valor
do “z” tabelado.
Saiba Mais
O erro tolerável indica a diferença aceitável que existe entre a média amostral e a média popula-
cional verdadeira. Na prática, aplica-se valores entre 1 e 5 %. Quanto menor for o erro amostral
tolerável escolhido, maior será o tamanho da amostra.
Tópico 2
Exemplo de definição de tamanho da amostragem
Inicialmente, deve-se realizar uma amostragem piloto a fim de se estabelecer a média inicial e
o desvio padrão dos dados em torno da média. No exemplo, suponha que foram realizadas dez
Agora já é possível calcular o tamanho mínimo da amostra: para um grau de confiança de 95%, o
valor a ser localizado na tabela de distribuição normal é a metade, ou seja: 47,5%, ou 0,475. Ao
se consultar a tabela, tem o valor de Z tabelado que é de 1,96.
Portanto:
Na prática, isso significa que a seleção de glebas com características semelhantes entre si apre-
sentará pouca variação dos dados em torno da média, contribuindo para um menor valor de
desvio padrão e, consequentemente, menor número de amostras final. Acompanhe na imagem
uma definição do número de amostras de acordo com a variabilidade do talhão.
Fonte: adaptado
de Carlos Varella
e Darly de Sena Jr
(UFRRJ) - http://goo.
gl/m3WwSZ
Recapitulando
Nesta aula, você deve ter percebido que a definição do tamanho da amostra a ser coletada não
é uma tarefa fácil, sendo possível adotar critérios operacionais, econômicos e estatísticos nessa
tomada de decisão.
Aula 3
Principais tipos de amostradores
Nas aulas anteriores, você pôde entender a importância do processo de amostragem para a agri-
cultura de precisão, e estudou o processo de definição da amostragem. Resta conhecer, portan-
to, os aparelhos de amostragem disponíveis no mercado hoje. É relevante conhecer os principais
modelos a fim de identificar o mais apropriado para as suas necessidades específicas. Lembre-se
sempre que um processo de coleta otimizado permitirá que as amostras sejam preservadas, o
que vai permitir a obtenção de dados mais confiáveis.
Dentre as principais características dos amostradores, podemos destacar: coletar amostras com
qualidade e em quantidade adequada, proporcionar bom custo-benefício, ser ergonômico e con-
fortável para o operador. Para isso, o mercado oferece diversos tipos de amostradores, podendo
ser manuais (trados e pás de corte) ou automatizados.
Trado de rosca
É utilizado para coleta de amostras em solos firmes, podendo ser macios ou
duros. Tem a desvantagem de não reter materiais secos ou muito arenosos.
Normalmente perde uma pequena camada superficial de solo.
Trado calador
É constituído por um calador, um tipo de gaveta aberta com paredes retan-
gulares. Muito utilizado para amostragens mais superficiais, cerca de 10 a
15 cm de profundidade, em solos mais leves e úmidos. Requer a retirada do
cilindro do solo amostrado com uma faca ou espátula.
Trado holandês
É um dos trados mais utilizados para a coleta de amostras em solos argilosos
ou com restos de matéria orgânica, exigindo maior esforço do operador. Pos-
sui duas lâminas cortantes nas bases que se cruzam para facilitar a penetração
no solo, quando em movimento de giro. Geralmente, perde-se entre 1 e 3 cm
de solo na superfície. Pode-se utilizar uma faca para a retirada do volume de
solo excedente, a fim de se coletar apenas a quantidade de solo delimitada
pelas duas lâminas. Pode coletar solo a profundidades superior a 20 cm.
Pá de corte
É uma ferramenta barata que exige mais tempo e esforço do operador para
coleta da amostra. Portanto, é muito utilizada nas coletas de amostras con-
vencionais. Deve ser utilizada junto com o enxadão para coleta de amostras
em terrenos compactados e secos. Tem a vantagem de permitir a coleta de
elevado volume de solo, livre de contaminação de eventual material vegetal
da superfície.
Tópico 2
Amostradores automatizados
Os amostradores automatizados para coleta de solo são constituídos por dispositivos responsá-
veis por acionar, de forma hidráulica, elétrica ou pneumática uma haste que recolhe uma amostra
de solo. Pode ser acionado e transportado por quadriciclo ou por micro tratores, com retirada
sistematizada de amostras.
Quadriciclo: Com grande tendência de crescimento entre as empresas de trabalham com agricultura de
precisão, os quadriciclos podem ser utilizados para a coleta de diversos tipos de informações. Em geral,
esses veículos têm baixa manutenção, são ágeis, robustos e ocupam pouco espaço, facilitando o transporte
e permitindo acesso a diferentes áreas. Uma das desvantagens dessa forma de coleta é que nem sempre
o operador consegue acessar e limpar adequadamente o ponto de coleta. Nesse caso, é possível que o
amostrador recolha parte de vegetação presente na superfície e contamine a amostra.
Coletores acoplados a veículos: Outro produto que vem ganhando popularidade nas empresas são os
amostradores de solo acoplados a pequenos tratores ou em camionetes. Neles são adaptados coletores
automatizados que coletam grande número de amostras em diversas profundidades, com bastante facilidade
e rapidez. Possuem também dispositivos computadorizados para monitoramento da operação e também
receptores GPS, que permitem a localização das células dentro das malhas e a georreferência dos pontos
coletados. Esse método de coleta possibilita acondicionar as amostras em recipientes adequados para
transporte a longas distâncias. A haste que penetra no solo permite ainda analisar a compactação da área.
Se você quiser conhecer produtos de uma grande fornecedora de amostradores para agri-
cultura de precisão, acesse o site da Saci Soluções (www.sacisolucoes.com.br).
Uma técnica também possível de ser utilizada para coletar informações gerais sobre proprieda-
des químicas dos solos é a condutividade elétrica. A concentração de sais presente no solo pode
representar a presença de nutrientes que se dissolveram, sendo um indício de qualidade desse
solo. Alguns trabalhos relacionam o tipo de intensidade da condutividade elétrica com certos
elementos e até mesmo textura do solo.
Recapitulando
Nessa aula, você estudou que para o perfeito funcionamento das etapas da agricultura de preci-
são é muito importante se utilizar equipamentos adequados para a coleta de informações, a fim
de preservar as amostras que serão capazes de dar confiabilidade nos dados para os mapas de
variabilidade.
Existem diversas ferramentas para a coleta das amostras, e deve-se escolher sempre a mais
adequada de acordo com as condições locais, tipo de solo, grau de compactação, teor de água
e objetivo da análise.
Você está se encaminhando para o fim de mais um módulo do Curso Introdução à Agricultura de
Precisão. Nas próximas páginas, você vai encontrar a atividade de aprendizagem para verificar
os conhecimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no
Ambiente de Estudos para registrar as respostas no sistema, que também vai liberar o próximo
módulo de conteúdo! Siga em frente e aproveite bem a atividade!
Você chegou ao final do Módulo 5 do Curso Introdução à Agricultura de Precisão. A seguir, rea-
lizará algumas atividades relacionadas ao conteúdo estudado neste módulo. Lembre-se que as
respostas devem ser registradas no Ambiente de Estudos, onde você também terá um feedback,
ou seja, uma explicação para cada questão.
1. Na primeira aula desse módulo, você aprendeu que as técnicas de amostragem evoluíram de
acordo com a demanda gerada pela agricultura de precisão. Dessa forma, assinale a alterna-
tiva correta.
a) As amostras permitem estimar apenas uma parte da área, pois normalmente são peque-
nas.
b) A realização de uma amostra piloto serve para tomada de decisão utilizando apenas cri-
térios operacionais.
d) Por apresentar elevada variabilidade, é comum se trabalhar com erros de até 30% para
computar os erros na determinação do tamanho da amostra pelo método estatístico.
a) Os trados são os equipamentos mais utilizados para a coleta de diversas amostras visan-
do à elaboração de mapas.
b) Os trados penetram no solo mediante a percussão semelhante à forma utilizada para co-
leta com as sondas.
c) Os quadriciclos são veículos utilizados para coleta de amostra de forma rápida em gran-
des aéreas.
Introdução à Agricultura
de Precisão
» Módulo 6: Mapas de variabilidade
Chegamos à reta final do Curso Introdução à Agricultura de Precisão com um assunto muito
importante que permeou todos os módulos anteriores. Os mapas de variabilidade são uma fer-
ramenta básica da agricultura de precisão, pois é através deles que se pode planificar o manejo
do terreno a partir das necessidades específicas de cada subárea.
Ou seja, são eles que permitem “a precisão da agricultura”. É munido desses mapas que o produ-
tor adquire maior conhecimento sobre as limitações e potencialidades da sua área e pode tomar
as decisões mais acertadas para realizar o manejo de forma localizada.
Neste módulo, você vai revisar os conceitos sobre os vários tipos de mapas, cada um voltado para
necessidades específicas do agricultor. Revisará também que podem ser feitos de forma automáti-
ca ou semiautomática, dependendo do nível de equipamentos que a empresa disponibiliza.
Já a etapa de interpretação dos mapas não pode ser automatizada, e depende do preparo e
da capacidade de interpretação do produtor. É também a etapa da agricultura de precisão que
finalmente estabelece relações concretas de causa e efeito entre as condições do terreno e as
decisões que serão tomadas no manejo para promover a melhor produtividade de cada subárea.
Aula 1
A importância dos mapas de variabilidade para a agricultura
Neste módulo, você vai aprofundar conhecimentos sobre uma ferramenta que esteve presente em
todo o decorrer deste curso. Você já estudou que os mapas de variabilidade sintetizam toda a infor-
mação colhida por meio dos instrumentos de precisão e, assim, apresentam valiosas informações
para a tomada de decisão sobre a definição de zonas de manejo.
Sua principal função é dar ao produtor subsídios para analisar a variabilidade espacial e temporal do
terreno. Chegou a hora de revisar e arrematar o conhecimento sobre essa importante ferramenta!
No início deste curso, você estudou que toda propriedade rural deve ser vista como uma empre-
sa, com o objetivo de desenvolver uma agricultura cada vez mais moderna e eficiente. Para que
isso aconteça, torna-se necessário adotar critérios técnicos que permitam realizar uma gestão
adequada sobre os processos de produção adotados e, nesse aspecto, os mapas em geral são
grandes aliados, pois são uma representação da realidade em escala reduzida, reunindo infor-
mações sobre as características dos componentes agrícolas, como localização, intensidades etc.
Na agricultura, essa informação se torna muito valiosa tendo em vista a variabilidade das áreas
cultivadas. Essa variabilidade pode ocorrer devido a diversos fatores, como, por exemplo, dis-
ponibilidade de água e nutrientes, compactação ou adensamento, ataque de pragas, doenças e
plantas daninhas, problemas advindos com o mau uso das operações agrícolas etc. Todos esses
fatores podem interferir na produtividade das lavouras se não forem trabalhados adequadamen-
te. Para tanto, é fundamental que se conheça a intensidade e a localização exata de cada uma
dessas manchas dentro do talhão. E é nesse contexto que os mapas de variabilidade possuem
diversas aplicações.
Os mapas de variabilidade constituem uma importante etapa da agricultura de precisão, pois permitem a
visualização das variações espacial e/ou temporal através de manchas dentro dos talhões. Assim, o produtor
adquire um conhecimento melhor sobre as limitações e potencialidades da sua área e, por conseguinte, toma as
decisões mais acertadas sobre a realização das operações adequadas para realizar o manejo de forma localizada.
Os mapas de variabilidade permitem a definição das zonas de manejo, que são áreas que possuem
características semelhantes e por isso definem uma estratégia de manejo específica. Isso é muito importante
para otimização das aplicações de fertilizantes, corretivos e defensivos. Geralmente, elas são identificadas pelo
estudo de mapa de variabilidade temporal, pois não se modificam ou modificam muito pouco ao longo dos anos
Os mapas também representam a digitalização das áreas com suas características geograficamente
determinadas. Com isso, utilizando-se softwares adequados, é possível transferir essas informações
digitalizadas para uma máquina que, reconhecendo a sua localização e estando equipada com sensores em
válvulas específicas, faz a distribuição de fertilizantes, corretivos ou defensivos, de acordo com a necessidade e
localização das manchas. Trata-se da aplicação à taxa variável. Dessa forma, é possível otimizar os recursos de
produção, aumentando a produtividade e agredindo menos o meio ambiente.
Aula 2
Tipos de mapas variabilidades
Na aula anterior você pôde visualizar alguns tipos de mapa de variabilidade. Na prática, é possível
obter tipos de mapas, o que permite o estudo mais aprofundado sobre as características de deter-
minada área. Nesse caso, o produtor pode escolher pela elaboração dos mapas mais representa-
tivos para cada observação.
A princípio, toda informação é passível de ser medida e ter seu ponto de coleta georreferencia-
do no campo, gerando um mapa de variabilidade. Assim, pode-se afirmar que existem diversos
tipos de mapas de variabilidades. Eles podem ser classificados em mapas de variabilidade espa-
cial e temporal.
Eles representam uma tendência da média geral das observações feitas no campo através da
análise de áreas com maiores e menores concentrações. Entretanto, eles não explicam a causa
de tal variação. Para isso, é necessária a realização de estudos mais específicos sobre a área. De
modo geral, os mapas podem ter seis finalidades. Diferencie cada uma delas nas abas a seguir.
kg/ha ou sc/ha
Recapitulando
Nesta aula, você pôde entender que existem vários tipos de mapas e cada um deles tem impor-
tância determinada para cada necessidade específica do agricultor. É importante que para cada
etapa da agricultura de precisão se tenha um mapa para ser analisado.
Além da classificação típica: espacial e temporal, eles podem ser classificados como sendo de
isolinhas ou contorno e de símbolo ou ponto. Utiliza-se também a classificação de mapas de con-
dição, recomendação e de desempenho, além da classificação quanto aos fatores de produção
analisados.
Aula 3
Formas de elaboração de mapas de variabilidade
Até aqui, você pôde perceber a relevância do uso de diferentes tipos de mapas de variabilidade
para a tomada de decisão na Agricultura de Precisão. Para a elaboração desses mapas podem ser
empregadas várias técnicas, que vão influenciar diretamente na qualidade das informações apre-
sentadas. O produtor precisa identificar qual maneira de elaboração se adequa melhor às suas
condições e atende suas necessidades.
Tópico 1
Elaboração automática de mapas
A elaboração automática é feita por máquinas devidamente equipadas e torna o processo mais
rápido e barato. Porém, é necessário que se realize um processamento mais complexo para ajustes
de todo o equipamento e que os dados coletados sejam devidamente processados a fim de se
eliminar certos erros sistemáticos que normalmente estão associados a essa coleta.
Esses erros podem ser devido à regulagem e calibração do equipamento, a condições da lavoura
ou local de coleta, ao treinamento do operador etc.
Um tipo de mapa muito comum que emprega esse tipo de elaboração é o mapa de produtividade.
Nesse caso, as colhedoras realizam a pesagem do produto colhido e medem a área colhida, que é
representada pela largura da plataforma de corte e uma distância percorrida pela máquina, duran-
te cerca de três segundos.
De modo geral, são gerados até 1000 pontos ou medições por hectares, ou seja, cada ponto cor-
responde uma área entre 8 e 25 metros quadrados. Além disso, as máquinas possuem sensores de
umidade que fazem a leitura do teor de água presente nos grãos no momento da colheita, além de
radares para realizarem a leitura da velocidade de deslocamento.
Veja a seguir um exemplo de uma colhedora de cereais moderna e equipada com dispositivos
para elaboração de mapas de variabilidade da produtividade!
As máquinas colhedoras equipadas com tecnologia para a agricultura de precisão podem realizar
a pesagem dos grãos colhidos de algumas formas diferentes, como você estudou no Módulo 4 –
Sensores mais utilizados na agricultura. Uma delas é a medição do fluxo da massa de grãos/placa
de impacto. Quanto maior o impacto ou deslocamento da placa, maior é a produtividade no local
colhido. Todas as informações são monitoradas pelo operador através de um monitor existente
na cabina de comando. O monitor é ligado a um computador de bordo que, além dos mapas de
produtividade, elabora também mapas de umidade dos grãos e altitude do relevo. As informações
podem ser armazenadas em cartões de memórias e transferidas para o escritório.
Em geral, alguns softwares podem ser utilizados a para filtrar esses erros. Isso é indispensável para
a confiabilidade dos resultados
Tópico 2
Elaboração semiautomática de mapas
A elaboração de mapas da forma semiautomática envolve a realização de diversas etapas previa-
mente programadas que vão desde a coleta das informações no campo até a apresentação dos
mapas. Trata-se de uma forma mais demorada e, às vezes, de custo elevado, mas que pode tam-
bém apresentar valores mais confiáveis, pelo fato de possibilitar melhor gerenciamento e ajustes
entre as diferentes as etapas.
As amostras podem ser coletadas manualmente ou de forma automática, conforme descrito ante-
riormente. É muito importante que os pontos nos quais as amostras forem coletadas sejam georre-
ferenciados, determinando principalmente a longitude e a latitude. As amostras são levadas para
laboratório para a realização de análises específicas de acordo com o elemento a ser estudado,
como, por exemplo, teor de fósforo, potássio, nitrogênio, argila, silte, areia etc. Em seguida, cada
ponto georreferenciado no campo é associado a seu respectivo valor de concentração do elemen-
to apresentado pela análise do laboratório.
Por fim, os mapas podem ser elaborados através de um gráfico no qual os valores obtidos são
plotados em sistema cartesiano, onde, o eixo X é a longitude e o Y é a latitude. Essa é a forma mais
simples de elaboração de mapas de pontos ou símbolos. Pode-se, também, empregar softwares
que utilizam técnicas de geoestatística para o seu processamento.
Para que a informação seja analisada de forma mais adequada, é importante que sejam elabora-
dos diferentes tipos de mapas de uma mesma área.
Recapitulando
Nesta aula, você pôde perceber que existem diversas formas de elaboração de mapas de variabi-
lidade, divididas nas formas automática ou semiautomática. A elaboração automática é feita por
máquinas devidamente equipadas e torna o processo mais rápido e barato; requerendo processa-
mento mais elaborado a fim de se eliminar certos erros sistemáticos.
Aula 4
Interpretação dos mapas de variabilidade
Na aula anterior você examinou algumas formas de elaborar mapas de variabilidade. Depois que
estes estão prontos, inicia-se uma importante etapa, que é a interpretação. Ela deve ser realizada
por profissionais especializados em diferentes áreas e que tenham conhecimento sobre a área em
estudo. A tomada de decisão será mais robusta e embasada à medida que mais informações esti-
verem disponíveis para serem interpretadas.
Uma interpretação mais simplista e rápida pode ser feita a partir da análise de um único mapa
de recomendação de fertilidade. Nesse caso, pode-se tomar a decisão por realizar a aplicação de
maiores doses naquelas áreas com menores quantidades de nutrientes, visando “compensar” os
baixos níveis encontrados. Nas áreas que apresentam maiores concentrações, aplica-se menores
doses. Entretanto, é uma interpretação que pode levar à tomada de decisões equivocadas. Por
quê? Veja a seguir um exemplo típico.
Exemplo
Por que um mapa com altos níveis de fertilidade pode possuir baixa fertilidade? Porque
ele pode ter:
• déficit hídrico.
Acompanhe, a seguir, algumas dicas que podem facilitar o seu processo de obtenção e interpreta-
ção de mapas de variabilidade.
É uma etapa do trabalho que não permite automação, ou seja, deve ser realizada sempre por uma
ou mais pessoas.
Uma interpretação mais simplista e rápida pode ser feita a partir da análise de um único mapa,
entretanto a análise será mais completa e confiável quando o usuário tiver a seu dispor outras
informações (provindas de outros tipos de mapas da área) para serem comparadas e analisadas.
Nas próximas páginas, você vai encontrar a última atividade de aprendizagem para verificar os
conhecimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no Am-
biente de Estudos para registrar as respostas no sistema! Depois desta etapa, será iniciado o
processo para emissão do seu certificado. Siga em frente e aproveite bem a atividade!
Você chegou ao final do Módulo 6 do Curso Introdução à Agricultura de Precisão. A seguir, rea-
lizará algumas atividades relacionadas ao conteúdo estudado neste módulo. Lembre-se que as
respostas devem ser registradas no Ambiente de Estudos, onde você também terá um feedback,
ou seja, uma explicação para cada questão.
1. Considerando o que você aprendeu sobre a importância dos mapas de variabilidade, analise
a alternativa correta:
b) Mapas para visualização de isolinhas podem ser elaborados a partir da plotagem em sis-
tema cartesiano.
b) Manchas indicando baixa produtividade no início do talhão e nas áreas de cabeceiras po-
dem representar erros na coleta de informações.
c) Um único mapa é suficiente para tomada de decisão segura sobre a definição de manejo
localizado.
d) A tomada de dados de forma automática não pode conter erros, pois eles não podem ser
corrigidos.
Chegou o momento de você entrar no Ambiente de Estudos para realizar a atividade de aprendi-
zagem que lhe permitirá verificar os conhecimentos construídos ao longo deste módulo.
E lembre-se que, após finalizar a atividade de aprendizagem, o sistema vai verificar se você res-
pondeu todas as perguntas da pesquisa de satisfação para obter o certificado.
Sucesso!
Módulo 1 Módulo 4
1-C 1-A
2-A 2-A
3-C 3-C
Módulo 2 Módulo 5
1-C 1-C
2-C 2-C
3-A 3-C
Módulo 3 Módulo 6
1-C 1-C
2-C 2-C
3-B 3-C
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