Acordao - 2022-08-21T205721.769
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RELATÓRIO
VOTO
Da admissibilidade:
Do mérito:
Pois bem.
Primeiramente, no tocante ao valor pago pela passagem do voo que foi cancelado
pela ré, em sendo optado pelo consumidor o reembolso, esse poderá ser realizado em até 12
meses, contados da data do voo cancelado, com atualização monetária pelo INPC, nada obstante
sem os descontos das taxas contratuais, uma vez que não há previsão legal nesse sentido quando
o cancelamento se dá pela Companhia Aérea (art. 3º, Lei n° 14.034/2020).
No que diz respeito ao pedido de reembolso do valor pago pela nova passagem
adquirida pela parte autora, entendo também que sem razão. Isso porque, o serviço em relação a
tal foi devidamente prestado, não sendo possível o seu reembolso, sob pena de enriquecimento
sem causa.
Por fim, no tocante ao dano moral alegado, entendo também pelo afastamento da
condenação. Com efeito, o cancelamento do voo se deu em decorrência da readequação da
malha aérea por conta da pandemia ocasionada pelo Covid-19, e, apesar do transtorno, a parte
ré ofereceu a remarcação da passagem para outro voo, com aproximadamente dois dias após a
data originalmente contratada, o que não foi aceito pela parte autora.
Considerando que ela efetuou a compra de outra passagem para chegar ao seu
destino no dia marcado, a assistência material em relação a translado, hospedagem e
alimentação não foi necessária.
Ainda, saliento que nenhuma falha nesse sentido foi sustentada pela parte autora.
Assim, entendo que a assistência material foi devidamente prestada pela parte ré,
não tendo sido comprovado pela parte autora que sofreu dissabores em decorrência da situação
vivenciada que extrapolem os limites do cotidiano, considerando a situação extrema e
imprevisível que o mundo vivencia desde a decretação de pandemia.
Portanto, entendo que a parte ré possui razão em seus pedidos, motivo pelo qual o
provimento do pleito recursal é medida que se impõe.
CONCLUSÃO
03 de dezembro de 2021