Plano Estratégico - SEDUC - 2019-2022
Plano Estratégico - SEDUC - 2019-2022
Plano Estratégico - SEDUC - 2019-2022
2019 - 2022
EDUCAÇÃO PARA
O SÉCULO XXI
São Paulo
2019
Mensagem do Governador
João Doria
Governador de São Paulo
Mensagem dos Secretários
Missão 16
Visão 16
Valores 17
Objetivos estratégicos 18
Projetos prioritários 19
Fundamentos 36
Ficha Técnica 41
Apresentação
Com o objetivo de entregar para a sociedade paulista uma educação
pública para o século XXI de excelência e com equidade, a Secretaria de
Educação do Estado de São Paulo (Seduc) apresenta o plano estratégico para o
período de gestão 2019-2022. Nesse plano, são traçados os objetivos que
nortearão o trabalho de toda a equipe da secretaria: da unidade central, das
diretorias de ensino e das escolas.
1
O Conselho de Gestão foi instituído pelo governador visando apoiar a formulação e a
implementação da política de educação do Estado de São Paulo, sendo constituído por um grupo
5
de especialistas e gestores que atuam na área de educação e/ou na gestão pública.
Figura 1. Processo de elaboração do plano estratégico
6
1.
Desafios da educação paulista
A rede pública estadual de educação de São Paulo é hoje a maior rede de
Educação Básica do Brasil e das Américas2. A secretaria atende diariamente 3,5
milhões de alunos em 5.100 escolas distribuídas em 645 municípios. São ao todo 250
mil servidores, dos quais 190 mil são professores. Considerando apenas os
professores, caso fosse uma empresa, a rede estadual de educação seria a maior do
país em número de colaboradores3.
Figura 2. O tamanho
da rede estadual de São Paulo
3,5
milhões
de alunos
250 mil
servidores
2
Para mais informações, consultar: <https://nces.ed.gov/programs/digest/d16/tables/dt16_215.30.asp>. Acesso
em: 23 fev. 2019.
3
AS 10 EMPRESAS que mais empregam no Brasil. Revista Exame, São Paulo, 2016. Disponível em:
<https://exame.abril.com.br/revista-exame/as-10-empresas-que-mais-empregam-no-brasil/>. Acesso em: 21
7
ago. 2018.
Por ser um dos principais vetores econômicos e culturais do país, São Paulo
tem papel proeminente em relação às demais unidades da federação. O Estado possui
a maior população, com mais de 44 milhões de habitantes, o maior Produto Interno
Bruto (PIB) do país, a segunda maior renda mensal domiciliar per capita e o segundo
maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil4.
1.1 Aprendizagem
Nos anos iniciais do Ensino Fundamental da rede estadual, o Ideb foi de 6,5 em
2017, colocando São Paulo em 4º lugar. Embora esteja acima da meta projetada para
o Estado, quando se analisa a evolução dos Estados, entre 2005 e 2017, São Paulo
aparece em 10º lugar7, apresentando progresso lento.
4
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Brasil em síntese. 2019. Disponível em:
<https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/panorama>. Acesso em: 25 fev. 2019.
5
O Ideb é calculado com base nas médias de desempenho (aprendizagem) nas avaliações do Sistema de
Avaliação da Educação Básica (Saeb) e no fluxo escolar (taxa de aprovação).
6
INSTITUTO AYRTON SENNA. Diagnóstico da Educação Básica do Estado de São Paulo. São Paulo:
Instituto Ayrton Senna, 2018. Disponível em
<https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/diagn%C3%B3stico/Slides%20exibido
7
s%20no%20v%C3%ADdeo%20-%20S%C3%A3o%20Paulo.pdf> . Acesso em 25 fev. 2019.
8
INSTITUTO AYRTON SENNA (2018)
Nos anos finais do Ensino Fundamental, o Ideb foi de 4,8 em 2007, número
abaixo da meta projetada (5,3). Desde 2013, as metas previstas não são atingidas
(gráfico 2). Quando se considera a evolução dos Estados entre 2005 e 2017, São
Paulo ocupa a 14ª posição8.
8
INSTITUTO AYRTON SENNA (2018).
9
INSTITUTO AYRTON SENNA (2018).
10 9
IBGE (2019).
Gráfico 3. Evolução do Ideb da rede estadual
de São Paulo para o Ensino Médio (2005 a 2017)
A taxa de conclusão do Ensino Médio é outro desafio para São Paulo. Cerca de
26% dos jovens de 19 anos não concluem o Ensino Médio11. Desde 2014, esse
indicador encontra-se estagnado com uma melhoria em 2017 (gráfico 4).
11
INSTITUTO BRASILEIRO DE PESQUISA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD) Contínua de 2017. São Paulo, 2017. 10
Gráfico 4. Jovens de 19 anos que
concluíram o Ensino Médio (%) (2012 a 2017)
Para reverter esse quadro, é necessário ofertar uma educação que faça sentido
para os estudantes, a fim de engajá-los e prepará-los para a vida e o mercado de
trabalho. Para formar cidadãos autônomos, competentes e solidários é preciso
oferecer uma educação integral15 que desenvolva as competências16 para o século
XXI.
12
INSTITUTO BRASILEIRO DE PESQUISA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)
Contínua de 2017. Suplemento Educação. São Paulo, 2017.
13
NERI, M. C. Motivos da evasão escolar. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2009. Disponível em:
<www.fgv.br/cps/tpemotivos/>. Acesso em: 4 jul. 2018.
FERNANDES, R. Ensino Médio: como aumentar a atratividade e evitar a evasão? São Paulo: Instituto Unibanco,
2010. Disponível em:
<http://www.institutounibanco.org.br/wp-content/uploads/2013/07/ensino_medio-como_aumentar_a_atratividade_e
_evitar_a_evasao.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018.
BARROS, R. P. (Org.). Políticas públicas para a redução do abandono e evasão escolar de jovens. São Paulo:
Fundação Brava, Insper, Instituto Ayrton Senna, 2016. Disponível em:
<http://gesta.org.br/tema/engajamento-escolar/>. Acesso em: 5 mar. 2018.
RUMBERGER, R. et al. Preventing dropout in secondary schools (NCEE 2017-4028). Washington, DC: Institute of
Education Sciences, US Department of Education, 2017. Disponível em:
<https://ies.ed.gov/ncee/wwc/PracticeGuide/24>. Acesso em: 23 jul. 2018.
14
BARROS (2016).
15
MOLL, J. Caminhos da educação integral no Brasil: direito a outros tempos e espaços educativos. Porto Alegre:
16
Editora Penso, 2012.
Competência, como definido na BNCC, refere-se à mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos),
habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas 11
da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.
As competências para o século XXI, presentes também nas dez competências
gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), englobam um conjunto variado de
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores, como pensamento crítico, resolução
de problemas, conhecimentos e habilidades tecnológicos (programação, mídias
digitais, etc.), criatividade e curiosidade para aprender (abertura ao novo),
comunicação, colaboração e empatia (engajamento com os outros e amabilidade),
flexibilidade, adaptabilidade, iniciativa, proatividade, autocontrole, liderança e
responsabilidade (autogestão). Muitas dessas habilidades são socioemocionais e
contribuem, tanto isoladamente quanto em conjunto, com habilidades cognitivas, para
o alcance de diversos resultados imediatamente observados na vida escolar
(desempenho acadêmico e relacionamento interpessoal na escola) e também futuros
(empregabilidade, qualidade de vida, saúde e bem-estar, renda, entre outros)17. As
competências para o século XXI se relacionam à percepção dos sujeitos sobre o
sucesso na vida e à inserção qualificada em um mercado de trabalho em constante
mudança em função das transformações tecnológicas18.
Para ofertar uma educação para o século XXI de excelência e com equidade é
necessário mobilizar um conjunto de recursos (humanos, financeiros, tecnológicos
etc.), ter foco, planejamento e gestão voltada para resultados de aprendizagem, o
que pressupõe superar desafios ligados à gestão de pessoas e à gestão da rede de
ensino como um todo.
17
PRIMI, R. et al. Self-reports of the Big Five and their facets differentially predict objective measures of
school achievement in language and math. Resumo completo apresentado pelo Instituto Ayrton Senna no 3rd
Personality World Conference. Hanoi-Vietnã, 2019.
BARROS, R. P. et al. O desenvolvimento socioemocional como antídoto para a desigualdade de
oportunidades. São Paulo: Instituto Ayrton Senna e Instituto Paulo Montenegro, 2016.
SANTOS, D. D.; PRIMI, R.; MIRANDA, J. Socioemotional development and learning in school. Relatório técnico não
publicado. São Paulo: Instituto Ayrton Senna, 2017.
SANTOS, D. D.; PRIMI, R. Social and emotional development and school learning: a measurement proposal in
support of public policy. São Paulo: Ayrton Senna Institute, 2014.
18
DE FRUYT, F. Social-emotional skills: from schools to the labour market. Relatório técnico não publicado. Instituto
Ayrton Senna, 2019.
PUERTA, M. L. S; VALERIO, A; BERNAL, M. G. Taking stock of programs to develop socioemotional skills a
systematic review of program evidence. Washington, DC: World Bank, 2016..
19
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Censo Escolar, 2018.
12
Brasília: MEC, 2019.
Outro desafio é entender o absenteísmo docente e reduzi-lo, visando garantir
o direito de aprendizagem de todos os estudantes. Um estudo de 2009 feito na rede
estadual de São Paulo, com dados de proficiência do Sistema de Avaliação de
Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), concluiu que a nota média em
matemática dos estudantes do 4º ano (hoje 5º ano) do Ensino Fundamental piorava
5% de um desvio padrão a cada 10 dias de falta de professores20. Portanto, a
presença dos professores em sala de aula é fator primordial para a garantia da
aprendizagem, dada a centralidade do professor no processo de
ensino-aprendizagem.
20
TAVARES, P. A.; CAMELO, R. S.; KASMIRSKI, P. R. A falta faz falta? Um estudo sobre o absenteísmo dos
professores da rede estadual paulista de ensino e seu impacto sobre a proficiência dos alunos. In: ENCONTRO
13
NACIONAL DE ECONOMIA, 37., 2009, Foz do Iguaçu. Anais… Foz do Iguaçu: ABEIN, 2009.
a capacidade de investimento, com melhoria do gasto público, isto é, qualificando o
gasto e racionalizando despesas correntes21. É possível entregar mais resultados para
a sociedade gastando menos.
21
Na contabilidade pública, as despesas correntes são despesas de custeio voltadas à manutenção das
atividades dos órgãos da administração pública, como: despesas com pessoal, juros da dívida, aquisição
de bens de consumo, serviços de terceiros, manutenção de equipamentos, despesas com água, energia,
telefone etc. Estão nessa categoria as despesas que não concorrem para ampliação dos serviços
prestados pelo órgão nem para a expansão das suas atividades. Já investimentos são despesas com
planejamento e execução de obras, até mesmo compra de imóveis necessários à sua realização, e com
aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.
14
2.
Plano estratégico 2019-2022
da Secretaria de Educação
Para superar os desafios expostos e entregar para a sociedade paulista uma
educação para o século XXI de excelência e com equidade, a secretaria apresenta o
plano estratégico 2019-2022, que consolida a missão, a visão, os valores e as
diretrizes que guiarão o trabalho de toda a rede de ensino.
15
2.1 Missão
Considerando o previsto na Constituição Federal de 1988, na Constituição
do Estado de São Paulo e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, a missão da
Secretaria de Educação do Estado de São Paulo é:
2.2 Visão
A visão aponta para onde a Secretaria de Educação quer chegar, é o
direcionamento que deve mobilizar e engajar a todos, visando ao seu alcance.
Tendo em vista sua missão e os desafios e as oportunidades da educação
paulista, a Secretaria de Educação definiu a seguinte visão para 2022:
Além da visão 2022, a secretaria atualizou a visão de futuro 2030, que foi
definida em 2011 no âmbito do Programa Educação – Compromisso de São Paulo.
O parâmetro de referência adotado foi o Programa Internacional de Avaliação dos
Estudantes, cuja sigla em inglês é PISA (Programme for International Student
Assessment), coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE). Embora o PISA trabalhe somente com países, é possível
analisar os dados amostrais do Brasil por unidade federativa. Com base na análise
comparada do PISA de São Paulo, a Secretaria definiu a seguinte visão de futuro
para 2030:
16
2.3 Valores
Os valores retratam o que a Secretaria de Educação de São Paulo acredita e
pratica. Tratam-se de virtudes e características que norteiam o trabalho das
equipes, estabelecem limites e orientam atitudes e comportamentos. Os valores da
Secretaria de Educação que devem guiar o trabalho dos profissionais da educação
nos próximos quatro anos são:
Colaboração
17
2.4 Objetivos Estratégicos
Para alcançar a visão 2022, a secretaria estabeleceu quatro objetivos
estratégicos para o quadriênio 2019-2022: liderar o Ideb 2021, educar os
estudantes para o século XXI, profissionalizar a gestão de pessoas e
aumentar a eficiência operacional com melhoria da qualidade do gasto
público. Esses objetivos são o núcleo do plano estratégico e o direcionamento para
todas as atividades que serão realizadas pela equipe da secretaria: da unidade central
até a sala de aula.
22
HECKMAN, J. J.; KAUTZ, T. D. Hard evidence on soft skills. NBER, n. 18121, 2012.
SANTOS, D.; PRIMI, R. Social and emotional development and school learning: a measurement proposal in support
of public policy. São Paulo: Ayrton Senna Institute, 2014.
PRIMI, R. et al. Self-reports of the big five and their facets differentially predict objective measures of school
achievement in language and math. Resumo completo apresentado pelo Instituto Ayrton Senna no 3rd Personality
World Conference. Hanoi-Vietnã, 2019.
23
HECKMAN, J. J.; STIXRUD, J.; URZUA, S. The effects of cognitive and noncognitive abilities on labor market
outcomes and social behavior. Journal of Labor Economics, v. 24, n. 3, p. 411-482, 2006. 18
HEMELT, S. W.; ROTH, K. B.; EATON, W. W. Elementary school interventions: experimental evidence on
postsecondary outcomes. Educational Evaluation and Policy Analysis, v. 35, n. 4, p. 413-436, 2013.
Aumentar a eficiência operacional com melhoria
da qualidade do gasto público
Promover maior eficiência operacional na prestação dos serviços de suporte à
educação com melhoria da qualidade do gasto é determinante para que a
unidade central, as diretorias de ensino e as escolas tenham mais tempo e
recursos para se dedicarem a sua razão de ser: a aprendizagem dos
estudantes. Além disso, é um meio para aumentar os investimentos, sobretudo
na infraestrutura física e tecnológica das escolas, e promover a valorização dos
profissionais da educação.
• Gestão da Aprendizagem
19
Figura 4. Ciclo da Gestão da Aprendizagem
20
A secretaria vai universalizar o MMR para todas as diretorias de ensino e escolas,
formar profissionais da educação que utilizam o método para aprimorar suas práticas e
endereçar da forma mais efetiva possível as demandas recebidas das diretorias de ensino
e escolas.
A Gestão da Sala de Aula visa promover o uso mais eficiente e eficaz do tempo
de ensino-aprendizagem. No Brasil, 36% do tempo em sala de aula não é usado para
instrução (acima do padrão de boas práticas de Stallings, de 15%), o que contribui para o
baixo nível de aprendizagem dos estudantes. Isso equivale a cerca de um dia a menos de
instrução por semana. A maior parte do tempo de ensino-aprendizagem perdido é
utilizado em atividades de organização da sala de aula, como chamada, limpeza do
quadro, distribuição de trabalhos etc.24. Para reverter esse cenário, propõe-se a melhoria
da gestão da sala de aula por meio de planejamento das aulas, uso eficiente do tempo,
técnicas para administrar as transições e os processos administrativos, estratégias para
manter os alunos envolvidos e técnicas de ensino mais eficazes. Nessa frente, serão
oferecidos mecanismos de suporte aos professores por meio do diário de classe digital,
recursos didáticos e formação continuada.
O componente Aulas Dadas tem como objetivo assegurar que todas as aulas
previstas no calendário letivo e seus respectivos conteúdos curriculares sejam cumpridos
nas escolas da rede estadual, visando garantir o direito de aprendizagem de todos os
estudantes. Para isso, estratégias serão formuladas com a rede, incluindo o mapeamento
de boas práticas feitas pelas escolas e o acompanhamento das aulas previstas versus as
aulas dadas, no âmbito do MMR.
24
BRUNS, B.; LUQUE, J. Great teachers: how to raise student learning in Latin America and the
Caribbean. Washington, DC: World Bank, 2015. Disponível em:
21
<https://openknowledge.worldbank.org/handle/10986/20488>. Acesso em: 23 fev. 2019.
mensuram as habilidades de cada etapa ou fase da Educação Básica (anos iniciais e finais
do Ensino Fundamental; e Ensino Médio) para contribuir para a identificação de
habilidades a serem aprendidas e reforçadas.
Tendo como ponto de partida o Currículo Paulista e a BNCC, o Inova Educação foi
criado com o propósito de oferecer novas oportunidades para todos os estudantes do 6º
ao 9º ano do Ensino Fundamental e do Ensino Médio da rede estadual de São Paulo.
As mudanças têm como objetivo trazer mais sentido para a escola e engajar os
estudantes, promovendo a aprendizagem de todos por meio de uma educação integral
que trabalhe as competências para o século XXI. A proposta é garantir que o estudante
se desenvolva plenamente, tanto a partir de habilidades cognitivas quanto
socioemocionais. Os dois grupos de habilidades combinados têm impacto na
aprendizagem, na empregabilidade futura dos jovens, na redução das taxas de abandono
e evasão e no clima escolar25. O programa é uma forma de ampliar para toda a rede as
experiências exitosas do Programa Ensino Integral (PEI) e do Escola de Tempo Integral
(ETI), assim como as práticas bem sucedidas já implementadas por diversas escolas da
rede em período parcial.
26
GOTTFREDSON, L. S. Why g matters: the complexity of everyday life. Intelligence, v. 24, n. 1, p. 79-132, 1997.
HECKMAN, J. J.; STIXRUD, J.; URZUA, S. The effects of cognitive and noncognitive abilities on labor market
outcomes and social behavior. Journal of Labor Economics, v. 24, n. 3, p. 411-482, 2006.
HECKMAN, J. J.; KAUTZ, T. D. Hard evidence on soft skills. NBER, n. 18121, 2012.
HEMELT, S. W.; ROTH, K. B.; EATON, W. W. Elementary school interventions: experimental evidence on
postsecondary outcomes. Educational Evaluation and Policy Analysis, v. 35, n. 4, p. 413-436, 2013.
BARROS, R. P. et al. O desenvolvimento socioemocional como antídoto para a desigualdade de oportunidades.
São Paulo: Instituto Ayrton Senna e Instituto Paulo Montenegro, 2016. 23
PUERTA, VALEIRO e BERNAL (2016), BARROS (2016), PRIMI et al. (2019).
O Educa SP, destinado ao Ensino Médio, abarca três frentes articuladas: i)
a integração com as aspirações dos jovens; ii) a integração com a educação
profissional, por meio do NovoTec; iii) a integração com o ensino superior.
24
Por fim, a última frente do Educa SP levará estudantes do Ensino Médio da
rede estadual às instituições de Ensino Superior com o objetivo de fornecer uma
amostra da vida universitária e ofertar cursos com conteúdos que deem sentido à
trajetória do jovem. Os jovens terão acesso a atividades complementares em
instituições de Ensino Superior públicas e privadas parceiras em todo o Estado. Serão
ofertados cursos de curta duração no contra turno escolar, de até 200 horas, em
consonância com a BNCC.
25
• Educação em Tempo Integral
Promover uma educação integral em tempo integral é uma das metas
do Plano Nacional de Educação e do Plano Estadual de Educação de São Paulo
(PEE-SP). No PEE-SP (2016-2026), foi estabelecida a seguinte meta: “Garantir
educação integral em todos os níveis e modalidades de ensino e assegurar
educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das
escolas públicas, de forma a atender a, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento)
dos alunos na Educação Básica”.
26
Gráfico 7. Resultados da 3ª Série do Ensino Médio
no Idesp – escolas em tempo integral e parcial
Este projeto busca criar as condições para que o modelo possa ser expandido
ano a ano de maneira sustentável para o maior número possível de estudantes,
abrangendo cada vez mais escolas.
27
• Regime de colaboração
Trabalhar em regime de colaboração entre Estado e municípios, como prevê o Art.
211 da Constituição Federal, é condição para garantir uma educação pública de qualidade
e com equidade em todo o Estado de São Paulo. Casos de sucesso como o do Ceará
mostram a importância da cooperação para a melhoria da aprendizagem com equidade.
26
ABRUCIO, F .L.; SEGATTO, C. I.; PEREIRA, M. C. G. Regime de Colaboração no Ceará:
funcionamento, causas do sucesso e alternativas de disseminação do modelo. São Paulo: Instituto 28
Natura, 2016.
As redes municipais de São Paulo são responsáveis por cerca de 74% da oferta
de matrículas nos anos iniciais do Ensino Fundamental e de 28,6% nos anos finais
(ver gráfico 8). Esse projeto tem como objetivo estruturar um Sistema Paulista de
Educação em conjunto com os municípios com o foco na aprendizagem, buscando
apoiá-los em todo o Ensino Fundamental, especialmente na alfabetização das crianças
até os 7 anos de idade, e na ampliação e qualificação da oferta da educação infantil.
• Talentos em Rede
Esse projeto tem como objetivo identificar, desenvolver e reter talentos, promover
um ambiente de trabalho saudável, valorizar e reconhecer os profissionais da educação
por critérios claros e justos e assegurar condições adequadas para a melhoria da
aprendizagem dos estudantes.
29
Quanto a essa última frente, vale destacar que estudos de experiências de
sucesso na América Latina e no Caribe apontam que oportunidades de troca e
aprendizagem entre pequenos grupos de professores dentro da escola são essenciais
para melhoria dos resultados de aprendizagem. É importante que os professores
possam observar e aprender com a prática uns dos outros e colaborar no
desenvolvimento do currículo de forma interdisciplinar, assim como em estratégias de
ensino-aprendizagem e de avaliação dos estudantes27. A colaboração entre pares na
escola contribui para a qualidade do sistema e para o desenvolvimento profissional
dos professores. Garantir o horário de planejamento coletivo nas escolas é elemento
chave para melhorarmos a qualidade da educação de São Paulo e fortalecer as
práticas docentes.
27
BRUNS e LUQUE (2015)
28
BRUNS e LUQUE (2015)
BARBER, M.; MOURSHED, M. How the world’s best-performing school systems come out on top. Washington, DC:
McKinsey, 2007.
ELACQUA, G.; HINCAPIÉ, D.; VEGAS, E.; ALONSO, M. Profissão professor na América Latina: Por que a docência 30
perdeu prestígio e como recuperá-lo? Washington, DC; Banco Interamericano de Desenvolvimento, 2018.
A Política de Formação do Magistério e os Referenciais de Atuação Docente
serão construídos junto com a rede estadual e por ela, tendo como referência as
melhores práticas nacionais e internacionais baseando-se em evidências do que
funciona e dá resultados, visando promover a aprendizagem de todos os estudantes.
• Comunicação e Engajamento
Uma boa comunicação é essencial para o alinhamento de objetivos
estratégicos, promoção de engajamento e fortalecimento da confiança. Estruturas
organizacionais complexas como a Secretaria de Educação dependem de canais
internos de comunicação para manter sua identidade e integridade institucional e
política, assim como para promover a escuta da comunidade escolar.
31
São objetivos desse projeto:
29
Compliance é um termo em inglês cuja tradução mais próxima é conformidade. Compliance refere-se a um
conjunto de práticas preventivas de gestão de risco, padronização de procedimentos, cumprimento de normas e
realização de controle interno, visando maior segurança, eficiência, transparência e confiança nas tomadas de
decisão. 32
A estruturação de compliance (conformidade) visa dar maior transparência e
consistência aos contratos e serviços públicos e tornar a tomada de decisão mais segura
e confiável. Essa frente se articula com os mecanismos de controle interno e a atuação
dos órgãos de controle da administração pública (Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo e Tribunal de Contas da União) e está em consonância com os valores ética e
transparência.
• Eficiência Operacional
Esse projeto tem como objetivo aumentar a eficiência operacional da secretaria
por meio de sistemas informatizados, melhorias na prestação dos serviços de transporte
escolar, limpeza, alimentação escolar e nas demais atividades administrativas e
operacionais, visando reduzir o volume de atividades realizadas nas diretorias de ensino e
nas escolas para que o foco seja a aprendizagem de todos os estudantes.
34
A segunda frente refere-se à organização escolar, ou seja, a instituição de normas
voltadas à proteção da comunidade escolar e à revisão de protocolos. Essa frente tem
como principais entregas planejadas a criação de um Regimento Comum Escolar a ser
seguido por todas as escolas estaduais, as quais podem editar normas complementares. O
Regimento Comum Escolar incluirá dispositivos sobre direitos e deveres de alunos,
profissionais e comunidade escolar, bem como medidas disciplinares. Atualmente, as
Normas Regimentais Básicas para as Escolas Estaduais 30 servem apenas como diretrizes
para as escolas, as quais criam seus próprios regimentos e não são obrigadas a seguir as
normas emitidas pela secretaria.
30
Aprovadas pelo parecer nº 67/98 do Conselho Estadual de Educação. 35
2.6 Fundamentos
Quatro fundamentos alicerçam o plano estratégico, devendo orientar todos
os projetos e ações: cuidar das pessoas, zelar pelos recursos públicos, ampliar o
uso de tecnologia e otimizar processos.
Cuidar das pessoas é tratá-las com respeito e atenção, acolhê-las e buscar oferecer
o melhor atendimento e as soluções possíveis a seus problemas de acordo com
suas especificidades e diferenças. Portanto, é essencial cuidar dos estudantes, dos
pais ou responsáveis, dos professores, dos gestores e de todos os profissionais da
educação.
Fazer mais, gastando menos e zelando pelos recursos públicos, utilizar os recursos
públicos de forma mais efetiva, alinhando a alocação de recursos ao plano
estratégico para que sejam destinados conforme as prioridades e de maneira
eficiente, para que os resultados almejados sejam alcançados.
Otimizar processos
36
3.
Modelo de gestão e governança
do plano estratégico 2019-2022
Um plano estratégico só gera valor se é efetivamente implementado. A
Secretaria de Educação adotará um modelo de gestão e monitoramento dos projetos
por meio do estabelecimento de metas anuais e trimestrais.
Ao final de cada ano, todas as metas dos projetos prioritários serão analisadas
com o objetivo de identificar o nível de cumprimento de cada uma das ações. Aquelas
que forem apenas parcialmente atingidas deverão ser justificadas pela área
responsável e poderão ser revistas com o aval do secretário da pasta e do secretário
executivo.
37
O plano estratégico indica as prioridades da Secretaria de Educação para o
período 2019-2022, apontando um caminho que promoverá uma educação de
excelência para todos os estudantes e fará de São Paulo uma referência de
educação no Brasil e no mundo. Além disso, o plano lançará as bases para a
sustentabilidade e a continuidade dos projetos e ações para além dessa gestão.
38
Governo do Estado de São Paulo
GOVERNADOR
João Agripino da Costa Doria Junior
VICE-GOVERNADOR
Rodrigo Garcia
Secretaria de Educação
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO
Rossieli Soares da Silva
SECRETÁRIO EXECUTIVO
Haroldo Corrêa Rocha
CHEFE DE GABINETE
Renilda Peres de Lima
COORDENADORIA PEDAGÓGICA
Caetano Siqueira
COORDENADORIA DE INFORMAÇÃO,
TECNOLOGIA, EVIDÊNCIAS E MATRÍCULA
Thiago Guimarães Cardoso
COORDENAÇÃO EXECUTIVA
Maria Cecília Gomes Pereira
ESCRITÓRIO DE
PLANEJAMENTO E PROJETOS
Renata Kuniy Aguirre
EQUIPE TÉCNICA
Vinicius Gonzalez Bueno
Vivian Dibi Gimenes
Vitor Knobl Moneo Chaves
EQUIPE DE APOIO
Victoria Gerenutti Klarosk
Willian Teixeira Mairynck
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Lucia Tiyo Saito Carvalho
41