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16.05.2017 Tese Érika Completa

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

ÉRIKA ALVES TAVARES MARQUES

AVALIAÇÃO DE UMA WETLAND CONSTRUÍDA COM MACRÓFITAS


AQUÁTICAS PARA TRATAMENTO DE EFLUENTE DE PISCICULTURA NO
SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO

Recife-PE, março 2017.


vii

ÉRIKA ALVES TAVARES MARQUES

AVALIAÇÃO DE UMA WETLAND CONSTRUÍDA PARA TRATAMENTO DE


EFLUENTE DE PISCICULTURA USANDO MACRÓFITAS AQUÁTICAS NO
SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO

Exame de qualificação de doutorado apresentado ao


Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e
Meio Ambiente para obtenção do título de Doutor em
Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade
Federal de Pernambuco.

Profª. Drª. Maria do Carmo Martins Sobral


Orientadora – UFPE

Profª. Drª. Maristela Casé Costa Cunha


Co-orientadora – UNEB

Recife-PE, março 2017.


viii

M??? Marques, Érika Alves Tavares.


Avaliação de uma wetland construída para tratamento de efluente
de piscicultura no semiárido pernambucano.
Érika Alves Tavares Marques. Recife: O Autor, 2017.

180 folhas; il. Figs.

Exame de Qualificação de doutorado. Universidade Federal de


Pernambuco. PRODEMA. Programa de Pós-graduação em
Desenvolvimento e Meio Ambiente, 2017.

Inclui bibliografia.

1. Águas residuárias; 2. Aquicultura; 3. Fitorremediação;


4. Wetland construída; 5. Sustentabilidade. I. Título.

UFPE

XXX CDD (y ed.) BCFCH /2017-YYY.


ix

AVALIAÇÃO DE UMA WETLAND CONSTRUÍDA PARA TRATAMENTO DE


EFLUENTE DE PISCICULTURA NO SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO

Érika Alves Tavares Marques

Exame de qualificação de doutorado submetido ao corpo docente do Programa de Pós-


graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente para obtenção do título de Doutor em
Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal de Pernambuco.

____________________________________
Maria do Carmo Martins Sobral
Orientadora, Ph. D.

_____________________________________
Maristela Casé Costa Cunha
Co-orientadora, Dra. - UNEB

_____________________________________
Ivan Vieira de Melo
Examinador interno, Dr.

_____________________________________
William Severi
Examinador externo, Dr.- UFRPE

_____________________________________
Eden Cavalcante de Albuquerque
Examinador externo, Dr. – ITEP

_____________________________________
Silvana Carvalho de Souza Calado
Examinadora externa, Dra.

_____________________________________
Maria Cristina Crispim Basílio Crispim da Silva
Examinador externo, Dra. - UFPB

Recife-PE, março 2017


x

Aos meus pais, Ivan e Aída, por todo amor e incentivo para que
eu estudasse.
Ao meu querido marido Waldecy Filho e aos meus filhos Bianca
e Waldecy Neto pelo apoio e amor incondicional, dedico.
xi

AGRADECIMENTOS

A Deus por todas as minhas conquistas.

Aos meus pais Ivan e Aida que me encaminharam nos estudos e me incentivaram a realizar
meus sonhos.

Ao meu marido Waldecy que apesar das minhas ausências sempre me apoiou
incondicionalmente. Aos meus filhos Bianca e Waldecy Neto que são minhas fontes de
inspiração.

A professora Dra. Maria do Carmo Martins Sobral, minha orientadora, pela oportunidade e
confiança depositada, além das valiosas orientações e sugestões que foram feitas ao longo do
trabalho.

A Professora Dra. Maristela Casé Costa Cunha, pelas orientações, pela amizade e pela iniciação
na pesquisa científica. Aos professores do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e
Meio Ambiente, pelos ensinamentos e experiências compartilhados.

Aos professores do Programa Innovate (Interplay among multiple uses of water reservoirs via
innovative coupling of substance cycles in aquatic and terrestrial ecosystems), em especial à
Dra. Marianna Siegmund-Schulze e os professores Dr. Stephan Pflügmacher e Guenter Gunkel
da Technisch Universitat de Berlim.

À Companhia Brasileira de Trens Urbanos que me deu permissão para cursar o doutorado
durante o horário do expediente. Aos senhores Ednésio Alves de Holanda, Edimilson Aureliano
de Castro e Ricardo Beltrão Esberard, minha profunda gratidão pelas liberações para estudo.

A profª. Dra. Renata Carvalho do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Pernambuco,


pelo apoio e valiosas contribuições. A profª. Dra. Silvana Carvalho de Sousa Calado por ter
disponibilizado o laboratório do Departamento de Química e apoio técnico.

Aos professores Dr. William Severi, Dr. Ivan Vieira de Melo, Dra. Silvana Carvalho de Sousa
Calado e Dr. Eden Cavalcante de Albuquerque Júnior e Dra. Cristina Crispim pelas
enriquecedoras sugestões e contribuições.

Aos colegas Gustavo Melo, André Ferreira, Nailza Arruda, Marianny Monteiro, Janaína de
Assis, Maiara Gabrielle, Cláudia Ricardo, Gérsica Moraes, George Camelo, Brenna Aguiar,
Ariane Cardoso, Dora Pavão, Hannah Pereira, Luiza Almeida, Karina Rossiter, Fábio Melo e
Clayton Andrade pelo incentivo e apoio ao longo da pesquisa.

A secretaria do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, em


especial à Sra. Solange de Paula Lima pelo apoio inestimável.

A todos os outros amigos que não foram citados aqui, mas que são igualmente importantes na
minha vida. Muito obrigada!!
xii

Água fonte de vida


Água esperança
Água que mata a sede
Água que molha a planta.

Água que brota da terra


Água que sai do chão
Água que molha o trigo
Trigo que faz o pão.

Água que sangra das pedras


Água que vem da natureza
Água que nos dá alegria
Água que revigora a beleza.

Água que enche lagos


Água que enche lagoas
Água que corre para o mar
Água que corre á toa.

Água que sai da terra


Água que sai do ventre das matas
Que cai das cascatas.
Água fonte de vida

Água que brota dos córregos


Água que jamais voltará
Água nossa de cada dia.

Maria da Conceição do Amparo


xiii

APRESENTAÇÃO DA AUTORA

A autora é licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal Rural de Pernambuco


(2006), tem especialização em Gestão e Controle Ambiental pela Universidade de Pernambuco
(2007), tem mestrado em Tecnologia Ambiental pelo Instituto de Tecnologia de Pernambuco
(2010). O tema da dissertação de mestrado foi sobre Levantamento de Cianobactérias em
Reservatórios do Estado de Pernambuco, Brasil Usando Sistemas de Informação Geográfica.
Desde 2011, vem atuando como tutora do curso de Gestão Ambiental modalidade a distância
da Universidade de Aberta do Brasil / Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Pernambuco.

O tema desta tese está inserido no subprojeto SP-3 - Sistema inovativo da purificação da água
e aquicultura sustentável em tanques do Projeto INNOVATE (Interplay among multiple uses
of water reservoirs via innovative coupling of substance cycles in aquatic and terrestrial
ecosystems). Este programa tem caráter interdisciplinar de cooperação científica entre Brasil e
Alemanha, financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação
(MCTIC) do Brasil via CNPq Processo 483099/2011-2 e pelo Ministério de Educação e Ciência
da Alemanha (BMBF). Além disso, este estudo obteve suporte financeiro da Fundação de
Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco - FACEPE (APQ-1248-3 07/2015).

Esta pesquisa está inserida na linha de pesquisa Planejamento e Gestão de Zonas Semiáridas e
Ecossistemas Limítrofes dentro do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio
Ambiente (PRODEMA), criada para atender às demandas e anseios da sociedade na busca de
soluções para os problemas sociais, ambientais e econômicos rumo ao desenvolvimento
sustentável.

Esta tese gerou 1 artigo publicado em periódico Qualis B1, 1 artigo enviado para publicação
(em análise), 1 artigo no guia de diretrizes (aguardando publicação), 2 apresentações de
trabalhos em congressos e 7 artigos publicados em anais de congressos (vide Anexo A).

Com o desenvolvimento desta pesquisa, a autora teve contato com a realidade da região
semiárida e pôde colocar em prática os conhecimentos adquiridos na universidade buscando
empregar tecnologias sustentáveis de tratamento de efluentes de modo a para reduzir os
impactos da atividade de piscicultura no entorno do reservatório de Itaparica.
xiv

MARQUES, ÉRIKA ALVES TAVARES, Avaliação de um sistema de wetland construída para


tratamento de efluente de piscicultura no semiárido pernambucano, 2017. 180f. Tese de
Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Universidade Federal de Pernambuco,
Recife, 2017.

RESUMO

A piscicultura é uma atividade que vem crescendo no Brasil, com destaque no trecho do
Submédio São Francisco que vem gerando benefícios econômicos e sociais, inclusive
promovendo a segurança alimentar para a população local. Entretanto, do ponto de vista
ambiental, provoca uma série de impactos na qualidade da água, quando não é bem conduzida.
Esta tese foi descrita em forma de artigos. O objetivo geral foi avaliar um sistema de tratamento
de efluente de piscicultura com uso de macrófitas aquáticas no Semiárido pernambucano. O
trabalho foi desenvolvido em uma piscicultura na zona rural do município de Itacuruba,
localizada no Semiárido de Pernambuco entre abril de 2015 a março de 2016. Com base no
capítulo 1 foi constatado um crescimento da aquicultura e que o Brasil atualmente ocupa a 17ª
posição no ranking mundial na produção de pescados em cativeiro com 574.164 toneladas de
pescado. No capítulo 2 foi realizada uma revisão bibliográfica por meio de pesquisa nas bases
do Scielo, Scopus, Web of Science e Google Acadêmico para o período 2000-2016. Foram
identificados 64 trabalhos relacionados ao tratamento de efluente de aquicultura usando
wetlands construídas no Brasil no período durante o período de estudo e que a maior parte das
publicações é referente à atividade de piscicultura (73%). No capítulo 3 foi realizada coleta com
periodicidade mensal em dois pontos amostrais entre abril de 2015 a março de 2016, para
avaliar a qualidade da água que abastece a piscicultura, proveniente do reservatório Itaparica, e
do efluente, proveniente dos viveiros de Oreochromis niloticus. Em ambos os períodos tanto a
água quanto o efluente apresentaram valores elevados para a condutividade elétrica, o fósforo
total, o nitrogênio total e o oxigênio dissolvido esteve abaixo do máximo valor permissível pela
Resolução CONAMA 357/2005 e Resolução CONAMA 430/2011, respectivamente. O quarto
capítulo avalia a eficiência do sistema de tratamento usando uma wetland construída com uma
associação das macrófitas aquáticas Eichhornia crassipes e Egeria densa no período seco e no
período chuvoso. O sistema de tratamento consiste em uma wetland construída com dimensões
de 100 x 25 x 2,0 m. Em média, o tratamento apresentou melhor eficiência de remoção durante
o período chuvoso. Durante o período seco, em média, a condutividade, fósforo total e
nitrogênio total do efluente, mesmo após passar pelo sistema de tratamento, apresentaram
valores acima do recomendado pela Resolução CONAMA 430/2011 para rios Classe 2. As
análises limnológicas foram realizadas de acordo com a sazonalidade da região. Os resultados
das análises foram comparados pelo teste de Tukey (p-valor<0,05). No capítulo 5 inicialmente
foi feita uma revisão da literatura para levantar quais os principais critérios devem ser levados
em consideração para as fases de planejamento, construção e manutenção de um sistema de
tratamento de efluente usando wetland construído e uma análise crítica do sistema. A wetland
construída demonstrou ser uma alternativa viável para tratar o efluente de piscicultura,
reduzindo os impactos desta atividade econômica e protegendo a qualidade dos recursos
hídricos, especialmente em regiões semiáridas onde este recurso natural é escasso. No entanto,
as plantas devem ser usadas com cautela, especialmente em ambientes tropicais.

Palavras-chave: águas residuárias; aquicultura; fitorremediação; wetland construída;


Sustentabilidade.
xv

MARQUES, ÉRIKA ALVES TAVARES, Evaluation of a constructed wetland system for


aquaculture wastewater treatment in Pernambuco’s Semiarid, 2016. 180f. Doctorate Thesis
Examination (Doctorate in Development and Environment). Federal University of Pernambuco,
Recife, 2017.

ABSTRACT

Aquaculture is an activity that has been highlighted in the Submedium São Francisco, but beside
the economic and social benefits promoted by fish farming, by the environmental point of view
causes several impacts on water quality when it is not well conducted. This thesis has been
described in the form of articles. The general objective was to evaluate a treatment system of a
fish farm effluent with the use of aquatic macrophytes in semi-arid Pernambuco. The work was
carried out in a fish farm in the rural area of the municipality of Itacuruba, located in the semi-
arid region of Pernambuco between April 2015 and March 2016. Based on chapter 1, there was
a growth in aquaculture and Brazil currently occupies the 17th position in the world ranking in
the production of fish in captivity with 574,164 tonnes of fish. In Chapter 2, a bibliographic
review was carried out by means of a search in the bases of Scielo, Scopus, Web of Science and
Google Academic for the period 2000-2016. A total of 64 works related to the treatment of
aquaculture effluent were identified using constructed wetlands in Brazil during the period of
study and most of the publications refer to the activity of fish farming (73%). In Chapter 3,
monthly sampling was carried out at two sampling points between April 2015 and March 2016,
to evaluate the quality of the water supplied to the fish farm from the Itaparica reservoir and the
effluent from the nurseries of Oreochromis niloticus. In both periods both water and effluent
presented high values for electrical conductivity, total phosphorus, total nitrogen and dissolved
oxygen was below the maximum permissible value by CONAMA Resolution 357/2005 and
CONAMA Resolution 430/2011, respectively. The fourth chapter evaluates the efficiency of
the treatment system using a constructed wetland with an association of aquatic macrophytes
Eichhornia crassipes and Egeria densa in the dry period and in the rainy season. The treatment
system consists of a constructed wetland with dimensions of 100 x 25 x 2.0 m. On average, the
treatment presented better removal efficiency during the rainy season. During the dry period,
on average, the conductivity, total phosphorus and total nitrogen of the outflow, even after
passing through the treatment system, presented values above that recommended by CONAMA
Resolution 430/2011 for Class 2 rivers. Limnological analyzes were performed according to
the seasonality of the region. The results of the analyzes were compared by the Tukey's test (p-
value <0.05). In Chapter 5, a literature review was initially conducted to determine which key
criteria should be considered for the planning, construction and maintenance phases of an
effluent treatment system using constructed wetland and a critical analysis of the system. The
constructed wetland has proven to be a viable alternative to treat fish effluent, reducing the
impacts of this economic activity and protecting the quality of water resources, especially in
semi-arid regions where this natural resource is scarce. However, plants should be used with
caution, especially in tropical environments.

Keywords: wastewater; Aquaculture; Phytoremediation; constructed wetland; Sustainability.


xvi

LISTA DE FIGURAS
Composição percentual da população do município de Itacuruba – PE em 2010,
Figura 1 33
acima de 18 anos – 2010.

Indicadores de Desenvolvimento para o município de Itacuruba de acordo com


Figura 2: 33
o Índice FIRJAN (data-base 2013)

Publicações nacionais sobre wetland construída para tratamento de aquicultura


Figura 3 47
por ano.

Periódicos que publicaram trabalhos de pesquisadores brasileiros sobre


Figura 4 49
wetland construída para tratamento de efluentes de aquicultura.

Número de publicações sobre wetland construída durante o período 2000 a


Figura 5 50
2016 por estado.

Macrófitas mais citadas usadas isoladamente em tratamento de efluentes de


Figura 6 aquicultura citadas nos trabalhos publicados sobre o tema wetland construída 52
por pesquisadores brasileiros.

Macrófitas usadas em associação para tratamento de efluentes de aquicultura


Figura 7 citadas nos trabalhos publicados sobre o tema wetland construída por 52
pesquisadores brasileiros.

Objetivos relacionados aos trabalhos publicados sobre wetland para tratamento


Figura 8 56
de piscicultura por pesquisadores brasileiros.

Localização de parte do Submédio do São Francisco, da bacia do Pajeú, da


Figura 9 75
piscicultura e do sistema de tratamento de efluentes.

Vista aérea dos tanques escavados para criação de juvenis de tambaqui e tilápia,
Figura 10 do efluente de água no reservatório Itaparica (P1), dos efluentes após passar 77
pelos viveiros de tilápia (P2).

Variação do pH da água de entrada (P1) e do efluente dos viveiros (P2) durante


Figura 11 82
o período seco (A) e chuvoso (B).

Variação do oxigênio dissolvido da água de entrada (P1) e do efluente dos


Figura 12 viveiros (P2) durante o período seco (A) e chuvoso (B). 84

Variação do oxigênio saturado da água de entrada (P1) e do efluente dos


Figura 13 85
viveiros (P2) durante o período seco (A) e chuvoso (B).

Variação da turbidez da água de entrada (P1) e do efluente dos viveiros (P2)


Figura 14 86
durante o período seco (A) e chuvoso (B).

Variação do fósforo total e do fósforo reativo solúvel da água de entrada (P1)


Figura 15 87
e do efluente dos viveiros (P2) durante o período seco (A) e chuvoso (B).

Geração de fósforo e nitrogênio não proteico por fase para produção de 1 ton.
Figura 16 88
de tilápia.

Variação do nitrogênio total da água (P1) e do efluente dos viveiros (P2)


Figura 17 89
durante o período seco (A) e chuvoso (B).
xvii

Variação do nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal e nitrogênio inorgânico da


Figura 18 água (P1) e do efluente dos viveiros (P2) durante o período seco (A) e chuvoso 91
(B).

Variação da transparência da água (P1) e do efluente dos viveiros (P2) durante


Figura 19 91
o período seco (A) e chuvoso (B).

Percentual de impacto do fósforo total da água de entrada (P1) e do efluente


Figura 20 dos viveiros (P2) em relação ao MVP pela Resolução CONAMA 430/2011 92
para rios Classe 2 durante o período de estudo.

Percentual de impacto do nitrogênio total da água de entrada (P1) e do efluente


Figura 21 dos viveiros (P2) em relação ao MVP pela Resolução CONAMA 430/2011 93
para rios Classe 2 durante o período de estudo.

Localização de parte do Submédio do São Francisco, da bacia do Pajeú, da


Figura 22
piscicultura e do sistema de tratamento de efluentes.
109

Vista aérea dos tanques escavados para criação de juvenis de tambaqui e tilápia,
Figura 23 do ponto de captação de água (P1), do sistema de tratamento de efluente de 110
piscicultura (P2 e P5).

Vista superior da wetland construída para tratamento de efluente de


Figura 24 112
piscicultura.

Figura 25 Diagrama esquemático do sistema de tratamento. 112

Variação do pH nos pontos P2 e P5 durante o período seco (A) e durante o


Figura 26 118
período chuvoso (B).

Variação do OD nos pontos (P2) e (P5) durante os períodos seco (A) e chuvoso
Figura 27 119
(B).

Variação da condutividade elétrica nos pontos (P2) e (P5) durante o período


Figura 28 120
seco (A) e durante o período chuvoso (B).

Variação da eficiência de remoção dos SDT no sistema de tratamento durante


Figura 29 123
os períodos seco e chuvoso.

Figura 30 Eficiência de remoção para o fósforo total durante o período seco e chuvoso. 123
Variação da eficiência de remoção do nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal,
Figura 31 nitrogênio inorgânico e nitrogênio total no sistema de tratamento durante os 126
períodos seco e chuvoso.
Percentual de impacto do fósforo total da água de entrada (P2) e do efluente
Figura 32 (P5) após o tratamento nem relação ao MVP pela Resolução CONAMA 130
430/2011 para rios Classe 2 durante o período de estudo.

Percentual de impacto do nitrogênio total da água de entrada (P2) e do efluente


Figura 33 (P5) após o tratamento nem relação ao MVP pela Resolução CONAMA 131
430/2011 para rios Classe 2 durante o período de estudo.

Figura 34 Caracterização da fase de planejamento de uma wetland construída. 149

Figura 35 Caracterização da fase de construção de uma wetland construída. 150


xviii

Figura 36 Caracterização da fase de manutenção de uma wetland construída. 152

Diagrama SWOT do wetland construído apresentando as forças, fraquezas,


Figura 37 162
oportunidades e ameaças.
xix

LISTA DE TABELAS

Natureza dos trabalhos publicados sobre o tema wetland construída para


Tabela 1 48
tratamento de aquicultura no Brasil

Instituições de Ensino Superior (IES), campus e respectivos estados onde


Tabela 2 foram desenvolvidos trabalhos sobre wetland construída para tratamento de 51
efluente de aquicultura.

Países em que os pesquisadores brasileiros tiveram seus trabalhos publicados


Tabela 3 51
sobre wetland construída para tratamento de efluente de piscicultura.

Diferença entre o potencial das principais espécies na remoção de nutrientes,


sólidos e coliformes dos efluentes de aquicultura reportado na literatura
Tabela 4 54
nacional sobre o tema wetland construída para tratamento de efluentes de
aquicultura.

Concentração de fósforo e nitrogênio das principais espécies de macrófitas


Tabela 5 58
citadas na literatura nacional sobre o tema pesquisado.

Métodos utilizados para avaliação dos parâmetros físico-químicos da água e


Tabela 6 78
dos efluentes.

Características limnológicas da água do efluente (P1) que abastece os viveiros


Tabela 7 80
e dos efluentes de viveiros de O. niloticus (P2).

Quantidade de PT (kg) e NPN (kg) por fase para alimentar 1 tonelada de


Tabela 8 87
tilápias.

Métodos utilizados para avaliação dos parâmetros físico-químicos da água e


Tabela 9 114
dos efluentes.

Tabela 10 Período de estudo subdividido em seco (n = 9) e chuvoso (n = 3). 114

Tabela 11 Programação do manejo das macrófitas no sistema de tratamento. 115

Características limnológicas do afluente (P2) proveniente dos viveiros de O.


Tabela 12 116
niloticus e do efluente (P5) na saída do sistema de tratamento

Eficiência de remoção (mínimo, máximo, média e desvio-padrão) após a


Tabela 13 passagem do efluente pelo sistema de tratamento para os parâmetros nos 122
períodos seco e chuvoso.

Tabela 14 Custos de implantação do sistema de tratamento. 153

Tabela 15 Custos de manutenção do sistema de tratamento. 153

Critérios a serem considerados nas fases de planejamento, construção e


Tabela 16 154
operação de uma wetland construída.

Banco de dados referente às produções científicas nacionais sobre o uso de


Tabela 17 wetlands construída para tratamento de efluente de aquicultura no período 170
2000-2016.
xx

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ARE Average Efficiency Removal


ANA Agência Nacional de Águas
APAC Agência Pernambucana de Águas e Climas
APHA American Public Health Association
APL Arranjo Produtivo Local
BNB Banco do Nordeste
BPM Boas Práticas de Manejo
CAL-IPC California Invasive Plant Council
CHESF Companhia Hidroelétrica do São Francisco
CODEVASF Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do
Parnaíba
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONDEPE/FIDEM Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco
CPRM Serviço Geológico do Brasil
DP Desvio Padrão
EMR Eficiência Média de Remoção
EMATER Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de
Pernambuco
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
FAO Food and Agriculture Organization of the United Nations
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
IFDM Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal
INMET Instituto Nacional de Meteorologia
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
INNOVATE Interplay between the multiple use of water reservoirs via
innovative coupling of substance cycles in aquatic and terrestrial
ecosystem
IPCC Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas
ITEP Instituto de Tecnologia de Pernambuco
MMA Ministério do Meio Ambiente
MMB Marinha Do Brasil
MPA Ministério da Pesca e da Aquicultura
MVP Máximo Valor Permissível
NA Nitrogênio Amoniacal
NT Nitrogênio Total
OECD Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
PCD Plataforma de Coleta de Dados
PSR Fósforo Solúvel Reativo
PT Fósforo Total
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
VMP Valor Máximo Permissível
SFPA Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura
SPU Secretaria do Patrimônio da União
TDH Tempo de Detenção Hidráulica
UFPE Universidade Federal de Pernambuco
USEPA United States Environmental Protection Agency
xxi

SUMÁRIO

RESUMO xiv
ABSTRACT xv
LISTA DE FIGURAS xvi
LISTA DE TABELAS xix
SUMÁRIO xxi
ESTRUTURA DA TESE 23
1 INTRODUÇÃO E RELEVÂNCIA DO TEMA E ORIGINALIDADE DA PESQUISA
24
1.1 INTRODUÇÃO 25
1.2 RELEVÂNCIA DO TEMA E ORIGINALIDADE DA PESQUISA 30
1.3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 32
1.4 HIPÓTESE 35
1.5 OBJETIVOS 35
1.5.1 Objetivo geral 35
1.5.2 Objetivos específicos 35
REFERÊNCIAS 36
2 ANÁLISE CIENCIOMÉTRICA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE O
TRATAMENTO DE EFLUENTES DE AQUICULTURA USANDO WETLANDS
CONSTRUÍDAS 40
RESUMO 41
ABSTRACT 42
2.1 INTRODUÇÃO 43
2.2 MATERIAL E MÉTODOS 45
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 46
2.4 CONCLUSÃO 58
REFERÊNCIAS 59
3 AVALIAÇÃO DA ÁGUA DE CAPTAÇÃO E DO EFLUENTE DE VIVEIROS EM UMA
PISCICULTURA NO SEMIÁRIDO DE PERNAMBUCO 68
RESUMO 69
ABSTRACT 70
3.1 INTRODUÇÃO 71
3.2 MATERIAL E MÉTODOS 74
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 79
3.4 CONCLUSÃO 94
REFERÊNCIAS 95
4. AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE
EFLUENTES DE UMA PISCICULTURA NO SEMIÁRIDO DE PERNAMBUCO 103
xxii

RESUMO 104
ABSTRACT 105
4.1 INTRODUÇÃO 106
4.2 MATERIAL E MÉTODOS 108
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 116
4.4 CONCLUSÃO 131
REFERÊNCIAS 132
5. DIRETRIZES PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE
EFLUENTE DE PISCICULTURA USANDO WETLAND CONSTRUÍDA 139
RESUMO 140
ABSTRACT 140
5.1 INTRODUÇÃO 140
5.2 MATERIAIS E MÉTODOS 142
5.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 143
5.4 CONCLUSÃO 161
REFERÊNCIAS 161
23

ESTRUTURA DA TESE

Este documento é composto de 7 (sete) capítulos que foram escritos no formato de artigos com o
objetivo de posteriormente submetê-los para publicação em periódicos da área ambiental.

O primeiro capítulo faz a introdução ao tema piscicultura, apresentando o panorama desta


atividade em nível nacional e regional e apresentando a importância da piscicultura para o
desenvolvimento econômico do Semiárido. O mesmo também contém justificativa, especificação
do problema inerente a esta atividade, hipótese do trabalho, objetivos a serem alcançados e a
contribuição científica deste trabalho.

O segundo capítulo aborda a fundamentação teórica sobre o tratamento de efluente de piscicultura


usando macrófitas aquáticas, bem como o estado da arte da fitorremediação, e relaciona a
Cienciometria referente às principais publicações sobre tratamento de efluentes usando wetlands
construídas no Brasil. Para alcançar esse objetivo foi feito um levantamento nas bases de dados
Scielo, Scopus, Web of Science e Google Acadêmico para o período 2000-2016.

O terceiro capítulo faz a avaliação da água de captação e do efluente após passar pelos viveiros de
Oreochromis niloticus (tilápia) em uma piscicultura no semiárido de Pernambuco.

No quarto capítulo é feita uma avaliação da eficiência do sistema de tratamento de efluente de


piscicultura no semiárido de Pernambuco (entrada e saída) na região semiárida.

O quinto capítulo é feita uma estimativa de produção de biomassa e da composição da Eichhornia


crassipes e Egeria densa no sistema de tratamento de efluente.

No sexto capítulo apresenta as diretrizes e requisitos a serem observados na fase de implantação,


limitações do sistema de tratamento, recomendações e conclusão.

No sétimo é feita a conclusão geral da tese e recomendações.


24

1 INTRODUÇÃO E RELEVÂNCIA DO TEMA E ORIGINALIDADE DA PESQUISA


25

1.1 INTRODUÇÃO

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura - FAO, a
aquicultura é o cultivo de organismos aquáticos, como peixes, crustáceos, moluscos e plantas
aquáticas. Essa atividade envolve o cultivo, em água doce e em água salgada, de organismos sob
condições controladas. Atualmente, a aquicultura é responsável pela produção da metade dos
peixes e moluscos consumidos diretamente pela população mundial. Segundo os dados
disponíveis, a produção de peixes por meio da aquicultura triplicou entre 1995 e 2007 (SEBRAE,
2015).

No período entre 2009 a 2010, o Ministério da Pesca e Aquicultura reportou que a aquicultura
nacional cresceu 15%, atingindo cerca de 479 mil toneladas. No período seguinte, a expansão foi
ainda maior: 31,1 %, chegando à marca de 629 mil toneladas. A meta do Ministério da Pesca e
Aquicultura é incentivar a produção nacional para que, em 2030, o Brasil alcance a expectativa da
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e se torne um dos maiores
produtores do mundo, com 20 milhões de toneladas de pescado por ano. Hoje o País ocupa a 17ª
posição no ranking mundial na produção de pescados em cativeiro e a 19ª na produção total de
pescados (ACEB, 2014).

Em 2014, foram consumidos, pela primeira vez, mais peixes criados em cativeiro do que
capturados no meio ambiente. Em quase 35 anos, a produção mundial de peixes pulou de 4,7
milhões de toneladas – volume registrado em 1980 – para 70,5 milhões, em 2013. De acordo com
a FAO, para sustentar os atuais níveis de consumo, a criação do pescado precisará aumentar ainda
mais (ONUBR, 2016).

No Brasil, a aquicultura não é uma atividade recente, mas apenas nas últimas décadas têm ganhado
evidência e importância político-econômica (OSTRENSKY, BORGHETTI e SOTO, 2008).
Atualmente, o Brasil é considerado um dos países de maior potencial para aquicultura, graças ao
forte mercado doméstico, produção recorde de grãos, indústria de rações estabelecida e amplo
território (8,5 milhões de km²), grande parte sob clima tropical, com boa disponibilidade hídrica e
áreas favoráveis para a construção de tanques e açudes (KUBITZA, 2015).

Em 2015 a aquicultura brasileira produziu um total de 574.164 toneladas de pescado, avaliados


em R$ 4,4 bilhões, sendo a maior parte (69,9%) oriunda da criação de peixes, seguida pela criação
de camarões (20,6%). A produção aquícola nacional divulgada pelo Instituto Brasileiro de
26

Geografia e Estatística (IBGE) informa que todas as 27 unidades da federação e 2.905 municípios
brasileiros apresentaram produção da aquicultura (CARVALHO-FILHO, 2016).

A piscicultura nas águas continentais, principalmente os peixes criados em viveiros, tanques-rede


e outros sistemas, totalizaram 483.241 toneladas, demonstrando um crescimento de 1,88% em
2015, em relação ao ano de 2014. As regiões Norte (6,2%), Sudeste (12,7%) e Sul (13,1%)
apresentaram aumento, enquanto que na região Centro-Oeste e Nordeste foram registradas quedas
de 19,7% e 4,7%, respectivamente (IBGE, 2015).

A piscicultura de água doce está difundida em todo o país, com algumas áreas de maior volume
de produção. A tilápia e a carpa foram as espécies mais cultivadas, as quais somadas representaram
63,4% da produção nacional de pescado. A criação de tilápias predomina nas regiões Nordeste,
Sudeste e Sul. Os tambaquis e híbridos predominam na região Norte e Centro-Oeste. O pintado e
híbridos predominam a região Centro-Oeste e as carpas predominam na região Sul (MPA, 2010).

Os principais polos de produção com destaque para a espécie tilápia se concentram no Oeste do
Paraná (produção em viveiros) e nos grandes reservatórios do Nordeste e Sudeste (produção em
tanques-rede). No Nordeste, a produção de tilápia é expressiva ao longo do eixo do Rio São
Francisco (nos lagos de Sobradinho, Itaparica, Moxotó e Xingó) e no curso do Rio Jaguaribe
(açudes Castanhão e Orós) (KUBITZA, 2015).

De acordo com a Pesquisa da Pecuária Municipal (IBGE, 2015), o estado de Pernambuco produziu
6.625.457 toneladas em 2015, correspondendo a 1,4% da produção nacional e gerou R$
39.600.000,00. Ainda de acordo com Carvalho-Filho (2016), a tilápia continua sendo a espécie
mais criada no Brasil, com 219.329 toneladas despescadas em 2015, representando 45,4% do total
da despesca nacional.

Ribeiro et al. (2015) destacaram que em relação à produção em reservatórios, o de Itaparica foi
quem apresentou a maior produção de tilápias em 2014, com 14.676 toneladas; na sequência os
reservatórios de Moxotó e Xingó com 12.660 e 5.652, respectivamente. A margem estadual de
Pernambuco apresentou a maior produção de tilápias nos reservatórios de Itaparica e Moxotó com
8.820 e 7.548 toneladas, respectivamente; e a margem alagoana com a maior produção de peixes
no reservatório de Xingó com 4.956 t. A menor produção de tilápias acontece na margem baiana
do reservatório de Xingó com 696 t (RIBEIRO et al., 2015).
27

Dentre os empreendimentos existentes na cadeia produtiva da tilapicultura do Submédio São


Francisco estão associações, cooperativa e empresas, além de atividades informais. A partir de
2012 o reservatório de Itaparica passou a ser considerado o maior polo de piscicultura do Brasil
(KUBITZA et al., 2012). De acordo com Ribeiro (2015), 69,23% dos produtores foram
enquadrados como pequenos (os que produzem até 240 t/ano), o médio (acima de 240 t/ano), e
acima de 720 t/ano, os grandes produtores).

O Estado brasileiro por meio do Ministério do Meio Ambiente, fundamentado nas recomendações
da FAO, já apontou diretrizes para o setor aquícola desde 1997. O objetivo destas diretrizes é
identificar as responsabilidades, deveres e obrigações do Estado e dos atores envolvidos com a
aquicultura, sendo que o intercambio contínuo entre estes atores é essencial para garantir a
sustentabilidade, a segurança alimentar e a erradicação da pobreza, direcionando para o bem-estar
das gerações futuras (ELER; MILLANI, 2007).

Considerando o uso dos recursos hídricos, o Brasil possui uma legislação rigorosa e considerada
restritiva (OSTRENSKY, BORGHETTI e SOTO, 2008). Existem limites restritos para captação
de água e de rios bem como liberação de qualquer tipo de efluentes, além de licenciamentos
específicos para cada porte e tipo de empreendimento que se pretenda iniciar. As exigências
regulatórias governamentais são intensas (DOTTI, VALEJO e RUSSO, 2012).

No Brasil, apesar das dificuldades legais como problema para obtenção de licenciamento
ambiental, da excessiva carga tributária e da falta de um programa governamental para a extensão
e assistência técnica aquícola, a aquicultura ainda responde por boa parte do crescimento da
produção nacional de pescados (SONODA et al., 2015). Geralmente os aquicultores relatam a
complexidade e a dificuldade do licenciamento de atividades aquícolas e envolvem muitas e
diferentes instituições (VENTURIERI, 2000; ELER et al., 2006).

O atual cenário econômico e político do país, por si só, impõe grandes desafios ao setor produtivo
do país. Um fator agravante e que tem severamente impactado a aquicultura é a crise hídrica no
Sudeste e Nordeste do Brasil (PANORAMA DA AQUICULTURA, 2015). A crise hídrica que
assola o semiárido nordestino reflete mão somente no aspecto quantitativo da disponibilidade de
água como também no seu aspecto qualitativo (BARBOSA et al., 2016). Essas alterações
28

climáticas de escassez de chuvas, aqui ditas como extremos hidrológicos, têm papel relevante no
ciclo hidrológico e na quantidade e qualidade da água.

Cerca de 57% da área da Bacia Hidrográfica do São Francisco está situada na região semiárida.
Uma das particularidades dessa bacia consiste de rios intermitentes, significando que a
disponibilidade natural de vazão para diluição de efluentes é muito baixa ou nula. A falta de água
pode ser vista como um risco potencial à saúde pública, pela falta de opção de manancial
alternativo. Razão pela qual o lançamento de efluentes, nessas circunstâncias, deve ser visto com
cautela (CBHSF, 2004).

Entre as principais consequências do declínio pluviométrico, encontram-se mudanças nas


concentrações de nutrientes, que podem trazer consigo problemas ambientais e de saúde, este
último pela potencialidade de floração de algas tóxicas (BARBOSA, et al 2012). A qualidade da
água é reflexo do efeito combinado de muitos processos que ocorrem ao longo do curso d’água
(PETERS; MEYBECK, 2000).

Segundo o Ministério da Integração Nacional (MIN, 2005):


“Entre os diversos fatores que influenciam a qualidade das águas do semiárido nordestino,
foi identificado que, predominantemente, os corpos d’água dessa região são utilizados
como receptores finais dos esgotos, sem tratamento prévio, e dos fertilizantes e pesticidas
utilizados nos campos agrícolas, normalmente carreados pelo escoamento superficial e
pela lixiviação. Associados a esses efeitos negativos gerados pelas atividades antrópicas,
interferem também, na qualidade das águas, as condicionantes físicas e climatológicas do
semiárido, representadas tanto pelos aspectos geomorfológicos e de formação dos solos,
como pela escassez e a má distribuição da pluviosidade, que acarretam a intermitência da
maioria dos rios da região. Essas características, que resultam num grande aporte de
nutrientes (nitrogênio e fósforo) aos corpos d’água, associadas às altas temperaturas e
forte insolação, criam condições propícias à eutrofização”.

A diminuição da quantidade de água acelera o processo de eutrofização, afetando diretamente a


qualidade do corpo hídrico e a capacidade produtiva para a prática da piscicultura, tendo como
consequência a diminuição da densidade de estocagem nos tanques-rede (ONS, 2015).

O cenário tende a se agravar, pois o clima no ano de 2015 passou pelo fenômeno conhecido como
El Niño que alterou o padrão de pressão e do clima em todo o mundo, que ocasionou períodos
excepcionalmente mais quentes e secos, especialmente na região Nordeste. Dessa forma, a
29

estiagem que acomete o país e afeta o nível dos reservatórios traz consequências não apenas para
a produção de peixes, mas à economia estabelecida nas regiões que se transformaram, nos últimos
anos, nos principais polos produtivos do Brasil (EMBRAPA, 2015).

Boas Práticas de Manejo (BPM) são recomendadas para reduzir eventuais impactos ambientais
negativos que possam ser causados pelos sistemas de produção de peixes, camarões e outros
organismos aquáticos. Em grande medida as BPM têm como finalidade indicar maneiras simples
e eficazes para melhorar o manejo dos viveiros de produção, de modo a assegurar uma
produtividade eficiente e, ao mesmo tempo, prevenir impactos ambientais negativos resultantes da
descarga de efluentes que contenham concentrações elevadas de matéria orgânica, sólidos totais
suspensos e, possivelmente, outros poluentes (EMBRAPA, 2016).

Segundo Kubitza (2015):


“Enquanto o governo não diversifica sua matriz energética, reduzindo sua dependência
no setor hidrelétrico, a agricultura e a aquicultura terão que encontrar alternativas de
produção menos dependente e mais eficiente no uso da água. Parece um contrassenso, a
aquicultura depender menos de água. Muitos produtores, diante da necessidade, já
começam a entender o valor que tem uma água descartada de um viveiro em um momento
de déficit hídrico. Assim, é preciso adequar os sistemas de cultivo tradicionais com
práticas e estruturas que possibilitam o uso mais eficiente e o reaproveitamento da água
descartada dos viveiros durante a despescas. Sistemas intensivos com tratamento e
recirculação de água também vão ganhar mais atenção”.
30

1.2 RELEVÂNCIA DO TEMA E ORIGINALIDADE DA PESQUISA

A água do São Francisco representa cerca de 2/3 da disponibilidade de água doce do Nordeste
brasileiro. Ela tem múltiplos usos, servindo para abastecimento humano, irrigação e agricultura,
transporte por hidrovias e aquicultura, mas seu uso preponderante é para geração de energia
(MMA, 2006). O Plano Decenal de Recursos Hídricos da Bacia, concebido para o período 2003-
2013, apontou que mais de 70% das demandas de água na bacia se destinam à irrigação, com maior
concentração no Médio e Submédio. A área irrigada ocupava, então, 336.200 hectares,
correspondendo a projetos agrícolas públicos e privados (CBHSF, 2016).

O polo aquícola de Itaparica, localizado no Submédio São Francisco, se caracteriza pela


heterogeneidade de perfil de piscicultores no que se refere ao porte, reunindo desde multinacionais
até produtores familiares. O polo de Itaparica com 82 mil hectares é o mais importante do Brasil
em termos de volume de produção aquícola de 36.000 toneladas anualmente (CNA BRASIL,
2015).

Fernandez (2015) destaca que o interior de Pernambuco e concretamente o sertão do São Francisco
têm sido alvo das principais ações dirigidas à expansão de aquicultura em grande escala por parte
do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e da Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura
(SFPA – PE). A produção de tilápia em tanques-rede nos reservatórios das usinas hidroelétricas
de Itaparica e Moxotó é um dos principais exponentes do projeto aquícola promovido por estas
instituições.

A piscicultura ao longo dos anos tem se mostrado uma alternativa a mais de renda para a
população, melhorando seu nível de vida, gerando renda e difundindo tecnologia de criação de
peixes em cativeiro, suprindo o mercado regional e diminuindo a pressão da pesca sobre os rios
da região (LOPES, 2012).

Uma das organizações de piscicultores familiares pioneiras é a Associação de Jovens Piscicultores


de Jatobá. Na verdade, esta constitui um projeto de incubação de associações de pequenos
piscicultores desenvolvido pela Diocese de Floresta- PE. O projeto teve início em 2002, com o
objetivo de oferecer uma alternativa de renda para os jovens das comunidades localizadas no
entorno do lago de Itaparica (PEDROZA et al., 2014).
31

O sucesso dessa iniciativa estimulou a instalação de outros cultivos coletivos de tilápia na região.
Hoje, segundo o ProRural, existem 23 associações de produtores familiares, em diferentes níveis
tecnológicos, distribuídas nos municípios pernambucanos de Itacuruba, Belém de São Francisco,
Jatobá e Petrolândia. Juntas, estima-se que a produção anual de tilápia seja de 1.500 toneladas
(EMBRAPA, 2014).

O setor aquícola tem sido induzido a mover-se em direção à busca de sistemas de gestão ambiental
e a adotar Boas Práticas de Manejo (BPM) com vistas a praticar uma aquicultura sustentável e
competitiva que não prejudique o meio ambiente (EMBRAPA, 2003).

Considerando-se que a Região Semiárida já enfrenta problemas de disponibilidade e qualidade dos


recursos hídricos, agravados pelas ações antrópicas, como o mau uso e a utilização de produtos
químicos, é notória a relevância desta pesquisa. Segundo dados do IPCC (2007), há uma tendência
de agravamento desse quadro por conta das mudanças climáticas, fato que tende a diminuir ainda
mais a oferta da água para a população.

A Política Nacional dos Recursos Hídricos estabelece a água como bem público, dotado de valor
econômico e de uso múltiplo, com tendência a acentuar conflitos entre os usuários. O grande
desafio é produzir tecnologias com foco na sustentabilidade para preservar os recursos naturais
para as presentes e futuras gerações. Nesse sentido, insere-se esta pesquisa que foi implantada em
condições reais de campo e visa contribuir para aumentar o conhecimento de utilização de
macrófitas aquáticas para o tratamento de efluente de piscicultura no Semiárido, com vistas ao uso
racional da água.
32

1.3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

De acordo com o censo do IBGE (2010), o município de Itacuruba possui uma população de 4.369
habitantes, sendo que desses, 3.708 (84,9 %) habitantes encontram-se na área urbana, enquanto
que 661 (15,1 %) habitantes encontram-se na área rural. O Índice de Desenvolvimento Humano
(IDHM) em Itacuruba foi 0,595, em 2010, o que situa esse município na faixa de Desenvolvimento
Humano Baixo (IDHM entre 0,500 e 0,599). A dimensão que mais contribui para o IDHM do
município é a Longevidade, com índice de 0,712, seguida de Renda, com índice de 0,567, e de
Educação, com índice de 0,523.

Há no município um grande número da população com níveis de renda que a caracteriza como
público-alvo prioritário da política de assistência. Cerca de 746 pessoas estão classificadas como
população extremamente pobre (com renda per capta até 70,00 reais). Do total de pessoas em
situação de extrema pobreza, 224 (30%) estão na faixa etária de 20 a 39 anos, população esta,
considerada em idade ativa e/ou produtiva (GMA, 2013).

De acordo com Lacerda (2005), até 1988, a cidade se sustentava. A população trabalhava na
agricultura, as terras produziam arroz, cebola, tomate e frutas. Tudo isso foi coberto pelas águas
da barragem da Hidrelétrica de Itaparica - o lago quebrou a cadeia produtiva do município. Muitos
habitantes foram para a nova cidade; outros, assentados em agrovilas de cidades vizinhas. E muita
gente foi embora.

Dados do Atlas Brasil (2013) descrevem que entre 2000 e 2010, a taxa de atividade da população
de 18 anos ou mais (ou seja, o percentual dessa população que era economicamente ativa) passou
de 62,25% em 2000 para 66,84% em 2010. Ao mesmo tempo, sua taxa de desocupação (ou seja,
o percentual da população economicamente ativa que estava desocupada) passou de 24,97% em
2000 para 16,86% em 2010 (Figura 1).

Segundo dados sobre o produto interno bruto dos municípios, divulgado pelo IBGE referente ao
ano de 2011, a soma das riquezas produzidos no município foi de 33.725 milhões de reais (181°
maior do estado). Sendo o setor de serviços o mais representativo na economia itacurubense,
somando 25.671 milhões. Já os setores industrial e da agricultura representam 3.873 milhões e
2.838 milhões, respectivamente. O produto interno bruto (PIB) per capita do município é de
7.624,86 mil reais (35° maior do estado).
33

Figura 2: Composição percentual da população do município de Itacuruba – PE em 2010, acima de 18


anos – 2010.

16% População
economicamente ativa
ocupada
População
17% economicamente ativa
desocupada
67% População
economicamente inativa

Fonte: ATLAS BRASIL, 2013.Adaptado pela autora.

Segundo a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN, 2017) o Índice Firjan de
Desenvolvimento Municipal – IFDM, data-base 2013, a nota atingida pela Educação do município
foi de 0.7948, considerada moderada. Em relação aos indicadores IFDM, Saúde e Emprego e
Renda, o município obteve desenvolvimento regular (Figura 2). O índice varia de 0 (mínimo) a 1
ponto (máximo) para classificar o nível de cada cidade em quatro categorias: desenvolvimento
baixo (de 0 a 0,4), regular (0,4001 a 0,6), moderado (de 0,6001 a 0,8) e alto (0,8001 a 1).

Figura 2: Indicadores de Desenvolvimento para o município de |Itacuruba de acordo com o Índice Firjan
(data-base 2013).

Fonte: FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO RIO DE JANEIRO (2013).


34

Segundo Beltrão et. al. (2005) o município está inserido na unidade geoambiental da Depressão
Sertaneja, com relevo predominantemente suave-ondulado. Rocha-Filho et al. (2016) reporta que
o município está inserido nos domínios da macro-bacia hidrográfica do rio São Francisco e da
bacia hidrográfica do rio Pajeú. Geologicamente está inserido na Província da Borborema.

Barbosa-Neto et al. (2013) constataram que no município predominam os solos do tipo Luvissolo
(70,2% da área) e Planossolo (27,3% da área). Ocorrem também as classes: Neossolos Regolítico,
Flúvico e Litólico em apenas 2,37% da área. Barbosa-Neto (2015) identificou em Itacuruba nove
classes de uso da terra, sendo que a piscicultura é praticada em 2,76 Km² (0,63% da área).

Segundo Rocha-Filho et al. (2016), o município de Itacuruba é classificado como tendo um


potencial muito baixo para irrigação em todo seu território, com porções das terras transitando
entre inaptas ou com restrições fortes para serem irrigadas.

Embora se tratando de um pequeno município, Itacuruba possui atualmente uma economia


caracterizada pela prática da piscicultura em tanques-redes e viveiros escavados e na exploração
das áreas de sequeiro, com agricultura de subsistência e pecuária. Essas atividades, em relevância,
a de produção de alevinos em tanques escavados, com elevada produtividade, têm como
consequência direta a produção de metabólitos e excretas, acúmulo de substâncias tóxicas, maior
demanda de oxigênio dissolvido pelos indivíduos criados nos tanques, com possível déficit no
balanço de oxigenação (SILVA; SILVA; BARBOSA, 2011).
35

1.4 HIPÓTESE

O sistema de tratamento usando as macrófitas Eichhornia crassipes e Egeria densa pode ser viável
para remover com eficiência os nutrientes da piscicultura para melhorar a qualidade da água no
semiárido.

1.5 OBJETIVOS

1.5.1 Objetivo geral


Avaliar um sistema de tratamento de efluente de piscicultura com uso de macrófitas aquáticas no
Semiárido pernambucano.

1.5.2 Objetivos específicos


 Fazer uma revisão de literatura sobre a piscicultura (Capítulo 1);
 Levantar as principais publicações relacionadas aos usos de wetlands construídas para
tratamento de efluentes de aquicultura (Capítulo 2);
 Avaliar a água de captação e do efluente dos viveiros em uma piscicultura no semiárido de
Pernambuco (Capítulo 3);

 Avaliar a eficiência de um sistema de tratamento de efluentes em uma piscicultura no


semiárido de Pernambuco (Capítulo 4);

 Caracterizar os diretrizes nas fases de planejamento, construção e manutenção de uma


wetland construída e avaliar as limitações, fraquezas, ameaças e potencialidades (Capítulo
5).
 Fazer a conclusão e recomendações para futuros estudos (Capítulo 6).
36

REFERÊNCIAS

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da Aquicultura. Brasília: MPA, 2014. 136p.

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40

2 ANÁLISE CIENCIOMÉTRICA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE O


TRATAMENTO DE EFLUENTES DE AQUICULTURA USANDO WETLANDS
CONSTRUÍDAS

A ser enviada para publicação na Scientometrics


Qualis: B2
ISSN 0138-9130
Área: Ciências Ambientais.
41

RESUMO

Com o objetivo de identificar as principais publicações no Brasil relacionadas ao uso de wetland


construída para tratamento de efluentes de aquicultura, foi feito um levantamento bibliográfico e
busca em bases de dados para analisar o quanto a produção científica nacional avançou sob a ótica
Cienciométrica, em relação ao tema. Para o levantamento cienciométrico foi realizada uma revisão
bibliográfica através de pesquisa no sistema de busca das bases do Scielo, Scopus, Web of Science
e Google Acadêmico para o período 2000-2016. Para restringir o número de publicações, optou-
se apenas pelos trabalhos publicados no brasil, usando as palavras-chave wetland construído or
alagados artificiais or leitos cultivados or biofiltros and aquicultura and brasil or semiárido nos
idiomas português e inglês. Como critério da pesquisa foram selecionados artigos científicos
publicados em periódicos científicos, teses, dissertações, anais de congressos e relatórios técnicos
publicados por pesquisadores brasileiros no período de 2000 a 2016. Elaborou-se um banco de
dados contendo apenas os artigos referentes à aplicação de wetlands construídos para tratamento
de efluentes de aquicultura no Brasil. Foram identificados 64 trabalhos relacionados ao tratamento
de efluente de aquicultura usando wetlands construídas no Brasil no período estudado. Com
relação à publicação por tipologia da atividade aquícola, 47 foram referentes à piscicultura (73%),
9 à carcinicultura (14%), 4 à aquicultura (6%), 2 à piscicultura orgânica (3%) e 2 à ranicultura
(3%). A maior parte das publicações realizadas por pesquisadores brasileiros ocorreu na forma de
artigos científicos em periódicos (53%), em seguida dissertações de mestrado (23%), teses de
doutorado (14%), anais de congresso (6%), relatório técnico (2%) e tese de livre docência (2%).
Na categoria artigos científicos, os mesmos foram publicados em 31 periódicos, sendo que o maior
número de publicações foi atribuído aos periódicos Acta Scientiarum, Acta Limnologica
Brasiliensia e Brazilian Journal of Biology que apresentaram 4 artigos cada. A região Sudeste
assumiu a primeira posição no ranking com 53 trabalhos publicados (83 %). O Centro de
Aquicultura do Campus Jaboticabal da Universidade Estadual Paulista, localizado no estado de
São Paulo, tornou-se um centro de referência em pesquisa sobre wetland construída tendo sido o
local onde 35 itens da produção analisada (55%) foram desenvolvidos. Cinquenta e nove trabalhos
(91%) foram publicados em periódicos nacionais. A Eichhornia crassipes foi a macrófita mais
empregada com 14 citações (67%) quando usada isoladamente e 33 citações (23 %) quando usada
em associação com outras plantas. Com relação à dimensão das wetlands construídas há grande
divergência na literatura com tanques variando de 1,4 m² a mais de 1.000 m² e tempo de detenção
hidráulica (TDH) variando de 4,8 h a 160 dias. Com relação ao objetivo das pesquisas, as wetlands
construídas para tratamento de efluentes de aquicultura no Brasil durante o período de estudo
foram usadas prioritariamente para avaliar e promover a remoção de nutrientes, sólidos dissolvidos
e coliformes termotolerantes. Com relação ao desempenho, a melhor eficiência para o fósforo total
(98,9%) foi obtida usando uma associação de plantas (Cyperus giganteus, Typha domingensis,
Eichhornia crassipes e Pontederia cordata). Com relação ao nitrogênio total, os melhores
desempenhos foram obtidos por meio da associação de Eichhornia crassipes e Pistia stratioides
(335%). Com relação à amônia, a E. crassipes apresentou eficiência de 274%. A cienciometria
revelou ser uma valiosa ferramenta para subsidiar o avanço da pesquisa na área da ciência e
tecnologia no tema estudado.

Palavras-chave: wetland construída, leitos cultivados, biofiltros, fitorremediação, alagados


artificiais, Semiárido, Brasil.
42

ABSTRACT
Aiming to identify the main publications in Brazil related to the use of constructed wetlands for
the treatment of aquaculture effluents, a bibliographic survey and database search was carried out
to analyze how much the national scientific production has advanced under the Scientometric
viewpoint, in relation to the theme. For the scientometric survey, a bibliographic review was
carried out through the search system of Scielo, Scopus, Web of Science and Google Scholar for
the period 2000-2016.To restrict the number of publications, only those published in Brazil were
used, using the keywords constructed wetland or artificial flooding or cultivated beds or biofilters
and aquaculture and brazil or semi-arid in the Portuguese and English language. As a research
criterion, scientific articles and other sources were selected, such as theses, dissertations, congress
proceedings and technical report published by Brazilian researchers between 2000 and 2016. A
database was prepared containing only the articles referring to the application of constructed
wetlands for the treatment of aquaculture effluents in Brazil. A total of 64 works related to the
treatment of aquaculture effluent by using constructed wetlands in Brazil were identified during
the study period. Regarding the publication by type of aquaculture activity, 47 were related to fish
farming (73%), 9 to shrimp farming (14%), 4 to aquaculture (6%), 2 to organic fish farming (3%)
and 2 to raniculture (3%). Most of the publications made by Brazilian researchers occurred in the
form of articles (53%), followed by master's dissertations (23%), doctoral theses (14%), annals
congresses (6%), technical reports and a thesis of free teaching (2%) on the subject by Brazilian
researchers. Among the articles category, they were published in 31 journals, with the highest
number of publications being attributed to the Acta Scientiarum, Acta Limnologica Brasiliensia
and Brazilian Journal of Biology journals, which presented 4 articles each. The Southeast region
was the first in the ranking with 53 published works (83%). The Aquaculture Center of the
Jaboticabal Campus of the State University of São Paulo, located in the state of São Paulo, became
a reference center in research on constructed wetland and was the site where 35 items of the
analyzed production (55%) were developed. Fifty-nine papers (91%) were published in national
journals. Eichhornia crassipes was the most used macrophyte with 14 citations (67%) when used
alone and 33 citations (23%) when used in association with other plants. With respect to the size
of wetlands constructed there is great divergence in the literature with tanks varying from 1.4 m²
to more than 1.000 m² and hydraulic detention time (HDT) ranging from 4.8 hours to 160 days.
Regarding the research objective, the constructed wetlands used to treat aquaculture effluents in
Brazil during the study period were used primarily to evaluate and promote the removal of
nutrients, dissolved solids and thermotolerant coliforms. Regarding the performance, the best
efficiency for total phosphorus (98.9%) was obtained using a combination of plants (Cyperus
giganteus, Typha domingensis, Eichhornia crassipes and Pontederia cordata). Regarding total
nitrogen, the best performances were obtained through association of E. crassipes and Pistia
stratioides (335%). Regarding ammonia, the best results was obtained by E. crassipes (274%).
scientometry is a valuable tool that can support the advancement of research in the area of science
and technology in the studied subject.

Keywords: constructed wetland, cultivated beds, biofilters, phytoremediation, artificial flooding,


aquaculture, Semi-arid, Brazil.
43

2.1 INTRODUÇÃO

De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), a
aquicultura é o cultivo de organismos aquáticos, como peixes, crustáceos, rãs, moluscos e plantas
aquáticas. A aquicultura envolve o cultivo de água doce e de água salgada em organismos sob
condições controladas (SEBRAE, 2015). Essa atividade é considerada pela Organização das
Nações Unidas (ONU) como atividade estratégica para a segurança alimentar sustentável do
planeta, por fornecer alimento de alta qualidade e, de gerar emprego tanto em países desenvolvidos
e em desenvolvimento. No Brasil a aquicultura vem sofrendo constantes transformações, tendo se
consolidado como importante atividade no agronegócio brasileiro, substituindo em parte o peixe
proveniente da pesca extrativa (AYROZA, 2009).

Dentre os países com maior potencial para a aquicultura, o Brasil tem papel de destaque, em
especial por sua disponibilidade hídrica, clima favorável e ocorrência natural de espécies aquáticas
que compatibilizam interesse zootécnico e mercadológico. De acordo com o SEBRAE e o
Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), o Brasil tem potencial para atingir até 2030, uma
produção anual de 20 milhões de toneladas de peixe, assumindo assim um papel importante no
aproveitamento do pescado mundial (MPA, 2013). Contudo, a produção aquícola nacional ainda
apresenta números incipientes se comparada a dos maiores produtores mundiais, como a China, a
Índia, o Vietnã e a Indonésia (FAO, 2014).

A aquicultura brasileira vive um momento inquestionável de expansão, transformação e


consolidação, tornando-se em algumas regiões do país a atividade principal de pequenos, médios
e até grandes proprietários rurais. A aquicultura partiu de um sistema que se iniciou para satisfazer
necessidades da fome; o cultivo de organismos aquáticos passou a ser parte de um processo
produtivo e econômico, ditado, também por políticas econômicas (exportação) e sociais (emprego
e alimentação), daí o grande impulso que vem tendo no mundo inteiro (SOUZA, 2006).

Considerada uma atividade que impulsiona o desenvolvimento social e econômico, a aquicultura


possibilita o aproveitamento efetivo dos recursos naturais locais, principalmente os hídricos.
Porém, como qualquer outra atividade econômica, necessita de planejamento básico e estratégias
para produzir bons resultados (GOVERNO DE SERGIPE, 2011). Embora a preocupação com o
impacto ambiental da piscicultura tenha crescido desde o início de 1990, a produtividade da pesca
ainda é o fator decisivo para a sua implementação (DIAS et al., 2012). Ainda de acordo com Souza
(2006), as discussões acerca da inserção da aquicultura no mundo moderno sob o paradigma da
44

sustentabilidade ambiental, têm consequências diretas para os rios e bacias hidrográficas além de
contribuírem para o desenvolvimento de um meio rural mais sustentável. Valenti (2000) considera
que a aquicultura moderna está baseada em três pilares: a produção lucrativa, a preservação do
meio ambiente e o desenvolvimento social. Os três componentes são essenciais e indissociáveis
para que se possa ter uma atividade perene.

Diante desse cenário, observa-se que muitos são os desafios para o crescimento da piscicultura
continental no Brasil, pois seu desenvolvimento tem seguido a lógica de outras regiões do planeta,
permanecendo em segundo plano as questões ambientais, sociais e de políticas públicas, atreladas
às premissas da noção de sustentabilidade (VIEIRA; WEBER, 1997; ALEXANDRE FILHO,
2008). Embora existam vantagens, a piscicultura pode gerar degradação ambiental, como qualquer
sistema de produção intensiva (SACHS, 1993; ROCHA, 2008; AZEVEDO-SANTOS et al., 2011).

Os efluentes de piscicultura são compostos principalmente pela presença em excesso de fosfatos,


nitratos, matéria orgânica e outros insumos, como antibióticos, fungicidas e hormônios
(OLIVEIRA et al., 2006). Nesse sentido, o tratamento de efluentes de tanques escavados através
da fitorremediação é uma alternativa para promover a melhoria da qualidade dos efluentes gerados,
minimizando seus impactos ambientais e promovendo a sustentabilidade desta atividade
econômica.

Embora as macrófitas aquáticas já venham sendo usadas em tratamento de efluentes por séculos,
o termo fitorremediação é mais recente. Segundo Andrade et al. (2007), a fitorremediação é o uso
de plantas e seus microrganismos associados para o tratamento do solo, água e ar, e é uma
tecnologia emergente com potencial para o tratamento efetivo de uma ampla variedade de
poluentes orgânicos e inorgânicos.

A fitorremediação pode ser realizada tanto em sistemas naturais como em wetlands construídas.
A tecnologia de tratamento de águas residuárias, conhecida como wetlands construídas, foi
inicialmente empregada na Alemanha por Käthe Seidel do Instituto Max Planck em meados de
1950, para a remoção de fenol e na redução da carga orgânica de efluente de laticínio (KADLEC;
KNIGHT, 1996 p. 893, apud SEZERINO et al., 2015, p. 151).

Relativo à produção científica, constata-se que um dos indicadores utilizados para a divulgação
dos resultados das pesquisas é a publicação de artigos em periódicos científicos. Nesse sentido, a
45

cienciometria é uma valiosa ferramenta que pode subsidiar o avanço da pesquisa na área da Ciência
e Tecnologia Com o objetivo de relacionar as principais publicações no Brasil relacionadas aos
usos de wetlands construídas para tratamento de efluentes de aquicultura, foi realizado um
levantamento bibliográfico e busca em bases de dados para retratar a situação atual da produção
científica nacional sob a ótica cienciométrica, em relação ao tema.

2.2 MATERIAL E MÉTODOS

Para o levantamento cienciométrico foi realizada uma revisão bibliográfica através de pesquisa no
sistema de busca das bases do Scielo (Scientific Eletronic Library Online), Scopus, Web of Science
e Google Acadêmico para o período 2000-2016. Inicialmente foram usadas as palavras wetland
construído e aquicultura, resultando em 16.900 citações.

Para restringir o número de publicações, optou-se apenas pelos trabalhos publicados no brasil,
usando as palavras-chave wetland construído or alagados artificiais or leitos cultivados or
biofiltros and aquicultura and brasil or semiárido nos idiomas português e inglês. Da segunda vez
foram encontradas 80 citações e após retirar as publicações repetidas e aquelas que não eram
exclusivamente sobre aquicultura, restaram 63 trabalhos ao final da pesquisa. Como critério da
pesquisa foram selecionados artigos e outras fontes, como dissertações, teses, anais de congressos
e relatórios técnicos.

Elaborou-se um banco de dados contendo apenas os artigos referentes à aplicação de wetlands


construídos para tratamento de efluentes de aquicultura no Brasil. A pesquisa foi realizada através
de palavras-chave selecionadas (wetlands construídas; leitos cultivados, biofiltros,
fitorremediação, alagados artificiais, aquicultura, Brasil). Para alcançar o objetivo foram
endereçadas as seguintes questões:
 Qual a situação atual da produção científica nacional em relação ao uso de wetlands
construídas para tratamento de efluentes de aquicultura?;
 Qual a região que apresentou a participação mais expressiva?;
 Como se dá a distribuição regional e o uso de biorremediação?
 Quais revistas publicaram a maior parte dos trabalhos?;
 Qual a instituição com o maior número de publicações?;
 Quais as principais plantas usadas nos experimentos?;
 Quais são as diferenças entre os tipos de macrófitas versus a eficiência de remoção?;
 Qual o potencial das plantas usadas nas wetlands construídas no Brasil?
46

 Quais as deficiências do uso no tratamento de efluentes de piscicultura?;


 Quais foram os principais problemas associados ao uso das wetlands construídas?
 Quais foram os objetivos das pesquisas sobre wetlands?

2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os sistemas de wetlands construídas seguem o modelo da natureza, onde as várzeas naturais são
habitadas por diversos tipos de plantas adaptadas para o crescimento na água e em solos saturados.
Ainda há muita controvérsia quando se trata do termo usado para designar o sistema de tratamento
natural. Internacionalmente, a expressão mais utilizada é constructed wetland. Porém, no Brasil, é
possível se encontrar wetlands construídas ou leitos cultivados, e refere-se à tecnologia de
tratamento de águas residuárias baseada nos processos físicos, químicos e biológicos encontrados
nos ecossistemas das várzeas naturais, podendo ser classificado como um sistema natural
(MOURA e SILVA, 2012).

Segundo Assunção (2011), sistemas tipo wetland são largamente utilizados para melhorar a
qualidade de efluentes de diversos tipos (MITSCH; JORGENSEN, 1989; SUN et al., 2005;
PROCHASKA; ZOUBOULIS, 2006; EKE; SCHOLZ, 2008). Existem muitos exemplos de
sucesso nos EUA, Finlândia, Itália, Nova Zelândia, Bélgica e Polônia presentes na literatura
(KERN; IDLER, 1999; NEWMAN et al., 1999; SCHAAFSMA et al., 1999; KNIGHT et al., 2000;
NGUYEN, 2000; KOSKIAHO et al., 2003; MANTOVI et al., 2003; POACH et al., 2003;
ROUSSEAU et al. 2004a; TUSZYNSKA; OBARSKA-PEMPKOWIAK, 2008).

Os trabalhos que utilizam sistemas com macrófitas aquáticas no tratamento de efluentes de


aquicultura, em geral, mostram que estes sistemas removem nutrientes do efluente e podem
permitir a reutilização da água na atividade aquícola (LIN et al., 2002; SCHULZ et al., 2003; LIN
et al., 2005; HENRY-SILVA; CAMARGO, 2006a; HENRY-SILVA; CAMARGO, 2008a; SU et
al., 2011). Estudos sobre a utilização desses vegetais no tratamento de efluentes de aquicultura são
recentes no Brasil (ZANIBONI-FILHO, 1997; SIPAÚBA-TAVARES, 2000, 2002; HENRY-
SILVA e CAMARGO, 2006b; DIAS e SIPAÚBA-TAVARES, 2012).

Muitos desses estudos foram realizados com os comparativos de sistemas de tratamento com
macrófitas aquáticas pertencentes ao mesmo grupo ecológico (emersas e flutuantes), visto que a
eficiência das wetlands construídas pode variar em função do tempo de retenção hidráulica, das
47

espécies utilizadas, do biofilme (microrganismos associados) e dos grupos ecológicos das


macrófitas utilizadas (OSTI, 2013).

Foram identificados 64 trabalhos relacionados ao tratamento de efluente de aquicultura usando


wetlands construídas no Brasil no período entre 2000 a 2016 (consultar Apêndice A). Com relação
à publicação por tipologia da atividade aquícola, 47 foram referentes à piscicultura (73 %), 9 à
carcinicultura (14 %), 4 à aquicultura (6%), 2 à piscicultura orgânica (3 %) e 2 à ranicultura (3 %).

No Brasil, as primeiras experiências com a utilização das wetlands na melhoria da qualidade das
águas e no controle da poluição foram conduzidas no início de 1980 pelos pesquisadores Salati-
Júnior, Salati; Salati (1999). Contudo, as experiências brasileiras se intensificaram a partir do ano
2000, com aplicações de wetlands construídas para o tratamento de diferentes águas residuárias,
distribuídas ao longo de todo o território nacional, sob diferentes formas e arranjos, com diferentes
materiais filtrantes e macrófitas empregadas (VAN KAICK, 2012). Com relação ao tratamento de
efluente de aquicultura usando as wetlands construídas, este passou a ser observado com mais
intensidade no Brasil a partir de 2000, sendo que os anos de 2005 (14 %), 2008 (13 %), 2011 (8%)
e 2014 (9%) se destacaram com relação ao número de publicações sobre o tema abordado nesse
período (Figura 3).

Figura 3: Publicações nacionais sobre wetland construída para tratamento de aquicultura por ano.
10 9
Número de publicações

9 8
8
7 6
6 5
5 4 4 4 4 4
4 3 3
3 2 2 2 2
2 1 1
1
0

Ano

Elaborado pela autora.


A maior parte das publicações realizadas por pesquisadores brasileiros ocorreu na forma de artigos
científicos (53 %), em seguida dissertações de mestrado (23 %), teses de doutorado (14%), anais
congresso (6%), relatório técnico (2%) e tese de livre docência (2%) sobre o tema por
pesquisadores brasileiros (Tabela 1).
48

Tabela 1: Natureza dos trabalhos publicados sobre o tema wetland construída para tratamento de
aquicultura no Brasil.

Natureza da publicação Número


Artigos científicos 34
Dissertações de Mestrado 15
Teses de Doutorado 9
Anais de Congressos 4
Relatório Técnico 1
Tese de Livre Docência 1
Total 64

Dentre a categoria artigos científicos, os mesmos foram publicados em 31 periódicos, sendo que
o maior número de publicações foi atribuído aos periódicos Acta Scientiarum, Acta Limnologica
Brasiliensia e Brazilian Journal of Biology que apresentaram 4 artigos cada (13 %). Em seguida
o Boletim do Instituto de Pesca, Holos Environment e Revista Engenharia Ambiental publicaram
2 artigos cada (7%) e os demais periódicos publicaram 1 artigo cada (3 %) (Figura 4).

A produção científica dos programas de pós-graduação é classificada de acordo com o Qualis


Periódicos da área de Ciências Ambientais (CACIAMB) da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (CAPES). A estratificação da qualidade dessa produção é realizada de
forma indireta. Dessa forma, o Qualis da CACIAMB afere a qualidade dos artigos e de outros tipos
de produção, a partir da análise da qualidade dos veículos de divulgação, ou seja, periódicos
científicos. A classificação de periódicos é realizada pelas áreas de avaliação e passa por processo
anual de atualização. Esses veículos são enquadrados em estratos indicativos da qualidade - A1, o
mais elevado; A2; B1; B2; B3; B4; B5; C - com peso zero (FUNDAÇÃO CAPES; MINISTÉRIO
DA EDUCAÇÃO, 2017). O Qualis dos periódicos citados nesse estudo variou entre A1 (Sciencia
Agrícola) a B5 (Informe Agropecuário, Holos Environment, Limnetica, PubVet, entre outros). O
maior fator de impacto foi apresentado pelo periódico Hydrobiologia (2,275) e alguns periódicos
não possuíam esse fator (0).
49

Figura 4: Periódicos que publicaram trabalhos de pesquisadores brasileiros sobre wetland construída para
tratamento de efluentes de aquicultura.

Water, Air and Soil Pollution 1


Visão Agricola 1
Semina Ciências Agrícolas 1
Semina Ciências Agrárias 1
Scientia Agricola 1
Revista Engenharia Ambiental 2
Revista Brasileira de Zootecnia 1
Revista Brasileira de Biologia 1
Rev. Bras. Eng. Agríc. Ambient. 1
PubVet 1
Planta Daninha 1
Phyton 1
Periódicos

Limnetica 1
Journal of Water Resource and Protection 1
Informe Agropecuário (Belo Horizonte), 1
Hydrobiologia 1
HOLOS Environment 2
Hoehnea 1
Ciências Agrárias 1
Brazilian Journal of Biology 4
Boletim do Instituto de Pesca 2
Boletim da Revista Brasileira de Plantas 1
Ars Veterinaria 1
Acta Scientarum (UEM) 4
Acta Limnologica Brasiliensia 4
Acta Amazonica 1

0 1 2 3 4 5
Número de publicações

Fonte: Elaborado pela autora.

Na aquicultura brasileira, a região Nordeste destaca-se como a maior produtora aquícola com 29%
da produção nacional, em virtude, principalmente, da presença de carcinicultura, atividade não
encontrada com expressão nas outras regiões. As regiões Norte e Centro-Oeste produzem,
separadamente, cerca de 22% do volume nacional, o qual está fundamentado na piscicultura. A
região Norte contribuiu com 15% e a Sudeste com 11% na produção nacional da aquicultura
(SEBRAE, 2015).

Com relação à distribuição geográfica do local de estudo das publicações sobre wetland, este não
segue a mesma lógica da produção aquícola nacional. Nesse aspecto a região Sudeste assumiu a
primeira posição no ranking com 53 trabalhos publicados (83 %), a região Sul publicou 4 trabalhos
50

(6 %), as regiões Nordeste e Norte publicaram 3 trabalhos cada (5 %) e a região Centro-Oeste teve
a participação menos expressiva publicando apenas 1 trabalho (2 %) durante o período pesquisado.
No estado de São Paulo foram publicados 48 trabalhos sobre o tema estudado (75%), sendo 35 em
Jaboticabal (54,7%), 5 em Pirassununga (7,8%), 2 em Rio Claro (3,1%), 2 em Espírito Santo do
Pinhal (3,1%), 2 em Campinas (3,1%), 1 em Barretos (1,6%) e 1 em São Paulo capital (1,6%). O
Paraná publicou 4 trabalhos (6,3), o Amazonas publicou 3 trabalhos (4,8%), Paraíba e Sergipe
publicaram 2 trabalhos cada (3,1%). Os estados do Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio Grande
do Norte, Rio Grande do Sul e Santa Catarina publicaram 1 trabalho cada (1,6%) (Figura 5).

Figura 5: Número de publicações sobre wetland construída durante o período 2000 a 2016 por estado.

1,6
1,6 1,6 1,6
3,1 1,6 SP
3,1
4,7 PR
AM
6,3
PB
SE
ES
75
MS
RN
RS
SC

Fonte: Elaborado pela autora.

Dentre as instituições de ensino superior, a Universidade Estadual Paulista (UNESP) apresentou


42 trabalhos (66%) no Centro de Aquicultura, tendo o campus Jaboticabal se destacado pelo
número de publicações (54,7%). Os campuses Pirassununga (4), Rio Claro (2) e São Paulo (1),
publicaram 6,3%, 3,1% e 1,6% dos trabalhos, respectivamente. A Universidade Estadual do Oeste
de Paraná (UNIOESTE) e a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) apresentaram 2 trabalhos
cada (3,1%). A Universidade de Campinas (UNICAMP), a Universidade Federal da Paraíba
(UFPB), a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Federal Rural do Semiárido
(UFERSA) desenvolveram 2 trabalhos cada uma (3,1%). As demais instituições tiveram
participação menos expressiva (1,6%) (Tabela 2).
51

Tabela 2: Instituições de Ensino Superior (IES), campus e respectivos estados onde foram desenvolvidos
trabalhos sobre wetland construída para tratamento de efluente de aquicultura.
IES Campus Estado Nº %
UNESP Jaboticabal São Paulo 35 54,69
UNESP Pirassununga São Paulo 4 6,25
UNESP Rio Claro São Paulo 2 3,13
UFAM Manaus Amazonas 2 3,13
UNICAMP Campinas São Paulo 2 3,13
UNIOESTE Terra Roxa Paraná 2 3,13
UNIPINHAL Espírito Santo do Pinhal São Paulo 2 3,13
IFES Alegre Espírito Santo 1 1,56
INPA/UFAM Rio Preto da Eva Amazonas 1 1,56
UFAL/CODEVASF Neópolis Sergipe 1 1,56
UFERSA/UNESP Mossoró Rio Grande do Norte 1 1,56
UFERSA/UNESP Pirassununga São Paulo 1 1,56
UFMT Poconé Mato Grosso do Sul 1 1,56
UFPB Sapé Paraíba 1 1,56
UFPB Areia Paraíba 1 1,56
UFPR Canguiri Paraná 1 1,56
UFPR Curitiba Paraná 1 1,56
UFS/RENORBIO São Cristóvão Sergipe 1 1,56
UFSC Florianópolis Santa Catarina 1 1,56
UNESP São Paulo São Paulo 1 1,56
UNIFEB Barretos São Paulo 1 1,56
UNIOESTE Porto Alegre Rio Grande do Sul 1 1,56
Total --- --- 64 100

Dos trabalhos publicados por pesquisadores brasileiros sobre wetland construída para tratamento
de efluente de aquicultura, 59 (91%) foram publicados no Brasil, 3 nos Estados Unidos (5%), 1 na
Argentina (2%), 1 na América Latina, Caribe, Espanha e Portugal (2%) (Tabela 3).

Tabela 3: Países em que os pesquisadores brasileiros tiveram seus trabalhos publicados sobre wetland
construída para tratamento de efluente de piscicultura.
País Número
Brasil 59
EUA 3
Argentina 1
América Latina, Caribe, Espanha e Portugal 1
Total 64

Quanto às macrófitas aquáticas mais citadas na literatura nacional, a Eichhornia crassipes,


conhecida popularmente como baronesa, obteve 14 citações (67%) quando usada isoladamente
52

(Figura 6) e 33 citações (23 %) quando usada em associação com outras plantas, sendo a espécie
que foi mais citada nas publicações sobre tratamento de efluentes de aquicultura (Figura 7).

Figura 6: Macrófitas mais citadas usadas isoladamente em tratamento de efluentes de aquicultura citadas
nos trabalhos publicados sobre o tema wetland construída por pesquisadores brasileiros.

Typha spp. 2
Macrófitas aquáticas

Pistia stratioides 1
Spartina alternifolia 1
Salvinia molesta 2
Eichhornia crassipes 14
Chrysopogon zizanoides 1
Azolla filiculoides 1

0 2 4 6 8 10 12 14 16
Número de publicações

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 7: Macrófitas usadas em associação para tratamento de efluentes de aquicultura citadas nos
trabalhos publicados sobre o tema wetland construída por pesquisadores brasileiros.

13
Salvina molesta 12
10
Cyperus giganteus 6
5
Typha sp. 4
4
Ludwigia elegan 4
3
Mercadonia procumbens 3
3
Heteranthera sp. 3
3
Ceratophyllum demersum 3
3
Alternanthera philoxeroides 3
2
Myriophylum aquaticum 2
Macrófita

2
Eichhornia azurea 2
2
Wolffia arrhiza 1
1
Typha latifolia 1
1
Scirpus lacustris 1
1
Salvinia rotundifolia 1
1
Phragmites australis 1
1
Lemna gibba 1
1
Iris pseudacorus 1
1
Hydrocotyle umbelifera 1
1
Gyceria maxima 1
1
Eleocharis sphacelata 1
1
Canana flacida 1
0 2 4 6 8 10 12 14
Número de publicações

Fonte: Elaborado pela autora.


53

Quanto às formas biológicas, as macrófitas emersas foram citadas em 19 publicações (41%),


enquanto que as flutuantes foram citadas em 17 publicações (37%), as enraizadas e as submersas
foram citadas em 5 trabalhos cada (11%). Os sistemas com macrófitas aquáticas flutuantes tem
vantagens em relação àqueles com macrófitas emergentes, pois a retirada de biomassa dos vegetais
flutuantes para que a eficiência de remoção seja a ideal é muito mais fácil (BIUDES; CAMARGO,
2008).

Câmara et al. (2015) destacam que a E. crassipes apresenta um grande potencial para ser utilizada
em estratégias de fitorremediação de ambientes naturais, em função das quantidades acumuladas
em seu tecido. Em geral, os macronutrientes se apresentam em maiores concentrações nas folhas,
enquanto os micronutrientes apresentam-se em quantidades maiores nas raízes. Peixoto et al.
(2005) apud Zacarkim (2006), observaram que algumas espécies de macrófitas aquáticas são
particularmente sensíveis à poluição (bioindicadoras de resposta), enquanto outras, bioindicadoras
de acumulação, podem acumular poluentes em concentrações elevadas, sem apresentarem
sintomas visíveis.

Com relação ao potencial fitorremediador, a E. crassipes tem sido vastamente indicada pelo seu
potencial em bioacumulação de nutrientes (Tabela 4). As wetlands povoadas com E. crassipes
apresentaram, em geral, maior capacidade de remoção quando comparadas às wetlands povoadas
com outras macrófitas (HENRY-SILVA, 2001; AMORIM, 2014). Esses resultados indicam que a
eficiência desses sistemas de tratamento depende das concentrações de nutrientes nos efluentes e
das espécies de macrófitas aquáticas utilizadas (HENRY-SILVA; CAMARGO, 2008b). O uso de
associação de diferentes espécies de macrófitas é um fator positivo, pois que cada planta reage de
forma diferente às mudanças sazonais, aumentando a eficiência do sistema durante todo o ano
(MALTAIS-LANDRY et al., 2009).

Dentre os trabalhos levantados, a melhor eficiência para o nitrogênio total (335%) foi obtida por
Amorim (2014) usando uma associação de Eichhornia crassipes e Pistia stratioides e da amônia
(274%). Com relação à amônia, a melhor eficiência foi obtida por Crispim et al. (2009) usando a
Eichhornia crassipes. Com relação ao fósforo total, a melhor eficiência (98,9%) foi relata por
Miranda et al. (2011) usando uma associação das macrófitas Cyperus giganteus, Typha
domingensis, Eichhornia crassipes e Pontederia cordata. Com relação à turbidez, a melhor
eficiência (84,63%) foi obtida por Hussar et al. (2005). A eficiência dos sistemas com macrófitas
flutuantes na redução de turbidez pode ser atribuída principalmente ao grande desenvolvimento
54

radicular dessas duas espécies e à pouca profundidade dos tanques, que provavelmente, criaram
condições favoráveis para a adsorção e a precipitação do material particulado em suspensão
(HENRY-SILVA; CAMARGO, 2006a; HENRY-SILVA; CAMARGO, 2008b).

Tabela 4: Diferença entre o potencial das principais espécies na remoção de nutrientes, sólidos e
coliformes dos efluentes de aquicultura reportado na literatura nacional sobre o tema wetland construída
para tratamento de efluentes de aquicultura.

E. crassipes P. stratioides E. densa S. molesta T. domingensis


Parâmetro
(%) (%) (%) (%) (%)
Cor 95
Fosfato 75,1 85,8 46,7
Fósforo Solúvel
77,8 84,85 NA
Reativo
Fósforo Total 95,4 83,3 2,56 89 90
Nitrato 80 31,23 60,71
Nitrito 86,8 66,24
Amônia 274 19,98 65
Nitrogênio
82 85 44,35 NA
Inorgânico
Nitrogênio Total 68,5 44,8 44,12 83 91,6
DQO 28,45 3,65 81,7
DBO 53,37 44,84 91
Coliformes
88,23 76,47 99,7
Termotolerantes
Sólidos
19,2 NA
Dissolvidos Totais
Sólidos Suspensos
86,6 73,5 83,1
Totais
Turbidez 84,5 75,2 27,30 95 86,43

Segundo Anjos (2003) citado por Zacarkim (2006), entre os modelos de wetlands pode-se citar:
 Os sistemas que utilizam macrófitas aquáticas flutuantes são construídos normalmente em
canais longos e estreitos de aproximadamente 0,70 m de profundidade;
 Os sistemas que utilizam macrófitas emergentes necessitam de substrato para a fixação da
planta e podem ser usadas de três formas:
a) Macrófitas emergentes com fluxo superficial: essas plantas podem se desenvolver
em situações nas quais o nível do lençol freático está 50 cm abaixo do nível do solo
55

até situações em que o lençol freático está 150 cm acima do nível do solo (SALATI-
JÚNIOR; SALATI; SALATI, 1999).
b) Macrófitas emergentes com fluxo sub-superficial: um projeto típico consiste de um
canal de 3-5 m de largura e da ordem de 100 m de comprimento. Uma lâmina de
água de 10-40 cm é mantida sobre a superfície do solo;
c) Macrófitas fixas submersas: a lâmina d’água varia em torno de 1 m e as macrófitas
são cultivadas em um substrato com solo especial.

Nesse trabalho foi levantado na literatura que a maior parte dos trabalhos publicados utiliza
wetlands construídas variando de 1,4 m² (CREMA, 2005) a mais de 1.000 m² (SIPAÚBA-
TAVARES; BRAGA, 2008; MONTEIRO et al., 2008). Segundo Sezerino (2015), em relação à
área superficial empregada, os trabalhos publicados no Brasil apresentam uma grande variação,
com estudos em wetland construída de fluxo horizontal (WCFH) de escala de bancada, cuja área
é de 0,41 m2, até sistemas em escala de campo com 450 m2. Em relação à profundidade e à
geometria são adotados, na grande maioria dos estudos, valores máximos de 1,50 m de
profundidade e uma geometria retangular, com comprimento bem superior à largura (relação 8:1,
por exemplo), a fim de promover uma tendência de escoamento tal qual fluxo pistão.

O tempo de detenção hidráulico (TDH) das wetlands usadas para tratamento de efluente de
aquicultura no Brasil varia entre 4,8 h (GENTELINI et al., 2008) e 160 dias (MARTINS, 2005;
MIRANDA et al., 2011). Dentre os trabalhos analisados no presente estudo foi identificada uma
grande variação do TDH, variando de 4,8 h (GENTELINI et al., 2008) a 160 dias (MARTINS;
PITELLI, 2005).

Com relação ao objetivo das pesquisas, foi constatado na literatura nacional que as wetlands
construídas para tratamento de efluentes de aquicultura foram usadas prioritariamente para avaliar
e promover a remoção de nutrientes (fósforo total, ortofosfato, nitrito, nitrato, amônia, nitrogênio
total, nitrogênio inorgânico), sólidos dissolvidos e coliformes termotolerantes (Figura 8).
56

Figura 8: Objetivos relacionados aos trabalhos publicados sobre wetland para tratamento de piscicultura
por pesquisadores brasileiros.

Avaliar a biomassa 13

Outros 9

Avaliar a dinâmica de remoção 6


Objetivos

Avaliar a qualidade da água 3

Avaliar o valor nutritivo da biomassa 2

Avaliar a composição química da biomassa 2

Avaliar o impacto da piscicultura 2

0 10 20 30 40
Número de publicações

Elaborado pela autora.

Com relação às deficiências dos tratamentos, Petrúcio e Esteves (2000) observaram que as taxas
de absorção das macrófitas Eichhornia crassipes e Salvinia auriculata não aumentaram quando
ocorriam altas concentrações de nitrogênio e fósforo na água em áreas tropicais, podendo inibir o
crescimento das plantas. Quando a relação N:P esteve abaixo de 1,5, os autores concluíram que
influenciou negativamente a remoção dos nutrientes.

Esteves (2011) constatou que a dinâmica populacional de macrófitas aquáticas é bastante afetada
em regiões temperadas, onde as partes aéreas perecem durante o inverno. Nessas regiões os fatores
que mais interferem na dinâmica populacional das macrófitas são a precipitação pluviométrica e
oscilações do nível da água, sendo a temperatura um fator secundário.

Com relação aos problemas apresentados no uso de macrófitas aquáticas, Biudes (2007) relatou
que quando E. crassipes atingiu a capacidade de armazenar nutrientes, após 150 dias, a sua
produtividade mostrou valores próximos ao zero. Neste ponto, os nutrientes estocados nas
macrófitas retornaram rapidamente para a água, devido à decomposição da biomassa das plantas
mortas e da ação dos microrganismos. Gentelini et al. (2008) relataram que a alta turbidez pode
ter provocado baixo desempenho da Egeria densa, pois pode afetar a fotossíntese, bem como a
incidência de radiação. Petrarco (1995) ressalta que a decomposição das macrófitas desempenha
importante papel na ciclagem dos nutrientes.
57

Alves et al. (2003) apud Gentelini et al. (2008) apontaram que a biomassa da E. crassipes pode
aumentar sua massa verde em 15% por dia acumulando 800 kg por hectare, dobrando-a a cada seis
ou sete dias. Gentelini et al. (2008) relataram que a E. crassipes teve um ganho de biomassa diário
de 213 g.m-¹.dia-¹ para um tempo de detenção hidráulica (TDH) de 4 horas, enquanto que a Egeria
densa só teve resultado positivo em TDH de 12 h com ganho de peso diário de 1,2 g.m-².dia-¹. A
utilização do efluente de piscicultura pode ser recomendado, desde que se aumente o tempo de
permanência do efluente no sistema e/ou reduza a turbidez do efluente.

Cancian (2007) observou que os vegetais sofreram perdas contínuas e acentuadas de biomassa,
acumulando no final do experimento (30 dias) perda da ordem de 93% da biomassa. Essa condição
ambiental resultou no menor valor de capacidade suporte dentre todos os tratamentos. Henry-Silva
e Camargo (2006a) destacaram que Salvinia molesta atingiu o máximo de remoção em 30 dias
enquanto E. crassipes e Pistia stratioides atingiram em 120 dias. Henares; Camargo (2014)
observaram que a E. crassipes atingiu o pico de biomassa após 43 dias em ambas as concentrações
de nutrientes e Salvinia molesta atingiu em 29 dias na maior concentração e após 36 dias na menor
concentração. Rodella et al. (2006) constataram que a Egeria apresenta alta taxa de crescimento
específico e tempo de duplicação relativamente curto, podendo ocupar grandes extensões e
acumular cerca de 50 toneladas por hectare nas regiões mais colonizadas.

De acordo com Pinassi (2011), o uso das macrófitas aquáticas provenientes de wetlands para gerar
adubo orgânico, por meio do processo de compostagem, é viável, reduzindo o descarte
desordenado da biomassa retirada do sistema de tratamento. A autora relatou que diversos autores
têm reportado que as macrófitas aquáticas têm grande valor como adubo, destacando os trabalhos
de Esteves, 2008; Esteves; Camargo, (1986); Henry-Silva; Camargo (2006a); Mees, (2006), dentre
outros. Quanto ao potencial de aproveitamento da biomassa, Henry-Silva e Camargo (2002)
investigaram o potencial para uso na alimentação ou forragem para ruminantes, podendo
aproveitar as lâminas foliares como suplemento alimentar e as raízes para produção de biogás ou
na adubação do solo. De acordo com Perazza et al. (1981), se houver a disponibilidade de se fazer
a compactação do aguapé, ele é considerado um excelente substrato para orquídeas, podendo
substituir o xaxim.

Quanto à composição química das macrófitas aquáticas Egeria densa e Pistia stratioides, estas se
destacaram apresentando em sua biomassa seca (DM) 0,61% e 0,38% de fósforo total,
58

respectivamente. Com relação ao nitrogênio total, estas macrófitas apresentaram 3,49% DM e


2,40% DM, respectivamente, acumulado na sua biomassa seca (Tabela 5).

Tabela 5: Concentração de fósforo e nitrogênio das principais espécies de macrófitas citadas na literatura
nacional sobre o tema pesquisado.
Macrófita Autor/ano PT (% DM) NT (% DM)
P. stratioides Henry-Silva e Camargo (2006) 0,38 2,40
E. crassipes Henry-Silva e Camargo (2006) 0,26 2,00
E. densa Henry-Silva et al. (2001) 0,61 3,49
S. molesta Henry-Silva et al. (2001) 0,15 1,55
P. stratioides Henry-Silva et al. (2001) 0,13 1,47

2.4 CONCLUSÃO

Foram identificados 64 trabalhos relacionados ao tratamento de efluente de aquicultura usando


wetlands construídas no Brasil no período entre 2000 a 2016. Com base na cienciometria foi
possível perceber que o interesse por parte da comunidade científica brasileira sobre o tema se
intensificou a partir do ano 2000. Apesar das inúmeras publicações, ainda há muitas lacunas sobre
a aplicação dessa tecnologia em regiões tropicais.

As wetlands construídas para tratamento de efluente de aquicultura são bastante variadas em


tamanho, área, tipo(s) de macrófita(s), tempo de retenção hidráulica, dentre outros. Esses sistemas
de tratamento permitem a remoção de material particulado, nutrientes, coliformes termotolerantes,
dentre outros. Além de melhorar a qualidade da água, possibilita seu reuso, tornando a atividade
sustentável.

A maior parte das publicações é referente à atividade de piscicultura (73%). O meio preferido de
publicação foi através de artigos científicos, que representaram 53% dos trabalhos levantados. Os
periódicos Acta Scientiarum, Acta Limnologica Brasiliensia e Brazilian Journal of Biology foram
os que tiveram o maior número de publicações sobre o tema com 4 artigos cada. Dos trabalhos
publicados por pesquisadores brasileiros sobre o tema, 59 foram publicados no Brasil.

A região Sudeste assumiu a primeira posição no ranking com 53 trabalhos publicados. O Centro
de Aquicultura do campus Jaboticabal da Universidade Estadual Paulista (UNESP), destacou-se
em relação ao número de publicações (35) sobre wetland construída para efluente de aquicultura.
59

Quanto às macrófitas aquáticas mais citadas na literatura nacional, a Eichhornia crassipes obteve
14 citações quando usada isoladamente e 33 citações quando usada em associação com outras
plantas.

O Brasil está aquém em relação ao número de publicações realizadas por outros países e mesmo a
nível nacional ocorrem diferenças contrastantes no número de publicações por região. Dentro da
ótica da sustentabilidade, é desejável que sejam criadas políticas públicas para estimular
implantação de sistemas de tratamento com wetlands construídas pelos aquicultores e que seja
incrementada a fiscalização, preservando assim os recursos naturais para as gerações vindouras.

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68

3 AVALIAÇÃO DA ÁGUA DE CAPTAÇÃO E DO EFLUENTE DE VIVEIROS EM


UMA PISCICULTURA NO SEMIÁRIDO DE PERNAMBUCO
69

RESUMO
O clima quente e a elevada disponibilidade hídrica no Nordeste brasileiro oferecem condições
favoráveis para o desenvolvimento da piscicultura. Essa atividade vem sendo incentivada pelo
governo e tanto associações de produtores, quanto empresas de maior porte têm se empenhado,
uma vez que a piscicultura é uma importante atividade econômica e fonte de renda para a
população. Entretanto, ela gera uma grande quantidade de nutrientes e matéria orgânica quando o
seu efluente é descarregado diretamente nos corpos d'água. O presente trabalho é um estudo de
caso desenvolvido no município de Itacuruba que tem capacidade de produção de cerca de 100 mil
ton./ano e está localizado na margem pernambucana do reservatório Itaparica, na região semiárida,
onde o regime de chuvas é extremamente irregular. O objetivo deste estudo é caracterizar a
qualidade da água de entrada e do efluente proveniente de uma piscicultura localizada no semiárido
pernambucano. Foi realizada coleta com periodicidade mensal em dois pontos entre abril de 2015
a março de 2016 (correspondendo a 9 meses de período seco e 3 meses de período chuvoso), para
avaliar a qualidade da água de entrada, proveniente do reservatório Itaparica, e do efluente,
proveniente dos viveiros de Oreochromis niloticus, conhecido popularmente como tilápia. Os
parâmetros analisados foram: temperatura, pH, condutividade elétrica, salinidade, sólidos
dissolvidos totais, fósforo total, fósforo solúvel reativo, nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal,
nitrogênio inorgânico, nitrogênio total, oxigênio dissolvido, oxigênio saturado, turbidez e
transparência. Durante esse período as temperaturas do ar foram superiores às temperaturas médias
históricas para o período 1961 a 1990 na região variando entre 23,5°C a 42,9°C. Não houve
precipitação em 2015, porém em fevereiro de 2016 foi registrada uma chuva acumulada de 1.644
mm. Em relação ao Máximo Valor Permissível (MVP) pela Resolução CONAMA 357/2005 para
rios Classe 2, a água de entrada apresentou condutividade elétrica oscilando entre -21% (período
seco) e 61% superiores (período chuvoso), o fósforo total variou entre 62% no período seco e
509% (período chuvoso), o nitrogênio total oscilou entre 55% (período seco) e 1.379% (período
chuvoso) superiores. O oxigênio oscilou de -87% (período seco) a 187% (período chuvoso). Os
demais parâmetros estiveram em consonância com a dita resolução. O fósforo total foi o parâmetro
mais impactante na água de entrada e apresentou um padrão sazonal com tendência a eutrofização
no período seco e eutrofização durante o período chuvoso. Com relação ao efluente dos viveiros
de piscicultura, os parâmetros estiveram em conformidade com os limites preconizados pela
Resolução CONAMA 430/2011 para rios Classe 2, com exceção da condutividade elétrica, do
fósforo total, do nitrogênio total e do oxigênio dissolvido que apresentaram valores acima do MVP
pela dita Resolução. O fósforo total também foi o parâmetro que mais contribuiu para degradar a
qualidade da água do efluente, que em janeiro de 2016 (período chuvoso) teve um pico de 0,47
mg.L-¹, correspondendo a 1.367% acima do MVP pela Resolução CONAMA 430/2011. Os
resultados revelam que o efluente apresentou eutrofização durante todo o período de estudo. O
reservatório Itaparica apresenta múltiplos usos, como abastecimento de água para a população,
dessedentação animal, irrigação, dentre outros. Durante o período seco houve diferença estatística
significativa entre a água e o efluente para os parâmetros pluviosidade, pH, condutividade elétrica,
sólidos dissolvidos, fósforo total, nitrato, turbidez e transparência (p<0,05). Durante o período
chuvoso houve diferença significativa entre a água e o efluente para os parâmetros condutividade
elétrica, salinidade e sólidos dissolvidos totais, nitrato, turbidez e transparência (p<0,05). Devido
à escassez hídrica no semiárido, é necessário adotar estratégias para melhorar a eficiência do uso
da água e adotar boas práticas de manejo, de modo a minimizar o impacto da atividade aquícola
em regiões semiáridas. Com base no exposto, recomenda-se fazer o tratamento do efluente dos
viveiros de piscicultura antes de ser lançado no corpo receptor em atendimento à Resolução
CONAMA 430/2011, como medida para minimizar a eutrofização, favorecer a sustentabilidade
do empreendimento, garantir a segurança alimentar da população, eliminar o risco à saúde pública
e à biota aquática.
Palavras-chave: qualidade de água, aquicultura, eutrofização, Submédio São Francisco.
70

ABSTRACT
The warm climate and high water availability in the Brazilian Northeast offers favorable
conditions for the development of fish farming. This activity has been encouraged by government
and both producer’s associations and larger companies have been engaged, since fish farming is
an important economic activity and source of income for the population. However, it generates a
large amount of nutrients and organic matter when its effluent is discharged directly into the water
bodies. The present work is a case study developed in the municipality of Itacuruba that has a
production capacity of about 100 thousand tons / year and is located on the pernambucan margin
of the Itaparica reservoir, in the semi-arid region, where the rainfall regime is extremely irregular.
The objective of this study is to characterize the quality of incoming water and effluent from a fish
farm located in the semiarid state of Pernambuco. Monthly data were collected in two points
between April 2015 and March 2016 (corresponding to 9 months of dry period and 3 months of
rainy season), to evaluate the quality of incoming water from the Itaparica reservoir and the
effluent, From the nurseries of Oreochromis niloticus, popularly known as tilapia. The analyzed
parameters were: temperature, pH, electrical conductivity, salinity, total dissolved solids, total
phosphorus, reactive soluble phosphorus, nitrite, nitrate, ammoniacal nitrogen, inorganic nitrogen,
total nitrogen, dissolved oxygen, saturated oxygen, turbidity and transparency. During this period
air temperatures were higher than the historical average temperatures for the period 1961 to 2016
in the region, ranging from 23.5 ° C to 42.9 ° C. There was no precipitation in 2015, but in February
2016 there was an accumulated rain of 1,644 mm. In relation to the Maximum Permissible Value
(MVP) for CONAMA Resolution 357/2005 for Class 2 rivers, the incoming water presented
electrical conductivity ranging from -21% (dry period) to 61% higher (rainy season), total
phosphorus varied between 62% in the dry period and 660% (rainy season), total nitrogen
fluctuated between 55% (dry period) and 1.379% (rainy season) superior. Dissolved oxygen
ranged from -87% (dry period) to 187% (rainy season). The other parameters were in agreement
with the resolution. Total phosphorus was the most impacting parameter in the incoming water
and presented a seasonal pattern with tendency to eutrophication in the dry period and
eutrophication during the rainy season. Regarding effluent from fish farms, the parameters were
in compliance with the limits recommended by CONAMA Resolution 430/2011 for Class 2 rivers,
with the exception of the electrical conductivity, total phosphorus, total nitrogen and dissolved
oxygen that presented values above the MVP by the Resolution. Total phosphorus was also the
parameter that mostly contributed to degrade the water quality of the effluent, which in January
2016 (rainy season) had a peak of 0.47 mg.L-¹, corresponding to 1,367% above the MVP by
Resolution CONAMA 430/2011. The results show that the effluent presented eutrophication
throughout the study period. The Itaparica reservoir has multiple uses, like water supply for the
population, animal watering, irrigation, among others. During the dry period, there was a
significant statistical difference between water and effluent for rainfall, pH, electrical conductivity,
dissolved solids, total phosphorus, nitrate, turbidity and transparency (p <0.05). During the rainy
period, there was a significant difference between water and effluent for the parameters electrical
conductivity, salinity and total dissolved solids, nitrate, turbidity and transparency (p <0.05). Due
to water scarcity in the semi-arid region, it is necessary to adopt strategies to improve the efficiency
of water use and to adopt good management practices to minimize the impact of aquaculture
activity in semiarid regions. Based on the above, it is recommended to treat pisciculture effluents
before being released tino the receiving body in compliance with CONAMA Resolution 430/2011,
as a measure to minimize eutrophication, favor sustainability of the enterprise, guarantee food
security of the population, eliminate risk to public health and aquatic biota.
Key words: water quality, aquaculture, eutrophication, Submédio São Francisco.
71

3.1 INTRODUÇÃO

A Lei 11.959/2009, que dispõe sobre a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da
Pesca, define aquicultura como uma "atividade de cultivo de organismos cujo ciclo de vida em
condições naturais se dá total ou parcialmente no meio aquático, implicando a propriedade do
estoque sob cultivo, equiparada à atividade agropecuária (...)" (BRASIL, 2009). Dentre as
modalidades de aquicultura, estão a piscicultura, a carcinicultura, a ranicultura, dentre outras
(EMBRAPA, 2017).

O Brasil é um país que apresenta condições favoráveis à piscicultura. Possui grande potencial de
mercado, clima favorável à criação, disponibilidade de áreas aptas ao cultivo, grandes safras de
grãos que geram matérias primas para rações animal e, especialmente, grande potencial hídrico
(SOUZA-JÚNIOR, 2013). Essas condições, bem como a disponibilidade de mão-de-obra e a
crescente demanda do mercado interno, são os principais motivos de se alavancar a aquicultura no
país, que está presente em todos os estados brasileiros (EMBRAPA, 2017). Essa grande vocação
e o potencial de mercado criado pelo setor aquícola atrai investidores domésticos e internacionais
interessados tanto no cultivo de pescado, como em diversos outros segmentos da cadeia de
produção, em especial ração, medicamentos e vacinas, genética e equipamentos (KUBITZA,
2015).

A piscicultura brasileira desencadeou-se a partir das décadas de 20 e 30, quando foram realizados
os primeiros trabalhos de Rodolpho von Ihering sobre a reprodução dos peixes, dando um grande
impulso para essa atividade a partir da década de 70, com a organização e aperfeiçoamento de
várias estações de pesquisa e produção de alevinos (PROENÇA; BITTENCOURT, 1994). Nos
países do primeiro mundo, a aquicultura foi desenvolvida numa perspectiva empresarial, enquanto
nos países em desenvolvimento esse setor produtivo foi considerado inicialmente como parte da
economia de subsistência. Sendo assim, a atuação do Estado, através de peixamentos de
reservatórios e de financiamento de projetos estruturadores, foi realizado geralmente a fundo
perdido, dirigido às camadas mais pobres da população (BARBOSA; PONZI-JÚNIOR, 2006).

A aquicultura brasileira produziu em 2015 um total de 574.164 toneladas de pescado, avaliados


em R$ 4,4 bilhões, sendo a maior parte (69,9%) oriunda da criação de peixes, seguida pela criação
de camarões (20,6%) (CARVALHO-FILHO, 2016). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), em 2015 a produção total de peixes foi de 483.241 toneladas, com aumentos
nas Regiões Norte (6,2%), Sudeste (12,7%) e Sul (13,1%). No Nordeste e Centro-Oeste, foram
registradas quedas de 4,7% e 19,7%, respectivamente, devida à escassez de chuvas.
72

A tilápia (Oreochromis niloticus), principal espécie aquícola cultivada no país, apresentou


incremento médio de produção de 14,2% ao ano no período entre 2004 e 2014 (KUBITZA, 2015).
Dentre as vantagens que colocam a tilápia como uma das principais espécies cultivadas
comercialmente, estão: de rápido crescimento, adapta-se em diferentes ambientes e sistemas de
produção, aceita grande variedade de alimentos, resistente à doenças e infecções parasitárias,
dentre outras (CYRINO; CONTE, 2006). Para a tilápia, os principais polos são o Reservatório
Itaparica – BA / PE (24.000 t/ano), os açudes do Castanhão, Orós e Sítios Novos – CE (18.500
t/ano), a região Oeste do Paraná (16.500 t/ano) e o Lago de Ilha Solteira – SP (14.000 t/ano)
(KUBITZA et al., 2016).

O polo aquícola é caracterizado quando há uma concentração regional de produtores, diversos


tipos de empresas que dão suporte a produção aquícola, indústria de beneficiamento de pescado e
de ração (ANPROTEC e SEBRAE, 2002). De acordo com Marcelino (2009), a partir de 2004
iniciou-se a utilização da terminologia Arranjos Produtivos Locais (APL) para caracterizar
“conjuntos de atores econômicos, políticos e sociais, localizados em um mesmo território,
desenvolvendo atividades econômicas correlatas e que apresentam vínculos de produção,
interação, cooperação e aprendizagem”.

De acordo com a produtividade, a piscicultura pode ser classificada em extensiva, semi-intensiva


e a intensiva. No modo extensivo, os peixes não recebem alimentos, vivendo apenas da produção
primária, ou seja, o seu único alimento são os microrganismos que ele encontra na água. O sistema
semi-intensivo é considerado o mais utilizado atualmente, sendo que os peixes recebem uma
suplementação alimentar que completa a dieta de microrganismos. No modo intensivo faz-se o uso
de rações balanceadas em decorrência da alta densidade de indivíduos, tratamento químico da
água, mecanização de alguns processos, entre outros, visando a otimização da criação e o seu
melhor retorno produtivo (OLIVEIRA, 2009).

O maior problema ambiental na criação de organismos aquáticos está relacionado aos efluentes
com grande potencial de poluição nas águas naturais. Embora os efluentes não apresentem altas
concentrações de poluentes, quando comparados aos efluentes de indústrias e municípios, na
maioria das vezes contém valores de algumas variáveis limnológicas acima daqueles permitidos,
tornando-se uma fonte de poluição (BOYD e SCHIMITTOU, 1999; SIPAÚBA-TAVARES, 2000;
SIPAÚBA-TAVARES; FÁVERO; BRAGA, 2002).
73

O excesso de nutrientes (nitrogênio e fósforo) proveniente da piscicultura advém principalmente


do arraçoamento e da fertilização excessiva. A fertilização é utilizada em tanques e viveiros com
a finalidade de aumentar a biomassa fitoplanctônica, para servir de alimento aos organismos
aquáticos (SIPAÚBA-TAVARES et al., 2010). Da ração administrada aos peixes, parte é ingerida
e absorvida (25 a 30 %), outra parte é mineralizada por meio de processos metabólicos e grande
parte não é consumida e, consequentemente, torna-se resíduo (CYRINO et al., 2010; SIPAÚBA-
TAVARES, 2013).

Henry-Silva e Camargo (2008) classificou os impactos da aquicultura em interno, local ou


regional. Segundo Pillay (1992), os principais impactos ambientais causados pela a piscicultura
são os conflitos com o uso dos corpos d’água, sedimentação e obstrução dos fluxos de água,
hipernutrificação e eutrofização, resultante da descarga dos efluentes de viveiros e da poluição por
resíduos químicos empregados nas diferentes fases do cultivo. Diante desses impactos, são
aplicadas uma série de leis ambientais, sanitárias e de saúde pública para a piscicultura, que servem
para regular a atividade desde a sua instalação, passando por sua implantação e, por fim, durante
seu funcionamento (APPOLO; NISHIJIMA, 2011).

Um dos aspectos importantes e complexos da piscicultura envolve a manutenção da qualidade da


água em condições adequadas para criação, exigindo manejo efetivo e assegurando
sustentabilidade (BOYD, 1986; THONTON et al., 1990; MERCANTE et al., 2004, 2007). A
quantidade e a qualidade da água são aspectos determinantes do sucesso da piscicultura. Do ponto
de vista quantitativo, a água requerida pela aquicultura é o somatório da água necessária para
abastecer as unidades de cultivo (viveiros, tanques, etc.) no início do processo de produção, repor
as perdas por evaporação e infiltração que ocorrem no decorrer do ciclo e para renovação das
águas, visando diluir e/ou eliminar resíduos gerados pelo cultivo e, por conseguinte, manter a
qualidade da água (OLIVEIRA; SANTOS, 2011).

Assunção (2011) reportou que, geralmente, os efluentes de criações de organismos aquáticos são
ricos em matéria orgânica e nutrientes, nitrogênio e fósforo, decorrente de adubação, restos de
ração e excreção dos animais. As decomposições do excesso de matéria orgânicas e nutrientes
causam aumento da demanda de oxigênio e disponibilizam nutrientes que favorecem
produtividade primária acarretando em diversos problemas para os corpos hídricos receptores.
Torquato (2012) reporta que a eutrofização favorece a multiplicação de organismos, sobretudo
cianobactérias potencialmente tóxicas. Barbosa e Cirilo (2015) destacam que a eutrofização em
74

corpos hídricos tem despertado a atenção do poder público em razão do perigo que essas águas
oferecem, principalmente quando utilizadas para o abastecimento humano.

A região semiárida brasileira recebeu várias ações no sentido de melhorar a oferta hídrica e a
segurança alimentar da população. Essas ações permitiram ampliar a oferta de alimento, via
agricultura irrigada, pecuária e mais recentemente da aquicultura. Tendo em vista a escassez
hídrica no semiárido, é necessário considerar todas as atividades que demandam água, dentre elas
a piscicultura, deverão melhorar a eficiência do uso da água. Assim, um uso mais eficiente da água
passa tanto pela redução nas suas demandas (aspecto quantitativo), quanto pela manutenção da
água em condições compatíveis com o exigido pelas espécies cultivadas, como também do
monitoramento, controle e reaproveitamento dos efluentes gerados (aspecto qualitativo)
(OLIVEIRA; SANTOS, 2015).

Paralelo ao desenvolvimento e à intensificação da aquicultura cresce a necessidade de


monitoramento dos recursos hídricos, visando à melhoria nos processos de gestão e
acompanhamento dos procedimentos efetivados (SAMPAIO et al., 2013). O monitoramento
periódico da qualidade da água destinada à piscicultura permite quantificar a intensidade dos
impactos ambientais. O objetivo deste estudo é caracterizar a qualidade da água de captação e do
efluente de uma piscicultura localizada no semiárido brasileiro.

3.2 MATERIAL E MÉTODOS

3.2.1 Descrição da área de estudo

O estudo foi conduzido em uma piscicultura na zona rural do município de Itacuruba


(08°50’22,50”S e 038°41’47,38”W), localizada no Semiárido de Pernambuco (Figura 8). Esse
município está situado na mesorregião do São Francisco Pernambucano, inserido na Bacia do
Pajeú (Unidade de Planejamento UP-9), pertencente à microrregião de Itaparica e à Região de
Desenvolvimento (RD) do Sertão Itaparica (Figura 9).

Segundo dados do Censo 2010 do IBGE, o município tem uma área de 430,033 km² (cerca de 0,44
% da área do Estado de Pernambuco) e está distante 471,8 km da capital. O municíp0io está situado
a uma altitude média de 292m e apresenta o clima semiárido quente com tempera9tura média anual
de 26ºC.
75

Figura 9: Localização de parte do Submédio do São Francisco, da bacia do Pajeú e da piscicultura.

Fonte: Elaborado por Cláudia Oliveira, 2016.

De acordo com Rocha-Filho et al. (2016), todo o território do município de Itacuruba (PE)
apresenta no ano de 8 a 10 meses consecutivos de seca e de acordo com os recursos naturais da
região, o potencial agrícola do município mostrou-se bastante limitado. Entretanto, existe água
abundante de boa qualidade a disposição do município, o que pode ser uma importante alternativa
de fonte de renda para atividades não agrícolas. Por essa razão, a piscicultura é uma das alternativas
que vem ganhando força no município. Recentemente, ainda que de forma embrionária, vem se
buscando alternativa de uso das terras com avicultura. A vegetação é caracterizada como caatinga
hiperxerófila (CONDEPE/FIDEM, 2008).

O clima da região é, segundo a classificação de Köppen, Bswh – quente e seco, com a estação
chuvosa compreendida entre verão e o outono (FERREIRA et al., 2012). Observa-se a
predominância de cinco meses de chuva (janeiro a maio) seguidos de sete meses de seca, mas com
distribuição irregular de precipitação. No período chuvoso as precipitações são geralmente mais
intensas que no período seco (CODEVASF, 2010).

Para quantificar a precipitação ocorrida durante o período entre 01.01.2015 a 31.03.2016 foi
consultada a base de dados climatológicos disponibilizada pelo Instituto Nacional de Meteorologia
76

(INMET, 2016) oriundos da Estação A351 localizada no município de Floresta e distante da


piscicultura em 40 km. Para saber se a pluviosidade e a temperatura do ar durante o período do
experimento estiveram dentro da normalidade, foi feita uma comparação com a média histórica da
região tendo como base o período de 1961 a 1990.

3.2.3 Caracterização da piscicultura

A instalação da piscicultura foi feita com viveiros de derivação que são tanques escavados em
terreno natural. A piscicultura opera em regime intensivo de produção e possui 6 tanques
escavados com 1.200 m³, e 2 tanques-escavados com 1.600 m³ e 9 tanques-escavados com 1.800m³
para cultivo de alevinos e juvenis de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus (LINNAEUS, 1758))
(Figura 10). Dois tanques escavados de 6.000 m³ são dedicados à produção de tambaquis. Os
tanques são abastecidos com 75.000 L com água proveniente do reservatório Itaparica em regime
de fluxo contínuo com renovação de água entre 10 a 15 dias. A piscicultura gasta em média 13.500
kg.mês-1 de ração por tanque escavado. Uma parte dos efluentes dos tanques de tilápia é drenada
para uma lagoa de estabilização e a outra parte é drenada para o sistema de tratamento.

Os tanques escavados para criação de juvenis recebem, em média, de 10 a 12 refeições a base de


ração, contabilizando 13.500 kg.mês-¹. Os tanques de alevinos as refeições são divididas em três
fases:
 Na primeira fase, os alevinos chegam aos tanques de alevinagem com cinco dias de vida e
permanecem até 14 dias. Nessa fase, os alevinos recebem apenas ração, em torno de 10
kg.dia-¹;
 Na segunda fase, é adicionado hormônio a partir do 15º dia e esses permanecem em dois
viveiros com profundidade de 1,5 m, até 28 dias, recebendo 10 kg.dia-¹ de ração;
 Na terceira fase, os alevinos vão para viveiros com profundidade menor, aproximadamente
1 m. Os alevinos passam a receber 20 kg.dia-¹ de ração e há introdução de hormônios e
antibióticos.
Foram escolhidos dois pontos de monitoramento: o ponto P1 corresponde à captação de água bruta
no reservatório Itaparica para abastecimento dos viveiros (latitude 08° 48' 21,27" S e longitude
038° 44' 26,18" W) e o ponto P2 corresponde ao efluente de saída dos viveiros (latitude 08° 48'
30,2" S e longitude 038° 44’29,2” W).
77

Figura 10: Vista aérea dos tanques escavados, do efluente de água que abastece os viveiros e do
efluente proveniente dos viveiros de piscicultura.

Tanques de
alevinos de
tilápia e
tambaqui

Captação (P1)

Efluente dos Tanques de


viveiros (P2) juvenis de
tilápia e
tambaqui

Fonte: GOOGLE EARTH, 2017.

3.2.4 Amostragem e análises

Amostras da água e do efluente foram coletadas para caracterização físico-química em dois pontos
amostrais: efluente no reservatório Itaparica (P1) e na saída dos viveiros de O. niloticus (P2). As
amostras foram coletadas entre 09:00 h e 13:00 h para monitoramento dos parâmetros ambientais
temperatura do ar (°C), temperatura da água (°C), potencial hidrogeniônico (pH), condutividade
elétrica (µS.cm-1), salinidade (ppm), sólidos dissolvidos totais (mg/L) e turbidez (UNT) com uma
sonda multiparamétrica Oakton modelo PCD 650. A transparência da água foi medida com um
disco de Secchi.
78

Foram coletados mensalmente in situ com uma garrafa de Van Dorn amostras de água e efluente
para determinar oxigênio dissolvido (mg.L-1), nitrito (mg.L-1), nitrato (mg.L-1), nitrogênio
amoniacal (mg.L-1), nitrogênio total Kjeldahl (mg.L-1) e fósforo total (mg.L-1). O nitrogênio
inorgânico foi obtido pela soma dos parâmetros nitrito, nitrato e nitrogênio amoniacal. A saturação
do oxigênio (mg.L-¹) foi obtida em função da temperatura e da salinidade. As amostras foram
acondicionadas em garrafas de polipropileno devidamente identificadas, refrigeradas e
transportadas ao Laboratório do Departamento de Química da Universidade Federal de
Pernambuco para análise posterior, com exceção das amostras de nitrogênio total que foram
enviadas ao Laboratório de Tecnologia Ambiental (LABTAM) do Instituto de Tecnologia de
Pernambuco (ITEP) para análise posterior. Para a determinação do oxigênio dissolvido foi usado
o método de Winkler modificado por Strickland e Parsons (1972). As amostras físico-químicas da
água e dos efluentes foram coletadas e analisadas conforme a metodologia proposta no Standard
Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, 2012). A metodologia referente
aos parâmetros avaliados encontra-se descrita na Tabela 6.

Tabela 6: Métodos utilizados para avaliação dos parâmetros físico-químicos da água e dos efluentes.
Parâmetros físico-químicos Metodologia
Temperatura do ar (°C) Termômetro digital (in situ)
Temperatura da água (°C), pH; salinidade (ppm);
condutividade elétrica (µS.cm-¹); sólidos Sonda paramétrica (in situ)
dissolvidos totais (mg.L-¹)
Fósforo Total (mg.L-¹); Fósforo solúvel reativo
(mg.L-¹); Nitrito (mg.L-¹); Nitrato (mg.L-¹);
APHA (2012)
Nitrogênio amoniacal (mg.L-¹); Nitrogênio Total
Kjeldahl (mg.L-¹)
Winkler modificado por
Oxigênio Dissolvido (mg.L-¹)
Strickland e Parsons (1972)
A saturação do oxigênio (mg.L-¹)
Oxigênio Saturado (%) foi obtida em função da
temperatura e da salinidade.
Turbidez (UNT) Nefelométrico
Transparência (cm) Disco de Secchi
79

De acordo com a Portaria Nº 715/89 do IBAMA, o rio São Francisco na maior parte do seu estirão,
incluindo o trecho associado ao Projeto de Integração, está enquadrado na Classe 2 (MIN, 2005).
Sendo assim, o presente trabalho baseou-se nos limites máximos de concentração de fósforo total,
nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal, nitrogênio total, oxigênio dissolvido e turbidez preconizados
pela Resolução CONAMA 430/2011 para rios classe 2.

3.2.5 Avaliação do impacto da piscicultura

O percentual do impacto da água (P1) e do efluente (P2) da piscicultura em relação aos MVP pela
Legislação foi calculado de acordo com as equações 6.1 e 6.2.

𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑟â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑒𝑚 𝑃1
𝐼𝑚𝑝𝑎𝑐𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑃1 = (𝑀𝑉𝑃 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑅𝑒𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 𝐶𝑂𝑁𝐴𝑀𝐴 357 𝑑𝑒 2005 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑟𝑖𝑜𝑠 𝐶𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒 2) 𝑥 100% Equação 6.1

𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑟â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑒𝑚 𝑃2
𝐼𝑚𝑝𝑎𝑐𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑃2 = (𝑀𝑉𝑃 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑅𝑒𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 𝐶𝑂𝑁𝐴𝑀𝐴 430 𝑑𝑒 2011 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑟𝑖𝑜𝑠 𝐶𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒 2) x 100 % Equação 6.2

3.2.6 Análise Estatística

Todos os resultados correspondem à média em triplicata dos parâmetros monitorados. A hipótese


de normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk. Para comparar se houve
diferenças significativas entre os períodos foi aplicado o teste de Tukey. Para verificar se existem
diferenças entre os pontos foi aplicado o teste H de Kruskal Wallis, todos ao nível de 5% de
significância. Para a análise de dados utilizou-se o programa IBM SPSS versão 23 para plotar os
dados no formato boxplot e calcular os valores máximo, mínimo, médio e desvio-padrão.

3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores médios dos parâmetros físico-químicos da água que abastece a piscicultura (P1) e do
efluente após passar pelos viveiros (P2) referentes aos períodos seco (n = 9) e chuvoso (n = 3)
estão apresentados na Tabela 7. Durante o período chuvoso os valores médios de todos os
parâmetros físico-químicos em ambos os pontos amostrais foram superiores aos valores médios
encontrados durante o período seco, com exceção do pH da água do reservatório (P1) e do
nitrogênio amoniacal do efluente dos viveiros (P2).

As águas naturais apresentam grandes variações nas suas características físicas e químicas. Essas
são determinadas pela localização geográfica do corpo d’água, pelas características geológicas da
região em que se situa a vegetação que circunda suas margens e, também, pela influência da ação
humana sobre esses ecossistemas aquáticos (LIMA; CAMPECHE; PEREIRA, 2009). A região
semiárida caracteriza-se pela ausência de grandes rios, escassas precipitações e altas temperaturas,
80

fazendo com que seus açudes tenham concentrações de sais e de compostos de fósforo e nitrogênio
(ANA, 2009). Em comparação com as massas de água em outras regiões do Brasil, reservatórios
em regiões semiáridas são mais suscetíveis à eutrofização devido às elevações das temperaturas
médias, evaporação e tempo de residência. Este cenário é agravado em períodos de seca. De fato,
a região está atualmente passando pela pior seca dos últimos 30 anos (NOVAES e FELIX, 2013).

Segundo Melo (2007), o reservatório de Itaparica, localizado entre os Estados de Pernambuco e


Bahia, na região fisiográfica chamada Submédio São Francisco, foi construído em 1987 com a
finalidade prioritária de geração de energia. Contudo, apresenta usos múltiplos como
abastecimento público e industrial, irrigação, piscicultura, pecuária, navegação, turismo e lazer.

Tabela 7: Características limnológicas da água do efluente (P1) que abastece os viveiros e dos efluentes
de viveiros de O. niloticus (P2).
P1 P2
Parâmetro Período Período Período Período
Seco Chuvoso Seco Chuvoso
Temperatura do ar (ºC) 31,8 + 0,75 36,03 + 2,54 31,14 + 1,49 41,10 + 1,56

Pluviosidade (mm) 0,01 + 0,01 617,80 + 514,48 0,01 + 0,01 617,80 + 514,48

Temperatura da água (ºC) 27,14 + 0,75 29,80 + 0,23 25,91 + 0,81 29,40 + 1,16

pH 7,67 + 0,227 7,43 + 0,23 6,37 + 0,13 7,43 + 0,23

Salinidade (ppm) 53,31 + 2,54 75,12 + 4,01 63,76 + 5,04 94,05 + 5,17

Condutividade Elétrica (µS.cm-¹) 98,35 + 6,05 141,08 + 7,73 118,06 + 10,23 179,88 + 11,19

Sólidos Dissolvidos Totais (mg.L-¹) 54,78 + 2,83 88,48 + 6,31 64,26 + 4,47 112,30 + 1,67

Fósforo Total (mg.L-¹) 0,03 + 0,002 0,15 + 0,15 0,14 + 0,01 0,34 + 0,08

Fósforo Solúvel Reativo (mg.L-¹) 0,03 + 0,007 0,11 + 0,03 0,07 + 0,01 0,11 + 0,00

Nitrito (mg.L-¹) 0,16 + 0,71 0,27 + 0,07 0,04 + 0,02 0,09 + 0,02

Nitrato (mg.L-¹) 0,02 + 0,01 0,04 + 0,01 0,05 + 0,01 0,09 + 0,01

Nitr. Amoniacal (mg.L-¹) 0,19 +0,02 0,43 + 0,24 0,32 + 0,08 0,11 + 0,06

Nitr. Inorgânico (mg.L-¹) 0,35 + 0,06 0,73 + 0,31 0,41 + 0,10 0,29 + 0,08

Nitrogênio Total (mg.L-¹) 2,34 + 0,24 11,93 + 3,22 2,40 + 0,24 10,61 + 2,36

Oxigênio Dissolvido (mg.L-¹) 6,25 + 0,72 8,01 + 3,24 5,82 + 1,43 9,07 + 3,04

Oxigênio saturado (mg.L-¹) 111,39 + 13 180,81 + 60,66 126,96 + 31,08 377,39 + 180,55

Turbidez (NTU) 20,66 + 2,24 23,57 + 1,85 33,11 + 7,78 22,97 + 3,57

Transparência (cm) 14,78 + 2,20 22,67 + 1,45 14,11 + 1,25 21,00 + 1,53
81

O período de estudo teve início em abril de 2015 a março de 2016. Com relação à análise temporal,
o período seco compreendeu os meses de abril de 2015 a dezembro de 2015 (9 meses) e o período
chuvoso compreendeu os meses de janeiro de 2016 a março de 2016 (3 meses). A análise espacial
foi feita levando em consideração dois pontos de monitoramento: P1, que corresponde à água do
reservatório Itaparica no efluente e P2, que corresponde ao efluente após passar pelos viveiros de
tilápia.

No período seco (2015) a pluviosidade média foi de 0 mm, considerado um ano atípico. No período
chuvoso a pluviosidade variou entre 39,4 mm e 1644 mm, com média de 617,80 mm, coincidindo
com a maior temperatura durante o período de estudo. Houve diferença estatística significativa
entre a pluviosidade dos períodos seco e chuvoso (p<0,05). Sandre et al. (2009) observaram que a
precipitação tem forte dinâmica para o ambiente, pois ocasiona o aporte de nutrientes e material
particulado, alterando as características físicas e químicas das águas.

No período chuvoso foi registrada a maior temperatura do ar em janeiro de 2016 (43,8 ºC) e no
período seco a menor temperatura, que ocorreu em agosto de 2015 (23,5°C). Essa faixa de
temperatura é típica de região com o clima semiárido e segundo Kubitza (1999), é ideal para a
criação de peixes.

Analogamente, no período chuvoso, também foi registrada a maior temperatura da água, que
ocorreu em março de 2016 (31,4 ºC), e a menor temperatura da água ocorreu em outubro de 2015
(22,7 ºC), considerado período seco. Valores semelhantes foram registrados por Toledo e Castro
(2001), Mercante et al. (2006) e Paggi e Sipaúba-Tavares (2007); Silva et al. (2013). A temperatura
da água está intimamente relacionada com as condições climáticas locais e tem grande importância
no metabolismo e na produtividade biológica da água, cujos ritmos dependem dela (SIPAÚBA-
TAVARES; BRAGA 2008; SIPAÚBA-TAVARES, 2013). Durante ambos os períodos, a
temperatura do efluente dos viveiros (P2) esteve em conformidade a Resolução CONAMA
430/2011 para rios Classe 2 destinada à aquicultura e à atividade de pesca (abaixo de 40 °C). Não
houve diferença significativa nem para a temperatura do ar e nem para a temperatura da água entre
os períodos seco e chuvoso (p<0,05).

No período seco o pH da água do reservatório (P1) variou entre ácido (6,11) a alcalino (9,11) e no
período chuvoso variou entre neutro (7,02) a alcalino (7,83). Já o efluente (P2) variou de ácido
(5,58) a levemente ácido (6,67) no período seco, e permaneceu alcalino (7,48 a 7,53 no período
82

chuvoso (Figuras 11A e 11B). Guimarães et al. (2009) encontraram valores semelhantes de pH na
faixa de 6,68 a 8,68 em viveiros de tambaqui. Silva et al. (2013) encontraram valores na faixa de
6,8 a 7,5 durante o período de estudo. Barzotec (2010) encontrou valores de pH próximos à
neutralidade. Com relação à água do efluente (P1), durante o período seco o pH do efluente (P2)
chegou a reduzir em até 16% e durante o período chuvoso chegou a aumentar o pH em torno de
7%.
Sipaúba-Tavares (2013) constatou que a respiração, fotossíntese, adubação, calagem e poluição
são os cinco fatores que causam a mudança de pH na água. O pH da água de captação esteve dentro
dos MVP pela Resolução CONAMA 430/2011 para rios classe 2 durante todo o período de estudo
e o efluente também atendeu, com exceção de setembro de 2015 (5,90) e outubro de 2015 (5,58).
Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA, [s.d.]), valores de pH abaixo de 6 ou acima de 9
são prejudiciais ou letais para a maioria dos organismos aquáticos, especialmente para os peixes.
De acordo com Chorus e Bartram (1999) valores de pH em torno de 7,5 são um dos fatores que
ajudam na proliferação de cianobactérias. Houve diferença estatisticamente significativa entre o
pH dos períodos seco e chuvoso e entre os pontos P1 e P2 (p<0,05).

Figura 11: Variação do pH da água de entrada (P1) e do efluente dos viveiros (P2) durante o
período seco (A) e chuvoso (B).

A B
Fonte: Elaborado pela autora.

Os maiores valores referentes à condutividade elétrica (199,27 µS.cm-¹), salinidade (103,00 ppm)
e sólidos dissolvidos totais (115,20 mg.L-¹) ocorreram no efluente em janeiro/2016 (período
chuvoso), possivelmente, relacionados à precipitação, favorecendo o aporte de material alóctone
trazido pelas chuvas e ressuspensão de sedimentos. Os menores valores ocorreram no efluente em
maio de 2015 apresentando 77,70 µS.cm-¹, 43,90 ppm e 42,76 mg.L-¹, respectivamente. Valores
altos de condutividade também foram encontrados por Lima; Campeche; Pereira (2009) no açude
83

Manga-Nova, localizado no semiárido, indicando um aumento de concentração de sais devido ao


menor volume de água, resultado influenciado também pelas características pedológicas e
geológicas da região.

Mercante et al. (2007) constatou que a condutividade manteve valores constantes acima de 79
µS.cm-¹ em viveiros de Oreochromis niloticus. Para Rafiee e Saad (2005) o aumento na
condutividade ao longo do período de cultivo pode ser explicado pelo acúmulo de íons oriundos
da mineralização dos resíduos de ração e das excretas dos peixes. Silva (2013) encontrou valores
semelhantes de sólidos dissolvidos totais abaixo de 200 mg.L-¹, indicando boa qualidade da água
para a piscicultura, uma vez que valores acima de 200 mg L-¹ podem ser prejudiciais ao
desenvolvimento zootécnico dos peixes. Segundo Carvalho-Júnior et al. (2014), valores de SDT
altos indicam grau de decomposição elevada e valores reduzidos indicam acentuada produção
primária (algas e microrganismos aquáticos).

A maior concentração de salinidade no afluente (P1) ocorreu março de 2016 (82,07 ppm). Em
relação ao efluente (P2) durante o período seco a maior concentração ocorreu em agosto de 2015
(101,90 ppm) e durante o período chuvoso ocorreu em janeiro de 2016 (103 ppm). A salinidade
do efluente (P2), apresentou durante o período seco valores em média 20% mais elevados em
relação à água do efluente (P1) e durante o período chuvoso apresentou valores em média 25,5%
mais elevados. A Resolução CONAMA 430/2011 não estabelece limite para a salinidade.

O maior valor dos SDT do efluente (P2) ocorreu em janeiro de 2016 (115 mg.L-¹). Durante o
período de estudo os valores dos SDT estiveram abaixo do MVP pela Resolução CONAMA
430/2011 para corpos d’água classe 2 (23%). Os sólidos totais dissolvidos (SDT) do efluente (P2),
apresentaram durante o período seco valores em média 17,3% mais elevados em relação à água do
afluente (P1) e durante o período chuvoso apresentaram valores em média 26,9%,
respectivamente, mais elevados. Houve diferença estatisticamente significativa para os valores de
condutividade elétrica, salinidade e SDT entre os períodos seco e chuvoso (p<0,05).

A maior concentração de oxigênio dissolvido no afluente (P1) e no efluente (P2) ocorreu em


janeiro de 2016 (período chuvoso) e julho de 2015 (período seco), apresentando 13,62 mg.L-¹ e
14,47 mg.L-¹, respectivamente. A menor concentração de oxigênio dissolvido no efluente (P1) e
no efluente ocorreu em abril de 2015 e maio de 2015 (ambos no período seco), apresentando 1,74
mg.L-¹ e 1,07 mg.L-¹, respectivamente (Figura 12A e 12B). Macêdo et al. (2007) encontraram OD
variando entre 3,80 mg.L-¹ e 4,92 mg.L-¹. Chellappa et al. (2008) encontraram valores entre 3,17
mg.L-¹ e 7,60 mg.L-¹.
84

Segundo Rodriguez e Moullac (2000), quando os níveis de oxigênio nos viveiros de aquicultura
tornam-se baixos, os organismos cultivados podem apresentar uma condição de estresse
fisiológico, com o enfraquecimento do sistema imunológico e o aparecimento de infecções. A
concentração do oxigênio dissolvido no efluente esteve em conformidade com o MVP pela
Resolução CONAMA 4390/2011 para corpos d’água classe 2 apenas durante uma parte do período
seco e do período chuvoso (janeiro de 2016 e fevereiro de 2016). Em abril de 2015 e março de
2016 os valores dessa variável limnológica permaneceram abaixo do recomendado pela
Resolução. Esses episódios podem estar correlacionados com uma maior quantidade de matéria
orgânica neste período. Lima; Campeche; Pereira (2009) destacaram que essas oscilações se
devem à mudança de temperatura durante o ano: quanto menor a temperatura, maior será a
quantidade de oxigênio dissolvido.

Figura 12: Variação do oxigênio dissolvido da água de entrada (P1) e do efluente dos viveiros
(P2) durante o período seco (A) e chuvoso (B).

A B
Fonte: Elaborado pela autora.

As maiores variações do oxigênio saturado no efluente (P1) e do efluente (P2) ocorreram em


janeiro de 2016 (período chuvoso), apresentando 273,49% e 717%, respectivamente. As menores
variações ocorreram em abril de 2015 e junho de 2015 (período seco), apresentando 42,44% e
18,71%, respectivamente (Figuras 13A e 13B).
85

Figura 13: Variação do oxigênio saturado da água de entrada (P1) e do efluente dos viveiros
(P2) durante o período seco (A) e chuvoso (B).

Fonte: Elaborado pela autora.

O teor de saturação do oxigênio na água apresenta alta capacidade de oscilação, o que é normal
acontecer em ambientes de cultivo ao longo do dia (KUBITZA, 1998; ABDO; SILVA, 2000).
Quando a concentração de oxigênio dissolvido atinge 45 a 50% de saturação (aproximadamente 3
a 3,5 mg.L-¹ a 28-30 °C), a tilápia começa a reduzir sua atividade e, portanto, o consumo de
oxigênio (ROSS e ROSS, 1983). Não houve diferença estatística significativa para o oxigênio
dissolvido, nem tampouco para o oxigênio saturado durante os períodos seco e chuvoso (p<0,05).

As maiores variações da turbidez na água do efluente (P1) e no efluente (P2) ocorreram em março
de 2016 (período chuvoso) e abril de 2015 (período seco), apresentando 31,70 UNT e 85,10 UNT,
respectivamente (Figuras 14A e 14B). A turbidez é um parâmetro físico que caracteriza quantidade
de materiais em suspensão na água, que pode ser elementos do solo (turbidez argilosa) ou excesso
de algas (turbidez planctônica) (BARBOSA, 2015). Durante ambos os períodos a turbidez do
efluente esteve em conformidade com o MVP pela Resolução CONAMA 430/2011 (> 100 UNT).
Houve diferença estatística significativa para a turbidez entre os pontos monitorados e durante os
períodos seco e chuvoso (p<0,05).

Figura 14: Variação da turbidez da água de entrada (P1) e do efluente dos viveiros (P2) durante
o período seco (A) e chuvoso (B).

Fonte: Elaborado pela autora.


86

Para Kubitza (2003), inúmeras são as causas de turbidez na água dos viveiros: peixes revolvendo
o fundo, enxurradas, erosão dos taludes, aeradores mal posicionados, etc. Albanez; Matos (2007),
associaram o aumento da quantidade de matéria orgânica na água, ao uso de ração para
alimentação dos peixes, que também contribui para o aumento da turbidez. As partículas que
permanecem em suspensão aumentam a turbidez da água e reduzem a luminosidade e,
consequentemente, a fotossíntese (WANTZEN; MOL, 2013), principal fonte de produção de
oxigênio em tanques de cultivo (MOREIRA; VARGAS, 2001). Chacon [s.d.] destaca que a
turbidez também pode alterar o ambiente aquático pelo aumento da temperatura (partículas em
suspensão absorvem o calor mais rapidamente que a água) e pela sedimentação.

A concentração de fósforo total no efluente (P1) variou de 20 µg.L-¹ (abril de 2015, considerado
período seco) a 200 µg.L-¹ (março de 2016, considerado período chuvoso) e no efluente (P2)
variou de 40 µg.L-¹ (maio de 2015, período seco) a 470µg.L-¹ (janeiro de 2016, período chuvoso).
Cerca de 83,3% das amostras do fósforo total no afluente (P1) e 100% das amostras do efluente
(P2) apresentaram valores elevados. A concentração do fósforo total do afluente (P1) chegou a
representar, em média, valores 11 % (período seco) e 211% (período chuvoso) acima da Resolução
CONAMA 357/2005 para rios Classe 2 (PT < 0,03 mg.L-¹ em ambiente lêntico). Lima; Severi;
Lopes (2011) observaram que as concentrações das formas fosfatadas variaram entre 177,304 a
765,511 µg L-¹ em efluente de piscicultura

Arana (1997) observou que fontes de fósforo em efluentes de pisciculturas compreendem: ração
não consumida, fezes e várias frações excretadas pelas brânquias e urina. O fósforo, também pode
ser introduzido no ambiente através de fertilização química ou orgânica, e neste particular em um
manejo inadequado, principalmente águas naturalmente mesotróficas, poderá levar a um processo
rápido de eutrofização.

Com relação ao fósforo solúvel reativo (PSR), no efluente (P1) a concentração variou de 0,01
mg.L-¹ a 0,08 mg.L-¹ durante o período seco e de 0,06 mg.L-¹ a 0,16 mg.L-¹ no período chuvoso.
Durante o período seco a concentração do PSR do efluente (P2), variou de 0,00 mgL-¹ 0,12 mgL-
¹ e durante o período chuvoso variou de 0,01 mgL-¹ a 0,11 mg.L-¹ (Figuras 15A e 15B). Com
exceção dos meses de abril de 2015 e junho de 2015, a concentração do fósforo total no efluente
dos viveiros (P2), esteve acima do MVP pela Resolução CONAMA 430/2011 para rios classe 2
destinada à aquicultura e à atividade de pesca (< 0,03 mg.L-¹ P para ambiente lêntico). Houve
diferença estatisticamente significativa para a concentração do fósforo total durante os períodos
seco e chuvoso e entre os pontos P1 e P2 (p<0,05).
87

Figura 15: Variação do fósforo total e do fósforo reativo solúvel da água de entrada (P1) e do efluente
dos viveiros (P2) durante o período seco (A) e chuvoso (B).

Fonte: Elaborado pela autora.

A Pesquisa de Saneamento Básico (FINEP, 2009), destaca que o fósforo não apresenta restrições
sanitárias na qualidade da água, entretanto, sua importância se deve por ser um nutriente essencial
para o crescimento de algas, podendo sob certas condições conduzir a fenômenos de eutrofização
acelerada. Sipaúba-Tavares (2013) destacou que o fósforo na água pode indicar o grau de trofia
no sistema aquático, ou seja, pode ser rico em nutrientes (eutrófico) ou com poucos nutrientes
(oligotrófico).

Segundo Attayde e Panosso (2008), conhecer a carga máxima de nutrientes gerados pelo sistema
de cultivo que o ecossistema é capaz de suportar, é fundamental para o desenvolvimento da
piscicultura, sendo uma importante ferramenta para o controle e preservação da qualidade da água
do ambiente e para garantia da sustentabilidade da atividade. De acordo com a Tilápia Club (2017),
são necessários 56 sacos de ração (25 kg) para alimentar 1 ton. de tilápias. Considerando que a
cada quilo de ração são adicionados em média 6.000 mg P.kg-¹ e 7.000 mg NPN.kg-¹ (Nitrogênio
Não Proteico), respectivamente, ao final de um ciclo de produção é gerada em média uma carga
de 84 kg P e 98 kg NPN (nitrogênio não proteico) por tonelada de tilápia (Tabela 8). O maior
impacto ocorre na fase da engorda quando os peixes são colocados em tanques-rede diretamente
no reservatório (Figura 16).
Tabela 8: Quantidade de PT (kg) e NNP (kg) por fase para alimentar 1 tonelada de tilápias.

Fase Qde. Sacos Peso saco (kg) Total (Kg) PT (kg) NNP (kg)
Alevinos 1 25 25 1,5 1,75
Juvenil 3 25 75 4,5 5,25
Engorda 52 25 1.300 78 91
Total 56 75 1.400 84 98
88

Beveridge (1984) constatou que para cada kg de pescado, o meio aquático fica enriquecido com
0,75 kg de C (carbono); 0,023 kg de P; 0,10 kg de N, portanto, para cada tonelada de peixe
cultivado são liberados 75 kg de carbono, 23 kg de fósforo e 100 kg de nitrogênio nos corpos
d’água. Essa quantidade varia de acordo com a formulação das rações.

Figura 16: Geração de fósforo e nitrogênio não proteico por fase para produção de 1 ton. de tilápia.

Fonte: Elaborado pela autora.

O efluente, durante o período seco, apresentou concentração média de PSR 416% superior à
concentração do afluente e durante o período chuvoso apresentou concentração média 67%
superior ao mesmo ponto. De acordo com Cruz et al. (2012), a alta disponibilidade do PSR é um
dos fatores que estimula o aumento da biomassa e da densidade da comunidade fitoplanctônica.
Huszar et al. (2006) constatou que as concentrações de PSR foram elevadas nos tratamentos com
adubação artificial e introdução de peixes. A Resolução CONAMA 430/2011 não estabelece limite
para o PSR. Houve diferença estatisticamente significativa para a concentração do fósforo total e
do fósforo solúvel reativo durante os períodos estudados (p<0,05).

Os resultados apresentam diferenças nos períodos de precipitação e seca que refletem diferentes
condições do reservatório. No período chuvoso o reservatório tende a receber o aporte de
substâncias alóctones carreadas e ocorre ressuspensão dos sedimentos depositados no fundo do
reservatório. Também ocorrem diferenças temporais nos índices em função de características
hidrológicas e ao fluxo de nutrientes do sistema aquático avaliado (ARRUDA, 2015). Selge;
Gunkel (2013) também relacionaram variações na concentração de fósforo no reservatório
Itaparica com as condições do nível de operação.

A concentração de nitrogênio total na água de entrada variou de 0,70 mg.L-¹ a 3,25 mg.L-¹ durante
o período seco e de 0,64 mg.L-¹ a 17,51 mg.L-¹ durante o período chuvoso. Durante o período seco
89

a concentração do nitrogênio total do efluente dos viveiros (P2), variou de 0,73 mgL-¹ a 3,41 mg.L-
¹ e durante o período chuvoso variou de 6,53 mg.L-¹ a 10,61 mg.L-¹ (Figura 17A e 17B).

Figura 17: Variação do nitrogênio total da água (P1) e do efluente dos viveiros (P2) durante o
período seco (A) e chuvoso (B).

Fonte: Elaborado pela autora.

Durante a maior parte do período seco e todo o período chuvoso esse parâmetro não esteve em
conformidade com o MVP pela Resolução CONAMA 430/2011. A origem do nitrogênio pode ser
natural (água da chuva, material orgânico e inorgânico de origem alóctone e a fixação de nitrogênio
molecular) ou artificial sendo proveniente, principalmente, de efluentes domésticos, industriais e agrícolas
(BUZELLI et al., 2013). Os valores mais elevados do NT medidos nos meses de janeiro de 2016 a março
de 2016 possivelmente estão relacionados ao aumento da precipitação nesse período que favorece o
carreamento de materiais para os corpos d’água e ressuspensão dos sedimentos. N ão houve diferença
estatística significativa para o nitrogênio total entre os pontos monitorados durante os períodos
seco e chuvoso (p<0,05).

No efluente (P1) durante o período seco a concentração de nitrito variou de 0 mg.L-¹ a 0,67 mg.L-
¹ e no período chuvoso variou de 0,15 mg.L-¹ a 0,38 mg.L-¹.Durante o período seco a concentração
de nitrito no efluente, após passar pelos viveiros (P2), variou de 0 mgL-¹ a 0,51 mgL-¹ e durante o
período chuvoso variou de 0 mg.L-¹ a 0,25 mg.L-¹ (Figuras 19A e 19B). Durante o período de
estudo, o nitrito esteve em conformidade com o MVP pela Resolução CONAMA 430/2011.

O nitrito (NO2-) é um metabólito intermediário do processo de nitrificação, durante a qual a amônia


é oxidada a nitrato (NO3-) através da ação de bactérias do Gênero Nitrosomonas e Nitrobacter,
favorecendo o acúmulo de nitrito na água (CYRINO et al., 2007). O nitrito em altas concentrações
é um composto tóxico que pode provocar mortalidade para organismos aquáticos em sistemas de
cultivo (BROWNELL, 1980; CAMPOS, 2012).
90

No efluente (P1) a concentração de nitrato variou de 0 mg.L-¹ a 0,03 mg.L-¹ durante o período
seco e variou de 0,03 mg.L-¹ 0,04 mg.L-¹ durante o período chuvoso. No período seco a concentração
de nitrato do efluente, após passar pelos viveiros (P2), variou de 0,02 mgL-¹ a 0,10 mgL-¹ e durante o
período chuvoso variou de 0,06 mg.L-¹ a 0,10 mg.L-¹ (Figuras 21A e 21B). Durante o período de estudo, o
nitrato esteve em conformidade com o MVP pela Resolução CONAMA 430/2011 (< 10 mgL-¹ N).

No efluente (P1) durante o período seco o nitrogênio amoniacal variou entre 0,05 mg.L-¹ a 0,28 mg.L-¹ e
durante o período chuvoso variou entre 0,01 mg.L-¹ a 0,85 mg.L-¹. No ponto P2, a concentração do
nitrogênio amoniacal variou de 0 mgL-¹ a 45 mgL-¹ no período seco e durante o período chuvoso variou de
0,10 mgL-¹ a 0,87 mgL-¹. Silva (2007) destacou que a presença de nitrogênio amoniacal na água pode
indicar matéria orgânica em decomposição e que o ambiente está pobre em oxigênio. Durante ambos os
períodos as concentrações de nitrogênio amoniacal permaneceram em conformidade com os limites
preconizados pela Resolução CONAMA 430/2011 (< 2,0 mg.L-¹).

A amônia é altamente solúvel na água. Em águas naturais onde há a prática de piscicultura extensiva, os
níveis de amônia podem ser altos (FAO, 2016). Ferreira-Júnior (2011) destaca que em condições de pH
elevado (frequentes durante os períodos de elevada fotossíntese), a amônia apresenta-se em grande parte
na forma livre (NH3), tóxica aos peixes, ao invés de na forma ionizada (NH 4+), não tóxica. Segundo Arana
(1997), a amônia excretada pelos organismos aquáticos é oxidada em nitrato pela ação das bactérias
quimioautotróficas Nitrosomonas e Nitrobacter, que transformam NH4+ em NO2- (nitrito) e NO2- em NO3-
(nitrato).

No efluente (P1) a concentração de nitrogênio inorgânico durante o período seco variou de 0,16
mg.L-¹ a 0,74 mg.-¹ e durante o período chuvoso variou de 0,19 mg.L-¹ 1,27 mg.L-¹. No ponto P2,
a concentração do nitrogênio inorgânico durante o período seco variou de 0,03 mg.L-¹ a 1,04 mg.L-
¹ e durante o período chuvoso variou de 0,26 mg.L-¹ a 0,44 mg.L-¹ (Figuras 18A e 18B). A
Resolução CONAMA 430/2011 não estabelece MVP para o nitrogênio inorgânico.

Amorim (2014) comprovou que as concentrações de nitrogênio inorgânico total (amônia, nitrito, nitrato),
com exceção dos 30 primeiros dias de experimento, mostraram clara tendência de aumento, entretanto, a
concentração observada ao final do cultivo (235,68 μg.L-¹l) foi inferior à inicial (381,65 μg.L-¹).

Não houve diferença estatisticamente significativa para o nitrito, nitrato, nitrogênio inorgânico
entre os pontos monitorados nos períodos seco e chuvoso (p<0,05). Houve diferença estatística
significativa para o nitrogênio amoniacal durante os períodos seco e chuvoso (p<0,05).
91

Figura 18: Variação do nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal e nitrogênio inorgânico da água (P1) e
do efluente dos viveiros (P2) durante o período seco (A) e chuvoso (B).

Fonte: Elaborado pela autora.

No efluente (P1) a transparência variou de 18 cm a 30 cm durante o período seco e variou de 20


cm a 40 cm durante o período chuvoso. No ponto P2 a transparência variou de 10 cm a 20 cm
durante o período seco e variou de 18 cm a 25 cm durante o período chuvoso (Figuras 19A e 19B).

Figura 19: Variação da transparência da água (P1) e do efluente dos viveiros (P2) durante o
período seco (A) e chuvoso (B).

Fonte: Elaborado pela autora.

Sandre et al. (2009) constataram que a transparência tem relação inversa com a quantidade de matéria
orgânica dissolvida na água e a presença de fitoplâncton. Assim, o acúmulo de matéria orgânica influi
diretamente na densidade do fitoplâncton e na turbidez da água. H ouve diferença estatística significativa
para a transparência entre os pontos monitorados e durante os períodos seco e chuvoso (p<0,05).
Não existe MVP determinado pela Resolução CONAMA 430/2011 para esse parâmetro. Em corpos
d’água com transparência inferior a 20 cm, o viveiro está muito turvo. Se a transparência estiver entre 20 a
30 cm, a turbidez está se tornando excessiva.
92

Impactos dos efluentes de piscicultura

A maior concentração de fósforo total no afluente (P1) ocorreu em março de 2016 (660%),
(período chuvoso) e a menor concentração (62%) ocorreu em abril de 2015 (período seco). Em
relação ao efluente (P2), a maior concentração ocorreu em janeiro de 2016 (1.367%) (período chuvoso)
e a menor concentração (137%) ocorreu em abril de 2015 (período seco) (Figura 20). O efluente (P2) em
relação ao afluente (P1) apresentou valores em média 447% (período seco) e 174% (período
chuvoso) superiores. Em relação à Resolução CONAMA 430/2011, o efluente (P2) apresentou
concentração de fósforo total em média 635 % (período seco) e 1.119% (período chuvoso) acima
do MVP para rios classe 2 (PT < 0,03 mg.L-¹ em ambiente lêntico).

Os elevados valores de fósforo total durante o período de estudo são semelhantes aos de resultados de
Mercante (2007). Esse autor ressaltou que a atividade de piscicultura promoveu intenso processo de
eutrofização na água do viveiro. Geralmente ocorre a utilização máxima da capacidade de suporte
em viveiros e tanques de criação de peixes, sistemas que variam de mesotróficos a eutróficos, onde
qualquer alteração, por menor que seja, pode acarretar condições adversas no meio (SIPAÚBA-
TAVARES et al., 2002; SIPAÚBA-TAVARES; BRAGA, 2007).

Figura 20: Impacto do fósforo total da água de entrada (P1) e do efluente dos viveiros (P2) em
relação ao MVP pela Resolução CONAMA 430/2011 para rios Classe 2 durante o período de
estudo.

Fonte: Elaborado pela autora.

Apesar do efluente de piscicultura apresentar grande volume com baixos teores de nutrientes (N e
P), quando comparado com efluentes de origem doméstica, o seu lançamento direto e contínuo nos
93

ambientes pode resultar em uma bioacumulação crônica e posteriormente a eutrofização, com


consequências ecológicas negativas sobre o ambiente aquático (SILVA, 2007). Segundo Queiroz;
Silveira (2006), nos viveiros de aquicultura onde não é adotado um manejo eficiente da qualidade
da água, as rações se tornam uma fonte de nutrientes que conduzem à deterioração da qualidade
da água dos viveiros.

O efluente (P2) apresentou valores de nitrogênio total (NT) em média 103% superiores em relação ao
afluente (P1) durante o período seco e 92% superiores durante o período chuvoso. Em relação à Resolução
CONAMA 430/2011 para rios Classe 2, a concentração de NT no efluente (P2) variou entre 189%
(período seco) e 835% (período chuvoso) superiores ao MVP, tendo ocorrido a maior intensidade
em julho de 2015 (269%). Durante o período chuvoso as concentrações das amostras de NT
variaram entre 514% e 1.379% acima do MVP (Figura 21). Em relação ao MVP pela Resolução
CONAMA 357/2005, o afluente (P1) apresentou valores médios de NT oscilando entre 184%
(período seco) e 940% (período chuvoso.

Figura 21: Percentual de impacto do nitrogênio total da água de entrada (P1) e do efluente dos
viveiros (P2) em relação ao MVP pela Resolução CONAMA 430/2011 para rios Classe 2
durante o período de estudo.

Fonte: Elaborado pela autora.

O nitrogênio atua como fator limitante na produção primária de ecossistemas, sendo que
concentrações elevadas desse nutriente favorecem esta produção. Por isso, é um dos nutrientes
responsáveis pelo processo de eutrofização e, consequentemente, influencia na quantidade de
oxigênio dissolvido, pH, condutividade elétrica e clorofila existente no meio, podendo causar a
diminuição da biodiversidade existente no local (WETZEL, 2001; ESTEVES, 2011).
94

Segundo CALIJURI et al. (1999), o sistema aquático pode ser considerado eutrófico quando
suporta proliferação massiva de cianobactérias e diminuição de oxigênio no hipolímnio. Estas
florações são caracterizadas pelo intenso crescimento na superfície da água e formação de uma
densa camada com espécies de ampla tolerância às alterações ambientais (MITCHELL, 1996;
ELER et al., 2001; SAMPAIO et al., 2002). Os efluentes contaminados, quando lançados
diretamente nas águas de rios e lagos, constituem riscos potenciais para a saúde pública,
principalmente quando essas águas são utilizadas sem tratamento na preparação de alimentos,
higiene pessoal e irrigação de culturas (DONINI et al., 1993; BOYD e QUEIROZ, 1997).

Os efluentes de viveiros com água de baixa qualidade, em função do elevado aporte de nutrientes
e ração, geralmente apresentam uma concentração reduzida de oxigênio dissolvido e elevada
concentração de nutrientes, matéria orgânica e sólidos em suspensão. A descarga desse tipo de
efluente nos cursos de águas naturais pode causar poluição, prejudicando diretamente as
comunidades aquáticas do corpo receptor, reduzindo a qualidade da água destinada a outros usos
e benefícios (SILAPAJARN; BOYD, 2005).

3.4 CONCLUSÃO

Em relação ao MVP pela Resolução CONAMA 357/2005 para rios Classe 2, a água que abastece
os viveiros (P1), apresentou valores de condutividade elétrica oscilando entre -21% (período seco)
e 61% superiores (período chuvoso), os sólidos dissolvidos totais variaram entre 55% (período
seco) e 88% (período chuvoso), a concentração do fósforo total chegou a representar, em média,
valores 110% (período seco) e 509% (período chuvoso) acima, o nitrogênio total variou entre
184% (período seco ) e 940% (período chuvoso). A maior parte das amostras apresentou valores
de condutividade acima do MVP, com exceção das amostras de abril de 2015, maio de 2015, junho
de 2015, julho de 2015 e outubro de 2015. O oxigênio dissolvido esteve abaixo do MVP nas
amostras de abril de 2015, setembro de 2015 e março de 2016. Os demais parâmetros atenderam
à dita resolução.

Com relação ao efluente dos viveiros de piscicultura (P2), os parâmetros estiveram em


conformidade com os limites preconizados pela Resolução CONAMA 430/2011 para rios Classe
2, com exceção da condutividade elétrica, do fósforo total, do nitrogênio total e do oxigênio
dissolvido que apresentaram valores acima do MVP pela dita Resolução, cujos padrões são 100
µS.cm-¹, 0,03 mg.L-¹, 1,27 mg.L-¹ e 5 mg.L-¹, respectivamente, para rios Classe 2. Em relação à
Resolução CONAMA 430/2011, o efluente (P2) apresentou concentração de fósforo total em
média 635 % (período seco) e 1.119% (período chuvoso) e o nitrogênio total variou entre 269%
95

(período seco) e acima do MVP para rios classe 2 (PT < 0,03 mg.L-¹ em ambiente lêntico). Os
demais parâmetros estiveram em conformidade com a dita resolução. O fósforo total foi o
parâmetro mais impactante e apresentou um padrão sazonal com tendência a eutrofização no
período seco e eutrofização durante o período chuvoso.

O fósforo total foi o parâmetro que apresentou o maior impacto para degradar a qualidade da água,
tanto na água de entrada, quanto no efluente, que em janeiro de 2016 (período chuvoso) teve um
pico de 0,47 mg.L-¹, correspondendo a 1.367% acima do MVP pela Resolução CONAMA
430/2011. Os resultados revelam que o efluente apresentou eutrofização durante todo o período de
estudo. Possivelmente esse resultado foi decorrente do arraçoamento excessivo, despesca,
operação do reservatório, aporte de chuvas, carreamento de sedimentos alóctones e ressuspensão
de sedimentos do fundo dos viveiros.

O reservatório Itaparica apresenta múltiplos usos, como abastecimento de água para a população,
dessedentação animal, irrigação, dentre outros. Devido à escassez hídrica no semiárido, é
necessário adotar estratégias para melhorar a eficiência do uso da água e adotar boas práticas de
manejo, de modo a minimizar o impacto da atividade aquícola em regiões semiáridas. Com base
no exposto, recomenda-se fazer o tratamento do efluente dos viveiros de piscicultura antes de ser
lançado no corpo receptor em atendimento à Resolução CONAMA 430/2011, como medida para
minimizar a eutrofização, favorecer a sustentabilidade do empreendimento, garantir a segurança
alimentar da população, eliminar o risco à saúde pública e à biota aquática.

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4. AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE


EFLUENTES DE UMA PISCICULTURA NO SEMIÁRIDO DE PERNAMBUCO
104

RESUMO

Em relação ao clima quente e ao Reservatório Itaparica, Itacuruba possui condições ideais para
implantação de piscicultura com capacidade de produção de cerca de 100 mil toneladas por ano.
Apesar da aquicultura ter se tornado uma importante fonte de renda para a população, ela gera uma
grande quantidade de nutrientes e matéria orgânica quando descarregada nos corpos d'água. A
cidade está localizada na região semiárida, onde o regime de chuvas é extremamente irregular.
Devido à escassez hídrica, é necessário adotar estratégias para melhorar a eficiência do uso da
água em regiões semiáridas. O objetivo deste estudo é monitorar os parâmetros físico-químicos da
água e do efluente de uma piscicultura localizada no semiárido brasileiro e avaliar a eficiência do
sistema de tratamento usando uma wetland construída com uma associação das macrófitas
aquáticas Eichhornia crassipes e Egeria densa no período seco e no período chuvoso. O sistema
de tratamento consiste em uma wetland construída com dimensões de 100 x 25 x 2,0 m, com 6
chicanas de 0,4 x 20 m de largura. O regime de abastecimento do tanque é de fluxo contínuo, com
uma vazão média de 2,61 + 0,12 L.s-¹ durante o período seco e 3,89 + 0,15 L.s-¹ durante o período
chuvoso. Para que as plantas tenham tempo de absorver os nutrientes, o período de residência do
efluente é de no mínimo 72 horas, com um volume útil de 4.250 m³. Foi realizada coleta da água
de entrada e do efluente de saída para avaliar o sistema de tratamento entre abril de 2015 a março
de 2016, correspondendo a 9 meses de período seco e 3 meses de período chuvoso. Os resultados
foram comparados entre os períodos e com os limites da Resolução CONAMA 430/2011. Durante
o período estudado, a temperatura do ar variou entre 23,5°C a 42,9°C. Não houve precipitação em
2015, porém em fevereiro/2016 ocorreu uma chuva de 1.644 mm. O tratamento apresentou melhor
eficiência de remoção durante o período chuvoso para a salinidade, condutividade, sólidos
dissolvidos totais, fósforo total, nitrito, nitrato, nitrogênio inorgânico e turbidez possivelmente
devido à diluição dos nutrientes e material orgânico pela chuva. Durante o período seco o sistema
de tratamento apresentou melhor eficiência de remoção para o fósforo solúvel reativo, o nitrogênio
amoniacal e o nitrogênio total. A concentração do fósforo total na saída do sistema de tratamento
esteve acima do máximo valor permissível pela Resolução CONAMA 430/2011 durante ambos
os períodos, portanto, para esse nutriente, o tratamento com E. crassipes e E. densa, não foi
satisfatório para atender à resolução.

Palavras-chave: wetland construída, eficiência de remoção, eutrofização, fitorremediação,


macrófitas aquáticas, Submédio São Francisco.
105

ABSTRACT

Concerning the warm climate and Itaparica Lake, Itacuruba has ideal conditions to implant fish
farms with production capacity of about 100 thousand tons per year. Despite aquaculture has
become an important income to the population, it generates a great amount of nutrients and organic
matter when discharged in the water bodies. The city is located in the semiarid region where
rainfall regime is extremely irregular. Due to the water shortage, it is necessary to adopt strategies
to improve the efficiency of water use in semiarid regions. The objective of this study is to evaluate
aquaculture wastewater treatment using Green Liver System (a constructed wetland) in a fish farm
located in Itacuruba, Brazilian semiarid. The system consists in a excavated tank using two aquatic
macrophytes: Eichhornia crassipes and Egeria densa. Water samples were taken from april/2015
to march/2016 to analysis of physical and chemical parameters. Parameters of water quality were
evaluated in the rainy season and the dry season. Results were compared to legislation. During the
period studied, the air temperature ranged from 23.5 ° C to 42.9 ° C. There was no precipitation in
2015, but in February / 2016 there was a rainfall of 1,644 mm. Results showed that rainfall during
first quarter of 2016 influenced both physicochemical parameters, which is typical of tropical
environments. The treatment had better removal efficiency during the rainy period for salinity,
conductivity, total dissolved solids, total phosphorus, nitrite, nitrate, inorganic nitrogen and
turbidity possibly due to the dilution of nutrients and organic matter by rainfall. During the dry
period, the treatment system showed better removal efficiency for reactive soluble phosphorus,
ammoniac nitrogen and total nitrogen. The concentration of total phosphorus at the exit of the
treatment system (P5) was above the maximum allowable value by CONAMA Resolution
430/2011 during both periods, therefore, for this nutrient, the treatment with association of E.
crassipes and E. densa was not satisfactory to meet the resolution.

Keywords: constructed wetland, removal efficiency, eutrophication, phytoremediation, aquatic


macrophytes, Submedium São Francisco.
106

4.1 INTRODUÇÃO

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, 2010), a
aquicultura é o cultivo de organismos aquáticos, como peixes, crustáceos, moluscos e plantas
aquáticas. Essa atividade envolve o cultivo de organismos em água doce e em água salgada sob
condições controladas. Atualmente, a aquicultura é responsável pela produção da metade dos
peixes e moluscos consumidos diretamente pela população mundial.

De acordo com os dados disponíveis, a produção de peixes por meio da aquicultura triplicou entre
1995 e 2007. O continente asiático se destaca na produção aquícola mundial, sendo que a China é
o principal país na produção de pescados em cativeiro, produzindo 41.108,306 toneladas em 2012,
o que representa 45% da produção mundial. Em seguida, a América e a Europa representam 3,5%
e 3,4%, respectivamente, da produção aquícola mundial (SEBRAE, 2015). Segundo o Ministério
da Pesca e Aquicultura, a produção brasileira de pescado em 2013 foi de 1.241.807 toneladas,
sendo que, destas, 765.287 toneladas foram de origem da pesca (61,6%) e 476.512 toneladas de
origem da aquicultura (38,4%) (MPA/IBGE, 2015).

O Brasil é hoje o 12º maior produtor mundial em aquicultura segundo o Plano de


Desenvolvimento da Aquicultura Brasileira (2015) e essa atividade representa a nova
fronteira para o crescimento do nosso agronegócio. No Brasil, das 476.512 toneladas de
pescado produzidas pela aquicultura em 2013, a aquicultura continental foi responsável
por 392.492 toneladas (82,36%), e a aquicultura marinha foi responsável por 84.020
toneladas (17,63%) (MPA/IBGE, 2015).

A região Nordeste foi a maior produtora em 2013, com 140.748 toneladas de pescado, seguida
pela região Sul, com 107.448 toneladas. Em 3º lugar veio a região Centro-Oeste, com 105.010
toneladas; em 4º lugar a região Norte, com 73.009 toneladas. Em 5º e último lugar apareceu a
região Sudeste, com 50.297 toneladas (MPA, 2013). A piscicultura continental foi representada
especialmente pela criação da tilápia em tanques-rede nos açudes do Ceará e nos reservatórios do
rio São Francisco em áreas da Bahia, Pernambuco e Alagoas, e pelos peixes redondos em viveiros
escavados no Maranhão, Piauí, Sergipe e Bahia. Os principais polos da região foram o
Reservatório Itaparica nos estados da Bahia e de Pernambuco e os açudes do Castanhão, de Orós
e de Sítios Novos no Ceará (KUBITZA, CAMPOS, ONO; ISTCHUK, 2012a; KUBITZA,
CAMPOS, ONO & ISTCHUK, 2012B; BRASIL, 2013A; BRASIL, 2013b)
107

Devido à disponibilidade de água de boa qualidade, a piscicultura vem se destacando no município


de Itacuruba, localizado no semiárido pernambucano. Essa atividade é uma importante fonte de
emprego e geração de renda, além de fornecer segurança alimentar para a população. Atraídas pelo
clima e pelo espelho d’água de 820 quilômetros quadrados, formado pelo Reservatório Itaparica,
as empresas encontraram na cidade as condições ideais para formação das fazendas aquícolas com
capacidade de produção de cerca de 100 mil toneladas por ano (BRITTO, 2013).
Para atender à demanda por fonte de proteína de peixes, os produtores recorrem à intensificação
dos sistemas de criação (manuseio excessivo, transporte e adensamento), adicionando rações
altamente proteicas (CASTINE et al. 2013), ocasionando problemas em relação à sanidade dos
animais e contribuindo para alterar a qualidade da água (CHAGAS et al., 2012; BRITO et al.,
2015). O aumento no aporte de ração e matéria orgânica pode levar ao excesso de fitoplâncton, à
baixa concentração de oxigênio dissolvido, a alta concentração de amônia, dentre outros problemas
(BOYD; TUCKER, 1988).
Apesar de a piscicultura ter se tornado uma importante fonte de renda para a população, ela pode
contribuir para eutrofizar o ambiente, quando descarregada diretamente nos corpos d'água, devido
à enorme carga orgânica gerada no processo de produção (ASSUNÇÃO, 2011), prejudicar as
comunidades aquáticas e degradar a qualidade da água destinada para outros usos múltiplos
(BOYD, QUEIROZ, 2004; SILAPAJARN; BOYD, 2005). A qualidade dos efluentes não deve ser
diferente da qualidade da água utilizada nas pisciculturas (MIRES, 1995)
No Brasil, o lançamento de efluentes diretamente nos corpos hídricos ainda é prática comum
(MINGHINI, 2007). No semiárido os reservatórios apresentam condições climáticas e
hidrológicas peculiares, poucas e curtas chuvas, velocidade do vento relativamente baixa a
moderada, altas temperaturas e taxa de evaporação e um grande tempo de residência da água
(CHELLAPPA et al., 2009).Tendo em vista que a piscicultura está localizada essa região, onde o
regime de chuvas é extremamente irregular, e que o reservatório Itaparica possui usos múltiplos,
dentre eles: abastecimento humano, agricultura e dessedentação animal, etc., é necessário adotar
estratégias para melhorar a eficiência do uso da água nessa região.
O tratamento de efluentes utilizando wetlands construídas com macrófitas aquáticas pode ser uma
abordagem alternativa para a gestão da piscicultura. Os sistemas de tratamento de águas residuais
à base de macrófitas são relativamente baratos de construir e operar, fáceis de manter e
proporcionar tratamentos de águas residuais eficazes e viáveis (FARAHBAKHSHAZAD et al.,
2000, LIN et al., 2005, GREENWAY, 2005, HADAD et al., 2006). O termo wetlands construídas
refere-se à tecnologia de tratamento de águas residuárias baseada nos processos físicos, químicos
e biológicos encontrados nos ecossistemas das várzeas naturais, podendo ser classificado como
108

um sistema natural (SILVA, 2012). Inúmeros estudos demonstraram que as wetlands construídas
podem remover com sucesso quantidades de sólidos, matéria orgânica, nitrogénio, fósforo, DBO,
DQO, transparência, cor, oligoelementos e microrganismos contidos em águas residuais (LIN et
al., 2002; BITAR, 2009; CHAGAS et al., 2012; TURCIUS; PAPENBROCK, 2014).

O objetivo desse trabalho foi avaliar a eficiência de um sistema de tratamento de efluentes em uma
piscicultura no semiárido de Pernambuco.

4.2 MATERIAL E MÉTODOS

4.2.1 Descrição da área de estudo

O estudo foi conduzido em uma piscicultura na zona rural do município de Itacuruba


(08°50’22,50”S e 038°41’47,38”W), localizada no Semiárido de Pernambuco. Esse município está
situado na mesorregião do São Francisco Pernambucano, inserido na Bacia do Pajeú, pertencente
à microrregião de Itaparica e à Região de Desenvolvimento (RD) do Sertão Itaparica (Figura 22).
De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC, 2017), a bacia hidrográfica
do Pajeú é a maior bacia do estado de Pernambuco, com uma área de 16.685,63 km²,
correspondendo a 16,97% da área do estado. Possui 355 km de extensão da sua nascente até a sua
foz no reservatório Itaparica e sua a área de drenagem envolve 27 municípios.

Segundo dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o


município tem uma área de 430,033 km² (cerca de 0,44 % da área do Estado de Pernambuco) e
está distante 471,8 km da capital. O município está situado a uma altitude média de 292m e está
inserido na bacia hidrográfica do Rio Pajeú, Unidade de Planejamento (UP-9) e Submédio do Rio
São Francisco e apresenta o clima semiárido quente com temperatura média anual de 26ºC (IBGE,
2015).

Segundo Rocha-Filho et al. (2016), todo o território do município de Itacuruba PE apresenta no


ano de 8 a 10 meses consecutivo de seca e de acordo com os recursos naturais da região, o potencial
agrícola do município mostrou-se bastante limitado. Entretanto, existe água abundante de boa
qualidade a disposição do município, o que pode ser uma importante alternativa de fonte de renda
para atividades não agrícolas. Por essa razão, a piscicultura é uma das alternativas que vem
ganhando força no município. Recentemente, ainda que de forma embrionária, vem se buscando
109

alternativa de uso das terras com avicultura. A vegetação é caracterizada como caatinga
hiperxerófila (CONDEPE/FIDEM, 2008).

Figura 22: Localização de parte do Submédio do São Francisco, da bacia do Pajeú, da


piscicultura e do sistema de tratamento de efluentes.

Autoria: Cláudia Oliveira, 2016.

O clima da região é, segundo a classificação de Köppen, Bswh – quente e seco, com a estação
chuvosa compreendida entre verão e o outono (FERREIRA et al., 2012). Observa-se a
predominância de cinco meses de chuva (janeiro a maio) seguidos de sete meses de seca, mas com
distribuição irregular de precipitação. No período chuvoso as precipitações são geralmente mais
intensas que no período seco (CODEVASF, 2010).

Para quantificar a precipitação ocorrida durante o período entre 01.01.2015 a 31.03.2016 foi
consultada a base de dados climatológicos disponibilizada pelo Instituto Nacional de Meteorologia
(INMET, 2016) oriundos da Estação A351 localizada no município de Floresta e distante do
sistema de tratamento em 40 km. Para saber se a pluviosidade e a temperatura do ar durante o
110

período do experimento estiveram dentro da normalidade, foi feita uma comparação com a média
histórica da região tendo como base o período de 1961 a 1990.

4.2.2 Caracterização da piscicultura


A instalação da piscicultura foi feita com viveiros de derivação. A piscicultura opera em regime
intensivo de produção e possui 6 tanques escavados para cultivo de juvenis de tilápia com 1.200
m³, e 2 tanques-escavados com 1.600 m³ e 9 tanques-escavados com 1.800m³ (Figura 23). Dois
tanques escavados de 6.000 m³ são dedicados à produção de tambaquis. Os tanques são abastecidos
com 75.000 L com água proveniente do reservatório Itaparica em regime de fluxo contínuo com
renovação de água entre 10 a 15 dias. A piscicultura gasta em média 13.500 kg.mês-1 de ração por
tanque escavado. Uma parte dos efluentes dos tanques de tilápia é drenada para uma lagoa de
estabilização e a outra parte é drenada para o sistema de tratamento.

Figura 23: Vista aérea dos tanques escavados para criação de juvenis de tambaqui e tilápia, do ponto de
captação de água (P1), do sistema de tratamento de efluente de piscicultura (P2 e P5).

Tanques de
alevinos de
tilápia e
tambaqui
Captação (P1)

Tanques de
Wetland construída juvenis de
para tratamento de tilápia e
efluentes de pisci- tambaqui
cultura (P2 e P5)

Fonte: GOOGLE EARTH, 2016.


111

Os tanques escavados para criação de juvenis recebem, em média, de 10 a 12 refeições a base de


ração, contabilizando 13.500 kg.mês-¹. Nos tanques de alevinos as refeições são divididas em três
fases:
 Na primeira fase, os alevinos chegam aos tanques de alevinagem com cinco dias de
vida e permanecem até 14 dias. Nessa fase, os alevinos recebem apenas ração, em torno
de 10 kg.dia-¹;
 Na segunda fase, é adicionado hormônios a partir do 15º dia e esses permanecem em
dois viveiros com profundidade de 1,5 m, até 28 dias, recebendo 10 kg.dia-¹ de ração;
 Na terceira fase, os alevinos vão para viveiros com profundidade menor,
aproximadamente 1 m. Os alevinos passam a receber 20 kg.dia-¹ de ração e há
introdução de hormônios e antibióticos.

4.2.3 Estimativa da Vazão e o Tempo de Detenção Hidráulica (TDH) ou tempo de residência

O tempo necessário para que um hipotético seguimento de fluxo atravesse o compartimento de


tratamento chama-se de tempo de detenção hidráulica – TDH. Ele representa o tempo médio de
permanência das moléculas de água em uma unidade de tratamento, alimentado continuamente.
Outra definição do TDH está relacionada ao teor de sólidos totais (ST) do substrato e se refere ao
tempo em que uma carga de material a ser degradado permanece dentro do sistema. Quanto maior
for a vazão, menor será o TDH. As wetlands construídas são dimensionadas adequando-se ao
tempo de detenção hidráulica determinado (HARRINGTON; MCINNES, 2009).

Não foi possível medir a vazão afluente no ponto de entrada por falta de um vertedor. Quanto à
vazão do efluente na saída do sistema de tratamento (ponto P5), foi medida experimentalmente
através de cronometragem do tempo médio gasto para encher um recipiente de 1,5 L de volume
(medido em triplicata e tirado a média para o período seco e para o período chuvoso).

4.2.4 Caracterização do sistema de tratamento

O sistema de tratamento é uma wetland construída com dimensões de 100 x 25 x 2,0 m, com 6
chicanas de 0,4 x 20 m de largura (Figura 24). O regime de abastecimento do tanque é de fluxo
contínuo, com uma vazão média de 2,64 + 0,13 L.s-1 durante o período seco e 3,89 + 0,90 L.s-¹
durante o período chuvoso. Para que as plantas tenham tempo de absorver os nutrientes, o período
de residência do efluente é de no mínimo 72 horas, com um volume útil de 4.250 m³.
112

Figura 24: Vista superior da wetland construída para tratamento de efluente de piscicultura.

ÉRIKA MARQUES, 2014.

A wetland é subdividida em 6 partes (os primeiros dois sextos do tanque foram plantados com
Eichhornia crassipes, uma espécie flutuante, e no restante com Egeria densa, uma espécie
enraizada) (Figura 25). Foram feitas coletas em dois pontos de monitoramento: o ponto P2,
correspondente à entrada do efluente proveniente dos viveiros no sistema de tratamento (latitude
08° 48' 302"S e 038° 44’29,2’W); ponto P5, correspondente à saída do efluente após passar pelo
sistema de tratamento (latitude 08° 48' 357"S e longitude (038° 44’33,5’W).

Figura 25: Diagrama esquemático do sistema de tratamento.

Fonte: Elaborado pela autora, 2014.


113

4.2.5 Amostragem e análises

O período de estudo teve início em abril/2015 a março/2016. Com relação à análise temporal, o
período seco compreendeu os meses de abril/2015 a dezembro/2015 (9 meses) e o período chuvoso
compreendeu os meses de janeiro/2016 a março/2016 (3 meses). A análise espacial foi feita
levando em consideração dois pontos de monitoramento (P2 e P5). As águas que podem ser
destinadas à aquicultura e à pesca estão enquadradas na Classe 2 segundo a Resolução CONAMA
357/2005. Sendo assim, o presente trabalho baseou-se nos limites máximos de concentração de
fósforo total, nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal, nitrogênio total, oxigênio dissolvido e turbidez
preconizados pela Resolução CONAMA 430/2011 para rios Classe 2.

Amostras de água e efluente foram coletadas para caracterização físico-química em dois pontos
amostrais: na entrada do sistema de tratamento (P2) e na saída do sistema de tratamento (P5). As
amostras foram coletadas entre 09:00 e 13:00 h para monitoramento dos parâmetros ambientais
temperatura do ar (°C), temperatura da água (°C), potencial hidrogeniônico (pH), condutividade
elétrica (µS.cm-1), salinidade (ppm), sólidos dissolvidos totais (mg/L) e turbidez (NTU) com uma
sonda multiparamétrica Oakton modelo PCD 650. A transparência da água foi medida com um
disco de Secchi.

Foram coletados mensalmente in situ om uma garrafa de Van Dorn amostras de água e efluente
para determinar oxigênio dissolvido (mg.L-1), nitrito (mg.L-1), nitrato (mg.L-1), nitrogênio
amoniacal (mg.L-1), nitrogênio total Kjeldahl (mg.L-1) e fósforo total (mg.L-1). O nitrogênio
inorgânico foi obtido pela soma dos parâmetros nitrito, nitrato e nitrogênio amoniacal. A saturação
do oxigênio (mg/litro) foi obtida em função da temperatura e da salinidade. As amostras foram
acondicionadas em garrafas de polipropileno devidamente identificadas, refrigeradas e
transportadas ao Laboratório do Departamento de Química da Universidade Federal de
Pernambuco para análise posterior, com exceção das amostras de nitrogênio total que foram
enviadas ao Laboratório de Tecnologia Ambiental (LABTAM) do Instituto de Tecnologia de
Pernambuco (ITEP) para análise posterior.

Para a determinação do oxigênio dissolvido foi usado o método de Winkler modificado por
Strickland e Parsons (1972). As amostras físico-químicas da água e dos efluentes foram coletadas
e analisadas conforme a metodologia proposta no Standard Methods for the Examination of Water
114

and Wastewater (APHA, 2012). A metodologia referente aos parâmetros avaliados encontra-se
descrita na Tabela 9.

Tabela 9: Métodos utilizados para avaliação dos parâmetros físico-químicos da água e dos efluentes.
Parâmetros físico-químicos Metodologia
Temperatura do ar (°C) Termômetro digital (in situ)
Temperatura da água (°C), pH; salinidade (ppm); condutividade
Sonda paramétrica (in situ)
elétrica (µS.cm-¹); sólidos dissolvidos totais (mg.L-¹)
Fósforo Total (mg.L-¹); Fósforo solúvel reativo (mg.L-¹); Nitrito
(mg.L-¹); Nitrato (mg.L-¹); Nitrogênio amoniacal (mg.L-¹); APHA (2012)
Nitrogênio Total Kjeldahl (mg.L-¹);
Winkler modificado por
Oxigênio Dissolvido (mg.L-¹)
Strickland e Parsons (1972)
Oxigênio Saturado (%) APHA (2012)
Turbidez (NTU) Nefelométrico
Transparência (cm) Disco de Secchi (in situ)

4.2.6 Avaliação do sistema de tratamento

O sistema de tratamento foi avaliado entre abril/2015 a março/2016. Tendo como base que no ano
de 2015 praticamente não houve precipitação na região, considerou-se esse período como seco. O
primeiro trimestre de 2016 foi considerado período chuvoso (Tabela 10).

Tabela 10: Período de estudo subdividido em seco (n = 9) e chuvoso (n = 3).


Temperatura
Pluviosidade
Mês/ano do ar média Período
média (mm)
(ºC)
Abril/2015 28,8 0
Maio/2015 29,0 0
Junho/2015 29,4 0
Julho/2015 31,1 0
Agosto/2015 32,7 0 Seco
Setembro/2015 31,5 0
Outubro/2015 30,4 0
Novembro/2015 30,7 0
Dezembro/2015 31,5 0,1
Janeiro/2016 40,3 170
Fevereiro/2016 36,3 1.644 Chuvoso
Março/2016 36,3 39,4
Média 32,3 154,5
115

4.2.7 Padrão de lançamento de efluentes

Para o lançamento de efluentes no meio ambiente é necessário que se cumpram uma série de
parâmetros físicos, químicos e biológicos (VON SPERLING, 2005). A Resolução CONAMA
430/2011 estabelece os limites das concentrações dos parâmetros temperatura da água, pH,
oxigênio dissolvido, fósforo total, nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal, nitrogênio total e turbidez,
dentre outros. As concentrações do efluente na saída do sistema de tratamento são comparadas
com os máximos valores permissíveis (MVP) da referida resolução para rios Classe 2.

4.2.8 Manejo das macrófitas aquáticas na wetland construída

O manejo do sistema para remoção da biomassa em estágio de senescência foi realizado com
periodicidade mensal (Tabela 11).

Tabela 11: Programação do manejo das macrófitas no sistema de tratamento.


Data do manejo Período Data do manejo Período

25 Maio/2015 Seco 19 Outubro/2015 Seco

22 Junho/2015 Seco 23 Novembro/2015 Seco

20 Julho/2015 Seco 21 Dezembro/2015 Seco

17 Agosto/2015 Seco 18 Janeiro/2016 Chuvoso

21 Setembro/2015 Seco 22 Fevereiro/2016 Chuvoso

4.2.10 Análise estatística

Todos os resultados correspondem à média em triplicata dos parâmetros monitorados. A hipótese


de normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk. Para comparar se houve
diferenças significativas entre os períodos foi aplicado o teste de Tukey. Para verificar se existem
diferenças entre os pontos foi aplicado o teste H de Kruskal Wallis, todos ao nível de 5% de
significância. Para a análise de dados utilizou-se o programa IBM SPSS versão 23 para plotar os
dados no formato boxplot e calcular os valores máximo, mínimo, médio e desvio-padrão.
.
116

4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores médios e desvios-padrão do afluente (P2) proveniente dos viveiros de O. niloticus e do efluente (P5) na saída do sistema de tratamento estão
apresentados na Tabela 12.

Tabela 12: Características limnológicas do afluente (P2) proveniente dos viveiros de O. niloticus e do efluente (P5) na saída do sistema de tratamento.
P2 (afluente) P5 (efluente) MVP Resolução
Parâmetros Período Período Período Período CONAMA 430/2011
Seco chuvoso Seco Chuvoso
Temperatura do ar (ºC) 31,14 + 1,49 41,10 + 1,56 34,48 + 0,96 38,53 + 1,56 - --
Pluviosidade (mm) 0,01 + 0,01 617,80 + 514,48 0,01 + 0,01 617,80 + 514,48 ---
Temperatura da água (ºC) 25,91 + 0,81 29,40 + 1,16 25,91 + 0,81 30,00 + 0,58 40°C
pH 6,37 + 0,13 7,43 + 0,23 7,63 + 0,19 8,21 + 0,30 6<pH≤9
Salinidade (ppm) 63,76 + 5,04 94,05 + 5,17 55,82 + 4,0 68,65 + 3,75 ---
Condutividade Elétrica (µS.cm-¹) 118,06 + 10,23 179,88 + 11,19 94,85 + 3,87 127,55 + 8,00 100 µS.cm-¹
Sólidos Dissolvidos Totais (mg.L-¹) 64,25 + 4,74 112,30 + 1,67 54,75 + 4,12 82,27 + 7,14 500 mg.L-¹
Fósforo Total (mg.L-¹) 0,14 + 0,01 0,34 + 0,08 0,15 + 0,02 0,26 + 0,12 0,03 mg-¹
Fósforo Solúvel Reativo (mg.L-¹) 0,07 + 0,01 0,11 + 0,00 0,01 + 0,00 0,01 + 0,01 ---
Nitrito (mg.L-¹) 0,04 + 0,02 0,09 + 0,02 0,02 + 0,01 0,03 + 0,01 1 mg.L-¹
Nitrato (mg.L-¹) 0,05 + 0,01 0,09 + 0,01 0,05 + 0,03 0,07 + 0,02 10 mg.L-¹
Nitrogênio Amoniacal (mg.L-¹) 0,32 + 0,08 0,11 + 0,06 0,12 + 0,02 0,25 + 0,11 0,6<NA≤2,0 mg.L-¹
Nitrogênio Inorgânico (mg.L-¹) 0,41 + 0,10 0,29 + 0,08 0,19 + 0,03 9,75 + 3,18 ---
Nitrogênio Total (mg.L-¹) 2,40 + 0,24 10,61 + 2,36 1,67 + 0,25 0,44 + 0,19 1,27 mg.L-¹
Oxigênio Dissolvido (mg.L-¹) 5,82 + 1,43 9,07 + 3,04 3,21 + 0,39 5,06 + 0,96 ≥5 mg.L-¹
Oxigênio saturado (mg.L-¹) 126,96 + 31,08 377,39 + 180,55 61,90 + 8,34 115,54 + 16,40 ---
Turbidez (UNT) 33,11 + 7,78 22,97 + 3,57 28,67 + 2,39 20,70 + 5,37 100 UNT
Transparência (cm) 14,11 + 1,25 21,00 + 1,53 12,50 + 1,01 20,00 + 2,89 ---
Vazão (L.s-¹) * * 2,64 + 0,13 3,89 +0,09 ---
*Não foi possível fazer a medição. MVP – Máximo Valor Permissível pela Resolução CONAMA 430/2011 para rios Classe 2.
117

O semiárido apresenta forte insolação, temperaturas relativamente altas e regime de chuvas


marcado pela escassez, irregularidade e concentração das precipitações num curto período, em
média, de três meses (MOURA et al., 2007). Os resultados obtidos durante o presente experimento
corroboram com a constatação dos autores citados anteriormente: durante o período seco (abril a
dezembro de 2015), não houve chuva e em fevereiro de 2016 ocorreu a maior pluviosidade (chuvas
concentradas de 1.644 mm), que correspondeu a 21% acima do esperado para o período de acordo
com os dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia - INMET (2016) em relação às
pluviosidades médias históricas para o período 1961 – 2016 (77,2 mm).

Souza et al; (2004) observaram que fatores hidrológicos como precipitação, evapotranspiração,
infiltração e profundidade construída influenciam a eficiência e desempenho de uma wetland em
relação à remoção de poluentes. Martins; Magalhães (2015) ressaltaram que a seca plurianual iniciada
em 2012, e que chegou a quatro anos de duração em 2015, é o quadriênio mais crítico em termos de
totais de chuva desde 1911. Como resultado, há uma intensificação dos efeitos da seca ao longo desse
período. O fenômeno El Niño provoca secas severas nas áreas centrais e norte da região Nordeste. Em
setembro de 2015, 21 reservatórios estavam secos e 33, no volume morto. De acordo com a Operadora
Nacional do Sistema (ONS, 2015), a longa estiagem também afetou as pisciculturas do reservatório
Itaparica devido à redução do seu volume útil, que chegou a 1.739 hm 3 no mês de outubro de 2014
(ONS, 2015). Houve diferença estatisticamente significativa entre a pluviosidade dos períodos
seco e chuvoso (p-valor<0,05).

Durante o período chuvoso foram registradas as maiores temperaturas do ar (33 ºC – 45 ºC) e são
típicas da região semiárida. Segundo Toniato (2005), as condições climáticas podem favorecer o
tratamento usando wetlands construídas por duas fortes razões: a temperatura média mais alta
aumenta a atividade microbiológica; e a maior insolação faz com que as plantas se desenvolvam
mais rapidamente e, consequentemente, aumentem a perda líquida do sistema através da
evapotranspiração, reduzindo em muito o volume de efluente descartado após o tratamento. Houve
diferença estatisticamente significativa entre as temperaturas dos pontos P2 e P5 durante o período
seco (p-valor<0,05).

A menor temperatura da água (22,7 ºC) na wetland construída ocorreu em outubro de 2015 e a
maior temperatura (35,1 ºC) ocorreu em abril de 2015, ambas ocorridas durante o período seco. O
sistema de tratamento é aberto à atmosfera e exposto às variações climáticas que ocorrem no
ambiente. Sipaúba-Tavares (2013) considera a temperatura da água um dos fatores ecológicos
decisivos na regulação de ecossistemas aquáticos. Segundo Pedralli (1996), as temperaturas são
ideais para o desenvolvimento das macrófitas E. crassipes (entre 25 ºC e 31 C) e E. densa (entre
118

10 ºC e 30 ºC). Cancian (2007) concluiu que a disponibilidade de luz e a temperatura são duas
variáveis que influenciaram diretamente o crescimento das macrófitas flutuantes Pistia stratiotes
e Salvinia molesta. Henry-Silva e Camargo (2008) observaram que a presença de macrófitas
Eichhornia crassipes e Pistia stratiotes diminuíam a temperatura, possivelmente, devido ao
sombreamento da superfície e menor absorção de raios solares pela água.

No presente estudo foi verificado que houve um aumento na temperatura do efluente na saída do
sistema de tratamento com amplitudes variando entre 0,2 ºC a 4,6 ºC. Esse fato possivelmente
decorre devido ao fato da parte da wetland correspondente à E. densa (macrófita enraizada) receber
radiação diretamente na coluna d’água. A vazão mais elevada também foi apontada por Silva et
al. (2014) para justificar o aumento de temperatura, não havendo tempo suficiente para que o
sombreamento proporcionado pela E. crassipes (crescimento vertical) diminuísse a temperatura
da água. Durante o período de estudo a temperatura da água esteve em conformidade com a
Resolução CONAMA 430/2011 (t < 40ºC).

Durante o período seco o afluente (P2) apresentou pH com variação progressiva de ácido (5,58) a
levemente ácido (6,77) e o efluente (P5) de levemente ácido (6,80) a alcalino (8,76). Durante o
período chuvoso o pH permaneceu alcalino tanto no ponto P2 (7,48 a 7,53), quanto no ponto P5,
(7,73 a 8,76) (Figura 26). Inversamente, Freitas (2010) e Hussar; Bastos (2008) constaram que o
tratamento com E. crassipes alterou o pH de levemente alcalino (7,60; 7,9) para levemente ácido
(6,92; 6,2) em efluentes de piscicultura. Essa redução também foi reportada por Henry-Silva e
Camargo (2008) em efluentes de carcinicultura (8,2 para 7,1).

Figura 26: Variação do pH nos pontos P2 e P5 durante o período seco (A) e durante o
período chuvoso (B).

Fonte: Elaborado pela autora.


119

Lopes et al. (2016) observaram aumento do pH e da temperatura no sistema de tratamento de


efluente e que esses podem estar relacionados à diminuição progressiva da carga orgânica nos
sistemas e também ao aumento da temperatura ambiente nos últimos dias do experimento. Freitas
(2010) e Henry-Silva e Camargo (2000) atribuíram o aumento do pH à fotossíntese realizada pelo
fitoplâncton que, ao assimilar o CO2 disponível na água, aumentou os valores de pH do meio.
Souza; Panitz; Vinatea (2003) observaram que as wetlands que possuíam macrófitas apresentaram
maiores níveis de oxigênio dissolvido e pH em relação às wetlands que não possuíam macrófitas.

Durante o período do experimento o pH esteve em conformidade com a Resolução CONAMA


430/2011, com exceção das amostras coletadas em setembro/2015 e outubro/2015 no ponto P2,
que apresentaram 5,9 e 5,5, respectivamente. Não houve diferença estatística significativa para o
pH entre os períodos estudados.

Na entrada do sistema de tratamento (P2) durante o período seco o oxigênio dissolvido (OD) variou
de 1,07 mg.L-¹ a 14,47 mg.L-¹ e durante o período chuvoso variou de 3,80 mg.L-¹ a 14,34 mg.L-
¹. Na saída do sistema (P5) durante o período seco o oxigênio dissolvido variou de 2,45 mg.L-¹ a
5,87 mg.L-¹ e durante o período chuvoso variou de 3,40 mg.L-¹ a 6,72 mg.L-¹ (Figura 27). Redução
da concentração de OD decorrente da decomposição da matéria orgânica e da respiração dos
animais cultivados também foi relatada por Henry-Silva et al., (2010) em viveiros de manutenção
de reprodutores de Macrobrachium amazonicum e por Henares et al., (2011) em viveiros de
manutenção de reprodutores de Macrobrachium rosenbergii. O OD só esteve em conformidade
com o MVP pela Resolução CONAMA 430/2011 para rios Classe 2 durante os meses de
agosto/2015, janeiro/2016 e fevereiro/2016.

Figura 27: Variação do OD nos pontos (P2) e (P5) durante os períodos seco (A) e chuvoso
(B).

Fonte: Elaborado pela autora.


120

Em média a variação do oxigênio dissolvido durante o período seco foi de -7,67 + 33,59 % e
durante o período chuvoso foi de 35,96 + 12,97%. A nitrificação da amônia e oxidação da matéria
orgânica é altamente dependente da entrada de oxigênio no ambiente alagado. Muitos sistemas
wetlands tratando esgotos a nível secundário, têm reportado o aumento na concentração de
oxigênio dissolvido durante a passagem do esgoto pelo tratamento (HENCH et al., 2003;
KASEVA, 2004; KADLEC; BURGOON;, HENDERSON, 1997; TONIATO et al., 2005). Houve
diferença estatística significativa para o oxigênio dissolvido entre os pontos P2 e P5 durante o
período seco (p-valor<0,05).

Durante o período seco o oxigênio saturado variou no afluente (P2) de 18,71% a 263,09 % e
durante o período chuvoso variou de 101,33 % a 717,00 %. No efluente (P5) durante o período
seco o oxigênio saturado variou de 41,74 % a 106,67 % e durante o período chuvoso variou de
82,93 % a 134,94 %. Várias são as condições que podem causar supersaturação de gases na água,
entre elas: atividade fotossintética intensa e rápida elevação na temperatura da água (KUBITZA,
1998). A Resolução CONAMA 430/2011 não estabelece limite para o oxigênio saturado
(BRASIL, 2011). Não houve diferença estatística significativa para o oxigênio saturado entre os
períodos seco e chuvoso (p-valor<0,05).

Na entrada da wetland (P2) a condutividade elétrica (CE) variou de 96,24 µS.cm-¹ a 195,80 µS.cm-
¹ e 160,50 µS.cm-¹ a 199,27 µS.cm-¹ durante o período seco e chuvoso, respectivamente. Na saída
(P5) a condutividade elétrica variou de 84,27 µS.cm-¹ a 121,60 µS.cm-¹ e 113,70 µS.cm-¹ a 141,40
µS.cm-¹ durante o período seco e durante o período chuvoso (Figura 28).

Figura 28: Variação da condutividade elétrica nos pontos (P2) e (P5) durante o período seco
(A) e durante o período chuvoso (B).

Fonte: Elaborado pela autora.


121

Esteves et al. (2011) encontraram valores altos para a CE, podendo ter sido influenciada pela
quantidade de íons liberados através da mineralização da matéria orgânica acumulada no sistema
de cultivo. Mercante et al. (2007) observaram constantemente valores acima de 79 µS.cm-¹ durante
o período de estudo. Segundo Souza et al. (2000) valores altos de condutividade elétrica indicam
grau de decomposição elevada e valores reduzidos indicam acentuada produção primária (algas e
organismos aquáticos). A condutividade elétrica na saída do sistema esteve acima do MVP pela
Resolução CONAMA 430/2011 (< 100 µS.cm-¹) nos meses de abril/2015 e maio/2015 (período
seco) e durante todo o período chuvoso.

O wetland promoveu uma variação com relação à condutividade elétrica durante o período seco
de -18% a 56% e durante o período chuvoso de 12% a 43%. Em média a variação da CE durante
o período seco foi de 15,67 + 6,91 % e durante o período chuvoso foi de 27,98 + 8,98%. Houve
diferença estatística significativa para a condutividade elétrica entre os períodos estudados (p-
valor<0,05). Durante o período seco a condutividade elétrica esteve em conformidade com o MVP
pela Resolução CONAMA 430/2011, com exceção de abril/2015 e maio/2015, apresentando 121,6
µS.cm-¹ e 102 µS.cm-¹, respectivamente, porém no período chuvoso não atendeu à referida
legislação.

Na entrada do sistema de tratamento (P2) durante o período seco a salinidade variou de 52,83 ppm
a 101,90 ppm e variou de 85,10 ppm a 103,00 ppm no período chuvoso. Na saída do sistema (P5)
durante o período seco a salinidade variou de 47,47 ppm a 87,04 ppm e durante o período chuvoso
variou de 62,15 ppm a 75,14 ppm. A Resolução CONAMA 430/2011 não estabelece limites de
salinidade para rios Classe 2. Durante o período seco o sistema de tratamento promoveu uma
variação da salinidade de -53,69% a 50,80% e durante o período chuvoso promoveu uma variação
de 11,70% a 39,66%. Em média a variação da salinidade durante o período seco foi de 8,67 + 9,25
% e durante o período chuvoso foi de 26,12 + 8,08%. Não houve diferença estatística significativa
para a variação da salinidade entre os períodos (p-valor<0,05).

O aumento da salinidade diminui a solubilidade do O2 na água. Assim, a quantidade de minerais ou a


presença de elevadas concentrações de sais dissolvidos na água em decorrência de atividades
potencialmente poluidoras podem, mesmo que em pequena intensidade, influenciar o teor de oxigênio
dissolvido (OD) na água. A descarga em excesso de material orgânico na água pode resultar no esgotamento
de oxigênio do sistema (FIORUCCI e BENEDETTI-FILHO, 2005). Quando a poluição aumenta, provoca
proliferação das algas, que inicialmente liberam oxigênio. Quando as algas morrem, elas se decompõem,
diminuindo a concentração de oxigênio na água (ROBINSON, 2011).
122

Durante o período seco a transparência no ponto P2 variou de 10 cm a 20 cm e no ponto P5 variou


de 7 cm a 17 cm. Durante o período chuvoso a transparência no ponto P2 variou de 18 cm a 23 cm
e no ponto P5 variou de 15 cm a 25 cm. A Resolução CONAMA 430/2011 não estabelece limite
para a transparência em efluentes (BRASIL, 2011). Não houve diferença estatística significativa
entre a transparência dos pontos P2 e P5 durante o período de estudo.

Durante o período seco a vazão efluente (P5) variou de 2,29 L.s-¹ a 3,26 L.s-¹ e durante o período
chuvoso variou de 3,76 L.s-¹ a 4,05 L.s-¹.

Eficiência de remoção

A Tabela 13 apresenta a eficiência de remoção dos SDT, nutrientes e turbidez após a passagem do
efluente pelo sistema de tratamento para os parâmetros nos períodos seco e chuvoso.

Tabela 13: Eficiência de remoção (mínimo, máximo, média e desvio-padrão) após a passagem
do efluente pelo sistema de tratamento para os parâmetros nos períodos seco e chuvoso.
Período Seco Período Chuvoso
Eficiência de remoção (%)
Mínimo Máximo Média e DP Mínimo Máximo Média e DP
Sólidos Dissolvidos Totais -29,30 52,59 12,40 + 7,28 13,50 39,31 26,52 + 7,45
Fósforo Total -466,67 80,00 -339,07 + 46,1 0,00 80,00 34,51 + 23,74
Fósforo Solúvel Reativo 0 100,00 78,95 + 10,12 81,82 100,00 90,91 + 5,25
Nitrogênio Total -2,94 52,49 28,64 + 5,86 -3,88 35,06 13,10 + 11,52
Nitrogênio Inorgânico -58,33 87,50 32,07 + 17,53 -50,00 12,50 -17,80 + 18,07
Nitrogênio amoniacal -220,00 93,33 26,36 + 32,03 -500,00 -109,52 -245,60+ 93,94
Nitrato -550,00 70,00 -31,43 + 65,97 66,67 80,00 71,97 + 4,08
Nitrito -200,00 84,62 26,47 + 46,59 66,56 83,55 73,74 + 5,08
Turbidez -519,91 53,13 -61,13 + 62,84 -92,62 10,03 -34,20 + 30,47
DP – desvio-padrão

Na entrada do sistema de tratamento (P2) durante o período seco os sólidos dissolvidos totais
(SDT) variaram de 55,73 mg.L-¹ a 98,16 mg.L-¹ e variou de 109,40 mg.L-¹ a 115,20 mg.L-¹ no
período chuvoso. Na saída do sistema (P5) durante o período seco os sólidos dissolvidos totais
variaram de 46,10 mg.L-¹ a 86,10 mg.L-¹ e durante o período chuvoso variou de 69,91 mg.L-¹ a
94,63 mg.L-¹. Os sólidos dissolvidos totais estiveram em consonância com os limites estabelecidos
pela Resolução CONAMA 430/2011 durante ambos os períodos. A maior eficiência de remoção
do sistema de tratamento para os SDT ocorreu em agosto de 2015 (52,59%) e a menor eficiência
(-29,30%) ocorreu em abril de 2015, ambos considerados período seco (Figura 29). Houve
diferença estatística significativa para os SDT entre os períodos seco e chuvoso (p-valor<0,05). O
tratamento apresentou melhor eficiência de remoção durante o período chuvoso. Debert (2002)
constatou que em campo as macrófitas agem como: barreira física, interferindo na hidrodinâmica
123

e disponibilidade de luz no corpo d’água e barreira química, competindo pelos nutrientes. Esses
foram os motivos pelos quais não ocorreram florações permanentes durante o período estudado.

Com relação ao fósforo total, o afluente (P2) durante o período seco variou de 0,02 mg.L-¹ a 0,05
mg.L-¹ e durante o período chuvoso variou de 0,20 mg.L-¹ a 0,47 mg.L-¹. O efluente (P5) durante
o período seco variou de 0,04 mg.L-¹ a 0,23 mg.L-¹ e durante o período chuvoso variou de 0,04
mg.L-¹ a 0,47 mg.L-¹. O fósforo total permaneceu acima do máximo valor permissível pela
Resolução CONAMA 430/2011 (< 0,03 mg.L-¹) durante ambos os períodos. Não houve diferença
estatisticamente significativa para o fósforo total entre os períodos seco e chuvoso (p-valor<0,05).
A eficiência de remoção para o fósforo total variou entre -466,67% em junho de 2015 (período
seco) a 0,01% em maio de 2016 (período chuvoso). O período seco apresentou eficiência média
negativa (-339,07%) e o período chuvoso apresentou eficiência positiva (34,51%) (Figura 30).
Durante o período seco a wetland se comportou como doadora de fósforo para o corpo hídrico e
no período chuvoso ela se comportou como receptora do fósforo.

Figura 29: Variação da eficiência de remoção Figura 30: Eficiência de remoção para o
dos SDT no sistema de tratamento durante os fósforo total durante o período seco e
períodos seco e chuvoso. chuvoso.

Fonte: Elaborado pela autora

Os relatos sobre eficiência de remoção para o fósforo total são variados: Mohedano et al. (2002)
obtiveram excelentes resultados usando Lemna valdiviana, ocasionando a redução de 96,3%;
Souza et al. (2003) relatou na literatura eficiência de remoção variando 19 a 92%; Henry-Silva;
Camargo (2008) reportaram que obtiveram redução de 41,9% pelo controle; 71,6% por E.
crassipes; 69,9% P. stratiotes em efluente de carcinicultura. Travaini-Lima e Sipaúba-Tavares
(2008) obtiveram 5,2% usando uma associação de Eichhornia crassipes, Eichhornia azurea,
Cyperus giganteus e Typha domingensis; Miranda et al. (2011) obtiveram 98,9% usando uma
associação de Cyperus giganteus, Typha domingensis, Eichhornia crassipes e Pontederia
124

cordata.; Dias; Sipaúba-Tavares (2013) obtiveram 82% na remoção de fósforo total usando
Eichhornia azurea e Salvina auriculata; Silva et al. (2014) obtiveram 12,8% pela manhã e 14,4%
pela tarde com o uso de E. crassipes, a mais em comparação com o tratamento sem a E. crassipes.
Lin et al. (2002) constatou que quanto maior a carga de fósforo, menor foi a taxa de remoção.

Souza et al (2004) apud Ormonde (2012) constataram que no primeiro ano de operação, a remoção
do fósforo total foi máxima: 82 e 90% para os sistemas de wetlands, decaindo substancialmente
nos anos seguintes, chegando, inclusive, em alguns dias, a produzir efluente com concentração de
fósforo maior que a do afluente. Isso se deve pela capacidade das macrófitas aquáticas em
estocarem nutrientes na sua biomassa. Henares (2014) constatou que a remoção de fósforo é maior
em sistemas com macrófitas do que em sistemas desprovidos das plantas. Conforme constatado por
Monteiro (2009), a remoção de fósforo por parte das plantas, está limitada ao seu período de crescimento
(durante o período de senescência, não existe qualquer captação de fósforo; além disso, nesse período a
decomposição dos resíduos vegetais liberta para a coluna de água quantidades de fósforo significativas). Já
o meio tem uma capacidade limitada de adsorção, e quando esse limite é ultrapassado a adsorção é muito
reduzida.

Segundo Amorim (2014), o acúmulo de fósforo total está relacionado ao não aproveitamento pelas
tilápias do N e P presente na dieta fornecida. Reforçando essa ideia, Alves e Baccarin (2005)
relataram que do fósforo aportado pelo arraçoamento intensivo, 66% foram para o sedimento, 11%
ficam dissolvidos na água e 23% incorporados no pescado.

Com relação ao fósforo solúvel reativo (PSR), o afluente (P2) durante o período seco variou de
0,01 mg.L-¹ a 0,12 mg.L-¹ e durante o período chuvoso variou de 0,10 mg.L-¹ a 0,11 mg.L-¹. No
efluente (P5) durante o período seco o PSR variou de 0,00 mg.L-¹ a 0,02 mg.L-¹ e durante o período
chuvoso variou de 0,00 mg.L-¹ a 0,02 mg.L-¹. A Resolução CONAMA 430/2011 não estabelece
limites para o fósforo solúvel reativo para rios Classe 2. Houve diferença estatística significativa
para o fósforo solúvel reativo entre os períodos seco e chuvoso (p-valor<0,05). A eficiência de
remoção do sistema para o fósforo solúvel reativo durante o período seco variou de 77,89 % a
103,53% e durante o período chuvoso variou de 80,80% a 96,98%. O tratamento foi eficiente na
remoção do fósforo solúvel reativo durante ambos os períodos. Travaini-Lima; Sipaúba-Tavares
(2008) obtiveram 22,4% para eficiência de remoção do PSR proveniente de efluentes de
aquicultura usando uma associação das macrófitas Cyperus giganteus, Typha domingensis.,
Pontederia cordata e Eichhornia crassipes. Travaini-Lima e Sipaúba-Tavares (2008) relataram
obtiveram 95,5% para PSR. Silva (2012) obteve 90% de eficiência de remoção de fosfato usando
a macrófita Chrysopogon zizanoides.
125

Com relação ao nitrogênio total, o afluente (P2) durante o período seco variou de 0,73 mg.L-¹ a
3,41 mg.L-¹ e durante o período chuvoso variou de 6,53 mg.L-¹ a 14,69 mg.L-¹. O efluente (P5)
durante o período seco variou de 0,70 mg.L-¹ a 3,50 mg.L-¹ e durante o período chuvoso variou
de 4,24 mg.L-¹ a 15,26 mg.L-¹. A Resolução CONAMA 357/2005 estabelece que o nitrogênio
total em rios Classe 2 em ambientes lênticos não deverá ultrapassar 1,27 mg.L-¹, portanto, só a
amostra coletada em abril de 2015 atendeu esse limite (0,70 mg.L-¹).

A eficiência de remoção (ER) para a série nitrogenada está apresentada na Figura 31. Com relação
ao nitrogênio total, durante o período seco variou de -2,94% a 52,49% e durante o período chuvoso
variou de -3,88% a 35,06%. Em média a eficiência de remoção do nitrogênio total durante o
período seco foi de 28,73 + 5,87 % e durante o período chuvoso foi de 13,10 + 11,51%. Houve
diferença estatística significativa para o nitrogênio total entre os períodos seco e chuvoso (p-
valor<0,05). Amorim (2014) obteve uma eficiência de remoção para o nitrogênio total de 335%
usando Eichhornia crassipes e Pistia stratioides. Souza et al. (2003) relatou na literatura eficiência
de remoção variando entre 30 a 89% para nitrogênio total e 19 a 92% para fósforo total. Tamura
(2014) obteve remoção de nitrogênio total Kjeldahl e amoniacal, respectivamente, chegou a
valores de 93% e 98% de eficiência, e o nitrato chegou a 100%.

Com relação ao nitrogênio amoniacal, o afluente (P2) durante o período seco variou de 0,00 mg.L-
¹ a 0,81 mg.L-¹ e durante o período chuvoso variou de 0,01 mg.L-¹ a 0,21 mg.L-¹. Na saída do
sistema (P5) durante o período seco o nitrogênio amoniacal variou de 0,05 mg.L-¹ a 0,20 mg.L-¹ e
durante o período chuvoso variou de 0,06 mg.L-¹ a 0,44 mg.L-¹. O nitrogênio amoniacal esteve
em conformidade com o MVP pela Resolução CONAMA 430/2011 para rios Classe 2.

A eficiência de remoção do sistema para o nitrogênio amoniacal durante o período seco variou de
-193,75 % a 93,30% e durante o período chuvoso variou de -504,67% a -111,29%. O tratamento
não foi eficiente na remoção amoniacal durante o mês de abril/2015 e durante o período chuvoso
(janeiro/2016 a março/2016). Houve diferença estatística significativa para o nitrogênio amoniacal
entre os períodos seco (0,002) e chuvoso (0,625) (p-valor<0,05).
126

Figura 31: Variação da eficiência de remoção do nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal,


nitrogênio inorgânico e nitrogênio total no sistema de tratamento durante os períodos seco e
chuvoso.

Fonte: Elaborado pela autora.

Segundo Lin et al. (2002), a eficiência do sistema de tratamento é influenciada pela carga de
nutrientes proveniente dos viveiros. Biudes e Camargo (2008) também associaram a eficiência do
sistema de tratamento ao crescimento de biomassa das macrófitas aquáticas usadas, pois, ao atingir
o estado de senescência, as plantas entram em decomposição e passam a liberar os nutrientes
incorporados em sua biomassa para a coluna d’água.

Travaini-Lima; Sipaúba-Tavares (2008) obtiveram 10,1% para eficiência de remoção de amônia


proveniente de efluentes de aquicultura. Redding et al. (1997) utilizando macrófitas aquáticas de
diferentes grupos ecológicos no tratamento de efluentes de piscicultura com elevadas
concentrações de N-amoniacal (0,2-4,3 mg/L), constataram redução de 4,3% por Azolla
filiculoides (flutuante), 8,2 % por Elodea nuttalli (submersa) e 10,7% por Rorippa nasturtium-
aquaticum (emersa). Tamura (2014) obteve remoção de nitrogênio amoniacal, respectivamente,
chegou a valores de 98% de eficiência. Travaini-Lima e Sipaúba-Tavares (2008) relataram que as
maiores taxas de eficiência de remoção ocorreram no período seco, principalmente em
concentração, com 78% para amônia, 95,5% para SRP, 94,9% para STS e 99.9% para coliformes
termotolerantes. Borges (2014) destacou que um fator que pode contribuir para o enriquecimento
de amônia no efluente de criação é a quantidade de proteína bruta e digestibilidade dos
componentes presentes na ração.
127

Com relação ao nitrogênio inorgânico, o afluente (P2) durante o período seco variou de 0,03 mg.L-
¹ a 1,04 mg.L-¹ e durante o período chuvoso variou de 0,16 mg.L-¹ a 0,44 mg.L-¹. Na saída do
sistema (P5) durante o período seco o nitrogênio inorgânico variou de 0,06 mg.L-¹ a 0,30 mg.L-¹
e durante o período chuvoso variou de 0,14 mg.L-¹ a 0,78 mg.L-¹ (Figura 35). As concentrações
de nitrogênio inorgânico (amônia, nitrito, nitrato) apresentaram uma tendência de redução até o
mês de agosto/2015 e a partir de setembro/2015 houve uma elevação desse parâmetro.

A eficiência de remoção do sistema para o nitrogênio inorgânico durante o período seco variou de
-62,22 % a 87,29% e durante o período chuvoso variou de -48,46% a 12,56%. Não houve diferença
estatística significativa para o nitrogênio inorgânico entre os períodos seco e chuvoso (p-
valor<0,05). O tratamento foi eficiente durante parte do período chuvoso, com exceção dos meses
de julho/2015, agosto/2015 e dezembro/2015 e durante o período seco, com exceção de
janeiro/2016 e fevereiro/2016. Toledo e Penha (2011) obtiveram 99,9% de eficiência de remoção
para o nitrogênio inorgânico usando Chrysopogon zizanoides.

Na entrada do sistema de tratamento (P2) durante o período seco o nitrito variou de 0,00 mg.L-¹ a
0,13 mg.L-¹ e durante o período chuvoso variou de 0,05 mg.L-¹ a 0,13 mg.L-¹. Na saída do sistema
(P5) durante o período seco o fósforo total variou de 0,00 mg.L-¹ a 0,07 mg.L-¹ e durante o período
chuvoso variou de 0,01 mg.L-¹ a 0,04 mg.L-¹. Com exceção de abril/2015 as concentrações de
nitrito na saída do sistema de tratamento estiveram em conformidade com a Resolução CONAMA
357/2005 para rios Classe 2.

A eficiência de remoção do sistema para o nitrito durante o período seco variou de -150,00 % a
84,92% e durante o período chuvoso variou de 66,56% a 83,55%. Em média a eficiência de
remoção do nitrito durante o período seco foi de -24,21 + 30,50 % e durante o período chuvoso foi
de 73,74 + 5,08 %. O tratamento foi eficiente na remoção do nitrito, com exceção dos meses de
junho/2015, julho/2015 e agosto/2015. Houve diferença estatística significativa para o nitrito entre
os períodos seco (0,129) e chuvoso (0,029) e não houve diferença estatística significativa para a
eficiência de remoção entre os dois períodos (p-valor<0,05). Crispim et al. (2009) obtiveram 50%
de remoção de nitrito usando E. crassipes e perifíton. Millan et al. (2014) obtiveram 96,9% na
remoção do nitrito usando uma associação de Cyperus giganteus, Typha domingensis, Eichhornia
crassipes e Pontederia cordata. Rubim et al. (2015) obtiveram 86,8% usando E. crassipes.

Com relação ao nitrato, durante o período seco, o afluente (P2) apresentou concentrações variando
de 0,02 mg.L-¹ a 0,10 mg.L-¹ e durante o período chuvoso variou de 0,06 mg.L-¹ a 0,10 mg.L-¹. O
efluente (P5) durante o período seco apresentou concentrações variando de 0,01 mg.L-¹ a 0,03
mg.L-¹ e durante o período chuvoso variou de 0,03 mg.L-¹ a 0,11 mg.L-¹. As concentrações de
128

nitrato estiveram em conformidade com o MVP pela Resolução CONAMA 430/2011 para rios
Classe 2 durante todo o período. Não houve diferença estatística significativa para o nitrato entre
os períodos seco e chuvoso (p-valor<0,05). A eficiência de remoção do sistema para o nitrato
durante o período seco variou de -767,00 % (dezembro de 2015) a 68,42% (abril de 2015) e durante
o período chuvoso variou de -83,33% a 70,00%. Em média a eficiência de remoção do nitrato
durante o período seco foi de -35,35 + 65,50 % e durante o período chuvoso foi de 6,14+ 46,08 %.
Segundo Travaini-Lima; Sipaúba-Tavares (2008), o aumento de nitrato na saída da wetland indica
redução dos compostos nitrogenados tóxicos (processo de nitrificação). Tamura (2014) obteve
100% de eficiência de remoção de nitrato usando Pistia stratioides.

Dentro da wetland construída o nitrogênio pode ser assimilado pelas plantas e pela microflora
(preferencialmente como amônia e nitrato), parte ser lixiviado para o fundo da unidade, parte
liberado como gás para a atmosfera e uma fração pode sair com o efluente final, normalmente, na
forma dissolvida (FINEP, 2009). De acordo com Travaini-Lima e Sipaúba-Tavares (2008),
aumento do nitrato na saída do “wetland” indica redução dos compostos nitrogenados tóxicos,
indicando um processo de nitrificação.

Na entrada do sistema de tratamento (P2) durante o período seco a turbidez variou de 4,57 UNT a
85,10 UNT e durante o período chuvoso variou de 18,00 UNT a 29,90 UNT. Na saída do sistema
(P5) durante o período seco a turbidez variou de 16,50 UNT a 39,90 UNT e durante o período
chuvoso variou de 10,00 UNT a 26,90 UNT-¹. Durante todo o período a turbidez esteve abaixo do
MVP pela Resolução CONAMA 430/2011 para rios Classe 2.

A eficiência de remoção do sistema para a turbidez durante o período seco variou de -519,99 % a
53,13 % e durante o período chuvoso variou de 92,313 % a 9,91 %. Em média a eficiência de
remoção da turbidez durante o período seco foi de -61,19 + 62,86 % e durante o período chuvoso
foi de 34,13 + 30,35 %. O tratamento não foi eficiente em parte do período seco (maio/2015,
julho/2015 e dezembro/2015) e durante parte do período chuvoso (fevereiro/2016 e março/2016).
Hussar et al. (2005) obtiveram 84,65% de eficiência de remoção da turbidez usando Typha spp.
Henry-Silva; Camargo (2008) obtiveram eficiência de remoção para turbidez de 30,6% pelo
controle; 80,2% por E. crassipes; 75,2% por P. stratiotes; 79,8% por E. crassipes + P. stratiotes e
81,5% por P. stratiotes + E. crassipes. Sistemas de tratamento por wetlands construídos são
bastante efetivos na remoção de sólidos em suspensão (SS) e consequentemente da turbidez e
muitos estudos têm comprovado tal eficiência (KADLEC;, BURGOON; HENDERSON, 1997;
MANNARINO, 2003; SOLANO et al., 2004). Esse sucesso é devido principalmente à processos
físicos que retêm desde colóides a partículas milimétricas. O desenvolvimento das raízes no meio
129

também estabiliza o leito evitando a formação de caminhos preferenciais de fluxo que afetariam
muito a eficiência do tratamento (TONIATO et al., 2005).

A produção intensiva e superintensiva de organismos aquáticos, especialmente o cultivo de


espécies carnívoras, que demandam grande quantidade de ração proteica, possuem um potencial
poluidor muito maior do que nas produções extensiva e semi-intensiva, fato também comprovado
por Boyd; Egna (1997) (Quadro 1) apud Binda (2006). A Associação dos Aquicultores do Espírito
Santo (AQUES) contribuiu com um aumento de 736% da turbidez no rio Roça Velhas, localizado
no Vale do Moxuara, no município de Cariacica (ES) (BINDA, 2006).

Não houve diferença estatística significativa para a turbidez entre os períodos seco e chuvoso e
não houve diferença estatística significativa para a eficiência de remoção entre os dois períodos
(p-valor<0,05).

Impactos do efluente da piscicultura pós-tratamento com a wetland construída

Durante o período seco o afluente (P2) apresentou variação na concentração de fósforo total entre
200% (abril de 2015) a 1.233% (maio de 2015) e no período chuvoso variou entre 1.467 e% e
567% acima do MVP pela Resolução CONAMA 357/2005 para rios Classe 2. Com relação ao
efluente (P5), durante o período seco a concentração de fósforo total variou entre 137% (maio de
2015) a 800% (agosto de 2015) e durante o período chuvoso variou entre 1.578% (janeiro de 2016)
e 148% (março de 2016) (Figura 32).

Durante o período seco o afluente (P2) e o efluente (P5) apresentaram em média concentrações de
fósforo total 527% e 486%, respectivamente, acima do MVP pela Resolução CONAMA 430/2011.
Durante o período chuvoso o afluente (P2) e o efluente (P5) apresentaram concentração média de
fósforo total 1.022% e 863%, respectivamente, acima do MVP pela Resolução CONAMA
430/2011. Os resultados comprovam que a wetland construída usando a associação de E. crassipes
e E. densa reduziu em média a concentração de fósforo total do efluente em torno de 41% no
período seco e 159% no período chuvoso, promovendo uma melhoria na qualidade da água, porém,
não foi satisfatório em relação ao MVP pela Resolução CONAMA 430/2011.
130

Figura 32: Percentual de impacto do fósforo total da água de entrada (P2) e do efluente (P5)
após o tratamento nem relação ao MVP pela Resolução CONAMA 430/2011 para rios Classe 2
durante o período de estudo.

Elaborado pela autora:

A concentração de nitrogênio total no afluente (P2) variou de -43% (abril de 2015) a 168% (agosto
de 2015) durante o período seco e variou de -65% (janeiro de 2016) a -87% (março de 2016)
durante o período chuvoso. Em relação ao efluente (P5), a concentração de nitrogênio total variou
de 55% (abril de 2015) a 276% (agosto de 2015) durante o período seco e variou de 334% (janeiro
de 2016) a 1.202% (março de 2016) durante o período chuvoso (Figura 33). Durante os meses de
abril de 2015 (período seco) e todo o período chuvoso, a concentração do nitrogênio total esteve
em acordo com o MVP pela Resolução CONAMA 430/2011 para rios Classe 2, porém, nos demais
meses do período seco permaneceram acima do limite estabelecido. Os resultados comprovam que
o tratamento usando a associação de E. crassipes e E. densa reduziu em média a concentração de
nitrogênio total do efluente durante o período seco em -47% e durante o período chuvoso houve
um aumento de 768%.
131

Figura 33: Percentual de impacto do nitrogênio total da água de entrada (P2) e do efluente (P5)
após o tratamento nem relação ao MVP pela Resolução CONAMA 430/2011 para rios Classe 2
durante o período de estudo.

Fonte: Elaborado pela autora.

4.4 CONCLUSÃO

Do ponto de vista operacional pode-se dizer que o sistema de tratamento foi testado sob condições
críticas passando por ausência de chuva em 2015 e excesso de chuva em fevereiro/2016 (1.644
mm, correspondendo a 21% acima da média histórica de 1961 a 2016 na região).

Em média, o tratamento apresentou melhor eficiência de remoção durante o período chuvoso para
os sólidos dissolvidos totais (26,52 + 7,45%), fósforo total (34,51 + 23,74%), nitrito (71,97 +
4,08%), nitrato (5,56 + 45,92%), nitrogênio inorgânico (-17,80 + 18,07%) e turbidez (-34,19 +
30,47%), possivelmente, devido à diluição dos nutrientes e material orgânico pela chuva. Durante
o período seco o sistema de tratamento apresentou melhor eficiência de remoção para o fósforo
solúvel reativo (78,95 + 10,13%), o nitrogênio amoniacal (26,36 + 32,03%) e o nitrogênio total
(28,72 + 5,86%).

Nos meses de abril/2015, maio/2015 e agosto/2015 o tratamento promoveu uma elevação na


concentração do oxigênio dissolvido. Com relação ao oxigênio saturado o tratamento provocou
uma variação de -200,98 % e -174,61 % nos meses de abril/2015 e maio/2015, respectivamente.
Nos demais meses houve redução da concentração de oxigênio dissolvido e do oxigênio saturado.
132

A concentração do fósforo total do efluente (P5) esteve acima do máximo valor permissível pela
Resolução CONAMA 430/2011 para rios Classe 2 (ambiente lêntico) durante todo o período
analisado, variando entre 55% (período seco) a 1.202% (período chuvoso). A concentração de
nitrogênio total variou de 55% (abril de 2015) a 276% (agosto de 2015) durante o período seco e
variou de 334% (janeiro de 2016) a 1.202% (março de 2016) durante o período chuvoso.

A wetland demonstrou eficiência na redução dos parâmetros analisados, com exceção do fósforo
total e nitrogênio total (em parte do período seco) proveniente do efluente de piscicultura,
enquadrando os parâmetros analisados aos padrões exigíveis pela Resolução CONAMA 430/2011,
reduzindo o impacto da piscicultura no corpo hídrico receptor. O uso integrado da piscicultura
com sistemas de tratamento com wetlands construídas pode gerar ganhos econômicos, sociais e
ambientais, contribuindo para a sustentabilidade da atividade e a proteção ambiental.

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139

5. DIRETRIZES PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE


EFLUENTE DE PISCICULTURA USANDO WETLAND CONSTRUÍDA
140

RESUMO

Os wetlands construídos são sistemas de tratamento empregados mundialmente para tratar


efluentes de diversas tipologias como efluentes domésticos, industriais, agropecuários, dentre
outros. Podem ser utilizados tanto no ambiente urbano quanto no ambiente rural, podendo ainda
ser incorporados em paisagismo. Esses sistemas apresentam inúmeras vantagens em relação aos
sistemas de tratamento convencionais, dentre eles o baixo custo, fácil manutenção, uso de recursos
naturais e proteção ambiental, no entanto, sua eficiência varia em função da sazonalidade, do
tempo de detenção hidráulica e do manejo da biomassa. Os critérios de dimensionamento,
substrato, tipo de wetland, formato são muito variados, a depender do tipo e volume de efluente a
ser tratado. Para que os wetlands operem eficientemente, é necessário atender algumas diretrizes
que devem ser observadas nas fases de planejamento, construção e manutenção. A inobservância
de algumas diretrizes, o planejamento inadequado ou manutenção deficiente, podem aumentar os
custos do projeto e/ou até mesmo chegar a inviabilizar a obra. O objetivo desse trabalho é levantar
as diretrizes para implantação de um sistema de tratamento de efluente de piscicultura usando
wetland construído e fazer uma análise crítica do sistema de tratamento de efluentes de piscicultura
que foi implantado no semiárido pernambucano (estudo de caso).

Palavras-chave: fitorremediação, tratamento de efluentes, proteção dos recursos hídricos,


sustentabilidade.

ABSTRACT

The built wetlands are treatment systems used worldwide to treat effluents from several types such
as domestic, industrial, agricultural and livestock effluents, among others. They can be used both
in the urban environment and in the rural environment, and can be incorporated into landscaping.
These systems have many advantages over conventional treatment systems, such as low cost, easy
maintenance, use of natural resources and environmental protection. However, their efficiency
varies according to seasonality, hydraulic holding time and water management. biomass. The
criteria for sizing, substrate, type of wetland, format are very varied, depending on the type and
volume of effluent to be treated. To make wetlands operate efficiently, it is necessary to meet some
guidelines that must be observed in the planning, construction, and maintenance phases. Failure to
comply with some guidelines, inadequate planning or poor maintenance can increase project costs
and / or even turn work unviable. The objective of this work is to establish the guidelines for the
implementation of a treatment system for fish effluent using built wetland and to perform a critical
analysis of the fish effluent treatment system that was implanted in the semiarid state of
Pernambuco (case study).

Key words: phytoremediation, effluent treatment, water resources protection, sustainability.

5.1 INTRODUÇÃO

Os wetlands construídos são projetados para imitar as terras úmidas naturais, retendo as águas das chuvas
e removendo poluentes por sedimentação, sorção, biodegradação e absorção vegetal (DAVIS; MASTEN,
2016). Esses sistemas, conhecidos também como sistemas de alagados construídos, se distinguem
como tecnologias sustentáveis por apresentarem processo construtivo e operacional simples, de
consumo energético mínimo, possibilitando sua aplicação em pequenas comunidades, áreas rurais
141

ou distantes (MORAIS et al., 2015). Naturais ou construídos, os wetlands podem ser usados para
o controle da poluição das águas e estão se tornando uma tecnologia global.

Levantamentos realizados, recentemente, indicaram a existência de mais de 6.000 wetlands


construídos para tratamento de resíduos domésticos na Europa, enquanto que na América do Norte
já são mais de 1.000 wetlands controlando a poluição de resíduos industriais e domésticos. Por
outro lado, no Brasil, África, Ásia e Austrália o número de wetlands construídos para o tratamento
de resíduos tem aumentado rapidamente (KADLEC; KNIGHT, 1996).

Esses sistemas se tornaram indicados para aplicação em regiões carentes de saneamento básico,
adequando-se perfeitamente aos países de clima tropical, como é o caso do Brasil. Os wetlands
construídos têm sido empregados para tratar águas pluviais, efluentes domésticos, industriais de
diversas tipologias, de empresas de mineração, agropecuários, controle de cheias, dentre outros,
bem como podem ser aplicados em ambiente urbano ou rural (BRASIL, 2005). Os wetlands são
constituídos basicamente por três elementos: substrato, macrófitas e microrganismos, estes
associados possibilitam a depuração e transformação dos componentes químicos, físicos e
biológicos da água residuária. Transforma os poluentes em biomassa, a qual pode ser utilizada
como forma de bioenergia e pode ser incorporado ao paisagismo local (FROTA, 2016).

Os potenciais usuários do sistema de tratamento de efluentes com wetlands construídos variam


desde empresas privadas, governos, municípios, indústrias, comércio, turismo, produtores do ramo
agropecuário, técnicos agropecuários, produtores da aquicultura a pessoas em suas próprias
residências.

Segundo von Sperling (1996), os wetlands construídos apresentam vantagens em relação aos
sistemas de tratamento convencionais, dentre estas, elevada eficiência na remoção da DBO e de
coliformes termotolerantes; requisitos energéticos praticamente nulos, construção, operação e
manutenção simples; boa resistência à variações de carga; possibilidade de reuso da biomassa
vegetal produzida. Dentre as desvantagens estão a necessidade de grandes áreas para construção;
necessidade do substrato; susceptível à entupimentos; necessidade de manejo das macrófitas;
possibilidade de criação de focos de mosquitos em sistemas de fluxo superficial.

De acordo com Frascá-Scorvo et al. (2013), deve ser dada prioridade para construção de viveiros
em áreas mais planas e, com menor grau de dificuldades na terraplanagem, de tal forma que para
cada 1m² de viveiro construído tem-se cerca de 0,60m³ de movimentação de terra, o que reduz o
impacto ambiental e o nível de investimento dos mesmos. Com relação ao solo, este deve,
142

preferencialmente, deve ser argiloso ou deve ser colocado material geotécnico para impedir o
escoamento do efluente no subsolo.

Além da natureza do poluente, podem afetar a eficiência de remoção as seguintes variáveis: tipo
de solo, meteorologia, hidrologia, hidrodinâmica, flora, fauna regras de operação e manejo do
sistema (LAUTENSCHLAGER, 2001). Segundo Poças (2015), a escolha do material da
combinação de macrófita, material filtrante e fluxo deve ser feita de acordo com o efluente a ser
tratado e não há uma definição quanto ao tempo de detenção hidráulica ideal para cada sistema.

O objetivo desse trabalho é levantar as diretrizes para implantação de um sistema de tratamento


de efluente de piscicultura usando wetland construído e fazer uma análise crítica do sistema.

5.2 MATERIAIS E MÉTODOS

O estudo foi conduzido em uma piscicultura na zona rural do município de Itacuruba


(08°50’22,50”S e 038°41’47,38”W), localizada no Semiárido de Pernambuco. Esse município está
situado na mesorregião do São Francisco Pernambucano, inserido na Bacia do Pajeú (Unidade de
Planejamento UP-9), pertencente à microrregião de Itaparica e à Região de Desenvolvimento (RD)
do Sertão Itaparica.

O projeto do wetland construído foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Técnica de


Berlim inicialmente para tratar efluente de fármacos usados em piscicultura. Posteriormente, foi
avaliada a eficiência de remoção de nutrientes e sólidos em uma piscicultura na região semiárida
pernambucana para o presente estudo.

Inicialmente foi feito uma revisão da literatura para levantar quais os principais critérios devem
ser levados em consideração para as fases de planejamento, construção e manutenção de um
sistema de tratamento de efluente usando wetland construído. Para atingir esse objetivo foi
elaborada uma tabela.
Em uma etapa posterior foi feita uma segunda tabela apresentando as condições ideais e a situação
real que ocorreu durante o experimento. Por fim, foi feita uma análise crítica do sistema por meio
de um diagrama SWOT apresentando as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças ao wetland
no contexto do semiárido pernambucano.
143

5.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A criação de um sistema de tratamento com wetland construído requer um planejamento prévio e


pode ser subdivida em duas etapas: a etapa de construção propriamente dita e a etapa de
estabelecimento da vegetação. A construção inclui atividades pré-construção como limpeza e
preparação do terreno. Na fase de planejamento (Figura 34) de um wetland construído devem ser
considerados vários critérios:

 Seleção do local: Weber; Prado; Kaick (2015) destacam que a escolha do local para
construção de uma wetland deve levar em consideração diversos aspectos, os quais
influenciam diretamente nos resultados obtidos. É necessário um estudo do local, quanto
à disponibilidade de área, topografia, permeabilidade do solo, recursos ambientais
existentes, assim como possíveis impactos na vizinhança. Dupoldt et al. (2000) cita alguns
critérios que o melhor local para implantação deve seguir: proximidade da fonte do
efluente; declividade (2 a 4% para que a água flua pela gravidade), para que a água flua
através da gravidade; solo passível de compactação para evitar desmoronamento dos
taludes, e minimizar o risco de uma contaminação das águas subterrâneas; a wetland deve
estar acima do lençol freático. O wetland pode ser implantado em um ambiente urbano ou
rural, podendo ser incorporado ao paisagismo local, dentre outros.

 Disponibilidade de terreno: o custo da compra e/ou aluguel pode ser um fator impeditivo
para a implantação de um wetland construído.

 Topografia: deve ser dada prioridade para áreas planas (2 a 4% de declividade no


máximo).

 Fatores climáticos: é necessário conhecer a temperatura, pluviosidade, umidade e


evapotranspiração da região, pois esses fatores podem alterar a eficiência de remoção do
wetland. Pelo fato de se portarem como corpos d’água abertos à atmosfera, as wetlands
construídos são diretamente influenciadas pelas condições climáticas da região onde se
planeja construir o sistema. Há situações em que as wetlands podem diminuir a eficiência
de tratamento, devido às chuvas fortes que aumentam o fluxo rapidamente, diminuindo o
tempo que o efluente permanece no sistema. O aumento no fluxo pode diluir alguns
poluentes dissolvidos, enquanto aumenta a quantidade de materiais em suspensão
144

(DUPOLDT et al., 2000). Lautenschlager (2001) destaca que fatores climáticos podem
afetar o funcionamento de wetlands em função da temperatura (afeta taxa de reações
físico-químicas e bioquímicas), radiação solar (afeta a taxa de crescimento da vegetação),
precipitação (afeta o balanço hídrico das wetlands) e o vento (afeta as taxas de
evapotranspiração).

 Proximidade de fonte de água: O sistema pode ser implantado em vias navegáveis,


linhas de drenagem, fontes, lagos e reservatórios como medida para reduzir ou mitigar a
degradação da qualidade da água. Também pode ser instalada em diversos tipos de uso da
terra, por exemplo, adjacentes à agricultura irrigada ou à aquicultura terrestre
(MARQUES, 2015; MARQUES; PFLUGMACHER, 2017).

 Água: antes de se iniciar a construção de um wetland deve ser feita uma caracterização
quantitativa e qualitativa da água e do tipo de efluente a ser tratado (análise físico-química,
biológica e/ou ecotoxicológica). Uma série de parâmetros de qualidade de água podem ser
monitorados na piscicultura, dentre eles: pH, salinidade, condutividade elétrica, oxigênio
dissolvido, sólidos dissolvidos totais, temperatura, clorofila-a, fósforo e compostos de
nitrogênio, demanda bioquímica de oxigênio, demanda química de oxigênio, cor,
transparência, dentre outros.

 Tecnologia: os wetlands construídos são classificados, principalmente, pelo regime de


escoamento do líquido no sistema. As variações mais comuns são os sistemas de
escoamento subsuperficial vertical e horizontal, em que não há lâmina d’água aparente:
 Wetland Construído de Fluxo Vertical Descendente ou Ascendente: não há lâmina
d’água aparente. Os sistemas verticais podem receber esgotos brutos sobre sua
superfície. Segundo Nivala et al. (2013), o efluente atravessa um meio filtrante,
normalmente feito de areia e brita, e a água tratada é coletada pela tubulação da
parte inferior da wetland;
 Wetland Construído de Fluxo Horizontal: os sistemas horizontais devem receber
efluentes mais clarificados (com menor teor de sólidos). Pode ser classificado em
superficial ou subsuperficial. Os wetlands superficiais, em que é visível o espelho
d’água, são mais utilizados para efluentes com menores teores de matéria orgânica
e sólidos, como etapa para polimento final ou armazenamento de água para reuso
(WETLANDS CONSTRUÍDOS, 2016).
145

 As wetlands construídas com fluxo superficial são áreas projetadas para simular
lagoas do tipo pântano, com vegetação variada, já as que utilizam fluxo
subsuperficial, o efluente atravessa, horizontalmente ou verticalmente, um leito
filtrante cultivado com vegetação do tipo macrófitas aquáticas emergentes. Nas
wetlands subsuperficiais, a areia, ou algum outro tipo de solo hidráulico, age como
meio filtrante e soma-se ao cultivo de vegetação, que proporcionará a zona de
raízes, atuante no tratamento (WEBER, PRADO; KAICK, 2015)

 Off-line ou in-line: uma wetland construída é off-line, quando é previsto um desvio da


água em excesso que vai para o curso de água mais próximo, sendo esta a melhor situação.
Caso seja in-line não há desvio da água. Tudo dependerá da situação local. O importante
é construir a wetland em local onde não haja inundações para a vegetação não ser
destruída (THOMAZ, 2009).
 Design hidrodinâmico: é crucial para o sucesso de estabilização da vegetação emergente
e submersa, e consequentemente, da performance da wetland. De forma a otimizar sua
eficiência de tratamento, os wetlands devem apresentar um escoamento mais próximo
possível do fluxo pistão (MATTOS e LUCRÉCIO, 2012).

 Morfometria (forma e dimensões): Wetlands mal projetadas geralmente resultam em


problemas operacionais e de manejo e não oferecem a qualidade do tratamento de água
desejado. O formato da wetland, a batimetria e o local de entrada e saída, devem facilitar
o fluxo uniforme através da wetland, evitando zonas com distribuição pobre. As wetlands
devem ser projetadas de forma a permitir seu esvaziamento ocasionalmente, como ocorre
em regimes hidrológicos de wetlands naturais, possibilitando o umedecimento e a secagem
dos sedimentos (importante para a remoção de nutrientes) e a sustentabilidade da
vegetação por longo tempo (regeneração das macrófitas e crescimento) (MELBOURNE
WATER, 2010).

 Condições Pedológicas: As características e as propriedades desses ecossistemas variam


grandemente dependendo da geologia, da geomorfologia e dos solos da área considerada
(SALATI, 2006). Nesse sentido, antes de implantar o wetland construído é importante
estudar a topografia do local escolhido e fazer um estudo do tipo do solo local para evitar
futuros problemas. Preferencialmente devem ser utilizados solos com baixa
permeabilidade (solos argilosos) e terrenos com declividade reduzida (ORMONDE,
146

2012). Para terraplanagem são usados tratores para remover e empilhar as camadas de
solo. A etapa final consiste em nivelar o fundo das células do wetland para otimizar o
fluxo das águas residuárias (WETLANDS INTERNACIONAL, 2003).

 Dimensionamento: o dimensionamento das wetlands construídos é fundamental para o


planejamento e a determinação da viabilidade do uso desta tecnologia. É desejável que as
wetlands ocupem pequenas áreas para não reduzir o espaço de outra atividade
(CAMARGO e HENARES, 2008). Em relação à área superficial empregada, os trabalhos
publicados no Brasil apresentam uma grande variação de valores, com estudos em wetland
construído de escala de bancada, cuja área é de 0,41 m2, até sistemas em escala de campo
com 450 m². Em relação à geometria são adotados, na grande maioria dos estudos, uma
geometria retangular, com comprimento bem superior à largura, a fim de promover uma
tendência de escoamento tal qual fluxo pistão (SEZERINO et al., 2015). Com relação ao
dimensionamento das wetlands construídos, Galvão (2009) cita o comprimento (Lw), a
altura da lâmina d’água (h), a largura (b), o coeficiente de rugosidade de Manning (n), a
declividade (l) e a vazão (Q).

 Profundidade: em relação à profundidade são adotados, na grande maioria dos estudos,


valores máximos de 1,50 m de profundidade. A sensibilidade da vegetação à profundidade
de inundação está bem estabelecida pela literatura científica. O crescimento das plantas é
severamente afetado em água excessivamente profunda e as plantas irão inevitavelmente
morrer, mesmo que elas persistam pelo primeiro ou segundo anos.

 Tipo de substrato: o substrato inclui solo, areia, cascalho e rochas e a coluna d’água é o
meio de transporte para sólidos orgânicos, nutrientes, etc. Os processos envolvidos no
tratamento da água são filtração, sedimentação, precipitação de metais pesados,
fotossíntese e respiração das plantas, fermentação, nitrificação e denitrificação, etc.
(KHANIJO, 2007). Segundo Sezerino et al. (2015), a brita e a areia se tornam os materiais
filtrantes mais comuns nas experiências brasileiras.

 Meio filtrante: Para Metcalf e Eddy (1991), é importante conhecer a porosidade e


condutividade hidráulica do meio filtrante escolhido para o estudo hidráulico e
dimensionamento das wetlands construídas. Frota (2016) destaca que o substrato, ou meio
filtrante, do wetland é responsável pela sustentação das macrófitas e também por
147

proporcionar a filtragem do efluente. É projetado sempre de forma a otimizar a


condutividade hidráulica, ou permeabilidade, buscando manter boas condições de fluxo
ao longo do tempo de operação do sistema. Matos et al. (2015) observaram que um
material mais fino normalmente apresenta menor porosidade e, assim, maior crivo para
retenção de partículas, tendo melhores eficiências.

 Sistema de controle de vazão: As wetlands devem ser projetadas de forma a permitir seu
esvaziamento ocasionalmente, possibilitando o umedecimento e a secagem dos sedimentos para
garantir a remoção dos sedimentos e o manejo da vegetação (MELBOURNE WATER, 2010).
Muitas reações biogeoquímicas importantes dependem do tempo de contato entre os constituintes
da água residuária, os microrganismos e o meio suporte, tornando esse tempo de contato um fator
determinante no processo de remoção de alguns poluentes (USEPA, 2000).

 Tempo de detenção hidráulico (TDH): A dinâmica de movimento do líquido por meio dos WC
tem uma importante influência na eficiência e duração dessas interações. Muitas reações
biogeoquímicas importantes dependem do tempo de contato entre os constituintes da água
residuária, os microrganismos e o meio suporte, tornando esse tempo de contato um fator
determinante no processo de remoção de alguns poluentes. Algum curto-circuito ou zona morta
que ocorra no wetland construído, consequentemente, produzirá efeitos no tempo de contato real,
assim como na velocidade de escoamento e na eficiência do tratamento (USEPA, 2000).

 Seleção das macrófitas: as wetlands construídas povoadas com macrófitas emergentes


necessitam de substrato para a fixação da planta. Por sua vez, as wetlands construídas povoadas
com macrófitas flutuantes não necessitam de solo para a fixação, pois são espécies que flutuam
na superfície da água. Para que a biorremediação com uma wetland seja eficiente a macrófita
deve ter características como:
 Rápido estabelecimento e alta taxa de crescimento;
 Grande capacidade de absorção de nutrientes;
 Capacidade de estocar grande quantidade de nutrientes na biomassa;
 Ser tolerante às características físicas e químicas do efluente
 Estar adaptada às condições climáticas locais.
 Os estudos mostram que a eficiência das wetlands pode variar em função da espécie de
macrófita utilizada (CAMARGO e HENARES, 2008).
148

 Unidade de armazenamento e beneficiamento da biomassa: segundo Pompêo (2005),


é fundamental ao se planejar um sistema de tratamento com aplicação de macrófitas
aquáticas, as unidades de armazenamento e beneficiamento da biomassa removida durante
o manejo. Essa preocupação se deve ao fato de que o descarte da biomassa vegetal sem um
planejamento adequado contribui para um problema ambiental. A disposição irregular da
matéria orgânica geradas nas wetlands construídas traz uma desvantagem ao sistema, pois
apesar de ser um sistema eficiente no tratamento dos efluentes, torna-se um gerador de
resíduos sólidos.
149

Figura 34: Caracterização da fase de planejamento de uma wetland construída.

Condições Climáticas

Condições hidrológicas

Seleção do local
Proximidade da fonte do
poluente

Condições Pedológicas
Fase de Planejamento

Dimensionamento Área, volume, TDH

Tipo de Wetland Construída SFH, SFV

Tipo de substrato

Meio filtrante

Flutuantes, emergentes,
Seleção das macrófitas
submersas

Unidade de armazenamento
da biomassa

Fonte: Elaborado pela autora (MARQUES, 2015).

As etapas da fase de construção (Figura 35) de um wetland construído devem prever:

 Limpeza do terreno: A vegetação existente deve ser removida, bem como raízes, troncos
e entulhos de árvores.

 Terraplenagem do terreno: posteriormente à limpeza, se faz o nivelamento do terreno e


instalação das estruturas de controle da água. Para terraplanagem são usados tratores para
remover e empilhar as camadas do solo. A etapa final consiste em nivelar o fundo das
células do wetland para otimizar o fluxo das águas residuais (WETLANDS
INTERNATIONAL, 2003).

 Colocação do substrato: o substrato, ou meio filtrante, do wetland é responsável pela


sustentação das macrófitas e também por proporcionar a filtragem do efluente. É projetado
sempre de forma a otimizar a condutividade hidráulica, ou permeabilidade, buscando
150

manter boas condições de fluxo ao longo do tempo de operação do sistema (FROTA,


2016).

 Instalação hidráulica: Silva (2014) concluíram que é necessário implantar um sistema de


controle de vazões no wetland construído, tanto de entrada quanto de saída.

 Instalação elétrica: em alguns casos requer o uso de bombas para puxar o efluente para o
sistema de tratamento.

 Impermeabilização
O wetland construído deverá ser devidamente impermeabilizado visando a prevenção de
possíveis contaminações de solo (REIS; SERBENT; BELLO, 2016) por meio de
geomantas ou geomembranas (p.ex. manta de PEAD).

 Plantio das macrófitas: após a construção da wetland, o tanque deve ser preenchido
parcialmente para permitir o plantio das macrófitas manualmente (WETLANDS
INTERNATIONAL, 2003). Podem ser usadas plantas submersas ou flutuantes ou a
combinação destas para melhorar a eficiência do sistema. Antes de se iniciar o tratamento,
deve ser esperado um período de pelo menos trinte dias (run-off) para que as plantas se
adaptem ao novo ambiente.

 Canais de extravasamento: segundo Marques; Pflugmacher-Lima (2017), construir


canais de extravasamento aperfeiçoa o funcionamento de uma wetland construída. A
inundação pode não ser um risco elevado em uma área semiárida, mas se muitos tanques
de peixes liberarem os efluentes ao mesmo tempo, um efeito similar é provável. Por outro
lado, no caso de uma seca severa, o operador deve decidir quanta água ainda pode ser
canalizada para a wetland, levando primeiramente em conta os peixes, depois o sistema de
limpeza da água. Se a seca persistir por um longo tempo, a wetland talvez tenha de ser
fechada temporariamente.
151

Figura 35: Caracterização da fase de construção de uma wetland construída.

Limpeza do terreno

Terraplenagem do

Fase de Construção
terreno
Colocação do
substrato
Instalação
hidráulica

Impermeabilização

Preenchimento
parcial
Plantio das
macrófitas

Fonte: Elaborado pela autora (MARQUES, 2015).

 Limpeza: durante a rotina de manutenção, o foco deve ser dado à limpeza já que a falta de
manutenção acarreta em má distribuição do afluente, formação de caminhos preferenciais
e entupimentos resultando, assim, em uma progressiva deterioração do desempenho do
sistema que muitas

 Manejo da biomassa: A retirada do excesso de macrófitas é importante para manter o


efeito de filtro e as eficiências de redução de componentes poluentes e para evitar que sua
decomposição contribua com a elevação das formas de nitrogênio e fósforo e com o
assoreamento. Os inconvenientes apresentados por essas plantas estão associados ao seu
crescimento excessivo e morte natural, visto que aceleram o assoreamento e elevam os
teores de nutrientes durante sua decomposição. O manejo adequado é importante para
evitar o assoreamento e manter seu poder de filtração, absorção e degradação do biofilme
associado às raízes, podendo ser soluções ecológicas viáveis ou paliativas para a melhoria
da qualidade da água de corpos aquáticos em processo de eutrofização. (DINIZ et al.,
2005). Tratando-se de um sistema que sofre fortes influências das condições ambientais, o
monitoramento por um período de tempo mais longo, associado a aspectos operacionais e
de manejo do sistema, pode fornecer importantes subsídios sobre a questão da real
152

contribuição do uso das macrófitas nos wetlands construídos de escoamento horizontal


subsuperficial. Contudo, a possibilidade de utilização das plantas (biomassa) e o aspecto
estético (paisagístico) devem sempre ser levados em consideração (PAOLI; VON
SPERLING, 2013).

Figura 36: Caracterização da fase de manutenção de uma wetland construída.


Fase de Manutenção
Limpeza e
desobstrução

Controle da vazão

Manejo das
macrófitas

Fonte: Elaborado pela autora (MARQUES, 2015).

A maioria das pesquisas que compara wetlands construídos (WC) de escoamento subsuperficial
plantados e não plantados para o tratamento de efluentes mostra um efeito significativo e positivo
da presença das macrófitas na remoção de poluentes. As macrófitas aquáticas são um dos
componentes fundamentais em sistemas de wetlands construídos, pois estão direta ou
indiretamente relacionadas com a ocorrência de mecanismos de remoção dos poluentes associados
a estes sistemas (BARRETO, 2011). Um estudo sobre este aspecto foi realizado por Biudes (2007)
e citado por Esteves e Meireles-Pereira (2011) no qual os resultados mostraram que um sistema
de tratamento contendo o aguapé necessita de, aproximadamente, 9% da área do cultivo.

Diferentes caracterizações de efluentes geram diferentes projetos, tanto na área rural como urbana
(WEBER; PRADO; KAICK, 2015). Zonas alagadas construídos são baseadas na simbiose
biológica entre macrófitas e microrganismos (bactérias, fungos e algas) e suas interações com a
química do solo e da água (MARQUES; PFLUGMACHER, 2017).

Para implantação do sistema de tratamento deve-se prever os custos para terraplenagem, remoção
da terra e materiais de construção (Tabela 14). Na fase de operação devem ser previstos custos
153

para o manejo periódico das plantas, desobstrução da tubulação, colocação de tela e limpeza do
terreno (Tabela 15).

Tabela 14: Custos de implantação do sistema de tratamento.


Entrada Item Custo (US$)
Terraplenagem Escavação 252,76
Caminhão Remoção da terra 126,38
Material de Construção Mourão (com cimento) 473,93
Arame farpado 315,96
Total --- 1.169,03

Tabela 2: Custos de manutenção do sistema de tratamento.


Entrada Item Custo (US$)
Manejo das macrófitas e Mão-de-obra 63,96
desobstrução de tubulação
Isolamento das plantas Tela de nylon 15,80
Limpeza do terreno Remoção da biomassa 315,96
Total --- 395,72

5.3.1 Diretrizes para as fases de planejamento, construção e operação de wetlands


construídas

As principais diretrizes para as fases de planejamento, construção e operação de wetlands


construídas que devem ser observadas estão descritas na Tabela 16.
154

Tabela 16: Critérios a serem considerados nas fases de planejamento, construção e operação de uma wetland construída.
Critérios Planejamento Construção Operação
Local Disponibilidade de terreno Limpeza do terreno Manutenção periódica da parte hidráulica
Topografia (prioridade para áreas planas) Nivelamento do terreno (para evitar a colmatação, causando
Clima (temperatura, pluviosidade, umidade Montagem da rede hidráulica possível diminuição na eficiência do
e evapotranspiração) Meio filtrante (geralmente brita ou seixo) sistema)
Proximidade de fonte de água Sistema de monitoramento de vazão de Reparo e/ou substituição das tubulações,
Declividade suave (2 a 4%) entrada e de saída (calha Parshall) barreiras físicas, telas e geomantas, quando
Solo passível de compactação Construção da alvenaria incluindo as necessário
Local de implantação deve estar acima do chicanas e um local para o armazenamento e
lençol freático aproveitamento da biomassa.
Geomorfologia Construção de barreiras físicas
Fatores climáticos Colocação de tela: isolamento das
Ambiente urbano ou rural, podendo ser macrófitas, afastamento de aves, impedir a
incorporado ao paisagismo local entrada de alevinos e/ou peixes.
Análise pedológica

Água Caracterização quantitativa e qualitativa da Pode ser construído próximo a corpos Limpeza da wetland (evita perda de
água e do tipo de efluente a ser tratado d’água (vias navegáveis, linhas de eficiência de remoção)
(análise físico-química, biológica e/ou drenagem, fontes, lagos e reservatórios)
ecotoxicológica) Pode ser instalado adjacente à agricultura Deve ser realizado monitoramento da
Condições hidrológicas: vazão, tempo de irrigada ou à aquicultura terrestre qualidade do afluente e efluente.
detenção hidráulica, carga poluente Construção de canais de drenagem (em caso
de chuvas excessivas)

Tecnologia Wetland Construída de escoamento Construção da alvenaria (incluindo as Avaliação do tempo de detenção hidráulico
subsuperficial horizontal (WCSH); chicanas e local para armazenamento e e batimetria após a construção
Wetland construído de escoamento vertical aproveitamento da biomassa removida)
(fluxo ascendente ou descendente) (WCFV)
Wetland Construída de escoamento
superficial (WCES)
Sistemas mistos
Batimetria
Local de entrada e saída (evitando zonas
com distribuição pobre)
155

Profundidade (afeta o crescimento das


plantas)
Morfometria (forma e dimensões) dos
tanques
Geometria retangular (mais adotada)
Dimensionamento (área das wetlands,
comprimento útil, altura útil do substrato,
largura útil, profundidade útil volume útil,
comprimento e largura das chicanas,
relação comprimento versus largura)
Formato hidrodinâmico
Carga orgânica
Tempo de detenção hidráulica (TDH)
Local para armazenamento e
aproveitamento da biomassa removida
(opcional)

Meio filtrante Porosidade da coluna d’água Colocação do meio filtrante Reposição da água perdida por
Condutividade da coluna d’água (preferencialmente pela gravidade) evapotranspiração
Esvaziamento para limpeza
Substituição do meio filtrante quando
necessário

Substratos Areia Colocação do substrato Manutenção do substrato


Solo local (preferencialmente argiloso)
Brita
Cascalho
Impermeabilização Lona, impermeável Colocação de uma camada impermeável de Manutenção das geomantas ou reparo no
Geomantas lona, geomantas ou concreto concreto (se necessário)
Concreto
Macrófitas Flutuantes, emersas, emergentes ou Remoção e transporte Área de cobertura vegetal
enraizadas Plantio manual das macrófitas Manejo das macrófitas na fase de
Usadas isoladamente ou em associação com Avaliação da taxa de crescimento senescência
outras plantas (para melhorar a eficiência Reaproveitamento da biomassa (via
do sistema) compostagem ou ração animal, dentre
Tolerância da espécie (ao poluente) outros)
156

Rápido estabelecimento
Alta taxa de crescimento
Grande capacidade de absorção de
nutrientes na biomassa
Estar adaptada às condições climáticas
locais (endêmica da região)

Custos Elaboração do projeto Limpeza do terreno Mão-de-obra (para fazer o manejo


Aquisição do terreno Terraplenagem periódico da biomassa)
Terraplenagem (aluguel, transporte, Remoção da terra Análise e monitoramento da vazão
operador e combustível) Construção da alvenaria Análise da qualidade da água e do efluente
Material de construção (mourão, arame Instalação hidráulica Mão-de-obra (limpeza, desobstrução da
farpado, cimento, cal, tijolo, areia, brita, Impermeabilização tubulação, substituição de telas, cercas e
telas, cercas, etc.), reparo na wetland)
Material hidráulico (tubulações e conexões Contratação de empresa especializada para
de PVC, torneira de passagem, calha fazer monitoramento da qualidade de água
Parshall) e avaliar a eficiência de remoção do
Impermeabilização (lona impermeável, tratamento
geomantas ou concreto)
Transporte do material
Combustível
Mão-de-obra
Compra de equipamentos de
monitoramento (calha Parshall, sonda
paramétrica, ecobatímetro, dentre outros)
157

5.3.2 Limitações do sistema de tratamento, fraquezas, ameaças e potencialidades

Antes de iniciar o experimento é imprescindível a avaliação do crescimento da biomassa de acordo


com a(s) espécie(s) de planta(s) utilizadas, especialmente se o local for em região tropical. Depois
que se conhecer o tempo de crescimento da(s) espécie(s) pode-se planejar a periodicidade do
manejo para remoção da biomassa.

Cada wetland construída pode enfrentar desafios diferentes e bastante contextuais. A tabela 16
apresenta as condições ideais para planejamento, construção e manutenção e a real situação que
ocorreu no campo.

Tabela 16: Condições ideais para planejamento, construção e manutenção e a real situação
ocorrida em capo durante o experimento.

Ideal Real
Fazer uma análise do solo antes de iniciar a Não foi observado que o solo da região apresentava
construção da wetland muita pedregosidade e por esse motivo foi necessário
conseguir uma retroescavadeira especial para fazer a
escavação do terreno e esse fato encareceu o custo
do projeto.

Proximidade da fonte do poluente No apresentado estudo, o local escolhido para


implantação do sistema de tratamento era
estrategicamente posicionado entre os tanques de
piscicultura e o reservatório, possibilitando que o
mesmo recebesse os efluentes por gravidade, sem
necessitar do uso de equipamentos e consumo de
energia elétrica. Antes de ser implantado era área de
pastagem extensiva.

Preferencialmente, o solo deve ser argiloso ou Inicialmente foi cogitada a colocação de uma
deve ser colocado material geotécnico para geomanta para promover a impermeabilização do
impedir o escoamento do efluente no subsolo tanque, porém, por conta do alto custo, essa opção
foi descartada.
É necessário implantar um sistema de controle Não foi implantada devido ao custo.
de vazões no wetland construído, tanto na
entrada, quanto na saída (calha Parshall, por
exemplo).

Deve-se criar barreiras na entrada do sistema Foi colocada uma tela, mas não impediu a entrada de
para impedir a entrada de alevinos e/ou peixes. alevinos na wetland.

Antes de iniciar a operação do sistema deve ser Não foi feita a avaliação da taxa de crescimento. O
avaliada a taxa de crescimento das macrófitas manejo foi feito com periodicidade mensal, porém
em função das condições climáticas, não foi satisfatório.
hidrológicas e da carga orgânica para se prever
a periodicidade ideal do manejo.
158

A wetland deve ser cercada para evitar a entrada O sistema foi cercado, porém devido à estiagem que
de animais ruminantes. acometeu a região durante o período de estudo, um
pastor de cabras quebrou uma parte da cerca para
elas se alimentarem das plantas. O problema é que os
animais entravam na wetland e morriam afogados.

Em caso de ter muitas aves que se alimentam de As aves que se alimentam de macrófitas não foram
macrófitas é necessário colocar uma tela vistas na área durante a realização do projeto. Se tais
aves fossem muito numerosas, potencialmente
ameaçando o sistema pela remoção de muito
material vegetal, a colocação de uma tela pode
solucionar o problema.
As wetlands devem ser projetadas de forma a Não foi colocado sistema de controle e
permitir seu esvaziamento ocasionalmente, monitoramento de vazão.
possibilitando o umedecimento e a secagem dos
sedimentos para garantir a remoção dos
sedimentos e o manejo da vegetação.

Construção de unidades de armazenamento e Não foi feita a construção e não foi feito o
beneficiamento da biomassa removida durante aproveitamento da biomassa.
o manejo

Deve ter uma pessoa fazendo a vigilância da Não teve ninguém vigilando a wetland.
wetland para evitar entrada de pessoas estranhas
e animais.

Em caso de eventos extremos devem ser Não foram construídos canais de extravasamento.
construídos canais de extravasamento para
evitar desvio ou transbordamento do efluente.

7.3.3 Análise crítica do wetland construído

A partir das observações, foi possível fazer uma análise crítica sobre o tratamento usando wetlands
construídas:

 Com relação aos pontos fortes (forças), a tecnologia é considerada limpa, uso dos recursos
naturais, reduz os impactos ambientais provocados pela piscicultura e tem menor custo em
comparação com os sistemas de tratamento convencionais.
 Com relação às oportunidades, a região apresenta o clima favorável e possui
disponibilidade de água de boa qualidade. A tecnologia permite a geração de emprego e
renda.
 Com relação às fraquezas, requer manutenção periódica, a eficiência do sistema está
ligada à sazonalidade, queda na qualidade da água devido à senescência das plantas, rápido
crescimento, foco de mosquitos. Se tratando de uma região semiárida, essa manutenção
deve ser rigorosa.
159

 Com relação às ameaças, a sazonalidade pode chegar a inviabilizar a operação em caso de


eventos extremos, o sistema pode ser invadido por ruminantes e alevinos, as plantas podem
invadir o reservatório e se tornarem uma praga se não forem bem manejadas.
O diagrama SWOT (Figura 37) apresenta as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças do
wetland construído no contexto do semiárido pernambucano.

Figura 37: Diagrama SWOT do wetland construído apresentando as forças, fraquezas,


oportunidades e ameaças.

Fonte: Adaptado de DREAMSTIME (2017).

7.3.4 Recomendações: aproveitamento da biomassa vegetal

Segundo Van der Steen (1999), as macrófitas aquáticas possuem alta produtividade quando
inseridas em sistemas com elevado teor de nutrientes, como é o caso de efluentes de piscicultura,
aumentando sua biomassa rapidamente, o que exige constante manejo do sistema. Ao longo do
presente experimento foi necessário remover periodicamente a biomassa e como decorrência,
houve aumento dos custos operacionais.

Problema semelhante foi reportado por Polisel (2005). O autor concluiu em seu experimento com
lagoas de estabilização usando macrófitas aquáticas que embora tenha aumentado a eficiência de
remoção de DQO, DBO5, Nitrogênio Kjedahl e Amoniacal, para ambos os casos: lagoa com
160

aguapé e lagoa com lentilha d’água, os inúmeros problemas operacionais e aumento de custos que
surgiram da aplicação das macrófitas aquáticas tornam desaconselhável o uso de aguapé (E.
crassipes) e lentilha d’água (Lemna minor) em lagoas de tratamento de esgoto.

Henry-Silva e Camargo (2006) reportaram que as macrófitas aquáticas flutuantes vêm sendo
utilizadas com êxito no tratamento de efluentes urbanos e de aquicultura (HENRY-SILVA, 2001).
No entanto, ainda existe um reduzido aproveitamento da biomassa vegetal produzida nesses
sistemas de tratamento, onde as plantas necessitam ser retiradas periodicamente para otimizar a
remoção de nutrientes. Nesse contexto, alternativas de aproveitamento dessa biomassa excedente
podem ser implementadas, como na produção de papel e biogás, na alimentação de animais e na
fertilização de solos (PIETERSE e MURPHY, 1990; EL-SAYED, 1999).

Buller et al. (2010) constataram que a elevada taxa de crescimento do aguapé e sua capacidade de
remoção de nutrientes são elementos que caracterizam uma potencial fonte de biomassa para o
processo de pirólise rápida de biomassa do qual derivam bio-óleo (que pode ser convertido em gás
de síntese), finos de carvão e extrato ácido.

Carvalho (2012) utilizando lagoas de estabilização contendo as plantas aquáticas E. crassipes


vivas no tratamento de efluentes líquidos tiveram resultados poucos satisfatórios, no que diz
respeito, principalmente, à proliferação de mosquitos, dificuldade no manejo das plantas,
destinação adequada dos resíduos gerados (raiz, caule e folha). Em alguns casos, elas adoeciam
intoxicadas por metais pesados, havendo uma série de restrições quanto ao seu manuseio,
armazenamento e destinação final. Logo, em vez de empregar lagoas com macrófitas vivas, os
vegetais sendo secados, moídos e transformados em um material adsorvente apresenta uma série
de vantagens, pois pode ser acondicionado, armazenado, transportado e usado a granel ou
diretamente em reatores para tratamento de efluentes líquidos.

Bronzato (2016) concluiu que é possível utilizar o conceito de “erradicação através da utilização”,
que é quando não se consegue de nenhuma forma controlar ou acabar com uma praga e esta passa
a ser usada como matéria-prima para algum processo, como a produção do etanol de segunda
geração, utilizando a biomassa do aguapé como matéria-prima e minimizando os problemas
ambientais e econômicos causados pelo excesso de Eichhornia crassipes (aguapé) nos rios
brasileiros.
161

5.4 CONCLUSÃO

Os wetlands construídos têm sido empregados para tratar efluentes de diversos tipos e podem ser
usados por usuários de pequenos e médios empreendimentos.

O uso de wetlands construídos para tratamento de efluentes é uma alternativa viável que se for
manejada corretamente proporciona benefícios econômicos, sociais e ambientais. No entanto, as
plantas devem ser usadas com cautela, especialmente em ambientes tropicais, devido aos inúmeros
problemas relatados, como: rápido crescimento, foco de mosquitos, dentre outros.

É importante fazer o aproveitamento da biomassa, pois ela pode fazer parte na composição
nutricional de rações, alimento para o gado, adubação do solo, dentre outros usos.

Antes de aumentar a tecnologia, são necessários mais estudos de acompanhamento a longo prazo
e de impacto socioeconômico e de viabilidade. Um grande impacto só será visível se muitos
piscicultores na região começarem a usá-lo, ou se forem aplicadas medidas de monitoramento,
sanções e / ou for estabelecido um sistema de incentivos. Então a técnica pode se tornar valiosa.
Até o momento, não há monitoramento da qualidade do efluente, na maioria das pisciculturas e a
maneira mais barata e mais fácil de descartar o efluente não tratado é simplesmente encaminhá-lo
de volta para o reservatório.

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165

6. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
166

6.1 CONCLUSÃO

O objetivo geral desta tese foi avaliar um sistema de tratamento de efluente de piscicultura com
uso de macrófitas aquáticas no Semiárido.

Esta tese foi subdividida em seis capítulos.

Com relação ao objetivo 1, foi feita uma revisão de literatura sobre a piscicultura (Capítulo 1).
Com base nos resultados foi observado o crescimento da aquicultura no panorama mundial e
brasileiro e que essa atividade tem se mostrado uma alternativa de geração de renda e emprego,
garantia alimentar e melhoria de vida. No Submédio São Francisco a piscicultura vem crescendo
desde 2002 com a criação de associações de produtores familiares e até indústrias de grande porte.
Essas associações estão distribuídas nos municípios pernambucanos de Itacuruba, Belém de São
Francisco, Jatobá e Petrolândia. Juntas, estima-se que a produção anual de tilápia seja de 1.500
toneladas.

Com relação ao objetivo 2 foram levantadas as principais publicações relacionadas aos usos de
wetlands construídas para tratamento de efluentes de aquicultura (Capítulo 2). Foram identificados
64 trabalhos relacionados ao tratamento de efluente de aquicultura usando wetlands construídas
no Brasil no período entre 2000 a 2016. Com base na cienciometria foi possível perceber que o
interesse por parte da comunidade científica brasileira sobre o tema se intensificou a partir do ano
2000. Apesar das inúmeras publicações, ainda há muitas lacunas sobre a aplicação dessa
tecnologia em regiões tropicais.

Com relação ao objetivo 3 foi avaliada a água de captação e do efluente dos viveiros em uma
piscicultura no semiárido de Pernambuco (Capítulo 3). Em relação ao máximo valor permissível
pela Resolução CONAMA 357/2005, a água que abastece os viveiros (P1), apresentou valores de
condutividade elétrica oscilando entre -21% (período seco) e 61% superiores (período chuvoso),
o fósforo total variou entre 62% no período seco e 660% (período chuvoso), o nitrogênio total
oscilou entre 137% (período seco) e -87% (período chuvoso). O oxigênio oscilou de -87% (período
seco) a 187% (período chuvoso). Os demais parâmetros estiveram em conformidade com a dita
resolução. O fósforo total foi o parâmetro mais impactante e apresentou um padrão sazonal com
tendência a eutrofização no período seco e eutrofização durante o período chuvoso.
167

Com relação ao efluente dos viveiros de piscicultura (P2), os parâmetros estiveram em


conformidade com os limites preconizados pela Resolução CONAMA 430/2011 para rios Classe
2, com exceção da condutividade elétrica, do fósforo total, do nitrogênio total e do oxigênio
dissolvido que apresentaram valores acima do MVP pela dita Resolução, cujos padrões são 100
µS.cm-¹, 0,03 mg.L-¹, 1,27 mg.L-¹ e 5 mg.L-¹, respectivamente. Assim como no ponto P1, o
fósforo total foi o parâmetro que apresentou o maior impacto para degradar a qualidade da água
no ponto P2, que em janeiro de 2016 (período chuvoso) teve um pico de 0,47 mg.L-¹,
correspondendo a 1.567% acima do MVP pela Resolução CONAMA 430/2011. Os resultados
revelam que o efluente apresentou eutrofização durante todo o período seco. Possivelmente esse
resultado foi decorrente do arraçoamento excessivo, despesca, operação do reservatório, aporte de
chuvas, carreamento de sedimentos alóctones e ressuspensão de sedimentos do fundo dos viveiros.

O reservatório Itaparica apresenta múltiplos usos, como abastecimento de água para a população,
dessedentação animal, irrigação, dentre outros. Devido à escassez hídrica no semiárido, é
necessário adotar estratégias para melhorar a eficiência do uso da água e adotar boas práticas de
manejo, de modo a minimizar o impacto da atividade aquícola em regiões semiáridas. Com base
no exposto, recomenda-se fazer o tratamento do efluente dos viveiros de piscicultura antes de ser
lançado no corpo receptor em atendimento à Resolução CONAMA 430/2011, como medida para
minimizar a eutrofização, favorecer a sustentabilidade do empreendimento, garantir a segurança
alimentar da população e eliminar o risco à saúde pública e à biota aquática.

Com relação ao objetivo 4 foi avaliada a eficiência de um sistema de tratamento de efluentes em


uma piscicultura no semiárido de Pernambuco (Capítulo 4). Do ponto de vista operacional pode-
se dizer que o sistema de tratamento foi testado sob condições críticas passando por ausência de
chuva em 2015 e excesso de chuva em fevereiro/2016 (1.644 mm, correspondendo a 21% acima
da média histórica de 1961 a 2016 na região).

Em média, o tratamento apresentou melhor eficiência de remoção durante o período chuvoso para
os sólidos dissolvidos totais (26,52 + 7,45%), fósforo total (34,51 + 23,74%), nitrito (71,97 +
4,08%), nitrato (5,56 + 45,92%), nitrogênio inorgânico (-17,80 + 18,07%) e turbidez (-34,19 +
30,47%), possivelmente, devido à diluição dos nutrientes e material orgânico pela chuva. Durante
o período seco o sistema de tratamento apresentou melhor eficiência de remoção para o fósforo
solúvel reativo (78,95 + 10,13%), o nitrogênio amoniacal (26,36 + 32,03%) e o nitrogênio total
(28,72 + 5,86%).

Com relação ao capítulo 5 foi constatado que os wetlands construídos têm sido empregados para
tratar efluentes de diversos tipos e podem ser empregados por usuários de pequenos e médios
168

empreendimentos. O uso de wetlands construídos para tratamento de efluentes é uma alternativa


viável que se for manejada corretamente proporciona benefícios econômicos, sociais e ambientais.
No entanto, as plantas devem ser usadas com cautela, especialmente em ambientes tropicais,
devido aos inúmeros problemas relatados, como: rápido crescimento, foco de mosquitos, dentre
outros. Foram caracterizadas as principais diretrizes para as fases de planejamento, construção e
manutenção do sistema. Posteriormente, foi feita uma análise crítica do sistema mostrando seus
pontos fortes, suas oportunidades, fraquezas e ameaças, os requisitos de projeto, avaliar as
limitações, fraquezas, ameaças e potencialidades.

Por último, propõe-se recomendações para melhoria do tratamento de efluentes e do controle


ambiental da piscicultura no semiárido. É importante fazer o aproveitamento da biomassa, pois ela
pode fazer parte na composição nutricional de rações, alimento para o gado, adubação do solo,
dentre outros usos.

Antes de aumentar a tecnologia, são necessários mais estudos de acompanhamento a longo prazo
e de impacto socioeconômico e de viabilidade. Um grande impacto só será visível se muitos
piscicultores na região começarem a usá-lo, ou se forem aplicadas medidas de monitoramento,
sanções e / ou for estabelecido um sistema de incentivos. Então a técnica pode se tornar valiosa.
Até o momento, não há monitoramento da qualidade do efluente, na maioria das pisciculturas e a
maneira mais barata e mais fácil de descartar o efluente não tratado é simplesmente encaminhá-lo
de volta para o reservatório.
169

ANEXO A
Tabela 17: Banco de dados referente às produções científicas nacionais sobre o uso de wetlands construída para tratamento de efluente de aquicultura no período
2000-2016 (continua até a página 180).
Natureza Atividade Fonte Ano Região Local IES Periódico País Planta Objetivo

Anais do XV
Encontro
Miranda et Alegre- Latino E. crassipes e Avaliar a
Piscicultura 2011 SE IFES Brasil
al. ES Americano Typha sp. eficiência
de Iniciação
Científica

Anais de
Sipaúba- Avaliar o
Jaboticab Seminário
Piscicultura Tavares et 2001 SE UNESP Brasil E. crassipes impacto da
al-SP Internaciona
al. piscicultura
l
Typha
Anais
domingensis
(taboa),
Cyperus Avaliar o
Jaboticab Anais do I giganteus custo de
Ranicultura Borges 2012 SE UNESP Brasil
al-SP Aquaciência (papiro implantação
brasileiro) e de um WC
Eichhornia
crassipes
(aguapé),
Anais do X
Carcinicultu Biudes et Jaboticab Congresso Avaliar a
2005 SE UNESP Brasil E. crassipes
ra al. al-SP Brasileiro de eficiência
Limnologia

Avaliar a
Neópolis UFAL/ Acta
Artigo Piscicultura Silva et al. 2014 NE Brasil E. crassipes eficiência e
-SE CODEVASF Amazonica
biomassa
170

Brazilian E. crassipes e Avaliar a


Camargo e Barretos-
Piscicultura 2014 SE UNIFEB Journal of Brasil Salvinia eficiência e
Henares SP
Biology molesta biomassa

Avaliar a
Acta biomassa,
Jaboticab Salvinia
Piscicultura Pistori 2010 SE UNESP Limnologica Brasil composição e
al-SP molesta
Brasiliensia capacidade de
suporte

hyton
Manaus- ISSN 0031 Avaliar a
Piscicultura Mal 2016 N UFAM Argentina E. crassipes
AM 9457 (2015) eficiência
84: 244-251

Acta Avaliar a
Crispim et E. crassipes e
Piscicultura 2009 SE Sapé-PB UFPB Limnologica Brasil eficiência e
al. perifiton
Brasiliensia biomassa
Eichhornia
Dias e Acta Avaliar a
Jaboticab azurea e
Piscicultura Sipaúba- 2012 SE UNESP Limnologica Brasil qualidade da
al-SP Salvina
Tavares Brasiliensia água
auriculata
E. crassipes,
Cyperus
Acta giganteus,
Travaini- Jaboticab Avaliar a
Piscicultura 2011 SE UNESP Limnologica Brasil Typha
Lima al-SP eficiência
Brasiliensia domingensis e
Pontederia
cordata
171

E. crassipes,
Alternanthera
philoxerodos,
Heteranthera
Sipaúba- Acta reniformis,
Jaboticab Avaliar a
Piscicultura Tavares e 2008 SE UNESP Scientarum Brasil Hydrocotyle
al-SP eficiência
Braga (UEM) umbelifere,
Ludwigia
elegan,
Ludwigia
sericea

Avaliar o
valor nutritivo
Henry- Acta E. crassipes,
Pirassun e o potencial
Piscicultura Silva e 2002 SE UNESP Scientarum Brasil P. stratioides
unga-SP de
Camargo (UEM) e S. molesta
aproveitament
o de biomassa

Acta Eichhornia
Scientarum crassipes,
(UEM)/ Red Typha sp.,
de Revistas Egeria densa,
Sipaúba-
Jaboticab Científicas Ludwigia
Piscicultura Tavares et 2010 SE UNESP Brasil
al-SP de América elegan,
al.
Latina, el Myriophyllum
Caribe, aquaticum e
España y Alternanthera
Portugal philoxeroides
172

Sistema de
Información
Científica

Efeito das
plantas
Sipaúba- Acta Eichhornia
Jaboticab flutuantes
Piscicultura Tavares et 2003 SE UNESP Scientarum Brasil crassipes e
al-SP sobre a
al. (UEM) Salvinia sp.
qualidade de
água

Coeficiente
E. crassipes ,
de
Henry- Boletim do Pistia
Pirassun digestibilidad
Piscicultura Silva e 2006 SE UNESP Instituto de Brasil stratioides e
unga-SP e aparente e
Camargo Pesca Salvina
qualidade da
molesta
água

Boletim da
Revista Eichhornia
Henry- Brasileira de crassipes,
Pirassun Avaliar a
Piscicultura Silva e 2006 SE UNESP Plantas Brasil Pistia e
unga-SP eficiência
Camargo Daninhas v. Salvina
12, n.2, p. 5- molesta
10, 2006
173

Planta
Henry- Avaliar a
Pirassun Daninha v. E. crassipes e
Aquicultura Silva e 2005 SE UNESP Brasil eficiência e a
unga-SP 24, n. 1, p. P. stratioides
Camargo biomassa
21-28, 2005

Semina
Piscicultura Gentelini Terra E. crassipes e Avaliar a
2008 SE UNIOESTE Ciências Brasil
orgânica et al. Roxa-PR Egeria densa biomassa
Agrárias

E. crassipes,
A.
Revisão sobre
caroliniana,
aquicultura,
Henry- Boletim do P. stratioides,
2008 Jaboticab impactos,
Piscicultura Silva e SE UNESP Instituto de Brasil Lemna minor,
a al-SP tratamento e
Camargo Pesca Typha
sustentabilida
latifolia,
de
Egerai densa,
e outras
Sipaúba- Brazilian
Jaboticab Confeccionar
Piscicultura Tavares et 2002 SE UNESP Journal of Brasil E. crassipes
al-SP um biofiltro
al. Biology
Avaliar a
Sipaúba- Brazilian influência do
Jaboticab
Piscicultura Tavares e 2007 SE UNESP Journal of Brasil E. crassipes aguapé como
al-SP
Braga Biology fertilizante
orgânico
Pubvet, v.
Souza e
Manaus- 10, n. 12, p. Avaliar a
Piscicultura Vasconcel 2016 N UFAM Brasil P. stratioides
AM 926-932, eficiência
os
dez., 2016
174

Azolla
Brazilian
Toledo e Poconé- caroliniana e Avaliar a
Piscicultura 2011 CO UFMT Journal of Brasil
Penha MS Salvinia biomassa
Biology
auriculata
E. crassipes,
Salvinia
molesta,
Pistia
stratiotes,
Myriophyllum
brasiliense,
Ludwigia
HOLOS Avaliar a
Camargo e Jaboticab suffruticosa ,
Piscicultura 2014 SE UNESP Environmen Brasil eficiência de
Henares. al-SP Heteranthera
t remoção
sp),
Mecardonia
procumbens,
Eleocharis
sp., Cabomba
sp , Egeria
densa , e
Typha sp
Eichhornia
crassipes
(aguapé),
Salvinia
molesta
(orelha-de-
onça), Pistia
HOLOS Avaliar a
Monteiro Rio stratiotes
Piscicultura 2008 SE UNESP Environmen Brasil eficiência de
et al. Claro-SP (alface
t remoção
d´água),
Myriophyllum
brasiliense
(pinheiro
d´água),
Ludwigia
suffruticosa
175

(cruz-de-
malta),
Heteranthera
sp. (aguapé-
mirim),
Mecardonia
procumbens
(mecardonia),
Eleocharis sp.
(cebolinha),
Cabomba sp
(lodo), Egeria
densa (egeria)
e Typha sp
(taboa).
176

Informe
Sipaúba- Jaboticab Agropecuári
Piscicultura 2000 SE UNESP Brasil
Tavares al-SP o (Belo
Horizonte),
Cyperus
giganteus (20
m2), Typha Avaliar a
Journal of domingensis eficiência e a
Water (13 m2), influência
Millan et Jaboticab
Piscicultura 2014 SE UNESP Resource EUA Eichhornia sobre a
al. al-SP
and crassipes (10 comunidade
Protection m2) and fitoplanctônic
Pontederia a
cordata (3
m2).
Avaliar os
Sipaúba- efeitos da EC
Jaboticab Espanha/Portu
Piscicultura Tavares et 2015 SE UNESP Limnetica E. crassipes e
al-SP gal
al. comunidades
perifíticas
Rev. Bras. Avaliar a
Martins et Canguiri- Typha
Piscicultura 2007 S UFPR Eng. Agríc. Brasil capacidadde
al. PR domingensis
Ambient. extratora

Henry- Revista E. crassipes,


Carcinicultu Mossoró- UFERSA/ Avaliar o
Silva e 2008b SE Brasileira de Brasil Pistia
ra RN UNESP valor nutritivo
Camargo Zootecnia stratioides

Eichhornia
Henry- crassipes,
Revista Avaliar a
Silva e Jaboticab Pistia
Piscicultura 2008c SE UNESP Hydrobiolog Brasil eficiência de
Camargo al-SP stratiotes, and
ia remoção
et al. Salvinia
molesta.
177

Espírito
Revista Avaliar a
Hussar e Santo do Eichhornia
Piscicultura 2008 SE UNIPINHAL Engenharia Brasil eficiência de
Bastos Pinhal- crassipes
Ambiental remoção
SP
Espírito
Revista
Hussar et Santo do Avaliar a
Piscicultura 2005 SE UNIPINHAL Engenharia Brasil Typha spp.
al. Pinhal- performance
Ambiental
SP
E. crassipes ,
Avaliar a
Henry- Pistia
Pirassun UFERSA/ Scientia composição
Piscicultura Silva e 2006 SE Brasil stratioides e
unga-SP UNESP Agricola química das
Camargo Salvina
plantas
molesta

Quantificar a
E. crassipes e concentração
Carcinicultu Jaboticab Ars
Pinto et al. 2009 SE UNESP Brasil S.molesta, EC de CT nas
ra al-SP Veterinaria
+SM raízes das
macrófitas

Camargo e Jaboticab Visão Avaliar a


Piscicultura 2009 SE UNESP Brasil E. crassipes
Henares al-SP Agricola eficiência
Cyperus
giganteus, Avaliar a
Water, Air Typha acapacidade
Travaini- Jaboticab
Piscicultura 2015 SE UNESP and Soil EUA domingensis, de retenção e
Lima al-SP
Pollution E. crassipes e dinâmica de
Pontederia remoção
cordata
178

Henry- E. crassipes,
Jaboticab Dissertação Avaliar a
Piscicultura Silva e 2001 SE UNESP Brasil P. stratioides
al-SP de Mestrado eficiência
Camargo e S. molesta

Rio Dissertação Avaliar a


Piscicultura Crema 2005 SE UNESP Brasil E. crassipes
Claro de Mestrado eficiência
Cyperus
giganteus,
Typha
Travaini- Jaboticab Dissertação Avaliar a
Piscicultura 2011 SE UNESP Brasil domingensis,
Lima al-SP de Mestrado eficiência
E. crassipes e
Pontederia
cordata
Dissertaçã Polygonum
Capacidade
o de Curitiba- Dissertação hydropiperoi-
Piscicultura Martins 2005 SE UFPR Brasil de fitorreme-
Mestrado PR de Mestrado des e Typha
diação
dominguensis
Avaliar a
biomassa,
Jaboticab Dissertação Salvinia
Piscicultura Pistori 2005 SE UNESP Brasil IET e
al-SP de Mestrado molesta
composição
química
Porto- Avaliar a
Dissertação Azolla
Piscicultura Aiub 2006 S Alegre- UNIOESTE Brasil eficiência de
de Mestrado filiculoides
RS remoção
Avaliar a
Piscicultura Terra Dissertação E. crassipes e
Gentelini 2007 S UNIOESTE Brasil produção da
orgânica Roxa-PR de Mestrado Egeria densa
biomassa
Avaliar a
Dissertação E. crassipes e
Piscicultura Freitas 2010 SE Areia-PB UFPB Brasil eficiência e
de Mestrado probióticos
biomassa
179

E. crassipes,
Ceratophyllu
Jaboticab Dissertação Avaliar a
Piscicultura Assunção 2011 SE UNESP Brasil m demersum e
al-SP de Mestrado eficiência
Typha
dominigensis
Eichhornia e
Jaboticab Dissertação Avaliar a
Piscicultura Amorim 2014 SE UNESP Brasil Pistia
al-SP de Mestrado eficiência
stratioides
Jaboticab Dissertação E. crassipes e Avaliar a
Piscicultura Penariol 2015 SE UNESP Brasil
al-SP de Mestrado perifíton eficiência
Jaboticab Dissertação Avaliar a
Aquicultura Marques 2016 SE UNESP Brasil E. crassipes
al-SP de Mestrado eficiência
Carcinicultu Florianó Dissertação Spartina Avaliar a
Souza 2003 S UFSC Brasil
ra polis-SC de Mestrado alternifolia eficiência

Influência da
Carcinicultu Jaboticab Dissertação Pistia velocidade de
Pereira 2004 SE UNESP Brasil corrente no
ra al-SP de Mestrado stratioides
tratamento de
efluentes

Eichhornia
Avaliar a
Carcinicultu Jaboticab Dissertação crassipes e
Henares 2008 SE UNESP Brasil eficiência e
ra al-SP de Mestrado Salvinia
biomassa
molesta

Ludwigia
elegans, L.
sericia,
Sipaúba-
Relatório Jaboticab Relatório Alternanthera Avaliar a
Piscicultura Tavares e 2005 SE UNESP EUA
Técnico al-SP Técnico philoxeroides, eficiência
Boyd
and
Myriophyllum
aquaticum.
180

Eichhornia
Avaliar a
São Paulo- Tese de crassipes e
Piscicultura Silva 2005 SE UNESP Brasil eficiência de
SP doutorado Pistia
remoção
stratiotes
Carcinicultu Jaboticabal- Tese de Avaliar a
Biudes 2007 SE UNESP Brasil E. crassipes
ra SP Doutorado biomassa
Avaliar o
Martins efeito das
Carcinicultu Rio Preto INPA/ Tese de
Júnior et 2009 N Brasil E. crassipes BPM sobre os
ra da Eva-AM UFAM Doutorado
al. efluentes
descartados
Campinas- Tese de Chrysopogon Avaliar a
Piscicultura Silva 2012 NE UNICAMP Brasil
SP Doutorado zizanoides eficiência
São
UFS/ Tese de Typha Avaliar a
Tese de Piscicultura Gomes 2013 NE Cristóvão- Brasil
RENORBIO Doutorado domingensis eficiência
doutorado SE
E. crassipes e
Jaboticabal- Tese de Avaliar a
Piscicultura Osti 2013 SE UNESP Brasil e Tyhpha
SP Doutorado eficiência
dominguensis
Eichhornia
crassipes,
Jaboticabal- Tese de Typha Avaliar a
Piscicultura Borges 2014 SE UNESP Brasil
SP Doutorado domingensis e eficiência
Cyperus
giganteus
Carcinicultu Jaboticabal- Tese de Avaliar a
Santos 2012 SE UNESP Brasil E. crassipes
ra SP Doutorado eficiência
Avaliar a
Tese de
Ranicultura Campinas- Brasil Typha sp. dinâmica de
Doutorado
Piedade 2010 SE SP UNICAMP remoção
Tese de Teses de Avaliar a
Jaboticabal-
livre Piscicultura Sipaúba 2005 SE UNESP livre Brasil E. crassipes eficiência de
SP
docência docência remoção

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