Teste 1
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Teste 1
O que é o conhecimento?
A Epistemologia é a disciplina filosófica que estuda o conhecimento, que procura
esclarecer e analisar criticamente problemas relativos à origem, às fontes, à natureza, à
possibilidade, aos fundamentos e aos limites do conhecimento.
O conhecimento é a relação cognitiva (direta) entre um sujeito (aquele que conhece)
e um objeto (aquilo que é conhecido).
Tipos de Conhecimentos
• Conhecimento Prático
É o conhecimento que consiste na posse de aptidões, de capacidades para realizar
determinadas ações ou atividades.
Ex.: Eu sei cantar
• Conhecimento Proposicional
É o conhecimento de factos ou proporções verdadeiras
Ex.: Eu sei que Madrid é a Capital de Espanha
EX: S acredita que P; P é verdadeira; S dispõe de justificação ou provas para acreditar que
P; ou seja, é um conhecimento verdadeiro
EX:
“Os alunos do 12º organizaram um jantar de Natal e convidaram o diretor de turma.
O DT tinha de sair mais cedo e, por isso, foi um dos primeiros a aparecer no
restaurante, tendo chegado ao mesmo tempo que o Rodrigo.
Enquanto a turma não chegava, o DT foi conversando com o Rodrigo sobre o
ambiente da turma.
Uma das novidades que o Rodrigo partilhou com o DT foi. A de que o Paulo
namorava com a Micaela.
Entretanto, chegaram mais três colegas, que também confirmaram que o Paulo e a
Micaela namoravam, acrescentando que os namorados se inibiam diante dos professores.
O jantar correu muito bem e toda a turma participou; o DT acabou mesmo por sair
mais cedo e saiu convencido de que o namorado da Micaela estava no jantar.
Na realidade, porém, a Micaela tinha acabado o namoro com o Paulo no dia anterior
e, nesse mesmo dia, tinha começado a namoriscar secretamente com o Ambrósio, que era
do 12º e tinha sido o último a chegar ao jantar, já depois da saída do DT
Os novos namorados foram muito discretos durante o jantar (não queriam magoar o
Paulo)”.
Não negam que exista conhecimento a Pensam que não existe conhecimento a
posteriori (experiência), mas não pode ser priori (pensamento) dos factos do mundo,
considerado universal e necessário. ou seja, que todo o conhecimento do
Supõem que, em vez do conhecimento mundo é a posteriori, ou seja, por
posteriori (experiência), o conhecimento experiência.
priori assenta em justificações certas ou
infalíveis
O Desafio Cético
A noção de justificação é problemática:
• Racionalistas: O papel justificatório fundamental (A base e raiz do conhecimento)
pertence à razão (pensar)
• Empiristas: Só a experiência (através dos sentidos) é capaz de justificar crenças
acerca do mundo
Sobre o papel da experiência e da razão na formação das nossas crenças acerca do mundo,
podemos perguntar o seguinte:
• Racionalistas: A razão, por si só (sem recorrer aos sentidos), justifica crenças sobre
o mundo?
• Empiristas: Os sentidos são fiáveis, ou seja, são uma base fiável para a justificação?
Existe quem defenda que nenhuma base é satisfatório, nem a razão (priori), nem a
experiência (a posteriori) constituem bases seguras. Esta perspetiva é defendida pelos
Céticos (Pirro de Élis, Sexto Empírico...)
O Racionalismo de Descartes
• Os céticos afirmam que nenhuma crença está devidamente justificada, logo não há
conhecimento.
• Descartes: terão os céticos razão? Como responder aos céticos?
• Método: um método para testar crenças, que consiste em duvidar do que for possível
• Aplicação do método: os sentidos enganam, ao sonhar não distingo os sonhos da
realidade, um génio maligno pode estar a manipular-me
Descartes não é um cético radical, como Pirro. A dúvida cartesiana é temporária e visa
o conhecimento (considerado impossível para o conhecimento radical).
NOTA: Pirro duvida até à raiz mas não sai daí, enquanto Descartes duvida até à raiz e
encontra o conhecimento- crença indubitável (algo que não se pode questionar)
Cógito Cartesiano
• Ainda que nenhuma das nossas crenças seja certa, Descartes defende que há algo
que resiste ao teste da dúvida (nem o génio maligno abala)
• Afinal, se estamos a colocar as nossas crenças em dúvida, estamos a duvidar, e
duvidar é uma forma de pensar
• E, se estamos a pensar, então existimos. Cada um de nós pode afirmar com toda a
segurança (a afirmação seguinte é conhecida por cogito): eu penso logo existo
• Para Descartes o cogito constitui o fundamento certo do conhecimento pois nem
mesmo um génio maligno poderia enganar-nos no que respeita à nossa existência
• O cogito apenas nos assegura da nossa própria existência enquanto seres
pensantes
• Descartes estabelece a distinção entre duas naturezas inteiramente diferentes, a
alma (ou mente ou espírito) e o corpo (ou matéria ou extensão) – dualismo
cartesiano (dualismo mente-corpo)
• Descartes defende ainda que a alma é “mais fácil de conhecer” do que o corpo; e
que a alma pode existir sem o corpo (“ainda que este não existisse, ela não deixaria
de ser tudo o que é”)
Argumento Ontológico-
• Quando examino a ideia de triângulo, compreendo (clara e distintamente) que, em
essência, os seus 3 ângulos têm de ser iguais a 2 ângulos retos
• Do mesmo modo, quando examino a ideia de um ser todo perfeito (a ideia de Deus),
compreendo (clara e distintamente) que este tem de existir
• A propriedade de existir é algo que um ser perfeitíssimo não pode deixar de ter: se
não existir, não será perfeito, pois faltar-lhe-á essa perfeição
▪ P1: Se deus não existisse, então Deus não era perfeito
P2: Deus por natureza ou essência é perfeito Modus tollens
C: Logo, Deus existe
• Uma vez que Deus existe e não é enganador (pois enganar seria uma imperfeição),
não iria criar-nos de modo a que fôssemos incapazes de conhecer seja o que for
2. Deus-
• é uma realidade divina que está presente na ideia inata de perfeição; como a ideia
inata de perfeição implica um ser que (sendo perfeito) tem de existir, a existência de
Deus é necessária;
• permite restabelecer o critério de verdade; se Deus existe e é infinito, então o sujeito
pensante finito (e criado por Deus) jamais se pode enganar quando perceciona algo
de forma clara e distinta;
• permite ultrapassar o solipsismo do sujeito pensante.
3. Extensão-
• é a realidade física [«res extensa»] cujo conhecimento só pode ser alcançado por
intermédio da razão; se o sujeito percecionar algo relativo à realidade física
socorrendo-se de um bom uso da razão, então está a conhecê-la tal qual como ela
é.
Críticas ao Cartesianismo
• Círculo Cartesiano-
o Descartes caiu na falácia da circularidade ou petição de princípio;
o de facto, é a partir da razão que, Descartes “prova” que Deus existe, e é a
partir da defesa da existência de Deus que o autor legitima o uso da razão.
Assim sendo, o raciocínio exposto é circular e nada prova, segundo os
críticos.
• Dualismo cartesiano-
o A mente não pode interagir ou interferir com o corpo
o Um dos críticos de Descartes é António Damásio
• Objeções às provas de Deus-
o Ontológico: a ideia de Deus como ser perfeitíssimo não é consensual, não é
conhecível pela razão, a perfeição implicaria a multiplicação de entidades
o Marca: não tem como saber se essas ideias são verdadeiras