Apostila - Planejamento Tributario (Completa)
Apostila - Planejamento Tributario (Completa)
Apostila - Planejamento Tributario (Completa)
UNIVERSITÁRIO
DO MARANHÃO -
CEUMA
Planejamento
Tributário
Apostila
SUMÁRIO
O CTN é o instrumento legal que agrega a maioria dos regramentos em matéria tributária
com normas gerais aplicáveis à União, Estados, DF e Municípios.
Dispõe sobre o sistema tributário nacional e institui normas gerais de direito tributário
aplicáveis à União, Estados e Municípios.
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 1º. Esta Lei regula, com fundamento na Emenda Constitucional nº 18, de 1º de
dezembro de 1965, o sistema tributário nacional e estabelece, com fundamento no
artigo 5º, XV, b, da Constituição Federal, as normas gerais de direito tributário
aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, sem prejuízo da
respectiva legislação complementar, supletiva ou regulamentar.
O Código é Nacional, pois é aplicável à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios
Direito Tributário – ramo do Direito Público
(ESAF/AFTN/1998) Escolha, das afirmações a seguir, qual está de acordo com a teoria da
recepção das normas gerais contidas no Código Tributário Nacional - CTN.
Em seu Art. 2º o CTN informa que o Sistema Tributário Nacional será regido por um conjunto
de normas, que vão desde a Constituição Federal à leis complementares, resoluções e leis
estaduais e municipais.
Art. 2º. O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Emenda Constitucional nº
18, de 1º de dezembro de 1965, em leis complementares, em resoluções do Senado
Federal e, nos limites das respectivas competências, em leis federais, nas Constituições e
em leis estaduais, e em leis municipais.
Segue abaixo imagem da pirâmide de Kelsen, demonstrando a hierarquia das leis, com a
supremacia da Constituição Federal no topo da pirâmide:
A teoria da hierarquia das normas jurídicas é um sistema de escalonamento das normas, que
também é chamado de “Pirâmide de Kelsen” por que foi proposto por Hans Kelsen, jurista austríaco
nascido ao final do século XIX.
A Constituição Federal de 1988 aborda a matéria tributária a partir do seu art. 145, onde
identifica as principais espécies tributarias existente no país e elenca os entes políticos que
estão aptos a instituí-las, ou seja, aqueles com a competência tributária para tal.
Art. 145 (CF). A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir
os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO - Sistema Tributário Nacional 3
Tributo
• Prestação pecuniária
Significa que o tributo deve ser pago em unidades de moeda corrente, inexistindo o
pagamento in natura ou in labore, ou seja o que é pago em bens ou em trabalho ou
prestação de serviços.
• Compulsória
Os tributos são expressos em moeda corrente nacional (reais) ou por meio de indexadores.
O CTN faz a distinção do que é tributo e do que é multa. A multa é decorrente de ato ilícito,
isto é, ato que vai de encontro à lei e por isso há a sanção. Punição com a devida obrigação
de pagamento em dinheiro.
• Instituída em lei
Só existe a obrigação de pagar o tributo se uma norma jurídica com força de lei estabelecer
essa obrigação
A autoridade não possui liberdade para escolher a melhor oportunidade de cobrar tributos,
a lei já estabelece todos os passos a serem seguidos.
Outros conceitos
Fato Gerador – é a situação definida na lei como necessária e suficiente para a sua
ocorrência. É o fato que gera a obrigação de pagar o tributo.
Base de calculo – é o valor sobre o qual se aplica o percentual (ou alíquota) com a
finalidade de apurar o montante a ser recolhido.
Espécies Tributárias
IMPOSTOS
TAXAS
CONTRIBUIÇÕE DE MELHORIA
EMPRESTIMOS COMPULSÓRIOS
CONTRIBUIÇÕES
Da CF88:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os
seguintes tributos:
• I - impostos;
• II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou
postos a sua disposição;
• III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
• Do CTN:
• IMPOSTOS
Art. 16 (CTN). Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Diz-se que o imposto é não vinculado porque o Estado não precisa realizar
nenhuma atividade especifica relativa ao contribuinte para legitimar a cobrança.
Os impostos classificam-se em
a) Diretos e Indiretos
É direto aquele que não repercute, uma vez que a carga econômica é
suportada pelo contribuinte, ou seja, por aquele que deu ensejo ao fato
gerador (Ex: IR, IPTU, IPVA, ITBI, ITCM, etc. Indireto é aquele cujo ônus
tributário repercute em terceira pessoa, não sendo assumido pelo realizador
do fato gerador. (ICMS e IPI)
b) Pessoais e Reais
Os impostos pessoas levam em conta as qualidades individuas do
contribuinte, sua capacidade contributiva para pagamento do tributo (Ex.:
Imposto de Renda). Os reais levam em consideração a matéria tributária, isto
é, o bem ou coisa (Ex.: IPI, ICMS, IPTU, IPVA, ITR, IOF , etc)
c) Fiscais e Extrafiscais
Os impostos fiscais são aqueles que, possuindo intuito estritamente
arrecadatório, devem prover de recursos o Estado (Ex.: IR, ITBI, ITCM, ISS,
• TAXAS
O artigo 77 do CTN preconiza que “as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de
serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição”.
Este ditame tem consonância com o 145, II da CF.
• CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
"A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer
face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como
limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da
obra resultar para cada imóvel beneficiado". (Art. 81)
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
• São tributos vinculados, ou seja, destinam-se aos objetivos para os quais foram
criados.
• EMPRESTIMOS COMPULSÓRIOS
3 - Competência Tributária
Conceito
Competência Tributária
A CF/88 não institui os tributos, mas sim outorga a competência tributária para os
entes federativos criarem os tributos e descreve de que forma esta competência pode
ser exigida.
O Código Tributário Nacional trata do tema nos artigos 6º a 8º
exclusiva,
residual,
extraordinária,
comum
e cumulativa.
• Exclusiva
Se refere a competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para
instituir os tributos que a Constituição prevê especificamente apenas para cada ente
federativo
• Residual
Se refere à competência da União para instituir, mediante lei complementar, impostos não
previstos na sua competência, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador
ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição
Extraordinário
• Comum ou concorrente
• Cumulativa
• Indelegabilidade
• Irrenunciabilidade
O ente político pode não exercer sua competência tributária, mas esta é irrenunciável, quem
a possui não pode dela abrir mão.
• Inalterabilidade
No sentido que o próprio ente federativo competente para instituir determinados tributos
pelo texto constitucional não pode ampliar por meio de norma ordinária
(infraconstitucional) a sua competência tributária
• Facultatividade
Uma vez que a competência tributária é uma faculdade que pode ou não ser utilizada pela
pessoa política, criando ou não o tributo, ou ainda, criando-o somente em parte.
Todavia, diga-se que, depois de instituído o tributo, não há mais facultatividade para a
administração, uma vez que a atividade de cobrança é vinculada, conforme bem previsto no
art. 142 do CTN.
Principio
Principio da Legalidade
Para o tributo ser exigido tem que ser instituído por lei.
Art.5°, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei
Instituição de Tributo
a Alíquota do tributo
Principio da Irretroatividade
Não se pode cobrar tributo relativo a situações ocorridas antes do início da vigência
da lei que as tenha definido, ou seja, a lei sempre se aplicará a fatos geradores ocorridos
após o início da sua vigência.
Principio da Anterioridade
• Art.150, III. [...] é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b
Exceções
Art.150, §1° A vedação do inciso III, b, [anterioridade exercício financeiro] não se aplica aos
tributos previstos nos arts. 148, I [empréstimo compulsório - calamidade ou guerra], 153, I,
II, IV e V [II, IE, IPI, IOF]; e 154, II [imposto extraordinário]; e a vedação do inciso III, c
[anterioridade nonagesimal], não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I
[empréstimo compulsório - calamidade ou guerra], 153, I, II, III e V [II, IE, IR e IOF]; e 154, II
[imposto extraordinário], nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts.
155, III [IPVA], e 156, I [IPTU]
5 - Impostos Federais
Neste capitulo iremos abordar de forma exemplificativa, sem aprofundar o tema, a espécie
tributaria imposto, exclusivamente os impostos de competência da União, os conhecidos
impostos federais.
Sujeito ativo: União; Sujeito Passivo: o importador ou quem a ele a lei equiparar.
O II é um imposto de função EXTRAFISCAL, pois, aumentando ou diminuindo suas
alíquotas, a União pode controlar as importações, podendo, por exemplo, proteger o
mercado nacional da concorrência de produtos estrangeiros similares
• Sujeito ativo: União; Sujeito Passivo (contribuinte): exportador ou quem a lei a ele
equiparar, assim considerado qualquer pessoa que promova a saída do produto do
território nacional.
Imposto de Renda
O imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) tem como fato gerador
a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: a) de renda, assim entendido o
produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos ; b) de proventos de qualquer
natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos como renda
(art. 43, do CTN).
• o fato gerador do IR é classificado por parte da doutrina como fato gerador periódico,
eis que acontece ao longo de um período de tempo, que, segundo a legislação do IR, é
de 1° de janeiro até 31 de dezembro do mesmo ano
• O imposto de renda é dividido em: imposto de renda pessoa física - IRPF e o imposto
de renda pessoa jurídica – IRPJ.
O IPI apresenta uma função mista, tanto FISCAL quanto EXTRAFISCAL. FISCAL porque é
um dos tributos de maior arrecadação da União, mas também EXTRAFISCAL por ser
instrumento de regulação do mercado, como aconteceu na crise de 2008, em que o
Governo Federal, reduziu a zero a alíquota do IPI sobre vários produtos para estimular
o consumo.
• Considera-se imóvel rural a área contínua, formada de uma ou mais parcelas de terras,
localizada na zona rural do município.
• O ITR não incide sobre pequenas glebas rurais, quando as explore, só ou com sua
família, o proprietário que não possua outro imóvel.
O art. 153, VII da CF/88 atribui à União a competência para instituir imposto sobre
grandes fortunas, nos termos da lei complementar.
A União não utilizou tal competência, de forma que o tributo não foi efetivamente
instituído.
6 - Contribuições
• Classificação
Contribuições do empregador
1. Incidentes sobre a folha de salário
2. Incidentes sobre o faturamento
3. Incidentes sobre o lucro
Conhecida como contribuição patronal – o INSS patronal
• Alíquota de 20% sobre a folha de salário (22,5% se o empregador for instituição
financeira
Ela incide, regra geral, a alíquotas de 1%, 2% e 3% sobre o total das remunerações
pagas aos segurados empregados e trabalhadores avulsos
O fato gerador da COFINS é auferir o "faturamento mensal, assim entendido o total das
receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou
classificação contábil“ (art.1°, Lei n° 10.833/03).
As alíquotas devidas, regra geral, são de 3% (regime cumulativo) e 7,6% (regime não-
cumulativo).
Essa contribuição, com o advento da CF88, passou a financiar o programa do seguro-
desemprego e o abono salarial (salário-mínimo anual aos empregados que recebam até 2
salários mínimos de remuneração mensal, desde que seus empregadores contribuam para o
PIS/PASEP) (art.239, CF88).
O fato gerador da contribuição para o PIS/Pasep é auferir o "faturamento mensal, assim
entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua
denominação ou classificação contábil" (art.1°, Lei n° 10.637/02).
As alíquotas devidas, regra geral, são de 0,65% (regime cumulativo) e 1,65% (regime não-
cumulativo).
Seu fato gerador é o auferimento de lucro por parte das pessoas jurídicas domiciliadas
no País e as que lhes são equiparadas pela legislação tributária.
A base de cálculo da CSLL é o valor do resultado do exercício, antes da provisão para o
imposto de renda.
A alíquota da CSLL é de 9%.
Aplicam-se à CSLL, no que couber, as disposições da legislação do imposto de renda.
Contribuição do trabalhador
• Essa contribuição tem como fato gerador a remuneração paga ou creditada pelos
serviços prestados pelo segurado, independentemente do título que lhe seja dado.
a) Contribuição do Salário-educação
Art.212, § 5° A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a
contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei.
Essas entidades utilizam tais contribuições para custear a prestação de serviços no
âmbito econômico e social e o ensino fundamental profissionalizante.
Sua base de cálculo é a folha de salários da empresa, sendo a alíquota, em regra, de
5,8%
3 – Contribuições Especiais
Exemplo
• CIDE – Combustíveis - Fato gerador - importação ou comercialização de petróleo e
seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível
Subdividem-se em:
Impostos Estaduais
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; ITDC
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e
as prestações se iniciem no exterior (ICMS)
III - propriedade de veículos automotores. IPVA
• O imposto de transmissão de bens e direitos causa mortis tem como núcleo do fato
gerador, em regra, a transmissão de quaisquer bens ou direitos em face da morte
• A Resolução n° 9/92 do Senado Federal dispõe que a alíquota máxima do ITCMD será
de oito por cento (8%).
ICMS
Para que ocorra o fato gerador, é necessário que haja CIRCULAÇÃO e MERCADORIA.
• FINALIDADE: - Bem adquirido para uso ou consumo próprio da empresa - não é, para
ela, mercadoria.
• - Bem adquirido para venda ou revenda por essa mesma empresa - é, para ela,
mercadoria.
HABITUALIDADE - se uma pessoa resolve vende seu carro usado, não incidirá ICMS nessa
venda, porque essa pessoa não a faz com habitualidade, não se caracterizando como
comerciante mas simplesmente uma alienante comum. Agora, se uma empresa vive da
compra e venda de carros usados, será contribuinte do ICMS, pois faz essas operações com
habitualidade.
IPVA
O IPVA tem como fato gerador a propriedade de veículo automotor. Portanto, incide
IPVA sobre veículo automotor dotado de força motriz própria, ainda que
complementar ou alternativa de fonte de energia natural.
Considera-se devido na data da aquisição, em relação a veículos nacionais novos; (ii) na
data do desembaraço aduaneiro, em relação a veículos importados; (iii) no dia 1° de
janeiro de cada ano, em relação a veículos adquiridos ou desembaraçados em anos
anteriores.
Será cobrado no local (Estado ou DF) onde o veículo automotor deve ser registrado.
Base de cálculo: valor de mercado do veículo;
IPVA Maranhão
• DA BASE DE
A base de cálculo do imposto é: Para veículo novo, o valor venal constante da nota
IPTU
• O IPTU tem como núcleo do fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de
bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na
zona urbana do Município.
• Em regra, a legislação municipal estabelece o momento da ocorrência do fato gerador
como sendo 1° de janeiro de cada exercício financeiro.
• A base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel. O valor venal é o valor de mercado
do bem, em condições normais de venda à vista.
• Em São Luis - MA
O ITBI tem como aspecto material a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre
imóveis, exceto os de garantia; cessão, por ato oneroso, de direitos relativos à
aquisição de bens imóveis.
A base cálculo do ITBI é o valor venal dos bens, ou dos direitos transmitidos, isto é, o
valor de mercado que o bem transmitido atingiria em uma venda à vista em
condições normais
ISS
• O ISS tem como aspecto material a prestação de serviços constantes da lista anexa a LC
116/03, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do
prestador. Ou seja, a lista anexa a LC 116/03 estabelece as hipóteses de prestação de
serviço que podem ser tributadas, sendo uma lista taxativa e não exemplificativa.
• A base de cálculo do ISS é o preço do serviço, que pode ser indicado em previsão
contratual ou nota fiscal. Em regra, não se admitem abatimentos ou compensadores
do preço real do serviço, com a exceção do valor dos materiais fornecidos pelo
prestador dos serviços de empreitada e reformas (itens 7.02 e 7.05 da lista anexa a LC
116/03, respectivamente).
A LC 116/2003 fixou somente a alíquota máxima do ISS em 5% (art. 8°). Não houve
previsão da alíquota mínima, valendo, assim, a previsão de 2% constante no art. 88 do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Nesse intervalo de 2% a 5 %,
em regra, compete a lei municipal estabelecer suas alíquotas.
Art. 1o. Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou
contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de
qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
- falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro
documento relativo à operação tributável;
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso
ou inexato;
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente,
relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou
fornecê-la em desacordo com a legislação.
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez)
dias, que poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade da
matéria ou da dificuldade quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a infração
prevista no inciso V.
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO - Elisão e Evasão fiscal 31
• A elisão fiscal, por sua vez, consiste no ato formal, substancialmente legítimo e lícito,
praticado antes do surgimento do fato gerador do tributo, com o fim de evitar a
incidência tributária plena ou diminuir o valor do tributo
• “A elisão fiscal é uma forma lícita de o contribuinte conseguir reduzir a carga tributária,
aproveitando-se de lacunas ou imperfeições da lei tributária, já que o legislador não
pode ser “oniprevidente” deixando, em conseqüência, malhas e fissuras no sistema
tributário
Já a segunda espécie, contempla hipóteses em que o contribuinte opta por configurar seus
negócios de tal forma que se harmonizem com um menor ônus tributário, utilizando-se de
elementos que a lei não proíbe ou que possibilitem evitar o fato gerador de determinado
tributo com elementos da própria lei.
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO - Elisão e Evasão fiscal 32
Elisão X Evasão
A elisão é expressa por ato legítimo e lícito, praticado antes do surgimento do fato
gerador, com o fim de evitar a incidência tributária plena ou diminuir o tributo, ao passo que
a sonegação é o ato de omissão praticado após a ocorrência do fato gerador com o fim de
evitar, reduzir ou retardar o pagamento do título, do que se extrai como critérios de
distinção entre tais espécies o critério da licitude/ilicitude (atos lícitos ensejam a elisão e
ilícitos, a evasão) e o critério temporal atos praticados antes do fato gerador caracterizariam
elisão e depois, a evasão)
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO – Planejamento Tributário 33
9 - Planejamento Tributário
O que é Planejamento:
• Planejamento é uma palavra que significa o ato ou efeito de planejar, criar um plano
para otimizar a alcance de um determinado objetivo.
• Planejamento Tributário
“Entende-se por Planejamento Tributário uma forma licita de reduzir a carga fiscal, o que
exige alta dose de conhecimento técnico e bom-senso dos responsáveis pela decisões
estratégicas no ambiente corporativo.” (OLIVEIRA, 2011)
“Pode-se verificar na Lei 6.404/76 (Lei das S/A), em seu Artigo 153, prevê, por parte dos
sócios administradores, a obrigação de realizar o planejamento tributário: “O administrador
da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e diligência que todo
homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios”.
d) Ser oportuno e aproveitas as lacunas deixadas pela legislação, para tanto ficando
atento às mudanças nas normas e aos impactos nos resultados da empresa,
observando criteriosamente as atividades desenvolvidas;
As pessoas jurídicas, tributadas com base no lucro real, poderão deduzir do imposto devido :
(i) 40% das doações e 30% dos patrocínios, não podendo exceder 4% do imposto devido; (ii)
poderá deduzir integralmente como despesa operacional o valor das doações e patrocínios.
d) Guerra fiscal
• Estados da Federação oferecem redução da carga tributária para concorrer com outros
na instalação de novas empresas.
• Os municípios, principalmente na área de prestação de serviços, geralmente oferecem
a redução das alíquotas do ISS.
• Nos Estados e nos municípios são criadas as zonas industriais ou comerciais, cujos lotes
de terrenos são oferecidos para implantação de indústrias, armazéns gerais, depósitos
de mercadorias de grandes empresas e mercados atacadistas e varejistas.
Simples Nacional
lucro real
lucro presumido
10 - Simples Nacional
Diz a Constituição que “poderá ser instituído um regime único de arrecadação dos
impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”,
observado que:
I - será opcional para o contribuinte;
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado;
Nesse sentido, foi publicada a Lei Complementar no. 123 (dez/2006), que instituiu o
“Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MP e EPP), com
os seguintes efeitos:
Municípios).
participação no PIB
• Vantagens
Tributação menor do que em relação a outros regimes tributários (como Lucro Real ou
Presumido).
Maior facilidade no atendimento da legislação tributária, previdenciária e trabalhista.
Simplificação no pagamento dos diversos tributos abrangidos pelo sistema, mediante
recolhimento por guia única.
- Possibilidade de tributar as receitas à medida do recebimento das vendas ("regime de
caixa")
Nas licitações será assegurada, como critério de desempate, preferência de
contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte. O Decreto
6.204/2007 regulamenta o tratamento favorecido, diferenciado e simplificado para as
microempresas e empresas de pequeno porte nas contratações públicas de bens,
serviços e obras, no âmbito da administração pública federal.
Alíquotas
• Embora o programa propõe uma guia única de imposto, as alíquotas diferem de
acordo com a atividade exercida. As alíquotas iniciais variam de 4,5% até 16,93%
sobre o valor bruto faturado.
• Por isso, é possível que uma empresa que possua mais de uma atividade tenha que
pagar diferentes alíquotas de imposto.
11 - Lucro Real
• A sistemática de tributação sob o Lucro Real é disciplinada pelos artigos 246 a 515 do
Regulamento do Imposto de Renda ( Decreto 3.000/1999).
Empresas que faturam acima de R$ 48 milhões/ano ou desenvolvem qualquer uma das
seguintes atividades estão obrigatoriamente no regime de Lucro Real:
bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas
econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de
crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio,
distribuidora de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil,
cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades
de previdência privada aberta;
tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto, autorizadas
pela legislação tributária;
no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de
estimativa, na forma do artigo 2o da Lei 9.430/1996;
explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria
• No Lucro Real, a base de cálculo é o que torna esse regime de tributação mais
complexo, pois em síntese, a tributação do IRPJ e CSLL se dará sobre o lucro líquido
apurado na contabilidade de cada pessoa jurídica, ajustado pelas adições e exclusões
autorizadas pela legislação fiscal (veja mais abaixo)
Nos casos de instituições financeiras, pessoas jurídicas de seguros privados e de
capitalização, a partir de 01/05/2008 a alíquota de CSLL passou a ser é 15% igual ao
IRPJ.
Adicional de IRPJ
• Para lucro acima de R$ 20 mil por mês (R$ 60 mil por trimestre ou R$ 240 mil no ano),
é obrigatório o pagamento de um percentual de 10% sobre o valor excedente – esse
tributo é chamado de Adicional do IRPJ
As alíquotas dos tributos para cálculo do IRPJ e da CSLL nessa modalidade são:
IRPJ: 15% para Lucro até R$ 20.000,00/mês;
IRPJ: 25% para Lucro acima de R$ 20.000,00/mês;
CSLL: 9% sobre qualquer Lucro apurado.
Em resumo, no Lucro Real os dois tributos variam de 24% (9% + 15%) a 34% (9% + 25%),
aplicados sobre o Lucro e não sobre o faturamento.
• Período de apuração
• Trimestral: os lucros são apurados nos meses de Março, Junho, Setembro e Dezembro;
• Mensal (com ajuste anual): os lucros são apurados todo mês através de Balanço de
Suspensão e Redução ou pelo cálculo de estimativa.
• Ou seja, ultimo dia útil dos meses Abril, Julho, Outubro e Janeiro, quando a apuração
for trimestral, ou no ultimo dia útil do mês subsequente, quando se tratar de apuração
mensal.
Para definir o lucro real (a ser tributado), existem adições e exclusões possíveis no cálculo:
Adições:
Os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros
valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação
tributária, não sejam dedutíveis na determinação do lucro real (exemplos: resultados
negativos de equivalência patrimonial; custos e despesas não dedutíveis);
Os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na
apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, devam ser
computados na determinação do lucro real (exemplos: ajustes decorrentes da
aplicação dos métodos dos preços de transferência; lucros aferidos por controladas e
coligadas domiciliadas no exterior).
Exclusões:
Os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação tributária e que não tenham
sido computados na apuração do lucro líquido do período de apuração (exemplo:
depreciação acelerada incentivada);
Os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração
do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, não sejam computados na
PIS e COFINS
A escolha pelo regime de tributação com base no Lucro Real interfere no calculo das
contribuições PIS e COFINS, que passam a ser calculadas no regime de não-cumulatividade e
as alíquotas incidentes são 1,65% e 7,60% respectivamente.
Lucro Presumido
• A sistemática é utilizada para presumir o lucro da pessoa jurídica a partir de sua receita
bruta e outras receitas sujeitas à tributação.
• Independente de qual foi o resultado real da empresa, o Fisco presumirá que o lucro
foi de um percentual fixo da receita bruta, variando de acordo com a atividade da
empresa. Esse lucro servirá como base de cálculo do IRPJ e CSLL.
A base de cálculo da CSLL corresponde aos seguintes percentuais da receita bruta:
Atividades percentual
a) atividades comerciais, industriais,
serviços hospitalares e de transporte 12%
Percentuais sobre a
ESPÉCIES DE ATIVIDADES: receita
Qualquer empresa do lucro presumido, independente de sua atividade, pagará 15% de IRPJ e
9% de CSLL, ambos calculados sobre o Lucro Presumido (alíquotas para o cálculo mostradas
acima).
Adicional do IRPJ
Por fim, empresas que tenham o Lucro Presumido superior a R$ 60 mil por trimestre
(R$ 240 mil no ano) devem pagar um percentual de 10% sobre o valor excedente e tal
recolhimento é denominado como Adicional do IRPJ.
Nesse caso, ela terá que pagar R$4 mil de Adicional do IRPJ.
Apuração da CSSL e IRPJ com base no Lucro Presumido têm um prazo trimestral de
apuramento:
1º Trimestre: 31/03 de cada ano
2º Trimestre: 30/06 de cada ano
3º Trimestre: 30/09 de cada ano
4º Trimestre: 31/12 de cada ano
Soma-se a receita bruta obtida em cada trimestre e sobre esse valor apuram-se os
valores de IRPJ e CSLL devidos.
tributário.
• A opção pelo regime de tributação com base no Lucro Presumido será manifestada
com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao
primeiro período de apuração de cada ano-calendário. A saída do sistema de
tributação pelo lucro presumido pode ocorrer anualmente por opção ou,
obrigatoriamente, quando a pessoa jurídica deixar de se enquadrar nas condições para
permanecer no sistema.
PIS e COFINS
A escolha pelo regime de tributação com base no Lucro Real interfere no calculo das
contribuições PIS e COFINS, que passam a ser calculadas no regime de cumulatividade e as
alíquotas incidentes são 0,65% e 3% respectivamente.
13 - Regimes de Tributação
Como vimos nas aulas anteriores os regimes tributários atualmente disponíveis são:
• Simples nacional
• Lucro real
• Lucro presumido
Simples Nacional
O Simples Nacional é uma opção tributária para empresas que faturam até R$ 3,6
milhões/ano e não desenvolvam atividades impeditivas para esse perfil, como por exemplo:
empresas de consultoria, engenharia ou gestão.
Lucro Presumido
Opção para empresas que faturam até R$ 78 milhões de reais por ano e que não
desenvolvam atividades impeditivas para esse perfil, como por exemplo: bancos comerciais,
bancos de investimento, arrendamento mercantil e seguradoras.
Lucro Real
Todas as demais empresas que não estão enquadradas no simples ou lucro presumido. O
lucro real é a regra. É a tributação com base no lucro efetivamente apurado pelas empresas.
serviços 32%
Exemplo 1
Uma empresa comercial
Faturamento 1.000.000,00
Exemplo 2
Uma empresa prestadora de serviço
Faturamento 1.000.000,00
Lucratividade 12% = 120.000,00
• Para optar pelo lucro real na prestação de serviço, a lucratividade deve ser menor
que 32%, se for maior compensa permanecer no lucro presumido, em que a
presunção é 32%.
• Outro fator a ser analisado na escolha do lucro real ou presumido é o calculo das
contribuições PIS e COFINS que incidem sobre o faturamento.
• Para as empresas que adotam o Lucro Presumido, o PIS e a COFINS deverão ser
apurados pelo regime cumulativo dessas contribuições, no qual a alíquota total é de
3,65% sobre o faturamento e não há direito ao abatimento de créditos.
• Por outro lado, as empresas que adotam o Lucro Real, com algumas exceções,
deverão calcular o PIS e a COFINS pelo regime não-cumulativo.
• Por fim, vale destacar que a opção pelo Lucro Real também acarreta, para o
empreendedor, a obrigação de apresentar à Receita Federal diversas declarações e
controles que não são exigidos das empresas que optam pelo Lucro Presumido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.valortributario.com.br/planejamento-tributario-ferramenta-importante.asp
http://valdivinodesousa.jusbrasil.com.br/artigos/121944135/planejamento-tributario-elisao-
fiscal?print=true
http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Documentos/Pagina.aspx?id=3
https://endeavor.org.br/lucro-real-ou-presumido-qual-o-melhor/
http://www.abrasuapj.com.br/artigos/tributos/lucro-real-mais-informacoes/