Psiquiatria - 9º Período
Psiquiatria - 9º Período
Psiquiatria - 9º Período
Psicopatologia:
Psico = mente, psiquê é o estudo das “ditas” doenças
Pato = doença mentais
Logia = estudo
A entrevista psiquiátrica:
3. Súmula Psicopatológica:
. É o resumo do exame psíquico
. Corresponde a demonstrar as funções psíquicas e quais alterações ou não estão presentes
através de um termo técnico. Ex.: No exame psíquico: paciente com roupas largadas, odor
fétido, cabelo embaraçado; na súmula = aparência: descuidado
. Tudo que está na súmula deve ter sido descrito no exame psíquico
. Pode ser colocado intensidade (+++) e grau de certeza (delírio?)
1. Aparência:
Conceituando:
. Geralmente é a primeira função psíquica avaliada pelo examinador
. Se refere basicamente aos cuidados estéticos e higiênicos do paciente
. Rosto, olhos e olhar, cabelos, pelos faciais e unhas, dentes, odor, roupas, postura, corpo.
Como classificar?
Forma 1:
. cuidada ou
. descuidada, ex.: depressão
Forma 2:
. adequada;
. bizarra (excêntrica, extravagante): qualitativamente diferente do esperado para a ocasião
. exibicionista: exibição do corpo para sedução, ex.: fase maníaca do Transtorno Bipolar
Alterações da atitude:
. atitude não cooperativa: termo vago e impreciso
. atitude suspicaz ou de desconfiança (muito comum): suspeito sobre o médico e ambiente. Ex.:
Esquizofrenia
. atitude hostil: ameaça, briga corporal
. atitude querelante: discussão por achar algo errado
. atitude reivindicativa: reivindica algo
. atitude manipuladora: manipula para obter alguma vantagem
. atitude simuladora: criação de sintomas não verdadeiros
. atitude dissimuladora: paciente esconde sintomas
. atitude invasiva: paciente quer informações sobre a vida pessoal do médico, presente em
quadros típicos de transtorno bipolar
. atitude evasiva: evita responder as perguntas sem ser explícito, presente em quadros
depressivos
. atitude indiferente: não se importa com a entrevista
. atitude esquiva: não quer contato social
. atitude inibida: não encara o examinador
. atitude desinibida: facilidade no contato, as vezes inconveniente
. atitude irônica: piadas e tom de voz refletindo arrogância (quadros de mania)
. atitude jocosa: piadas (quadros de mania)
. atitude lamuriosa: queixas intermináveis (quadros depressivos)
. atitude dramática: reflexo de hiperemotividade
. atitude teatral: chamar atenção
. atitude sedutora: tenta despertar interesse no examinador
. atitude pueril: infantil
. a. gliscróide: grudenta
. a. submissa: aceita tudo o que o examinador fala
. a. expansiva: trata médico como se fosse íntimo
. a. amaneirada: com trejeitos
. a. negativista/oposição: não quer participar da entrevista
Ex.: Exame Psíquico – “... durante toda nossa conversa, paciente interagiu de forma adequada e
em nenhum momento pareceu sonolento, mantendo-se desperto durante toda a entrevista”
Súmula – Consciência: clara
4. Consciência de Morbidade:
Introdução:
. é o entendimento que o indivíduo tem acerca do seu próprio estado de saúde
. Reconhecimento de:
.. uma doença o está acometendo
.. a doença é mental e não física
.. determinados comportamentos ou vivências são anormais
. IDEAL: Consciência de Morbidade >> Adesão ao tratamento
Lembrar que sempre há uma relação direta entre consciência de morbidade e adesão ao
tratamento:
. ausência de consciência de morbidade – paciente se trata por atribuir significado falso à
medicação ou por pressão familiar
. presença de consciência de morbidade – largar o tratamento por conta de efeitos colaterais,
por achar ineficaz etc.
Alterações:
. presença de consciência de morbidade
. ausência de consciência de morbidade
. consciência parcial de morbidade – pode ser usada como forma para conseguir medicar o
paciente
EX.: Exame Psíquico – “... durante a conversa, paciente afirmou que não entendia o motivo de
ele estar no hospital e que não iria tomar nenhum medicamento porque estava sendo
perseguido e outros é que deveriam estar internados...”
Súmula – Consciência de morbidade: ausente
EX.: Exame Psíquico – “... paciente relatava estar sendo perseguido por extraterrestres e
quando foi oferecida medicação, afirmou que iria tomá-la porque aquilo poderia deixar ele
menos nervoso para melhor suportar tal perseguição...”
Súmula – Consciência de morbidade: parcial
Alterações Qualitativas:
Hipertenacidade + hipovigilância:
. também conhecida como: rigidez de atenção, distração, estreitamento da atenção
. indivíduo foca, com aumento da atenção voluntária. Ex.: ler um livro, fazer uma tarefa,
quadros histéricos
Obs.: Despolarização da atenção – a atenção se volta a uma vivência interna, por exemplo, na
depressão (normalmente, é hipo + hipo, eventualmente ta hipertenai “para dentro”), TOC,
pânico
Hipervigilância + hipotenacidade:
. também conhecido como: labilidade da atenção e distraibilidade
. indivíduo não consegue sustentar a atenção voluntária. Há predominância da atenção
espontânea, por exemplo, na ansiedade, quadros maniformes, TDAH, delírios persecutórios,
intoxicação por cocaína.
Alterações Quantitativas:
Hiperprosexia (hipertenacidade + hipervigilância): mais teórico do que prático
. é o aumento global da atenção
Hipoprosexia (hipotenacidade + hipovigilância):
. é a diminuição global da atenção - ex.: depressão, sonolência, tédio, delirium, demência
. tenacidade: fatigada
. vigilância: aumento do limiar para desviar atenção
Aprosexia:
. abolição da atenção – ex.: sono e coma
EX.: Exame Psíquico - “... conforme conversávamos, qualquer fator externo que acontecia, fazia
o paciente parar o que estava falando e começava a interagir com o ocorrido. Isso aconteceu
por diversas veze durante a consulta, de tal forma que o paciente pedia para refazer as
perguntas inúmeras vezes”
Súmula – Atenção: hipervigil e hipotenaz
6. Orientação:
Classificação:
Autopsíquica – para dentro:
. orientação quanto a si: nome, idade, DN, profissão, estado civil
. Poderia ser classificada em consciência da identidade do Eu
Alopsíquica no tempo – para fora:
. é a orientação adquirida mais tardiamente e que primeiro se perde.
. avaliada pelo momento cronológico (hora do dia, turno do dia, dia da semana, mês e ano; mais
fácil pra mais difícil: Ano, mês dia da semana, dia do mês e etc.)
. avaliada pela duração e continuidade temporal: Quanto tempo está no local, quando se
alimentou pela última vez?
Alopsíquica no espaço:
. significa saber onde se está: Instituição, bairro, rua, andar.
. tipo de lugar, nome do lugar e onde se situa o lugar
7. Memória:
Definição: Memória é a capacidade de registrar, conservar e evocar as experiências/fatos já
ocorridos (perceptivos, motores, pensamentos e sentimentos).
Classificada em:
Memória biológica ou cognitiva
Memória genética
Memória Imunológica
Memória Cultural
Alterações Quantitativas:
Definição Geral: podem ser classificadas em amnésia, hipomnésia e hipermnésia (capacidade de
decorar as coisas)
Classificação:
. Quanto a extensão do conteúdo: generalizada, lacunar e seletiva
. Quanto ao tempo em que as memórias pretencem: anterógrada, retrógrada e
retroanterógrada
Amnésia ou Hipomnésia anterógrada (ou de fixação):
. prejudica a capacidade de fixação de novas informações.
. ex: não lembrar de onde passou, não reconhecer alguém que acaba de conhecer etc/ hipo: uso
de maconha e depressão
Amnésia ou Hipomnésia retrógrada (ou de evocação):
. prejudica a recordação de memórias fixadas
. ex.: histeria
Amnésia ou hipomnésia retroanterógrada (ou mista ou fixação-evocação):
. forma mais comum/ hipo: TCE
Hipermnésia anterógrada:
. alta capacidade de armazenamento de novas informações, processo mecânico
. ex.: autismo e retardo mental
Hipermnésia retrógrada:
. capacidade aumentada de lembrar de informações do passado
. ex.: síndrome maníaca, EQM
Hipermnésia lacunar:
. rememoração de um episódio no tempo
. ex.: acidente no TEPT, ataque de pânico
Hipermnésia seletiva:
. rememoração de um episódio
. ex.: depressão (fixa-se em algo ruim), mania, delírio etc
8. Afeto:
Definição:
. É a dimensão psíquica que da cor, brilho e calor as experiências humanas.
. Agradáveis: satisfação psíquica e corporal
. Desagradável: não satisfação das necessidades psíquicas e/ou corporais
O que é afeto?
Humor ou estado de ânimo – é longitudinal:
. Definição 1: é o estado emocional de base ou de fundo do indivíduo (tônus afetivo basal) em
um determinado momento
. Definição 2: é o somatório ou síntese dos afetos presentes na consciência em um determinado
momento
. Definição 3: é uma lente afetiva que permeia as experiências afetivas e dá colorido e sentido a
elas (ampliando ou diminuindo)
. Outras características:
.. é difuso (não relacionado a um objeto específico, geralmente persistente e não reativo)
.. tem características psicossomáticas (mente e corpo)
. Apresentação:
.. oscila entre alegria, tristeza e irritabilidade; ansiedade e calma
.. disforia: humor desagradável
Emoções:
. são reações afetivas agudas, de curta duração e grande intensidade desencadeada por
estímulos significativos. Internos ou externos; conscientes ou inconscientes
. inclui reações psicossomáticas
Sentimentos:
. “perceber através dos sentidos”
. vivência afetiva estável, menos intensa e menos dependentes de estímulos
. é um fenômeno mais mental do que somático
. Associado à conteúdo intelectual:
.. depende da linguagem e cultura para ser expresso. Ex.: saudade
. Classificação:
.. da esfera da alegria: euforia, satisfação
.. da esfera da tristeza: melancolia, saudade7
.. da esfera da agressividade: raiva, rancor
.. da espera da atração pelo outro: amor, carinho
.. associados ao perigo: temor, receio
.. narcísico: orgulho, arrogância
Afetos
Paixões
Alterações Quantitativas:
Hipobulia:
. diminuição da atividade conativa
Abulia:
. ausência completa de atividade conativa
Obs.: O aparecimento de hipobulia/abulia, se verifica:
. falta de energia, fraqueza, indisposição, fadiga;
. apatia (indiferença afetiva)
. dificuldade de tomar decisões
. perda da iniciativa e da espontaneidade
. inibição de psicomotricidade
Diminuição dos impulsos específicos:
. sono: insônia
. apetite: diminuição do apetite ou ausência de apetite (anorexia)
. libido: diminuição do libido
10. Pragmatismo:
Conceitos:
. é a capacidade de colocar em prática e concluir aquilo que foi decidido pela conação.
.. se identifica aquilo que o paciente quer e se propõe a fazer e, avalia-se se ele conseguiu seus
objetivos finais.
. é uma forma direta de se avaliar a vida psíquica como um todo.
. Alteração: Hipopragmatismo e apragmatismo. Todas as doenças da psiquiatria cursam com
hipopragmatimos.
11. Psicomotricidade:
Definições:
. a psicomotricidade está diretamente ligada à conação. Ela é a quarta etapa do processo
volitivo – a execução.
. é, portanto, a expressão final do processo de voliação
Alterações Quantitativas
12. Linguagem:
Funções da linguagem:
. comunicação
. expressão do pensamento, das emoções e sentimentos
. transmissão de conhecimento
. dimensão artística
. tradução de estímulos externos
14. Sensopercepção:
O que é sensopercepção?
. é a integração entre a sensação (passiva) e a percepção (ativa). Ex.: sensação pelo estímulo
visual de uma estrutura com folhas percepção de que é um livro (somente se a pessoa já viu
um livro na vida)
. é a primeira etapa no processo de cognição de reconhecimento do mundo externo
. lida com objetos reais.
Alterações Qualitativas:
Ilusão:
. deturpa algo que já existe, quaisquer orgao. O objeto é real.
Alucinações:
. percepção clara e definida de um objeto, sem o objeto real.
.. paradoxo: percepção sem o objeto (sensação)
. Classificação quanto ao tipo:
.. verdadeira, pseudoalucinações, alucinação negativa
. Classificação quanto as vivências:
.. visuais, auditivas, etc
Pareidolia:
. completa uma imagem que já existe; ter uma nuvem e ver um bicho?
Sinestesia:
. troca de órgão dos sentidos, sente o cheiro da cor.
Tipos de Alucinações:
Verdadeiras:
. são alucinações da imagem perceptiva real (apresentam todas as características de uma
imagem real)
. plena convicção da realidade da imagem
. tem corporeidade e localização no espaço objetivo externo
Vivências Alucinatórias:
Alucinações auditivas: são as mais frequentes no quadros psiquiátricos
. Simples: ruidos (Linnitus) zumbido, cliques, estalidos, sibilos, campainha
. Complexas:
.. auditivo-verbais (composta por frases): vozes de conteúdo depreciativo, perseguição (mais
comum); vozes, as vezes, com conteúdo positivo; vozes que comandam (alucinações
imperativas); vozes que comentam ações; vozes que dialogam entre si; pode ser do sexo
feminino ou masculino
.. musicais: ritmos, melodias etc; contínuas ou intermitentes.
Alucinações visuais:
. Simples: fotopsias (cores), escotomas
. Complexas: figuras, imagens de pessoas, entidades, objetos inanimados
Gustativas e Olfativas:
. gosto e odores estranhos: podre, fezes, lixo, veneno etc
Táteis:
. Térmica, dolorosa, hídrica – queimadura, choquem, pequenos animais andando na pele.
Alucinações Cenestésicas (ou viscerais):
. as sensações anormais envolvendo diferentes partes do corpo órgãos internos.
. Ex: órgãos podres, órgãos encolhedo, bicho dentro do peito, radiações atingem o corpo,
órgãos genitais sendo tocados etc.
Alucinações Cinestésicas:
. envolvem sensação de movimentos (ativo ou passivo) de uma parte (ou todo o corpo)
. ex: voar, girar, afundar, encolher o braço etc
15. Pensamento:
Processo de pensar:
. curso: . conteúdo:
.. velocidade .. temática
.. ritmo .. qualidade
.. quantidade de ideias .. caracterísitca das ideias
. forma: .. é o assunto em si
.. estrutura (realção entre as ideias)
.. arquitetura
Alterações do Processo de Pensar:
Curso do Pensamento:
. Lentificação do pensamento
. Aceleração do pensamento
. Bloqueio ou Interrupção do pensamento: roubo do pensamento (vivência
de influência)
Forma de ideias:
o Fuga de ideias:
. ocorre com aceleração do pensamento (pode ser uma alteração do curso)
. perturbação dos juizos e conceitos
. as ideias, muitas vezes se associam por:
.. assonância
.. estímulos externos
. maioria dos autores: apesar do afastamento progressivo da ideia
princiapal, há uma preservação da coerência final do relato.
o Desagregação do Pensamento:
. perda do sentido lógico na associação de ideias
. associações incompreensíveis, discurso incoerente e, muitas vezes,
ininteligível
. sinônimos: afrouxamento associativo, descarrilhamento, desagregação,
incoerência etc
16. Delírio
:
Definições:
. são juízos patologicamente falsos
. é um erro de ajuizar, cuja base é uma doença mental.
Karl Jasperns (1987): hoje, na prática, não se observa desta forma.
Convicção extraordinária:
. certeza subjetiva absoluta
. não se pode colocar em dúvida
Não susceptível à influência:
. provas explícitas, argumentos, lógicos não são capazes de modificar o
delírio
. é irremovível
Conteúdo impossível:
. aspecto mais marcante: a impossibilidade do conteúdo.
Temas do delírio:
. os temas do delírio são contemporâneos
. está relacionado aos problemas que aflingem o ser humano em um dato
contexto
. um mesmo delírio pode ser enquadrado em diferentes categorias.
Perseguição:
. é o mais comum
. está sendo perseguido por pessoas conhecidas ou não (vizinho, família,
polícia, máfia etc)
. querem matá-lo, envenená-lo, prejudicá-lo etc
. seria um mecanismo de projeção?
De referência:
. interpreta fatos normais, cotidianos, como sendo referentes à si.
. ex.: passar por um grupo de pessoas e acreditar que falam dele. Ou ouve
que estão falando mal (associado a alucinação)
Vivência de Influência (delírio de influência):
. indivíduo experiencia controle externo sobre si. Ex.: raio que controla,
chip, outro ser
. também é comum haver influências sobre partes do corpo
. é uma ruptura das relações entre Eu-mundo.
Delírio de grandeza:
. é o segunto tipo mais comum
. indivíduo sente ser dotado de poderes especiais, de que é especial, tem
uma missão
. geralmente associado a autoestima elevada
. comum em mania e esquizofrenia
Delírio Misto:
. indivíduo crê ser especial (enviado de Deus, um messias etc).
. DD: ideias prevalentes de religião
Delírio de ruína:
. acredita que vive em um mundo repleto de desgraças
. ex.: financeira, fome, fracassos etc
Delírio de culpa:
. sentimentos de ser culpado por acontecimentos diversos
. ex.: ser irresponsável, ter cometido algo errado, pecaminoso etc
Delírio de ciúmes ou infidelidade: teor amoroso
. indivíduo acredita estar sendo traído o tempo todo
. DD: ideia prevalente/ciúme obsessivo
. ex.: transtorno delirante, alcoolismo crônico
Delírio erotomaníaco (erótico ou Clerambault): teor amoroso
. acredita que uma pessoa está apaixonada por ela
. geralmente status social superior (pex: médico)
. ex: transtorno delirante
SAÚDE MENTAL
Grandes Síndromes Psiquiátricas:
Conceitos:
Uma síndrome é um conjunto de sinais e sintomas que definem uma
determinada patologia ou condição
Em psiquiatria os sinais e sintomas que levam a um diagnóstico sindrômico
é obtido através de:
. anamnese, principalmente HDA – se for relacionada à situação atual
. exame psíquico e súmula (momento da entrevista – corte transversal)
As síndromes psiquiátricas se manifestam com alterações em diversas
funções psíquicas, porém, o que direciona o diagnóstico é o entendimento
de quais funções estão primariamente alteradas (e quais se destacam no
quadro clínico do paciente).
Levamos em consideração:
. o que surgiu primeiro no quadro clínico
. o que é mais evidente na sintomatologia do paciente
. integração de todos os quesitos de uma história psiquiátrica
Exemplificando:
. Um paciente pode apresentar sinais e sintomas de uma possível síndrome
depressiva (humor deprimido e falta de prazer) e de uma síndrome
psicótica (delírios e alucinações).
. Como identificar em qual síndrome ele se encaixa melhor no momento?
1. Saber quais sinais e sintomas corresponde a qual síndrome psiquiátrica
2. Saber o que ocorreu primeiro (depressão ou psicose?)
3. Saber o que está predominando no quadro
4. Integrar todos os dados da anamnese (HDA) e exame psíquico
São descritas a seguir as principais funções psíquicas das Síndromes
Psiquiátricas:
. nenhuma alteração isolada de função psíquica dá um diagnóstico
sindrômico ou nosológico
. podem ocorrer alterações diferentes do descrito, pois cada indivíduo é
singular em suas manifestações psicopatológicas e não podemos e nem
devemos enquadrá-los de forma tão exata – “conjunto da obra”
. as funções psíquicas principais de cada síndrome “arrastam” as demais
funções psíquicas
. uma síndrome pode contemplar diagnósticos nosológicos diferentes, bem
como uma entidade nosológica pode pertencer a síndromes diferentes em
momentos diferentes.
As Grandes Síndromes Psiquiátricas:
. Psicótica . Maníaca
. Depressiva . Ansiosa
Síndrome Psicótica:
O que é psicose?
. “desregulação/fragmentação/desarticulação entre os fatores que compõe
a personalidade”
. “é a perda da distinção entre a realidade interna e realidade externa”.
Realidade interna: pensamentos, sentimentos e emoções; realidade
externa: compartilhado com todos.
Principais funções alteradas na Síndrome Psicótica:
. pensamento = conteúdo – delírio
. sensopercepção = alucinação, principalmente, auditiva
. outras:
.. alteração na forma do pensamento = desorganizado
.. alteração da consciência do Eu
.. alteração da consciência de morbidade: geralmente ausente
.. alteração na atenção: hipervigilância
.. desagregação do pensamento
.. falsa orientação alopsíquica
Síndrome delirante-alucinatória:
. é a síndrome psicótica propriamente dita
Síndrome paranoide/delirante:
. delírios com ausência de outras manifestações psicopatológicas
significativas
Síndrome Alucinatória:
. não se acompanha de atividade delirante
Síndrome Maníaca:
Principais funções alteradas na síndrome maníaca:
. humor: exaltado, irritável, alegre, eufórico
. vontade: hiperbulia
. atenção: hipervigilância com hipotenacidade
. pensamento: aceleração do curso, fugo de ideias
. outras:
.. agitação psicomotora .. impulsividade
.. aparência bizarra .. diminuição da necessidade
.. atitude desinibida, jocosa, do sono
irônica, hostil .. aumento de libido
.. logorreia, hiperfonia .. aumento de energia
.. consciência de morbidade .. grandiosidade
ausente
Em um curso de Síndrome Maníaca:
. podem ocorrer sintomas psicóticos:
.. geralmente são congruentes com humor (grandeza, por exemplo)
.. não são mais proeminentes que as alterações do humor
.. são, portanto, sintomas secundários.
Síndrome Ansiosa:
É composta por alterações cognitivas e sintomas somáticos:
. cognitivo: sensação vaga e difusa, desagradável, de apreensão ou tensão
expectante
. somático: taquicardia, sudorese, tensão muscular, tremor
Principais funções alteradas na Síndrome Ansiosa:
. humor: humor ansioso, exaltação afetiva
. psicomotricidade: inquietação psicomotora
. outras:
.. hipervigilância e .. alteração de concentração
hipotenacidade .. aceleração do curso do
.. logorreia pensamento
.. diminuição da latência de .. insônia
resposta .. diminuição ou aumento do
.. hipomnésia anterógrada apetite
(de fixação) .. sintomas físicos diversos
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE:
Exemplos:
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
Transtorno Compulsivo Obsessivo (TOC)
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT)
Entre outros.
Definição:
É uma vivencia cotidiana comum a todas as pessoas, presente desde o início da humanidade,
relacionada à sobrevivência.
. Reação de luta x fuga x paralisa
. Ansiedade leva a melhor produtividade e motivação sem paralisar o indivíduo. Se paralisa,
deixa de ser normal e se torna patológico.
A ansiedade capacita as pessoas a lidar com as adversidades, sendo um sinal de alerta de uma
ameaça externa ou interna.
“Sensação difusa, desagradável e vaga de apreensão, muitas vezes acompanham de
sentimentos autonômicos (taquicardia, tremor etc)”
Ansiedade normal:
. leva ao aumento da produção
. leva ao aumento da motivação
. não paralisa o individuo
. prepara o individuo para lidar com as adversidades
. apresenta sintomas somáticos e cognitivos (geralmente leves)
. sensibilidade individual
. geralmente autolimitada
Ansiedade patológica
. intensidade
. frequência
. duração
. desproporcional ao estimulo
. desadaptativa
. sofrimento
. prejuízo funcional
. pré-disposição neurobiológica herdada
Sintomas de ansiedade:
Sintomas centrais:
. ansiedade/medo: pânico, fobias
. preocupações: sofrimento ansioso, expectativa apreensiva, obsessão
Sintomas secundários – de acordo com o transtorno de ansiedade específico:
. irritabilidade
. tensão muscular
. ataques de pânico
Ansiedade X Depressão:
. compartilham os mesmos circuitos e neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e
circuitos funcionas)
. podem ser comorbidades entre si (transtorno de ansiedade + transtorno depressivo). Ex.: TAG
+ TDM
. podem compartilhar sintomas comuns:
.. alteração do sono
.. alterações de concentração
.. fadiga
.. alteração de psicomotricidade
Causas biológicas para transtornos de ansiedade:
Sistema Nervoso Autônomo:
. estimulação causa sintomas cardiovasculares, musculares, gastrointestinais e respiratório
. alguns pacientes com transtornos de ansiedade (especialmente pânico) têm aumento do tônus
simpático, se adaptam lentamente à estímulos repetitivos e respondem de maneira exagerada
à estímulos moderados.
GABA:
. é o principal neurotransmissor inibitório do SNC
. benzodiazepínicos (ansiolítocos) = melhoram ansiedade
. antagonistas benzodiazepínicos = crises de ansiedade
Noradrenalina:
. sintomas noradrenérgicos: reação de sobressalto, ataques de pânico, insônia
. desregulação noradrenérgica = ansiedade
. medicamentos que atuam no sistema noradrenérgico podem piorar ou melhorar a ansiedade
. Locus ceruleus – projeções noradrenérgicas para córtex cerebral, sistema límbico, medula e
tronco estimulação (ansiedade) e inibição (melhora ansiedade)
Serotonina:
. antidepressivos serotoninérgicos = melhoram os sintomas de ansiedade
. agonista parcial serotoninérgico = melhora ansiedade
. núcleos da Rafe – projeções para o córtex, sistema límbico (amigdala e hipocampo) e
hipotálamo
. ansiedade por drogas serotoninérgicas (LSD, MDMA)
Eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal:
. Estresse psicológico = aumento de cortisol
.. aumento agudo: reabastece energia, aumenta memória, vigilância e atenção, diminui a
resposta imune
.. aumento crônico e excessivo: hipertensão, osteoporose, imunossupressão, dislipidemia,
aterosclerose e doença cardiovascular
. desregulação no TEPT
Hormônio Liberador de corticotrofina (CRH):
. responsável pela resposta ao estresse
. estresse aumento CRH – ativa eixo HHA – aumenta cortisol
Neuroanatomia:
. sistema límbico
. córtex cerebral
. alterações estruturais cerebrais
. alterações neurofuncionais cerebrais
Modelo estresse-dátase
. interação de fatores genéticos e ambientais
Sintomas de TAG:
Sintomas centrais:
. ansiedade generalizada/medo
. preocupações generalizadas
Sintomas secundários:
. sono: insônia, principalmente, inicial
. irritabilidade
. tensão muscular
. fadiga
. concentração: “brancos na mente”
Características:
É o protótipo dos transtornos de ansiedade
É um transtorno de ansiedade crônico e flutuante (flutuante = de férias, está bem e no trabalho
está pior)
Ocorre em diversas situações ou eventos rotineiros (na casa, no trabalho, nos relacionamentos
etc)
Muitas vezes confundido com a personalidade do indivíduo
Epidemiologia:
Prevalência de 3% na população no ultimo ano e de 5 a 10% ao longo da vida
Segundo transtorno de ansiedade mais comum
Mulheres são 2x mais afetadas que os homens
Mais comum em países desenvolvidos
Idade de início: 3ª década de vida (mais tardio em relação a outros transtornos de ansiedade) –
é raro antes da adolescência
Aumenta em 6x o risco de ideação suicida e 2x o risco de tentativa de suicídio
Curso:
Sintomas tendem a ser crônicos, com remissões e recidivas.
Remissão completa é muito rara
Diferença no conteúdo de acordo com a faixa etária:
. crianças: escola, desempenho esportivo, pontualidade, eventos catastróficos
. adultos: problemas de saúde e da família
Diferença na gravidade de acordo com a faixa etária:
. quanto mais jovem, maior a gravidade
Risco de depressão aumenta com o tempo de doença
Geralmente indivíduos demoram uma década até o início do tratamento correto:
. desconhecimento da doença (personalidade)
. barreiras no sistema de saúde
Comorbidades (é regra):
77% apresentam comorbidades com depressão unipolar em algum momento da vida (50%
causa; 50% consequência)
Feminino: maior associação com transtorno de humor e ansiedade
Masculino: maior associação com dependência de substâncias
Risco maior para doenças clínicas – asma, úlcera, SII, doenças cardiovasculares e enxaqueca.
Tratamento:
Psicoeducação:
. explicar sobre a doença e seus sintomas
. Melhora da alimentação
. incentivar a prática de exercícios físicos
. cessação do tabagismo
. diminuir uso de estimulantes como cafeína e estimulantes para malhação
. hábitos saudáveis no dia-a-dia
Manejo da ansiedade:
. respiração diafragmática
. relaxamento muscular progressivo
. treino assertividade
. higiene do sono
. manejo no tempo
Tratamento da preocupação excessiva:
. questionar e reconstruir preocupações
. meditação (mindfulness)
. exposição a preocupações e desfechos imaginários
Tratamento farmacológico:
Antidepressivos:
. IRSI: fluoxetina, sertralina, paroxetina, citalopram, escitalopram, fluvoxamina
ansiolóticos: mais usados no início do tratamento ou em casos de crise de ansiedade por terem
ação mais rápida do que antidepressivos.
. benzodiazepínicos (com cautela)
. buspirona
anticonvulsivante:
. gabapentina
. pregabalina
B. Transtorno De Pânico:
Introdução:
É um protótipo do transtorno de ansiedade que se manifesta com crises agudas
Muitos sintomas sintomáticos de grande intensidade e curta duração, que são recorrentes
Distorções cognitivas
O que um ataque de pânico – Diagnóstico DSM 5:
1. Paliações, coração acelerado, taquicardia
2. Sudorese
3. Tremores ou abalos
4. Sensação de falta de ar ou sufocamento
5. Sensação de asfixia
6. Dor ou desconforto torácico: diagnóstico diferencial de síndrome coronariana
7. Náuseas ou desconforto abdominal
8. Sensação de tontura, vertigem ou desmaio.
9. Calafrios ou ondas de calor
10. Parestesias (anestesia ou sensação de formigamento)
11. Desrealização ou despersonalização: sensação de estranhança em relação a si e em relação ao
mundo, respectivamente
12. Medo de perder o controle ou enlouquecer
13. Medo de morrer
. podem ser vistos sintomas específicos (pex tinido, dor na nuca, cefaleia, gritos ou choro
incontrolável)
. é um surto abrupto de medo ou desconforto eu alcança um pico em minutos e durante o qual
ocorrem quatro ou mais dos sintomas acima – diagnóstico DSM 5
Definições de AP:
Não é transtorno mental
Pode ocorrer ataques de pânico:
. em qualquer transtorno de ansiedade (TEPT, TOC etc)
. em qualquer outro transtorno mental (depressão, abuso de substâncias etc)
. em condições médicas diversas (hipertireoidismo, DPOC etc)
Características do AP:
Os critérios diagnósticos apresentam 11 sintomas físicos e 2 sintomas cognitivos
O pico de ansiedade ocorre em minutos
O ataque pode vir de um estado calmo ou ansioso e retornar ao estado basal
A intensidade indenpende da ansiedade precedente
Existem 2 tipos de ataques de pânicos:
. esperados: fator desencadeante identificável
. não esperados: sem gatilho óbvio (ataque de pânico noturno, por exemplo)
O AP precisa ter um inesperado para fazer o diagnóstico
Epidemiologia:
É o 3º transtorno de ansiedade mais comum, ficando atrás apenas das fobias e TAG
Prevalência ao longo da vida de 3,5%
Prevalência de ataques de pânico é 3 a 6 vezes maior que o Transtorno do Pânico
Início: de 20 a 24 anos
. raros na infância
. casos podem acontecer depois dos 45 anos
. no idoso é raro
Curso: crônico – se não tratado – com oscilações
3x mais comum em mulheres
Mulheres tem maior risco de comorbidade com depressão maior e TAG
1/3 dos pacientes com TP tem comorbidade com agorafobia (medo exagerado de ter crise de
ansiedade e não tem para onde fugir ou não ter ninguém perto para ajudar)
Diagnóstico – DSM 5
1. Ataques de pânico recorrentes e inesperados
2. Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês (ou mais) de um ou ambas das seguintes
características:
. preocupação sobre novos ataques ou a consequência dos ataques. “vou enlouquecer”, “vou
perder controle”, “vou ter um ataque cardíaco”
. mudança desadaptativa no comportamento relacionado ao ataque. Esquiva de exercícios ou
situações desconhecidas
3. A perturbação não é consequência de efeito direto de substâncias ou outra condição médica
. droga de abuso
. medicamentos
. doenças, como hipertireoidismo, doenças cardiopulmonares
4. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental
. transtorno de ansiedade social
. fobia específica
. TOC
. ansiedade de separação
. TEPT
O que é Agorafobia?
É a presença de ansiedade quando se está em locais ou nos quais poderia ser difícil ou
embaraçoso escapar. Na eventualidade de um ataque de pânico ou sintomas tipo pânico nessas
situações, o auxílio pode não estar disponível.
Grande parte do indivíduos com TP evoluem para Agorofobia
Tratamento:
Objetivos:
. reduzir a frequência e intensidade dos sintomas
. tratamento das comorbidades
. melhora da qualidade de vida dos pacientes
. duração de 1 a 2 anos
C. Transtorno Obsessivo-Compulsivo:
Introdução:
É um transtorno altamente frequente:
. 1,6 a 2,3% das pessoas ao longo da vida
. até 10% dos pacientes ambulatoriais de clínicas psiquiátricas
. 4º diagnóstico psiquiátrico mais comum
. 3 a 4 milhões de portadores no Brasil
Tende a ser crônico e pode levar a incapacidade funcional:
. sintomatologia sobre flutuações ao longo da vida com remissões e exacerbações
. 10% das pessoas acometidas encontram-se incapacitadas para atividades – sobrecarga para
família e serviços de saúde.
Busca para o tratamento é tardia:
. indivíduo demora anos para procurar tratamento após início dos sintomas por vergonha, falta
de insight, problemas dos serviços de saúde para diagnosticar
Em relação a idade:
. início na adolescência (por volta dos 20 anos de idade)
. geralmente é insidioso (muitas vezes imperceptível)
Em relação ao gênero:
. infância e adolescência: mais comum em homens; 20% dos homens tem o transtorno antes
dos 10 anos
. após: H=M (ligeiramente superior no sexo feminino)
. homens tem maior probabilidade de ter transtorno de tique associado
Tratamento:
Terapia Cognitivo Comportamental
Farmacoterapia:
. antidepressivos em doses altas
. associação com antipsicóticos em casos refratários.
Epidemiologia:
As fobias são o transtorno de ansiedade mais comum
Início se dá entre os 8 e 15 anos
Prevalência ao longo da vida entre 5-13%
Prevalência igual em ambos os sexos
Comorbidades com depressão, TAG, pânico e abuso de substâncias
Curso:
. pode surgir devido a uma experiência estressante ou humilhante (bullying) ou insidioso
. os adultos mais jovens tem ansiedade mais alta e em situações mais específicas. Os mais
velhos tendem a ter ansiedade menos intensa e em situações mais difusas.
. curso crônico e sem remissões.
Diagnóstico – DSM 5:
A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é
exposto a possível avaliação por outras pessoas. Exemplos incluem interações sociais, ser
observado e situações de desempenho diante dos outros
. interações sociais: manter conversa, encontrar pessoas não familiares
. ser observado: comendo ou bebendo
. situação de desempenho: proferir palestras
B. Indivíduo teme a agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que serão avaliados
negativamente
. “será humilhante”, “será constrangedor”, “provocará rejeição ou ofenderá os outros”
C. As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade
D. As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade
E. O medo ou ansiedade é desproporcional à situação
F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de 6 meses.
G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo funcional
. social, profissional e outras áreas
H. O medo, ansiedade ou esquiva não ocorre por efeitos fisiológicos de substâncias
. drogas de abuso ou medicamentos
I. O medo, ansiedade ou esquiva não é melhor explicado por outro transtorno mental
. transtorno do pânico, transtorno dismórfico corporal etc
J. Se outra condição médica está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente não
relacionado ou excessivo.
. obesidade, Parkinson, desfiguração por queimadura etc
Sintomas:
Sintomas cognitivos:
. medo da avaliação negativa
Sintomas somáticos:
. tremores
. rubores
. sudorese
. taquicardia
Sintomas comportamentais:
. evitação fóbica
Fobias Específicas:
Sintomas:
Sintomas Centrais:
. ansiedade/medo de um objeto específico ou situação
. preocupação quanto à exposição ao objeto temido
Sintomas Secundários:
. ataques de pânicos esperados nas exposições ao objeto ou situação temida
. esquiva fóbica
. alteração comportamental
Critérios Diagnósticos:
A. Medo ou ansiedade acentuado acerca de um objeto ou situação.
. em crianças o medo ou ansiedade pode ser expresso por choro, raiva, imobilidade ou
comportamento de agarrar-se
B. O objeto ou situação fóbica quase invariavelmente provoca uma resposta imediata de medo ou
ansiedade
C. O objeto ou situação fóbica é ativamente evitado ou suportado com intensa ansiedade ou
sofrimento
D. O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real
E. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente com duração mínima de 6 meses.
F. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo funcional
G. A perturbação não é mais bem explicada por outros transtornos mentais
Características:
. a situação ou objeto elucidador de medo é chamado de Estímulo fóbico
. é normal haver mais de 1 estímulo fóbico no mesmo indivíduo
. o medo pode ocorrer:
.. com antecipação da presença ou na presença real do objeto ou situação
Sintomas fisiológicos:
. sudorese, taquicardia, tremores
. reação vaso-vagal: aceleração da FC, seguida de desaceleração e queda da PA
Comportamentos publicamente observáveis:
. resposta de congelamento ou fuga
Comportamentos encobertos
. pensamentos de antecipação da situação ou objeto temido.
Epidemiologia:
. Prevalência entre mulheres = 2x homem; as fobias de animais, ambiente natural e situacionais
é maior em mulheres, já sangue-injeção-ferimento é igual em ambos os sexos.
. Prevalência anual de 10%
. Comorbidades em 50 a 80% dos caos: transtornos ansiosos e afetivos
Tratamento:
. a maioria das pessoas não procura tratamento e passa a evitar o estimulo fóbico
. é um transtorno subdiagnosticado e que geralmente não é motivo que traz o paciente a
consulta.
Características Clínicas:
O TEPT cursa com 4 domínios sintomáticos
. sintomas intrusivos
. evitação
. humor e cognição
. hiperatividade autonômica
Tratamento:
Psicoterapia
Antidepressivo
TRANSTORNOS DE HUMOR:
O que é humor?
“é o estado afetivo basal”
“é o que dá colorido a vida psíquica”
“são as emoções sustentadas no tempo (o que predomina durante a entrevista, por exemplo)”
Capítulos DSM 5:
Os transtornos do humor estão englobados em 2 capítulos diferentes do DSM5:
1. Transtornos Depressivos:
. transtornos de humor que só tem “1 polo” – polo negativo
2. Transtorno Bipolar e Transtornos Relacionados:
. transtornos de humor que tem “2 polos” – polo positivo e negativo
Hipótese Monoaminérgica:
Depressão é causada por depleção/desregulação de monoaminas
Noradrenalina, serotonina, dopamina.
Hipótese Numero de Receptores:
A depleção das monoaminas leva a uma alteração genética neuronal e, consequentemente,
suprarregulação dos receptores dessas monoaminas.
Etiopatogenia:
Alteração do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal:
. hiperatividade do eixo
. ausência de supressão a administração de dexametasona
Atividade do eixo tireoidiano:
. 5 a 10% das pessoas com depressão tem disfunção tireoidiana
Alterações estruturais:
. diminuição do volume do hipocampo
. diminuição das áreas do córtex pré-frontal
BDNF:
. redução dos níveis de fator neutrotróficos derivado do cérebro – aumento de apoptose =
morte celular
Fatores genéticos:
. incidência maior em familiares e gêmeos monozigóticos
Estressores ambientais:
. eventos estressantes (ppm primeiro episódio)
. perda de progenitores
. perda de cônjuge
. desemprego
Teorias:
. psicodinâmica: conflitos inconscientes
. cognitiva: crenças disfuncionais sobre si próprio, o mundo e o futuro.
Sintomatologia:
Humor = deprimido
Prazer = anedonoa
Peso/apetite = aumentado ou diminuido
Sono = insônia ou hipersonia
Psicomotricidade = aumentada ou diminuida
Energia = fadiga ou falta de energia
Sensação de utilidade = inutilidade/culpa
Concentração/capacidade de decisão = falta de concentração/indecisão
Conteúdo do pensamento = pensamento de morte e suicídio (ideação, plano e tentativa)
Depressão Ansiosa:
2 ou mais dos seguintes:
1. Sentir-se nervoso ou tenso
2. Sentir-se anormalmente inquieto
3. Dificuldade em se concentrar devido à preocupações
4. Temor de que algo terrível aconteça
5. Sentimento de que o indivíduo possa o controle de si mesmo
Depressão Atípica:
A. Reatividade do humor
B. 2 ou mais das seguintes:
1. Ganho de peso ou aumento de apetite
2. Hipersonia
3. Paralisia do chumbo
4. Padrão persistentes de sensibilidade à rejeição interpessoal
Depressão Psicótica:
Delírios e alucinações presentes:
. Congruentes com humor: conteúdo coerente com temas depressivos de inadequação pessoal,
culpa, doença, niilismo
Incongruentes com humor: conteúdo não apresenta temas depressivos ou mistura de temas
depressivos e não depressivos.
Depressão Melancólica:
A. Um das seguintes, durante o período mais grave do episódio:
1. Perda de prazer
2. Falta de reatividade a estímulos em geral prazerosos
B. 3 ou mais dos seguintes:
1. Humor depressivo caracterizado por: prostração profunda, desespero ou humor vazio.
2. Depressão regularmente pior pela manhã
3. Despertar muito cedo pela manha (2h antes do normal)
4. Acentuada agitação ou retardo psicomotor
5. Anorexia ou perda de peso significativa
6. Culpa excessiva ou inadequada
Depressão Catatônica:
A. 3 ou mais dos seguintes:
1. Esturpor 7. Maneirismo
2. Catalepsia 8. Estereotipia
3. Flexibilidade cérea 9. Agitação
4. Mutismo 10. Caretas
5. Negativismo 11. Ecolalia
6. Postura 12. Ecopraxia
Depressão Sazonal:
A. Relação temporal entre o início dos sintomas depressivos e determinada estação do ano
B. Remissões completas também ocorrem em um período do ano
C. Pelo menos 2 episódios nos últimos 2 anos. Nenhum episódio fora do padrão
D. Episódios sazonais superam os não sazonais durante a vida do indivíduo
Depressão Pós-Parto:
Episódios com inicio durante a gravidez ou nas primeiras 4 semanas pós parto
Sempre avaliar transtorno bipolar nessas pacientes.
Luto X Depressão:
Tratamento:
Qual o objetivo?
Remissão Completa dos sintomas:
. sintomas residuais estão associados a pior prognóstico a longo prazo: maior risco de recaída;
pior qualidade de vida e funcionalidade; maior risco de suicídio; ais uso de serviços de saúde.
Fase Aguda:
. tempo: 2 a 3 primeiros meses de tto
. objetivo: obter a remissão, ou, pelo menos, resposta
Fase de Continuação:
. tempo: 4 a 9 meses após a fase aguda
. objetivo: manter a melhora obtida na fase aguda, evitando recaídas, visando a recuperação.
Fase de Manutenção:
. tempo: mais de 1 ano
. objetivo: recuperação, evitando recorrência
Por quanto tempo devo tratar a depressão?
. 1 episódio: mínimo de 6 a 12 meses
. 2 episódios: 2 anos ou mais
. 3 ou mais: 2 a 5 anos ou mais
Antidepressivos:
. ISRS
. inibidores duais
. mirtazapina
. bupropiona
. outros: tricíclicos, agomelatina, IMAO
Psicoterapia:
. TCC . Interpessoal
. Comportamental . Resolução de problemas