Atividade 13
Atividade 13
Atividade 13
COMARCA DE MACEIÓ/AL
EDGARD, já qualificado nos autos da ação penal nº ..., que lhe move a Justiça Pública, por
seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, dentro
do prazo legal, oferecer CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO com fulcro no artigo 600 do Código
de Processo Penal.
Termos em que,
Pede deferimento.
OAB nº XXXXXX
CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO
Em que pese o indiscutível saber jurídico do magistrado “a quo” a decisão proferida não
merece prosperar, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
I – Dos Fatos:
Edgard foi denunciado, processado e condenado pelo Juízo de primeiro grau pela
prática do crime tipificado no artigo 33 da Lei 11.343/06, com a aplicação da causa de
diminuição do artigo 33, §4º, e da causa de aumento do artigo 40, inciso VI, da mesma Lei.
Segundo consta da denúncia, no dia 04 de maio de 2018, caminhava com o adolescente
Marcelo, cada um deles trazendo consigo uma mochila nas costas. Realizada uma abordagem
por policiais, foi constatado que, no interior da mochila de cada um, havia uma certa
quantidade de drogas, razão pela qual elas foram, de imediato, encaminhadas para a
Delegacia.
Realizado laudo de exame de material entorpecente, constatou-se que Edgard trazia 25 g de
cocaína, acondicionados em 35 pinos plásticos, enquanto, na mochila do adolescente, foram
encontrados 30 g de cocaína, quantidade essa distribuída em 50 pinos.
II – Do Direito:
Assim, não deve ser acolhido o pedido de anulação. De outro lado, igualmente não
assiste razão à acusação ao requerer a condenação do apelado pelo crime do artigo 35 da Lei
11.343/06. Nos termos do mencionado tipo legal, configura-se a associação para o tráfico se
“associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não,
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei”.
Ocorre que tal argumento diz é genérico e abstrato, somente sendo possível a
exasperação da pena base em vista das consequências específicas do caso concreto. Assim, o
acolhimento de tal pedido resultaria em bis in idem. Desta feita, não deve ser acolhido o
pedido ministerial de exasperação da pena base.
No presente caso, o fato de o réu responder à ação penal por crime de furto não
justifica o reconhecimento de maus antecedentes, nos termos da Súmula 444 do Superior
Tribunal de Justiça, por analogia bem como conforme o artigo 5º, inciso LVII, da Constituição
Federal. Com efeito, não havendo condenação transitada em julgada, não há que se falar na
existência de antecedente, em respeito ao princípio da presunção de inocência. Portanto,
deve ser mantida a causa de diminuição em pauta. De seu turno, também o regime inicial
deve ser mantido no aberto.
Nos termos do artigo 33, §2º, alínea “c”, do Código Penal, os condenados a uma pena
privativa de liberdade não reincidentes têm direito a iniciar o cumprimento da pena no
regime inicialmente aberto. In casu, a pena aplicada foi de 1 ano, 11 meses e 10 dias de
reclusão, dentro, portanto, do patamar para o regime inicial aberto.
Portanto, correta foi a fixação do regime inicial aberto. Por fim, igualmente não
merece reparo a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos.
Conforme prevê o artigo 44 do Código Penal, é possível a substituição da pena em
condenação a penas de até 4 anos, por crimes sem violência ou grave ameaça, sendo
favoráveis as demais circunstâncias.
III – Do Pedido:
Pede deferimento.
OAB nº XXXXXX