Revolução Liberal
Revolução Liberal
Revolução Liberal
1820
Liberal
Em Portugal
Entre várias reivindicações, os integrantes desta revolução exigiam a promulgação de uma Constituição e o
regresso da Corte portuguesa que se encontrava no Brasil.
REVOLUÇÃO LIBERAL DE PORTUGAL: ANTECEDENTES
No início do século XIX, Portugal era um país do Antigo Regime (absolutismo). Era previsível
o absolutismo durar em Portugal, sendo que a economia era essencialmente agrícola. Era
governado pelo príncipe D. João (futuro D. João VI), príncipe regente que exercia o poder
pela rainha D. Maria I que era viúva e se encontrava louca.
No Porto, em 1817, Fernandes Tomás fundava uma associação secreta, O SINÉDRIO, cujos
membros pertenciam quase todos á Maçonaria. Assim, o Sinédrio propunha-se a intervir de
imediato.
No início do século XIX, as Invasões Francesas vão fazer com que Portugal se transforme,
além de deixar muitas marcas para a revolução, deixa também marcas a nível de destruição
do território.
Na sequência das invasões francesas e da partida da família real para o Brasil, e não
obstante as vitórias sobre as forças napoleónicas, Portugal tornou-se um país abandonado
pelo seu rei nas mãos de uns quantos oficiais ingleses.
As tropas napolitanas ocupam todo o território europeu, obtendo vitórias e mais vitórias, menos a
Inglaterra que vence todas as batalhadas, sendo a França derrotada militarmente.
Após França declarar guerra a Espanha, e Espanha necessitar da ajuda de Portugal mais que nunca,
para sobreviver, Portugal assina uma convenção provisória com Espanha que estabelecia uma ajuda
mútua. Portugal assina também com Inglaterra, um tratado de auxílio mútuo e proteção comercial
contra a França e os seus ataques futuros.
Entre 1793 e 1795 há uma campanha, “Campanha do Rossilhão” entre tropas luso-espanholas e
tropas francesas, com vitória dos franceses. Após esta campanha, Espanha torna-se aliada de
França.
Em 1806, Napoleão Bonaparte (chefe das tropas francesas) decreta o Bloqueio Continental (impede
os países europeus comerciarem com a Inglaterra), pois este queria “sufocar” a Inglaterra.
Portugal exita bastante, pois se este optar pela França poderia significar a perda do Brasil (domínio
dos mares), mas optar pela Inglaterra poderia levar á perda do território metropolitano, mas acaba
por não aderir ao bloqueio.
Portugal mesmo querendo conservar a neutralidade, ainda mesmo a hesitar, manteve-se fiel á sua
velha aliada e acabou por não aderir mesmo ao Bloqueio.
Deu-se então a fuga do príncipe regente D. João juntamente com a família real e a Corte para as
colónias do Brasil, a 29 de novembro de 1807 sob proteção dos ingleses, este ato foi considerado
uma traição para com o povo português.
Portugal é apenas um país ocupado, cujos governadores governam agora através do Brasil.
Juntamente com a família real, cerca de 15.000 portugueses fogem também para o Brasil,
nomeadamente para o Rio de Janeiro. O Rio passa a ser também a capital de Portugal.
Em Portugal, o poder é entregue logo a Junot, mas os franceses não ficam nada contentes pois
Portugal é apenas um país ocupado que ainda é governado pelos portugueses mesmo á distância.
Como consequência da fuga de Portugal para o Brasil, Portugal foi alvo de três invasões
napoleónicas, de 1807 a 1811, comandadas sucessivamente pelo general Junot, pelo marechal Soult e
pelo marechal Massena.
A 22 de outubro, Portugal assinou com a Inglaterra uma convenção secreta que previa esta
transferência, sob proteção britânica. Já havia notícias, por esta altura, das movimentações de
tropas francesas e espanholas, em direção à fronteira portuguesa, mas só por volta do dia 20 de
novembro é que o exército invasor entrou em Portugal.
A decisão de retirar para o Brasil, que inicialmente estava prevista só para o herdeiro (Príncipe da
Beira, D. Pedro), foi alargada a toda a família real. Foi uma decisão de emergência, apressada. Os
navios saíram do porto de Lisboa a 29 e as tropas francesas entraram na cidade na manhã do dia
seguinte.
A transferência da corte para o Brasil era do interesse britânico, e, portanto, significou o alinhamento
definitivo de Portugal com a Inglaterra. Durante vários anos o país foi um palco de guerra, tendo
sofrido mais duas tentativas de invasão por parte da França.
Havia um poder muito grande, que estava nas mãos dos generais ingleses, primeiro o Duque de
Wellington e mais tarde o general Beresford. Quando a guerra terminou, D. João VI foi obrigado a
regressar a Portugal, já com um regime constitucional em preparação.
INVASÕES FRANCESAS:
3. Liderada pelo marechal Massena, 1810-1811, chega até ás linhas de Torres Vedras.
1ª INVASÃO FRANCESA
As tropas francesas, comandadas pelo General Junot, entram pela Beira baixa, Castelo Branco, em 19
de novembro de 1807 e, sem enfrentar qualquer resistência, chegam a Lisboa no dia 30 novembro.
A família real portuguesa tinha, entretanto, escapado do país em direção ao Brasil, como havia sido
acordado com os ingleses meses antes.
As tropas invasoras instalam-se na capital, Junot instala o seu quartel-general e toma certas medidas:
Distribui cerca de 50.000 homens das suas tropas pelo território português onde estes
destruíram culturas, incendiaram povoações, mataram pessoas, roubaram igrejas, casas
entre outros.
A resistência surge na forma de forças de guerrilha. Algumas revoltas locais são, maioritariamente,
esmagadas pelas tropas francesas.
A Inglaterra, aliada de Portugal e a quem foi pedida ajuda, mandou embarcar cerca de 9000 militares
para ajudar os portugueses que começavam a criar algumas unidades de resistência aos franceses.
A situação só muda em agosto do ano seguinte, quando uma esquadra britânica chega a Lavos e
desembarca cerca de 16 mil homens, comandados pelo general Arthur Wellesley (futuro Duque de
Wellington).
As tropas, reforçadas por cerca de dois mil portugueses, avançam para Lisboa pelo litoral. O primeiro
confronto sério acontece na Roliça, a 17 de Agosto, onde os franceses, em inferioridade numérica
perdem a batalha.
A 21 dá-se novo recontro, agora no Vimeiro. À frente dos franceses está já o general Junot. Apesar de
um maior equilíbrio de forças (14 mil franceses contra 18 mil luso-britânicos) a vitória volta a
pertencer a Wellesley.
A derrota dos Franceses, levou Junot a ter de assinar um tratado de paz, a Convenção de Sintra, pelo
qual Junot e as suas tropas teriam de sair de Portugal. Ao abandonarem o nosso país, levaram
consigo, num ato abusivo, algumas preciosidades, como a célebre Bíblia dos Jerónimos.
2ª INVASÃO FRANCESA
Aproveitando uma vitória sobre o general britânico Moore, em território espanhol, os franceses
liderados por Soult entram no país pela zona de Chaves e conseguem chegar ao Porto.
Ao longo do percurso de entrada e saída do exército francês ficou um rastro de mortos, destruição e
pilhagem pelo norte do país.
3ª INVASÃO FRANCESA
Napoleão não desiste de dominar Portugal,e em 1810 envia tropas com um novo General no
comando.
Conhecido como filho da vitória, por nunca ter sido derrotado, Massena entra em Portugal à frente
de um exército com mais de 65 mil homens.
As forças invasoras entram por Almeida em julho de 1810. A praça portuguesa rende-se depois da
explosão de um paiol.
No percurso para a capital sofrem uma derrota pesada na batalha do Buçaco, mas prosseguem o
caminho tentando entrar em Lisboa.
São detidos frente às “Linhas de Torres Vedras” e meses depois abandonam o país.
Fig – As “Linhas de
Torres Vedras”
Estas invasões foram desastrosas e resultaram na devastação e destruição, dado que a Inglaterra
exerceu um enorme domínio político e económico sobre Portugal. Estes conflitos arruinaram
importantes setores, tais como o agrícola, industrial e comercial, causaram imensas perdas humanas
e o património nacional sofre perdas em consequência do saque de mosteiros, igrejas e palácios. O
país ficou na miséria durante estes quatro longos anos.
E com o tratado do comércio em 1810 com a Grã-Bretanha, que veio reforçar o Tratado de Methuen,
visto que a liberdade de comércio e navegação favoreceu a entrada de mercadorias britânicas nos
portos portugueses.
Esta atitude repressiva e deplorável situação económica e financeira, gerou um clima de repulsa
contra os ingleses, por parte da burguesia portuguesa, visto que esta camada social viu a sua
atividade mercantil diminuir a larga escala.
A REBELIÃO EM MARCHA
No Porto, em 1817, Manuel Fernandes Tomás funda uma associação secreta, o Sinédrio, que defendia
os princípios do Liberalismo;
Em janeiro, na Espanha uma revolução liberal restaurou a Constituição de 1812. Desde então,
Portugal passa a receber muita propaganda liberal. Em março, Beresford parte para o Brasil para
pedir dinheiro entre outras coisas ao Rei. Esta ausência de Beresford favoreceu a ação do Sinédrio.
A REVOLUÇÃO LIBERAL
A Revolução Liberal iniciou-se no Porto, no dia 4 de agosto de 1820 e nos dias seguintes, alastrou-se
para Lisboa e para o resto do país. O Sinédrio ajudou a preparar este movimento.
1. Pretendia-se o imediato retorno da família real, juntamente com a corte para Portugal.
Abolir a Inquisição;
Quando corte voltou a Portugal D. Pedro ficou para trás. Quando foi exigido o seu regresso este
recusou fazê-lo, criando aquele que é conhecido no Brasil como o “Dia do Fico”, 9 de janeiro de 1822.
O herdeiro da coroa tomou várias iniciativas que tornavam as instituições sociais, económicas e
militares da colónia mais autónomas das decisões da coroa portuguesa.
Durante viagem de estado a Minas Gerais e S. Paulo recebeu mais uma carta onde eram anuladas
algumas das suas decisões e se voltava a exigir o seu regresso.
A carta foi recebida junto ao riacho do Ipiranga e segundo se conta D. Pedro desembainhou a espada
gritando “independência ou morte”. Tratou-se do momento que ficaria marcado como o “Grito do
Ipiranga”.
A CONSTITUIÇÃO DE 1822
NOMEI
A
ELEG
E
Governo
Com o regresso de D. João VI a Portugal, as Cortes Constituintes retiraram muitos dos privilégios ao
Brasil e exigiram que D. Pedro regressasse a Portugal, as Cortes Constituintes retiraram muitos dos
privilégios ao Brasil e exigiram que D. Pedro regressasse a Portugal. Com todas estas exigências, D.
Pedro declara o Brasil independente, tornando-se pouco depois imperador do Brasil.
Muitos membros do clero e da nobreza pretendiam restaurar a Monarquia Absoluta. Para isso,
contaram com a ajuda de D. Miguel que chefiou duas revoltas contra o Liberalismo, acabando por ser
derrotado e forçado ao exílio.
Quando este morre, deixa a coroa a sua filha D. Maria da Glória, que foi prometida em casamento ao
seu tio D. Miguel que ficaria como rei se respeitasse a carta constitucional, mas quando este regressa
do exílio pouco depois aclama-se rei absoluto.
Iniciou-se assim um período de perseguições liberais, muitos foram presos e executados, outros
esconderam-se.
A guerra civil entre absolutistas e liberais prolongou-se por muitos meses, mas as tropas
reconquistaram Lisboa e restauraram de novo a Monarquia Constitucional, a paz foi assinada em
1834 na Convenção de Évora Monte e D. Miguel regressou ao exílio ficando o liberalismo
definitivamente em Portugal.
INSTABILIDADE POLÍTICA
Mouzinho da Silveira aplicou reformas legislativas, porque o governo liberal tentou abolir as
estruturas absolutistas.
Fixemos a nossa atenção num facto bem seguro. Quando D. João VI desembarcou em Lisboa a
quatro de julho de 1821, encontrou um porto, uma cidade e um reino diferentes. Ao jurar as Bases da
Constituição que lhe retiravam o poder absoluto, sabia que estava a dar um passo decisivo na
construção de uma monarquia constitucional integrada num mundo global também diferente
daquele que assistira à sua chegada ao Brasil em 1808.
E é assim que devemos olhar para a Revolução Liberal de 1820, com muito orgulho.
Faz 200 anos que, este foi um dia decisivo para a construção do Portugal contemporâneo. Uma
revolução, sob a forma pacífica de pronunciamento militar, marcou o início do derrube e extinção da
monarquia absoluta e da construção de um novo regime de monarquia constitucional.