Capítulo 1 - Metalografia
Capítulo 1 - Metalografia
Capítulo 1 - Metalografia
Metalografia
mecânica 2
Para conseguirmos a relação entre estrutura observada a olho nu, com lupa ou
microscópio, e as propriedades mecânicas, devemos seguir uma linha definida
de procedimentos, que chamaremos de ensaios metalográficos, que podem ser
macrográficos ou micrográficos.
Figura 6.1
Microscópio para
metalografia.
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CAPÍTULO 6
6.1 Macrografia
A macrografia consiste no exame do aspecto de uma peça ou amostra metálica,
segundo uma seção plana devidamente polida, chamada corpo de prova. Pela
macrografia obtemos informações de caráter geral, como a homogeneidade do
material da peça, a distribuição e quantidade de certas impurezas, processos de
fabricação etc. Para fazermos a análise macrográfica, precisamos preparar um
corpo de prova com base no objeto a ser analisado.
a) Corte ou desbaste
b) Lixamento e polimento
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mecânica 2
O polimento é iniciado após o lixamento e é feito até que os riscos da lixa te-
nham desaparecido. A peça passa a ter então um aspecto brilhante e sem riscos.
Depois se passa para a lixa mais fina, mudando em 90 graus a direção de poli-
mento e prosseguindo até terem desaparecido os riscos da lixa anterior; e assim
por diante, até o papel de lixa metalográfica zero. Após cada lixamento, a super-
fície deve ser cuidadosamente limpa, a fim de que o novo lixamento não fique
contaminado com resíduos do lixamento anterior.
Figura 6.2
Orientação para 90ο
o lixamento: B A
A–A: direção do lixamento
na primeira lixa;
B–B: direção do lixamento
A B
na lixa subsequente.
Figura 6.3
Posicionamento do
corpo de prova durante
a secagem no secador:
A) posição correta;
B) posição incorreta.
A B
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CAPÍTULO 6
• ataque por imersão, mergulhando a superfície polida em uma cuba que con-
tém certo volume de reagente;
• ataque por aplicação, estendendo uma camada de reativo sobre a seção em
estudo com o auxílio de um pincel ou chumaço de algodão, e regularizá-lo
se for preciso;
• ataque pelo método de Baumann – método de impressão direta: aplica-se
um papel fotográfico, convenientemente umedecido com um reagente apro-
priado sobre a superfície polida, assim se obtém praticamente um decalque
de como os sulfuretos se distribuem.
Existem reagentes específicos para todos os tipos de ligas metálicas, que obede-
cem à norma ASTM E250. Os mais comuns são:
• reativo de iodo: iodo sublimado 110 g, iodeto de potássio 120 g e água 1 100 g;
• reativo de ácido sulfúrico: ácido sulfúrico 120 cm e água 1 100 cm;
• reativo de Heyn: cloreto cupro-amoniacal 110 g e água 1 120 g;
• reativo de ácido clorídrico: ácido clorídrico 150 cm e água 150 cm;
• reativo de Fry: ácido clorídrico 1 120 cm, água destilada 1 100 cm e cloreto
cúprico 190 cm.
Figura 6.4
Imagem de micrografia
mostra alta concentração
de carbono no aço.
FOTO OBTIDA EM LABORATÓRIO/UNIMEP
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mecânica 2
6.1.2 Micrografia
A micrografia é o estudo dos produtos metalúrgicos feito com microscópio.
Para fazer uma análise micrográfica é necessário preparar um corpo de prova
do objeto a ser analisado. Nessa análise são observadas características como
granulação e a natureza, a forma, a quantidade e a distribuição dos diversos
constituintes do material, ou de certas inclusões.
Preparação da amostra
Embutimento
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CAPÍTULO 6
Figura 6.5
Acrílico leva algum
tempo para se solidificar.
b) Embutimento a quente
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mecânica 2
Lixamento e polimento
Figura 6.6
Escova para limpeza e Lixa
para polimento de metais..
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CAPÍTULO 6
Realizado o ataque e revelada a textura da amostra, ela deve ser lavada em água
corrente, para impedir o progresso da reação, e, depois, levada ao secador.
Se o corpo de prova for atacado por esfrega da solução, deve-se friccionar rapi-
damente a superfície polida, pelo tempo necessário, com um tufo de algodão
saturado com reagente. Decorrido o necessário tempo de ataque, deve-se lavar
completamente o corpo de prova sob um jato-d’água, de modo a remover o
reagente e interromper o ataque. Essa prática é absolutamente essencial: ela
interrompe a ação e, principalmente, previne a formação de sais ácidos que
desfigurariam a superfície. A limpeza completa sob jato-d’água quente, com a
remoção da umidade por evaporação ou enxugamento cuidadoso com tecido
macio, é suficiente.
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mecânica 2
Figura 6.7
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