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Lei Bases Do Ambiente..DR

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DIÁRIO DA REPÚBLICA

Sexta-feira, 19 de Junho de 1998 I Série — N.º 27

ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA


Preço deste número — KzR: 210 000.00
Toda a correspondência quer oficial, quer ASSINATURAS O preço de cada linha publicada nos Diários
relativa a anúncio e assinaturas do ‹‹Diário da Ano da República 1.ª e 2.ª séries é de KzR: 465 000.00
As três séries. … … KzR: 650 000 000.00 e para a 3.ª série KzR: 665 000.00, acrescido do
República››, deve ser dirigida à Imprensa
A 1.ª série … … … KzR: 315 500 000.00 respectivo imposto do selo, dependendo a publica-
Nacional — U.E.E., em Luanda, Caixa Postal A 2.ª série … … … KzR: 232 000 000.00 ção da 3.ª série, de depósito prévio a efectuar na
1306 — End. Teleg.: ‹‹Imprensa›› A 3.ª série … … … KzR: 145 500 000.00 Tesouraria da Imprensa Nacional — U. E. E.

SUMÁRIO Ministérios da Justiça e das Obras Públicas


e Urbanismo
Assembleia Nacional
Despacho conjunto n.º 30/98:
Lei n.º 5/98:
Confisca o prédio em nome de Isabel Gomes Fonseca do Vale Martins.
De Bases do Ambiente. — Revoga toda a legislação que contrarie as dis-
posições da presente lei.

Resolução n.º5 /98: Ministério das Pescas


Recomenda ao Governo a estrita aplicação dos prazos previstos na
Lei n.º 18-A/92, de 17 de Julho, da Prisão Preventiva e que acelere o Decreto executivo n.º 33/98:
estudo dos mecanismos e das acções tendentes à reestruturação da Regulamenta a gestão dos recursos pesqueiros existentes nas águas
administração da Justiça. jurisdicionais de Angola.

Resolução n.º6 /98


Apela ao Secretário Geral das Nações Unidas e ao Governo Português
no sentido de realizarem junto das novas autoridades da Indonésia,
iniciativas visando a aplicação das pertinentes resoluções adoptadas
sobre o território de Timor Leste.
ASSEMBLEIA NACIONAL
Lei n.º 5/98
de 19 de Junho

A experiência acumulada nos últimos anos tanto a nível


Ministérios das Finanças e da Indústria
Decreto executivo conjunto n.º 29/98: internacional como nacional, tem produzido uma nova
Aprova a privatização total da ex-Empresa Industrial de Produtos consciência global acerca das implicações ambientais do
Alimentares-EMPAL, Limitada, sedeada no Lobito.
desenvolvimento humano, traduzida por uma cada vez
maior responsabilização da sociedade como um todo, diante
Decreto executivo conjunto n.º 30/98:
das referidas implicações.
Aprova a privatização total da participação do Estado detida pela empre- Entretanto, cabe aos Estados, em primeiro lugar, definir
sa estatal DECORANG-U.E.E., na Fábrica de Tintas DYRUP de políticas ambientais que correspondam a essa nova cons-
Angola, Limitada. ciência global, com o objectivo não só de renovar ou utilizar
correctamente os recursos naturais disponíveis, garantindo
Decreto executivo conjunto n.º 31/98: assim o desenvolvimento sustentado de toda a humanidade,
Aprova a privatização dos bens activos móveis e imóveis correspon- como também de assegurar, permanentemente, a melhoria
dentes à participação equivalente a 47,5% que o Estado Angolano da qualidade de vida dos cidadãos. No caso de Angola, tal
detém através da ex-EMIN-U.E.E. imperativo, está expressamente consagrado na Lei
Constitucional no n.º 2 do artigo 12.º e nos n.ºs 1, 2 e 3 do
Decreto executivo conjunto n.º 32/98: artigo 24.º
Determina que 75% das receitas resultantes da cobrança das taxas Ainda no caso do nosso País, a formulação de um
cobradas passam a constituir a dotação do Orçamento Geral do quadro jurídico que defina de modo global e preciso as res-
Estado para o Instituto Angolano da Propriedade Industrial. — Revo- ponsabilidades colectivas e individuais, diante das comple-
ga o Decreto executivo conjunto n.º 19/97, de 9 de Maio. xas questões ambientais e ecológicas que a todos se colo-
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cam, mostra-se como o primeiro passo a realizar, a par de c) da prevenção: — todas as acções ou actuações com
outras medidas, para a concretização da política ambiental efeitos imediatos ou a longo prazo no ambiente,
que ao Estado cabe estabelecer. devem ser consideradas de forma antecipada, por
Nestes termos, ao abrigo da alínea h) do artigo 90.º da forma a serem eliminados ou minimizados os
Lei Constitucional, a Assembleia Nacional aprova a eventuais efeitos nocivos;
seguinte: d) do equilíbrio: — deve ser assegurada a inter-relação
das políticas de desenvolvimento económico e
LEI DE BASES DO AMBIENTE social com os princípios de conservação e preser-
vação ambiental e uso racional dos recursos natu-
CAPÍTULO I rais, por forma a se alcançarem os objectivos do
Disposições Gerais desenvolvimento sustentável;
ARTIGO 1.º e) da unidade de gestão e acção: — deve ser criado e
(Âmbito) dinamizado um órgão nacional responsabilizado
A presente lei define os conceitos e os princípios básicos pela política ambiental, que promova a aplicação
da protecção, preservação e conservação do ambiente, pro- dos princípios para a melhoria da qualidade do
moção da qualidade de vida e do uso racional dos recursos ambiente e de vida em todos os sectores da vida
naturais, de acordo com os n.ºs 1, 2 e 3 do artigo 24.º e n.º 2 nacional, organize e administre uma rede de áreas
do artigo 12.º da Lei Constitucional da República de de protecção ambiental e incentive a educação
Angola. ambiental de forma sistemática e permanente;
ARTIGO 2.º f) da cooperação internacional: — determina a procura
(Definições) de soluções concertadas com outros países, com
As definições e conceitos utilizados no articulado são organizações regionais, sub regionais e interna-
definidos no glossário anexo, que faz parte integrante da cionais, quanto a problemas ambientais e à gestão
presente lei. de recursos naturais comuns.
ARTIGO 3.º g) da responsabilização: — confere responsabilidades
(Princípios gerais)
a todos os agentes que como resultado das suas
1. Todos os cidadãos têm direito a viver num ambiente acções provoquem prejuízos ao ambiente,
sadio e aos benefícios da utilização racional dos recursos degradação, destruição ou delapidação de recursos
naturais do país, decorrendo daí as obrigações em participar naturais, atribuindo-lhes a obrigatoriedade da
na sua defesa e uso sustentado, respectivamente. recuperação e/ou indemnização dos danos causa-
2. É devido o respeito aos princípios do bem estar de dos, sendo para os casos anteriores à publicação
toda a população, à protecção, preservação e conservação da presente lei, aplicado o previsto no artigo 18.º
do ambiente e ao uso racional dos recursos naturais, cujos desta mesma lei;
valores não podem ser subestimados em relação a interes- h) da valorização dos recursos naturais: — atribui um
ses meramente utilitários. valor contabilizável a todos os recursos naturais
3. Ao Estado compete implantar um Programa Nacional destruídos ou utilizados nas várias acções, tanto
de Gestão Ambiental para atingir os objectivos preconiza- como matéria prima ou matéria subsidiária, valor
dos anteriormente, criando para o efeito as necessárias a ser incorporado no produto final e que deve ser
estruturas e organismos especializados e fazendo publicar objecto de cobrança a favor de fundos de gestão
legislação que permita a sua exequibilidade. ambiental;
i) da defesa dos recursos genéticos: — confere ao Esta-
ARTIGO 4.º do a responsabilidade da defesa dos recursos
(Princípios específicos)
genéticos nacionais em todas as suas vertentes,
Com base nos princípios gerais previstos no artigo 3.º da incluindo a sua preservação dentro do espaço
presente lei devem ser observados os seguintes princípios nacional.
específicos: ARTIGO 5.º
(Objectivos e medidas)
a) da formação e educação ambiental: — todos os cida-
Para a manutenção de um ambiente propício à qualidade
dãos têm o direito e o dever de receberem edu-
de vida da população, é necessária a adopção de medidas
cação ambiental por forma a melhor compreen-
que visem nomeadamente:
derem os fenómenos do equilíbrio ambiental, base
essencial para uma actuação consciente na defesa a) alcançar de forma plena um desenvolvimento susten-
da Política Ambiental Nacional; tável em todas vertentes da vida nacional;
b) da participação: — todos os cidadãos têm o direito b) manter um equilíbrio entre a satisfação das necessi-
e o dever de participar no controlo da execução da dades básicas dos cidadãos e a capacidade de
política ambiental quer através de órgãos colec- resposta da natureza;
tivos onde estejam representados, quer através de c) garantir o menor impacto ambiental das acções
consultas públicas de projectos específicos que necessárias ao desenvolvimento do país através de
interfiram com os seus interesses ou do equilíbrio um correcto ordenamento do território e aplicação
ambiental; de técnicas e tecnologias adequadas;
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d) prestar a maior atenção à qualidade do ambiente 2. O órgão central coordenador do Programa Nacional
urbano através de uma eficaz aplicação da admi- de Gestão Ambiental pode ainda criar organismos especiali-
nistração local e municipal; zados em actividades específicas da Gestão Ambiental.
e) constituir, consolidar e reforçar uma rede de áreas de 3. O órgão coordenador das actividades do Programa
protecção ambiental por forma a garantir a Nacional de Gestão Ambiental tem por principal missão,
manutenção da biodiversidade, aproveitando essas realizar e promover junto dos restantes órgãos do aparelho
áreas para a educação ambiental e recreação da de Estado e organismos não estatais, as actividades que con-
população; duzam ao Desenvolvimento Sustentável em todas as ver-
f) promover acções de investigação e estudo científico tentes da vida nacional.
em todas as vertentes da ecologia, aproveitando as
capacidades nacionais principalmente dos centros ARTIGO 8.º
universitários e de pesquisa; (Participação dos cidadãos)
g) promover a aplicação de normas de qualidade Todos os cidadãos têm o direito e a obrigação de parti-
ambiental em todos os sectores produtivos e de cipar na Gestão Ambiental, quer através de organizações
prestação de serviços, com base em normas inter- associativas, a título individual nas consultas públicas de
nacionais adaptadas à realidade do país; projectos programados, quer através da participação a quem
h) garantir a participação dos cidadãos em todas as de direito, de acções de terceiros que julgue lesarem os
tomadas de decisão que impliquem desiquilíbrios princípios do Desenvolvimento Sustentável ou de legis-
ambientais e sociais; lação em vigor.
i) promover de acordo com outros sectores da vida ARTIGO 9.º
nacional, a defesa do consumidor; (Organizações não Governamentais)
j) estabelecer normas claras e aplicáveis na defesa do As organizações associativas não governamentais devi-
património natural, cultural e social do país; damente legalizadas, cujo conteúdo programático e objecto
k) proceder à recuperação das áreas degradadas no ter- social seja da defesa do ambiente, do uso racional dos
ritório nacional; recursos naturais e da protecção dos direitos de qualidade
l) articular com países limítrofes acções de defesa am- de vida, têm o direito de participar e fazerem-se representar
biental e de aumento da qualidade de vida das nos foros de Gestão Ambiental.
populações fronteiriças.
ARTIGO 10.º
CAPÍTULO II (Consultas públicas)
Órgãos de Gestão Ambiental Todos os projectos de acções cujas actividades impli-
quem com os interesses das comunidades, interfiram com o
ARTIGO 6.º equilíbrio ecológico e utilizem recursos naturais com pre-
(Responsabilidades do Estado) juízo de terceiros, devem ser sujeitos a processos de
Avaliação de impacto Ambiental e Social, nos quais é obri-
Cabe ao Estado através do Governo e dentro da Política
gatória a prática de Consultas Públicas.
Ambiental a definição e execução do Programa de Gestão
Ambiental, no qual devem ser estabelecidas:
CAPÍTULO III
a) responsabilidades a todos os órgãos do Governo cujo Medidas de Protecção Ambiental
controlo e/ou actividade tenha influência no
ambiente, através da utilização de recursos natu- ARTIGO 11.º
rais, produção e emissão de poluentes e influência (Legislação de gestão ambiental)
nas condições sócio-económicas das comunida- 1. Cabe ao Governo fazer publicar os regulamentos
des; necessários para a execução do Programa Nacional de
b) responsabilidades a todos os agentes não estatais que Gestão Ambiental, responsabilizando os diversos órgãos
façam uso de recursos naturais, influenciem o nele integrados pelo cumprimento do estabelecido.
equilíbrio ambiental e as condições sócio-eco- 2. Os órgãos judiciários devem acompanhar e dar pare-
nómicas das comunidades; cer sobre as propostas de regulamentos resultantes da pre-
c) responsabilidades aos cidadãos pelo uso incorrecto sente Lei de Bases do Ambiente, devendo introduzir no sis-
de recursos naturais, emissão de poluentes e pre- tema de princípios judiciais, os conceitos de Ambiente e
juízos à qualidade de vida. Desenvolvimento Sustentável necessários a sua actividade.

ARTIGO 7.º ARTIGO 12.º


(Órgãos centrais e locais) (Património ambiental)
O Governo deve assegurar que o património ambiental,
1. O Governo deve criar um órgão central coordenador nomeadamente o natural, o histórico e o cultural, seja objec-
das actividades do Programa Nacional de Gestão Ambien- to de medidas permanentes de defesa e valorização, através
tal, que se pode fazer representar a níveis regional, provin- do envolvimento adequado das comunidades, em particular
cial, municipal e local. das associações de defesa do ambiente.
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ARTIGO 13.º ARTIGO 16.º


(Protecção da biodiversidade) (Avaliação de impacto ambiental)
1. As Avaliações de Impacto Ambiental, são um dos
1. São proibidas todas as actividades que atentem contra
principais instrumentos de Gestão Ambiental, sendo a sua
a biodiversidade ou a conservação, reprodução, qualidade
execução obrigatória para as acções que tenham impli-
e quantidade dos recursos biológicos de actual ou potencial
cações com o equilíbrio e harmonia ambiental e social.
uso ou valor, especialmente os ameaçados de extinção.
2. Os moldes da Avaliação de Impacto Ambiental e
2. O Governo deve assegurar que sejam tomadas medi-
demais formalidades a ela relacionada são objecto de legis-
das adequadas com vista à:
lação específica a publicar pelo Governo, abrangendo todos
os sectores da vida nacional.
a) protecção especial das espécies vegetais ameaçadas
3. A Avaliação do Impacto Ambiental tem como base
de extinção ou dos exemplares botânicos isolados
estudos de impacto ambiental adaptados para cada caso
ou em grupo que, pelo seu potencial genético,
específico e devem conter no mínimo:
porte, idade, raridade, valor científico e cultural, o
exijam;
a) um resumo não técnico do projecto;
b) manutenção e regeneração de espécies animais,
b) uma descrição das actividades a desenvolver;
recuperação de habitats danificados, controlando
c) uma descrição geral da situação ambiental do local de
em especial as actividades ou o uso de substâncias
implantação da actividade;
susceptíveis de prejudicar as espécies da fauna e
d) um resumo das opiniões e críticas resultantes das
os seus habitats.
consultas públicas;
e) uma descrição das possíveis mudanças ambientais e
ARTIGO 14.º
(Áreas de protecção ambiental) sociais provocadas pelo projecto;
f) indicação das medidas previstas para eliminar ou
1. A fim de assegurar a protecção e preservação dos minimizar os efeitos sociais e ambientais nega-
componentes ambientais, bem como a manutenção e melho- tivos;
ria de ecossistemas de reconhecido valor ecológico e sócio g) indicação dos sistemas previstos para o controlo e
económico, o Governo estabelece uma rede de áreas de pro- acompanhamento da actividade.
tecção ambiental.
2. As áreas protegidas podem ter âmbito nacional, ARTIGO 17.º
(Licenciamento ambiental)
regional, local ou ainda internacional, consoante os inte-
resses que procuram salvaguardar e podem abrangir áreas 1. O licenciamento é o registo das actividades que pela
terrestres, lacustres, fluviais, marítimas e outras. sua natureza, localização ou dimensão sejam susceptíveis
3. As áreas de protecção ambiental são submetidas a de provocar impacto ambiental e social significativos, são
medidas de classificação, conservação e fiscalização, as objecto de um regime e legislação a publicar pelo Governo.
quais devem ter sempre em consideração a necessidade de 2. A emissão da licença ambiental é baseada no resulta-
preservação da biodiversidade assim como dos valores de do da Avaliação de Impacto Ambiental da proposta da
ordem social, económica, cultural, científica e paisagística. actividade e procede a emissão de quaisquer outras licenças
4. As medidas referidas no número anterior devem legalmente exigidas para cada caso.
incluir a indicação das actividades proibidas ou permitidas ARTIGO 18.º
no interior das áreas protegidas e nos seus arredores, assim (Auditorias ambientais)
como a indicação do papel das comunidades locais na 1. Todas as actividades que à data da entrada em vigor
gestão dessas áreas. desta lei se encontrem em funcionamento e sem a aplicação
5. As áreas de protecção ambiental de âmbito nacional de medidas de protecção ambiental e social, resultando
são proclamadas pela Assembleia Nacional e só a ela com- disso o conhecimento de danos do meio, são objecto de
pete alterar o seu estatuto. auditorias ambientais.
6. São, pela presente lei, consideradas áreas de pro- 2. Os custos decorrentes da reparação dos danos am-
tecção ambiental, as já existentes à data da independência bientais e sociais eventualmente constatados pela auditoria,
do país, as quais devem ser sujeitas a estudos de reavalia- são da responsabilidade dos empreendedores da actividade.
ção, para posterior reclassificação.
ARTIGO 19.º
(Poluição do ambiente)
ARTIGO 15.º
(Implantação de infraestruturas)
1. A poluição do ambiente é um dos mais graves proble-
mas resultantes da acção do homem no seu afã de promover
A implantação de infraestruturas no espaço nacional, o desenvolvimento económico, pelo que devem ser apli-
que pela sua dimensão, natureza ou localização provoquem cadas medidas rigorosas para eliminar ou minimizar os seus
impacto negativo significativo no ambiente natural ou efeitos.
social, é condicionada a um processo de Avaliação de 2. O Governo deve fazer publicar e cumprir legislação
Impacto Ambiental e Social, na qual se determinam a sua de controlo da produção, emissão, depósito, transporte,
viabilidade social, ambiental, económica e os métodos para importação e gestão de poluentes gasosos, líquidos e sóli-
a neutralização ou minimização dos seus efeitos. dos.
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3. O Governo deve estabelecer padrões de qualidade ARTIGO 25.º


ambiental urbana e não urbana, relativas à poluição de (Utilização responsável dos recursos)
origem sonora, da queima de combustíveis, industrial, agrí- É dever do cidadão em geral e dos sectores público e
cola e doméstica. privado, utilizar os recursos naturais de forma responsável e
4. É expressamente proibida a importação de resíduos sustentável independentemente do fim a que se destinam e
ou lixos perigosos, salvo o que vier a ser estabelecido em colaborar na melhoria progressiva da qualidade de vida.
legislação específica, a aprovar pela Assembleia Nacional.
ARTIGO 26.º
ARTIGO 20.º (Participação de infracções)
(Educação ambiental) Qualquer pessoa que verifique infracções às disposições
1. A educação ambiental é a medida de protecção ambi- desta lei ou qualquer outra legislação ambiental ou ainda
ental que deve acelerar e facilitar a implantação do que presuma que tais infracções estejam na eminência de
Programa Nacional de Gestão Ambiental, através do ocorrer, tem a obrigação de informar as autoridades consti-
aumento progressivo de conhecimentos da população sobre tuídas sobre o facto.
os fenómenos ecológicos, sociais e económicos que regem
a sociedade humana. CAPÍTULO V
2. A educação ambiental deve ser organizada de forma Responsabilidades, Infracções e Sanções
permanente e em campanhas sucessivas, dirigidas princi-
palmente em duas vertentes. ARTIGO 27.º
(Seguro de responsabilidade civil)
a) através do sistema formal de ensino;
Todas as pessoas singulares ou colectivas, que exerçam
b) através do sistema de comunicação social.
actividades que e nvolvam riscos de degradação do
ambiente, assim classificados pela legislação sobre Ava-
3. As campanhas de educação ambiental devem atingir
liação de Impacto Ambiental, devem ser detentoras de
todas as camadas da população sendo de considerar a orga-
seguro de responsabilidade civil.
nização de projectos especiais, nomeadamente para as
Forças Armadas, dirigentes e responsáveis do aparelho do ARTIGO 28.º
Estado. (Responsabilidade objectiva)
1. Constituem-se na obrigação de reparar os prejuízos e
CAPÍTULO IV
ou indemnizar ao Estado, todos aqueles que, independente-
Direitos e Deveres dos Cidadãos
mente de culpa, tenham causado danos ao ambiente.
ARTIGO 21.º
2. Compete aos tribunais avaliar a gravidade dos danos
(Direito à informação) previstos no número anterior por meio de peritagem
Todos os cidadãos têm direito de acesso à informação ambiental.
relacionada com a gestão do ambiente do País, sem prejuí- ARTIGO 29.º
(Crimes e contravenções ambientais)
zo dos direitos de terceiros legalmente protegidos.
As infracções de carácter criminal bem como as contra-
ARTIGO 22.º venções relativas ao ambiente, são objecto de regulamen-
(Direito à educação) tação em legislação específica.
Todas as pessoas têm direito de acesso à educação ambi-
ental com vista a assegurar uma eficaz participação na CAPÍTULO VI
gestão do ambiente. Fiscalização Ambiental

ARTIGO 23.º ARTIGO 30.º


(Direito de acesso à justiça) (Fiscalização ambiental)

1. Qualquer cidadão que considere terem sido violados O Governo deve criar nos termos a regulamentar, um
ou estar em vias de violação os direitos que lhe são conferi- sistema de fiscalização ambiental para velar pela imple-
dos pela presente lei, pode recorrer às instâncias judiciais, mentação da legislação ambiental.
para pedir, nos termos gerais do direito, a cessação das
causas de violação e a respectiva indemnização. ARTIGO 31.º
2. Compete ao Ministério Público a defesa dos valores (Dever de colaboraçãol)
ambientais protegidos por esta lei, sem prejuízo da legiti-
midade dos lesados para propor as acções referidas na pre- Todas as pessoas independentemente das suas funções e
sente lei. sujeitas à fiscalização ambiental, devem colaborar com os
ARTIGO 24.º agentes da fiscalização na realização das suas actividades
(Embargos) profissionais.
Aqueles que se julguem ofendidos nos direitos a um ARTIGO 32.º
(Participação das comunidades)
ambiente ecologicamente equilibrado, podem recorrer a
suspensão imediata da actividade causadora da ofensa, Com vista a garantir a necessária participação das comu-
através dos meios processuais adequados. nidades locais e a utilizar adequadamente os seus conheci-
362 DIÁRIO DA REPÚBLICA

mentos e capacidades humanas, o Governo deve promover 3. Áreas de Protecção Ambiental: — são espaços bem
a criação de um corpo de agentes de fiscalização comu- definidos e representativos de biomas ou ecossistemas que
nitários. interessa preservar, onde não são permitidas actividades de
CAPÍTULO VII exploração dos recursos naturais, salvo, em algumas delas,
Disposições Finais a utilização para turismo ecológico, educação ambiental e
investigação científica. As áreas de protecção ambiental
ARTIGO 33.º
(Incentivos) podem ter várias classificações de acordo com o seu âmbito
e objectivo.
O Governo deve criar incentivos económicos ou de
outra natureza com vista a encorajar a utilização de tec- 4. Avaliação de Impacto Ambiental: — é um instrumen-
nologias, processos produtivos e recursos naturais de acor- to da gestão ambiental preventiva e consiste na identifi-
do com o espírito do Desenvolvimento Sustentável. cação e análise prévia, qualitativa e quantitativa dos efeitos
ambientais benéficos e perniciosos de uma actividade pro-
ARTIGO 34.º posta.
(Revogação de legislação) 5. Biodiversidade: — é a variabilidade entre os orga-
É revogada toda a legislação que contrarie as dis- nismos vivos de todas as origens, incluindo, entre outros, os
posições da presente lei. dos ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas
aquáticos, assim como os complexos ecológicos dos quais
ARTIGO 35.º fazem parte; compreende a diversidade dentro de cada espé-
(Legislação a publicar) cie, entre as espécies e de ecossistemas.
A legislação a aprovar como resultado das exigências da 6. Componentes Ambientais: — são os diversos elemen-
presente lei, deve ser publicada num prazo máximo de um tos que integram o ambiente e cuja interacção permite o seu
ano, a partir da entrada em vigor desta lei. equilíbrio, incluindo o ar, a água, o solo, o subsolo, os seres
vivos e todas as condições sócio-económicas que afectam
ARTIGO 36.º as comunidades, são também designados correntemente por
(Dúvidas e omissões)
recursos naturais.
As dúvidas e omissões que se suscitarem na interpre- 7. Degradação ou Dano do Ambiente: — é a alteração
tação e aplicação da presente lei, são resolvidas pela Assem- adversa das características do ambiente e inclui, entre
bleia Nacional. outras, a poluição, a desertificação, a erosão e o desflo-
ARTIGO 37.º restamento.
(Entrada em vigor)
8. Desflorestamento: — é a destruição ou abate indis-
A presente lei entra em vigor à data da sua publicação. criminado de matas e florestas sem a reposição devida.
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, 9. Desenvolvimento Sustentável: é o desenvolvimento
aos 21 de Abril de 1998. baseado numa gestão ambiental que satisfaz as necessi-
dades da geração presente sem comprometer o equilíbrio do
O Presidente da Assembleia Nacional, Roberto António ambiente e a possibilidade de as gerações futuras satisfa-
Víctor Francisco de Almeida. zerem também as suas necessidades.
10. Desertificação: — é um processo de degradação do
Publique-se.
solo, natural ou provocado pela remoção da cobertura vege-
Promulgado, aos 27 de Maio de 1998. tal ou utilização predatória que, devido a condições
climáticas, acaba por transformá-lo num deserto.
O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS.
11. Ecossistema: — é um complexo dinâmico de comu-
nidades vegetais, animais e micro-organismos e o seu ambi-
ente não vivo, que interage como uma unidade funcional.
Anexo à Lei de Bases do Ambiente 12. Erosão: — é o desprendimento da superfície do solo
Para efeitos de interpretação da presente Lei de Bases do pela acção natural dos ventos ou das águas, que muitas
Ambiente, são adoptadas as seguintes definições, para as vezes é intensificado por práticas humanas de retirada de
palavras e conceitos utilizados no seu articulado: vegetação.
13. Estudo de Impacto Ambiental: — é a componente do
1. Actividade: — é qualquer acção de iniciativa pública
processo de avaliação de impacto ambiental que analisa
ou privada, relacionada com a utilização ou a exploração de
técnica e cientificamente as consequências da implantação
componentes ambientais, a aplicação de tecnologias ou
de actividades de desenvolvimento sobre o ambiente.
processos produtivos, planos, programas, actos legislativos
ou regulamentares, que afectam ou podem afectar o ambi- 14. Gestão Ambiental: é o maneio e a utilização racional
ente. e sustentável dos componentes ambientais, incluindo o seu
2. Ambiente: — é o conjunto dos sistemas físicos, recurso, reciclagem, protecção e conservação.
químicos, biológicos e suas relações e dos factores 15. Impacto Ambiental: — é qualquer mudança do
económicos, sociais e culturais com efeito directo ou indi- ambiente, para melhor ou para pior, especialmente com
recto, mediato ou imediato, sobre os seres vivos e a quali- efeitos no ar, na terra, na água, na biodiversidade e na saúde
dade de vida dos seres humanos. das pessoas, resultante de actividades humanas.
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16. Legislação Ambiental: — abrange todo e qualquer Resolução n.º 5/98


diploma legal que rege a gestão do ambiente. de 19 de Junho

17. Ordenamento do Território: é o processo integrado Considerando a difícil situação que o País vive, em con-
da organização do espaço biofísico, tendo como objectivo o sequência das vicissitudes da guerra e da não conclusão das
uso e transformação do território de acordo com as suas tarefas estabelecidas pelo Protocolo de Lusaka;
capacidades, vocações, permanência dos valores de equi- Considerando que tal situação tem incidências gravosas
líbrio biológico e de estabilidade geológica, numa perspec- em todos os aspectos da vida da Nação e das suas insti-
tiva de manutenção e aumento da sua capacidade de suporte tuições;
à vida. Constatando que um dos sectores mais afectados por
essa situação, sendo consequência directa da mesma, é o
18. Padrões de Qualidade Ambiental: — são os níveis sector prisional que carece de infra-estruturas adequadas,
admissíveis de concentração de poluentes prescritos por lei particularmente no âmbito da higiene, da protecção à saúde,
para os componentes ambientais com vista a adequá-los a à alimentação e à recuperação humana;
determinado fim. Constatando a falta de celeridade e cumprimento dos
prazos dos processos judiciais, nomeadamente o excesso
19. Património Genético: — inclui qualquer material de de prisão preventiva e a acumulação do tempo de detenção
origem vegetal, animal, de micro-organismos ou de outra dos arguidos, para além do previsto para as penas
origem, que possuam unidades funcionais de heredi- aplicáveis;
tariedade de valor actual ou potencial. Constatando a existência de dificuldades na adminis-
tração da justiça, devido à razões estruturais e organizati-
20. Política Ambiental: — é a articulação de ideias e ati- vas;
tudes dos cidadãos, que determinam um rumo na vida da Nestes termos, ao abrigo da alínea b) do artigo 89.º e do
sociedade humana com vista ao aumento da qualidade de n.º 6 do artigo 92.º, ambos da Lei Constitucional, a
vida, sem pôr em risco os ciclos biogeoquímicos indispen- Assembleia Nacional emite a seguinte resolução:
sáveis a manutenção da biodiversidade, onde se inclui a
sobrevivência do ser humano. 1.º — Recomendar a estrita aplicação dos prazos
21. Poluição: — é a deposição no ambiente de substân- previstos na Lei da Prisão Preventiva
cias ou resíduos, independentemente da sua forma, bem (Lei n.º 18-A/92, de 17 de Julho).
como a emissão de luz, som e outras formas de energia, de 2.º — Recomendar que o Estado tome as medidas ne-
tal modo e em quantidade tal que o afecta negativamente. cessárias, tendentes a dignificar e melhorar as
condições de aplicação da justiça e particular-
22. Programa Nacional de Gestão Ambiental: — é o mente do funcionamento do sistema prisional.
conjunto de medidas legislativas e executivas do aparelho 3.º — Recomendar ao Governo que, no âmbito da com-
de Estado que conduzem a vida nacional para uma Polí- petência que lhe é conferida pelo n.º 2 do arti-
tica Ambiental de acordo com os p rincípio s d o go 111.º da Lei Constitucional, acelere o estu-
Desenvolvimento Sustentável. do dos mecanismos e das acções tendentes à
23. Qualidade do Ambiente: — é o equilíbrio e a reestruturação da administração da justiça,
sanidade do ambiente, incluindo a adequabilidade dos seus nomeadamente nas suas componentes da In-
componentes às necessidades do homem e de outros seres vestigação Criminal e da Instrução Processual,
vivos. clarificando definitivamente o seu enquadra-
mento orgânico.
24. Qualidade de Vida: — é o resultado da interacção de
múltiplos factores no funcionamento das sociedades Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,
humanas que se traduz no bem-estar físico, mental e social aos 6 de Maio de 1998.
e na afirmação cultural do indivíduo.
25. Resíduos ou Lixos Perigosos: — são substâncias ou Publique-se.
objectos que se eliminam, que se tem a intenção de elimi-
nar, ou que se é obrigado por lei a eliminar e que contêm O Presidente da Assembleia Nacional, Roberto António
características de risco por serem inflamáveis, explosivas, Víctor Francisco de Almeida.
corrosivas, tóxicas, infecciosas ou radioactivas, ou por apre-
sentarem qualquer outra característica que constitua perigo
para a vida ou saúde das pessoas e para a qualidade do
Resolução n.º 6/98
ambiente.
de 19 de Junho
O Presidente da Assembleia Nacional, Roberto António Considerando que os recentes acontecimentos que tive-
Víctor Francisco de Almeida. ram lugar na República da Indonésia e a consequente renún-
cia do então Presidente Suharto, abrem as portas para uma
O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS. maior democratização da Indonésia;
364 DIÁRIO DA REPÚBLICA

Considerando que existe uma relação intrínseca entre Art. 3.º — É objecto de alienação o seguinte património:
esses eventos e a situação de Timor Leste, território ocupa-
do há longa data pela Indonésia; a) os bens e activos confiscados através do Decreto
Nestes termos, ao abrigo das disposições combinadas da n.º 72/78, de 13 de Abril;
alínea b) do artigo 88.º, e do n.º 6 do artigo 92.º, ambos da b) os bens activos, imóveis e móveis constantes do
Lei Constitucional, a Assembleia Nacional emite a seguinte inventário da empresa.
resolução:
Art. 4.º — O preço de adjudicação será determinado
1.º — Apelar ao Secretário Geral das Nações Unidas e com base na avaliação patrimonial a efectuar de acordo com
ao Governo Português no sentido de realizarem os critérios e metodologia previstos na legislação em vigor
junto das novas autoridades da Indonésia, ini- sobre a matéria.
ciativas visando a aplicação das pertinentes Art. 5.º — Deverá a Conservatória competente proceder
resoluções adoptadas sobre o território de ao registo do património à favor do adjudicatário, conforme
Timor Leste. auto de adjudicação homologado pelos Ministros das Finan-
2.º — Exortar as novas autoridades da Indonésia a toma- ças e da Indústria.
rem em consideração as resoluções das Nações Art. 6.º — Este decreto executivo conjunto entra em
Unidas sobre Timor Leste e a respeitarem o vigor na data da sua publicação.
legítimo direito do Povo daquele território à
auto-determinação. Publique-se.
3.º — Exortar igualmente as novas autoridades da Indo-
nésia a libertarem imediata e incondicional- Luanda, aos 29 de Maio de 1998.
mente Xanana Gusmão e todos os outros presos
políticos timorenses. O Ministro das Finanças, Mário de Alcântara Monteiro.
4.º — Encarregar o Presidente da Assembleia Nacional O Ministro da Indústria, Manuel Diamantino Borges
de transmitir a presente resolução ao Presidente Duque.
B. J. Habibie e ao Presidente do Parlamento da
Indonésia, ao Representante de Timor Leste em
Angola, ao Governo Português e ao Secretário Decreto executivo conjunto n.º 30/98
Geral das Nações Unidas.
de 19 de Junho
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, No quadro do relançamento da actividade industrial e
aos 26 de Maio de 1998. melhoria da eficiência e competitividade das empresas, um
dos instrumentos previstos a aplicar é o das privatizações.
Publique-se. Considerando estarem criadas as condições para a pri-
vatização da participação minoritária do Estado na Fábrica
O Presidente da Assembleia Nacional, Roberto António de Tintas DYRUP de Angola, Limitada.
Víctor Francisco de Almeida. Assim, ao abrigo das disposições combinadas do arti-
go 12.º, da Lei n.º 10/94, de 31 de Agosto e do n.º 3 do arti-
go 114.º, da Lei Constitucional, determina-se:
Artigo 1.º — É aprovada a privatização total da parti-
cipação do Estado detida pela empresa estatal DECO-
MINISTÉRIOS DAS FINANÇAS RANG-U.E.E., na Fábrica de Tintas DYRUP de Angola,
Limitada.
Art. 2.º — O figurino de privatização da participação do
E DA INDÚSTRIA
Decreto executivo conjunto n.º 29/98 Estado que totaliza 46% será o seguinte:
de 19 de Junho a) 26% por ajuste directo à Golfrate, Limitada, actual
No âmbito do Programa de Privatizações e tendo em sócia maioritária da Fábrica de Tintas DYRUP de
vista a reabilitação e relançamento da ex-Empresa Indus- Angola;
trial de Produtos Alimentares-EMPAL, Limitada, empresa b) 20% por ajuste directo a Tintangol, Limitada, empre-
confiscada ao abrigo do Decreto n.º 72/78, de 13 de Abril. sa constituída pelos trabalhadores da Fábrica de
Assim, ao abrigo das disposições combinadas do Tintas DYRUP de Angola.
artigo 12.º, da Lei n.º 10/94, de 31 de Agosto e do n.º 3
do artigo 114.º, da Lei Constitucional, determina-se: Art. 3.º — O preço de adjudicação será determinado
com base na avaliação patrimonial a efectuar nos termos da
Artigo 1.º — É aprovada a privatização total da ex- metodologia e critérios previstos na legislação em vigor.
-Empresa Industrial de Produtos Alimentares-EMPAL, Art. 4.º — Deverá a Conservatória competente proceder
Limitada, sedeada no Lobito. ao registo do património a favor dos adjudicatários, con-
Art. 2.º — A privatização deverá ser efectuada na tota- forme autos de adjudicação homologados pelos Ministros
lidade e por concurso público. das Finanças e da Indústria.
I SÉRIE — N.º 27 — DE 19 DE JUNHO DE 1998 365

Art. 5.º — Este decreto executivo conjunto entra em Art. 6.º — Este decreto executivo conjunto entra em
vigor na data da sua publicação. vigor na data da sua publicação.

Publique-se. Publique-se.
Luanda, aos 22 de Maio de 1998.
Luanda, aos 29 de Maio de 1998.
O Ministro das Finanças, Mário de Alcântara Monteiro.
O Ministro das Finanças, Mário de Alcântara Monteiro. O Ministro da Indústria, Manuel Diamantino Borges
Duque.
O Ministro da Indústria, Manuel Diamantino Borges
Duque.
Decreto executivo conjunto n.º 32/98
de 19 de Junho
Decreto executivo conjunto n.º 31/98
Considerando que o Instituto Angolano da Propriedade
de 19 de Junho
Industrial (IAPI) criado através do Decreto n.º 30/96,
de 25 de Outubro, deverá sobreviver fundamentalmente
Considerando a necessidade da existência na República
com receitas próprias;
de Angola de um sector metalúrgico e metalomecânico
Considerando que as dotações atribuídas pelo Orça-
forte, capaz de apoiar o desenvolvimento e a recuperação de
mento Geral do Estado são insuficientes para a prosse-
áreas-chave da economia angolana, nomeadamente energia
cussão do objecto para o qual foi criado e que nesta fase de
eléctrica, petróleos e indústria.
arranque do Instituto são necessários maiores recur-
Tendo em conta as possibilidades de recuperação das
sos financeiros;
instalações da ex-Sometal Industrial/Cazenga, com recurso
Nos termos das disposições combinadas do artigo 1.º do
à iniciativa privada.
Decreto-Lei n.º 2/96 e do n.º 3 do artigo 114.º, da Lei
No âmbito do Programa de Privatizações e ao abrigo das
Constitucional, determina-se:
disposições combinadas do artigo 2.º da Lei n.º 10/94,
de 31 de Agosto e do n.º 3 do artigo 114.º da Lei Artigo 1.º — 75% das receitas resultantes da cobrança
Constitucional, determina-se: das taxas cobradas passam a constituir dotação do Orça-
mento Geral do Estado para o Instituto Angolano da
Artigo 1.º — É aprovada a privatização dos bens acti-
Propriedade Industrial.
vos, móveis e imóveis correspondentes à participação
Art. 2.º — É revogado o Decreto executivo conjunto
equivalente a 47,5% que o Estado Angolano através da ex-
n.º 19/97, de 9 de Maio.
-EMIM-U.E.E., extinta ao abrigo do Decreto executivo
Art. 3.º —
conjunto n.º 26/94, de 7 de Setembro, detém na Sociedade
As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e exe-
Industrial Metalúrgica-SOMETAL, Limitada.
cução do presente diploma serão resolvidas por despacho
Art. 2.º — Os referidos activos serão privatizados por
conjunto dos Ministros das Finanças e da Indústria.
ajuste directo, a favor da SMM, Angola-Sociedade de Meta-
Art. 4.º — O presente decreto executivo conjunto entra
lomecânica e Montagens, SARL, empresa constituída pela
em vigor na data da sua publicação.
SMM — Sociedade de Montagens Metalomecânica, SA,
empresa do grupo ABB Portugal com 75% do capital e a Publique-se.
Sociedade Angolana Renascença, Limitada, com 25%.
Art. 3.º — São objecto de alienação o seguinte patri- Luanda, aos 29 de Maio de 1998.
mónio:
O Ministro das Finanças, Mário de Alcântara Monteiro.
a) imóvel sito na 5.ª Avenida, Município do Cazenga,
Luanda, descrito na Conservatória de Registo Pre- O Ministro da Indústria, Manuel Diamantino Borges
Duque.
dial sob o n.º 10559, a folhas 82, verso, do Li-
vro G-11;
b) os outros bens móveis e imóveis constantes do inven-
tário da empresa.

Art. 4.º — O preço de adjudicação será determinado


MINISTÉRIOS DA JUSTIÇA E DAS OBRAS
com base na avaliação patrimonial a efectuar de acordo com
os critérios e metodologia previstos na legislação em vigor
PÚBLICAS E URBANISMO
sobre a matéria. Despacho conjunto n.º 30/98
Art. 5.º — Deverá a Conservatória competente proceder de 19 de Junho

ao registo do património a favor dos adjudicatários, con- Tendo-se verificado a ausência injustificada do proprie-
forme autos de adjudicação homologados pelos Ministros tário por período superior a 45 dias durante a vigência da
das Finanças e da Indústria. Lei n.º 43/76;
366 DIÁRIO DA REPÚBLICA

Atendendo a que com a subsunção do referido facto na 2. O Instituto de Investigação Pesqueira com base nos
previsão da aludida lei foram automaticamente desen- conhecimentos obtidos pela investigação, deverá perio-
cadeadas as consequências jurídicas pertinentes; dicamente apresentar as recomendações técnico científicas
Nestes termos, os Ministros da Justiça e das Obras
apropriadas.
Públicas e Urbanismo, ao abrigo do n.º 3, do artigo 114.º da
Lei Constitucional e do n.º 1 do Despacho n.º 3/98, de 23 de ARTIGO 3.º
Fevereiro, do Primeiro Ministro, determinam: (Objectivo da gestão e ordenamento dos recursos)

Nos termos da lei das pescas, a gestão e o ordenamento


1.º — É confiscado nos termos do n.º 1, do artigo 1.º da
visam a adequação da captura máxima ao potencial dispo-
Lei n.º 43/76, de 19 de Junho, a moradia n.º 50/52-r/c, sita
em Luanda na Rua Francisco Sotto Mayor na Samba nível dos recursos, tendo em vista a sua auto renovação,
Pequena, inscrita na Matriz Predial da área fiscal do preservação e sustentabilidade.
1.º Bairro sob o n.º 1030 e descrita na Conservatória do
Registo Predial da Comarca de Luanda sob o n.º 7409, a ARTIGO 4.º
folhas 73 verso, do Livro B-25, acha-se inscrita por trans- (Elementos do plano de ordenamento)
missão, a folhas 74 verso, do Livro G-7, sob o n.º 6420 em
nome de Isabel Gomes Fonseca do Vale Martins. 1. O Ministro das Pescas promoverá a preparação de
2.º — Proceda a Conservatória competente à inscrição a planos de gestão e ordenamento das pescas para as princi-
favor do Estado do prédio urbano ora confiscado livre de pais pescarias que comercializem e ou espécies achadas
quaisquer ónus ou encargos. oportunas a proteger.
3.º — O utente do referido prédio deverá comparecer no 2. Os planos conterão:
órgão de representação local da Secretaria de Estado da
Habitação, no prazo de 30 dias a contar da data da publi- a) estudo e avaliação dos principais recursos e seu
cação do presente despacho conjunto, a fim de regularizar a potencial pesqueiro;
sua situação de arrendatário, caso ainda o não tenha feito. b) a identificação da ou das principais pescarias;
c) a indicação das metas globais, quotas anuais e objec-
Publique-se. tivos gerais e específicos a atingir na gestão e no
desenvolvimento da(s) pescaria(s) ou da(s) zona(s)
Luanda, aos 19 de Junho de 1998. considerada(s);
d) a referência à ou às zonas de pesca;
O Ministro da Justiça, Paulo Tchipilica. e) a especificação das políticas e medidas de regula-
mentação a empreender, relativamente as pescarias
O Ministro das Obras Públicas e Urbanismo em exercí-
comerciais, tendo em vista a sua preservação;
cio, José Alberto Puna Zau.
f) a indicação das principais exigências em termos de
fornecimento de informação estatística;
g) a especificação, se for caso disso, de programas de
licenciamentos a serem implementados para as
embarcações afectas às pescarias e eventuais limi-
MINISTÉRIO DAS PESCAS
Decreto executivo n.º 33/98 tações respeitantes às operações de pesca e ao
de 26 de Junho volume de esforço de pesca poderá ser exercido
Havendo necessidade de estabelecer o ordenamento dos por embarcações de pescas nacionais e estran-gei-
recursos pesqueiros nacionais; ras;
No uso da faculdade que me é conferida pela Lei n.º 20/92, h) orientações sobre o número, características, compo-
artigo 8.º e pelo n.º 3 do artigo 114.º da Lei Constitucional, sição, bem como, novas oportunidades de investi-
determino: mento na frota de pesca sob bandeira angolana;
ARTIGO 1.º i) qualquer outra disposição que seja necessário adoptar
(Disposições gerais) para optimizar a gestão dos recursos de confor-
midade com a lei das pescas.
O presente diploma tem por objecto regulamentar a ges-
tão dos recursos pesqueiros existentes nas águas jurisdicio-
nais de Angola. ARTIGO 5.º
(Elaboração dos planos)
ARTIGO 2.º
1. Na elaboração dos planos de gestão e ordenamento
(Recomendações científicas)
dos recursos, o Ministério das Pescas:
1. A investigação pesqueira aplicada é dirigida ao apoio
à gestão e ao conhecimento das populações e espécies a) promoverá encontros científicos, em reunião do seu
haliêuticas em geral e em cada pescaria em particular. Conselho Técnico;
I SÉRIE — N.º 27 — DE 19 DE JUNHO DE 1998 367

b) auscultará os organismos ligados à Administração e 2. Após o prazo previsto no articulado referido no núme-
as Associações de profissionais de pescas. ro anterior, a habilitação da quota(s) pelos interessados não
pode exceder o dia 30 de Novembro de cada ano.
2. Os planos poderão ser revistos por despacho da 3. A fixação das quotas de pesca será feita para as
Ministra das Pescas, consoante a evolução dos factores polí- embarcações de pesca industrial, semi-industrial e artesa-
ticos, económicos e sociais. nal.
4. A utilização da quota não deve exceder os três meses
ARTIGO 6.º subsequentes à data da sua atribuição.
(Apreciação do plano de gestão e ordenamento)

1. O plano de gestão e ordenamento dos recursos ARTIGO 10.º


haliêuticos é apreciado pelo Conselho Técnico como órgão (Critérios a considerar na fixação e atribuição
consultivo do Ministro das Pescas para as questões de foro das quotas de pesca)
especializado, competindo-lhe nomeadamente o seguinte:
1. Na fixação das quotas de pesca para uma dada pes-
caria, deverão ter-se em consideração os seguintes critérios
a) recomendar a adequação dos potenciais exploráveis à
gerais:
capacidade e esforço de pesca, designadamente
para a definição da Captura Total Admissível de
a) a quota(s) de pesca não poderá exceder a Captura
uma determinada pescaria ou pescarias e as quotas
delas resultantes; Total Admissível (TAC) adoptado;
b) analisar e propor medidas para conservação das espé- b) a prioridade deve ser reservada as embarcações
cies e a metodologia e normas destinadas ao apoio nacionais;
e desenvolvimento do sector das pescas. c) o acesso das embarcações estrangeiras só será permi-
tido desde que haja excedente de quota;
ARTIGO 7.º d) quando não haja Captura Total Admissível (TAC)
(Decisão) adoptado, o somatório das quotas de pesca não
poderá exceder o valor da última Captura Total
Compete ao Ministro das Pescas, por despacho, decidir
Admissível (TAC) fixado;
sobre os planos de gestão e ordenamento das pescas.
e) nas circunstâncias referentes na alínea anterior have-
rá que ter sempre em conta o esforço de pesca
SECÇÃO II
exercido sobre a pescaria por forma a preservar os
Captura Total Admissível e quotas de pesca
recursos.
ARTIGO 8.º
2. Para além dos critérios indicados no número anterior,
(Definições)
deverão ainda ter-se em consideração os seguintes critérios
A Captura Total Admissível, abreviadamente designada específicos:
por (TAC), para uma determinada pescaria(s), é a Quan-
tidade Total Admissível dessa pescaria(s), que poderá ser a) precedências estabelecidas de concessão de direitos
capturada durante um dado período de tempo, sem pôr em de pesca, de acordo com a seguinte ordem:
causa a preservação, a auto renovação e a sustentabilidade
do recurso. a.1). embarcações nacionais;
A quota de pesca é a quantidade limite de captura, em a.2). embarcações estrangeiras que operem ao abri-
peso ou volume, que é fixada a uma embarcação ou a um go de acordos internacionais em que o Estado
conjunto de embarcações ou a uma empresa ou a um grupo de Angola seja parte;
de pescadores, para um determinado período de tempo, a.3). embarcações estrangeiras envolvidas em pro-
tendo por base o valor da Captura Total Admissível ( TAC). jectos de transformações de pescado em terra;
a.4). embarcações estrangeiras que pesquem com
ARTIGO 9.º pavilhão provisório de Angola, resultantes de
parceria ou sociedade constituída ao abrigo da
(Decisão sobre a Captura Total Admissível (TAC) e quotas)
lei do Investimento Estrangeiro.
1. Compete o Ministro das Pescas, ouvido o Conselho a.5). outras embarcações estrangeiras;
Técnico, estabelecer até ao dia 31 de Outubro de cada ano,
por despacho, a Captura Total Admissível (TAC) adoptado b) quotas idênticas às atribuídas nos anos anteriores às
das pescarias que serão objecto de exploração em função do embarcações nacionais;
estado dos recursos e fixar por despacho, a quota anual de c) a inexistência de sanções decorrentes de processos de
pesca. infracção de pesca;
368 DIÁRIO DA REPÚBLICA

d) a participação efectiva de cidadãos angolanos na tri- mento Estrangeiro, previamente aprovados pelos órgãos
pulação e gestão da embarcação e/ou do capital competentes do Estado.
social da empresa; 2. Nos projectos de investimentos nacionais, as quotas e
c) o registo de propriedade do navio na Conservatória a especificação das características das embarcações, são
respectiva. requeridos ao Ministério das Pescas devidamente funda-
ARTIGO 11.º
mentados.
(Quota adicional) 3. Os projectos de investimento estrangeiro são consi-
derados e inseridos na legislação em vigor aplicável.
Sempre que houver disponibilidade de Captura Total
Admissível (TAC) e excepcionalmente, a embarcação que 4. A atribuição da quota de pesca carece de prévia decla-
esgote a quota estabelecida poderá, por requerimento, soli- ração de disponibilidade da quota de pesca.
citar ao Ministro das Pescas a fixação de nova quota desde 5. A declaração de disponibilidade da quota de pesca, é
que a Captura Total Admissível (TAC) não esteja totalmen- feita após a sua fixação.
te preenchido e desde que estejam ligados a investimentos 6. A atribuição da quota de pesca não dispensa o pedido
para as áreas de transformação em terra. de concessão anual da licença de pesca nos termos da Lei
n.º 20/92.
ARTIGO 12.º
ARTIGO 14.º
(Reclamação)
(Entrada em vigor)
Da decisão de fixação de novas quotas de pescas cabe
reclamação ao Ministro das Pescas, nos termos gerais. O presente decreto executivo entra em vigor a data da
sua publicação.

ARTIGO 13.º
Publique-se.
(Projectos de pescas nacionais e estrangeiras)

1. Nos termos referidos nos artigos anteriores o Ministro Luanda, aos 3 de Junho de 1998.
das Pescas poderá atribuir quotas até 10 anos, a projectos de
investimentos nacionais ou no quadro da lei de Investi- A Ministra, Maria de Fátima Jardim.

O. E. 6/27 — 2500 ex. — I. N.-U.E.E. — 1998

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