Trab-Empréstimo S Obrigacionis Tas
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EMPRÉSTIMO OBRIGACIONISTA
NACALA
2021
PAULINO VASCO JONE
EMPRÉSTIMO OBRIGACIONISTA
NACALA
2021
Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 4
3. Conclusão .......................................................................................................................... 12
1. Introdução
O presente trabalho aborda sobre empréstimo obrigacionista, como sabemos desde
antemão, as obrigações que constituem um empréstimo obrigacionista têm um valor nominal,
que é o valor de referência, ao qual é aplicada a taxa de juro. O empréstimo obrigacionista, tal
como o empréstimo bancário, garante que as empresas obtenham recursos necessários para a
implementação dos seus planos de investimento. Contudo, nos empréstimos obrigacionistas
existe a facilidade de fixação das condições do empréstimo (taxa de juro, maturidade, resgate
antecipado do capital).
O trabalho tem por objectivo: estudar os empréstimos obrigacionistas. Para o feito,
recorreu – se o uso dos seguintes objectivos específicos: descrever as noções gerais de
empréstimos obrigacionistas; apresentar as principais características; demonstrar a
classificação das obrigações; mostrar as avaiações e modalidades de amortização; descrever os
aspectos específicos dos empréstimos obrigacionistas e resolver alguns exercícios referente o
tema.
Para a concretização dos objectivos deste trabalho utilizou - se a pesquisa bibliográfica
descritiva, tendo como base livros, reunindo um conjunto de opiniões de diversos autores
conhecedores do assunto.
No que diz respeito a estrutura, este trabalho apresenta os seguintes elementos: Capa;
folha do rosto; índice; introdução; desenvolvimento; conclusão e referências bibliográficas
contendo as principais obras citadas no trabalho.
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2. Empréstimo obrigacionista
2.1.Noções gerais
Quando o montante do empréstimo é elevado, o mutuário pode ter dificuldades em
encontrar um único mutuante disposto a ceder – lhe os fundos de que necessita. Ao emitir um
empréstimo por obrigações o mutuário procura fundos de vários mutuantes, os obrigacionistas.
Gonçalves (1987) entende o empréstimo obrigacionista como uma forma de
endividamento de médio ou longo prazo, de qualquer entidade (relativamente usual nas
sociedades anónimas e por quotas) em relação a terceiros, que conferem aos obrigacionistas
(titulares da obrigação) um direito de recebimento periódico de juros durante a vida útil do
empréstimo e ao reembolso do capital na data de amortização do empréstimo.
Já para Batista (2014, p. 379), uma obrigação representa “um valor mobiliário,
representativo de devida de uma empresa ou estado em relação a terceiros”. Este título de dívida
pode ser de curto, médio ou longo prazo, confere ao detentor (obrigacionista) o direito a receber
da entidade emitente um empréstimo de emissão ou reembolso, bem como, eventualmente,
juros nos termos estipulados na data da emissão do valor mobiliário em questão.
Conforme explica o Batista, o obrigacionista é, assim um credor da entidade emitente,
visto que os fundos que empresta são, posteriormente, reembolsados, podendo ser – lhe
garantido, até essa data, um prémio ou um rendimento período (o juro).
Duma forma resumida pode – se entender um empréstimo obrigacionista como uma
forma de financiamento na qual as entidades emitentes (empresas, entidade publica ou um
estado) optam por emitir obrigações, permitindo ao investidor a participação directa na concessão
de crédito através de um empréstimo.
Para além de ser uma forma de financiamento para as empresas, o empréstimo
obrigacionista constitui uma fonte alternativa de aplicação de poupanças de médio e longo
prazo para agentes económicos, constituindo uma oportunidade para os investidores
moçambicanos aderirem a novas formas de investimento que geralmente, são mais rentáveis
que as formas de aplicação de poupanças tradicionais, como os depósitos a prazo, para além de
possuírem um elevado nível de liquidez, uma vez que podem ser transmissíveis ou
transacionados em mercado secundário.
Conforme explica Bastardo (2011), um empréstimo obrigacionista permite uma
diversificação de financiadores e, simultaneamente ganha autonomia face ao crédito dos
bancos. Outra vantagem para o emitente reside no facto de, geralmente, o custo financeiro
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associado ser mais baixo do que o custo financeiro de um empréstimo bancário com idêntica
maturidade.
2.2.Caraterização
Valor Nominal (VN): é o valor facial do título, sobre o qual incide a taxa de juro do
empréstimo;
Preço de emissário: é o preço que tem de pagar quem pretende adquirir (subscrever)
uma obrigação no momento da sua emissão.
O preço de emissão pode ser diferente do valor. No caso de uma emissão em que o
preço pago é acima do valor nominal, a diferença apelida – de prémio de emissão. Quando o
preço é baixo do valor nominal, a diferença chama – se desconto de emissão.
2.3.Tipos de obrigações
Manso (2002, p. 163) classifica as obrigações em diferentes formas:
a) Em função do emitente
Títulos de dívida pública: obrigações emitidas pelo Estado; o nível das suas taxas
servem de referência para todo o mercado obrigacionista (considerada a taxa de juro sem risco
de crédito).
Títulos de dívida diversa: obrigações emitidas por empresas; nível de taxa de juro de
acordo com o risco específico da empresa.
Obrigações de taxa variável: assim denominada por sua taxa de juro ser variável até
à maturidade, embora evoluindo de acordo com determinada regra pré – fixada (determinado
spread face à taxa de referência – indexante). O indexante deve refletir de forma correcta a
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evolução das taxas de juro no mercado, apresentando um prazo de duração igual ao cupão de
obrigação para minimizar as variações da mesma, evidenciando menor risco de taxa de juro.
c) Outras classificações
Obrigações de cupão zero: como o nome indica apresentam taxa de cupão, pelo que
não pagam juros. A rentabilidade destes títulos advém do diferencial entre o seu preço de
aquisição/preço de emissão e o seu valor de reembolso, que por definição é sempre o seu valor
nominal – obrigações emitidas a desconto.
2.4.Avaliação de obrigações
2.4.1. Obrigações de Taxa Fixa
De acoro Costa (2012), o valor de qualquer activo é determinado pelo somatório do
valor actual dos cash flows, que se espera que esse activo venha a gerar no futuro, actualizados
à taxa de rendibilidade exigida de acordo com o seu nível de risco. No caso de se tratar de uma
obrigação, o método é o mesmo, ou seja, o valor de uma obrigação (Bo), é dado pelo
somatório do valor actual de todos os cash flows que se prevê que esta venha a gerar no futuro
(juros, reembolso e prémios), actualizados a rendibilidade exigida pelo mercado para aquele
prazo e nível de risco (r).
𝐽𝑢𝑟𝑜 1 𝐽𝑢𝑟𝑜 3 𝐽𝑢𝑟𝑜 𝑡 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑒𝑚𝑏𝑜𝑙𝑠𝑜
𝐵𝑜 = + 2
+. … 𝑡
+
(1 + 𝑟) (1 + 𝑟) (1 + 𝑟) (1 + 𝑟)𝑡
Em que:
Bo = Valor actual da obrigação;
r = rendibilidade exigida pelo mercado para aquele prazo e nível de risco.
t = nº. de períodos que compõe o horizonte da análise.
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Para Costa (2012), no caso de se tratar de uma obrigação de taxa variável ou indexada,
o cálculo do valor é mais complexo, uma vez que não é possível saber com exactidão os juros
futuros da obrigação. Genericamente, a expressão é a seguinte:
Apesar da expressão ser idêntica á que se viu para obrigações de taxa fixa, o valor dos
juros, e consequentemente, da obrigação estão dependentes do comportamento do indexante,
como já tínhamos visto anteriormente. Assim, é necessário estimar primeiro a evolução futura
das taxas de juro de forma a poder refleti - la na evolução do indexante.
Reembolso no final e de uma só vez: neste caso é pago no final (na maturidade), e
juntamente com último cupão. Apesar de se tratar de um modelo frequentemente
utilizado o mesmo pode causar problemas de tesouraria à entidade emitente, os quais
podem ser resolvidos pela criação de um fundo de amortização (sinkind fund).
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Por sua vez Leão e Lagoa (2011), distinguem três vantagens em emitir obrigações em
vez de recorrer ao crédito bancário, começando pelo custo do crédito bancário, que é superior
ao custo de emissão de uma obrigação. Justifica-se, pois, o Banco, como outro intermediário
financeiro exige uma margem, cobrando uma taxa de juro ativa superior a taxa de juro das
obrigações.
Ainda de acordo Leão e Lagoa, os bancos oferecem limitações à concessão de crédito
a uma só empresa em montantes elevados, preferindo fazer empréstimos mais reduzidos a
várias empresas, diversificando assim o risco de incumprimento, o que em uma emissão de
obrigações, de uma única vez, permite-nos obter montantes bem mais elevados, pois há maior
facilidade nos mercados financeiros em conceder empréstimos mais altos, pois o risco
diversifica-se por vários investidores, cabendo a cada um deles aplicar apenas uma parte da sua
riqueza.
Adicionalmente, Cruz (1997) explica que a emissão de obrigações tem ainda como
vantagens dar a administração a liberdade de estabelecer as condições da emissão, bem como
vender a imagem da empresa, tornando-a mais conhecida e respeitada.
Em relação aos custos relativos a operação de um empréstimo obrigacionista Cruz
aponta os seguintes custos:
Quanto aos riscos para a empresa emitente, estes não são determináveis à primeira vista,
uma vez que está a ser financiada e não o contrário. No entanto, existe a possibilidade da
empresa não poder vir a cumprir com o compromisso de pagamento dos juros e reembolso do
capital perante os obrigacionistas, o que pode colocar a mesma numa situação de devedora.
A liquidez é também um importante factor de risco. Nas obrigações simples a liquidez
depende do prazo do empréstimo uma vez que são reembolsáveis, e da forma de reembolso,
que pode ser realizada de diferentes formas.
Normalmente, a Avaliação do risco afecto a um investimento em obrigações, recorre-
se às sociedades de rating ou raters, que são especializadas na avaliação do risco das emissões
obrigacionistas, como se verá mais adiante.
Solução:
1 − (1 + 𝑖)−3
= 51.25 = 50𝑥0.1 + 50𝑥((1 + 𝑖)−3
𝑖
𝑖 = 9.012%
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3. Conclusão
Para concluir, os empréstimos obrigacionistas pode ser emitido ao par (Preço de
emissão = Valor nominal), acima do par (Preço de emissão > Valor nominal) e abaixo do par
(Preço de emissão < Valor nominal, com desconto). E através das obrigações, os investidores
recebem um retorno constante através de pagamentos, normalmente anuais, de juros (cupão) e
a devolução do valor nominal em dívida no momento da maturidade.
O rendimento de uma obrigação, combinando o rendimento em juros e a devolução do
valor nominal em dívida, constitui, em geral, a razão principal para a decisão de investimento.
Este rendimento até à maturidade, denominado Yield to Maturity (YTM) é permanentemente
calculado e disponibilizado para cada obrigação.
Existem vários tipos de obrigações sendo as mais comuns as de taxa fixa, de taxa
indexada ou obrigações de cupão zero.
Em relação a forma de amortização, é o reembolso das obrigações que pode ser feito
por amortização única, por amortização por séries, por amortização por sorteio e por
amortização por dedução ao valor nominal. Sendo assim, o rendimento da obrigação é o juro;
é o rendimento que resulta da diferença entre o preço de venda (ou de reembolso) e o preço de
aquisição (ou de subscrição) da obrigação.
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4. Referência Bibliográfica
Batista, A. M S. (2014): Matemática Financeira: o valor do dinheiro ao longo tempo (3ª
edição). Brasil: Vida económica editora, SA.
Bastardo, C., (2011): Gestão de Activos Financeiros – Back to Basis. Lisboa: Escolar Editora.
Manso S. S. (2002): Obrigações e a estrutura por prazos da taxa de juro. Brasil: Instituto
politécnico de castelo Branco.