Amor: Essência Da Vida Cristã
Amor: Essência Da Vida Cristã
Amor: Essência Da Vida Cristã
Amor: essência da
vida cristã
Texto bíblico: 1João 3.11-18
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Fundamento bíblico aliás, muitas pessoas eram influencia-
das por aquilo que recebiam “do mundo”,
No texto em destaque, o apóstolo o ódio (v.13). O mundo, representado
João aborda um tema extremamente pelas pessoas que se opunham a Cristo
importante para o povo chamado cris- e à sua mensagem, também direcionou
tão: o amor; segundo ele esse é o cri- sua raiva para o povo cristão. Desde os
tério primordial para identificação dos tempos em que Jesus caminhou na ter-
verdadeiros filhos e filhas de Deus. Não ra com os seus discípulos e discípulas,
exercitar o amor cristão revela, entre a perseguição que se fazia a este grupo
outras coisas, que “aquele que não ama era muito grande. O Mestre muitas ve-
permanece na morte (v.14) e “... não tem zes alertou para o fato de que todo este
a vida eterna permanente em si” (v.15). ódio alimentado contra os filhos e filhas
O autor inicia sua exortação afirman- de Deus já era previsto (João 15.18-21).
do que este é um assunto já tratado an- Por onde Jesus passava, pessoas
teriormente. “Porque a mensagem que enfurecidas também o seguiam com o
ouvistes desde o princípio é esta: que desejo de prejudicá-lo de alguma for-
nos amemos uns aos outros” (v.11). ma. E “...se me perseguiram a mim, tam-
João faz referência aos primeiros bém perseguirão a vós outros...”, dizia o
ensinos que foram transmitidos pelo Mestre (João 15.20).
Senhor Jesus (João 13.34 e 15.12). Sua Tal perseguição era tão opressora,
intenção aqui é, além de exortar ou re- que Jesus não mandou seus discípulos
lembrar as palavras do Mestre, cons- e discípulas exercitarem a paciência ou
cientizar sobre a necessidade de uma a tolerância como meios de resistir a
nova postura de vida, tal como vemos este mal, mas praticarem o amor (João
nos versículos anteriores, quando o 15.17-18). Esta é a mesma recomen-
apóstolo afirma que por serem filhos dação feita pelo apóstolo João (1João
e filhas de Deus, precisam agora viver 3.16), que aprendeu com seu Mestre o
uma nova vida, abandonando assim an- que um amor verdadeiro é capaz de fa-
tigas práticas contrárias à fé cristã, pois, zer (João 3.16).
“todo aquele que é nascido de Deus não O povo cristão é convocado então, a
vive na prática do pecado ... não pode espalhar o amor e não o ódio e, se não
viver pecando...” (1João 3.9). É preciso, fossem vigilantes quanto à isso, seriam
portanto, purificar-se de todo pecado tentados a “pagar na mesma moeda”, ou
(vv.1-6); praticar atos de justiça (vv.7,10) conforme o apóstolo Paulo dizia, a pagar
e amar verdadeiramente. o mal com o mal (Romanos 12.17). Isso
João sabia que isso ainda não estava era tão sério que João relembra a atitude
sendo vivenciado por toda comunidade; de Caim, que não recebeu agravo algum,
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mas, “...porque suas obras eram más...” o amor de Deus está em nós: amando
(v.12), ou seja, como constantemente sinceramente as pessoas, ainda que
praticava o mal, acabou sendo levado a aquilo que algumas nos ofereçam seja
algo pior: a assassinar o seu irmão Abel ódio. Não podemos devolver o que de-
(v.12; Gênesis 4.1-8). las recebemos, mas devemos dar o que
de Deus gratuitamente já possuímos, o
Palavra que ilumina a amor (v.16).
vida • Nos transforma em “assassi-
nos” de nossos irmãos e irmãs. “Todo
O amor é mandamento divino. Só aquele que odeia seu irmão é assassi-
podemos amar verdadeiramente a Deus no...” (v.15). Caim tornou-se um assas-
se também amarmos o nosso próximo sino porque era movido por inveja, por
da mesma forma como amamos a nós ganância, e não por amor. Ao ver seu
mesmos. Esse amor exigido de nós não irmão Abel receber de Deus elogios e
é, e jamais deve ser direcionado a coisas, aceitação, indignou-se e, enraivecido, o
bens materiais, ou somente a pessoas matou. João adverte para os perigos de
muito próximas e que nos fazem bem, alimentarmos a raiva no coração. O ódio
mas sim, a Deus e a todas as pessoas a que o apóstolo se refere surge no co-
que Ele criou. A recusa do amor nos ração humano após muitos pensamen-
compromete como servos e servas de tos negativos (de vingança e de rejeição)
Deus, pois: serem alimentados contra outras pes-
• Mostra o quanto “somos de soas. Em Efésios 4.26 lemos: “Irai-vos e
Deus” ou não. “Nós sabemos que já não pequeis ...”. O ódio cresce quando ali-
passamos da morte para a vida, por- mentamos a ira. Não matamos nossos
que amamos os irmãos; aquele que não irmãos e irmãs somente ferindo-os fisi-
ama permanece na morte” (1João 3.14). camente, mas também quando ferimos
O amor cristão, praticado por aqueles e com palavras (Tiago 3.1-12); quando
aquelas que seguem a Cristo, sinaliza menosprezamos ou fazemos acepção
a nova vida que recebemos dele. A ca- de pessoas (Tiago 2.8-10); quando,
pacidade de amar, de perdoar, de olhar vendo alguém padecer necessidades,
com bons olhos para as pessoas que se fechamos a mão e o coração, permitin-
colocam como inimigas, revela o quanto do-lhe morrer de fome (v.17).
Deus possui do nosso coração, da nossa Nestas duas condições apresenta-
vida. Fechar-se para estas obras, sinali- das como consequências da falta do
za o quanto ainda precisamos ser trans- amor cristão em nós, uma atitude se
formados e transformadas por Deus. faz necessária: a prática do perdão. Se
Só existe uma maneira de sinalizar que não estivermos dispostos e dispostas a
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perdoar as ofensas recebidas, será difícil isso envolve conversão. Na verdadeira con-
amar verdadeiramente. versão o Espírito de Deus passa a habitar
Precisamos perdoar e direcionar o em nós e é Ele quem nos capacita a amar.
amor para o alvo certo; Deus e os ir-
mãos e irmãs, e não o mundo. Quando Para conversar
amamos o mundo, valorizamos muito
mais as aparências, os bens materiais, Os autores Bortolini e Bazaglia afir-
os aplausos, os elogios, as necessida- mam: “Só conhecemos verdadeiramen-
des próprias, do que as necessidades de te a Deus quando o fazemos com as
nossos irmãos e irmãs. Quando ama- mãos, os pés e o coração”. (BORTOLINI;
mos o mundo, nos falta o amor de Deus BAZAGLIA, 2007, p. 32). Dialogue com a
como guia de nossas ações (1João 2.15). classe sobre isso.
Anotações
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