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Termo de Referencia Atuacao Sistema Sebrae Economia Digital 2012

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TERMO DE REFERÊNCIA DE ECONOMIA DIGITAL

2012. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae


Licenciada sob Creative Commons

Informações e contatos
SGAS 605 – Conjunto A – Brasília/DF – 70200-904
Tel.: 55 61 3348 7474 – 0800 570 0800
www.sebrae.com.br

Presidente do Conselho Deliberativo Nacional


Roberto Simões

Diretor-Presidente
Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Diretor-Técnico
Carlos Alberto dos Santos

Diretor de Administração e Finanças


José Claudio dos Santos

Elaboração/Coordenação Técnica:
Unidade de Atendimento Coletivo – Serviços

Gerente
Ana Maria Magni Coelho

Analistas
Rosana Melo (Economia Digital)
Marcio Brito (Economia Digital)
Débora Mazzei (Economia Criativa)

Apoio Técnico
Marcelo Pimenta (Coordenação)
Maria Augusta Orofino (Economia Criativa)
Egnaldo Paulino (Economia Digital)
Flammarion Vieira (Arte)

Este documento encontra-se em constante atualização,


consulte a versão atualizada em www.sebrae.com.br/serviços.
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Julho/2012
TERMO DE REFERÊNCIA

INTRODUÇÃO

Os serviços relacionados às Tecnologias da Informação e


Comunicação – TICs, situados no âmbito da Economia digital, são
transversais à maioria das atividades econômicas e responsáveis
pelo valor agregado – agilidade, qualidade, eficiência, no
desempenho das empresas. Sua contribuição para a inovação
nos negócios criativos* e pela aceleração dos processos de
relacionamento entre empreendimentos e clientes são fatores
indutores da competitividade.

Tais constatações motivaram a produção desse Termo


de Referência. Seu conteúdo foi elaborado de forma
participativa e colaborativa, incluindo os gestores de projeto,
representantes dos segmentos das TICs e diversos atores
interessados no tema, exercendo em si próprio o conceito de
cocriação. O material resume a influência das tecnologias na
sociedade atual, contextualiza e localiza oportunidades para
atuação do Sebrae por meio de ações a serem desenvolvidas
interna e externamente.

Sua proposta não é definitiva e a intenção é que este documento


acompanhe a evolução da atuação do Sebrae e seja atualizado
durante sua implementação sempre que for necessário.

OBJETIVO

Estabelecer os eixos estratégicos para que o Sistema Sebrae


promova a economia digital por meio do fortalecimento das micro e
pequenas empresas como indutoras do desenvolvimento sustentável
na sociedade em rede.

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ATUAÇÃO DO SISTEMA SEBRAE NA ECONOMIA CRIATIVA

JUSTIFICATIVA

O movimento em torno das tecnologias da informação e comunicação


traz à tona o conceito da economia digital. O termo é de Don Tapscott,
consultor canadense especializado em estratégia corporativa e
autor de livros sobre a aplicação de novas tecnologias na dinâmica
de condução de negócios. Seu conceito aborda a questão dos três
“Cês” – computação (computadores, software, serviços), comunicações
(telefonia, cabos, satélite, sem fios) e conteúdo (entretenimento,
publicações, fornecedores de informação), bem como o da super
rodovia da informação – a internet – como alicerce de uma economia
em rede, designando esse contexto como Era da Inteligência em Rede.

Principais características da economia digital

• A informação como matéria-prima fundamental e o conhecimento


sendo cada vez mais valorizado como capital.

• A digitalização e virtualização, possibilitando quantidade,


velocidade de fluxo de informações e alterando a natureza das
relações e organizações.

• O trabalho em rede ou em redes interligadas, facilitando o acesso,


reduzindo as diferenças entre pequenos e grandes negócios,
horizontalizando as relações empresariais e acelerando mudanças.

• A convergência da indústria da computação, da comunicação e de


conteúdo como base para todos os setores da economia.

Surgem, assim, novos modelos e novas alternativas de


negócios que não suportam mais os métodos convencionais
de planejamento e implantação das empresas tradicionais. São
novas formas de pensar que requerem um novo comportamento
e novas competências que se desdobram no empreendedorismo
digital, resumidamente definido como desenvolvimento de
negócios para oferecer produtos e serviços utilizando-se dos
meios digitais, principalmente a Internet.

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TERMO DE REFERÊNCIA

Como expressão relevante desses novos empreendimentos, surgem as


startups, empresas que optam por buscar e/ou criar novos modelos de
negócios. Elas têm a importância de representar e refletir a velocidade
das mudanças, bem como de influenciar na construção de novos
conhecimentos sobre o ambiente e desenvolvimento de negócios.

Para atender às demandas dos empreendedores e incentivar a


disseminação de novos modelos de criação e gestão de negócios,
precisamos inovar na forma de atuação e relacionamento com os
protagonistas da economia digital. Um novo contexto exige novas
estratégias, o que motiva o presente documento.

CONTEXTO

Novas mídias estão impulsionando o conhecimento e a


inovação e desempenhando papéis complementares de
criação de produtos e oportunidades. Ao utilizarem a
conectividade como ferramenta de marketing e distribuição,
mudam a forma de interação entre empresas e clientes.

Para o cientista americano Nicholas Negroponte, autor do livro Vida


Digital, a natureza física que é constituída de átomos passa a ser
transmitida e “transformada” em outra natureza, a natureza digital (bits).

Desta maneira, podemos entender que a preponderância das


características citadas anteriormente compõe a natureza do que se
reconhece por economia digital, que:

• abrange novos modelos de negócio;

• independe de barreiras geográficas;

• é ancorada nas ferramentas de TICs; e

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ATUAÇÃO DO SISTEMA SEBRAE NA ECONOMIA CRIATIVA

• tem no potencial e know-how humano a mola mestra da inovação,


dos produtos e serviços, dos processos de comercialização e
atendimento ao cliente.

O Sebrae entende que economia digital é um novo modelo econômico


onde a base das relações são negócios criados ou transformados
pelas TICs para o desenvolvimento de bens e serviços intensivos em
conhecimento, podendo gerar soluções transversais para todos os
setores.

Destacam-se quatro grupos de empresas:

(i) startups digitais: empresas iniciantes que exploram produtos e


modelos de negócios inovadores e que passam por um período
de experimentação. Neste período, as ideias são testadas e
comprovadas para que se tenha certeza que o produto e/ou
serviço lançado é adequado ao mercado e que será rentável;

(ii) software: empresas dedicadas ao desenvolvimento, produção


e distribuição de programas de computador. Estes programas
podem ser voltados à gestão das organizações, aplicativos para
o mundo mobile, jogos de computadores (games), aplicativos
educacionais, entre outros;

(iii) comunicações: empresas que produzem e distribuem


conteúdos, incluindo empresas de infraestrutura que viabilizam
a participação da população de maneira efetiva na sociedade
da informação e do conhecimento. Soluções de acesso,
relacionamento e informação, como pequenos provedores, estão
contempladas nessa categoria;

(iv) hardware: empresas estruturais aos negócios da economia


digital – referem-se àquelas que realizam manutenção em
computadores e dispositivos, produzem equipamentos para
armazenamento, comunicação (antenas, cabos de redes,
roteadores), sonorização e impressão para as mais diversas
aplicações.

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TERMO DE REFERÊNCIA

EIXOS ESTRATÉGICOS
PARA ATUAÇÃO DO SISTEMA SEBRAE

As pesquisas e as contribuições do grupo de coordenadores das


carteiras de economia digital e economia criativa do Sistema
Sebrae, alinhadas às referências de Manuel Castells (sociólogo
espanhol autor da trilogia “Sociedade em rede – a era da informação:
economia, sociedade e cultura”, sobre a revolução tecnológica e a
realidade de mercado), foram determinantes para a definição dos
cinco eixos estratégicos:

I. informação como matéria-prima: produzir conhecimento sobre


e para os empreendimentos da economia digital;

II. lógica de redes: construir um modelo de inovação aberta


para atendimento, integrando especialistas, parceiros,
empreendedores e profissionais do Sebrae;

III. convergência: atrair soluções da economia digital para


segmentos prioritários do Sebrae;

IV. mercado: potencializar ações de acesso aos mercados interno e


externo;

V. políticas públicas: influenciar na geração de políticas públicas de


incentivo à economia digital.

É necessário salientar que a atuação se dará considerando a


totalidade dos negócios desta economia com prioridade para os
negócios descritos anteriormente: startups digitais, empresas
desenvolvedoras de software, de multimídia, de aplicativos e games;
os pequenos provedores de internet; produtoras de sites e serviços
web; e as pequenas firmas de manutenção de equipamentos.

Do ponto de vista da reunião de grupos de empresas, devem-


se buscar as potencialidades regionais e as concentrações de
empresas nas diversas localidades.

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ATUAÇÃO DO SISTEMA SEBRAE NA ECONOMIA CRIATIVA

O conjunto de projetos deverá revelar o potencial da economia digital


no País e os resultados somados deverão ser percebidos nos índices
de evolução apurados nas diversas pesquisas sobre a economia digital,
realizadas pelas entidades representativas desse ambiente econômico.

IMPLEMENTAÇÃO

Considerando a lógica de redes, será fundamental que o Sebrae


Nacional seja mantenedor e estimulador de uma rede de
inovação aberta da economia digital até que ela consiga tornar-
se forte o suficiente e ganhe autonomia.

Nesse sentido, não cabe trabalhar de forma hierárquica, na qual


um define e outros executam, mas construir em parceria, colaborar,
compartilhar, cocriar e trabalhar em conjunto.

Cabe, portanto, ao Sebrae Nacional:

• estabelecer parcerias e estratégias em âmbito nacional e


internacional;

• promover alianças com os governos federal, estaduais e


municipais para influir na criação de políticas públicas para o
segmento;

• estabelecer um observatório de economia digital com foco na


construção de conhecimentos sobre potencialidades, mercados,
carências e oportunidades para as empresas fornecedoras e
usuárias;

• criar grupos multidisciplinares, envolvendo atores de outras


carteiras de projetos do Sebrae e das unidades de conhecimento
para desenvolver soluções de transversalidade entre setores e
adequar soluções do portfólio do Sistema Sebrae para as empresas
do segmento;

• incluir empreendedores na construção e produção de


conhecimentos e soluções;

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TERMO DE REFERÊNCIA

• organizar o portfólio nacional de soluções de atendimento aos


negócios relacionados à economia digital;

• manter a organização e facilitar o acesso ao conhecimento


produzido;

• construir um modelo de inovação aberta para atendimento, com


a integração em rede de coordenadores, parceiros e clientes;

• promover estratégias de aprendizagens coletivas com os


Sebrae estaduais, estimulando benchmarking de práticas
empreendedoras desenvolvidas pelos empreendimentos dos
diversos segmentos da economia digital.

Os gestores locais, ao efetuar o atendimento aos segmentos


prioritários da economia digital, deverão levar em consideração os
eixos e os pressupostos estratégicos de atuação, as demandas e as
especificidades das micro e pequenas empresas de seu território.

Cabe, portanto, ao Sebrae nos estados:

• articular parcerias locais e identificar novas oportunidades para


atuação;

• disseminar em âmbito nacional as práticas desenvolvidas na UF


local;

• contribuir com o portfólio nacional de soluções de atendimento


com a criação de polos de excelência regionais que possam
atender a todo o Sistema em determinadas especificidades;

• monitorar, avaliar e disseminar resultados, bem como buscar


orientação para a melhoria e consecução de resultados positivos;

• acessar, participar, compartilhar informações, colaborar e


interagir nas plataformas de conhecimento e rede;

• realizar parcerias estratégicas locais;

• executar as ações acordadas com parceiros (internacionais,


nacionais e locais).

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ATUAÇÃO DO SISTEMA SEBRAE NA ECONOMIA CRIATIVA

REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE SOFTWARE-ABES.
Mercado brasileiro de software: panorama e tendências. São Paulo:
ABES, 2011. Disponível em http://www.abes.org.br/UserFiles/Image/
PDFs/Mercado_BR2011.pdf;

BEHRENS, Marilda Aparecida. O paradigma emergente e a prática


pedagógica. Petrópolis: Vozes, 2005;

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2000;

DARÓS, Márcia da Mota. Termo de referência para atuação do


sistema sebrae no setor de serviços. Brasília: Sebrae, 2008;

ITU Internacional Telecommunication Union. Measuring the


Information society. Geneva, Switzerland: 2011. Disponível em: http://
www.itu.int/ITU-D/ict/publications/idi/2011/Material/MIS_2011_
without_annex_5.pdf;

MARTIN, Roger. Design de negócios: porque o design thinking se


tornará a próxima vantagem competitiva dos negócios e como se
beneficiar disso. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010;

QIANGE & ROSSOTTO. Economic impacts of broadband. Information


and Communications for Development 2009: Extending Reach and
Increasing Impact. Banco Mundial, 2009;

SECRETARIA-EXECUTIVA DO COMITÊ GESTOR DO PROGRAMA


DE INCLUSÃO DIGITAL. Documento base do Programa Nacional
de banda Larga. 2010. Disponível em: www.planalto.gov.br/
brasilconectado;

SCHAFF, Adam. A sociedade informática. 4.a ed. São Paulo: Editora da


Universidade Paulista, 1995;

UNCTAD. Creative economy. Report 2010. Disponível em http://www.


unctad.org/creative-economy.

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