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ADICIONAL Roteiroflonas ICMBio

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Ministério do Meio Ambiente

Marina Silva

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente


e dos Recursos Naturais Renováveis
Marcus Luiz Barroso Barros

Diretoria de Florestas
Antônio Carlos Hummel

Coordenação-Geral de Florestas Nacionais


Francisco Carneiro Barreto Campello

Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou duplicada


sem autorização expressa do autor e do editor.

Edições Ibama
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
Diretoria de Gestão Estratégica
Centro Nacional de Informação, Tecnologias Ambientais e Editoração

SCEN - Trecho 2 - Bloco B


CEP: 70818-900 - Brasília – DF - Brasil
Telefone: (61) 316-1065
Fax: (61) 316-1249
e-mail: editora@ibama.gov.br

Brasília
2003

Impresso no Brasil
PrinteBrazil
Ministério do Meio Ambiente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

2003
Organizadores

Ana Lúcia das Graças Amador Chagas


Ana Luísa Fagundes Salomão
Fábio de Jesus
Shirley do Nascimento Barbosa
Verusca Cavalcante Lucatelli

Equipe Técnica de Elaboração

Adalberto da Costa Meira Filho


Adalberto Soares Silva (Consultor PNUD)
Adalberto Iannuzzi Alves
Ana Lúcia das Graças Amador Chagas
Ana Luísa Fagundes Salomão
Andrea Hafner Fagundes (Consultor PNUD)
Cirineu Jorge Lorensi
Elisa Toniolo Lorensi
Fábio de Jesus
Jaime Tadeu França
Manoel Lima Feitosa
Marcelo Augusto Monteiro Ferraz
Shirley do Nascimento Barbosa
Verusca Cavalcante Lucatelli

Ficha Técnica:

Diagramação
Patrícia Araújo

Capa
Fátima Feijó

Revisão de Texto
Marly de Souza Magalhães Baptista

Revisão Técnica
Maria Odília Andrade Ribeiro de Oliveira

CATALOGAÇÃO NA FONTE
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECUSOS NATURAIS RENOVÁVEIS

R843 Roteiro metodológico para elaboração de plano de manejo para


florestas nacionais / Ana Lúcia das Graças Amador Chagas... [et
al.]; organizadores.- Brasília: Ibama, 2003.
56p. ; 19x28 cm.

ISBN 85-7300-157-7

1. Plano de manejo. 2. Floresta nacional. 3.Metodologia. 4.


Planejamento. I. Chagas, Ana Lúcia das G. Amador. II. Salomão, Ana
Luísa Fagundes. III. Barbosa, Shirley do Nascimento. IV. Lucatelli,
Verusca Cavalcante. V. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis. VI. Diretoria de Florestas. VII. Título.

CDU (2. ed.) 630.3


A consolidação do presente documento deve-se à participação e colaboração
de vários atores internos e externos do Ibama, particularmente, dos técnicos lotados
nas Unidades Descentralizadas e Gerências Executivas nos estados brasileiros e na
Coordenação-Geral de Florestas Nacionais em Brasília - a todos eles os nossos mais
sinceros agradecimentos. Por oportuno, não poderíamos deixar de fazer um registro
especial de agradecimento ao técnico Fábio de Jesus pela elaboração da primeira
versão deste Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para
Florestas Nacionais, momento em que o mesmo nos mostrou a sua experiência de
trabalho, obtida na participação efetiva para a elaboração do Roteiro Metodológico
para as Unidades de Conservação de Proteção Integral.

Registramos os nossos agradecimentos especiais: aos coordenadores, à época,


da Coordenação de Florestas Nacionais, aos analistas ambientais Dra. Ana Luisa
Salomão, Adalberto Meira Filho e Cirineu Jorge Lorensi, que muito contribuíram
para a realização deste roteiro; aos chefes das Florestas Nacionais pelas sugestões
e críticas apresentadas ao documento durante o “X Encontro Nacional dos chefes
de FLONAS”, realizado na Floresta Nacional de Ipanema no estado de São Paulo,
no ano de 2001. Agradecemos, ainda, ao atual Coordenador Geral de Florestas
Nacionais, o analista ambiental Francisco Barreto Campello, pelo empenho e apoio
para a concretização desta publicação.
O presente documento é fruto de discussões realizadas com os técnicos
envolvidos com as Florestas Nacionais e se constitui no Roteiro Metodológico para
Elaboração de Plano de Manejo para essa categoria de Unidade de Conservação,
tendo sido baseado no Roteiro Metodológico para Planejamento de Unidades de
Conservação de Uso Indireto (DIREC,1996).

O objetivo é estabelecer uma metodologia flexível e dinâmica que permita o


processo de planejamento em maior número de Florestas Nacionais, fornecendo
um instrumento norteador das atividades de manejo, de modo que se cumpram os
objetivos para os quais foram criadas. Sendo um instrumento norteador, é na sua
aplicação que iremos avançar seu aprimoramento.

Pretende-se com este roteiro estabelecer os passos do planejamento,


identificando os procedimentos gerais que compõem o Plano de Manejo da
Unidade de Conservação, sistematizando-o e uniformizando-o, a fim de que os
diferentes profissionais, que venham a atuar no planejamento das Florestas
Nacionais, possam utilizá-lo.
PARTE A
Apresenta o Roteiro Metodológico

1 Definições e Conceitos ................................................................................13


2 Visão geral do planejamento .......................................................................15
3 Processos Participativos ...............................................................................15
3.1 Reuniões Técnicas ..............................................................................15
3.2 Oficinas de Planejamento ...................................................................16
4 Aprovação do Plano de Manejo ..................................................................16

PARTE B
Metodologia para Elaboração do Plano de Manejo

1 Etapas para Elaboração do Plano de Manejo ...............................................17


2 Detalhamento das Etapas .............................................................................18
2.1 Organização do Planejamento ...........................................................18
2.2 Atualização Bibliográfica e Análise das Informações Disponíveis .......18
2.3 Interpretação das Imagens Orbitais e Suborbitais ................................18
2.4 Visitas de Campo à Floresta Nacional .................................................19
2.5 Análise do Manejo da Floresta Nacional .............................................19
2.6 Segunda Reunião Técnica ..................................................................19
2.7 Realização de uma Oficina de Planejamento......................................20
2.7.1 Procedimentos Metodológicos para a Oficina de Planejamento .........20
2.8 Consolidação dos Subsídios da Oficina de Planejamento ...................21
2.9 Elaboração do Plano de Manejo da Floresta Nacional
– versão preliminar ..............................................................................21
2.10 Terceira Reunião Técnica ...................................................................21
2.11 Elaboração do Plano de Manejo da Floresta Nacional
– segunda versão ................................................................................21
2.12 Quarta Reunião Técnica .....................................................................21
2.13 Elaboração do Plano de Manejo da Floresta Nacional
– terceira versão ..................................................................................21
2.14 Quinta Reunião Técnica .....................................................................21
3 Organização do Plano de Manejo ...............................................................22
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

PARTE C
Informações Gerais sobre a Floresta Nacional

1 Capa .......................................................................................................................23
2 Créditos ...................................................................................................................23
3 Sumário ......................................................................................................................23
4 Apresentação .........................................................................................................24
5 Histórico do Planejamento e Gestão ..................................................................24
6 Contexto Nacional ................................................................................................24
6.1 Sistema Nacional de Unidades de Conservação ............................................24
6.2 Localização das Unidades de Conservação Federais .....................................24
6.3 Enquadramentos Ecológicos das Florestas Nacionais .....................................24
7 Informações Gerais da Floresta Nacional ...........................................................25
7.1 Ficha Técnica da Floresta Nacional .................................................................25
7.2 Acesso à Floresta Nacional ................................................................................25
7.3 Histórico e Antecedentes Legais da Criação da Unidade ...............................25
7.4 Origem do Nome ................................................................................................25
7.5 Situação Fundiária ..............................................................................................26
7.6 Programas que envolvam a Floresta Nacional .................................................26
7.7 Atividades em desenvolvimento, potenciais e conflitos de uso .....................26
8 Caracterização dos Fatores Abióticos da Floresta Nacional .............................27
8.1 Clima ..................................................................................................................27
8.2 Relevo ..................................................................................................................27
8.3 Geomorfologia ....................................................................................................27
8.4 Geologia ..............................................................................................................27
8.5 Solos ....................................................................................................................27
8.6 Espeleologia ........................................................................................................27
8.7 Hidrografia/Hidrologia ......................................................................................28
8.8 Limnologia ..........................................................................................................28
9 Caracterização dos Fatores Bióticos da Floresta Nacional ................................28
9.1Vegetação .......................................................................................................28
9.1.1 Análise da Vegetação Nativa ..............................................................28
9.1.2 Análise dos Reflorestamentos .............................................................29
9.2 Fauna ..............................................................................................................30
9.3 Vegetação e Fauna ........................................................................................30
10 Caracterização Socioeconômica da Unidade ..................................................30
11 Aspectos Históricos e Culturais ...........................................................................30
12 Ocorrência de Fogo e Fenômenos Naturais Excepcionais ................................31
13 Caracterização e Análise das Atividades ...........................................................31

10
Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Florestas Nacionais

14 Aspectos Institucionais ........................................................................................32


14.1 Pessoal ............................................................................................................32
14.2 Infra-estrutura e Equipamentos ........................................................................32
14.3 Estrutura Organizacional .................................................................................32
15 Identificação da Zona de Amortecimento ..........................................................33
15.1 Definição da Zona de Amortecimento ........................................................33
15.2 Caracterização dos Ecossistemas da Zona de Amortecimento ...................33
16 Socioeconomia da População Residente e da Zona de Amortecimento .........33
16.1 Caracterização da População .......................................................................33
16.2 Características Culturais ..................................................................................33
16.3 Infra-estrutura Disponível para o Apoio à Unidade ......................................33
16.4 Apoio Institucional ...........................................................................................34
16.5 Visão das Comunidades sobre a FLONA .....................................................34
16.6 Análise dos Problemas ....................................................................................34
16.7 Informação Expedita sobre a Unidade e a Zona de Amortecimento ............34
17 Declaração de Significância ...............................................................................34

PARTE D
Planejamento da Floresta Nacional
1- CAPA

As capas dos volumes que compõem o Plano de Manejo conterão:


• uma ilustração caracterizando a Floresta Nacional;
• o título (nome da unidade);
• o volume de que se trata;
• a logomarca do IBAMA;
• o mês e ano da elaboração.

Na quarta capa deverão ser colocadas as seguintes logomarcas:


• IBAMA;
• Governo Federal; e
• empresas participantes, quando houver, conforme legislação vigente.
As logomarcas acima citadas não deverão aparecer em nenhuma outra parte do
documento.

2- CRÉDITOS

Os seguintes créditos deverão constar no verso da folha de rosto:

Ministério do Meio Ambiente


Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
Diretoria de Florestas 11
Coordenação-Geral de Florestas Nacionais
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

5 Ações de Manejo por Zonas .................................................................................41


6 Sustentabilidade Econômica ................................................................................41
7 Bibliografia ............................................................................................................42

PARTE E
Sistema de Monitoria e Avaliação de Implementação do Plano de Manejo ...........43

PARTE F
Bibliografia .................................................................................................................45

PARTE G
Anexos ao Roteiro Metodológico

1 Caracterização das Atividades Desenvolvidas na Floresta Nacional ...............47


2 Base Cartográfica ..................................................................................................48

PARTE H
Anexos ao Plano de Manejo

1 Projetos Específicos ...............................................................................................53


2 Capacidade de Carga para Visitação ...................................................................54
3 Circulação Interna ..................................................................................................54

Glossário .....................................................................................................................56
Siglas Utilizadas .........................................................................................................56

12
Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Florestas Nacionais

Apresenta o Roteiro Metodológico

1- DEFINIÇÕES E CONCEITOS

Floresta Nacional
Unidade de conservação de uso sustentável - é uma área com cobertura
florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso
múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em
métodos para exploração sustentável de florestas nativas. (SNUC, 2000)

Plano de manejo
Documento técnico mediante o qual, com fundamentos nos objetivos gerais
de uma unidade de conservação, estabelecem-se o seu zoneamento e as normas
que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a
implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade. (SNUC, 2000)

Zona de Amortecimento
Entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão
sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos
negativos sobre a unidade. (SNUC, 2000)

Corredores Ecológicos
Porção de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de
conservação, que possibilitam entre si o fluxo de genes e o movimento da biota,
facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem
como a manutenção de populações que demandam, para sua sobrevivência, áreas
com extensão maior do que aquelas das unidades individuais. (SNUC, 2000)

Manejo
Todo e qualquer procedimento que busca assegurar a conservação da
diversidade biológica e dos ecossistemas. (SNUC, 2000)

Uso Direto
Atividade que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais.
(SNUC, 2000)

13
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

Uso Sustentável
Exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos
ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e
os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente
viável. (SNUC, 2000)

Unidades de Uso Sustentável


O objetivo básico é compatibilizar a conservação da natureza com o uso
sustentável de parcela dos seus recursos naturais. (SNUC, 2000)

Extrativismo
Sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo sustentável,
de recursos naturais renováveis.

Restauração
Restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada, o
mais próximo possível da sua condição original.

Extração Mineral nas Florestas Nacionais


A autorização de extração mineral nas Florestas Nacionais fica sujeita ao
objetivo da exploração e do que constar no decreto de criação. Os procedimentos
serão estabelecidos e normatizados no Plano de Manejo.

Contrato de Concessão de Direito Real de Uso


Contrato estabelecido entre o IBAMA e a Representação, oficialmente
estabelecida, da população tradicional que vive no interior da Unidade, com o
objetivo de estabelecer os procedimentos de uso dos recursos naturais da Floresta
Nacional.

População Tradicional Residente


Para fins deste Roteiro, População Tradicional Residente é entendida como
sendo a população que vive no interior da Floresta Nacional, anterior a sua criação,
e que tenha como base econômica o extrativismo sustentável dos recursos naturais
da Floresta.

Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza — SNUC


Lei número 9.985, de 18 de julho de 2000, institui o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências.

Conselho Consultivo
Será criado nas Florestas Nacionais, com o objetivo de atuar como canal de
diálogo para resolver e antever problemas, minimizar conflitos e oferecer

14
Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Florestas Nacionais

sugestões, apresentando alternativas de solução para a Floresta Nacional e sua


Zona de Amortecimento. A atuação desse Conselho terá sempre como premissa
as diretrizes e os objetivos traçados para a Unidade.

2- VISÃO GERAL DO PLANEJAMENTO

A elaboração do plano de manejo ficará sob responsabilidade da equipe de


planejamento que será composta, basicamente, por um técnico da Coordenação-
Geral de Florestas Nacionais, o Chefe da Floresta Nacional, um Técnico da Gerência
Executiva Estadual do IBAMA e o Coordenador Técnico do Plano de Manejo.
Poderão participar da equipe outros atores que tenham envolvimento direto com a
situação.
O processo de planejamento caracteriza-se por ser participativo e possibilitar
ações contínuas e implementação gradativa das mesmas. Dessa forma, os
conhecimentos sobre os recursos naturais e culturais e a exploração sustentável
dos mesmos evoluirão de forma progressiva e integrada, possibilitando ações de
manejo de maior eficácia, eficiência e efetividade.

3- PROCESSOS PARTICIPATIVOS

O plano de manejo será elaborado e implementado de forma participativa. A


opção por essa forma de trabalho decorre da concepção de que a responsabilidade
pela conservação do patrimônio ambiental é de todos os atores sociais envolvidos
e que, portanto, as deliberações devem ser compartilhadas. A iniciativa de estimular
e agregar esforços de organismos governamentais, não-governamentais e
representantes da sociedade civil demonstra a consciência quanto à eficácia do
trabalho coletivo, superando-se o antigo paradigma de autoritarismo estatal.
Por meio desse procedimento, busca-se o comprometimento da instituição e da
sociedade em geral com a promoção de mudanças na situação existente.

Os procedimentos participativos adotados neste roteiro metodológico são os


seguintes:

3.1- Reuniões Técnicas

Serão realizadas durante a elaboração do plano e em suas revisões. Os


objetivos das reuniões técnicas são estabelecer e revisar os objetivos

15
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

específicos de manejo da FLONA, propor seu zoneamento e o estabelecimento


de seus programas.
As reuniões contarão com a participação da equipe de planejamento, dos
pesquisadores envolvidos na etapa dos levantamentos das informações e
outros especialistas, quando necessário.

3.2- Oficinas de Planejamento

Serão realizadas durante a elaboração do plano de manejo e terão como


objetivo dar subsídios ao planejamento da Floresta Nacional, buscando
também possíveis parceiros na implementação das atividades identificadas.
A oficina de planejamento contará com a participação dos diferentes grupos,
que estejam de alguma forma relacionados com a Unidade, e com aqueles
cujo envolvimento futuro seja importante. Deverá ser encaminhada de forma
a não gerar, junto aos participantes, expectativas que não sejam técnica e
institucionalmente possíveis de serem desenvolvidas.
A identificação e estabelecimento das diferentes ações conjuntas com os
envolvidos atuais e potenciais pretendem garantir o sucesso da
implementação do plano.

4- APROVAÇÃO DO PLANO DE MANEJO

O plano de manejo será submetido ao Conselho Consultivo da Floresta


Nacional e aprovado pelo Presidente do IBAMA por meio de portaria.

16
Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Florestas Nacionais

Metodologia para Elaboração do Plano de Manejo

Os procedimentos estabelecidos para a elaboração do plano de manejo


focalizam a FLONA e sua zona de amortecimento, partindo de um contexto nacional
até as particularidades de seus recursos naturais e culturais, aspectos relacionados
com o uso sustentável dos seus recursos naturais, bem como os aspectos
socioeconômicos que afetam a Unidade. Essa estrutura permite planejar a FLONA
de modo a levá-la a atingir o cenário futuro desejado.

1- ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO

O plano de manejo será elaborado em várias etapas, conforme apresentado


no quadro a seguir:

PRINCIPAIS ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO

17
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

2- DETALHAMENTO DAS ETAPAS

Detalhamento das atividades que deverão ser desenvolvidas em cada uma das
etapas:

2.1- Organização do Planejamento

A organização do planejamento irá subsidiar a execução do plano de manejo,


distribuindo as atividades e as tarefas entre os integrantes da equipe de
planejamento, no tempo previsto para sua execução.
Como produto dessa etapa, deverá ser estabelecido o planejamento de todas
as atividades que envolvam a elaboração do plano.
Serão definidas a forma de execução do trabalho - que pode ser assumido
parcial ou totalmente pelo IBAMA, a logística para os trabalhos de campo e o
conteúdo do plano.

2.2- Atualização Bibliográfica e Análise das Informações Disponíveis

Nessa etapa, devem-se coletar as informações disponíveis sobre a Floresta


Nacional e sua zona de amortecimento, por meio de revisão bibliográfica,
identificar a disponibilidade ou não de imagens orbitais e suborbitais, e de
informações cartográficas.

2.3- Interpretação das Imagens Orbitais e Suborbitais

O tipo de dados que se deseja obter aliado às características da área


determinarão a aquisição de imagens orbitais e/ou suborbitais.
As imagens serão interpretadas para obter os seguintes produtos:

• Caracterização da cobertura vegetal;


• Caracterização do uso e ocupação do solo;
• Unidades geomorfológicas;
• Rede de drenagem (rios perenes, rios intermitentes, reservatórios,
lagos, lagoas, ilhas);
• Relevo;
• Rede viária (estradas, aceiros, ferrovias, estradas internas, portos,
aeroportos, pistas de pouso, trilhas);
• Estabelecimento de unidades ambientais homogêneas;
• Infra-estrutura instalada: edificações, rede elétrica, sedes (vilas,
comunidades, cidades, fazendas);
•Sítios históricos.

18
Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Florestas Nacionais

A interpretação das imagens orbitais e suborbitais servirá para a elaboração


dos diferentes mapas solicitados no conteúdo do plano de manejo.
A realização de sobrevôo e checagem por terra, quando necessárias, deverão
ser efetuadas com o objetivo de aferir e detalhar os dados resultantes da análise das
imagens orbitais e suborbitais.

2.4 - Visitas de Campo à Floresta Nacional

O levantamento de campo tem por finalidade a coleta de dados necessários


à elaboração da Parte C “Informações Gerais da Floresta Nacional”.
Por ocasião das visitas de campo também deve-se observar a existência de
atividades impactantes na FLONA e zona de amortecimento.
Os pesquisadores que participarem dos levantamentos de campo deverão
apresentar recomendações de manejo e pesquisa como parte de suas
atribuições.

2.5- Análise do Manejo da Floresta Nacional

Essa atividade deve ser realizada para a Floresta Nacional que já dispõe de
um plano de manejo ou na qual as atividades de manejo e uso sustentável
dos recursos naturais já ocorram. Seu objetivo é analisar o grau de
implementação e cumprimento do plano de manejo anterior. É importante
identificar os principais entraves encontrados na implementação, para que
sejam considerados no plano em elaboração.

2.6 - Segunda Reunião Técnica

Após a visita de campo e a realização dos levantamentos indicados, os


resultados serão enviados, para aprovação, à Coordenação-Geral de Florestas
Nacionais e à Chefia da Floresta Nacional.
Para essa reunião, os levantamentos preliminares já deverão estar aprovados.
As atividades a serem realizadas na reunião:

• Ajustes nos levantamentos preliminares


• Definição dos objetivos específicos de manejo
• Estabelecimento do pré-zoneamento
• Estabelecimento das estratégias para a realização da oficina de planejamento
(logística, metodologia de trabalho, etc.).

19
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

2.7- Realização de uma Oficina de Planejamento

O objetivo da oficina de planejamento é fornecer subsídios para o


estabelecimento de uma estratégia para identificar, solucionar ou minimizar
os atuais problemas da Floresta. No caso das comunidades locais e residentes,
realizar-se-ão também reuniões prévias para esclarecer sua representatividade
e participação na oficina, sempre que necessário.

2.7.1- Procedimentos Metodológicos Para a Oficina de Planejamento

Para a realização dessa oficina, buscar-se-á a formação de um grupo de


trabalho interdisciplinar e multissetorial, composto por representantes
dos principais grupos e instituições envolvidos com a Floresta Nacional.
No início desse evento, para que os participantes estejam familiarizados
com alguns conceitos que aparecerão durante as discussões, devem
ser abordados os seguintes temas:

• objetivos do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, as


distintas categorias de manejo existentes e objetivos de cada uma;
• motivos que levaram o IBAMA à realização de uma oficina de
planejamento participativo;
• apresentação breve da FLONA e dos programas nos quais esteja
envolvida, utilizando, sempre que possível, meios ilustrativos, como
mapas e slides.

O objeto de análise da oficina abrangerá a área interna à FLONA e sua


zona de amortecimento. O método de planejamento a ser utilizado deverá
possibilitar a efetiva participação dos presentes e contemplar dois momentos
específicos: análise da situação e planejamento.
A análise da situação compreende uma avaliação do ambiente interno
e externo à FLONA e conduz a um estudo de seus problemas e da relação
dos atores sociais envolvidos com o objeto em apreciação. Após a reflexão a
respeito desses dados e a consideração de possíveis fatores limitantes - uma
vez que qualquer solução para um problema deve ser economicamente
viável, tecnicamente exeqüível e politicamente aceitável, é que se torna
possível iniciar o processo de planejamento.
No momento do planejamento deverão ser definidos os objetivos e resultados
que se desejam do Plano de Manejo da Unidade, as atividades necessárias
a seu alcance e, ainda, os fatores externos que devem ser monitorados para
que a execução do projeto obtenha êxito.
Um maior detalhamento do planejamento será realizado pós-oficina.

20
Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Florestas Nacionais

2.8- Consolidação dos Subsídios da Oficina de Planejamento

Após a oficina, a equipe de planejamento deverá consolidar e complementar


os subsídios obtidos, incorporando outras atividades que julgar necessárias para a
gestão da área. Os resultados da oficina de planejamento serão considerados nos
programas de manejo, sempre que sua implementação seja técnica e
institucionalmente possível.

2.9- Elaboração do Plano de Manejo da Floresta Nacional - versão preliminar

Com base nos levantamentos e estudos realizados deverá ser elaborado o


Plano de Manejo da Floresta Nacional, com o conteúdo requerido na PARTE D do
presente Roteiro Metodológico.

2.10- Terceira Reunião Técnica

O objetivo dessa reunião é proceder à análise da versão preliminar do Plano


de Manejo.

2.11- Elaboração do Plano de Manejo da Floresta Nacional - segunda versão

A segunda versão do Plano de Manejo incorporará as sugestões advindas da


terceira reunião técnica.

2.12- Quarta Reunião Técnica

O objetivo dessa reunião é proceder à análise da segunda versão do Plano


de Manejo.

2.13- Elaboração do Plano de Manejo da Floresta Nacional - terceira versão

A terceira versão do Plano de Manejo incorporará as sugestões advindas da


quarta reunião técnica.

2.14- Quinta Reunião Técnica

Essa reunião tem por finalidade aprovar, tecnicamente, o plano de manejo.

21
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

3- ORGANIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO

O plano de manejo será organizado em volumes, assim distribuídos:

Volume I - Informações Gerais da Floresta Nacional


Volume II - Planejamento
Volume III - Sumário Executivo
Volume IV - Anexo A - Cartografia
Volume V - Anexo B - Demais anexos
Caso haja a necessidade do conteúdo ocupar mais de um volume, serão
usadas letras maiúsculas para identificação da seqüência.

(Exemplo : Volume I - A; Volume I - B).

22
Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Florestas Nacionais

O Plano de Manejo
Informações Gerais sobre a Floresta Nacional

1- CAPA

As capas dos volumes que compõem o Plano de Manejo conterão:


• uma ilustração caracterizando a Floresta Nacional;
• o título (nome da unidade);
• o volume de que se trata;
• a logomarca do IBAMA;
• o mês e ano da elaboração.

Na quarta capa deverão ser colocadas as seguintes logomarcas:


• IBAMA;
• Governo Federal; e
• empresas participantes, quando houver, conforme legislação vigente.
As logomarcas acima citadas não deverão aparecer em nenhuma outra parte do
documento.

2- CRÉDITOS

Os seguintes créditos deverão constar no verso da folha de rosto:

Ministério do Meio Ambiente


Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
Diretoria de Florestas
Coordenação-Geral de Florestas Nacionais
Gerência Executiva
Chefe da Floresta Nacional

Os créditos referentes às equipes que participaram da elaboração deverão


constar na quarta capa:

Equipe técnica da CGFLO (coordenação e acompanhamento);


Equipe de elaboração;
Colaboradores (empresas ou instituições participantes).

3- SUMÁRIO

Discriminação do conteúdo.

23
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

4- APRESENTAÇÃO

Deverá conter o conceito de Plano de Manejo, seus objetivos e forma de


estruturação, e descrever a metodologia de elaboração.

5- HISTÓRICO DO PLANEJAMENTO E GESTÃO

Deverá discorrer sobre o histórico das ações desenvolvidas, sistematizadas


ou não, e o estágio atual de implantação do Plano em vigência, quando for o caso.

6 - CONTEXTO NACIONAL

Este item situa a unidade de conservação no contexto nacional, para conhecer


a sua representatividade e o seu enquadramento sob diferentes aspectos.

6.1- Sistema Nacional de Unidades de Conservação

Incluir neste item o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, citando:


os objetivos nacionais para as unidades de conservação, as categorias de
manejo existentes e suas definições, de acordo com a legislação vigente.

6.2- Localização das Unidades de Conservação Federais

Apresentar mapas geopolíticos, formato A3, plotando as Unidades de


Conservação Federais de Proteção Integral e de Uso Sustentável e ressaltar a
Unidade, cujo Plano está sendo elaborado.

6.3- Enquadramentos Ecológicos das Florestas Nacionais

Deverão ser apresentadas as Florestas Nacionais em mapas, formato A3, de


acordo com as seguintes classificações:
• Distribuição regional da vegetação, segundo o IBGE (1993);
• Mapa de solos do Brasil, segundo a EMBRAPA (1981);
• Bacias hidrográficas;
• Biomas, segundo o IBGE (1993).
Essas informações permitem avaliar a representatividade da Floresta Nacional
nas diferentes classificações acima listadas, oferecendo dados para embasar
a declaração de significância da área.
O material referente aos itens 6.2 e 6.3 será disponibilizado pela Coordenação-
Geral de Florestas Nacionais e Reservas Equivalentes, através de arquivos digitais.

24
Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Florestas Nacionais

7- INFORMAÇÕES GERAIS DA FLORESTA NACIONAL

7.1- Ficha Técnica da Floresta Nacional

7.2- Acesso à Floresta Nacional

As vias de acesso e o serviço regular de transporte deverão ser indicados,


assim como o tempo ou distância em relação aos principais centros urbanos.
Os casos específicos de sazonalidade dessas vias de acesso também deverão
ser citados.
As informações deverão ser apresentadas também em mapas ou croqui.

7.3- Histórico e Antecedentes Legais da Criação da Unidade

Este item deve conter o histórico da unidade de conservação, incluindo seus


antecedentes legais.

7.4- Origem do Nome

Deve-se registrar, sempre que possível, a origem e o significado do nome da


unidade de conservação. Esse registro é interessante por representar uma
característica importante ou curiosa da Unidade ou Região.

25
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7.5- Situação Fundiária

a) Mencionar a situação fundiária da Unidade, citando:


• registro de propriedade da área;
• a presença de populações tradicionais;
• a existência de áreas privadas;
• a presença de invasores ou posseiros;
• a existência de terras devolutas do Estado ou da União;
• a existência de decreto expropriatório;
• outras circunstâncias encontradas na área.

Estas informações serão disponibilizadas pelo IBAMA, conforme Termo de


Referência de elaboração do Plano de Manejo.
Quando os limites estabelecidos em campo não corresponderem àqueles do
Decreto de Criação, deverão ser mencionadas as diferenças que apresentam.

b) Mencionar a possibilidade de expansão da Unidade, identificando a


necessidade e as oportunidades de aquisição de áreas próximas ou
contíguas.

As informações deverão ser representadas, sempre que possível, em mapa


ou croqui, plotando as áreas de domínio público e as de domínio privado.

7.6- Programas que envolvam a Floresta Nacional

Informar os programas, convênios e outras ações de parcerias, em níveis


nacional e regional, que envolvam ou influenciem a Floresta Nacional.

7.7- Atividades em desenvolvimento, potenciais e conflitos de uso

a) Listar as atividades em desenvolvimento e identificar os principais produtos


e serviços existentes na unidade, como: produção madeireira e não-
madeireira, uso público, educação ambiental, pesquisa científica, proteção
dos recursos ambientais, etc.

b) Listar as atividades potenciais da unidade: produção madeireira e não-


madeireira, uso público, pesquisa científica, projetos demonstrativos de
uso sustentável e outros.

c) Identificar as atividades que geram problemas e conflitos pelo uso existentes


dentro da Unidade, como: caça, especulação imobiliária, estradas, linhas
de transmissão, ocupações irregulares, gasodutos, etc.

26
Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Florestas Nacionais

8 - CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES ABIÓTICOS DA


FLORESTA NACIONAL

8.1- Clima

Caracterizar o regime de precipitação, temperatura, vento e umidade, em


dados locais, e evapotranspiração e radiação solar em dados regionais.
Comparar os dados obtidos da estação meteorológica da Unidade com outra
mais próxima, quando existirem.
Identificar os períodos de ocorrência de geadas, neves, secas, trombas d'água,
tufões e outros fenômenos meteorológicos.

8.2- Relevo

Descrever o tipo e a forma de relevo indicando as variações de altitude da


Unidade.

8.3- Geomorfologia

Identificar as unidades geomorfológicas, as unidades fisionômicas e


declividades mais representativas.
Apresentar as características e etapas da morfogênese regional.

8.4- Geologia

Indicar a evolução geológica por meio de estudos sobre a litologia, tectônica


e distribuição estratigráfica.

8.5- Solos

Identificar as características físicas, tais como: textura, estrutura, densidade,


permeabilidade, declividade, profundidade e afloramentos rochosos.
Estimar a capacidade de campo.
Estimar a vulnerabilidade à perda natural de solo com realce para a erosão.

8.6- Espeleologia

Relacionar as cavidades naturais subterrâneas (cavernas, abrigos sob rocha,


abismos, etc.) encontradas na área, informando o nome pelo qual são

27
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conhecidas, sua localização, o estado geral de conservação, a existência ou


não de visitação ou de outras atividades desenvolvidas pela população local.
Todas as cavidades deverão ser georreferenciadas.
Informar, ainda, se são observados na zona de entrada da cavidade, ou em
suas imediações, sinais de sítios arqueológicos (cacos de cerâmicas, pontas
de flecha ou outros instrumentos de pedra, pinturas antigas, etc.) ou
paleontológicos (ossos, dentes, conchas presas na rocha, etc.).

8.7- Hidrografia/Hidrologia

Citar os principais cursos de água e suas nascentes, dando enfoque ao regime


das águas (cheias e vazantes), aqüíferos e seus mecanismos de recarga.
Em caso de risco (presença de indústria, garimpo, agricultura intensiva e
mineração) à montante ou dentro da Floresta, e na presença de indícios de
alterações ambientais, realizar análise da qualidade da água.
Quando existirem lagoas, banhados e barragens significantes na floresta para
o conjunto do ambiente, deverão ser objeto de estudo, incluindo circulação
de água, levantamento qualitativo da vazão máxima e média, estudos
morfométricos e batimétricos.
Elaborar o balanço hídrico.

8.8- Limnologia

Descrever as características físico-químicas dos ambientes lênticos, assim como as


interferências antrópicas que possam tê-lo afetado, definindo a qualidade da água.

9 - CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES BIÓTICOS DA FLORESTA


NACIONAL

9.1- Vegetação

9.1.1. Análise da Vegetação Nativa

Identificar as espécies que ocorrem na área, considerando as de


interesse econômico e ecológico. Descrever sua classificação, segundo
seu status de conservação e grau de endemismo, observando, também,
as espécies ameaçadas, em perigo de extinção e em extinção.

a) Descrição das Tipologias


Descrição sucinta das diversas tipologias vegetais existentes na
Unidade.

28
Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Florestas Nacionais

b) Análise dos Parâmetros Florísticos


Deverá ser apresentado o índice de diversidade florística das tipologias e
uma listagem de espécies amostradas na Unidade, por família, em
ordem alfabética, com o nome científico e vulgar regional, considerando
os diferentes habitats dos indivíduos arbóreos, arbustivos, herbáceos,
epífitas e plantas aquáticas.

c) Análise dos Parâmetros Fitossociológicos


Deverão ser analisados os parâmetros fitossociológicos (freqüência,
dominância e densidade relativas e índice de diversidade) da estrutura
horizontal, considerando as espécies de maior Índice de Valor de
Importância ( I.V.I.).
Na análise da estrutura vertical deverão ser considerados os estratos,
identificando a tendência da distribuição das alturas, por espécie.

d) Análise da Estrutura Diamétrica, Número de Árvores, Distribuição da Área


Basal e Estrutura Volumétrica
Os resultados dessas análises deverão ser apresentados por tipologia e
por hectare, considerando as classes diamétricas. Deverão ser
identificadas, também, as espécies de maior volume comercial e o volume
a elas atribuído.

e) Análise da Fragmentação de Ambientes


Deverão ser realizados estudos analisando a fragmentação de ambientes
dentro da Unidade e no seu entorno.

9.1.2. Análise dos Reflorestamentos

a) Descrição dos Reflorestamentos


Descrição sucinta dos reflorestamentos, considerando-se as diferentes
espécies e a atual situação do manejo.

b) Análise da Distribuição Diamétrica, da Área Basal e do Volume


Os dados referentes ao inventário dos reflorestamentos deverão ser
apresentados por espécie e por talhão. Deverão conter: ano de plantio,
índice de sítio, área do talhão, espaçamento inicial.
A freqüência, as alturas - total, comercial e dominante, o diâmetro à altura

29
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

do peito (DAP), a área basal, os volumes com casca (c/c) e sem casca (s/
c) deverão ser apresentados, por hectare, além da distribuição de
freqüência e volume, por classe diamétrica.

9.2- Fauna

Identificar as espécies que ocorrem na área, considerando a mastofauna


(terrestre e quirópteros), herpetofauna, avifauna, ictiofauna e artrópodes de
interesse econômico e ecológico. Descrever sua classificação, segundo seu
status de conservação e grau de endemismo, observando as espécies
ameaçadas, em perigo de extinção e em extinção.
Identificar as espécies migratórias, as com potencial zootécnico e a
possibilidade de manejo sustentável da fauna.
Apresentar, nos anexos, lista geral de espécies com sua localização e habitat,
incluindo espécies raras, ameaçadas de extinção, espécies-chave, espécies
exóticas e algumas informações da história natural coletadas durante as
amostragens.
Quando algumas espécies se destacam ou quando a significância da área
gira em torno delas, deve-se obter maiores informações sobre as mesmas.
Informar as recomendações de manejo e pesquisa feitas pelos pesquisadores
nos anexos.

9.3- Vegetação e Fauna

Apresentação dos estudos já existentes sobre as relações entre a vegetação e a


fauna, que depois serão integrados numa visão ecossistêmica, por exemplo:
• Hábitos alimentares e reprodutivos;
• Interações planta/animal;
• Épocas de floração e frutificação e mecanismos de polinização e dispersão.

10 - CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DA UNIDADE

Realizar levantamento da receita gerada pela própria FLONA.


Identificar postos de trabalho criados e outros benefícios diretos e indiretos
propiciados pela FLONA.

11- ASPECTOS HISTÓRICOS E CULTURAIS

Apresentar, de forma sucinta, os aspectos históricos e culturais relevantes.


Quando existentes, relacionar e georreferenciar os sítios históricos,
paleontológicos e arqueológicos, enfocando sua importância.

30
Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Florestas Nacionais

12- OCORRÊNCIA DE FOGO E FENÔMENOS NATURAIS EXCEPCIONAIS

Apresentar o histórico de ocorrência de fogo e outros fenômenos da natureza


que comumente possam eclodir, plotando em mapa os pontos críticos de incêndios,
queimadas, raios, trombas d'água e outros.

13- CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES

Caracterizar e analisar cada uma das atividades e os instrumentos de gestão


adotados na Unidade, identificando os seus impactos, quando houverem.
As atividades deverão ser descritas e analisadas levando-se em conta aspectos,
tais como: o local, a situação fundiária, periodicidade, os efeitos, intensidade, forma
de controle, metodologia, atores envolvidos, equipamentos, necessidade de
adequação, compatibilidade com os objetivos da unidade, eficácia, pessoal
disponível e necessário para a atividade, aspectos sociais, legalidade,
sustentabilidade econômica e ecológica.

Os impactos, positivos ou negativos, deverão ser avaliados quanto à sua


evolução, extensão ou grau de intensidade produzida, seu significado ecológico,
sua reversibilidade e a freqüência com que ocorrem.

As atividades abaixo deverão ser consideradas:

a) Atividades e instrumentos próprios ao uso múltiplo da unidade


• Uso dos recursos florestais:
a) Madeireiros
b) Não-madeireiros
• Uso dos recursos faunísticos
• Educação Ambiental
• Uso Público
• Pesquisas
• Proteção dos recursos naturais, do patrimônio histórico-cultural e das
belezas cênicas
• Monitoramento e controle
• Gestão administrativa da unidade:
a) Manutenção e proteção
b) Infra-estrutura

31
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b) Atividades restringíveis
• Mineração

c) Atividades conflitantes
• Portos e aeroportos
• Linhas de transmissão
• Antenas de telecomunicações
• Polidutos
• Rodovias e ferrovias
• Soltura de animais (sem o devido estudo)
• Sobreposição de áreas públicas ou privadas

d) Atividades ilegais
• Caça e pesca clandestinas
• Ocupações não regularizadas

14- ASPECTOS INSTITUCIONAIS

14.1- Pessoal

Relacionar o pessoal lotado (servidores ou contratados) na unidade de


conservação em número, capacitação, idade e nível de qualificação e perfil
profissional.

14.2- Infra-estrutura e Equipamentos

Identificar a infra-estrutura da unidade e estado de conservação, como por


exemplo: rede de comunicação, cercas, marcos topográficos, sinalização,
trilhas e vias de circulação, saneamento básico existente, aceiros, redes
elétricas, represas e barragens; e, ainda, os equipamentos, material permanente
e os acervos culturais e científicos.

14.3 - Estrutura Organizacional

Apresentar o organograma e regimento interno.


Analisar o fluxo vertical de informações entre a Floresta Nacional,
Coordenação-Geral de Florestas Nacionais e a Gerência Executiva do IBAMA.
Relacionar os recursos arrecadados, orçados e gastos nos últimos três anos,
identificando, quando houver, os entraves na execução financeira.
Descrever e analisar as atividades implementadas por processos de parceria
e compensação ambiental, quando existentes.

32
Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Florestas Nacionais

15- IDENTIFICAÇÃO DA ZONA DE AMORTECIMENTO

15.1- Definição da Zona de Amortecimento

Definir os limites da Zona de Amortecimento, conforme legislação vigente,


tendo como base para caracterização da referida zona um raio de 10 km
(dez quilômetros), estabelecido pelo CONAMA - Resolução nº 13/90.

15.2- Caracterização dos Ecossistemas da Zona de Amortecimento

Avaliar os ecossistemas em relação à primitividade, ao grau de fragmentação


e ao estágio de formação dos diferentes ambientes.

16 - SOCIOECONOMIA DA POPULAÇÃO RESIDENTE E DA ZONA DE


AMORTECIMENTO

Definir a socioeconomia, identificando a população residente na FLONA e a


população da zona de amortecimento.

16.1- Caracterização da População

Realizar censo da população residente, considerando: localização da


ocupação, faixa etária, sexo, escolaridade, modo de vida, fontes de
subsistência, tipo de uso que faz da terra, renda, tempo de residência,
expectativa de mudança para outro local, estrutura familiar e descrição de
suas benfeitorias. Confrontar com outros dados.

16.2- Características Culturais

Registrar as manifestações culturais incluindo os usos tradicionais da flora e


da fauna silvestre, ou de outra natureza, que tenham algum significado para
a caracterização dessa população.

16.3- Infra-Estrutura Disponível para o Apoio à Unidade

Fornecer os dados relativos à infra-estrutura de saúde, educação, segurança


pública, comunicação, energia elétrica, transporte, correios e outros serviços.

33
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

16.4- Apoio Institucional

Identificar todos os envolvidos atuais ou potenciais com a Floresta, como


organizações governamentais, não-governamentais e iniciativa privada. Para
cada instituição identificada descrever as atividades que desenvolvem e suas
relações com a Floresta.

16.5- Visão das Comunidades sobre a FLONA

Relatar os dados correspondentes à percepção da comunidade em relação à


FLONA, identificando o comportamento da população quanto ao grau de
conhecimento sobre a Unidade, aceitação, participação e expectativas.

16.6- Análise dos Problemas

Analisar os principais problemas encontrados na zona de amortecimento e


na população residente que tenham impacto na FLONA.

Este item deverá ser incorporado após a realização da oficina de planejamento,


mesmo havendo uma visão preliminar dos problemas da Unidade.

16.7 - Informação expedita sobre a Unidade e a Zona de Amortecimento

Relacionar os serviços de hospedagem, alimentação e saúde; os pontos de


maior concentração de visitantes; os pontos de atração importantes e seus
motivos como festas populares, pontos de paisagem notável, culinária local;
o sistema de sinalização informativa; a disponibilidade de serviços aos
visitantes ou turistas como: banheiros, áreas de descanso, lanchonetes,
estacionamentos, camping, entre outros permitidos, e o nível e custo dos
serviços prestados; os meios de divulgação das atividades turísticas e
ecoturísticas; o envolvimento dos funcionários da FLONA e da comunidade
nos serviços turísticos e ecoturísticos; a comercialização de produtos dentro
e no entorno da Floresta, especialmente os que utilizam a imagem da mesma;
os dados coletados de forma sistemática ou não dos usuários da Floresta
Nacional e de seu grau de satisfação.

17- DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA

Com base nos conhecimentos obtidos, situar a unidade em relação às funções


sociais de produção, de proteção e de recreação, considerando o potencial para a
produção madeireira e não-madeireira, para a proteção dos ecossistemas, para o
uso público e para a pesquisa.
Apontar eventual necessidade de ampliação da unidade, em função dos
objetivos das Florestas Nacionais.

34
Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Florestas Nacionais

Planejamento da Floresta Nacional

1 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA FLORESTA NACIONAL

Os objetivos específicos do manejo de cada FLONA serão estabelecidos com


base no SNUC, Lei 9.985/2000, nos Decretos 4.340/2002 e 1.298/94 e no
instrumento de criação da FLONA, em conformidade com suas peculiaridades
ambientais e socioeconômicas.

2 - DIRETRIZES DE PLANEJAMENTO

As diretrizes de planejamento deverão fundamentar-se na interpretação dos


resultados da oficina de planejamento, depois de sua análise e discussão pela equipe
de planejamento.

3 - ZONEAMENTO

O objetivo de se estabelecer o zoneamento da Floresta Nacional é organizar


espacialmente a área em parcelas, denominadas zonas, que demandam distintos
graus de uso e proteção, contribuindo para que a Floresta cumpra seus objetivos
específicos de manejo.

Zonas Possíveis para uma Floresta Nacional

Zona Intangível
É aquela onde a natureza permanece intacta, não permitindo quaisquer
alterações humanas, representando o mais alto grau de preservação.
Funciona como matriz de repovoamento de outras zonas onde já são
permitidas atividades humanas regulamentadas. Essa zona é dedicada à
proteção integral de ecossistemas, dos recursos genéticos e ao
monitoramento ambiental. Seu objetivo é a preservação, garantindo a
evolução natural dos ecossistemas. Essa zona poderá estar disponível para
atividades de pesquisa científica, de forma restritiva, quando houver
impossibilidade de ser realizada em outras zonas da FLONA.

Zona de Conservação
É aquela onde tenha ocorrido pequena ou mínima intervenção humana,
contendo espécies da flora e da fauna ou monumentos naturais de relevante

35
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interesse científico. Deve possuir as características de transição entre a zona


intangível e as zonas de produção. Seus objetivos são: conservação do
ambiente natural, pesquisas, educação ambiental e formas primitivas de
recreação.1

Zona de Uso Público


É aquela constituída por áreas naturais ou alteradas pelo homem. O ambiente é
mantido o mais próximo possível do natural, devendo conter um centro de
visitantes e outras facilidades e serviços voltados para o uso público. Seu objetivo
é facilitar a recreação intensiva, o lazer e a educação ambiental em harmonia
com o meio.

Zona Histórico-Cultural
É aquela onde são encontradas amostras históricas, culturais e arqueológicas
que serão conservadas e interpretadas para o público. Seu objetivo é proteger
sítios históricos e arqueológicos, em harmonia com o meio ambiente,
facilitando atividades de pesquisa científica, educação ambiental e
interpretação.

Zona de Recuperação
É uma zona provisória que contém áreas alteradas. Uma vez recuperada será
incorporada novamente a uma das zonas permanentes. A recuperação poderá
ser natural ou induzida, preferencialmente por espécies nativas. As espécies
exóticas, quando utilizadas, deverão ser objeto de manejo específico. Seu
objetivo é deter a degradação dos recursos e recuperar a área, podendo incluir,
ainda, atividades de pesquisa, educação ambiental e interpretação.

Zona de Uso Especial


É aquela que contém as áreas necessárias à administração, manutenção e
serviços da FLONA. Essas áreas serão escolhidas e controladas de forma a
não conflitarem com o caráter natural da Floresta. Seu objetivo é compatibilizar
as estruturas e obras necessárias à gestão da Unidade com o ambiente natural
da Floresta Nacional, minimizando seus impactos.

Zona de Manejo Florestal


É aquela que compreende as áreas de floresta nativa ou plantada, com
potencial econômico para o manejo sustentável dos recursos florestais. Seus
objetivos são: o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais, geração de
tecnologia e de modelos de manejo florestal. Também são permitidas

1
Ver no glossário o que é forma primitiva de recreação.

36
Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Florestas Nacionais

atividades de pesquisa, educação ambiental e interpretação.

Zona de Manejo de Fauna


É aquela que compreende ambientes naturais ou artificiais como lagos e
represas, onde vivem espécies da fauna silvestre com potencial econômico
para o manejo. Seus objetivos são: o manejo sustentado dos recursos
faunísticos e a geração de tecnologias. Também são permitidas atividades de
pesquisa, educação ambiental e interpretação.
Essa zona pode estar sobreposta a outras zonas compatíveis.

Zona de Mineração
Compreende as áreas sob as quais estão localizadas as jazidas minerais, com
exploração assegurada por Decreto ou Portaria de Lavra emitida pelo DNPM,
e áreas de servidão2. Seu objetivo é propiciar a exploração de recursos minerais
de forma menos impactante.
As áreas contidas na zona de mineração, que sejam de expressiva
vulnerabilidade, com pouca capacidade de suporte para usos produtivos,
devem receber tratamento de zona intangível ou de conservação.
A exploração florestal que venha ocorrer na zona de mineração em área
excedente da área de lavra receberá o mesmo tratamento destinado à
zona de manejo florestal, mediante acordo com a empresa mineradora.
As atividades de visitação, englobando educação ambiental e
interpretação, só poderão ser desenvolvidas em comum acordo com a
empresa responsável pela exploração mineral.

Zona Populacional
É aquela que compreende a moradia das populações tradicionais e
quilombolas residentes dentro da Floresta Nacional, incluindo os espaços
e o uso da terra necessários a sua manutenção. As atividades de exploração
dos recursos florestais poderão ocorrer em outras zonas. O objetivo geral
de manejo é conciliar a conservação da FLONA com as necessidades dessas
populações, em conformidade com o estabelecido no Contrato de
Concessão de Direito Real de Uso. As atividades de visitação, educação
ambiental e interpretação só poderão ser desenvolvidas em comum acordo
com a comunidade.

2
Ver “áreas de servidão”, no glossário.

37
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Considerações finais
As áreas onde não for possível definir, de imediato, o tipo de manejo em
função de situações pendentes externas ao IBAMA, serão consideradas
provisórias até sua incorporação a uma zona permanente.
Utilizar critérios de gradação de uso, de forma que as zonas de maior grau de
proteção sejam preferencialmente envolvidas por zonas de grau de proteção
progressivamente menor.

Estabelecer as normas de cada zona.

4- PROGRAMAS DE MANEJO

Os programas de manejo são destinados à execução de atividades de gestão


da FLONA com vistas ao cumprimento de seus objetivos.
A prioridade dos programas será estabelecida em oficina de planejamento
participativo, devendo ser esclarecidas as razões que levaram a essa definição.

Devem conter:
• objetivos: benefícios que se pretendem obter com a execução do programa;
• resultados: produtos, bens e/ou serviços obtidos pelo programa;
• indicadores objetivamente verificáveis: indicam de forma precisa o conteúdo
dos objetivos e resultados, especificando-os em termos de quantidade/tempo,
qualidade almejada, local e beneficiários;
• atividades: ações a serem implementadas para a obtenção dos resultados.
Quando for o caso, as ações devem ser acompanhadas por normas que as
esclareçam e as regulamentem.

Definição dos Programas de Manejo

4.1 - Programa de Pesquisa

Objetivo: conhecer melhor e de forma progressiva os recursos naturais e


culturais da FLONA com vistas a subsidiar seu manejo.
O plano de manejo definirá as linhas de pesquisa condizentes com as
necessidades de conhecimento da Floresta Nacional.

4.2 - Programa de Monitoramento Ambiental

Objetivo: registro e avaliação dos resultados de quaisquer fenômenos e


alterações naturais ou induzidos na FLONA e na zona de amortecimento
para melhor manejo da área.

38
Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Florestas Nacionais

4.3 - Programa de Geração de Tecnologia

Objetivo: desenvolvimento de tecnologias necessárias à exploração dos


recursos naturais e à melhoria da qualidade dos produtos gerados na FLONA.

4.4 - Programa de Uso Público

Objetivo: ordenar, orientar e direcionar o uso da FLONA pelo visitante,


promovendo seu contato com o meio ambiente por meio de atividades de
recreação, lazer e ecoturismo. Propõe o enriquecimento das experiências de
caráter ambiental dos visitantes, de acordo com as aptidões e interesses do
público que se pretende atender e as potencialidades dos recursos da floresta.
As normas desse programa contribuirão para a segurança dos visitantes e a
capacidade de suporte dos espaços.

4.5 - Programa de Interpretação e Educação Ambiental

Objetivo: criar e incrementar atitudes de respeito e proteção aos recursos


ambientais e culturais da FLONA e sua zona de amortecimento. A Unidade
será utilizada para a aplicação de processos que visem ao desenvolvimento
de consciência crítica sobre a questão ambiental.
Pretende, também, a integração da FLONA no contexto educacional da região,
de modo a promover a participação das comunidades na preservação do
equilíbrio da Floresta Nacional.

4.6 - Programa de Incentivo a Alternativas de Desenvolvimento

Objetivo: transmitir à população residente e às populações vizinhas


conhecimentos sobre a utilização sustentada dos recursos ambientais,
principalmente em relação às áreas que tenham relação direta com a FLONA.
Pretende-se, com esse programa, a diminuição de impactos na utilização direta
dos recursos naturais, nas atividades agropecuárias e nos diversos segmentos
do turismo, incentivando a adoção de técnicas mais sustentáveis e outras
alternativas de desenvolvimento.
Para a execução desse programa, faz-se necessária a integração com a
população da referida zona, envolvendo nas ações os dirigentes locais, as
comunidades civis organizadas, as comunidades tradicionais e moradores

39
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

das circunvizinhanças. Quando se tratar de grupos étnicos amparados por


legislação específica, tal procedimento envolverá as instituições que os
representem.

4.7 - Programa de Manejo Florestal

Objetivo: utilização sustentável das florestas nativas e plantadas e seus produtos


madeireiros e não-madeireiros, para demonstrar a viabilidade do uso múltiplo
e sustentável dos recursos florestais. Abrange também o manejo para
conservação dos recursos hídricos, faunísticos, solos e o reflorestamento para
fins de seqüestro de carbono.

4.8 - Programa de Proteção Florestal

Objetivo: estabelecer medidas de prevenção e combate a incêndios florestais,


bem como ações de controle fitossanitário.

4.9 - Programa de Recuperação de Ambientes Degradados

Objetivo: reabilitação da área antrópica utilizando-se técnicas de recuperação


e manejo dos recursos, buscando semelhanças com seu status primário. Busca
manejar os recursos bióticos e abióticos, promovendo a recuperação dos
aspectos que sofreram alteração antrópica.

4.10 - Programa de Exploração Mineral

Objetivo: compatibilizar as atividades minerárias com os objetivos da Floresta


Nacional, abrangendo os procedimentos para a exploração dos recursos
minerais e uso da área de servidão.

4.11- Programa de Manejo da Fauna

Objetivo: manejo da fauna nativa da região para a sustentabilidade ecológica


e econômica das populações. Abrange tecnologias de reintrodução, manejo
e abate de animais.

4.12 - Programa de Regularização Fundiária

Objetivo: levantamento da situação fundiária da FLONA e definição de


estratégia para a efetivação da posse da área de forma gradativa e priorizada.

40
Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Florestas Nacionais

4.13 - Programa de Administração

Objetivo: garantir o funcionamento da FLONA em relação à infra-estrutura,


equipamentos e à organização e controle dos processos administrativos e
financeiros, devendo ser identificadas as estratégias de implementação do
plano de manejo, tais como: terceirização de serviços, instrumentos de
parcerias, cobrança direta de uso, royalties, compensação ambiental.

4.14 - Programa de Proteção e Fiscalização

Objetivo: garantir a proteção dos recursos naturais e culturais, a segurança


dos visitantes, do patrimônio imobiliário e dos equipamentos existentes
no interior.

4.15 - Programa de Cooperação Institucional e Relações Públicas

Objetivo: captar recursos para a FLONA por meio de cooperação


interinstitucional, e, também, como interagir com os Programas de
Desenvolvimento Regional ou similares. Pretende também melhorar a imagem
da FLONA por meio da implementação de um programa de marketing.

5- AÇÕES DE MANEJO, POR ZONAS

Referem-se às atividades que serão desenvolvidas em cada zona, conforme


os programas estabelecidos, com a explicitação do período de execução e definição
dos responsáveis por sua implementação.
As atividades devem estar contidas no Sistema de Informação Geográfica —
SIG e visualizadas em matriz.

6 - SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA

Com base nas atividades propostas nos programas de manejo, deverão ser
apresentados estudos preliminares de viabilidade econômica, com os quadros de
custos de investimentos e operacionalização e identificação dos investimentos e
custeios necessários, além do quadro de receitas, de forma a explicitar seus níveis
de contribuição para a auto-sustentação da Floresta Nacional.

41
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7- BIBLIOGRAFIA

Relacionar a bibliografia consultada na elaboração do Plano de Manejo,


segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas.

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Sistema de Monitoria e Avaliação de Implementação


do Plano de Manejo

A Monitoria e Avaliação são instrumentos básicos para o gerenciamento da


implementação do Plano de Manejo.
Na concepção e desenvolvimento do Plano, desde a definição de sua
estratégia de ação - objetivos, resultados e atividades ao estabelecimento de
indicadores e metas - qualitativos e quantitativos, trabalha-se com um universo de
variáveis, hipóteses e alternativas de atuação que, freqüentemente, constituem
desafios no processo de tomada de decisão dos planejadores. Além disso, durante
a implementação de planos encontram-se obstáculos e situações que dificultam
ou impedem a realização de atividades que colocam em risco o alcance dos
objetivos propostos.
A mudança situacional da realidade e do ambiente de implementação do
Plano determina que o planejamento seja concebido de forma flexível e dinâmica,
como um processo gradativamente aprimorado.
A Monitoria e Avaliação constituem, neste contexto, um instrumento para
assegurar a interação entre o planejamento e a execução, possibilitando a correção
de desvios e retroalimentação permanente de todo o processo de planejamento,
pela experiência vivenciada com a execução do Plano.
A Monitoria se diferencia qualitativamente de um simples acompanhamento,
pois além de documentar sistematicamente o processo de implantação do Plano,
avalia os desvios na execução das atividades propostas, antecipando e
prognosticando as possibilidades de alcance dos objetivos e recomendando as
ações corretivas para ajuste ou replanejamento.
Gerenciar a implementação de um Plano é, por um lado, o compromisso de
executar as ações planejadas e, por outro, ajustar o Plano de acordo com as
mudanças do ambiente.
A Monitoria e Avaliação do Plano de Manejo deverão ser realizadas como
uma função interna da gerência, de forma permanente e sistemática, e de forma
externa, periódica ou eventualmente, pela equipe designada pela Coordenação-
Geral de Florestas Nacionais e Reservas Equivalentes.

O esquema de Monitoria e Avaliação de implementação do Plano de Manejo está


baseado nos seguintes passos:

1. Elaborar a tabela Monitoria e Avaliação da Implantação do Plano de


Manejo;

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3.Elaborar a tabela Monitoria da Matriz de Planejamento para cada programa;

4.Com base no cronograma físico-financeiro, elaborar o Plano Operativo


Anual - POA.

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Bibliografia

BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Institui o Sistema Nacional de


Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Diário Oficial da
República Federativa do Brasil. Brasília, 2000.
_____. Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta o Sistema Nacional
de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Diário Oficial
da República Federativa do Brasil. Brasília, 2000.
IBAMA. Roteiro metodológico para planejamento de Unidades de Conservação
de uso indireto: versão 3.9. 1996.
_____. Roteiro metodológico de planejamento: Parque Nacional, Reserva Biológica,
Estação Ecológica. 2002.

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Anexos ao Roteiro Metodológico

Nos anexos devem-se incluir todas as informações adicionais consideradas


relevantes.

1 - CARACTERIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA


FLORESTA NACIONAL

As atividades poderão ser caracterizadas e analisadas conforme o exemplo a


seguir:

• Atividade de uso público:


As atividades de uso público deverão ser classificadas em:
a) previstas e implantadas;
b) previstas e não implantadas;
c) implantadas e não previstas;
d) implantadas, mas que se encontram desativadas.

Para cada grupo apresentar:


• descrição da atividade (escalada, caminhada, etc.);
• classificação das atividades como recreativa, educativa e interpretativa;
• situação fundiária do local onde é realizada cada atividade;
• pessoal disponível e necessário.

Identificar as características e comportamento dos visitantes e média de visitação.

Avaliar a disponibilidade e necessidade de equipamentos e instrumentos


facilitadores de cada atividade, tais como: centro de visitantes, pontes, guarda-corpo,
banheiros, bancos, contenção de encostas, mirantes, sinalização, material de
divulgação, entre outros a serem considerados.
Analisar os procedimentos operacionais da atividade, sua metodologia e
execução e satisfação dos usuários. Quando se tratar de atividade exercida por
empresa terceirizada, incluir sua situação legal (existência de licitações e contratos).
Informar sobre programas de turismo locais, regionais ou nacionais que
abranjam a área da Floresta Nacional.

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2- BASE CARTOGRÁFICA

Os mapas devem ser elaborados em linguagem digital ARC INFO ou


linguagem compatível com as especificações descritas.
Para a elaboração do Sistema de Informação Geográfica - SIG, as informações
deverão ser produzidas em ARC VIEW.

As escalas e tamanhos dos mapas serão fornecidos no Termo de Referência


para a elaboração do Plano de Manejo.

As informações serão apresentadas em sistema de referência geográfica.


Serão elaborados os seguintes mapas:

• Carta-imagem (rios, estradas, limites da Unidade e da Zona de


Amortecimento);
• Mapa-Base: hidrografia (rios perenes, rios intermitentes, reservatórios, lagos,
lagoas, ilhas); altimetria (curvas de nível); sistema viário (estradas, aceiros,
ferrovias, estradas internas, aeroportos, portos, pistas de pouso, trilhas); limites
da Unidade, Zona de Amortecimento; infra-estrutura instalada, edificações,
rede elétrica, sedes (vilas, comunidades, cidades, fazendas);
• Mapas temáticos: topoclimático, geomorfológico, geológico (contendo
também espeleologia), solos, uso atual do solo (contendo também sítios
históricos e arqueológicos), uso potencial do solo, susceptibilidade à erosão,
vegetação, ocorrência de fogo, levantamento faunístico, zoneamento (em
conjunto e em zonas individualizadas).

Especificações para digitalização de bases cartográficas em AutoCad:

• A base cartográfica deverá ser digitalizada em Layers e estar geograficamente


referenciada no sistema de coordenadas geográficas ou na projeção
cartográfica UTM. As informações de Datum, elipsóide e fuso devem ser
repassados ao IBAMA - Centro de Sensoriamento Remoto - CSR.

• O arquivo deverá conter os seguintes Layers:

A) HIL - Hidrografia Linear:


Todos os rios deverão ser representados como uma única linha no mapa,
e estarem armazenados neste layer juntamente com sua toponímia. Devem
ser digitalizados neste layer também os eixos de rios de margem dupla que
deverão ser conectados com seus afluentes. Todos os rios deverão ser
digitalizados seguindo o seu sentido de fluxo (nascente para foz).

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Esquema da digitalização da hidrografia linear

As cores das classes da hidrografia linear devem seguir os seguintes números:

B) HIP - Hidrografia Poligonal:


Todos os rios, lagos, lagoas e reservatórios deverão ser representados
no mapa como um polígono. A toponímia da hidrografia poligonal
deve estar no mesmo nível e o ponto de ancoragem do texto deve
estar situado dentro do polígono do corpo d'água. A toponímia de um
mesmo corpo d'água não deve possuir mais que um ponto de
ancoragem. Os corpos d'água do laser HIP devem ser digitalizados
utilizando-se polilinha fechada. Nesse layer não deve ser adotado
nenhum tipo de hachura, porém as cores das linhas que contornam
os corpos d'água devem possuir os seguintes números:

Cores da Linha de Contorno para a Hidrografia Poligonal

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Esquema de colocação de toponímia, nunca com dois pontos de ancoragem:

C) ALT - Altimetria:
Este layer é composto pelas curvas de nível e pontos cotados e dispensa o
emprego de toponímias; porém o atributo elevation deve ser preenchido com
a cota da curva de nível e do ponto cotado. A curva de nível é digitalizada
utilizando-se polilinha aberta, e o ponto cotado, utilizando-se ponto.

D) ROD - Sistema Viário:


Este layer é composto pelas estradas, portos e aeroportos, sendo que as estradas
devem ser digitalizadas com polilinhas abertas e os portos e aeroportos
digitalizados com pontos. Todas as linhas e pontos do layer ROD devem ter
as seguintes cores para as classes de sistema viário:

Cores das Classes do Sistema Viário

Todos os outros temas poligonais devem ser digitalizados em layers separa-


dos e dentro de cada polígono deve ser colocado um texto ancorado em um
único ponto.

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Especificações para digitalização de bases cartográficas em ARC INFO

A base cartográfica deverá ser digitalizada em coberturas. Deverá estar


geograficamente referenciada no sistema de coordenadas geográficas ou na
projeção cartográfica UTM. As informações de Datum, de elipsóide e de fuso devem
ser repassadas ao IBAMA - Centro de Sensoriamento Remoto.

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Proposta de “layout”:

O cabeçalho do mapa localizará: à esquerda, Diretoria de Florestas e


Coordenação-Geral de Florestas Nacionais e Reservas Equivalentes; no centro, o
nome da Floresta Nacional; à direita, o nome do Ministério do Meio Ambiente e do
IBAMA e sua logomarca.

A legenda obedecerá às convenções cartográficas.

Especificações do produto final

A escala a ser utilizada nos mapas finais para o Plano de Manejo das Flores-
tas Nacionais deverá estar compatível com a área de cada unidade. Com base no
georreferenciamento de cada FLONA será especificada no termo de referência a
escala a ser utilizada nos mapas finais. Os mapas deverão ser apresentados em
coordenadas UTM e geográficas.

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Anexos ao Plano de Manejo

1- PROJETOS ESPECÍFICOS

O objetivo de desenvolver projetos específicos posteriormente à elaboração


do Plano de Manejo é detalhar atividades que envolvam a participação de
profissionais mais especializados, como por exemplo, arquitetos, educadores,
comunicadores, programadores visuais, engenheiros e publicitários. O posterior
envolvimento garante que os projetos específicos sejam tecnicamente adequados
e desenvolvidos em momento oportuno, ou seja, quando se contar com recursos
financeiros para sua implementação.

Dentre os vários projetos possíveis, podemos sugerir:


• Projeto de Manejo Florestal abrangendo:
- produção madeireira de florestas nativas;
- produção madeireira de reflorestamento;
- Produção de não-madeireiros;
- Projeto de Lavra Mineral;
• Projeto de Exploração de Produtos Diversos;
• Sistema de Informação Geográfica - SIG;
• Capacidade de Carga da Atividade;
• Sistema de Sinalização e Identidade Visual;
• Estudo para inclusão em programas de turismo regional e marketing;
• Capacitação, treinamento e credenciamento de condutores de visitantes;
• Projeto de divulgação da Floresta Nacional e de suas atividades de uso
público;
• Projeto de relacionamento institucional (Municípios, Estado, outras
instituições públicas e privadas, Organizações Não-Governamentais, etc.)
vinculado ao uso público;
• Projeto de monitoramento geral do uso público e de cada atividade;
• Projeto de educação ambiental vinculada ao uso público;
• Projeto de estudo das possibilidades de desenvolvimento do artesanato e
culinária local, visando à comercialização e geração de emprego e renda;
• Projeto de interpretação ambiental da unidade de conservação;
• Projetos arquitetônicos para construção de equipamentos facilitadores
ao uso público (os específicos de cada atividade devem ser feitos
com seu projeto);
• Projeto integral de cada Área de Desenvolvimento em que haverá atividades
vinculadas ao uso público;

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Para organizar e uniformizar essa parte dos anexos, os temas que requerem a
elaboração de projetos específicos devem ser mencionados no escopo dos
programas de manejo e, nessa parte do Plano, preencher os seguinte dados:

1. Programa de Manejo;
2. Atividade;
3. Objetivo do Projeto;
4. Justificativa;
5. Descrição sucinta dos principais aspectos que deverão embasar a
elaboração do projeto.

2- CAPACIDADE DE CARGA PARA VISITAÇÃO

A capacidade de suporte é aqui definida como a "quantidade de uso para


visitação" a que pode ser submetida uma área em um tempo específico, com certo
nível de satisfação, o mínimo de efeitos negativos sobre os recursos naturais e sem
prejuízo à experiência do visitante.
No estabelecimento da capacidade de carga devem ser observados aspectos
específicos da Unidade, como possibilidade de incêndios, enchentes e outros
fenômenos que induzem à determinação de diferentes capacidades de carga, de
acordo com a estação.
De acordo com os procedimentos metodológicos disponíveis, a capacidade
de carga será determinada de forma experimental e por aproximações sucessivas,
utilizando indicadores tais como: prejuízo à regeneração natural; mudanças no
comportamento da fauna; redução no número de espécies da flora e da fauna;
indícios de processos erosivos; mudanças na qualidade da água; alteração da
biomassa; aspectos sanitários - com tratamento e destinação dos resíduos sólidos;
volume de ruído; densidade de poeira; presença de lixo; fitossociologia; e outros,
que sinalizarão a adequação ou não da capacidade estabelecida.
A capacidade de carga não é um número rígido e no decorrer da
implementação, deve ser monitorada, sendo possível sua alteração.

3- CIRCULAÇÃO INTERNA

As vias de circulação na floresta nacional são definidas dependendo das


necessidades de manejo, tendo em vista a racionalização e organização do trânsito
de pedestres, veículos motorizados, tração animal e barcos e as condições
ambientais locais.
Deve-se elaborar um mapa ou croqui indicando a melhor direção e o tipo de
trânsito permitido, com um texto explicativo sobre a circulação e outras formas de
acesso a pontos estratégicos da Unidade.

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Ressalte-se que na construção destas vias deve-se considerar as possíveis


conseqüências decorrentes da fragilidade dos terrenos e dos traçados propostos
para as mesmas. Recomenda-se ainda a utilização de técnicas de engenharia
rodoviária, respeitando-se a legislação específica.

Avaliar o sistema de circulação interna estabelecido no planejamento anterior, de


acordo com sua efetividade e impacto causado.
Definir novas vias de circulação, caso necessário, para atingir os objetivos de manejo.

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Áreas de servidão: áreas utilizadas na zona de mineração para fins de estra-


das, acessos, depósito de estéril e de rejeitos, oficinas, escritórios, plantas de
beneficiamento de minério, pátio de estocagem, pêra ferroviária, acampamento e
refeitórios.
Formas primitivas de recreação: são as não beneficiadas por infra-estrutura
(mesmo as de sinalização ou interpretação), como trilha e caminhada rústica, acam-
pamento primitivo para trilhas que exijam pernoite. Essas atividades devem ser ori-
entadas por guias e/ou folhetos explicativos.

IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis


DIREF: Diretoria de Florestas
CGFLO: Coordenação-Geral de Florestas Nacionais e Reservas Equivalentes
SNUC: Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
FLONA: Floresta Nacional
UC: Unidade de Conservação
PM: Plano de Manejo
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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