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A Igreja Fora Da Igreja

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Lição 12

A Igreja fora da igreja


Texto bíblico: Romanos 12.1-2

A Igreja, que é o corpo de Cristo, organismo vivo, chamada a viver em comunida-


de, para congregar e adorar a Deus, é também convocada a sair para fora do templo
e resplandecer como luzeiro neste mundo (Filipenses 2.15). Nesta lição vamos falar
um pouco sobre este chamado específico da Igreja.

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M MAR
RC
CH
HA
Fundamento bíblico cap. 12 nasce da necessidade: a fé pre-
cisa tomar corpo. Não basta que se expo-
Os capítulos finais da epístola de nha teoricamente o agir salvífico de Deus
Paulo aos Romanos (12.1 a 15.13), e todas as suas consequências, como
apresentam recomendações sobre o Paulo o fez nos 11 primeiros capítulos de
modo de viver em comunidade, tais sua Carta aos Romanos. É necessário que
como os que dizem respeito às relações a compaixão de Deus deixe de ser apenas
de fraternidade e de justiça dentro e doutrina e se torne realidade, que possi-
fora da igreja. (BORTOLINI, 2010, p.77). bilite novas perspectivas de vida para o
Nestes capítulos, o apóstolo convoca a indivíduo e crie condições para a vida em
Igreja a viver sua fé com uma boa cons- comunidade.” (PORATH, 1999).
ciência cristã e em amor, não somente Ao despertar a Igreja com as palavras
dentro da comunidade cristã (12.3-21; “não vos conformeis com este século,
14.1–15.13), como também na socie- mas transformai-vos pela renovação da
dade (13.7-9). vossa mente...”, o apóstolo estava não
Aquela era uma comunidade que somente apontando para uma realidade
estava sendo desafiada a compreender social negativa, presente naquele tem-
a necessidade de “olhar para além dos po, mas procurava, além de esclarecer,
seus muros”. Muito embora o apóstolo unir fé com realidade. Era necessário
Paulo tenha apresentado elogios à igre- agora entender a sociedade como parte
ja de Roma no início da epístola (v.1.8), da missão de Deus.
ela ainda não era uma comunidade ideal
(PORATH, 1999). Palavra que ilumina a
As palavras apresentadas por Paulo vida
nestes dois primeiros versículos do capí-
tulo 12 são o resultado de toda a orien- Uma comunidade que é Igreja tam-
tação feita nos capítulos anteriores, em bém fora da igreja é o ideal de Deus para
que o apóstolo apresenta a antiga con- nós. Nosso compromisso de fé precisa
dição humana, ainda sob o domínio do ir para além da nossa própria comuni-
pecado (1.18 a 2.11; 3.9-19); e a graça dade. É preciso enxergar que na socie-
de Deus revelada em Cristo (1.16-17; dade sempre surgem problemas, crises
3.21-26); para justificação pela fé (3.26- e desafios, e eles se tornam oportuni-
30; 4.1-5-11). dades que Deus concede à Igreja para
Agora, no capítulo 12, Paulo vem testemunhar seu amor e graça através
conscientizar o povo cristão de Roma, do serviço cristão e do “exercício de uma
de que é hora de viver essa fé também cidadania plena” (Plano para a Vida e
do lado de fora da igreja. “A exortação no Missão da Igreja, 1982, p.58).

RAÍZES DA NOSSA FÉ 85
Cremos que “A missão acontece na ajudar ou atrapalhar a manifestação da
promoção da vida e do trabalho. Para vida abundante;
que haja vida, são necessários comu- • ... apoiar todas as iniciativas que
nhão e reconciliação com Deus e com preservam e valorizam a vida humana
o próximo, direito à terra, habitação, (1Sm 2.1-10; Lc 1.46-55);
alimentação, valorização da família, • ... denunciar, por palavras e pela
saúde, educação, lazer, participação na prática, todas as forças e instrumentos
vida comunitária, política e artística, que oprimem e destroem a vida humana
e preservação da natureza (At 2.42; 2 (Sl 42.1-9, 49.1-6, 50.13, 53.1-2, 82; Is
Co 5.18-20; Jo 10.10, 15.11; 1Jo 1.7). 1.17, 58.6-7, 61.1-3, 65.20-23; Tg 5.1-
Para que haja trabalho, é necessário 6).” (Plano para a Vida e Missão da Igreja,
haver humanização do trabalho, me- 1982, pp.13-14).
lhor distribuição de riqueza organização
e proteção do trabalhador, segurança, Nosso compromisso com o Deus da
valorização, oportunidade de salários vida se manifesta no estilo de vida que
e empregos para todos (Êx 23.12-13, pregamos e vivemos. Nossa comunida-
Jr 23.12; Lv 19.13-14, 25.35-38; Dt de local não pode ser uma realidade à
24.14-15; Sl 72)” (Plano para a Vida e parte, isolada da sociedade e de seus
Missão da Igreja, 1982, pp.16-17). problemas; pelo contrário, é justamen-
Assim, percebemos o vasto cam- te assumindo um compromisso com
po em que a Igreja pode atuar e servir, a sociedade, e anunciando com pala-
impulsionada pelo mover do Espírito, vras e obras o poder transformador de
manifestando, através do comprometi- Cristo, que a vida cristã torna-se um
mento social, o amor e misericórdia di- referencial para as mudanças que a so-
vinos. Como Igreja de Cristo, precisamos ciedade necessita.
valorizar todas as iniciativas que promo-
vam a vida e para isto, algumas ações Conclusão
são necessárias, tais como:
Para experimentar a boa, agradável
• “conhecer o bairro, a cidade, o e perfeita vontade de Deus, precisa-
campo, o país, o continente, o mundo mos continuar nos apresentando a Ele
e os acontecimentos que os envol- como sacrifício vivo, santo e agradável
vem, porque e como ocorrem e suas (Romanos 12.1-2), aceitando ser agen-
consequências. Isso inclui conhecer a tes de transformação deste mundo cheio
maneira como as pessoas vivem e se de dor, crueldade, violência e injustiças.
organizam, são governadas e partici- Somos conclamados e conclamadas,
pam politicamente, e como isso pode enquanto participantes do reino de Deus, a

86 EM MARCHA
não continuar acomodados e acomodadas, Leia durante a semana:
mas a sair, agir e anunciar que Jesus veio
para dar vida e vida abundante (João 10.10).
Domingo: Romanos 12.1-2
Segunda-feira: Romanos 13.1-7
Para conversar
Terça-feira: Romanos 13.7-9
O que temos feito, como Igreja, para Quarta-feira: 1Timóteo 2.1-3
promover transformações em nossa so- Quinta-feira: Atos 4.32-35
ciedade? O que Deus está nos chaman- Sexta-feira: Filipenses 2.15
do a fazer? Sábado: João 10.10

Anotações

RAÍZES DA NOSSA FÉ 87

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