Interpretação Da Lei
Interpretação Da Lei
Interpretação Da Lei
Antes de se aplicar a lei (ou qualquer norma jurídica), há que interpretá-la, para se ter
uma clara percepção do sentido e alcance do que nela se contém, ou seja, do
pensamento do legislador.
A interpretação da norma jurídica integra duas fases: interpretação literal, em que se vai
apreender o sentido gramatical, textual ou literal da norma legal; interpretação lógica,
em que, a partir do texto da norma e com base em elementos extra-literais, se procura
extrair o pensamento do legislador.
Elemento sistemático – Tem se em conta a norma não numa perspectiva isolada mas
sim no âmbito do sistema em que a norma está inserida;
a) Interpretação autêntica - É uma interpretação que é feita pelo próprio órgão que
criou a norma (não pode ser feita por um órgão de hierarquia inferior) e deve assumir a
mesma forma de acto que a utilizada na produção da norma que ora se interpreta
Efectivamente, o legislador não consegue, por mais previdente que seja, prever todas as
hipóteses que podem ocorrer na vida real. Esta, em sua manifestação infinita, cria a todo
instante situações que o legislador não lograra fixar em fórmulas legislativas. Pode
ocorrer que ao julgar determinada questão o juiz não encontre no ordenamento jurídico
a solução legislativa adequada. Houve época em que, na falta de disposição legal
aplicável ao caso concreto, o juiz abstinha-se de julgar. Hodiernamente, tal solução não
mais se admite, sob pena de remanescerem questões sem pronunciamento definitivo.
Efectivamente, após a interpretação e uma vez verificada a lacuna, o jurista procura,
pelos processos admitidos pela doutrina e pelo ordenamento jurídico, encontrar a forma
de resolver a situação. Assim, por exemplo, segundo o Código Civil vigente (artigo 8º),
o juiz, na sua função de julgar não pode deixar de decidir um caso devido ao silêncio da
lei (ou à falta dela). Ao resolver o caso, estará a fazer a integração de lacuna (artigo 10º
do Código Civil) .
Todavia, há casos em que não é aplicável a analogia nem, por conseguinte, a integração
de lacunas. São os casos de:
a) Leis excepcionais, que regulam um sector particular das relações sociais de modo
diverso do regime geral adoptado para relações situações do mesmo género (ora, nas
situações excepcionais reguladas pelo Direito, a ausência de norma de excepção não é
susceptível de suprimento por analogia);