Fenômenos Luminosos
Fenômenos Luminosos
Fenômenos Luminosos
Definição :
Fenômenos luminosos são fenômenos que ocorrem quando a luz atinge uma superfície. Podem
ser: reflexão, refração, difusão e absorção.
Nós observamos os fenômenos luminosos bem como a luz desde quando nascemos.
Convivemos, portanto, com a luz ao longo de toda a nossa vida, ao longo de toda a nossa
existência. Deparamo-nos com muitos fenômenos luminosos ao longo da nossa existência.
Alguns são simples como, por exemplo, o arco Iris. Este é um fenômeno natural.
Natureza da luz
Atualmente, após as contribuições dadas pelos físicos Max Planck e Albert Einstein, entende-se
que a natureza da luz é dual, isto é: ora ela comporta-se como uma onda, ora como partícula.
Os trabalhos de Newton no campo da Mecânica foram muito importantes assim como os estudos
e as teorias que ele elaborou no campo da Óptica. Em sua obra intitulada Optiks ele desenvolveu
um estudo bastante amplo sobre os fenômenos luminosos. Newton defendia várias idéias, dentre
elas se destacam a teoria das cores dos corpos e a sua concepção sobre a natureza da luz.
Na Antiguidade alguns filósofos gregos acreditavam que a luz era formada por pequenas
partículas, as quais se propagavam em linha reta e com alta velocidade. Essas idéias
permaneceram imutáveis por muito tempo até que, por volta do ano de 1500, Leonardo da Vinci
percebeu a semelhança entre a reflexão da luz e o fenômeno do eco e levantou a hipótese de que
a luz era um movimento ondulatório. Na busca pela definição sobre a natureza da luz surgiram,
no século XVII, duas correntes de pensamento científico: a teoria corpuscular da luz, que era
defendida por Newton; e o modelo ondulatório da luz, que era defendido por Christian
Huyghens. Segundo Isaac, a luz era formada por partículas; já Huyghens defendia a hipótese de
que a luz era uma onda. Essas duas correntes provocaram intensas polêmicas entre os cientistas
da época, fato esse que marcou a história da física. No entanto, o conhecimento sobre a
verdadeira natureza da luz só foi descoberto no século XIX, após a morte dos defensores dessas
teorias.
Newton tentou justificar sua teoria afirmando que a luz se comportava como pequenas esferas, as
quais colidiam elasticamente com uma superfície lisa, sendo refletida de modo que o ângulo de
incidência fosse igual ao ângulo de refração. Assim, segundo o fenômeno da reflexão, Newton
considerava a luz como sendo constituída por um conjunto de partículas que se refletem
elasticamente sobre uma superfície.
Modelo ondulatório
O modelo ondulatório proposto e defendido por Huyghens dizia que a luz era uma onda e ela
explicava de forma significativa a reflexão e a refração da luz. Como sabemos, qualquer onda se
reflete e refrata de acordo com as leis da reflexão e da refração dos feixes luminosos.
Observações sobre esses fenômenos levaram os cientistas a favorecer o modelo ondulatório
proposto por Huyghens, pois a teoria de Newton não se verificava na prática.
REFLEXÃO: É o fenômeno pelo qual um raio luminoso ao incidir em uma superfície volta à se
propagar no mesmo meio, ou seja, não muda de meio de propagação.
LEIS DA REFLEXÃO:
1º) O raio incidente (Ri), o raio refletido (Rr) e a reta normal(N) à superfície refletora estão
todos no mesmo plano (coplanares).
2º) O ângulo de incidência é sempre igual ao ângulo de reflexão.
TIPOS DE REFLEXÃO:
A) REFLEXÃO DIFUSA: É aquela que ocorre em superfícies não polidas. Os raios
refletidos se espalham em todas as direções.
Devido a reflexão difusa é que podemos ver totalmente um corpo.
B) REFLEXÃO ESPECULAR OU REGULAR: É aquela que ocorre em superfícies
polidas. Se os raios incidentes forem paralelos os raios emergentes formam feixes de raios de
direções previsíveis.
O índice de refração
O alto índice de refração dos vidros usados nos prismas provoca a dispersão da luz.
O índice de refração é inversamente proporcional ao comprimento de onda da luz, por isso,
quanto menor for o comprimento de onda da luz, maior será o índice de refração da luz para um
determinado meio. Portanto, o índice de refração de um mesmo meio será maior para a luz
violeta do que para a luz vermelha, por exemplo.
Índice de refração e temperatura
O índice de refração tem uma relação com a temperatura do meio, mas isso não quer dizer que
ele seja alterado em razão das mudanças de temperatura, e sim por causa das mudanças de
densidade. Essa relação entre o índice de refração e a temperatura é o que causa a formação de
distorções e miragens acima de superfícies aquecidas, como o asfalto ou ainda o capô de um
veículo em um dia muito quente, uma vez que o aquecimento do ar provoca sua dilatação. Desse
modo, sua densidade diminui, bem como seu índice de refração.
Leia também: Temas principais do estudo de Óptica
Tabela de índices de refração
A tabela a seguir apresenta alguns índices de refração de materiais conhecidos.
Reflexão total. Fibras ópticas
Na natureza, existem casos em que, dependendo do ângulo de incidência e do meio pelo qual a
luz está vindo, não ocorre a refração, mas somente a reflexão. Esse fenômeno é conhecido como
reflexão total.
A reflexão total é um fenômeno óptico que ocorre quando a luz incidente sobre uma superfície
que separa dois meios, no sentido do maior para o menor índice de refração, é totalmente
refletida, permanecendo no meio de origem. Esse fenômeno só ocorre se o ângulo de incidência
for maior que o chamado ângulo limite.
Ângulo limite
O ângulo limite é o menor ângulo de incidência necessário para que o ângulo de refração de um
raio de luz, na passagem de um meio com maior para outro com menor índice de refração, seja
de 90º.
O índice de refração do meio 2 é maior que o índice de refração do meio 1. Assim, por meio
da lei de Snell-Descartes, é possível determinar o ângulo limite L.
O valor do seno do ângulo limite é definido pela razão entre o menor e o maior índice de
refração.
Observe que o ângulo de incidência do raio de luz verde na imagem acima é maior que o ângulo
limite, por isso, o raio de luz foi totalmente refletido, permanecendo no meio 2.
As fibras ópticas são constituídas por materiais com diferentes índices de refração, o que garante
a ocorrência do fenômeno da reflexão total e possibilita a transmissão dos raios de luz.
A absorção da luz
Quando uma luz atravessa um meio, uma parte da energia que ela carrega é absorvida pelas
partículas presentes nesse meio. Assim, a onda vai sendo atenuada à medida que se propaga.
Absorção é a parte da luz que se transforma em outro tipo de energia. É o que ocorre, por
exemplo, nos aquecedores solares presentes em algumas residências.
Quando a superfície onde um feixe de luz incide for irregular, cada pequena porção da superfície
refletirá a luz numa determinada direção e, consequentemente, o feixe refletido não será bem
definido e a luz se espalhará em todas as direções. Aconteceu, então, reflexão difusa, ou seja,
houve difusão da luz pela superfície.
A maioria das superfícies são ásperas, suas irregularidades refletem a luz em diversas direções.
Esse tipo de luz refletida se chama luz difusa. É graças a ela que, durante o dia, um cômodo pode
ser iluminado pela luz do sol, que se reflete no ar, nas nuvens e nas paredes.
Lentes e suas aplicações
As lentes são dispositivos ópticos que funcionam por refração da luz e são muito utilizadas no
nosso dia a dia, como nos óculos, nas lupas, nas câmeras fotográficas, nas filmadoras e em
telescópios. O material que as constitui normalmente é o vidro, mas o plástico também pode ser
utilizado. As principais características desses dispositivos são a transparência e a superfície
esférica.
De acordo com a curvatura apresentada, as lentes esféricas podem ser classificadas como:
Lentes convergentes, ou positivas: quando a parte do centro é mais espessa que as bordas. Elas
podem ser de três tipos:
Lentes biconvexas: apresentam duas partes convexas;
Lentes plano-convexas: possuem um lado plano e outro convexo;
Lentes côncavo-convexas: com um lado côncavo e o outro convexo.
Lentes divergentes, ou negativas: se o centro é mais fino que as bordas. Podem ser classificadas
como:
Lentes bicôncavas: caso apresentem as duas faces côncavas;
Lentes plano-côncavas: quando apresentam um lado plano e o outro côncavo;
Lentes convexo-côncavas: com um lado convexo e outro côncavo.
A figura a seguir mostra o formato de cada um desses tipos de lente:
Além do formato, as lentes também podem ser classificadas de acordo com o comportamento
óptico dos raios de luz após atingi-las. Nesse caso, elas podem ser divergentes ou convergentes.
Em uma lente divergente, quando os raios de luz incidem paralelos ao eixo principal, eles
sofrem dupla refração e se expalham . Observe a figura:
Como o foco dessas lentes é formado pelo encontro de projeções dos raios de luz incidentes, ele
é classificado como virtual.
Nas lentes convergentes, os raios de luz incidem paralelos ao eixo principal e, após sofrerem
refração, se concentram em um único ponto, este ponto é o foco.
A figura abaixo mostra um trem de ondas de um raio de luz que se propaga segundo a direção
"OP". Os vetores representados pelas letras "a1", "a2" e "a3" apresentam a mesma direção,
sentido e mesma amplitude de vibração. O mesmo ocorre para os pontos "b1", "b2" e "b3".Diz-se
então que os vetores "a" (também os "b") estão em fase entre si.
Por outro lado, os vetores a1 e b1, têm a mesma direção, amplitude porém sentidos opostos de
vibração, ou simplesmente, estão fora de fase entre si, como mostra a figura acima. Denomina-se
a distância entre dois pontos dentro de um mesmo trem de onda como diferença de
trajetória ou diferença de percurso ou atraso (D) que é expressa em unidades de comprimento de
onda (Å ou mm ). Então a distância entre pontos que estão todos em fase entre si será sempre um
número inteiro de comprimentos de onda :
Se admitirmos agora duas ondas de luz vibrando em um mesmo plano, sabe-se que elas não
permanecem isoladas mas sim, interferem ou combinam-se para produzirem um movimento
composto. Esta combinação, se faz através da soma vetorial entre as direções de vibração de
cada onda independente (ou ondas primárias), ponto a ponto, produzindo uma onda resultante,
conforme mostra a figura abaixo onde, por exemplo, a soma dos vetores 1’ e 1" resulta em um
vetor nulo, enquanto que a soma vetorial 2’ e 2" resulta no vetor 2.
Legenda – Representação esquemática de dois raios de luz primários r1 e r2, que vibram em um
mesmo plano vertical estando defasadas em 35/8l. No destaque, a resultante obtida pela soma
vetorial entre os vetores individuais. Observe que a onda resultante "R" é destrutiva pois possui
sua amplitude "A" é menor do que as ondas primárias.A onda resultante da interferência entre
duas ondas de luz depende do comprimento de onda, da amplitude e da diferença de
percurso D entre as ondas primárias.No caso de duas ondas primárias de mesmo comprimento de
onda (l) , mas com uma diferença de percurso nl , teremos:interferência construtiva : quando, a
onda resultante apresenta uma amplitude (A) maior do que a das ondas primárias. Isto ocorrerá
quando as ondas em interferência estão em fase, ou seja, "n" é um número inteiro.interferência
destrutiva: ou seja, a onda resultante apresenta uma amplitude (A) menor que do que as duas
ondas primárias. Isto ocorrerá quando as ondas em interferência estão fora de fase, ou seja, "n" é
um número fracionário.
Difração (AO 1945: difracção) é um fenômeno que acontece quando uma onda encontra um
obstáculo. Em física clássica, o fenômeno da difração é descrito como uma aparente flexão das
ondas em volta de pequenos obstáculos e também como o espalhamento, ou alargamento, das
ondas após atravessar orifícios ou fendas. Esse alargamento ocorre conforme o princípio de
Huygens. O fenômeno da difração acontece com todos os tipos de ondas, incluindo ondas
sonoras, ondas na água e ondas eletromagnéticas (como luz visível, raios-X e ondas de rádio).
Assim, a comprovação da difração da luz foi de vital importância para constatar sua natureza
ondulatória.
Explicação teórica
Isso se dá porque, se se ativer à definição estrita de onda como fenômeno periódico e na ausência
de dispersão (que é a variação da velocidade de ondas em função dos seus comprimentos de
onda), uma onda pode ser representada por uma função senoidal do tempo e do espaço.
Efeito Doppler
O efeito Doppler é caracterizado pela alteração da frequência sonora emitida por uma fonte,
percebida por um observador quando há movimento relativo.
O nome “efeito Doppler” é uma referência ao físico austríaco Christian Johann Doppler, que o
estudou e descreveu. Esse cientista escreveu um artigo no qual afirma que a frequência do
som percebida por um observador depende do movimento relativo entre a fonte emissora do som
e o observador. Esse fenômeno pode ser escrito da seguinte forma:
O efeito Doppler é a alteração da frequência sonora percebida pelo observador em virtude do
movimento relativo de aproximação ou afastamento entre a fonte e esse observador.
Um exemplo típico do efeito Doppler é o caso de uma ambulância com a sirene ligada, durante a
aproximação ou afastamento de um observador. Quando ela aproxima-se do observador, o som é
mais agudo; e, quando a ambulância afasta-se, o som é mais grave. Esse é um fenômeno
característico de qualquer propagação ondulatória, e ele é muito mais presente no cotidiano do
que pensamos.
O efeito Doppler é utilizado para medir a velocidade de objetos por meio de ondas que são
emitidas por aparelhos baseados em radiofrequência ou lasers, como os radares. Na Astronomia,
esse fenômeno é usado para medir a velocidade relativa das estrelas e de outros objetos celestes
em relação ao planeta Terra. Na medicina, o efeito Doppler é utilizado nos exames de
ecocardiograma para medir a direção e a velocidade do fluxo sanguíneo ou do tecido cardíaco.
O efeito Doppler não ocorre somente com o som. Como foi dito, esse fenômeno é característico
de propagações ondulatórias, ou seja, é possível observar esse fenômeno com qualquer tipo de
onda. Dessa forma, podemos observar o efeito Doppler com a luz, que também é uma onda. Para
esse caso, o fenômeno do efeito Doppler manifesta-se na mudança de cor que é percebida pelo
observador. Uma pessoa que se aproxima de um sinal de trânsito que está vermelho, por
exemplo, percebe a coloração vermelha mais intensa se ela estiver parada, pois a frequência de
onda luminosa é maior do que quando o observador está em movimento.
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A Polarização da Luz
A polarização da luz ocorre quando a luz natural, que antes se propagava em todos os planos,
passa a se propagar em um único plano.
As fontes luminosas geralmente emitem luzes formadas por ondas eletromagnéticas que vibram
em várias direções, nessas há sempre um plano perpendicular para cada raio de onda luminosa.
Essa luz é chamada de luz natural ou luz não polarizada.
Na natureza existem substâncias que ao serem atravessadas pelos feixes de luz deixam passar
apenas uma parte da onda luminosa. Desse acontecimento ocorre um fenômeno chamado
de polarização da luz. A luz natural que antes se propagava em todos os planos, agora passa a se
propagar em um único plano.
Os polarizadores funcionam como uma fenda permitindo que a luz passe somente em um plano.
Se acontecer de dois polarizadores estarem alinhados na mesma direção, a luz passa pelo
primeiro, mas no segundo não se vê nada, pois não haverá emergência de luz. O acontecimento
da polarização da luz dá evidências claras de que ela é formada por ondas transversais. Dessa
maneira, esse fenômeno só pode acontecer com esse tipo de onda, assim podemos concluir que
com as ondas sonoras não acontece polarização, pois as mesmas são do tipo longitudinal.