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Resenha Cultura e Representação

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS


ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM LITERATURA
LINHA DE PESQUISA EM LITERATURA E RECEPÇÃO

DISCIPLINA: Estudos pós-coloniais, decoloniais e transmodernidade


DOCENTE: Prof. Dr. Tiago Silva
Discente: Luciana Novais Maciel (matrícula: 202011008305)

ATIVIDADE 2

São Cristóvão/SE
Setembro/ 2020
Resenha do texto Cultura e Representação.
HALL, Stuart. Cultura e representação. Tradução Daniel Miranda e William
Oliveira. Rio de Janeiro: PUC-RIO; Apicuri, 2016.

Na apresentação por Arthur Ituassu há uma abordagem acerca do funcionamento


das imagens que apresentam a realidade, os valores, as identidades, como efeito da
mídia provocado nas sociedades. Indaga-se como a construção social se realiza na
contemporaneidade diante de tantas influências e acessos midiáticos com tamanha
velocidade, uma vez que se entende a representação como ato criativo, neste
sentido como as pessoas estão pensando sobre o mundo, analisando este processo
de transformação dos elementos culturais em objeto de análise crítica.

Na sessão de Introdução Stuart Hall traz a condição da linguagem como o


mecanismo de representação dos sentimentos de uma comunidade, de uma
determinada cultura. “A cultura se relaciona a sentimentos, a emoções, a um senso
de pertencimento, bem como a conceitos e a ideias”. (HALL 2016, p. 20)
Compreende-se essa relação entre a formação/construção identitária com as
emoções vividas por uma sociedade, por uma comunidade, o que vai gerar um
sentimento de pertencimento aquele grupo social, seja ele familiar ou não. Como
nas situações em que se encontram os imigrantes, na comunidade em que ele for
acolhido ele terá condições de desenvolver a sua identidade, num processo de
hibridização, mas que causará pertença a uma determinada cultura. Os elementos
de uma cultura com os seus significados são direcionados não apenas pelos nossos
pensamentos, mas eles regulam as práticas sociais, influenciando a conduta dos
seus integrantes, o que deve gerar efeitos reais e práticos, no entanto as sociedades
culturais devem rever paradigmas que provoquem situações preconceituosas e que
geram também violência contra a identidade do outro, pois “o sentido é
constantemente elaborado e compartilhado em cada interação pessoal e social do
qual fazemos parte”. (HALL 2016, p.22)

No capítulo um o autor apresenta a discussão acerca do papel da representação,


sendo essa importante para os estudos culturais, uma vez que há uma
conectividade entre o sentido e a linguagem às culturas a partir da
representatividade. Hall vincula a relação de significados entre a linguagem e a
cultura a partir do processo de construção por meio da linguagem, sendo que de um
lado temos a semiótica partindo de Saussure e do outro a variante discursiva, a
partir de Foucault. Trazendo a relação existente entre conceitos, coisas e signos são
elementos que estão vinculados na produção e representação dos sentidos a partir
da linguagem, o que denominamos de representação. Sendo assim o sujeito
envolvido neste processo passa a ser o sujeito cultural, pois na medida em que se
envolve com um determinado grupo social começa a identificar os sentidos
significativos para aquele grupo, principalmente acerca dos sentidos. “O principal
ponto é que o sentido não é inerente às coisas, ao mundo. Ele é construído,
produzido. É p resultado de uma prática significante – uma prática que produz
sentido, que faz os objetos significarem”. (HALL 2016, p. 46) O autor faz uma
abordagem das teorias de representação trazendo a reflexiva, intencional e
construtivista, em seguida apresenta uma metáfora utilizando a linguagem dos
semáforos, como exemplo da construção significativa dos signos e símbolos, o que
leva a concluir que “o sentido é produzido pela prática significante, isto é, aquela que
produz sentidos”. (HALL 2016, p. 54)

No capítulo dois o autor traz o legado de Saussure, a partir da abordagem da


produção de sentidos, com os princípios do signo, significante e significado. Ele irá
desenvolver a dimensão da parte social da linguagem com os conceitos de langue e
parole.

No capítulo três a abordagem estará em torno de Claude Lévi-Strauss e Barthes, na


perspectiva do estudo sobre a construção dos signos em sociedade e na formação
de uma dada cultura como um tipo de linguagem, os sentidos que devem ser
interpretados de acordo com o seu conteúdo, e a noção de denotação e conotação
na sociedade.

No capítulo quatro o autor discorre sobre discurso, poder e sujeito, retomando os


estudos da significação e da representação do sujeito em sociedade. “o que
preocupava era a produção de conhecimento (em vez de apenas sentido) pelo que
ele (Foucault) chamou de discurso (em vez de apenas linguagem)”. (HALL 2016, p.
78)

No capítulo cinco o autor nos questiona onde está o sujeito desse discurso, e
compara as definições entre Saussure que considera o sujeito como o autor dos
atos de fala individuais, e Foucault que defende o do discurso e não o sujeito quem
produz o conhecimento (HALL 2016). Ou melhor, o sujeito é produzido no discurso,
e esse sujeito produzido é também representado, ora no que é mostrado, no que fica
exposto, ora no que não se vê, no que está intrínseco ao indivíduo. É o discurso
quem gera uma posição do sujeito, que é questionado acerca do seu lugar de fala,
se é um lugar de subalternidade ou de uma posição de dominação, de poder.

Na conclusão o autor retoma os posicionamentos dos estudos de semiótica, de


discurso e de práticas discursivas. “Produzir sentido depende da prática da
interpretação e esta é ativamente sustentada por nós ao usarmos o código –
codificando, colocando coisas nele – e pela pessoa do outro lado que interpreta ou
decodifica o sentido”. (HALL 2016, p. 109) Compreendendo que as construções das
representações culturais ocorrem a parir de elementos concretos representativos e
que a realidade como a gente vê e como se constrói para nós está condicionada aos
seus discursos e artefatos culturais.

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