Gestão de Redes de Cooperação Na Esfera Pública
Gestão de Redes de Cooperação Na Esfera Pública
Gestão de Redes de Cooperação Na Esfera Pública
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Gestão de Redes de
Cooperação na Esfera
Pública
Maria Leonídia Malmegrin
2015. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.
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3.0 Brasil, podendo a OBRA ser remixada, adaptada e servir para criação de obras derivadas, desde que com fins
não comerciais, que seja atribuído crédito ao autor e que as obras derivadas sejam licenciadas sob a mesma licença.
1ª edição – 2011
2ª edição – 2012
Inclui bibliografia
Bacharelado em Administração Pública
ISBN: 978-85-7988-265-4
CDU: 35
2015
3ª Edição Revisada e Atualizada
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
AUTORES DO CONTEÚDO
Maria Leonídia Malmegrin
Coordenação do Projeto
Alexandre Marino Costa
Coordenação de Produção de Recursos Didáticos
Denise Aparecida Bunn
Projeto Gráfico
Adriano Schmidt Reibnitz
Annye Cristiny Tessaro
Ilustração
Adriano Schmidt Reibnitz
Editoração
Annye Cristiny Tessaro
Stephany Kaori Yoshida
Revisão Textual
Claudia Leal Estevão
Mara Aparecida Andrade R. Siqueira
Capa
Alexandre Noronha
Créditos da imagem da capa: extraída do banco de imagens Stock.xchng sob direitos livres para uso de imagem.
Sumário
Apresentação............................................................................................................. 7
Considerações finais................................................................................................ 96
Referências.............................................................................................................. 97
Minicurrículo......................................................................................................... 102
Apresentação
A�r��������o
Caro estudante,
Bem-vindo aos estudos da disciplina Gestão de Redes de
Cooperação na Esfera Pública. Sabemos que o ser humano é, por
excelência, um ser social. Alguns vivem cercados por inúmeras pessoas
e outros por uma quantidade menor, mas nos dois casos a interação
é sempre observada.
Você saberia dizer em que resulta a integração dessas pessoas?
Resulta na formação de redes de relacionamento!
E o que são redes de relacionamento? São tipos de parceria
nos quais as pessoas que fazem parte desse círculo de contatos
trocam informações e aprendizados profissionais e, ainda, ajudam-
se mutuamente; sem contar que um grupo pode sofrer influência de
outro grupo.
A formação de redes acontece desde que existe a sociedade e
pode ocorrer em diversos contextos, por exemplo, quando as pessoas
se agrupam para o esporte (equipes), para a política (partidos), para
o trabalho (organizações), enfim, de muitas outras formas de atuação
coletiva. Não fosse a disposição das pessoas para a “conexão” entre
elas, a internet não teria apresentado tanto sucesso.
Do ponto de vista das organizações, a formação de redes
está associada ao alcance de objetivos em contextos que apresentam
grandes complexidades; como no caso de redes de pesquisadores que
estudam um mesmo assunto; de redes de correspondentes internacionais
para a mídia; de redes de organizações preocupadas com questões
sociais e com o meio ambiente; de redes de voluntários; de redes de
empresas (ou redes de trabalho dentro de uma empresa); entre outras,
sempre que se faça necessário múltiplos conhecimentos da relação da
organização com suas partes e com o ambiente externo.
Eletivas 7
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Eletivas 9
UNIDADE 1
I��ro�u��o � G����o ��
R���� �� Coo��r���o ��
E���r� P���i��
Objetivos específicos de aprendizagem
Ao finalizar esta Unidade, você deverá ser capaz de:
ff Distinguir as Redes de Cooperação na Esfera Pública no contexto
das redes cooperativas em geral;
ff Diferenciar os diversos modelos de gestão passíveis de
implementação e os impactos sobre a capacidade governativa
dessas redes; e
ff Correlacionar os resultados de desempenho das redes com
os desafios de universalização de serviços públicos e os
desenvolvimentos econômico e social, nos âmbitos local e
nacional.
Unidade 1 – Introdução à Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
G����o �� R���� ��
Coo��r���o �� E���r� P���i��
Gestão ou Administração?
v
Alguns autores divergem sobre o conceito de administração
e de gestão, mas, para fins da presente disciplina, consideraremos
gestão como sinônimo de administração, significando um conjunto
de princípios, de normas e de funções que tem por fim ordenar os
fatores de produção ou de serviços e controlar a sua produtividade e
Esse tema está presente
eficiência para obter determinado resultado. (FERREIRA, 2009)
nas disciplinas Teorias da
Apesar de considerarmos administração e gestão como sinônimos, Administração I e II.
utilizaremos a nomenclatura mais recente, ou seja: gestão.
Assim, a gestão será ainda representada por um modelo
explicativo abrangendo quatro etapas: planejamento, execução,
avaliação e controle; ou planejamento, organização, direção e controle.
É importante você saber que estamos usando como referencial
a Teoria das Organizações, que pode ser entendida como uma
disciplina específica, um campo de estudo ou de conhecimento que
procura interpretar a realidade das organizações oferecendo múltiplas
abordagens e enfoques sobre as suas diversas variáveis. Isso porque
as organizações são fenômenos que podem ser entendidos de muitas
maneiras.
Eletivas 13
Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
v
De forma geral, redes podem ser entendidas como conjunto
de entes, no caso das organizações, com objetivos semelhantes e que
Esse conceito será atuam de forma integrada, porque dessa forma os resultados obtidos
detalhado ainda nesta são otimizados.
Unidade.
Eletivas 15
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R���� �� Coo��r���o ��
E���r� P���i��: Co���i�o�,
C�r����r���i��� � Ti�o�o�i��
Eletivas 17
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Redes: Características
Eletivas 19
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v
bens ou de conhecimentos) é elevada entre os agentes, resultando
em ganhos de aprendizado e comprometimento.
A terceira característica, flexibilidade dos arranjos, trata da
possibilidade de encontrarmos soluções por meio da diversidade de
agentes interconectados e das diferentes percepções desses agentes. Essa característica
É o que denominamos de inclusão de externalidades. Externalidades praticamente se confunde
com o senso comum de
podem ser entendidas como subproduto das transações entre duas
organização em rede.
partes que não podem ser apropriadas por aquele que o produz, mas
que podem ser apropriadas como ganhos ou perdas por terceiros.
Outra característica da flexibilidade refere-se à capacidade de
detectar e de absorver, no funcionamento da rede, novas informações.
Esse, de fato, é um elemento novo, relacionado à mudança no
ambiente tecnológico e que provoca intensas mudanças nas variáveis
de informação e comunicação nas redes interorganizacionais.
Anntonelli (1992) e Nohria (apud NOHRIA; ECCLES, 1992)
apontam que as novas informações possibilitam não somente o
surgimento de novos produtos e serviços, mas facilitam arranjos mais
flexíveis e autônomos, cuja consequência é a redução expressiva de
custos de transação associados à informação.
As Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC)
propiciaram uma nova forma de relação entre as organizações, na qual
os conhecimentos instantâneos sobre o andamento da prestação dos
serviços e de alterações de demanda, volume e prazo, por exemplo,
permitem fluxos de informações que podem adequar o ritmo de
atendimento às demandas dos usuários e dos beneficiários, em tempo
real.
De acordo com Castells (1999), as funções e os processos
dominantes, na era da informação, estão cada vez mais organizados
em redes. Sobre esse assunto, o autor menciona que
Eletivas 21
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Eletivas 23
Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
Tipologias de Rede
Eletivas 25
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HIERÁRQUICA
(rede vercal)
CONTRATO CONVENIÊNCIA
(rede formal) (rede informal)
COOPERAÇÃO
(rede horizontal)
Figura 1: Mapa de Orientação Conceitual para a Classificação das Redes
Fonte: Adaptada de Marcon e Moinet (2000 apud BALESTRIN; VARGAS, 2002)
Eletivas 27
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Eletivas 29
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Eletivas 31
Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
Mo���o� �� G����o �
E��ru�ur�� Bá�i���
v
Os modelos de gestão não são apenas entendidos como
princípios e valores, pois eles somente se tornam concretos por meio
das estruturas organizacionais; das leis e das normas; das rotinas de
operação, formais e informais; dos sistemas informatizados e até da
Nessa seção, você deverá
forma como os espaços físicos são desenhados.
resgatar alguns conteúdos já Quando tratamos de redes interorganizacionais na esfera
trabalhados nas disciplinas pública, devemos ter em mente que essas organizações adotam modelos
Teorias da Administração
de gestão que privilegiam especialmente questões relacionadas às
I e II, como a função
organização, delegação e características da Administração Pública.
poder, entre outras. Na realidade, as redes na esfera pública sofrem restrições pelo
fato de serem operadas, em parte, por órgãos estatais ou por usarem
Eletivas 33
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Eletivas 35
Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
v
Você já deve ter ouvido falar que as organizações podem se
apresentar em estruturas:
A disciplina Teorias da
f Hierárquicas, ou verticais.
Administração I aborda a f Processual, ou horizontal.
estrutura das organizações.
f Matricial.
f Em rede.
Eletivas 37
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in in
in in con
con con
con
v
desafios cotidianos e para a inovação, não havendo a necessidade de Lembra-se do Quadro
2 – Tipologia das Redes:
comunicação entre os nós. Estes são autônomos, pois têm Dp, E, R.
Critérios e Formuladores?
Se recorrermos ao Quadro 2 e usarmos o critério “autonomia”, Retorne a ele para
que é o que melhor explica os modelos de gestão, podemos classificar compreender melhor do
essa rede básica como um caso de rede tutelada. que estamos falando.
Eletivas 39
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R
Centro con - conhecimento
sup - suporte logís
co
Figura 5: Rede Invertida
Fonte: Adaptada de Quinn, Anderson e Finkelstein (2001)
*Know-how – palavra da
Como vemos na Figura 5, o conhecimento, ou know-how*,
língua inglesa que signifi- circula livremente de nó para nó ou formalmente para o centro quando
ca conhecimento técnico definido pelo modelo de gestão. Nesse caso, o centro funcionaria como
profundo para efetuar
uma memória do conhecimento gerado na rede, fornecendo também
determinados processos
ou procedimentos. Fonte:
os recursos necessários à operação da rede, mas todas as decisões são
Houaiss (2009). exclusivas de cada um dos nós.
É importante destacar que o agente central, provendo suporte
logístico, alivia os nós de detalhes administrativos.
Usando novamente o critério “autonomia”, essa rede pode ser
considerada também um caso específico de rede tutelada.
As redes invertidas são muito comuns na esfera pública, pois os
recursos públicos arrecadados centralmente precisam ser repassados,
via orçamento público, aos órgãos que prestam os serviços à sociedade.
O formato de rede que vamos apresentar a seguir sempre é
mostrado quando o assunto é rede. Alguns consideram esta configuração
como uma rede verdadeira, todos os nós são autônomos e não existe
um agente central, mas para melhorar a sua eficiência de atendimento,
DER DER
DER DER
Figura 6: Rede “Teia de aranha”
Fonte: Adaptada de Quinn, Anderson e Finkelstein (2001)
E2
E1 DER
DER E4
E3
DER
U1 DER
U3
DcER U2 DcER
DcER
E(1,2,...n) - Equipes
U(1,2,...n) - Unidades
Figura 7: Rede Aglomerada
Fonte: Adaptada de Quinn, Anderson e Finkelstein (2001)
Eletivas 41
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Dd ER Dd ER
Dc Dc
Dd ER Dc Dd ER
Dd ER Dc Dc
Dd ER Dd ER
Dd ER
Dd ER
que também podem gerar conhecimento que será repassado aos nós
de atendimentos.
Há uma hierarquia das organizações que compõe a rede, por
esse motivo existem nós ou organizações de segunda e de terceira
gerações, ou níveis.
Um exemplo na esfera pública é o caso das redes do SUS, do
v
Sistema Nacional de Educação (SNE) e de outros sistemas de prestação
de serviços públicos.
Usando o critério “autonomia”, essa rede seria um caso específico
de rede subordinada.
Lembre-se de que
você pode retomar
Eletivas 43
Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
v
Vemos que as telecomunicações, no que se refere a sua
administração, passaram do núcleo do Estado para a iniciativa
privada. No entanto, caberá ao governo a regulamentação do Setor
de Telecomunicações.
Vamos voltar ao entendimento de serviço público. De forma geral, A Agência Nacional
é todo serviço que venha a ser prestado à coletividade, diretamente de Telecomunicações
pelo Estado ou por sua delegação ou, até mesmo, por particular, desde (ANATEL) foi criada para
esse fim. Para obter mais
que disponibilizado para o cidadão; e, ainda, são serviços públicos os
informações, acesse
administrativos colocados à disposição coletiva, mas, eventualmente, ao site: <http://www.
beneficiando o cidadão isoladamente. anatel.gov.br/Portal/
exibirPortalInternet.do>.
Acesso em: 10 ago. 2015.
Eletivas 45
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v
o que denominamos universalização de serviços públicos.
Nesse sentido, a grande capilaridade das redes interorganiza-
cionais é um fator estratégico quando analisamos o potencial dessas
redes para a universalização de serviços públicos com qualidade nos
Vamos tratar da aplicação atendimentos aos usuários e aos beneficiários e como qualidade de
das redes na esfera pública
gestão dos recursos públicos.
na Unidade 2 – Gestões
Específicas de Redes
Para isso, vamos tentar construir uma estrutura de serviços
na Esfera Pública, que usando grupos de serviços que, na sua totalidade, representam o
abordará as necessidades conjunto dos Serviços Públicos.
e os serviços particulares
Podemos apresentar os seguintes grupos:
às diversas modalidades de
prestação de serviços.
f Atendimentos: de direitos aos cidadãos, de demandas
sociais, de saúde, de educação, de segurança, de
assistência social etc.
f Infraestruturas de uso comum: nesse caso,
pensamos nas autoestradas e nos serviços associados
ao transporte rodoviário.
f Intervenção nos agentes da sociedade e de
mercado: um exemplo é o licenciamento ambiental,
v
executado por órgãos estatais do meio ambiente; e
outro, o Conselho Monetário Nacional (CMN),
órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro
Nacional, que regula o funcionamento deste sistema Conheça mais sobre esse
Redes e Resultados
Eletivas 47
Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
v
Como exemplo de formação de redes, com alcance dos resultados
e impactos na área social não contributiva, podemos fazer referência
ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que integra os três
entes federativos e objetiva consolidar um sistema descentralizado e
participativo, instituído pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS),
Conheça mais sobre esse
Lei n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Além dos entes federativos,
sistema público. Acesse o
site: <http://www.mds.gov. entidades civis podem compor a rede. De forma bem sintética, seus
br/assistenciasocial/suas>. impactos estão associados ao desenvolvimento humano e social.
Acesso em: 10 ago. 2015.
Percebemos, nesse tipo de composição, que devido à imensa
A Lei n. 8.742/93 encontra-
diversidade das condições humanas e das realidades sociais, decorrentes
se disponível no site:
<http://www.planalto.gov.
da amplitude do território brasileiro, cada contexto apresenta uma
br/ccivil_03/Leis/L8742. realidade diversa e, com isso, a solução adotada na região Norte não
htm>. Acesso em: 10 ago. servirá para a região Sul.
2015.
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Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
Resumindo
Primeiramente, pedimos a você que retorne à Figura 2,
que mostra a estrutura de apresentação da Unidade 1.
Nesta Unidade, inicialmente, conhecemos os múltiplos
conceitos de rede, tão variados e complexos quanto os ambien-
tes em que elas operam, em particular, o ambiente da presta-
ção de serviços públicos.
Para entendermos tamanha complexidade, analisamos
os diversos tipos de rede com as respectivas estruturas organi-
zacionais e os modelos de gestão, chamando a atenção para o
fato de o tema “redes de cooperação” estar sendo estudado por
diversos pesquisadores de diversas áreas de conhecimentos.
Essa abordagem global é importante para que, em seus
estudos futuros sobre o assunto, você identifique quais desses
estudiosos estão trabalhando aspectos importantes que são de
seu interesse e necessidade.
Finalmente, abordamos de que forma as redes inte-
rorganizacionais de cooperação na esfera pública produzem
resultados almejados pela sociedade. Um tema abordado com
destaque foi o papel das redes na universalização dos serviços
públicos.
Atividades de aprendizagem
Para verificar seu entendimento, procure realizar as atividades
que foram elaboradas com o objetivo de reforçar os conteúdos
expostos nesta Unidade 1; de apoiar sua participação nos processos
de construção conjunta do conhecimento que planejamos; e de
ajudá-lo na aproximação das situações práticas de gestão pública
local no que se refere ao tema: redes públicas de cooperação em
ambientes federativos e locais. Em caso de dúvida, não hesite em
consultar seu tutor.
Eletivas 51
Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
Eletivas 53
UNIDADE 2
G������ E������i��� ��
R���� �� E���r� P���i��
Objetivos específicos de aprendizagem
Ao finalizar esta Unidade, você deverá ser capaz de:
ff Descrever a importância da participação e do controle social e seus
mecanismos e instrumentos na gestão de prestação de serviços
sociais e socioassistenciais pelas redes públicas de cooperação
entre o Estado e a Sociedade;
ff Identificar a importância de controle pelo Estado e seus
mecanismos e instrumentos na gestão de prestação de serviços
de infraestrutura pelas redes públicas de cooperação entre o
Estado e o Mercado; e
ff Reconhecer a importância dos pressupostos de isonomia e dos
mecanismos de ouvidorias públicas na gestão dos serviços de
intervenção do Estado, no mercado e na sociedade, executados
pelas redes públicas estatais.
Unidade 2 – Gestões Específicas de Redes na Esfera Pública
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v
Antes de detalharmos cada caso, vamos lembrar a tipologia
proposta por Amado Neto (2000) que utiliza como critério “a cadeia
de produção (ou prestação de serviços) e uso de recursos” para a
Consulte o Quadro 2 classificação em: redes verticais e horizontais de cooperação.
– Tipologia das Redes: Inojosa (1999) apresenta, ao utilizar os termos público-alvo e
Critérios e Formuladores,
serviços públicos, a distinção entre redes homogêneas e heterogêneas,
caso tenha dúvidas.
que será muito importante para o entendimento de alguns aspectos de
gestões específicas das redes públicas de cooperação na esfera pública.
Para essa autora, toda rede é criada em função de um objetivo
comum que é o da cooperação. Os atores e as organizações buscam
articular parcerias em número e em qualidade capazes de realizar
esse objetivo.
Nesse contexto, há redes com as quais se buscam parcerias
que produzam um serviço ou um produto semelhante e que alcancem
públicos diferentes no que diz respeito ao gênero, à faixa etária, ao
território ou a outra característica. Essas redes são denominadas
homogêneas em relação ao perfil das instituições integrantes, como
uma rede municipal de escolas que produz educação básica para
atender às crianças em todos os seus distritos.
A autora ainda considera que existem redes nas quais os parceiros
produzem serviços ou produtos complementares entre si para servir
a um mesmo público. Nessas redes, variados tipos de parceiros são
necessários para a prestação do serviço.
Vamos a um exemplo? Para produzir assistência à saúde de uma
mesma população, é preciso ter uma rede que contemple unidades
básicas de saúde, com ambulatórios de especialidades e com hospitais
de diferentes complexidades, além de serviços complementares, como
laboratórios.
II – Vi��o i���r��
I – N��ur��� ��� III – Vi��o ����r��
(�ro����o �� �r������o
or���i������ (����i�o-���o � ��r�i�o�)
�� ��r�i�o�)
�om�o������
V�r�i��� Hori�o���� Homo����� H���ro�����
Estatal Pura 1 2 A B
(somente organiza-
ções estatais)
Híbridas 3 4 C D
(organizações esta-
tais e não estatais)
v
Quadro 4: Variedade de Redes de Cooperação em Múltiplas Perspectivas
Fonte: Elaborado pela autora deste livro
Eletivas 59
Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
v
Para que essa tarefa seja realizada, os recursos públicos são
repassados das instâncias superiores aos órgãos executores por meio
de instrumentos específicos que definem limites e formas de realizar
gastos e de prestar contas.
Essas redes têm como objetivo ou lógica coletiva os ganhos Veremos esse assunto,
de forma mais detalhada,
sinérgicos na perspectiva social, isto é, a busca da efetividade e a
nas próximas seções desta
valorização do capital social, como você pôde ver no Quadro 1 –
Unidade.
Objetivos e Ganhos Sinérgicos por Perspectiva, que apresentamos na
Unidade 1.
Destacamos que uma rede sistêmica, às vezes, desafia o Estado a
atender públicos em locais onde não existem unidades de atendimento
dos municípios. Também devemos considerar que a especificidade das
demandas pode gerar a necessidade de implementação de atendimentos
mais personalizados.
Como exemplo, podemos citar o caso da Rede SUS, distribuindo
medicamentos, executando consultas e exames e fornecendo informações
sobre cuidados sanitários.
Diante dos desafios citados, essa rede estatal buscaria parcerias
com organizações não governamentais e com o setor privado. Teríamos,
então, agregada à nossa Rede SUS uma rede de ONGs; por exemplo:
a fundação de uma instituição bancária com grande capilaridade, e
mesmo uma rede de farmácias, ambas já existentes nos municípios
onde vivem os públicos-alvo.
Eletivas 61
Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
v
estadual e municipal.
Os processos de expansão verificados por meio da análise do
Quadro 4 são os mesmos analisados para redes sistêmicas da 1ª fase.
No entanto, as redes sistêmicas da 2ª fase já nascem com a incumbência
de administrar uma história de autonomia de cada um dos integrantes. Se tiver dúvidas, volte ao
Quadro 4 – Variedade de
Redes de Cooperação em
Redes Sociais de Iniciativa da Sociedade Múltiplas Perspectivas.
v
Independente das iniciativas de coordenação do Estado, as redes
de cooperação para prestação de serviços públicos sociais começaram
a ser implementadas a partir dos movimentos sociais.
O relacionamento dessas redes com as organizações estatais pode
ocorrer a partir de critérios e de decisões tomadas no âmbito interno, No Quadro 2, na Unidade
1, apresentamos a
pois como essas redes nascem autônomas, elas podem considerar as
definição de movimentos
trocas de recursos públicos uma desvantagem, por causa da perda de
sociais. Sugerimos que você
autonomia, isto é, pelo fato de se transformarem em redes tuteladas. releia esse conceito para
entender melhor o que
estamos tratando aqui.
Eletivas 63
Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
das políticas sociais, mas na prestação de serviços públicos de natureza e da sociedade. Fonte:
Elaborado pela autora.
social, como vimos anteriormente.
deste livro
Essa mudança de foco do papel da participação popular
abre caminho para o estabelecimento de um novo espaço público
denominado público não estatal, no qual começa a se desenvolver
os conselhos, os fóruns, as redes e as articulações entre a sociedade
civil e os representantes do Poder Público, visando à democratização
da gestão da parcela do Estado responsável pelo atendimento das
demandas sociais.
Como percebemos, a organização dos segmentos sociais não
se dá apenas em torno de necessidades materiais ou de realização de
políticas públicas que atendam a carências históricas, mas também
busca a consolidação de uma cultura política de respeito à equidade*
*Equidade – virtude de
social e à transparência das ações do Estado.
quem ou do que (atitude,
comportamento, fato
etc.) manifesta senso de
justiça, imparcialidade,
O reconhecimento dos cidadãos como sujeitos de construção
respeito à igualdade de
e de efetivação de direitos na prestação de serviços públicos direitos. Fonte: Houaiss
sociais realizados pelas redes que estamos estudando é (2009).
imprescindível.
Eletivas 65
Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
Controle Social
Conselhos e Comissões
Eletivas 67
Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
Eletivas 69
Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
Eletivas 71
Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
v
Como existe o repasse de recursos públicos, de natureza
financeira, esses instrumentos seguem regras estabelecidas por leis
de contratação, a exemplo da atual Lei n. 8.666, de 21 de junho de
1993. Essas regras apontam as seguintes necessidades:
Para saber mais sobre essa
lei, que institui normas
f plano de trabalho;
para licitações e contratos f ciência dos órgãos legislativos;
da Administração Pública,
f plano de aplicação dos recursos; e
acesse o site: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/ f condições específicas para extinção do convênio e para
Leis/L8666cons.htm>. o tratamento dos saldos apurados.
Acesso em: 10 ago. 2015.
A gestão de convênio é uma das tarefas mais importantes no
gerenciamento das redes públicas de cooperação e, na instância federal,
existem arcabouço legal e sistemas informatizados bastante elaborados
que apoiam técnicos e gestores públicos; mas esses suportes podem
não existir em todos os Estados e municípios do País.
Os convênios são usados para as entidades do terceiro setor,
isto é, as organizações não estatais em geral. Porém, existem duas
categorias de organização para as quais esse tema exige alguns
aprofundamentos. São elas:
v
administrativos já abordados. É importante mais uma vez chamar
sua atenção para aspectos críticos de natureza legal e orçamentária
explicitados na Lei n. 9.790, de 23 de março de 1999.
As OSs usam instrumentos criados recentemente e denominados
contratos de gestão. Para primeiro entendimento do conceito de Trata-se da lei que institui
e disciplina o Termo de
Organização Social, selecionamos o artigo 1º da Lei n. 9.637, de 15
Parceria, um instrumento
de maio de 1998: jurídico novo criado para
a realização de parcerias
Eletivas 73
Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
v
qualificando profissionais de saúde, desenvolvendo pesquisa científica
e gerando tecnologia.
Os consórcios públicos foram
institucionalizados com o O caráter autônomo da gestão desse serviço público de saúde
Decreto n. 6.017, de 17 de faz da Associação a primeira Instituição pública não estatal brasileira.
janeiro de 2007, disponível
A Associação administra a Rede SARAH por meio de
em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2007-
um Contrato de Gestão, firmado em 1991 com a União, que
2010/2007/decreto/d6017. explicita os objetivos, as metas e os prazos a serem cumpridos.
htm>. Acesso em: 10 ago. Os princípios administrativos para alcançar esses propósitos estão
2015.
regulamentados em manuais internos.
Os Consórcios Públicos representam um avanço de cooperação
federativa e sua principal novidade é a instituição de instrumentos
v
para que os entes federados atuem de forma conjunta, possibilitando
o estabelecimento de relações de cooperação seguras, estáveis e
transparentes. Criados por meio da Lei n. 11.107, de 6 de abril de 2005,
contribuem para dar maior efetividade no federalismo cooperativo da
Essa lei encontra-se
disponível no site: <http:// Constituição de 1988 que, ao lado de um legado histórico importante,
www.planalto.gov.br/ pode se tornar um instrumento estratégico para o desenvolvimento
ccivil_03/_Ato2004- social e econômico brasileiro.
2006/2005/Lei/L11107.
Como não abordamos toda variedade de organizações que
htm>. Acesso em: 10 ago.
2015. compõem essas redes, apresentamos na Figura 11 um esquema que
Administração Direta
Avidade Pública Descentralizada
Autarquia
Administração Pública
Fundação de Direito Público
Organização Dependente
Fundação Estatal
Organização Pública
Iniciava Privada
Serviço Social Autônomo
Concessionária
OSCIP
PPP
Fundação de Apoio
Fundação Privada
Organização Privada
Associação
Eletivas 75
Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
Eletivas 77
Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
v
passam a fazer a prestação de serviços públicos de infraestrutura, são
as redes dos setores de Telecomunicações, de Transportes e Elétricos.
Essas redes têm como objetivo ou lógica coletiva os ganhos
sinérgicos na perspectiva econômica, isto é, a redução dos custos de
transação e a valorização do capital/rentabilidade, isto é, os resultados Veja o Quadro 1 – Objetivos
prioritários de eficiência. e Ganhos Sinérgicos
por Perspectiva, que
O desafio dessas redes é conciliar a lógica econômica de seu
apresentamos a você na
funcionamento com a qualidade da prestação de serviços públicos Unidade 1.
exigida pelo Estado e pela sociedade. A partir dessa afirmação, podemos
entender a importância de instituições como as agências reguladoras,
representando o Estado, e os órgãos de defesa do consumidor,
representando a sociedade.
Vamos analisar essas redes a partir do Quadro 4 – Variedade
de Redes de Cooperação em Múltiplas Perspectivas. Elas são redes
híbridas, pois não podemos esquecer que a parte estatal de regulação
não permite que essas redes sejam puras de mercado.
Quando analisamos a prestação de serviços, notamos que as redes
públicas de prestação de serviços de infraestrutura são essencialmente
v Se julgar necessário,
consulte os Quadros 2 e 4.
Eletivas 79
Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
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Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
v
prazos determinados, envolvendo o poder concedente
(União, Estado, Distrito Federal ou municípios) e o
concessionário ou permissionário. É importante notar
Para compreender que devem ser realizadas licitações, sendo permitida
melhor de que estamos
a participação de empresas do mercado em regime
tratando, volte à Figura
11 – Atuação do Estado
de consórcio. Nessa contratação deve ficar claro o
no Desenvolvimento Social papel da agência reguladora específica para o setor
e Econômico – e localize ao qual pertencem as obras e os serviços. Exemplos:
Consórcios de Direito as concessionárias de eletricidade e de comunicações
Privados.
ou para a exploração da manutenção de estradas de
rodagem.
f Parceria Público-Privada (PPP): é bastante
v
semelhante às parcerias tratadas no item anterior.
Em razão disso, apesar de ter legislação específica, a
Trata-se da lei que institui as
normas gerais para licitação Lei n. 11.079, de 30 de dezembro de 2004, e alguns
e contratação de PPP no artigos da Lei n. 8.987/95 são também considerados. A
âmbito da Administração diferença básica entre PPP e concessão é a remuneração
Pública. Consulte essa lei
do parceiro privado. Para as concessões, a fonte da
em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
remuneração diz respeito às tarifas cobradas e, para
2006/2004/Lei/L11079. a PPP, a remuneração pode ser exclusivamente do
htm>. Acesso em: 10 ago contratante ou mista. Será uma espécie de concessão
2015.
v
f Parcerias para Produção e Inovação: essas parcerias
estão restritas às Redes de APL. O Estado participa por
meio de políticas públicas, de financiamentos através
de bancos públicos, por exemplo, o Banco Nacional Volte ao Grupo 2 –
Sistemas Locais de
de Desenvolvimento Econômico (BNDES), e apoio de
Produção e Inovação.
recursos financeiros, logísticos e de capacitação. Esse
suporte é particularmente bastante reduzido e restrito a
casos específicos.
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Instrumentos de Gestão
v
Como estão em jogo os interesses da coletividade, a sociedade
pode se organizar para o controle social, participando de conselhos,
a exemplo do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), e
de consultas públicas, conforme previsto em lei.
Conheça melhor as Outro exemplo é o Conselho Nacional de Metrologia, Normalização
atribuições desse órgão e Qualidade Industrial (Conmetro), criado pela Lei n. 5.966, de 11 de
acessando o site: <http://
dezembro de 1973, com competências definidas na Lei n. 9.933, de 20
www.mma.gov.br/port/
de dezembro de 1999, que é competente para expedir atos normativos
conama/estr.cfm>. Acesso
em: 10 ago. 2015. e regulamentos técnicos nos campos da Metrologia e da Avaliação de
Conformidade de produtos, processos e serviços.
O Conmetro, da mesma forma que o CONAMA, constrói
consensos entre os agentes econômicos e os segmentos representativos
da sociedade, no caso, os consumidores. Por terem finalidades distintas
dos conselhos de políticas públicas que abordamos para as redes
públicas de prestação de serviços sociais e assistenciais, exercem um
papel de intervenção legal e normativo nas relações entre Estado,
sociedade e mercado.
Outra questão que merece destaque é o acionamento das
Procuradorias de Estado para exercer seu papel em razão do interesse
coletivo. Essas instituições são muito atuantes, quando acionadas ou
por iniciativa própria, como nos casos de licenciamento ambiental e
de outras autorizações.
Como as ações do Estado devem ser isonômicas, isto é, devem
tratar todos os cidadãos de forma igual, pessoas físicas ou jurídicas,
a implementação de ouvidorias públicas para receber reclamação
e denúncias quando os interessados se julgarem injustificados, é um
instrumento previsto na lei e de grande importância.
Eletivas 91
Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
Resumindo
Nesta Unidade, abordamos os aspectos críticos da Gestão
de Redes de Cooperação na Esfera Pública.
Vimos que as redes de prestação de serviços públicos na
perspectiva social são organizações nas quais o papel do Estado
é realmente o de um parceiro executor, articulador e, também,
provedor de recursos. Essas redes são híbridas, formadas por
organizações estatais, privadas e não governamentais e a parti-
cipação da sociedade civil é estratégica para o controle social.
Redes de prestação de serviços públicos de infraestru-
tura têm forte presença do componente econômico. O papel
do Estado nas redes é o de delegação dos serviços públicos ao
mercado e de regulação da atuação dos agentes contratados.
Vimos ainda um tipo de rede de relacionamento de mercado
no qual o papel do Estado é o de articulador e de financiador
parcial dos agentes produtivos dos APLs. As redes formadas
são também híbridas com a participação do Estado e de outras
organizações, com destaque para as do setor privado. As agên-
cias reguladoras e o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
são mecanismos fundamentais para que os serviços prestados
sejam universalizados e de boa qualidade.
Redes de prestação de serviços de intervenção legal são
sempre redes estatais puras, com seus mecanismos e instru-
mentos de gestão concebidos e implementados com os parâ-
metros da Administração Pública, em especial o da legalidade.
A Atuação dos conselhos das Procuradorias de Estado e das
ouvidorias públicas é crítica para a efetividade dessas redes.
Atividades de aprendizagem
As atividades foram concebidas para reforçar os conteúdos
expostos nesta Unidade; para apoiar sua participação nos processos
de construção conjunta do conhecimento que planejamos; e para
ajudá-lo na aproximação das situações práticas de Gestão Pública
no que se refere ao tema: Redes de Cooperação na Esfera Pública.
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Gestão de Redes de Cooperação na Esfera Pública
Co��i��r����� �i��i�
Prezado estudante,
Esperamos que sua decisão sobre cursar a disciplina Gestão
de Redes de Cooperação na Esfera Pública tenha sido recompensada
pela oportunidade de conhecer mais detalhadamente o fascinante
mundo das redes interorganizacionais, que são cada vez mais usadas
na universalização da prestação de serviços públicos.
No desenvolvimento de nossos estudos foi possível entender
a especificidade e a variedade das redes de cooperação que estão
sendo criadas para a prestação de serviços sociais, de infraestrutura e
mesmo para a implementação de serviços de intervenção do Estado
no mercado e na sociedade.
É um processo sem volta, portanto, compreender seus modelos
de gestão, formatos e arranjos, mecanismos e instrumentos de
gerenciamento, torna-se imperativo para o alcance dos resultados de
abrangência e da celeridade da atuação do Estado.
As parcerias viabilizadas por essas redes envolvendo organizações
estatais e não estatais implicam relacionamentos complexos, como a
participação da sociedade, o controle social e a atuação de entidades
de defesa dos consumidores dos serviços públicos.
O papel do Estado na regulação da prestação de serviços pelo
setor privado e na fiscalização do uso dos recursos públicos pelas
organizações não governamentais é sustentado por arcabouços legais
e normativos cujo conhecimento é desafiante para todos que atuam
no mundo das redes de cooperação na esfera pública.
Nosso desejo é que você busque continuamente o seu aprendizado
sobre esse campo de estudo estratégico para a Administração Pública.
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Referências Bibliográficas
Referências
AMADO NETO, Jorge. Redes de Cooperação Produtiva e Cluster
Regionais: Oportunidades para as Pequenas e Médias Empresas. Fundação
Paulo Vanzolini. São Paulo: Atlas, 2000.
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Mi�i�urr��u�o
Maria Leonídia Malmegrin
ISBN 978-85-7988-265-4
9 788579 88265 4