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Licao3 Aluno - Rispa: Coração Que Arde Por Justiça

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Rispa: coracdo que arde por justi¢ca Texto biblico: 2 Samuel 3.7-8; 211-14 io muitas as reagdes possiveis diante da dor e da injustica, mas al- gumas dessas reag6es, além de surpreendentes, geram mudangas que beneficiam nao somente quem sofre essas circunstincias, mas as pes- soas ao redor. Foi 0 caso de Rispa, que transformou a dor em agio. Seu nome pode significar “pedra quente’, “carvio aceso” (O Novo Dicionrio da Biblia, 2006, p. 1168). Ao conhecer a histéria dessa mulher ¢ possivel constatar seu vigor e determinagao, se emocionar com sua histdria e aque- cer 0 coragao com sua perseveranca. FUNDAMENTO BIBLICO Rispa foi uma das concubinas do Rei Saul. A condicio de concubina confe- ria 4 mulher menos valor na estrutura familiar. Uma concubina era alguém em condi¢io de escravidao ou adquirida por motivos de vitéria na guerra, que se tornava uma esposa secundaria. Ainda que o Antigo Testamento registre algumas leis para defender os direitos dessas mulheres (Deuterondmio 21.10-14), elas eram muito des- yalorizadas socialmente. Ao saber desse contexto e relacionar a atuagio de Rispa na defesa da dignidade de seus filhos, percebe-se quio corajosa foi essa mulher. Unigade or: Potavras de Fe 18 | emmarcHa Rispa era filha de Ald (2Samuel 3.7), mie de Armoni e Mefibosete, estes também filhos de Saul (21.7). Ela foi envolvida numa trama de po- der, na briga entre as casas de Saul e Davi pelo dominio do Reino (3.6- 21). Isbosete, filho de Saul acusava Abner - homem forte da casa de Saul - de tomar Rispa. Nao era a de- fesa a honra de Rispa que estava em questio, a insinuagio de Isbosete na realidade dizia respeito 4 tentativa de assumir o lugar de Saul, tomando também o trono. Abner se indigna com a desconfianga e, diante da acu- sagio, decide se unir a Davi (¥.9). Rispa s6 volta a aparecer no capi- tulo 21, agora sofrendo a perda dos seus filhos que foram entregues por Davi para aplacar a ira dos gibeo- nitas, que tinham sido perseguidos pela familia de Saul quebrando uma promessa antiga (cf. Josué 9). Davi busca a reparagio depois de ser alertado pelo Senhor sobre a culpa sobre Saul que gerou fome no meio do povo. Os gibeonitas, numa atitude de vinganga, requereram a vida dos descendentes de Saul, e Davi cedew a eles sacrificando a vida de filhos e netos de Saul. Rispa e Merabe sao as mulheres que perderam seus filhos naquela vinganga. O autor do texto concen- tra sua aten¢io em relatar a atitude de Rispa. Nao se ouve a sua voz, mas as suas atitudes sio tio fortes que chegam, depois de muito tempo, aos ouvidos de Davi. Rispa, por meio da sua atitude, reclama um enterro digno para seus filhos e os outros jovens de sua familia. A morte por enforcamento era uma vergonha e a falta de se- pultamento digno ou o fato de ter © corpo comido por animais tam- bém. E por isso que essa mulher entra em cena. O texto destaca que ela toma um pano de saco e o estende para si so- bre uma rocha, ficando ali por mui- to tempo - do imicio da colheita até as chuvas ~ protegendo os corpos de serem comidos por aves de rapina ou animais do campo. Para a profes- sora dr* Lucia Weiler (2006, p.75), “Aproximadamente seis meses ela vigiou e protegeu os sete corpos. Certamente nao ficou sozinha neste protesto. Mais pessoas, mulheres outras terio se unido a ela em so- lidariedade. O protesto individual tornou-se coletivo, adquirindo as- sim uma forca de irradiagio politica © profética’. Seu protesto silencioso e perse- verante foi ouvido por Davi, que deu dignidade no s6 aos mortos que Rispa cuidava, mas também aos restos mortais de Saul e Jénatas (v.12-14). PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA Ninguém esta isento de se tornar vitima de atitudes equivocadas de outras pessoas. Muitas ages im- prudentes geram consequéncias que chegam a afetar quem nao tem nada a ver com a histéria. Vitimas de ba- las perdidas sio um exemplo disso. Unidade 01: Patavras de Fe PALAVRAQUEILUMINAAVIDA | 19 Nem sempre as pessoas culpadas sio achadas ou presas, mas a familia que sofreu a sua perda tem que lidar com a perda. Quando amorte e a injustica teram a porta de Rispa, ela nao se acovardou; antes, fol perseveran- te e lutou por justica. Ela pegou um pano de saco e estendeu para si numa rocha (1Samuel 21.10). O pano de saco é a representagio da tristeza, sinal de lamentacio pelos mortos, e pode ser ainda a lamen- ta¢éo por um desastre nacional ou pessoal e peniténcia pelos pecados. Interessante pensar que Rispa es- colheu uma rocha para se firmar, num tempo tio dificil quanto aque- le, ela precisou se colocar em lugar seguro, firme. A atitude de Rispa de se colocar em um lugar seguro durante o tem- po que viveu sua aflicio nos inspira a fazer 0 mesmo quando as triste- zas nos sobrevém e abatem a nossa vida. O préprio Jesus nos falou do valor de construirmos a nossa féem fundamentos solidos (Mateus 7.24- 27) ~ a exemplo da rocha ~ pois em meio as tempestades da vida, nds conseguiriamos resistir. Os salmis- tas em seus cinticos falam da rocha como lugar de seguranca, compa- rando o Senhor 4 Rocha da nossa salvagao (Salmo 18.2; 95.1). Rispa espantou as aves de rapina € 08 animais do campo (1Samuel 21.10). Sua dor estava explicita na sua tristeza, no pano de saco e nos corpos expostos. Enquanto ela es- perava uma resposta, uma mudan- ga daquela situacio, mais dificul- dades sobrevinham. As que estio aparentes no texto dizem respeito aos animais que queriam se alimen- tar dos restos mortais. Ela, porém, nao deixou; se levantava para enxo- ti-los quando era preciso. Abraio também viveu uma experiéncia pa- recida quando, ao oferecer sacrifi- cios a Deus, teve que enxotar aves de rapina (Génesis 15.11). Na nossa relacio com Deus e em meio as adversidades da vida, é preciso se manter firme, espan- tando aquilo que quer nos roubar a atengio, a fé, 0s nossos propési- tos. Uma forma de fazer isso é se fortalecer em oragio, jejum, leitura biblica. Mas nio s6s. Irmis e ir- mos nos ajudim nessa caminha- da. Rispa nao venceu sozinha. Ela nao safa daquele lugar e durante o tempoem li esteve,, houve pessoas gue a alimentaram, a animaram, a ajudaram de forma material ¢ es- piritual. Esse é outro desafio que texto apresenta. Quando estamos em tempo de adversidade, precisamos contar e aceitar a ajuda de outras pessoas. Além disso, Deus conta conosco para sermos uma comunidade de apoio a quem necessita, querlevan- do 6 alimento, roupas novas, quer enxotando aves de rapina. O protesto de Rispa diante da- quela injustica beneficiou a ela e a outras pessoas; Saul e Jénatas tive- ram um enterro digno. Ao se colo- car de forma perseverante pela cau- sa de promover um entero digno Unidade 01: Patavras de Fe 2 1 em marcHA para seus filhos e os filhos de Me- rabe, Rispa moveu o coragio do rei Davi e promoveu justica. Q cONncLusAO ‘Nossa postura de fé diante das dores e injustigas quando estas nos sobre- vyém nos ajudam a mudar a trajet6- ria da nossa vida e da vida de outras pessoas que, ao se depararem com nosso testemunho, sio abencoadas Diante de situagées de injustica e circunstincias alheias 4 nossa von- tade, é preciso lutar para nio nos deixar vencer pelo mal, mas yencer ‘o mal com bem (Romanos 12.21). £ preciso buscar outros significados para a dor, lutar pela justiga, aju- dar outras pessoas. O compromisso com a justica, a nossa fé, perseve- ranga e trabalho no Senhor nio se- rio em vao. (=) para conversar Que ligées praticas a histéria de Ris- P2 nos ensina sobre como nos posi- cionar e agir frente as dores e injus- tigas que vivemos? LEIA DURANTE A semana Domingo: 2 Sarnuel 3.7-8; 21.1-14 Segunda-feira: Romanos 12.9-21 feira: Génesis 15.1-20 Sexta-feira: Salmo 46 Sabado: Mateus 15.21-28 Unidade or: Patavras de Fe PALAVRAQUEILUMINAAVIDA | 21

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