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Imuno-Hematologia Analises Clínicas

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Atividade Contextualizada

IMUNO-HEMATOLOGIA
Discrepâncias da Classificação ABO

Pós-Graduação em Análises Clínicas


As principais discrepâncias nos resultados das
provas produzidas por falhas técnicas podem ser:

Falhas técnicas que produzem resultados falsos negativos nos testes:


• Esquecimento de adicionar antissoro na amostra;
• Relação inadequada soro/hemácia;
• Centrifugação incorreta;
• Incubação em temperatura inadequada;
• Na técnica em tubo, interpretar a hemólise como resultado negativo.
Falhas técnicas que podem produzir resultados falsos positivos nos testes:
• Centrifugação excessiva;
• Uso de reagentes;
• Hemácias ou solução salina contaminados;
• Vidrarias lavadas inadequadamente.

Resolução do problema: A primeira providência é repetir o teste de fenotipagem ABO. Ao repetir,


pode-se utilizar eritrócitos lavados com solução salina e reagentes novos. Se o resultado entre a prova
direta e reversa permanecer discrepante, testes adicionais devem ser realizados.
Discrepância na classificação ABO causada por
depressão ou ausência de anticorpos:

A Ausência ou baixa concentração de anticorpos naturais anti-A e anti-B está principalmente


relacionado com a idade, como em bebês antes dos seis meses de idade ou idosos, e
também em indivíduos imunossuprimidos.

Resolução do problema:

As reações fracas ou negativas podem ser repetidas após incubação por 30 minutos em
temperatura ambiente e, se a reação ainda for fraca ou negativa, incubar mais 30 minutos a 4 °C.
Discrepância na classificação ABO causada por
fraca expressão do antígeno:

Antígenos A e/ou B fracos: Os eritrócitos com fenótipos B(A) apresentam fraca expressão do
antígeno A em eritrócitos do grupo B, reagem fortemente com anticorpos anti-B e apresentam
fraca reação com antissoro monoclonal anti-A. Na prova reversa, esses eritrócitos apresentam
forte reatividade com eritrócitos A1 e A2, e o contrário acontece com o fenótipo A(B).

Figura: Exemplo de discrepância ABO na prova direta


pela presença do fenótipo fraco AxB. A prova direta
apresentou um resultado B e, na prova reversa, não é
observada a presença esperada de anticorpos anti-A,
demonstrando ser um indivíduo do grupo AB. Se a prova
reversa não fosse realizada, o resultado desta tipagem
sanguínea seria incorretamente liberado como B.

Resolução do problema:

Pode ser esclarecida utilizando-se técnicas de fixação e eluição, pesquisa dos antígenos ABH na
saliva, utilização de anti-A policlonal ou com clone diferente de MHO4. O fenótipo A(B) tem sido
identificado com anti-B monoclonal e foi associado com concentrações plasmáticas elevadas
do antígeno H e atividade plasmática da transferase H no soro, ou genotipagem do locus ABO.
Discrepância na classificação ABO causada por
Formação de 𝘳𝘰𝘶𝘭𝘦𝘢𝘶𝘹 eritrocitário:

A formação de 𝘳𝘰𝘶𝘭𝘦𝘢𝘶𝘹 é a causa mais comum de discrepância de tipagem sanguínea e


ocorre devido à alteração na proporção das concentrações de Albumina/globulina em
situações patológicas como mieloma múltiplo, crioglobulinemia, cirrose e hiperfibrinogenemia
causada por infecções.

Resolução do problema:

A diferenciação entre 𝘳𝘰𝘶𝘭𝘦𝘢𝘶𝘹 e aglutinação pode ser


realizada pela técnica de substituição do soro/plasma por
salina. Figura: Os eritrócitos aparecem ao
microscópio óptico empilhados como
moedas.
Discrepância na classificação ABO causada por
Poliaglutinação eritrocitária:

Ocorre quando os eritrócitos são aglutinados por quase todos os antissoros humano de
adultos. A poliaglutinação pode ocorrer devido à exposição dos eritrócitos a cripto-antígenos
(T, Tn, Tk ou Tx). Os cripto-antígenos são formados por uma mutação somática que resulta em
um antígeno eritrocitário incomum. A maioria dos soros humanos contém pelo menos
anticorpos anti-Tn.

Figura: Eritrócitos
poliaglutinados

Resolução do problema:

Pode-se usar lectinas como a Ulex europeaus - Anti-H e Vicia graminea - anti-N), já que
algumas têm especificidade para antígenos eritrocitários conhecidos e outras aglutinam
todas os glóbulos vermelhos.
Discrepância na classificação ABO causada por
Aglutinação inespecífica. Existem duas situações:

1. Pode ocorrer em amostras de sangue de cordão umbilical de recém-nascidos devido à


presença da geleia de Wharton, uma substância mucosa e espessa que protege os vasos do
cordão umbilical.
A fenotipagem de sangue de cordão umbilical deve ser realizada
após 6 a 8 lavagens com solução Salina (NaCl 0,9%) para evitar
Resolução do problema:
resultado falso positivo.

2. Por reações inesperadas com eritrócitos A1 e B (prova reversa). Pela presença de


autoanticorpos frios (p. ex., anti-I), aloanticorpos frios (p. ex., antim), anti-AI em indivíduos A2,
em pacientes transplantados, após transfusão de hemocomponentes contendo plasma e
formação de rouleaux.
Confirmação de:
. Anti-AI: Realização da prova reversa com eritrócitos A1, A2 e O.
Resolução do problema: . Subgrupo: Com lectinas anti-AI e anti-H.
. Aloanticorpos frios: Identificação de anticorpos irregulares com
painel de hemácias fenotipadas.
. A técnica de substituição do soro/plasma com salina pode ser usada
para diferenciar rouleaux de aglutinação específica.
Discrepância na classificação ABO: Conclusões e
abordagem das resoluções.

Como foi visto, a fenotipagem ABO é realizada de acordo com os antígenos eritrocitários e
anticorpos presentes no soro ou plasma. Para isso tem-se duas provas; direta e reversa.
A fenotipagem direta é realizada por meio de pesquisa de antígenos do sistema ABO nos
eritrócitos. A fenotipagem reversa é a pesquisa dos anticorpos do sistema ABO no soro ou
plasma do indivíduo.
A discrepância na classificação ABO acontece quando os resultados da prova direta e
reversa são divergentes. Foi relatado que esta discrepância pode ocorrer por diversos fatores
que podem ser técnicos ou intrínsecos dos eritrócitos e soro/plasma.
Por fim, foi analisado e confirmado que, apesar de as discrepâncias existirem e terem
complicações diferentes, estas podem ser solucionadas/resolvidas utilizando-se de uma
equipe bem treinada e continuamente atualizada na Imuno-hematologia.
Referência:
DA SILVA, P. H. et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Porto Alegre: Artmed,
2016.

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