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Songs of Submission - Tease 02 - C.D. Reiss

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Tease

Songs of Submission - 02
C.D. Reiss

Sinopse:

Quando Jonathan tinha ido embora eu não conseguia parar de pensar nele, e a
primeira coisa que fez quando voltou foi procurar por mim. Estou disposta a
dar-lhe os meus orgasmos e meu tempo, mas eu me vejo dando pedaços do
meu coração.

Minha carreira está no caminho certo, e mesmo que eu não possa escrever
nada, eu posso cantar. Então eu vou para a exposição de arte com ele, porque
sua ex-mulher vai estar lá. Eu sinto essa necessidade de protegê-lo de qualquer
dano, embora na cama, seu domínio me deixa de joelhos.

Este homem vai me quebrar em um milhão de pedacinhos...


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Agosto/2013
Proibido todo e qualquer uso
comercial

Se você pagou por esta obra,

VOCÊ FOI ROUBADO.


Cantinho
Escuro dos Livros
Capítulo Um

J onathan era o mestre da minha nudez,

minhas posições e meus orgasmos e, embora a primeira noite de sexo devesse ter
satisfeito qualquer mulher normal por uma noite, minutos após o que foi feito, eu
o queria novamente.
Seu pau era lindo: proporcional, com a cabeça do tamanho certo e um eixo
reto e duro. Eu só havia visto outros dois paus em pessoa, e apesar de eu tê-los
visto bastante, ambos, eu não tinha a pretensão de ter experiência suficiente para
julgar se ele era tão grande quanto ele parecia ser. Mas, enquanto nós
conversávamos e ele acariciava meu cabelo, seu pênis endureceu novamente, e eu
não pude resistir em colocá-lo na minha boca. Minutos mais tarde, ele enrolou-se
ao redor dos meus quadris, e nós nos tornamos um magnífico emaranhado de suor
e calor, um “69”, comigo por cima. Tomei todo seu comprimento, enquanto ele
colocou sua língua na minha buceta. Ele agarrou firme minha bunda, cavando seus
dedos em minha pele, e traçou sua língua para fora, em seguida, introduziu
novamente.
— Jonathan — eu gemia, beijando a cabeça de seu pau — Eu vou gozar, se
você continuar fazendo isso.
— Não, você não vai. — ele disse, dando um beijinho no meu clitóris, antes
de me virar de novo. Ele guiou o meu corpo ao redor, até que eu estava por cima e
de frente para ele. Ele agarrou minha bunda de novo, com os dedos na minha
fenda onde estava sensível, e empurrou-me para baixo. Seu pênis foi nivelado com
meus lábios, e ele me puxou em direção a ele, e depois para longe, esfregando meus
lábios contra o comprimento de seu pênis.
Eu coloquei o meu rosto para o dele, respirando em seu rosto, e disse — Eu
quero você.
— Você quer o quê?
— Quero que você me foda.
Ele alcançou a gaveta do criado mudo e apanhou um preservativo, enquanto
eu me esfregava nele. Eu rolei-o, minhas mãos trêmulas. Quando eu comecei guiá-
lo para dentro, ele disse: — Eu quero ver.
Movi meus quadris para cima, para que eu me agachasse sobre ele. Ele olhou
entre minhas pernas e viu, enquanto eu deslizava seu pau em mim. Eu coloquei
meus joelhos sobre a cama me movendo para cima e para baixo. Ele colocou a mão
entre minhas pernas para mudar meus quadris. O meu rabo sobressaiu, e o
triângulo entre minhas pernas apertado contra seu pênis, fazendo meu clitóris
esfregar-se direto contra ele enquanto eu me mexia.
Estremeci com o calor e o atrito. Eu não achei que eu poderia manter
qualquer tipo de ritmo, mas eu fiz, porque eu tinha que conseguir. Ele passou a
mão no meu seio, mas eu sabia o que fazer. A maneira como eu segurava meus
quadris era tudo, e eu nunca esqueceria isso. Do contato direto com meu clitóris,
ele dentro de mim, rodeada pelo seu cheiro e sua voz e seu toque, me fez cega para
tudo além da minha buceta.
Como se ele sentisse o quão lasciva eu estava, ele virou-se e ficou por cima.
— Você está perto.
Não pude responder. Se eu concordasse, provavelmente ele faria isso
interminável. — Mais forte. — eu disse em um fôlego.
Ele puxou minhas pernas para cima, afastadas, e meteu com força. Eu gritei,
arranhando suas costas. Ele esmurrou-me até que eu estava prestes a vir. Tentei
dizer a ele, mas eu não tive palavras.
Então, ele abrandou.
— Oh, Deus, não. — eu gemi.
— Acalme-se. — ele respirou no meu ouvido, balançando tão
delicadamente, tão lentamente.
— Você está me matando. — Eu pairei na borda do clímax. Tensão e
prazer arrastaram-se de um para outro, dentro de mim.
— Eu não sei quanto tempo mais vou durar. — disse ele. Mas ele durou,
naquele ritmo, até que a construção em, praticamente, pouco tempo trouxe o
prazer à borda. Eu pensei, por um segundo, eu vou me deixar ir sem dizer a ele,
porque ele não vai me deixar.
— Por favor. — Eu engasguei, minha decisão se foi — Eu preciso gozar.
— Não, você não vai.
— Posso? Por favor? — Por mais que eu quisesse vir, eu queria pedir ainda
mais. Eu queria implorar por isso. Eu queria que ele me fizesse perder-me nele.
Ele empurrou contra mim, e eu gemi. Ele não respondeu.
Eu presumi saber o que fazer. — Jonathan, por favor. Por favor, deixe-me
gozar. Eu não posso... — Ele colocou o nariz no meu e olhou nos meus olhos. Eu
me senti cercada por ele e segura na sua atenção. — Eu vou abortá-lo... por favor.
Por favor, faça isso para que eu venha.
— Fazer o quê?
— Foda-me com força. Por favor. Eu farei o que você quiser. Eu vou te
chupar onde quiser. Eu serei sua. É tudo o que tenho, mas, por favor, foda-me para
que eu goze.
— Venha, então. — Ele empurrou para dentro de mim, lentamente, mas
com força, e eu senti meu mundo inteiro desabar quando ele grunhiu e elevou-se
em sua própria satisfação. Minhas mãos estavam acima da cabeça e me agarrei a
cabeceira da cama. Arqueei minhas costas, e devo ter gritado, porque senti a mão
dele no lado do meu rosto, seu polegar prendendo minha boca aberta. Ele
continuou se mexendo, agitando os quadris, arfando, e cada impulso enviava uma
nova onda de sensações pelos meus lábios, minha buceta, meu clitóris, tudo.
O calor fez disparar para cima a curva de minha espinha. Os sentimentos
continuaram e continuaram com a mudança de respiração e sensações. Minha voz
não era minha, mas a expressão construída detonou explosiva dentro de mim.
Quando ele agarrou forte, na base do meu pescoço, outro ponto de prazer foi
encontrado. A dor era um contraponto a tudo o mais, me trazendo de volta à
consciência e reacendendo o meu orgasmo. Eu gritei de novo, empurrando-me em
seu pau, sentindo nada além da umidade, dureza e choques de prazer entre nós. Eu
havia entrado em uma zona intemporal, e quando percebi que ele estava suavizando
dentro de mim, eu abrandei, assim como meu orgasmo ganhou vida própria.
— Monica? — perguntou a voz de Debbie, não de Jonathan.
— Huh? — Eu estava no trabalho. No início da tarde, quinta-feira. Eu
tinha cinco mesas cheias e uma bandeja de copos de pequeno trago-seco na minha
mão.
Debbie, minha chefe, me olhou com preocupação e um pouco de irritação.
— Você está bem?
— Sim, eu estava apenas pensando.
— Sobre o quê? Você somente parou no meio da pista.
— Nada. Sinto muito.
— Você tem Ute Yanix, na mesa sete. Por favor, se você precisa de um dia
de folga, avise-me. Caso contrário... — Ela torceu sua mão no pulso para me avisar
que era hora de entrar em ação. Corri para a mesa de Ute Yanix com um sorriso e
um pedido de desculpas. Peguei os pedidos da atriz com a cabeça em branco,
temporariamente, pois ficou turva por pensamentos dos cabelos do peito de
Jonathan, apenas três minutos depois.
Duas semanas atrás, antes de eu conhecer Jonathan, sentia-me como uma
pessoa normal. Eu trabalhava. Eu cantava. Eu reclamava do meu empresário. Eu
cuidava de Gabby e bebia um pouco demais. Eu me dava prazer, talvez, uma vez
por semana, se eu pensasse nisso. Eu ia de um lugar a outro, sonhando em ganhar
um Grammy ou arruinar a vida do meu ex-namorado para sempre. Eu não consigo
imaginar quanto tempo eu gastei tramando a morte de Kevin, mas quando parei, eu
preenchi os espaços com Jonathan.
Depois de Jonathan, meu cérebro parecia em alta-tensão por sexo. Eu andava
em um estado de excitação constante. O último ano e meio eu tinha me arrastado
como um trem colidindo em um muro. Após o impacto inicial, o resto da comitiva
manteve-se em movimento, empurrando em direção ao carro da frente até agora
por dezoito meses de desejo foi esmagado em duas semanas.
Na tarde, após minha primeira noite na casa dele, ele me mandou uma
mensagem de texto de algum salão em Los Angeles. Ele agradeceu-me pela grande
noite e fez promessas, que não acreditei que ele quis dizer tudo aquilo, e depois...
nada. Eu não esperei nada. Ele não era meu namorado. Ele não era, nem mesmo,
meu amante. Ele era um cara para quem eu costumava trabalhar, que por acaso me
levou pra cama, depois de eu ter passado um ano e meio, intencionalmente,
celibatária. Ele abriu a masturbação na minha sexualidade, girando uma manivela
que eu nem sabia que tinha.
Ele tinha feito uma lista completa de pequenas coisas anteriores a isso,
naturalmente. Ele havia sido ousado, encantador e vulnerável, tudo ao mesmo
tempo. Ele tinha um jeito de me tocar, e eu sentia uma eletricidade estática, sem o
choque, e ele me fez gozar como nenhum homem jamais fez antes. Que satisfação.
Eu nunca tinha me feito gozar assim.
O peso quente entre as minhas pernas foi o porquê eu corri para casa do
trabalho, na maioria dos dias, fechei a porta do banheiro atrás de mim, e me
masturbei como uma garota de 13 anos de idade. Eu tive problemas com as
funções fora do trabalho também. Eu tinha enviado ao meu empresário da banda,
Vinny, um aviso de rescisão repleta de erros de digitação, respondi a um
telefonema da assistente de Eugene Testarossa, no meio de uma sessão de
masturbação e deixei de comer. Meu amigo, Darren, começou a cozinhar para
mim, me olhando como um falcão.
A única coisa que eu poderia fazer melhor que isso, era cantar.
Foda-se, eu estava queimando. Os ensaios com Gabby, minha pianista e
melhor amiga, eram quase tão bom quanto o sexo comendo a minha mente. Ela e
eu não poderíamos fazer nada errado. Eu poderia fazer alterações nas roupas, e ela
foi com isso. Duas semanas atrás, eu estava com vergonha de cantar estilo velhos-
tempos em um clube de jantar, mas as performances das últimas duas semanas
tinham chamado a atenção dos agentes em WDE. Naquela noite, eles viriam para
nos ver. Nossa versão de “Under My Skin” mandaria Sinatra correndo e Stormy
Weather iria fazer chover em LA. Em minha vida, eu nunca me senti melhor a
respeito do meu trabalho.
Eu só precisava manter minha mente no trabalho remunerado.
— Você estará cantando novamente, hoje à noite? — Robert perguntou
enquanto ele derramava álcool em copos gelados.
— Sim. — eu disse. — Marcaram tarde.
— Eu estou feliz que vi você na semana passada. Você estava quente.
— Obrigada. — O elogio foi sobre o tamanho do vocabulário de Robert, e
eu aceitei com um sorriso.
— Você foi bem? — Perguntou ele. — Você simplesmente parou de se
mexer por um segundo antes. Eu me perguntei se você ia cair ou algo assim.
— Eu estou bem. Apenas um pouco distraída.
— Provavelmente, a música. Capturou sua mente no jogo. — Ele piscou e
estalou a língua nos dentes. Ele era um cara legal, mas um pouco babaca.
Eu cuidei de Ute Yanix e o resto das minhas mesas, fazendo um esforço para
sorrir e manter minha mente no meu trabalho.
Próximo à metade do meu turno, vi Debbie conversando com uma mulher
grande ao lado da porta. A grande mulher usava cinza, calças pregueadas e uma
jaqueta cinza combinando com lapelas de veludo mais escuras.
— Quem é aquela, com Debbie? — Eu perguntei a Robert enquanto eu lhe
entregava um tíquete.
— Não sei, mas eu não gostaria de encontrá-la, ou a ele, em um beco
escuro.
A mulher foi constituída como um retângulo, coberta por um cabelo estilo
mullet1 marrom com pontas loiras. Sua orelha esquerda estava cercada por
pequenos aros de prata do lobo à hélice.
— Eu tenho certeza que é a sua... — eu sussurrei. — Ela não se parece com
uma cliente.
— Ela provavelmente tem um roteiro de sua blusa — ele murmurou,
mantendo-se mais silencioso do que o ruído branco do instrumental trip-hop2.
— Rolf Wente está na mesa seis. Talvez ela queira derramar isso no seu
colo.
— Ele lerá uma página importante da história, se ela chupar o pau dele.
— Ele pode ler?
Nós rimos, tentando manter a tranquilidade para a hora do almoço lotada.
Eu peguei minha bandeja e entreguei as minhas bebidas, peguei um pedido, e
chequei o resto das minhas mesas. Esqueci-me da senhora de terno cinza até que eu
voltei para o serviço de bar e a vi de pé com Debbie, olhando para mim como se eu
fosse a razão pela qual ela estava lá.
Robert arqueou uma sobrancelha para mim, e eu lhe disse para calar a boca,
com os lábios franzidos e os olhos semicerrados.
— Oi — eu disse quando cheguei a Debbie e O Retângulo.
— Monica. — Debbie disse — Esta é Lily.
— Pode me chamar de Lil. — O retângulo tinha um sorriso genuíno e uma
voz feminina.
— Oi, Lil. — Deslizei minha bandeja por cima do bar e pressionei uma
toalha aveludada úmida para minhas palmas pegajosas de soda, antes de oferecer
minha mão. Ela balançou, mas só por um segundo, como se a familiaridade
deixasse ela desconfortável.

1
Um penteado em que a frente é cortado curto, mas a volta é longa, deixa selvagem e muitas vezes sem cortes, muito
usado nos anos 80.
2
Este gênero é uma variedade de atmosferas psicodélicas, batendo o compasso quebrado e, normalmente, com
vocalistas que cantam com influência do estilo de rock
Lil me entregou um pequeno envelope bege, que parecia grande o suficiente
para apenas um teste. Meu nome estava escrito na parte da frente com esferográfica
azul.
— Não é uma intimação, é? — Eu brinquei.
— Nah.
Eu olhei para ela, para Debbie, e voltei. Lil me deu um curto aceno de cabeça
e disse: — Obrigada. — antes de sair.
— O que foi aquilo? — Eu perguntei a Debbie.
— Sim. — disse Robert, aparecendo como um traste, cotovelos no bar,
olhando para o meu envelope. Eu bati nele, com ele.
— Faça seu intervalo. — Debbie disse para mim. — Maddy, você faz a
cobertura.
Peguei meu pequeno envelope e fui para o quarto dos fundos, que tinha
algumas mesas compridas, uma máquina de venda automática, microondas e nossos
armários. Eu estava sozinha. Abri o envelope.

Querida Monica,

Você pode me encontrar no clube Loft, depois do trabalho? Eu


gostaria de falar com você, até de manhã, se possível.

Lil irá encontrá-la na frente, depois do seu turno.

Se você não puder fazê-lo, deixe-a saber.

- Jonathan

A carta estava bem escrita com a uma esferográfica azul. Como se ele tivesse
escrito sem pensar, ou como se ele tivesse feito isso com pressa. Pela bilionésima
vez naquela tarde, eu contava os dias desde que nós nos tínhamos visto pela última
vez. Ele disse que estava indo para a Coréia, por duas semanas, e nada mais sobre
isso. Eu pus o papel no meu nariz e senti o seu cheiro seco em todo o rosto. Uma
verificação no aroma, isso era, realmente, original.
Eu não tinha ideia de como eu conseguiria fazer a segunda metade do meu
turno. Eu tinha um show naquela noite, e era um importante. De acordo com o
assistente do assistente que eu tinha falado na WDE, parte de seus agentes de
talentos estariam no Frontage para ver a mim e Gabby, embora ela e eu ainda
fossemos uma dupla sem nome. Eu tinha quatro horas entre o meu turno de
almoço e meu show. Eu poderia arranjar espaço para Jonathan. Fazer planos com
ele antes do show era tolo e imprudente, mas eu queria ver Jonathan Drazen quase
tanto quanto eu queria me apresentar.
Capítulo Dois

L il esperou na frente, inclinando-se sobre

um Bentley cinza em uma zona de carga. Quando ela me viu, abriu a porta de trás.
— Oi. Uh... — Eu me senti estranha entrando no carro, sem saber para
onde iria ou quem o estava dirigindo.
Lil falou como se estivesse lendo minha mente. — Eu sou a motorista do Sr.
Drazen. Vou levá-la lá e voltar. Se você for ficar fora até tarde, você pode me dar a
chave do carro e eu cuidarei do seu carro para você.
— Como?
— Levo-o de volta para sua casa.
— Como você voltaria para o seu carro?
Lil sorriu como se eu fosse uma criança de sete anos de idade, perguntando
por que a água flutuava para baixo e não para cima. — Eu não sou a única da
equipe. Não se preocupe. Por favor. Eu faço isso para ganhar a vida.
Eu sorri para ela, transmitindo puro desconforto, e deslizei para o banco de
trás.
Eu nunca tinha estado em um carro desses antes. Darren e eu pegamos uma
limusine para o baile, mas cheirava a cerveja e vômito e o tapete estava molhado
com um shampoo recente. Eu tinha andado em uma Ferrari de Bennet Mattewich,
na 4053, às duas horas da manhã. Ele pensou que o percurso oferecia a ele a tarefa
de fazer voar, mas quase lhe custou um pneu cortado. Tínhamos nos tornado
amigos, mas ele nunca me levou no carro de seu pai novamente.
O Bentley era enorme. Cada um dos assentos revestidos de couro e tinha
botões cromados escovados, eu não compreendia, mas sem uma migalha ou
mancha de sujeira em qualquer lugar ao redor deles. Os painéis eram de madeira -
madeira real, escura e quente – e, embora a viagem tenha demorado cerca de dez
minutos, eu me senti como se eu tivesse sido transportada de um mundo a outro,
através de naves espaciais.
O carro parou em um beco sem saída na parte industrial da cidade, em
algum lugar entre o distrito das artes e do rio. Ao lado do carro estava um antigo
armazém com um piso superior feito, exclusivamente, de janelas. A lateral do
prédio era voltada para o estacionamento e fora pintado em preto fosco com letras
modernista, listando cada inquilino. Não há menção do Clube Loft ou algo
parecido.
Eu já tinha visto filmes o suficiente para saber o que eu deveria esperar, e Lil
estava na minha porta em dois segundos, exatamente, como se eu fosse incapaz de
abri-la eu mesma.
— Vá em frente até a mesa, e o porteiro vai cuidar de você. — Ela me
entregou um retângulo de papelão do tamanho de um cartão de visita, com alguns
números impressos na frente. A palavra LOFT estava impressa na parte superior,
na cor cinza.
— Obrigada. — eu disse. Subi os degraus adentro. Quando eu mostrei o
cartão para o cavalheiro asiático, atrás do balcão de vidro do saguão, eu ainda
estava convencida de que eu estava ou no prédio errado, ou a coisa toda era uma
piada cruel.
Ele verificou o cartão em comparação a algo escrito em um livro de couro de
uma forma que não era rude, mas estava de uma forma intrometida. Troquei um
pouco o meu traje de garçonete: uma camisa de malha preta e saia curta, da Target
e o brechó na Sunset, respectivamente. Eu senti como se minhas roupas me

3
Estrada
expusessem, como uma estranha ou pior: uma mentirosa e covarde. Mas ele olhou
para cima com um sorriso e disse: — Desça este salão, atrás de mim. Passe a
primeira rampa do elevador e vire à esquerda. Vou acompanhando você, através
das portas. Há outro elevador no final do corredor. Leve-o ao topo.
— Obrigada.
Meus saltos clicavam nos pisos de concreto. Dei de ombros, aproximando
minha bolsa. Passei pelo primeiro conjunto de elevadores e virei à esquerda. Um
par de portas de vidro fosco estava no meu caminho, e eu notei uma câmera
suspensa acima delas. Um segundo depois, um sinal sonoro ressonante é precedido
de um clique, e as portas rapidamente se abriram.
Além dessas portas, o corredor modificou. A iluminação era suave e vinha de
modernistas arandelas cromadas. As paredes eram de um branco suave, e quando
me aproximei, vi que a textura era sedosa, de certo modo, mais sutil. O elevador de
carvalho e bronze não parecia uma geladeira, como a maioria, e zumbia em D
menor e apitava na mesma nota, antes de rapidamente abrir.
Eu pisei no tapete floral e apertei o botão que dizia Loft, em letras
maiúsculas. A porta se fechou, e o elevador seguiu, sem um som. Fechei os olhos,
concentrando-me na força abaixo dos meus pés. O movimento do elevador, de
alguma forma, contribuiu para a pressão entre as minhas pernas, que talvez tivesse
mais a ver com o fato de que iria ver Jonathan, portanto, era a velocidade ideal, e
eu estava aqui.
As portas se abriram para uma sala de vidro com vista para a cidade. Eu
podia ver a biblioteca, o Marriot, toda a linha do horizonte, e o miasma de fumaça
pairando sobre tudo isso. Os pisos de mármore tinham a seriedade que eram deles
próprios e foram polidos para um brilho que não parecia barato. A obra de
madeira parecia ter sete voltas extras do passador.
O lobby estava um pouco povoado com as pessoas falando em voz baixa.
Um tilintar de risos. A reunião de jovens homens em trajes perfeitos. Sofás de
couro. Um lustre tão grande quanto a minha garagem. Eu não pude acompanhar
tudo isso rápido o suficiente.
— Posso ajudar? — A mulher juntou as mãos em sua frente e inclinou-se
um pouco na cintura. Seu cabelo estava torcido em um coque corriqueiro e tinha
uma cor, igualmente, normal. Ela sorriu de uma forma atraente, mas não
incrivelmente atraente. Mesmo que ela usasse um terno Chanel azul, seu trabalho
parecia ser para mostrar-se o mais ameaçadora possível, e ela era muito boa nisso.
— Oi. — eu disse. Eu sorri, porque eu não sabia mais o que fazer.
Ela observou o cartão, o qual eu tinha amassado na minha mão. — Posso?
— Ah. — Eu estava tão nervosa, que eu parecia uma idiota. Eu estava
autorizada a estar lá. Fui convidada. Eu não tinha motivos para me sentir indigna,
só porque eu não sabia onde eu estava. Entreguei-lhe o cartão e me endireitei reta,
não graças a minha saia de brechó e a meus sapatos de dois-anos-de-idade.
Ela me agradeceu e olhou para o cartão. — Por aqui. Meu nome é Dorothy.
— Eu sou Monica. Prazer em conhecê-la.
Ela me deu um sorriso cortês e me levou para baixo pelos corredores e
atalhos. Quando eu percebi que as paredes externas tinham janelas, me lembrei
como o edifício parecia da rua. Locais, por toda a cidade, pareciam misteriosos e
inacessíveis a partir do exterior, e este armazém era um deles.
Finalmente, Dorothy parou em frente a uma porta. — Se você precisar de
alguma coisa, eu vou ser sua recepcionista. Meu número está no cartão.
Ela me deu um cartão branco do tamanho de uma carta de baralho, em
seguida, abriu a porta.
— Obrigada. — Eu não sabia se eu deveria supor ou dizer qualquer coisa
em particular, então eu só entrei. Dorothy clicou na porta de madeira grossa e
fechou atrás de mim. Duas paredes eram feitas de janelas. A terceira parede feita de
prateleiras incluído vinho, vidros, um balde de gelo e um bar molhado. A quarta
parede tinha uma pintura a óleo enorme que parecia um Monet ou uma réplica,
extremamente, boa. O tapete persa parecia real. Sofás antigos ladeando a longa
mesa de café de seis-pés, cortada de uma única árvore.
Eu não tinha ideia do que eu deveria fazer.
Vi uma garrafa de Perrier e dois copos em uma pequena mesa no lado
oposto da sala, contra uma janela, e caminhei até ela. As cadeiras de couro ao lado
da mesa estavam usadas nos lugares certos e seus braços estavam fechados com
pregos de latão. Um envelope com a palavra — Monica — impresso na frente
estava equilibrado entre os dois copos. Deslizei fora o bilhete. Impresso em papel
timbrado do clube, que foi gravado com prata, estava:

Cinco minutos atrasado - Jonathan.

Olhei para o meu relógio, então me servi de um copo de água e esperei na


cadeira, murmurando e olhando para o horizonte. Eu estava ansiosa para vê-lo e
sentir o seu toque, as curvas de seu corpo, o calor de sua boca na minha.
Quando a porta se abriu, isso me assustou. Levantei-me, ainda segurando o
copo pequeno de água borbulhante.
Jonathan escondeu o telefone com uma mão e carregava uma maleta com a
outra. Eu só o tinha visto à noite, nu ou com roupas casuais e um dia a tarde,
desmazelado. Eu nunca o tinha visto barbeado e usando uma jaqueta de três botões
de tweed4 trançado em zig-zag, com uma camisa branca e uma gravata cor de
carvão. Um quadrado de seda preta sobressaindo de seu bolso no peito esquerdo.
Abotoaduras pretas foscas. Tudo estava, realmente, bonito. Ele realçou a forma do
seu corpo: em linha reta, alto, com ombros que não precisavam de preenchimento e
uma cintura que não puxava seus botões frontais.
— Oi. — eu disse.
— Você veio. — Ele parecia genuinamente surpreso e colocou a maleta em
cima da pequena mesa pelos sofás.
— Lil não te disse?
Ele deu um passo em minha direção. — Ela não atende ao telefone, se ela
está dirigindo, o que acontece a maior parte do tempo. — Ele ficou um pé diante
de mim, e eu senti o seu olhar no meu rosto. — E de certa forma, eu não queria
saber.

4
Um tipo de tecido
Inclinei-me para ele, respirando um pouco mais pesado, apenas para encará-
lo. — Eu tenho um show mais tarde.
— Quanto mais tarde? — Ele parecia se inclinar para frente, também, como
se eu não pudesse falar, se era seu físico magro ou sua atenção brotando.
— Mais tarde.
— Você gostaria de se sentar?
Não, eu não gostaria. Eu queria colocar o meu corpo sobre o dele. Em vez
disso, me sentei, quando ele o fez.
Ele se serviu de um copo de Perrier e recostou-se. — Como tem passado?
— Você mandou uma motorista me buscar para me perguntar isso? Você
poderia ter me enviado uma mensagem de texto e obteria a mesma resposta.
— Qual é a resposta?
— Eu estive bem. Obrigada.
— Apenas bem?
Ele queria mais. Ele queria um caminho para uma conversa sobre o que, ele e
eu, fizemos muito bem. Pelo menos, era o que eu estava entendendo. — Tudo
bem. — eu disse — E um pouco excitada na maior parte do tempo.
Ele sorriu um sorriso verdadeiro e genuíno. — Eu acho que eu senti sua
falta.
— Você acha?
Ele se inclinou para frente, colocando os cotovelos sobre os joelhos. — Eu
não vou fingir que senti sua falta do jeito que eu sentiria de alguém que conheço
muito bem. Mas, tudo bem, aqui está um exemplo. Estou no gabinete do Ministro
do Turismo da Coreia. Esse é o cara que pode aprovar o hotel ou me enviar de
volta, se eu disser a palavra errada. Meu coreano é fluente, mas não sutil, então eu
tenho que prestar atenção.
Eu me inclinei para frente também. — Você fala coreano?
— Eu moro em Los Angeles. Você quer que eu termine a minha história?
Eu queria que ele me curvasse mais e me fodesse, mas ao invés disso eu disse:
— Sim. Conclua.
— Ele estava falando muito depressa acerca de números, e em algum
momento houve um erro que me custou uma fortuna, se eu apenas prestasse
atenção no total, mas eu tive que traduzir os números e encontrar a falha. Como
ele vai dizer que a licença é um, as taxas são dois, outra coisa é três, e tudo isso é
igual a dez, ou seja, o erro é de quatro. Ele considera isso como suborno, que eu
não estou pagando. Mas os números são maiores, e ele está falando tão rápido que
ninguém na sala vai captar isso. Eu não posso manter minha mente sobre o que ele
está falando ou que eu estou pagando por que tudo o que posso pensar... — Ele
fez uma pausa, como se tivesse atingido a parte mais importante. — Tudo o que
posso imaginar na minha mente e em estar espalhando suas pernas.
Limpei a garganta para não sorrir, mas meu rosto ainda se dividiu em um
largo sorriso. Por um segundo, eu me perguntei se ele não estava tentando ser
engraçado, mas quando eu vi sua expressão satisfeita, eu soube que não o tinha
ofendido.
— Eu nem estava pensando em sexo. — ele disse. — Quer dizer, eu estava,
mas apenas naquele momento em que eu coloquei as minhas mãos sobre seus
joelhos e puxei-os, e você se inclinou para trás e deixou-me fazê-lo. Fiquei
repetindo isso. Aquele momento quanto você me permitiu. Não pude adicionar e
subtrair o valor de um centavo. Estou certo de que eu paguei demasiado bem ao
homem.
Minhas pernas formigavam, querendo a pressão de suas mãos entre elas. Eu
pressionei meus joelhos juntos, esperando para que ele fizesse o que ele fantasiou.
— Bem. — eu disse — Eu comecei a chupar cubos de gelo durante todo o dia.
— Ah. A varanda.
— Eu apenas sorri até que derreteu. Debbie pensa que eu estou com mente
desorientada.
Ele arrancou um cubo de seu copo. — Talvez você esteja. — Ele estendeu a
mão e colocou o gelo na minha boca, escovando meu lábio inferior. Eu abri minha
boca e circulei ao redor da borda. Coloquei minha língua para fora, mas ele não
quis me dar isso. Uma gota de água fria arrastou pelo meu queixo, e ele tirou o
cubo, estourando–o em sua boca e mastigando. — Eu quero você. — ele disse.
Minha coluna estava sensível como um piano, que alguém tinha, apenas,
afinado.
— Eu quero ter você de uma forma que me surpreenda.
— Vou tomar isso como um elogio.
— Mas acho que precisamos de claridade, primeiro. — Não prosseguiu,
mas examinou seu copo.
Eu me inclinei para trás e dei um gole na minha água. — Vá em frente.
Ele bateu as pontas dos dedos juntos e olhou para fora da janela, parando.
Eu estava disposta a interromper.
— Eu imaginei uma centena de maneiras de dizer isto. Todas elas soaram
como se eu estivesse tentando te prejudicar. — ele começou.
— A menos que seu pau tenha sido cortado em Seul, nada pode ser tão
ruim assim.
Ele riu e esfregou os olhos. — Eu vou dizer isso de forma direta. Eu amo
minha esposa. Minha ex-esposa. Nada nunca vai mudar isso.
— Ok.
— Eu não posso amar mais ninguém.
Eu entendi isso. Poderíamos gostar um do outro para sempre, mas ele não
cruzaria a linha para o amor, mesmo que eu o fizesse. Eu me considerei
razoavelmente avisada. Eu tive que deixá-lo saber que eu estava bem com isso, mas
eu também, não seria seu capacho.
— Eu não quero seu coração. — eu disse. — Eu quero a sua atenção por
algumas horas em um momento. Estou ciente de que sou uma das muitas mulheres
com as quais você anda ao seu redor.
Ele levantou uma sobrancelha. — Quanto de farra você acha que eu faço?
— Bastante.
— Com base em quê?
— Rumores. E fotos na internet. — Meu rosto ardia em brasa.
— Os rumores são baseados, em parte, na verdade, eu admito. — ele disse.
— Mas só de farra, somente farra, se eu os tolerasse. Nas imagens da internet, eu
estava vestido?
— Festas e coisas assim. — Eu não conseguia olhar para ele. Eu me senti
boba acusando-o de ser uma prostituta com tão pouca evidência.
— Eu tenho sete irmãs. A maioria delas têm estado lá comigo, desde o
divórcio.
Quantas mulheres tinham estado nas fotos? Não uma centena. Mas eu
assumi que eram como baratas. Se você as visse uma em cima do balcão, haveria
mais de cinquenta depois dos gabinetes. — Quantas vezes essa coisa de irmã irá me
morder a bunda? — eu perguntei.
Ele sorriu. — Elas são um bando instável. Todas mais velhas. E protetoras.
— Você tem sorte. Eu sou sozinha. Prendo-me aos amigos.
Ele colocou o copo na mesa e deslizou seus dedos gelados entre meus
joelhos, mas ele não os separou. Um arrepio subiu em minhas coxas, para minha
barriga, onde o calor que eu estava combatendo por semanas se enfureceu. Eu
poderia ter fechado minha boca naquele momento, não dito nada, aberto minhas
pernas, e deixado fazer o que quisesse.
— Eu tenho algo mais a dizer. — eu sussurrei.
— Diga-me.
— Eu sou cantora. É o que eu faço. Você não pode interferir. Mesmo para
o melhor sexo da minha vida, você não pode ficar no caminho de um ensaio.
— Essa é a última coisa que eu faria. — ele disse.
— Isso também significa que se eu começar a sentir como se meu coração
está ficando em farrapos, mesmo que você esteja sendo um verdadeiro cavalheiro,
não importa. Faremos. Mesmo se você não tiver feito nada de errado. Eu não
tenho tempo para isso.
Ele correu as mãos pelas minhas coxas, e então de volta aos meus joelhos,
seus polegares roçando o interior. Eu as mantive fechadas. Eu o queria para me
abrir. Eu queria a pressão de seus dedos em minha carne, mas eu quis resistir, só
um pouco.
— Tem outra coisa que estive pensando. — ele disse.
— Diga.
Ele colocou as mãos sobre minha saia e deslizou seus dedos sob minha
calcinha como se não estivessem lá. A intrusão foi deliciosa, e minha barata saia de
malha subiu até que o triângulo da minha calcinha ficou exposta. Quando ele
olhou para baixo, senti como se estivesse sendo tocada novamente.
— Eu possuo seus orgasmos. — Ele me puxou para frente até a borda do
assento antes que eu pudesse responder. Seu movimento foi forte, exigente e não
deixou espaço para perguntas.
— Eu não sei o que isso significa. — engoli em seco quando ele me despiu
de minha calcinha. Ele colocou o dedo debaixo do meu joelho direito e o
posicionou sobre o braço da cadeira. Eu o deixei. Eu queria que ele fizesse. Quanto
menos eu resistia, mais excitada eu me tornava, especialmente, quando ele fez o
mesmo com a minha perna esquerda. Eu estava esparramada na cadeira. Minha saia
subiu, não deixando nada entre ele e minha buceta.
— Isso significa... — ele disse, passando as mãos por dentro das minhas
coxas — ...você goza quando eu digo. Nunca antes. Se eu te mandar pra casa sem,
você só vai ocupar-se disso quando eu a ver novamente. — Ele olhou para mim
como se ele não tivesse certeza de como eu reagiria. Seus olhos verdes escurecidos
na luz da tarde.
— Meus dedos me penetram, você sabe. — eu disse.
— Sistema de honra. — Jonathan disse, passando o polegar em cada lábio
molhado, deixando um zumbido vibrando por trás deles, como uma corda
dedilhada.
Eu gemia. Tinha sido apenas duas semanas? Com a minha bunda deslizando
para frente, as minhas pernas sobre os braços da cadeira, e minha umidade rosa sob
seus dedos, eu me senti como se eu estivesse reprimida por muito tempo.
— Ok. — Eu teria concordado com qualquer coisa.
— Ok, o quê? — Ele se ajoelhou na minha frente e beijou o interior do
meu joelho antes de correr sua língua pela minha coxa. Toquei seu ombro e ele
agarrou meus pulsos, colocando as mãos sobre os joelhos. — Diga.
— Você possui meus orgasmos.
— E? — Ele me mordeu, profundo onde minha coxa dobrava até meu sexo.
A dor era aguda e perfeita. Eu perdi as palavras por um segundo. — Quando você
goza? — ele perguntou. Suas mãos agarraram as minhas coxas, espalhando minhas
pernas mais distantes. Não doeu. Parecia como uma rendição. Parecia como se eu
estivesse me deixando mais ao seu controle. Eu me senti segura.
— Eu gozo quando você diz. — eu sussurrei.
— Eu não tenho pensado em nada mais além isso. — disse Jonathan e pôs
a língua no meu clitóris. Ele me aqueceu com seu hálito, não mexendo a língua.
Engoli em seco e segurei a parte de trás de sua cabeça. Ele tirou, bruscamente, a
língua, e quando eu tentei empurrá-lo de volta, ele segurou meus pulsos com uma
mão. Ele chupou meu clitóris, mantendo meus pulsos com seus pulsos, bem
apertado. Eu estava impotente sob sua língua, a contrapartida suave para sua mão
áspera. A ponta de sua língua traçou uma linha do meu clitóris a minha abertura,
provocando, então sugando levemente. O calor fluiu através de mim. Eu joguei
minha cabeça para trás, respirando com dificuldade.
— Parte disso... — disse ele, movendo a língua de volta para minha coxa —
É que você tem que me dizer quando você estiver perto.
— Ok.
— Você está muito agradável, hoje. — Seus olhos verdes olharam pra mim
por sobre a minha virilha. Eu concordaria com tudo o que aquele cara perguntasse.
— Da próxima vez, pergunte quando estiver vestindo calças.
Ele se arrastou para cima e me beijou, e eu provei minha essência em sua
língua. Minhas pernas ainda estavam espalhadas, e ele ainda estava completamente
vestido. Ele soltou minhas mãos para escovar os dedos sobre os meus seios.
Estendi a mão para seu cinto com uma das mãos, e senti sua ereção, através de suas
calças, com a outra.
— Deixe-me — eu disse.
— Mais tarde.
— Agora.
— Eu possuo meus orgasmos, também. — ele disse.
— Deus, você é um bastardo ganancioso.
Ele me beijou de novo, então recuou, olhando para mim. Comecei a mexer
uma perna para baixo, mas ele segurou meu tornozelo.
— Não se mova ainda. — disse ele. Então ele recuou.
Eu vi sua ereção sob suas calças encaixando-se perfeitamente, e ele não
parecia disposto a escondê-la. Tudo o que ele fez foi ficar ali, sorrindo, e olhando
para mim com minha buceta exposta. Eu sabia que ele não me foderia, e eu sabia
que ele não me deixaria vir. Apesar de como frustrada isso me deixou, porque meu
corpo o queria sem um pensamento para qualquer tipo de acordo ou regra, eu sabia
o que ele iria extrair de nosso encontro, até o máximo do desejo. Eu o queria, e eu
esperaria o tempo que ele me dissesse para esperar.
— Foi um voo longo. — ele disse. — Eu poderia beber algo.
— E depois disso?
— Você disse que tinha um show. — Ajoelhou-se novamente.
Eu esperava, por um segundo, que ele fosse colocar a língua de volta entre as
minhas pernas e terminar o trabalho, mas ao invés disso, ele gentilmente retirou
meus joelhos dos braços da cadeira.
— Oh, homem. — eu disse. — Essa coisa de orgasmo vai me quebrar em
um milhão de pedacinhos.
— E se isso valer a pena?
— Estou contando com isso.
Jonathan pegou minha calcinha no chão e segurou-as abertas, enquanto eu
punha meus dedos do pé através, então ele deslizou-as de volta ao lugar onde
estava. Ele ainda estava de joelhos, com as mãos até minhas coxas, quando ele disse:
— Pegue sua saia. — Eu fiz. Ele colocou as mãos na minha bunda e beijou entre
minhas pernas, através do tecido da minha calcinha. Terminações nervosas que eu
não sabia que eu tinha queimaram, como cartuchos de munição.
Um milhão de pedacinhos, com certeza.
Capítulo Três

—O que você bebe, Monica?

— Jonathan perguntou, como se percebendo, pela primeira vez, que ele não tinha
ideia. Minha mãe não teria aprovado a nossa intimidade tão cedo, mas mamãe
nunca tinha estado em um bar de madeira crua, no saguão do Clube Loft, também.
Ela nunca tinha visto a vista de Los Angeles do lado oeste, do centro da cidade
para a água, nunca esteve com um homem além de papai, nunca serviu bebidas a
setenta e cinco pessoas por noite ou cantado uma nota fora da igreja. Eu parei de
tomar lições de vida de minha mãe, exatamente, quando deixei o meu primeiro
amor e comecei a dormir com Kevin.
— O mesmo que você, na verdade. — eu disse. — Single Malt, se eles
tiverem.
— Eu presumo que você gostaria de um pouco de gelo, para chupar?
— Você presumiu corretamente.
O barman, um velho rapaz, que parecia que poderia misturar um drink
atirando um touro ou Harvey Wallbanger5 sem verificar a receita, escavou gelo em
dois copos e serviu dois dedos de MacAllan6 em cada um.
O salão era enorme e não muito lotado. Principalmente, os membros usavam
inovadoras roupas de classe, executivos de cinema, agentes de talentos, advogados

5
Cocktail de vodka, suco de laranja e Galliano (licor doce de ervas)
6
Considerado o Rolls Royce dos Whisky
de entretenimento, pessoas de agências de publicidade, e todos eles se sentavam em
poltronas almofadadas quadradas, em torno de mesas baixas. Os garçons cantores
passavam rapidamente entre eles, fazendo o mínimo de barulho e sendo tão
modestos e invisíveis quanto possível. Eu verifiquei para ver se todos estavam fora
do alcance do ouvido.
— Há quanto tempo você é membro daqui? — eu perguntei.
— Meu pai se tornou membro do Gate Club quando eu fiz dezoito anos.
Eu me mudei para cá alguns anos mais tarde.
Iggy Winkin, o cara do som no estúdio, tinha uma namorada que trabalhava
no Clube KatManDo. Era, provavelmente, o mesmo tipo de coisa, e ele disse que
as associações giravam cerca de U$35 mil, por ano. Obsceno, com certeza, mas
quem era eu para dizer? Eu estava tentando ter tempo para um ponto,
completamente, diferente, e trazendo o dinheiro a tona, distrairia a conversa
indefinidamente.
— Eles devem saber que você está aqui. — eu disse.
— Muito bonito. Os caras mais velhos. Como Kenny lá. — Ele indicou o
barman. — Ele costumava trabalhar no Gate. Conheceu meu pai. Contou-me
histórias que eu não queria ouvir.
— Como o quê?
— Você está cheia de perguntas.
— Eu estou tentando manter minha mente fora do sentimento entre as
minhas pernas.
Ele se inclinou para perto. — Descreva-o.
Dei um gole em minha bebida. Eu não tenho uma única palavra ou até
mesmo uma frase para descrever a fome bruta de sensação física. Eu sussurrei —
Mais ou menos como se alguém tivesse me ligado a uma bomba de bicicleta e
colocado muito ar dentro. Eu me sinto em um redemoinho provocado por
choques. A culpa é sua. Agora, diga-me. Kenny e seu pai. Fale qualquer coisa, eu
não me importo.
— Meu pai era um bêbado. Um bêbado patético e passivo, e Kenny servira
alguns milhares de litros de vodka a ele, por mais de três décadas. Seu banco estava
no final do bar, ali mesmo. — Ele apontou para um espaço ocupado por um rapaz
de trinta e poucos anos de idade, em um terno creme e gravata azul. — Eu quero
ouvir mais sobre o que está acontecendo entre suas pernas.
— Está comendo meu cérebro. Seu corpo é somente, um monte de
superfícies, onde quero me esfregar. Eu não posso pensar neste estado. Os pontos
de QI estão adormecidos em mim. Eu só posso falar em frases curtas. De volta ao
Kenny. Quantas vezes ele te viu aqui com uma mulher que quer esfregar-se contra
você?
— Será que isso importa?
— Não, porque isso não acontece. E sim, porque eu quero saber se eu
roubo uma caixa de fósforos agora ou na próxima vez.
Ele riu suavemente, cobrindo a boca. — Eu quero te beijar, mas tem um cara
aqui de aquisições da Carnival Records e eu não quero envergonhá-la.
— Quem? — Eu arrastei meu cabelo atrás das orelhas e tentei, com
dificuldade, não olhar em volta, mas eu devo ter parecido olhar para todos os
lugares ao mesmo tempo.
— Eddie, hey! — Jonathan disse a um homem atrás de mim. Ele tinha a
idade de Jonathan, volumoso e bonito, com entradas no cabelo preto, escovado
para frente de uma forma que sugeria que ele fazia isso por estilo, não para cobrir a
cabeça careca.
— Jon, o que está acontecendo? Você assistiu ao jogo? Fomos mortos.
— Eu não posso assistir mais. — respondeu Jonathan.
— Caindo no trabalho, como de costume. — Eddie disse antes de olhar
para mim. — Eu sou Ed. Jogamos para Penn juntos.
— Jogou o quê? — Eu estava envergonhada, por não saber, mas não com
vergonha de perguntar.
Eddie olhou para Jonathan, depois de volta para mim. — Você não é uma
das irmãs?
Jonathan riu, então, eu soube que Eddie não estava insinuando alguma coisa
terrível. — Esta é Monica. Nenhuma relação. — disse Jonathan.
— Ah. — Eddie disse, estendendo a mão para apertar a minha. —
Desculpe, então. Prazer em conhecê-la. Jonathan armou. Eu joguei no banco.
— Prazer em conhecê-lo, Ed.
— Monica é uma cantora. — Jonathan disse — Mas ela encontra tempo
para acompanhar o Dodgers.
— Minhas condolências para ambos por você. — disse Eddie.
— Eu sou de Echo Park. — eu disse. — Eu não conheço as desculpas desse
cara.
Jonathan simulou estar ofendido, olhando para o relógio. — Você não tem
um show?
Bebi o final do meu scotch. Os cubos de gelo eram enormes, no entanto, eu
não podia segurar um, na minha boca, para o benefício de Jonathan do jeito que eu
queria. — Eu tenho. A multidão que vai jantar no Frontage, me espera. Ed foi um
prazer conhecê-lo.
— Oh, é você. — disse ele.
— Talvez. Eu acho que isso depende do que você ouviu.
— Ouvi dizer que alguém esta pondo a casa abaixo, por lá.
— Eu duvido que seja eu.
Jonathan largou a bebida. — É ela. Ela não é tão modesta com um
microfone na frente dela. — Ele se dirigiu a mim: — Venha, deixe-me levá-la até o
carro.
Nós nos despedimos e, quando Jonathan caminhou para mim, ele colocou a
mão nas minhas costas. Minha pele se arrepiou onde ele tocou.
— Obrigada por isso. — eu disse no corredor do lado de fora do elevador.
— Esse cara, ele é importante no meu mundo. Você pôs minha imagem em um
bom contexto.
— O prazer é meu, e só para que você saiba, eu não teria dito nada se você
não cantasse do jeito que você faz.
O elevador estava vazio. Beijei-o no meio do caminho, e não como uma
vantagem para o sexo, mas porque ele tinha falado de mim do jeito que ele fez.
Seus braços foram ao redor da minha cintura e segurou minhas costas, sua boca
retornando minhas afeições, combinando com o tom e a substância do que eu
estava tentando dizer. Ele queria que seu corpo fosse suficiente para mim, mas
apoiando meu trabalho, era uma coisa nova e diferente, e foi necessário um tipo
diferente de beijo. Eu queria que houvesse mais andares, porque as portas se
abriram antes que eu tivesse curtido o suficiente.
Lil saiu quando nos viu aproximarmos. Tive tempo suficiente para fazer o
retorno para o meu carro e chegar ao Frontage, cedo o suficiente para ficar
composta.
— Depois de seu show. — Jonathan disse — Mande uma mensagem pra
mim?
— Eu costumo sair depois com os meus amigos.
Ele me olhou de cima a baixo, como se estivesse me comendo viva, assim
como ele tinha feito e tentado esconder a primeira vez que nos encontramos. Só
que agora ele não tinha que esconder isso. — Se você não se lembra dos negócios
inacabados, está tudo bem comigo. — ele disse.
Entrei no Bentley, e ele voltou para o clube.
Capítulo Quatro

O camarim do Frontage, não tinha

melhorado um único bocado, desde a minha primeira noite lá, duas semanas antes,
mas a minha atitude em relação a isso, tinha. Nós tínhamos começado em uma
noite quinta-feira, e eles nos pediram para voltar aos domingos e terças-feiras, bem
como, até nós esgotarmos ou encontrarmos algo melhor para fazer. Eu não podia
falar mal e lamentar, eles pagavam em dinheiro e não nos sugavam com despesas
ocasionais. Após esse primeiro show, nós atraímos as pessoas, então eles
começaram a nos fornecer o jantar e escorregando algumas bebidas no nosso
caminho após o repertório. Eu gostava de ser tratada, como algo, além de um
pedaço de bebida-atirando-olhos-doce, ou uma prostituta desesperada cantando
por níqueis.
Gabby já estava lá, besuntada de manchas bege sob os olhos. Hoje seria a
nossa noite. A WDE tinha reservado uma mesa. Rhee, a dona de casa, confirmou
que era verdade e, a meu pedido, ela os colocou perto do alto-falante do lado
esquerdo, que tinha o som mais quente.
— Você checou seu assento se há goma? — perguntou Gabby.
— Sem goma. — eu respondi, clicando através das garrafas e tubos na
minha bolsa de maquiagem.
— Cordas vocais ligadas?
— Eu espero que você sinta o túnel do carpo.
— Cadela. — disse ela.
— Esnobe. — eu respondi. Sorrimos uma para a outra através do espelho.
Eu conheci Gabby durante meu primeiro dia na LA Performing. Eu era alta,
mas desengonçada e desajeitada. Óculos e suspensórios, a coisa toda. Todas as
outras crianças pareciam conhecer uns aos outros. Eles todos vinham de uma carta
de música no lado oeste, entrando no nono grau no exaltado chamariz como o
planejado. Eu tinha preenchido meu requerimento e beijado a mim mesma, depois,
pela audição, pelas costas dos meus pais. Informei-lhes para onde eu estava indo,
para a escola superior, quando a carta de aceitação chegou.
Assim, na primeira semana, enquanto eu me orientava, Gabby e o grupo dela
se mantinham completamente juntos. Totalmente despreparada para a competição,
eu fui submetida a risos que podiam ou não terem sido direcionados pelo fato de
que eu estava fora na metade do tom, vítima de cordas da guitarra cortadas e
quebradas, e encontrei um chumaço de goma azul no revestimento do meu banco.
Durante o último período na minha primeira quinta-feira, quando me sentei em
um banquinho e este quebrou debaixo de mim e todos riram, saí correndo
chorando.
A última pessoa que eu esperava sair correndo atrás de mim: Gabrielle. Ela
riu mais alto, olhou rígida, jogou o cabelo loiro com mais vigor. Antes dela se
desfazer aos vinte e dois anos, ela era a garota mais equilibrada que eu já conheci.
— O que você quer? — Eu gritei quando ela me seguiu até o banheiro. —
Por que vocês são tão maus comigo?
— O que você está falando?
— Você riu quando eu caí.
— Foi engraçado. Quero dizer, você já está aqui há uma semana, e se
houver uma cadeira quebrada ou uma guitarra com uma corda presa, você pega. Os
caras tem uma aposta, sobre quando você vai quebrar seus óculos.
Eu queria lutar mais duro com ela. Eu queria culpá-la pelos acontecimentos
da semana de miséria, mas o fato é que eu tinha escolhido essa guitarra porque era
azul, e eu não verifiquei as cordas. A goma parecia muito velha, mas eu a tinha
culpado de qualquer maneira, e eu tinha sentado nessa cadeira porque era longe de
todos.
— Todo mundo diz que você é uma esnobe. — disse Gabby.
— Eu não sou esnobe. Eu sou uma cadela.
Eu tinha mastigado minhas bochechas por dentro por um segundo, porque
as meninas desajeitadas não deveriam arriscar a dizer coisas como essas para
meninas frescas. Depois de um segundo, ela riu, e eu também.
— Vem sentar-se conosco na hora do almoço. — ela tinha dito. — Eu
acho que o meu irmão tem uma queda por você, então... tosco. Ok?
Ela tinha me integrado no grupo daquele almoço em diante, como uma voz
complementar em uma sinfonia, só me adicionando como se eu fosse,
naturalmente, no mesmo ritmo e tom e minha entrada, simplesmente, não tinha
sido organizada para os primeiros compassos.
— Você está calma? — Perguntei a Gabby no camarim enquanto ela
cutucava algo inexistente em seu rosto. Ela tinha que estar. Desde a minha noite
com Jonathan, quando ele prometeu ligar para Arnie Sanderson, ela estava em
êxtase. A chamada foi totalmente desnecessária, mas qualquer luz no fim do seu
túnel seria positiva.
— Não, eu não estou calma. — Ela riu. — Olha! — Ela estendeu as mãos.
Elas estavam trêmulas. Geralmente, a pessoa não iria querer isso de uma pianista,
mas no caso de Gabby, assim que ela se sentasse, seus dedos e corpo ficariam
tranquilos, e ela estaria completamente acima disso. — Eu tenho todos da escola
aqui. Chamei todos os favores. E toda a turma de Thelonius? Todos aqui. Darren
também.
— Ele trouxe sua nova garota?
— Eu não tenho ideia. Você se sente firme em Cheek to Cheek? —
Tínhamos trabalhado em uma interpretação que soasse como se Gershwin tivesse
falado mais do que um pouco de contato facial. Todas as músicas foram mexidas
daquele jeito, e trouxe incluindo-as.
— Nós somos boas em Cheek to Cheek.
— Está acontecendo, Mon. Realmente está acontecendo.
— Este é um longo processo. — Peguei minha bolsa de maquiagem e pintei
de novo onde Jonathan tinha beijado. — Nós não vamos assinar qualquer contrato
na parte da manhã. Nós nem sequer temos um disco ou qualquer coisa.
— Você disse para não me preocupar com isso.
— Eu não me preocupei com isso, até Jonathan me apresentar a Eddie
Walker, como se eu não soubesse quem ele era, e se ele tivesse pedido um disco, eu
não teria um.
Eu a olhava no espelho e vi seus olhos em branco. Ela estava fazendo um
cálculo em sua cabeça, e ela levou um segundo para chegar a uma resposta.
— Penn? — disse ela.
— Sim, eles foram para a Universidade da Pensilvânia juntos, mas você sabe
que esporte eles jogavam?
Quando Gabby não sabia nada, ela não fingia saber, então a resposta veio
rapidamente. — Não.
— Baseball.
Ela empurrou o pincel do rímel no tubo, lentamente, olhando para ele. Eu
quase podia ver o seu arquivamento das informações e o cruzamento de referências
com qualquer outra peça de inteligência de Hollywood, em sua cabeça.
— Obrigado por fazer isso. — ela disse. — Eu sei que você não quer fazer
show em restaurantes, mas eu me sinto muito bem com isso, e eu não poderia fazer
isso sem você.
— Bem, eu estava errada. Eu deveria ter dito sim direto até o fim. Quer
dizer, a coisa sobre a apresentação é você que tem para realizar, ou melhor, você é
toda lábia, certo? — Disse.
— Isso é exatamente o que estou dizendo. Se conseguirmos WDE atrás de
nós, talvez nós possamos começar a fazer suas músicas.
Eu dei de ombros. Minhas músicas eram um punk cheio-de-raiva, atacando a
linguagem, e não se transformaria na coisa leve que eu estava fazendo com Gabby.
Se nós conseguíssemos um agente com um pianista profissional para atuar, eu não
teria ideia do que eu faria com ela. Eu não podia ir de Exene a Sade por um
centavo. Como tecladista, Gabby poderia tocar qualquer coisa, a qualquer
momento, mas eu gostaria de estar em um mundo de merda no primeiro sinal de
sucesso trabalhando no Frontage. Eu tinha zero músicas prontas.
— Eu não queria dizer-lhe sobre o encontro de Eddie hoje. — eu disse,
tentando soar leve.
— Ele é bonito?
— Sim. E ele já tinha ouvido falar de nós.
— Ele estava tentando entrar em suas calças.
— Não, ele não sabia que era eu, quem estava cantando aqui, quando ele
mencionou. Quero dizer, ele fez, mas ele poderia ter dito algo educado como, oh,
que bom. Mas ele não fez. Ele foi todo, Oh, é você?
— O que ele quis dizer, exatamente?
— Ele ouviu que alguém estava derrubando a casa Frontage.
— Alguém?
Eu fiquei na defensiva. Ela tinha me acompanhado durante o ensino médio.
Eu nunca iria abandoná-la. — Ele não fez a frase como se fosse apenas uma
pessoa. Poderia ter sido um conjunto pequeno, do jeito que ele disse isso.
Gabby jogou suas varas e tubos de volta em seu pequeno saco. — É melhor
irmos para lá. — disse ela. — Eu tenho que aquecer.
Nós nos abraçamos como irmãs e, eu voltei para deixar minha cara
apresentável.
Quando eu disse a Jonathan que era sortudo de ter irmãs, eu quis dizer isso.
Eu odiava ser filha única. Eu odiava quando minha mãe olhava para mim como se
eu a tivesse, de alguma forma, decepcionado por ser sua primeira e última, como se
fosse culpa minha que eles encontraram um câncer durante uma consulta. Eu
odiava ser a única criança na casa. Eu odiava ser responsável por todo o sucesso e
fracasso dos filhos dos meus pais. A atenção foi ótima, exceto quando eu quis
morrer por isso.
Se acontecer alguma coisa com o filho único, não há substituto. Se ela é uma
viciada em drogas, todos os filhos são viciados em drogas. Se ela morre em um
acidente de carro, de repente, a família se dissolve.
De um lado, eu nunca me senti bem em torno das pessoas e, de outro, eu
ansiava por sua presença. Eu precisava muito deles. Então, eu tinha toneladas de
conhecidos, talvez quatro centenas de pessoas em uma cena sem regras de uma
música em torno de Echo Park e Silver Lake. Eu poderia encher um clube, quando
eu precisava, mas fora os caras que queriam me ferrar, eu não inspirava
proximidade em ninguém além de Darren e Gabby, que eram órfãos e precisavam
de mim tanto quanto eu precisava deles.
Capítulo Cinco

E u coloquei minha cabeça fora para o

interior do restaurante. Darren estava no bar com um grupo reunido. Eu os


reconheci: Theo, Mark, Ursula, Mollie, e Raven. Darren era senhor da
popularidade. Ele poderia rebentar uma piada interna com alguém que conheceu
no lado leste. Ele tinha um ouvido para línguas e um modo de escuta, que lhe dava
um vocal “in”, com quem quer que fosse ao alcance da voz.
Eu não vi uma garota que eu não conhecesse, então ou ele veio sem ela ou eu
a conhecia. Eu, deliberadamente, não olhei para a mesa do alto-falante bom. Eu
não queria ver se eles tinham aparecido ou se estavam em uma mesa cheia de
assistentes se embebedando por conta da empresa. Eu não quero ver uma mesa
vazia, com um grande cartão de “reservado” sobre ela. Eu não queria ver nada, eu
só precisava sentir.
Eu estava gastando a energia da minha noite com Jonathan, durante duas
semanas, e depois daquela tarde no Loft Club, me senti renovada e apreensiva. Eu
não podia me deixar depender dele, me mantendo toda quente e incomodada, para
que eu conseguisse cantar com a vibração entre as pernas. Eu não tinha ideia de
quanto tempo ele tinha me arrastado pelas calcinhas, mas certamente não foi
tempo suficiente para me tornar profissional.
Rhee estava perto da porta, no lado oposto da sala, cabelo para cima, um
grande sorriso que era sua configuração padrão. Uma mulher negra em seus
quarenta anos, ela não parecia ter mais de trinta anos. Ela piscou quando me viu e
inclinou a cabeça para a mesa próxima do autofalante quente, que eu não conseguia
ver de onde eu estava.
Era hora de ir, como meu pai dizia.
A gerência sempre coloca 15 minutos para o início da programação para o
talento andar pelos arredores, fazendo apresentações e saudações. Meu desdém por
esse tipo de show tinha evaporado quando eu percebi, que os astutos empresários
haviam agilizado o trabalho. Meu trabalho não estava reduzido ao segundo plano,
como eu tinha pensado originalmente, mas para fazer os clientes se sentirem como
se tivessem entrado em um lugar onde eles eram conhecidos, especiais, e bem
vindos. O objetivo era o negócio da repetição e, apesar de novos clientes terem
sido incentivados, a administração constatou que as pessoas que voltavam,
regularmente, eram melhores com as gorjetas e gratificações, melhores clientes e
melhores amigos do que o fluxo permanente de tendentes frequentadores.
Gabby já estava improvisando algo no piano, no centro da sala de jantar.
Seus olhos estavam fechados. Ela nem sequer sabia que era hora de começar, até
que eu colocasse minha mão em seu ombro, em 12 minutos. Darren estava no
meio de uma discussão séria com Theo e Marcos, e eu interrompi para
cumprimentá-los.
— Vocês, caras. — eu disse para Darren, Theo, e Mark como um grupo,
— Por favor, aparentem que eu estou animando vocês, quando eu cantar, ok?
Vocês estão falando como se estivessem em um funeral.
Theo, que tem tatuagens Maori subindo pelo pescoço, apesar de ser um
homem escocês magro, apontou um cigarro apagado pra mim. — Diga a ele para
levar a sua triste bunda até Boing Boing Studios. Ele é um homem sem uma banda.
Isso é um crime.
Darren revirou os olhos, e eu coloquei minha mão em seu braço, falando
para ele. — Ele disse que ele quer amadurecer como um artista, antes de vender a
bunda dele para o homem, certo? Ele disse a você, que ele quer desenvolver o seu
processo antes que ele comece a tocar para a glória de outras pessoas?
— Oy — disse Theo. — Meus ouvidos doem com isso.
Mark interrompeu. Com sua jaqueta, de lapela estreita, e óculos escuros com
aros de tartaruga, ele não poderia ser mais antagônico a Theo. — Você precisa
conseguir suas 10 mil horas, amigo. Essa é a regra. Você não pode dominar uma
arte com menos de 10 mil horas. Documentadas. Você não pode desenvolver um
processo no vácuo. Acumule isso.
Darren me olhou com seus grandes olhos azuis. Pobre homem. Ele e Gabby
tinham o suficiente para viver de sua herança, mas eles não podiam fazer muito
mais do que viver. O fluxo de caixa que eles tinham parecia mantê-los fazendo as
coisas que precisavam fazer a fim de crescer.
— Darren tente. — eu disse. — Ser um músico de estúdio por quinze
minutos. Você está fazendo um grande negócio por nada.
Sobre o ombro de Darren, eu vi um rosto que eu reconheci, e embora eu
tenha levado um segundo para ligar o nome à pessoa, ela me reconheceu
imediatamente e acenou, sorrindo.
— Obrigado. — disse Theo. — Bem feito, mocinha.
Mas minha mente estava na mulher de vestido verde. — Eu tenho que ir. —
eu disse, fazendo meu caminho para ela.
Antes que eu tenho dado meio passo, Darren agarrou meu braço e sussurrou
em meu ouvido: — Atrás de você, o diabo à frente. Kevin.
— Foda-se.
— Má ideia. — disse ele.
— Você pode se livrar dele?
— Não. — Ele sorriu para mim, nossos rostos perto o suficiente para
beijar. Eu tinha deixado Darren por causa de Kevin quase dois anos atrás, e embora
tenha me perdoado, nunca tinha esquecido.
— Foda-se. O que eu faço?
— Você vai e age como se esta fosse sua casa.
Certo. Esta era minha casa. Kevin era o intruso. Levantei-me ereta e
continuei em direção à mulher de vestido verde: a irmã de Jonathan.
— Theresa — eu disse — Oi. Estou tão feliz que você veio.
Ela beijou cada uma das minhas bochechas. — Eu tive que vir, é claro, desde
que eu fui a pessoa que falou de você para Gene.
— Ah, foi você. — eu disse. — Obrigada mais uma vez, então. Eu não
tinha ideia de que você trabalhava na WDE.
— Eu trabalho no departamento de contabilidade. Nada glamouroso, mas
me mantém ocupada. Esta é minha irmã, Deirdre.
Deirdre estava próxima de 1,80 metros, e usava calça jeans e uma excessiva
jaqueta do exército. Seus cachos ruivos presos em todos os lugares, e seus olhos
eram tão grandes e verdes como sua própria ilha de esmeralda. Eles também
estavam vidrados, com pálpebras suspensas a meio mastro. Ela estava bêbada, e o
jantar ainda não tinha nem sido servido, ainda.
— Oi. — eu disse. — Prazer em conhecê-la.
Ela olhou para mim, então fez questão de desviar o olhar. Eu estava sendo
ignorada, e de alguma forma isso foi profundamente pessoal. Voltei-me para
Theresa com um grande e gordo sorriso. — Espero que você goste do show, hoje à
noite.
Deirdre fez um barulho bufando e, Theresa e eu olhamos uma para a outra
por um segundo. Ela parecia tão envergonhada quanto eu estava, quando ela disse,
— Eu tenho certeza que vou. Venha à mesa depois.
Eu agradeci e fui embora. Olhei para Rhee. Ela falou com um cliente,
acenando e séria, sua pele negra como um veludo impecável, apesar de suas
sobrancelhas unidas. Se ela não estava em mim, eu tinha um minuto. Passando os
olhos pelo salão, vi Kevin sentado com seu amigo Jack. Kevin me acenou com uma
mão e empurrou o ombro de Jack com a outra.
Jack me deu um aceno rápido e desocupou o assento. Aparentemente, eu
supus que era para eu sentar lá. Olhei para Rhee novamente. Ela levantou cinco
dedos. Cinco minutos faltando. Perfeito. Eu deslizei na cadeira vazia de Jack.
Kevin não se levantou ou puxou a cadeira para mim. Ele nunca fez isso.
— É bom ver você. — eu disse.
— Você mudou seu número. — Ele me deu um olhar triste. Ele costumava
me colocar em estado de pânico como se eu tivesse feito algo para machucá-lo.
Seus grandes olhos castanhos, grandes como pires, suspensos sob as sobrancelhas
arqueadas para baixo até as extremidades. Ele tinha a típica caricatura do rosto
triste. Seu cabelo tinha aquela aparência moderna e gordurosa, um complemento
perfeito para a sempre curta barba, que transmitia que ele estava acima de tais
preocupações triviais, como parecer agradável na companhia. Eu costumava pensar
que isso o tornava mais inteligente, mais intelectual, mais espiritual, mas na
verdade, ele tinha dado sorte tripla no departamento de aparência e fez disso
armadura pessoal em um jogo de força.
— Sinto muito. — eu disse. — Você sabe onde eu moro. — Eu sorri,
porque eu queria que Rhee me visse atraindo uma nova pessoa, não parecendo um
gato de rua a ponto de defender uma espinha de peixe.
— Isso é perseguição. — ele explicou. — O fato de que você não querer
falar comigo foi o suficiente de uma mensagem.
— Sim, bem. Nós somos adultos, e isso foi há um ano e meio atrás. Então,
eu tenho quatro minutos e meio. É bom ver você. — Eu engessei um sorriso
amistoso em meu rosto enquanto entreguei a última linha, e ele aceitou. Ele tomou
um gole de cerveja e relaxou.
— Eu ouvi que você estava cantando aqui. Todo mundo está falando sobre
isso. “Esta menina do Frontage vai fazer você chorar”. Assim que ouvi isso, pensei
que fosse você. Meu canário. — Eu acho que corei um pouco. Não. Eu sei que
corei um pouco. Com toda a sua degradação da minha música próxima ao fim, eu
havia esquecido o nome do animal de estimação que deu para mim. A lembrança
da época em que ele venerava meus talentos, veio direto ao meu coração.
— E uma vez, eu pensei sobre você... — Ele parou e enfiou a mão no bolso.
— Eu pensei, cara, como eu gostaria que ela visse o que estou fazendo também.
Pensei que poderíamos nos juntar novamente. Artisticamente. Você sabe? Como
criadores nesta cidade louca.
Ele me entregou um folheto. O Museu de Arte Moderna de Los Angeles
tinha um Eclipse Solar, exposição feita cada vez que havia um eclipse completo em
algum lugar do mundo. Era um show do grupo de melhores artistas visuais e
conceituais do momento, e um convite para exposição poderia abrir as portas para
novos artistas, revigorar as carreiras de artistas consagrados, e solidificar estrelas no
léxico histórico.
O nome de Kevin constava no meio da lista.
— Parabéns. — eu disse. — Amanhã à noite, hein? Você já se colocou?
— Fiz isso hoje. Parece incrível. Este é o meu melhor trabalho ainda. Eu
tenho um último convite, e bem... — Ele fez sua profunda cara de artista, onde ele
desviou o olhar e fez uma expressão de dor antes que ele apagasse o rosto. — Você
contribuiu para o meu trabalho. Você era minha musa. Eu quero que você esteja lá.
Ou ele tinha uma expressão nova, ou ele realmente quis dizer isso, porque
seu rosto não era nada, senão, completamente sincero.
— Vou tentar ir. Estou feliz por você.
Ele sorriu, e eu lembrei o porquê eu o tinha amado. Não pela autêntica
merda, mas os sorrisos que iluminavam seu rosto e meu coração ao mesmo tempo.
Avistei Rhee com o canto do meu olho e me levantei.
— Eu vou colocá-la na lista. — ele disse, enquanto me afastava.
Fui até o piano e toquei o ombro de Gabby. Ela abriu os olhos.
Eu dei uma última olhada no folheto, antes de deslizá-lo em minha estante
de música. A ex-mulher de Jonathan, Jessica Carnes, estava no topo da lista.
Dobrei-o.
Gabby começou Stormy Weather. O salão silenciou, embora eu ainda
pudesse ouvir os ocasionais garfos ou vidro tinindo. Eu tive que fechar meus olhos
de encontro aos holofotes. Cantei da maneira que tínhamos ensaiado, é claro, com
o desejo sexual intacto, mas alguma coisa estava faltando.
Os cuidados de Jonathan, naquela tarde, tinham feito seu trabalho no meu
corpo, mas minha mente estava em Kevin e tudo o que ele me disse e não fez para
mim, toda a expectativa que eu poderia não atender, cada vez que eu falhei com ele
com minhas próprias ambições. Minha decepção com a inadequação do seu amor,
veio em uma inundação.
Eu não tinha nada para fazer, além de aproveitar, por isso comecei
“Someone to Watch Over Me”. Rosnei-a do meu diafragma. Eu usei a separação
que eu tinha causado, me isolando dos amigos que eu dependia, porque eu era a
agressora. Eu não tinha permissão em ferir. Eu não tinha permissão para me
lamentar. Tirando Gabby e Darren, eu não tinha tido ninguém para me amar
durante aquele tempo. Sem garantias. Sem irmãs, para me proteger de más decisões
ou ir atrás de qualquer amante predatório. Sem Deirdre para me defender.
Ninguém iria me abrigar ou se preocupar comigo. Quando eu descobri aquele
ponto emocional, rugiu as últimas notas da canção, libertei-me de todo lixo
acumulado, que estava alimentando a garota chateada em meu coração.
Então, me senti limpa. Eu, desde o início, passei as músicas do jeito que
tínhamos planejado, com a dinâmica e as inflexões, que vêm do lugar certo. Nós
atingimos o ponto mais alto com Moon River, nossa gentil despedida da
montanha-russa emocional do conjunto.
Eu aspirei. E eles aplaudiram. Eu estava conseguindo me acostumar com isso.
Eu não me senti toda cheia como balão e algo mais, provavelmente porque elas não
eram minhas músicas. O que eles aplaudiram sobre seus jantares foi minha
profissão, não minha composição, e a distância artística fez toda a diferença.
Eu balancei a cabeça, olhando atrás de mim. A mesa de Kevin estava vazia.
Típico. Agradeci a todos, e assim como nas vezes anteriores, eu entrei no camarim.
Gabby entrou logo atrás de mim.
— O que aconteceu com você? — Ela exigiu.
— O quê?
— Eu pensei que você estava se desfazendo, em Stormy Weather.
Ah. Lembrei. Gabby, a perfeccionista. — Pus pra fora, eu acho.
— Cada. Canção. Conta.
— Obrigada. Sem pressão, certo?
— Esta não era uma noite para encontrar seu equilíbrio, Mon. — Ela
apontou para mim, acusando-me de arruinar a apresentação.
— Ei, quer saber? Demita-me. E você pode considerar mover seu peso para
as conversas e saudações. A Gabby, que eu conheci no ensino médio, não se
escondia atrás de um piano.
Eu não esperei por uma reação. Eu apenas saí. Eu tinha sido dissimulada e
cruel. A Gabby, que eu conheci no ensino médio, não estava voltando, não depois
da depressão e da tentativa de suicídio. Gabby não tinha aparecido durante anos, e
trazê-la ao ponto inicial, foi injusto. Eu estava lutando com algum núcleo, auto-
realizável de solidão, que me fazia rechaçar as pessoas.
O salão estava lotado, com a área dos clientes do bar esvaindo-se na área de
jantar. Os garçons tiveram problemas para percorrer entre as pessoas e as mesas e
cadeiras esquecidas onde estavam. Eu fiz isso para a mesa dos autofalantes quentes
e encontrei-a cheia de homens em ternos perfeitos, com gravatas coloridas e
mulheres com camisas de botão e saltos altíssimos. Roupa-de-agente.
Theresa estava de costas para mim, e Deirdre, com seu olhar desdenhoso,
estava em lugar nenhum, para ser encontrada. Os onze deles estavam tendo tantas
conversas acaloradas em grupos de dois e três, que eu ia passar pela mesa e fingi
que não estava em meu caminho.
— Monica Faulkner! — Eu ouvi o meu nome e quase tive um ataque do
coração. Eugene Testarossa, com quem eu tinha sido uma canalha, há um par de
semanas, no bar do terraço do Banco, chamou-me.
— Olá. — eu disse, esperando que ele me reconhecesse. Pela sua expressão,
ele ou não se lembrou de mim ou não se importou.
— Belo repertório.
— Obrigada.
— Sou Eugene. Eu sou um agente de registro de talentos da WDE. Você já
ouviu falar de nós?
— Sim, claro. — Eu estava girando com sorrisos dourados por dentro,
tentando me conter de abraçar um cara que, sem o seu trabalho e conexões, não
teria conseguido mais do que uma rejeição cortês.
— Eu gostaria de sentar e conversar com você sobre algo. Não é um grande
negócio. Nós estamos indo para o Snag. Você pode vir?
Um convite dos sonhos. Mas não. Eu não estava falando de negócios com
bebidas. E se não fosse negócios, eu não queria ficar encurralada em um bar
babaca, no lado oeste.
— Eu tenho planos, eu sinto muito.
Ele me entregou um cartão vermelho brilhante, eu sabia que tinha o logotipo
WDE nele. — Ligue-me então, e vamos marcar alguma coisa.
— Obrigado. Esperávamos que viesse esta noite.
— Nós? Você já tem representação?
— Não, eu e a Gabby. — Mostrei-a no bar, ao lado de Darren.
— Oh, a pianista? Eu pensei que ela veio com o clube. Huh. Bem. Você não
tem que trazê-la, se você não quiser. — Meu rosto deve ter se arrastado no chão,
porque ele se levantou reto e estendeu as mãos. — Mas não há problema. Sim,
com certeza. As duas. Um grupo. Nós podemos conversar.
— Ótimo.
— Ok, vocês me ligam amanhã. — ele apontou para mim, em seguida,
colocou um telefone no ouvido. Eu sorri, mas eu sabia que mais um representante
babaca estava no meu futuro.
Eu comecei a caminhar para trás, para fora no corredor. — Vai fazer... — eu
disse, quase colidindo com Iris, a garçonete que estava lá tempo suficiente para ser
considerada mobiliário. Com uma última onda, eu fui para o bar tão rápido quanto
podia, após as amáveis palavras e apertos de mão com todos entre Eugene
Testarossa e Gabby, levou cerca de sete minutos.
— O que aconteceu? — Gabby estava em cima de mim. — O que ele disse?
Mostrei-lhe o cartão. Ela me abraçou, como se eu tivesse acabado de dizer a
ela que era um bebê saudável.
— Bom trabalho. — Darren ergueu a cerveja.
— Sem essa confusão toda em torno do cartão, pessoal. Agir serenamente,
ok? Não é um grande negócio — eu disse.
— Ah, moça. — Theo disse: — não há nada mais espetacular que você. —
Ele pegou meu queixo, com o polegar e o indicador e apertou meu rosto. Com
jeito de brincadeira, dei um tapa na mão dele.
— Vamos sair. — disse Darren. — Nós podemos tomar cada palavra que
vocês dois disseram e dar a isso uma grande operação.
Oh, não. Isso não seria nada bom. Eu teria que dizer a Gabby que ela era
uma parte opcional do jogo ou inventar alguma coisa, na qual eu ficaria presa mais
tarde. Se ela descobrisse que eu tinha tido que salvá-la, antes sequer que ela
conhecesse Testarossa, ela faria um espiral em Shitsville7, e eu não queria que
Darren e eu a seguíssemos novamente. Nossa recente liberdade tem sido deliciosa.
— Eu fiz outros planos. — eu disse, olhando cara a cara, censurando o
passado de Gabby.
— Uh oh — disse Darren. — A volta de Kevin.
— Não é Kevin. — eu disse.
Os olhos de Gabby se estreitaram. — Cancele-os.
— Eu não quero. Amanhã, você e eu podemos ligar para a WDE. O
assistente de Testarossa vai nos pegar. Nós iremos fazer a entrevista durante o
almoço, que ele vai nos levar. Até então, vocês saiam e tenham um bom momento.
Vamos. Dê um abraço.
Ela fez. Graças a Deus, porque eu não sabia o quanto mais de linguagem
convincente eu teria.

7
Cidade de merda
Capítulo Seis

E u mandei uma mensagem para Jonathan,

tão logo cheguei lá fora.

Você está acordado?

Eu estou no horário da Ásia. Completamente acordado.

Eu também

Então, por que você não está aqui?

Estou indo.

Eu estava me debatendo em ver Jonathan quando, no fim da noite com


procedimento padrão pela equipe, Testarossa me entregou o incentivo perfeito,
mas eu quase desejei que ele não tivesse feito. Eu preferiria dizer-lhes que eu estava
abandonando-os para transar, do que o agente do sonho de Gabby queria
representa-la como um acessório opcional, ou não como um todo.
Eu não iria abandoná-la.
Eu não podia. Eu não sabia como.
Ela não era apenas a irmã do meu primeiro amante. Ambos, tinham se
tornado a minha família. Nós tínhamos passado por coisas juntos.
Capítulo Sete

L embrei-me de onde Jonathan vivia, até

pelas árvores históricas de figueira. Eu não tinha ideia de quantos carros ele
possuía, mas o pequeno Fiat no estacionamento, não se parecia com o seu estilo,
no entanto. Às dez horas da noite, ele não deveria ter alguns convidados, mas ele
estava na varanda com os braços cruzados, conversando com uma loira, alguns anos
mais velha do que eu. Ela usava um vestido estampado, até os tornozelos e uma
jaqueta solta. Ele me viu estacionar e acenou. A loira continuou falando. Eu não
sabia se eu devia sair, ou me esconder até que ela fosse embora.
Isso foi ridículo. Eu tinha o direito de estar lá. Juntei minhas coisas e saí do
carro. Como se em sugestão, a mulher virou-se e saiu da varanda, batendo algo em
seu telefone. Quando passamos uma pela outra, ela olhou para mim, mas ela
manteve o telefone no ouvido, a tempo de evitar me cumprimentar.
— Isso foi estranho. — eu disse quando pisei na varanda.
— Não realmente. — respondeu Jonathan. — Ou, eu quero dizer, ainda
não. — Ele usava uma camiseta e jeans, mas não velhas, e cinzentas. Ele usava
roupas de grife que eram novas nas bordas e se encaixavam como deveriam,
trazendo a tona, a beleza de seu corpo, sem mostrar um centímetro de pele.
Ele olhou atrás de mim, no Fiat, enquanto se movia saindo.
— Sua assistente? — perguntei.
— Uma delas. — Quando o Fiat entrou na rua, ele clicou no botão do
controle remoto, e o portão deslizou fechado. Ele se inclinou sobre o batente da
porta. — Como foi o seu show?
— Fantástico. Estamos prestes a conseguir um bom agente. — De repente,
me senti exposta, de pé na varanda, novamente, sem mangas, vestido de botão e
salto alto.
— Oh, realmente? — Ele colocou o controle remoto em uma mesa perto da
porta.
— Realmente.
Meu vestido tinha um cinto de tecido em laços laterais. Ele puxou o arco
solto e puxou o cinto largo. — Você pode desabotoar essa coisa e me contar o
resto?
— Existe alguma superstição sobre eu entrar em sua casa vestida com as
minhas roupas?
— Eu prefiro você sem elas. E eu gosto de ar fresco. Venha, eu quero ouvir
sobre a sua carreira. — Ele embrulhou o cinto em torno de sua mão, que era
musculosa e quadrada com um pouco de cabelo no início.
Escorreguei o botão de cima através do buraco. — Você quer que eu me
dispa ou que eu fale sobre o agente?
— Sim para ambos. Diga-me como foi.
Eu escorreguei o próximo botão, completamente, expondo o espaço entre os
meus seios. — Eu quase estraguei a coisa toda. Eu não estava no estado de espírito
certo para a primeira canção.
— A culpa é minha?
— Não. Na verdade... — Eu não queria trazer a tona suas irmãs ou meu ex-
namorado. Não comigo abrindo a roupa, e ele assistindo o progresso dos botões.
— O agente queria sair hoje à noite e conversar sobre as coisas. — Eu terminei o
último botão e parei na frente dele.
— Você poderia ter ido. — Ele deu um passo para fora da porta,
estendendo a mão para a divisão no vestido. Quando ele tocou minha garganta, eu
levantei meu queixo. — Nós não tínhamos planos definidos.
— Ele quer se livrar de Gabby. Eu posso ver isso. Eu não estou pronta para
dizer a ela, e se eu saísse com ele, ela saberia.
Ele passou a mão pelo meu corpo, só tocando o que o vestido aberto havia
revelado. — Você acha que pode protegê-la de ser deixada de lado? — Ele
colocou a mão na frente da minha calcinha. Ele parou antes de bater em minha
umidade crescente, mas a eletricidade de seu toque em minhas roupas me fez arfar.
— Provavelmente não por muito tempo. — Eu andei na direção dele. Ele
puxou o vestido de mim. Eu desprendi meu sutiã e o deixei cair no chão.
Mais uma vez, eu estava quase nua diante dele. Ele desembrulhou o meu
cinto de sua mão, colocou-o em volta do meu pescoço, e com isso, me puxou para
ele. Nossas línguas e lábios se encontraram. Ele soltou o cinto, deixando-o caído
sobre os meus ombros, e moveu as mãos em minha calcinha, na minha bunda. Ele
agarrou-a, puxando-me para ele, me apertando contra sua ereção. Eu deslizei
minhas mãos abaixo em sua camisa, e ele as prendeu nas minhas costas.
— Eu tenho uma ligação com Seul em sete minutos. — ele sussurrou em
meu ouvido.
— Você não poderia gozar em sete minutos.
— É um desafio?
— Você me diz.
Nós nos beijamos novamente, e ele deixou meus pulsos para atrelar minhas
pernas em volta de sua cintura. Ele me empurrou contra a ombreira da porta,
movendo nossos quadris juntos no mesmo ritmo.
— Na verdade. — ele disse — Eu não acho que você possa chegar às
alturas, em sete minutos.
— Não se venda tão barato.
Ele sorriu com seu rosto próximo ao meu, onde eu podia ver cada vinco em
sua pele, cada sarda, cada inquietação de sua barba por fazer. Seu cheiro estava por
toda parte em volta de mim. Eu queria sucumbir a ele. Como se ouvindo meus
pensamentos, ele se afastou da porta, me carregando com minhas pernas ainda, em
torno de sua cintura. Ele fechou a porta atrás de nós enquanto me levava para as
escadas, me beijando. Golpeei meus dedos em seu cabelo. Ele esbarrou em uma
cadeira, em seguida, com o corrimão. Nós caímos sobre o tapete de lã macia das
escadas, ele em cima do meu corpo quase nu, nossas mãos por toda parte, nossos
quadris juntos em uma provocação revestida pelo tecido.
Seu telefone tocou.
— Oh, não. — eu disse.
— Não seria um bom tempo.
— Não responda a isso.
Ele olhou para mim enquanto desligava o telefone do bolso, sorrindo como
se soubesse que ele estava me atormentando e não sentisse nada, além de um doce
deleite. Ele respondeu a coisa, ali na escada, a seguir, levando o dedo aos lábios.
Ele disse algo que eu nunca seria capaz de repetir, seu coreano era muito
rápido. Seu rosto pairou tão perto do meu, que eu provei sua respiração enquanto
ele teve uma conversa a qual, não consegui entender. Os cantos da escada picaram
minhas costas, e a pressão de seus quadris sobre os meus em sofrimento, enviando
choques de prazer pela minha espinha.
Ele colocou o telefone no seu peito e levantou-se de mim. — Estou em
espera. Suba as escadas.
Corremos degraus acima e adentramos o quarto, onde estivemos duas
semanas atrás, rindo como adolescentes. Ele caiu em cima de mim na cama, ainda
completamente vestido contra a minha pele nua. Ele me beijou com o telefone em
sua orelha, colocando a mão livre no meu peito, gemendo na minha boca quando
eu passei minhas mãos sob a camisa.
— Hey, Tom. — ele disse ao telefone. Ele colocou o dedo nos meus lábios
e afastou-se, deixando-me esparramada como um tapete de pele de urso. Sentei-me.
— Sim. — ele disse com seus olhos em mim. — Eu ouvi. Janice disse-me
há meia hora. — Eu considerei me levantar e fazer um sanduíche ou algo assim pra
mim. Fechei minhas pernas. Quem sabia quanto tempo ele ficaria? De seu tom,
parecia urgente, mas isso poderia significar uma hora ou cinco minutos. Se eu
saísse, eu ainda podia pegar os caras para uma bebida, e eu poderia clarear as coisas
com Testarossa, se Gabby estiver embriagada o suficiente.
Jonathan colocou a mão no meu ombro e me empurrou de volta para baixo.
Ele sorriu e falou ao telefone. — Eles são loucos. O Seul Hilton tem dois
quilômetros de distância. Se os norte-coreanos querem um alvo, eles já têm um. —
Ele colocou seu joelho entre minhas pernas e, as separou. Arfei, e ele colocou o
dedo nos lábios. Parte de mim achou que ele estava sendo rude, desrespeitoso, e
merecedor de um abandono, mas parte de mim achou a terceira pessoa no quarto
excitante, mas segura.
Estendi a mão para seu cinto, e ele me deixou sentir sua ereção através de
suas roupas, mas nada mais. — Eu não estou tomando cinco histórias fora dela. —
disse ele. — Eu estou tomando exatamente zero história fora dela. Este alarme
todo de Pyongyang é uma farsa. Tandy Burton do Hilton paga-os para dificultar
pra mim. — Ele colocou o telefone entre o ombro e a orelha e usou ambas as
mãos para espalhar minhas pernas mais abertas, dobrando-as na altura dos joelhos.
Ele acenou com a cabeça para algo que Tom disse. Tom não podia nos ver, mas ele
estava lá. Jonathan abaixou ao meu lado e deslizou seus dedos entre minhas pernas
por baixo de minha calcinha, deslizando o dedo ao longo da minha umidade.
Mordi os lábios, para que o homem na Coréia não me ouvisse.
— Não, não faça isso. — Percorreu o polegar ao longo do meu clitóris. —
Você vai ter que sustentar isso, e eu não posso. — Eu arfei. Entrei no quarto em
chamas, seu toque foi carregado com eletricidade, apenas o bastante no meu
inchaço, antes dele colocar dois dedos dentro de mim. Eu estava molhada e pronta,
e depois das últimas semanas de desejo, e uma tarde com minhas pernas abertas
nos braços de uma cadeira, eu já estava perto de vir. Ele iria me dar um orgasmo.
Ele tinha que fazer. Tivemos toda noite. Exceto por Tom, que poderia ser um
verdadeiro sofrimento nas minhas atividades.
— O que você precisa fazer. — ele disse com os olhos em mim, os dedos
dentro de mim, polegar esfregando meu clitóris sob o tecido, pele a pele molhada,
— É arrumar um conselho de coreanos. Nativos. Tenha-os trabalhando os
números, probabilidades, e projeções. Veja como eles ficam em atividade com uma
crise norte-coreana.
Seu polegar me circulava. Eu queria gemer, mas não podia, ou eu seria
ouvida. Eu somente abriu mais minhas pernas, coxeando meus quadris para frente e
em direção aos seus dedos. Tom balbuciou. Soou como jargão. Jonathan dizia: —
sim, sim. — periodicamente, enquanto falava com Tom, mas ele olhava para a
minha cara, enquanto ele me tocava. Com o celular preso no seu ombro, ele
agarrou meu mamilo com a outra mão e rodeava distraidamente, como se estivesse
brincando com uma caneta sobre a mesa, exceto que a “caneta” estava conectada ao
meu centro sexual.
Minhas costas arquearam. Minha respiração ficou curta. Eu murmurei-lhe:
Deixa-me gozar.
Ele inclinou a cabeça, como se ele não me entendesse.
Eu murmurei novamente, Por favor, deixe-me gozar.
Ele retirou sua mão do meu mamilo e a colocou atrás da orelha,
balbuciando, Eu não posso ouvi-la.
— Não. — ele disse ao telefone — Estamos pagando eles. Ouça Tom. O
hotel não é um alvo, ok? Seul é uma cidade importante. Tudo é uma meta. — Ele
revirou os olhos, como se Tom fosse apenas um empregado chato, e ele e eu
estivéssemos assistindo TV no sofá. Oh, cara engraçado.
Seus dedos deixaram minha abertura e correram até meu clitóris e meu
traseiro. Uma vez, em seguida, duas vezes. Eu murmurei, Por favor, me deixe
gozar; por favor, me deixe gozar...
Ele fez o Eu não posso ouvir seus sinais, e eu aprendi o jogo, mas eu estava
prestes a explodir em suas mãos horas depois que eu tinha dado a ele o controle
dos meus orgasmos. Eu não podia mostrar tanta fraqueza tão cedo.
Eu rolei para fora da cama, deixando sua mão escorregar para fora de mim, e
sai do quarto.
Eu estava no hall, costas contra a parede, e tentando não fazer barulho, mas
eu comecei a rir. Eu não poderia segurar. Agachei-me, fechei os punhos na frente
da minha boca, e apenas ri.
Vi Jonathan na porta, telefone no ouvido, punho na mesma posição, na
frente de sua boca, enquanto ele tentava não ter um colapso no meio de uma
chamada de negócios.
— Tudo bem. — Ele limpou a garganta. — Tom, eu tenho que ir. — A
última palavra saiu em um chiado. Tom, no entanto, não se calava. — Eu entendo.
— disse Jonathan.
Eu consegui me recompor, mas eu sabia que poderia cair na gargalhada,
audível, a qualquer momento. Voltei para o quarto e enganchei a minha mão na
sua cintura antes de me ajoelhar diante dele.
— Tudo bem, tudo bem. — ele disse. — Apenas deixe-me saber se você
ouviu qualquer outra coisa. — Desatei seu cinto e tirei seu pau fora da calça. Ele
encostou à parede. — Sim, e mantenha o seu ouvido fixo sobre a outra coisa.
Eu dei a ele o gosto de seu próprio remédio, lambendo a parte inferior do
seu pau, com a palma da minha língua da base à ponta, então o levei ao fundo da
minha garganta.
— É uma expressão, Tom. Isso significa ouvir com atenção. — Ele colocou
os dedos em meus cabelos e puxou minha cabeça para ele. — Sim, tudo bem.
Realmente, é tarde aqui. Deixe-me saber amanhã. — Ele desligou e jogou o
telefone na cadeira. — Você — ele disse, olhando para mim — É muito mal
comportada.
Eu não podia responder. Eu tinha um pau na minha boca. Quando eu puxei
de volta, deixando-o liso com minha saliva, ele abaixou-se e apanhou-me sob os
braços. Eu ri quando ele me jogou na cama, eu tentei fugir, até que ele se arrastou
em cima de mim.
— Não, você não vai. — Ele agarrou meus braços. Nós rimos juntos,
enquanto eu tentava me mover para longe, mas ele virou-me para cima do meu
estômago e prendeu meus pulsos atrás das costas.
— Você deveria ter me deixado gozar enquanto estava bom. — eu disse.
— Oh, você vai. — Ele bateu na minha bunda, e a picada me fez recuperar
o fôlego.
— Você não fez exatamente... — Eu disse, sabendo que ele fez e desejando
que faça novamente.
Ele fez. Uma mão segurou meus pulsos atrás das costas e a outra espancou
minha bunda como se eu fosse uma criança desobediente e perversa. Eu fiz um
pouco de barulho, como um grito ofegante, isso pode ter soado algo como — Sim.
Eu o senti abaixar e sussurrar: — Você já foi amarrada, Monica?
— Não.
— Por que não?
— Nunca veio à tona.
Esperei ele perguntar, talvez um pedido formal de autorização, mas ele
simplesmente se inclinou para trás, segurando meus pulsos. Senti a pressão sobre a
cama mudar, e eu sabia que ele não estava pedindo permissão ou qualquer outra
coisa.
Ele soltou meus pulsos e colocou seu corpo sobre o meu, escorregando seus
braços em meu rosto. Eu o vi segurando o cinto do meu vestido. Ele havia caído
no chão, em algum momento, e ele foi ter certeza que eu vi isso.
Ele beijou a parte de trás do meu pescoço enquanto disse — Eu entendo as
palavras como não e pare. Fora estas, o seu corpo é meu playground.
— Sim, senhor.
— Você é como um prodígio para isso.
Antes que eu pudesse responder, ele me puxou sobre meus joelhos. Eu o
senti atrás de mim, ainda vestido, enquanto me acariciava do pescoço até minha
virilha e voltava novamente. Ele percorreu as mãos dos meus ombros descendo
para os braços e coloquei minhas mãos na cabeceira da cama de madeira. Os trilhos
e corredores na parte superior foram desbastados. Ele enrolou o cinto em torno de
meus pulsos, unindo-os, em seguida, em torno da grade. Foi um bom nó, firme e
apertado.
Eu não estava com medo. Nervosa. Eu estava nervosa da melhor maneira
possível, quando ele saiu da cama e ficou ali em seus jeans e moletom, me
encarando. Eu, de joelhos, com os pulsos amarrados à sua cabeceira, de cabelo no
meu rosto, bunda pra cima, ele com os braços cruzados, verificando o seu trabalho.
— Bem? — eu disse.
Ele sorriu de forma pretensiosa, um sorriso perigoso. Senti o formigamento
do líquido escorrendo pela minha perna.
Ele tirou a camisa, e quando seu rosto estava coberto e eu só vi o corpo dele,
outro calafrio passou por mim. Seu torso firme, com suas manchas de cabelos
claros, era uma festa para os olhos, e quando sua camisa chegou sobre sua cabeça,
bagunçando seu cabelo, ele sorriu como se soubesse que eu o estava admirando.
Ele tomou seu tempo retirando o resto de suas roupas. O preservativo foi
alcançado, e ele pôs o joelho na cama, inclinando o colchão e colocou os braços em
volta da minha cintura. Uma mão pousou sobre meu peito e a outra entre minhas
pernas. Ele encontrou onde eu estava mais molhada e esfregou suavemente, depois
com mais força. Girei meus quadris, minhas mãos amarradas, um ponto de apoio
onde me agitava contra, seu pau esperando contra a minha bunda.
— Jonathan. — Minha voz estava rouca. Um sopro sem voz. Eu não sabia
o que eu estava tentando dizer. Apenas o nome dele, como se isso dissesse o que eu
queria. Como se isso nos conectasse para o meu prazer. Como se ele, unindo as
minhas mãos, não fosse o suficiente para me sentir possuída, sua propriedade e
protegida.
Ele parou de esfregar meu clitóris, puxou minha bunda para cima, e colocou
a cabeça de seu pênis na minha buceta. Eu me senti como se fosse ser sugada, pra
dentro de mim, pela força do meu desejo. Mas não, ele deixou isso passar lá,
apenas tocando a pele. Eu empurrei para trás, mas as minhas mãos amarradas me
restringiram. Ele continuou fora do alcance do meu corpo.
— Vem. — eu disse com um grito de desespero.
Eu pensei que eu teria que implorar para ele me foder, mas eu não fiz. Ele
deslizou fácil e doce, puxando a minha bunda para cima. O deslizar lento era bom,
os centímetros encharcados, esfregando dentro de mim e empurrando contra
minha abertura. Ele moveu-se, então o feltro dos meus pulsos me reteve, queimou e
o sentimento de ser contida, era quase mais forte do que a sensação do estômago
golpeando em minha bunda. Ele estava fazendo tudo certo. Ele estava transando
como o inferno fora de mim. Mas algo estava faltando. Ele estava se controlando.
— Jonathan. — eu disse.
— Monica.
— Machuque-me.
— O quê?
— Faça isso, então isso dói. Quebre-me em pedaços. Faça isso machucar,
então eu grito. Eu quero tudo. Tudo isso.
Ele parou e deslizou as mãos pelas minhas costas. — Diga isso de novo.
— Machuque-me, Jonathan. Machuque-me. Por favor.
Depois de um longo suspiro, que soou como uma decisão tomada, ele
começou a se mover mais rápido, mas não era a metade disso. Ele agarrou minha
bunda, uma mão em cada lado do rosto, e me espalhou tão afastada, que até pensei
que ele iria me rasgar. Quando ele me atacou em seguida, ele foi tão profundo na
minha buceta, que eu senti a cabeça de seu pênis bater no meu útero. Mas ele não
abrandou o ritmo. Seus dedos cravados na minha pele. Minha bunda ficou
amassada em suas mãos. Meus pulsos me mantiveram segura contra ele. Eu queria
gritar, mas eu não podia, ou ele pararia. Eu não queria que ele parasse, porque a
dor era atraente, me focando em seu prazer, enquanto atingi o meu próprio prazer.
Ele tirou uma das mãos da minha bochecha e agarrou meu cabelo. Eu gemi
tão alto que pareceu como um latido. Ele puxou minha bunda pra cima,
novamente, seus dedos cravando minha pele, enquanto ele fodeu a merda pra fora
de mim. Eu estava úmida, por todo suor e minha essência.
— Diga meu nome. — ele suspirou.
— Jonathan.
— Mais uma vez.
— Jonathan. Jonathan. Oh Deus, Jonathan.
Ele gozou, como se estivesse se lançado, violentamente, de um penhasco,
com um longo grunhido e um longo gemido. Ele pulsou em mim, por trás, ainda
gemendo, sempre entrando. Nada, jamais, havia me dado mais satisfação, do que
ouvi-lo gozar tão vigorosamente.
Ele parou e caiu em cima de mim, seu peito nas minhas costas, seu pau saiu
de mim. Tomamos fôlego juntos por um minuto, nossos corpos ainda em sintonia.
— Você está bem? — ele perguntou, retirando o cabelo do meu rosto.
— Nunca estive melhor.
— Dê-me um minuto. Você ficará ainda melhor.
Ele beijou meu pescoço, em seguida, entre meus ombros, abaixo nas minhas
costas, depois para minha bunda, que sofrimento. Eu gemi e arqueei minhas costas.
— Fique quieta. — ele disse. Eu desabei. — Muito quieta.
— Ok.
A pele da minha fenda estava dolorida e machucada de seus dedos. A
sensação de energia foi maravilhosa quando ele lambeu o interior das minhas coxas,
em seguida, minha buceta encharcada, que pulsava com a dor e o prazer, por ele.
Sua língua subia e descia minha buceta, pousando no meu clitóris, provocando a
ponta, com minúsculos movimentos imperceptíveis. Então, ele traçou seus lábios
em torno dele e beijou, terminando em uma sucção leve.
— Oh, Jonathan...
— Não se mexa.
— Por favor, deixe-me gozar quando eu estiver pronta. Por favor, não me
faça esperar mais.
— Só se você permanecer parada. Mexa-se, e eu a levo para tomar um café.
— Sim.
Ele me espalhou mais afastada, que machucou até que ele enfiou a língua
dentro de mim, em seguida, arrastou-se para fora, ao longo da fenda, que estava
muito dolorida, e sobre meu clitóris, lentamente. Em seguida, retornou na minha
abertura e foi para baixo, até que ele chupou meu clitóris uma última vez. Eu
enrijeci, gritando com tudo que eu tinha. Minhas costas quiseram arquear, mas eu
não podia deixar. Meus quadris queriam empurrar com força, mas minha mente
passou por cima do impulso. Tornei-me uma artéria para minha buceta e minha
bunda apertando e a pressão sobre os pulsos. O sossego do meu corpo desenhou
meu orgasmo, porque eu não poderia me render a ele até o momento final, quando
eu perdi todo o sentido por seu toque e língua, gritando seu nome no máximo dos
meus pulmões.
Ele chupou suavemente meu clitóris até que eu estava uma bagunça trêmula,
muito além do limite da agonia.
Capítulo Oito

K evin tinha sido a foda da minha vida.

Isso não significava muito, eis que ele tinha sido um de dois. Darren tinha sido
útil, mas nós éramos jovens e inexperientes e estávamos in love8, portanto, não
tínhamos ideia, do quão chato era isso.
Kevin parecia uma quente bola branca de fogo. Ele era todo mãos e lábios.
Ele se masturbava na minha frente, e eu tentava não rir, porque eu pensava que as
pessoas quentes eram muito sérias. Ele me disse que eu era reprimida e subjugada,
mas de uma forma que eu queria me tornar irreprimida, mas eu não sabia como
fazê-lo. Tentei ser mais selvagem, vestindo lingerie e gemendo alto. Eu chupei mais
o pau dele. Eu dancei para ele. Tudo parecia maravilhoso na época, como se eu
realmente fosse crescida e sexual. Mas ele não soube como lidar com a minha
repressão, extraí-la, e atirá-la pela janela. Ele não sabia como foder isso fora de
mim ou me dizer, calmamente, ficar despida no ar da noite, enquanto ele me
olhava de uma maneira que não me fizesse rir. Eu não poderia ter dado a Kevin os
meus orgasmos, porque ele não os queria. Eu nunca poderia ter lhe pedido para me
machucar, porque ele teria feito.
Eu assisti o nascer do sol através da janela de Jonathan, senti sua respiração
no meu pescoço, e pensei não se apaixone, não se apaixone, não se apaixone. Eu
não olhei para ele enquanto ele dormia. Eu não fiz carícias por cima de sua mão,
que descansava em minha barriga. Eu não pensei sobre ele. Nada. Nada do cheiro

8
Expressão usada que quer dizer, apaixonados, enamorados
ou do som de sua voz. Nada do seu humor afiado ou seu sorriso fácil. Minha
função ali era desfrutar dele, e sentir mais cedo, em vez de mais tarde, quando for
hora de seguir em frente. Essa seria a única forma de sair disso intacta.
Ouvi passos no corredor, e alguns resmungos soltos e não-ingleses, entre um
homem e uma mulher, que me assustou. Mas então, eu ouvi uma vassoura na
madeira. O pessoal. Eles, provavelmente, moravam na casa dos fundos e foi
mobiliada por ele.
Minha bolsa estava no chão. A segunda e última vez que nós tínhamos
transado, eu desci as escadas por isso, porque acabaram os preservativos dele. Eu
tinha remexido nos bolsos e encontrei um pequeno saco de látex, faltando um mês
para expirar a data.
Eu tive que pegar isso, e minhas roupas, que estavam, provavelmente, ainda
na varanda. Isso seria complicado. Em plena luz do dia, e eu não poderia sair do
quarto nua, com o pessoal da limpeza nos arredores. Ou talvez eu pudesse. Quem
saberia como as pessoas com dinheiro viviam?
Fechei os olhos e tentei dormir novamente, mas o telefone de Jonathan
tocou. Quando eu olhei para ele, seus olhos estavam abertos.
— Você vai atender? — Perguntei.
— Não.
— Sua equipe de limpeza estava fazendo barulho pelos arredores.
O telefone parou o zumbido. Jonathan alongou-se, como se duas horas de
sono o tivessem deixado revigorado. — Eu tenho que ir buscar suas roupas. Você
não quer passar como um raio diante da Maria, ou ela vai começar a salpicar água
benta por todo o lugar. Fazer uma desordem.
Ele me beijou e jogou as pernas para o lado da cama. Sentei-me, doendo em
todos os lugares. Eu estava tão dolorida, que mal conseguia me sentar reta.
Jonathan olhou para algo e não se mexeu.
— O quê? — eu disse.
— Eu não quero que você pense que eu sou curioso ou, que eu estava de
olho em suas coisas.
— Ok, não vou pensar isso.
Ele pegou minha bolsa do chão. Estava aberta e o prospecto de Kevin, para o
Eclipse Solar, estava à mostra do lado de fora. Mostrei-lhe a lista de nomes. Eu
sabia que o único nome que ele iria ver era o de Jessica, então eu apontei o de
Kevin.
— Kevin Wainwright. — disse ele. — O cara com o pau.
— Ele veio ao Frontage na noite passada.
— E a convidou para a exposição de hoje à noite? Aviso tardio, você não
acha?
Eu dei de ombros. — É Kevin. Ele acha que a cortesia é para os não-
criativos.
— Como eu.
— Você é muito criativo. — Eu bati em seu braço com o folheto. — Com
o seu corpo.
— Você vai? — Ele perguntou.
— Eu não sei. Você?
Ele suspirou e correu os dedos pelos cabelos. — Eu tenho que ir. É
inconveniente, se eu não for. O divórcio parece nada, mas amigável, e as pessoas
estão observando.
— Que tipo de pessoas?
— Ela tem a proteção da maioria dos nossos amigos. Eu faço negócios com
alguns deles. Outros têm estado, apenas, nos mesmos círculos há muito tempo.
— Com qual irmã você vai?
— Deirdre, eu acho. Você vai fingir que você não me conhece? — O
telefone dele tocou novamente.
Eu deslizei para fora da cama. — Vamos ver se eu ainda vou.
Eu fui para o banheiro, um enorme espaço branco com um chuveiro e
banheira, separados. Cada canto estava limpo, como se pequenos gremlins9
vivessem sob a pia e esfregassem o local, enquanto ele abatia mulheres na cama.
Eu não tinha ideia se eu estava indo para a L.A. Mod. Seria um
acontecimento black tie10, e eu não tinha nada para vestir. E havia a questão de
Kevin. Jonathan estaria lá com Deirdre, que tinha me dado olhares como punhais
na noite anterior. Se eu estivesse sendo honesta comigo mesma, eu admitiria que eu
estava, apenas, inventando desculpas. Eu não queria estar na linha de visão de
Jonathan e Kevin, ao mesmo tempo. Eu não podia suportar qualquer drama
incontrolável, enquanto minha carreira estava despertando por si mesma.
Ouvi Jonathan pela porta, resmungando. Não era uma chamada de negócios.
Em seguida, ele ficou em silêncio. Espiei dentro do quarto. Ele tinha ido, mas meu
vestido foi colocado sobre a cadeira. Eu o vesti e pesquei minha calcinha e sapatos
debaixo da cama.
Desci as escadas. Apesar do que eu tinha feito com Jonathan, antes, eu não
havia prestado atenção para o que ele tinha nas paredes.
Uma pessoa não pode passar por escola de música, sem uma imersão em
todas as artes, e Kevin deu continuação à minha educação por causa de sua paixão
por todas as coisas visuais. Então, quando eu estava completamente vestida e
prestando atenção, eu reconheci a Kandinsky na sala de Jonathan. Eu vi o Holbein
sobre o manto e os estudos em geometria de Mondrian, no canto. Porém, não me
demorei, porque eu o ouvi na cozinha. Eu não queria que ele pensasse que eu era
intrometida.

9
Um gremlin é uma criatura mitológica de natureza malévola popular na tradição saxã.Os gremlins são populares como criaturas
capazes de sabotar qualquer tipo de equipamento. A popularidade dos gremlins veio de uma história contada entre os pilotos da RAF
(Força Aérea Real Britânica) a serviço no Oriente Médio durante a Segunda Guerra Mundial. Esses seres seriam uma forma de
explicar os frequentes acidentes que aconteciam durante os vôos, as estranhas quedas que ocorriam na ausência de ataques inimigos.
Essa popularidade foi reforçada com o filme de mesmo nome.

10
Black tie é um código de vestimenta para eventos noturnos e funções sociais decorrentes de convenções traje
britânicos e americanos do século 19.
Eu segui sua voz para a cozinha, percebendo que ele não estava falando
inglês, espanhol ou coreano. Uma mulher de meia-idade, de pele escura, com
feições asiáticas e que vestia uma blusa de limpeza, sorriu para mim.
— Você bebe café? — Jonathan perguntou quando caminhei para dentro
da cozinha.
— Na verdade, não. — Eu me inclinei no balcão. — Eu gosto disso com
leite e produtos lácteos não são bons para minha voz. Então, deixe-me adivinhar. A
senhora com quem você está falando é filipina?
— Boa chamada.
— Eu vivo em Los Angeles. — Eu sorri. — Você fala, como é que chama?
— É chamado Tagalog, e sim...
— Você vive em Los Angeles.
Ele sorriu. — Ally Mira lavou seu vestido.
— Isso foi muito gentil.
— Ela é. Então, sério, você está indo para o evento de hoje à noite?
— Kevin me arrastou para umas mil amostras de arte, quando estávamos
juntos, e eu não estou com outra pessoa.
— Era Teresa ao telefone. — disse ele. — Ela disse que você conheceu
Deirdre na noite passada?
— Rapidamente. Muito alta. Grandes cabelos vermelhos e encaracolados.
— Ela estava intoxicada por álcool.
— Isso é terrível.
— Essa é Deirdre. Theresa estava de olho nela, e ela não sabia que Deirdre
tinha um frasco. Então, Theresa estava contando as bebidas e Deirdre saiu para o
banheiro umas doze vezes. Faça as contas disso. — Ele veio em minha direção. —
Eles a tem sobre uma vitamina B e com soro na veia, e ela já está amaldiçoando as
enfermeiras. — Ele colocou o dedo na minha bochecha, e eu levantei meu rosto
para beijá-lo. — Tem certeza que você não vai? — ele disse. — Eu posso lhe dar
uma carona.
— Isso iria parecer que se nós estivéssemos indo juntos.
— Isso faria você se sentir desconfortável?
— Não. — Eu coloquei minhas mãos em seu peito para acariciá-lo, através
de sua camiseta. — Eu acho que isso pode fazer você, se sentir desconfortável.
Ele passou os braços em volta da minha cintura. — Conte-me mais sobre
mim.
— Você leva suas irmãs para sair, e você recebe as suas mulheres em
particular. Você me disse que você e sua esposa, desculpe, ex-esposa, ainda
frequentam os mesmos círculos. Você não iria querer que ela te visse com uma
mulher efetivamente. E não faça uma piada sobre o fato de que suas irmãs são
mulheres.
Ele levantou os olhos por um segundo, e eu tive uma visão completa dos
músculos e veias de seu pescoço. Eu estava certa, ou pelo menos próxima de estar.
— Eu posso ir sozinho. — ele disse, olhando pra mim. — Eu sou um
garoto grande. Mas eu não quero. Então, se você vai, este não-criativo quer ir com
você, maldita seja a cortesia.
A oferta era atraente. Eu não tinha planejado ir, porque eu não queria ficar
em um canto e assistir Kevin trabalhar no lugar. Eu não queria ter pequenas
conversas com seus amigos, e eu não queria levar um olhar-mortal de toda a
pequena groupie moderna que estava perseguindo ele. Jonathan seria um bom
amortecedor para isso.
— Tudo bem. — eu disse. — Eu vou deixar o seu belo rabo me arrastar
para um evento black-tie em LA Mod. Mas você ficará me devendo.
— O que exatamente eu vou dever?
— Você escolhe. — Eu me afastei. A ligação de Gabby e, comecei a ter
preocupações por trás da minha mente. — Qualquer coisa que valha a pena para
você. Se isso me fizer gritar e gritar o seu nome, melhor ainda. — Beijei-o
rapidamente. — Eu tenho que ir.
Eu andei em direção à porta, mas eu ainda não tinha alcançado esta, antes de
ouvi-lo dizer: — O que você vai vestir?
Parei e me virei. — Por quê?
— Porque você é uma mulher bonita, e que você veste é importante.
— Se eu vou envergonhá-lo, eu posso ficar em casa.
Ele deu um passo para frente e me agarrou pela cintura. — Jessica faz arte,
porque ela tem tanto dinheiro, que ela está entediada e porque ela tem o olho mais
afiado que eu já conheci. Se ela vai me ver com você, ela não vai vê-la vestindo
Target.
Olhei-o nos olhos. — Realmente, Jonathan? Você nunca pareceu ser um
tipo malicioso.
— Eu também quero vê-la em algo melhor. Sinto muito. Vamos. Vá até
Barney e fale com Lorena. Ela irá arrumar você e me cobrar.
— Agora eu sou a única que está, realmente, desconfortável.
— Por favor? Basta ir. E se você gastar menos do que três mil dólares, eu
vou lhe dar uma surra e te enviar de volta ao Wilshire Boulevard.
— Eu ficarei apenas menos de três no máximo, então. E não é porque eu
tenho alguma intenção de voltar para esse lado da Wilshire.
Capítulo Nove

E u estava sob o chuveiro com as mãos na

parede, deixando a água escaldar minhas costas. Minha cabeça pendendo, e meu
cabelo caído para frente. Eu não podia me mexer sem sentir dor e, quando abri os
olhos, vi o interior das minhas coxas através do vapor.
No começo eu pensei que estavam sujas. Quando as toquei, sentiu uma dor
aguda, e soube que não estavam sujas. Elas estavam machucadas.
Saí do chuveiro e me olhei no espelho. Minha bunda, a área logo abaixo, e
entre as minhas pernas estavam preta e azul. Doía para me mover. Minha buceta
estava tão dolorida, ele tinha ferido ao me limpar. Eu ouvi uma batida suave na
porta, e perguntou Gabby, — Mon? É você?
— Yeah. Você precisa fazer xixi?
— Yeah. — Ela começou a abrir a porta. Gabby e eu nos víamos nuas e
ficávamos no mesmo banheiro para fazer xixi o tempo todo, mas eu não podia
deixar que ela me visse assim. Eu parecia como se um tubarão tivesse tentado me
morder no meio. Eu agarrei a maçaneta da porta e puxei-a fechada. — Você está
bem? — ela perguntou.
— Eu estou bem, eu só.... — eu não tinha desculpa. — Dê-me um minuto.
Eu me contorci dentro de uma camiseta e uma calça jeans que eu puxei do
cesto, encolhendo-me por causa da lesão muscular e dos vasos sanguíneos
danificados. Eu movi, rapidamente, a porta aberta. A julgar pelas suas roupas
limpas e de cabelo escovado, ela tem estado pra cima, por enquanto.
— Onde você foi ontem à noite? — ela perguntou.
— Eu fui ver Jonathan. — Eu escovei meu cabelo molhado enquanto ela
fez xixi.
— Oh, realmente. Bem? Como foi isso?
— Ele sabe como foder, isso é certo.
— Melhor do que Kevin?
— É a diferença entre um homem e um menino. — Deslizei minha escova
de dente fora do copo e fui ao ponto. — Eu imagino que nós deveríamos ligar
para WDE por volta das 10h30min. Os caras não chegam antes de dez, e eu quero
lhes dar uma chance de tirar o paletó e encontrar com a secretária, mas eu quero
pegá-lo antes que ele entre para uma reunião.
— Estou nervosa. Você está nervosa?
— Yeah. Na verdade, eu estou. — Eu ensaboei minha escova de dente, e
Gabby inclinou-se para o espelho, pegando alguns resíduos inexistentes a partir do
canto do olho. — Mas você sabe como é. — eu continuei. — Você fica toda
nervosa para uma ligação, e você faz e eles não estão disponíveis. Então, eles te
ligam de volta quando você está indo a oitenta por hora, na 101.
— Desde quando você pode ir a oitenta por hora, na 101? Dá um tempo.
— Ela levantou um tubo de hidratante aloe, que eu adquiri no mercado do
fazendeiro. — Posso usar isso?
— Vá em frente. — eu disse, escovando os dentes. Depois que cuspi, eu
disse — Eu quero ser clara de que nós iremos como um conjunto. Você e eu. Ok?
— Por quê? — Ela parecia não se incomodar com a minha sugestão.
— Suponha que ele não tenha um tecladista para alguma banda, e então
você está fora de uma turnê, e o que é que eu vou fazer? — Eu puxei meu cabelo
em mechas para que eu pudesse trançá-lo.
— Devemos nos dar um nome. — Gabby me empurrou para o banheiro.
Eu estremeci, mas ela não estava olhando. Deus, a sessão iria ser de tortura hoje, e
talvez amanhã.
Gabby fez uma trança mágica. Nosso primeiro ano de Colburn, fizemos
noventa por cento dos nossos amigos, porque ela poderia trançar estilo uma
mágica. Ela pegou os fios que eu tinha começado. Virei minha cabeça, assim ela
não veria minha careta de dor no meu traseiro.
— Eu realmente gostei de Spoken Not Stirred — eu disse. — Mas Vinny
representa esse.
— Esse não é o último nome legal que temos pra nós. — disse Gabby.
— Eu acho que isso depende do que ele pretende de nós. Estou gravando
meu próprio material? Mas como ele poderia querer isso? Ele ainda não sabe se eu
posso escrever uma maldita canção. — Fiz um gesto com as mãos e vi os
hematomas ao redor dos meus pulsos. Foda-se. Deslizei-os entre as minhas pernas,
desejando que eu estivesse usando mangas compridas.
— Você pode Mon. Suas músicas são incríveis.
Deixei seus cuidados fazer cócegas no meu couro cabeludo. — O que eu
estou dizendo é que, se é meu material, então será um nome, mas nós teríamos
necessidade de uma banda inteira. Se é só você e eu, o som é totalmente diferente.
Que é bom, mas mesmo assim, estamos escrevendo novo material? Ou será que
estamos fazendo Irving Berlin?
— Ele pode até não saber o que ele quer. — Ela concentrou-se nos fios,
enrolando um em torno do outro, arrastando e puxando, ajeitando e separando os
comprimentos com um pente preto.
— Ele sabe. — eu disse. — Os tubarões não começam nadando, a menos
que tenha sentido cheiro de sangue. Alguma companhia discográfica está à procura
de algo específico, que ele acha que nós podemos fazer. Caso contrário, ele não
teria aparecido. Confie em mim.
Ela puxou o cabelo do meu pescoço. — Whoa, Monica.
— O quê?
— Marca de mordida aqui atrás.
Levantei-me e olhei no espelho. Gabby levantou um espelho de mão, para
que eu pudesse ver o rastro de hematomas na parte de trás do meu pescoço.
— Foda-se. — eu disse. — Você pode trançar para cobri-lo? — Sentei-me
no banheiro de novo e Gabby desfez seu trabalho. Minha bunda, meus pulsos, e
agora minhas costas. Se não fosse tão bom, teria sido assalto.
— Claro, mas qual é a diferença? — Perguntou Gabby. — É um
telefonema.
— Eu vou a abertura do Eclipse em LA Mod, esta noite.
— É imaginação. Será que Jonathan te convidou? — Gabby mudou o meu
cabelo ao redor, de uma forma que me relaxou, e eu queria ronronar como um
gatinho.
— Não, Kevin fez. Mas Jonathan está me levando.
— Kevin?
— Esta é uma história tão longa.
— Você vestirá seu pequeno mini-vestido negro com o arco no ombro?
Deus, não. Mesmo em minha mente, aquela coisa parecia barata e gasta.
Jonathan estava certo, apesar dos meus sentimentos feridos. Eu tinha um armário
cheio de preto e nada agradável para vestir em uma festa black tie.
— Que tal iss? Tem quase nove anos. Vai tomar seus remédios. Volte pra
cá e trance, enquanto eu lhe conto tudo sobre a noite passada, sem as partes sujas.
Então, às 10h30min, faremos uma chamada no viva-voz, na cozinha.
— Fechado.
Capítulo 10

B arney de New York era a melhor parte

de Wilshire, perto da Rodeo Drive e perto de todas as grandes agências. WDE era
a meio quarteirão de distância, em sua própria representação de masculinidade em
um edifício liso e negro.
Jonathan tinha dado meu nome a uma, aparentemente, difícil-de-conseguir
compradora pessoal. Ela me ligou, e nós marcamos um encontro.
Um manobrista conduziu meu Honda de merda até atrás de um Bugatti e
um Jaguar e me tratou como uma princesa, como Lorraine instruiu, eu perguntei
sobre o elevador que iria para o quinto andar. Eu fui auxiliada por um cara, com
uma jaqueta cor de vinho, que me levou ao fundo do corredor, depois à direita de
novo, e apertou o botão para mim, como se eu fosse tão boa para levantar o meu
braço.
As portas do elevador abriram em uma sala, rica em flores silvestres e
tapeçarias. Os sofás de couro branco estavam vazios, mas a mesa antiga estava
ocupada por uma mulher da minha idade, com a pele lisa e um sorriso fácil.
— Boa tarde, Srta. Faulkner. — ela disse.
— Monica, tudo bem.
— Meu nome é Shonda. Lorraine estará, em breve, com você. Gostaria de
um café? Ou chá de ervas?
— Se você tiver chá verde ou chá branco, quente e claro? Eu adoraria.
— Ótimo. — Shonda parecia realmente satisfeita por ir buscar chá para
mim. Ela não tinha a mesma cara, que eu usava quando queria parecer, realmente,
satisfeita por levar a alguém as suas bebidas, mas eu realmente não estava. Ou
talvez assim fosse, exatamente, como eu aparentava.
Eu não sentei, mas estava na janela, olhando para o prédio WDE. Nossa
ligação com Eugene Testarossa tinha sido tão rápida, quanto uma foda quente.
Nosso encontro seria em quatro dias às 12h30min. Grande almoço. Localização
TBA. Isso significava que éramos importantes para ele. Ele queria ser visto com a
gente. Um dia, eu entraria naquele prédio preto grande do estacionamento e subiria
o elevador, como se eu pertencesse ali. Eu seria uma mina de ouro, um bilhete
dourado, o canário deles.
— Srta. Faulkner?
Virei-me para ver Lorraine, uma mulher em torno de sessenta anos e alguns
centímetros mais baixa do que eu, com o cabelo branco e um corte de fada e, nem
um ponto a mais de maquiagem do que seria apropriado.
— Oi. — eu disse.
— Então, prazer em conhecê-la. — Ela estendeu a mão, e eu apertei.
— Sinto muito. — eu disse. — Eu quero ser honesta. Eu não sei
exatamente como fazer isso. Quero dizer, normalmente, eu teria, apenas, ido às
compras, por isso, se você puder, meio que me guiar?
— É claro. — disse ela, cruzando as mãos em sua frente. — Você está
procurando algo para a mostra Eclipse?
— Sim.
— Siga-me. — Ela sorriu maliciosamente e piscou para mim. — Isso vai
ser divertido. Eu prometo.
Caminhamos para uma sala com espelhos e um tapete branco. Meu chá
esperava por mim em uma pequena mesa de mármore. Lorraine fechou a porta
atrás de nós.
— Criei algumas possibilidades para você. — disse Lorraine, apontando
para um rack de roupas em cabides. Quatro manequins usavam outros vestidos.
Todas as roupas eram trajes de gala preto. — Você, provavelmente, não vai
precisar de ajustes. Eu as peguei a partir do tamanho seis, por recomendação do
Sr.Drazen.
— Ele sabia que o meu tamanho?
— Ele disse que você era perfeita. Eu tive que tirar conclusões a partir daí.
Eu não queria saber quantas mulheres ele tinha enviado até Lorraine. Não
era um caminho produtivo para levar o pensamento, e eu tinha um monte de
roupas para olhar. Eu normalmente amo fazer compras, mas isso foi estressante. Eu
me senti como uma fã do Dodger no Wrigley Field.
— Se você se sentar. — disse Lorraine, indicando uma cadeira — Eu vou te
mostrar o que eu tenho.
Sentei-me lentamente, quando ela virou de costas. Eu não queria que ela
visse a dor no meu rosto. Ela tirou as coisas do rack, um de cada vez, e pondo-as
para fora. Eu rejeitei a maioria, como muito deselegante ou piranha, o que a fez rir.
Eu não sabia exatamente o que eu queria, o que não ajudou. Quando ela chegou ao
último vestido no cabide, e eu sabia que a partir do comprimento que não iria
funcionar, eu me imaginei entrando na Mod LA. Quem eu veria? Como eu quero
me apresentar? Eu estarei com Jonathan, mas quem iria me ver, além dele?
Ela não parecia impaciente ou se expôs abertamente sobre tudo, quando eu
rejeitei a última coisa e disse: — Eu acho que eu decidi algo.
— Ah, bom.
— Eu quero parecer como uma artista.
Ela olhou para mim por um segundo, as mãos cruzadas em sua frente
novamente, e piscou quando ela disse: — Eu sei o que vai te agradar.
Ela saiu e voltou em exatamente um segundo. O vestido era preto, natural e
suave ao toque, mas firme o suficiente para manter a forma. A saia batia no joelho,
com uma borda crua e tiras de tecido caindo abaixo da bainha, como uma franja
desconstruída. O corpete era sem enfeites, mas as tiras de couro do ombro
entrelaçavam umas nas outras ao longo das costas e na frente, fazendo uma trama
assimétrica de linhas cruzando nos ombros.
— É lindo.
— Experimente.
Eu fui para o provador. O vestido parecia mágico na minha pele. A diferença
entre um vestido da Target e o vestido de grife trazido para mim, por uma
personal shopper, não era a maneira que me fez parecer, apesar de que eu parecia a
melhor versão de mim mesma. Foi a maneira que eu me senti dentro dele. Senti
como se eu fosse uma rainha.
Até que eu saí do provador, virei-me e vi os hematomas na parte de trás do
meu pescoço.
— Merda — Meu rosto ficou vermelho.
Lorraine acenou com a preocupação de longe. — Temos algo para isso no
balcão de maquiagem. Eu vou buscá-lo para você. Não se preocupe. Já vi muito
pior. E eu tenho visto fedelhos ricos, que queriam algo que exibisse as marcas. —
Ela balançou a cabeça. Eu sorri para ela. Ela me fez sentir confortável, o que eu
imaginei ser seu trabalho, mas foi um presente. Se ela não estivesse lá, eu ficaria
muito, muito envergonhada.
— Eu amo esse vestido. — eu disse.
— Você está linda. — disse ela. — Você tem sapatos?
Eu ainda não tinha pensado nisso. — Eu acho que não.
— E algo legal para vestir por baixo?
— Oh, eu não preciso de nada disso.
Lorraine me olhava no espelho. — Não é sobre o que você precisa, querida.
E não é para você.
— Eu acho que eu deveria gastar um pouco em algo para ele, então?
— Exatamente.
CAPÍTULO 11

D epois de fazer compras no quinto andar

da Barney, meu quarto parecia confuso e obscuro. Meu espelho fez meu corpo
contorcer-se. As paredes estavam rachadas, e o chão estava riscado até a madeira
bruta. Até por isso, o vestido estava perfeito para mim. As pulseiras, que eu tinha
comprado para cobrir meus pulsos machucados, tilintaram e chiaram quando eu
girei com força suficiente para fazer ondular a saia. Eu tinha tentado protestar que
as solas vermelhas dos sapatos não combinavam com o vestido preto, mas Lorraine
insistiu que eles estavam bons, e já que ela tinha rejeitado tantas coisas em meu
nome, antes disso, eu me senti quase certa de que ela não iria mentir para mim.
A conta chegou, e mesmo que eu não fosse a responsável por pagá-las, eu
tive que assinar o que eu estava levando para fora da loja. Lorraine a tinha
empurrado na pequena mesa de Shonda, com um sorriso. Eu verifiquei os itens e,
em seguida, o preço. Chegou a dois mil novecentos e noventa e nove dólares.
— Eu sei que eu gastei mais do que isso. — eu disse. — Eu vi o preço dos
sapatos.
— Bem, você me pegou. — ela disse. — Você não deveria ver as etiquetas
de preço. Então, se você não contar a ninguém o viu... — Ela fez uma pausa e
sorriu para me deixar saber, realmente não foi um grande negócio. — Eu vou te
dizer. O Sr. Drazen questionou sobre o valor da conta e disse este número, não
explicando por que. Ele disse que você iria entender a piada.
— Eu entendo bem. — Eu tinha assinado, tentando não sorrir muito
abertamente. Mas, quando me olhei no meu espelho do quarto, eu sorri
novamente.
Gabby tinha feito o meu cabelo para cobrir as marcas de mordida, estalando
os lábios, “tsk11”, o tempo todo e me fazendo rir. Eu disse a ela o que pude sobre a
noite anterior, deixando de fora as partes que deixaram minhas coxas preta e azul.
Ela fez uma voz de senhora de igreja, que me fez rir tanto, que eu pensei que eu
quebraria minha costela. Estávamos no banheiro brincando com a minha bolsa de
maquiagem, quando a campainha tocou.
— Deus. — eu disse — Isso é ridículo. Eu sinto como se estivesse indo
para o baile de estudantes.
— Você não vai ao baile. — Gabby passou um pouco de creme para as
mãos sobre os dedos. — Você e Darren ficavam dando amasso em uma limusine.
— E você e Bennet Provist? Em Elysian Park? — Eu enfiei batom e lápis na
minha bolsinha de maquiagem.
— Yeah. Excelente baile.
— Mon! — Darren gritou da sala de estar. — Você tem um cavalheiro! —
Oh, Deus, era Darren indo me envergonhar? Eu corri para fora para fazer o
controle de danos.
Jonathan estava perto da porta, olhando muito para o espaço, usando um
smoking feito sob medida para ele e mais ninguém. Ele e Darren estavam sorrindo.
— Sim, senhor. — disse Jonathan — O baile é com acompanhante.
— Eu quero ela em casa por volta das onze.

11
Um som feito com a boca para indicar que alguém está sendo impertinente / desobediente.
Entrei na sala antes que a piada se tornasse passada, e Jonathan me viu em
meu novo vestido preto. Ele gostou disso. Ele apertou os lábios para reprimir um
sorriso, que teria me envergonhado na frente de Darren e Gabby.
— Você se arruma muito bem. — eu disse.
— Obviamente, você estava com a intenção de se arrumar com aquela coisa
antiga também.
Peguei minha bolsa fechada. — Que bom que o Exército da Salvação estava
aberto até tarde.
Ele estendeu a mão, e nós enlaçamos nossos dedos.
— Você conheceu Darren, eu suponho?
— Sim. Ele mencionou a sua espingarda.
— Esta é Gabby.
— Prazer em conhecê-la. — disse Jonathan.
— Oi.
— Ok, ótimo. — disse. — Vamos? — Eu o puxei para fora da porta. Vi
Lil do lado de fora do Bentley, que parecia maldito, estacionado na vertical, perto
da minha colina.
Darren estava na porta e abanou o dedo. — Lembre-se do que falamos.
Nem um minuto mais tarde, meu jovem.
Jonathan caminhou um passo para trás e acenou para Darren. — Onze da
manhã de amanhã, sim, senhor.
— Oi, Lil. — eu disse. — Como você desfruta da minha colina?
— Um grande percurso. — ela disse. — Eu quero experimentá-lo bêbada.
— Tenha cuidado.
— Eu nasci cuidadosa, senhorita. — Ela abriu a porta para nós. Eu deslizei,
e Jonathan entrou logo depois e sentou-se de frente para mim. Atrás dele, a
separação entre nós e Lil estava fechada. Nós sentamos em silêncio por dez
segundos. Meus olhos devem ter comido ele vivo, tanto quanto o seu me despiu.
No momento em que o carro começou a andar, estávamos um no outro, buscando
os lábios, línguas se enroscando, mãos testando o quão longe elas poderiam chegar,
antes que colocássemos em vincos ou manchas nas roupas.
Ele colocou as mãos para cima da minha saia, e quando ele sentiu a liga, oh,
ele sussurrou em meu ouvido. Mas eu me encolhi, porque ele tinha ido para o alto
o suficiente para tocar as contusões. Ele se afastou e disse: — Deixe-me ver.
Eu removi a saia para o topo das meias.
— Monica, você está tímida de repente?
— Não perca a cabeça.
— Eu garanto que eu vou surtar. — O tom dele me disse que ele não quis
dizer “surtar”, da mesma maneira que eu fiz.
Eu puxei a saia para cima para revelar as ligas de seda preta e, embora a
frente das minhas pernas estivesse bem, ele definitivamente, poderia ver o interior
machucado.
— Eu fiz isso?
— Nós fizemos isso. Eu não deveria ter usado ligas, mas elas eram tão
bonitas.
— Vire-se.
Virei-me para encarar a janela de trás, de joelhos sobre a almofada do
assento, com as mãos na parte de trás do assento, firmando-me. Ele me tocou
quando puxou minha saia para cima, os dedos, simplesmente, roçando minha pele.
Ele não me machucou, mas a antecipação da dor me fez estremecer, de qualquer
maneira. Ele beijou onde eu estava machucada, lábios macios e dócil. — Sinto
muito. — ele disse, enquanto beijava as costas das minhas coxas.
— Não se preocupe. Valeu a pena. — Ele puxou meu vestido para baixo e
gentilmente me guiou de volta para sentar. Peguei suas mãos. — Eu só tenho um
pouco de ferimentos, mas eu nunca tive medo.
— Eu me sinto terrível. — Descansou os cotovelos sobre os joelhos, a
postura me lembrou da manhã em que eu o vi conversando com sua ex-esposa no
pátio dos fundos. Seus olhos procuraram os meus, à procura de qualquer raiva
escondida.
— Ok, pare com isso. Realmente. Eu nunca fiz sexo assim na minha vida.
As contusões vão curar. Minha química do cérebro é o que está totalmente ferrada.
— Isso é um grande elogio. Devo agradecer em primeiro lugar.
— De nada.
Ele envolveu suas mãos sobre minhas coxas. — Eu estou com medo de tocá-
las.
— Faça isso.
— Eu vou para San Francisco por alguns dias. No momento em que eu
voltar, eles deverão estar curados o suficiente, eu não terei que me preocupar em
ferir você.
— Eu me lembro de ter pedido por isso.
— Deus... — ele sussurrou — Eu também.
Ele colocou as mãos no meu pescoço e me beijou todo o caminho até o
museu.
Capítulo Doze

A ndamos de mãos dadas para o Mod

LA desde o estacionamento, dando uma volta a mais em torno do bloco. Sua


palma seca contra a minha, as faixas dos círculos desenhados pelo seu polegar na
base do meu pulso, e o som de sua voz pareciam ter uma linha direta com o calor
em minha virilha, que pulsava em seu próprio ritmo, após a sessão de amasso no
carro.
O museu foi construído em uma das ruas mais movimentadas da cidade, um
retrocesso para deixar espaço para um pátio de granito ladeado por degraus, em
ambos os lados, que levavam a um pátio um lance acima. A reunião começou no
pátio. Jonathan me apresentou a umas trinta pessoas, nenhuma das quais guardei
em minha mente. Gabby teria tido um dia no campo desenhando conexões entre
todos, mas tudo o que vi foram os vestidos caros e as abotoaduras. Eu entendi por
que Jonathan tinha insistido que eu fosse a Barney. Eu teria ficado de fora como
um triste polegar com meu vestido de algodão.
— Quando você me enviou para Barney, você me salvou de um embaraço.
— eu sussurrei após outra apresentação. Eu segurei a mão de Jonathan, apoiando-
me nele, como se ele fosse uma corda de um baixo.
— Eu só queria que você se integrasse.
Eu apertei sua mão e olhei para a multidão, meus olhos examinando as
escadas.
— Por que você está nervosa? — ele perguntou. — Vou apresentá-la a
quem quiser.
— Eu não estou nervosa.
— Sim, você está.
— Kevin. — Eu olhei bem para Jonathan, quando eu disse isso. Eu estava
um pouco envergonhada de ter meus olhos apreensivos voltados ao meu ex-
namorado, enquanto eu estava com o meu atual amante, mas eu não tinha ilusões
sobre meu futuro com um dos dois homens. — Eu estou assim por causa de
Kevin. Sinto muito. Eu não quero ser rude. Eu apenas quis, subitamente, evitá-lo.
— Monica, quando você está comigo, você não precisa ficar nervosa em ver
Kevin ou qualquer outra pessoa. — Ele me levou até as escadas de pedra.
— Eu não estou nervosa.
— É melhor manter a verdade sobre os lábios.
Eu balancei a cabeça e desviei o olhar. Eu a vi no alto da escada: Jessica
Carnes. Ela não fotografa bem. Ela estava linda na foto, mas em pessoa, ela era
refinada. Ela usava um vestido longo e branco, sobre seu ereto corpo esguio e
saltos baixos em pequenos pés. Ela nos viu, ou melhor, a Jonathan, e se desculpou
com casal que estava falando.
Jonathan apertou minha mão. Eu olhei em sua direção e falei perto dele,
mantendo meus lábios, o mais imóvel possível. — E isso é o que o deixa nervoso.
— Eu odeio isso. — ele disse.
— Nós podemos nos apoiar, um ao outro. Então, você pode me levar para
casa e esmagar o resto de mim.
— As coisas que saem de sua boca...
— Elas te agradam?
— Sim. — Ele olhou para mim e deu uma piscada longa antes de enfrentar
sua ex-esposa. — Jess, como você está? Parabéns! — Seu sorriso era tão grande,
que pensei que seu rosto iria se partir. Não era um sorriso feliz. Eles se beijaram no
rosto, um do outro, a mão dele em seu ombro nu.
— Obrigada. — disse ela. — Estou contente que tenha vindo. — Ela fez
um quarto de volta, para me encarar completamente, seus olhos azul-céu brilhando
de alegria gelada. — Nós não nos conhecemos. — Ela estendeu a mão.
Jonathan falou antes que eu pudesse sair uma palavra. — Esta é Monica.
Eu apertei a mão dela, e para minha surpresa, estava quente. — É um prazer
conhecê-la. — ela disse. — Muito, muito bom vê-la aqui.
— Obrigada. — eu disse. Quando eu tentei puxar minha mão, Jessica
colocou a mão esquerda sobre as nossas mãos unidas por um segundo, em seguida,
deixou ir.
— Onde está o Erik? — Perguntou Jonathan.
A expressão dela não mudou. Nem um fio de cabelo, nem músculo se
moveu. — Ele não veio.
— Ah, que pena. Bem, estamos prestes a nos registrar. Nós nos veremos lá
dentro?
— Claro.
Outra meia volta e ela estava falando com alguém. Jonathan colocou o braço
em volta dos meus ombros e me guiou para longe.
— Quem é Erik? — Perguntei.
— O homem por quem ela me deixou.
Eu balancei minha cabeça. — Essas pessoas são uns maduros malditos
demais, pra mim.
Ele riu como se tivesse mais alguma coisa a dizer, mas ele não soubesse
como.
Capítulo Treze

A s galerias foram desenhadas para

mudar. O vasto espaço foi fracionado por divisórias temporárias com aparência-
permanente, que ainda deixou espaço suficiente para grandes esculturas. A
iluminação era plana, quente e consistente, favorecendo as pessoas nele. O espaço
era tão grande, que eu parei de procurar por Kevin e olhei para a obra.
Lynn Francis ainda estava fazendo formidáveis telas realistas de tipos de
animais empalhados. Estrela Klein lançou um balde de alimentos envolto em
Plexiglas12. Borofsky ainda estava contando uma em um bilhão em caneta
esferográfica. Elaine Slomoff fazendo malhas de pulôveres, com os nomes dos
mortos de guerra. Jessica Carnes exibiu três esculturas de 30 pés de altura, que só
podiam ser acomodadas através da remoção de pedaços do teto modular e fazendo
o céu visível acima deles. A parte de baixo foi perfilhada de palitos de picolé e os
topos, que atingiram o céu à noite, havia árvores vivas. Ela os tinha cortado para
parecer como o estouro de uma bomba, um sorvete de chocolate, e um dos duplos

12
O nome dado a alguém que propaga ideias ridículas e às vezes insana que não têm nenhuma base na realidade ou o senso comum
sabores desagradáveis, que tinha dois palitos que você quebrou ao meio e
compartilhou com sua irmã, se você tiver uma.
— Alguma compreensão? — Eu perguntei a Jonathan, de pé ao lado dele
sob o sorvete de chocolate frondoso.
— Ela glorifica a natureza contra a cultura popular. É o que ela faz. Ela
cortou os troncos, assim estes são projetados para morrer, como tudo.
Eu me virei para encará-lo, sentindo-me mal humorada e fora da minha
profundidade. — Eu acho que é besteira em uma vara.
— A capacidade de falar sobre a arte moderna é o sinal de uma mente
educada. — Sua voz era presunçosa, mas convidativa. Ele queria um retorno.
Eu o enfrentei, mas fiquei de lado e entrelacei os dedos nos dele, falando
baixinho em seu ouvido. — A grandiosidade de Jeff Koons, além de
embelezamento mundano de Damien Hirst, dividido pela extremidade da
banalidade de Coosje van Bruggen... é igual à besteira. A presença da vara é
incontestável.
Nós olhamos fixamente um ao outro, por um segundo. — Adequadamente
erudito. — ele disse. — E você pronuncia o nome de Van Bruggen direito. Que
outros truques você tem na manga? — Ele acariciou o interior do meu antebraço,
deixando rastros de formigamento nas terminações nervosas. Eu queria beijá-lo,
mas eu era uma estranha ali, e eu não tinha ideia de quem eu iria perturbar.
— Eu posso rejeitar um cara no segundo depois de transar. — eu disse. —
Braço como um rifle, enquanto o arremessador fica fora do caminho.
Nossos narizes estavam próximos, um ao lado do outro, e os meus lábios
sentiam o calor do dele. Senti o cheiro de sua colônia silvestre e da pasta de dentes
de ervas.
— Monica? — Eu conhecia aquela voz. Ele havia dito o meu nome na
escuridão da noite, com o luar entrando pela janela, e tinha gritado isso no brilho
da luz do dia, com o calor saindo do asfalto. Meu nome tinha estado naqueles
lábios entre risos, lágrimas e raiva e humildade.
Eu virei o rosto para longe do de Jonathan. — Kevin.
— Eu sinto muito, eu, uh... não queria interromper, mas eu não sabia se eu
veria você mais uma vez esta noite. — Ele estava com um terno marrom para um
evento black-tie, com uma gravata lavanda e uma camisa listrada azul. Isso deveria
ter sido uma bagunça, mas ele estava lindo, como se ele fosse do mundo da
recepção, mas não era. O lenço no bolso foi dobrado em um triângulo, e as calças
vestiam como se tivessem sido feitas sob medida. Ele, aparentemente, foi fazer
compras para o evento, bem como eu e, a menos que ele tenha uma namorada rica,
o negócio de ser Kevin Wainwright estava sendo rápido.
— Oi, Kevin. Este é Jonathan.
Kevin estendeu a mão. — Drazen?
— Sou eu.
Claro, Kevin conhecia Jonathan, ao menos pelo nome e rosto. Ele fez seu
ofício para saber quem podia pagar arte original.
Kevin virou-se para mim. — Você já viu a minha peça?
— Não, onde está? — É claro que ele estava preocupado com ele mesmo. É
claro, ele não pensou em interromper um momento íntimo para me perguntar se eu
já tinha visto a sua peça.
— Não se apresse. — disse ele. — Está ao redor daquele canto. Eu só
queria vê-la primeiro. Quero dizer... — Ele olhou para Jonathan, depois de volta
para mim. — Eu espero que você goste. Desculpe-me. — Ele deu de costas no
meio da multidão.
— Isso foi estranho. — eu disse.
— Parece que seria melhor irmos ver se é uma besteira em uma vara. —
Jonathan estendeu o braço, e nós viramos na próxima esquina.
— Kevin Wainwright colocou sua asneira em uma caixa.
Kevin era conhecido pelas montagens. Duas dimensões não poderiam contê-
lo ou a suas grandes ideias desprezíveis. Sua primeira amostra foi em uma loja de
dez por dez, que ele alugou na pior parte da cidade. Quando seus pais mudaram
para um apartamento de um quarto no centro de Seattle, ele foi enviado para um
porão, cheio de brinquedos, jogos e objetos de fetiche de sua infância. Mas, para
ele, não era uma merda. Para ele, era da mídia. Ele passou um mês numa loja
suspendendo, fixando, colando e colocando coisas nas paredes; criando mesas para
mise-en-scenes13, com homens do exército e figuras de ação; jogos de tabuleiro
desconstruídos e baralhos de cartas, misturando as peças para fazer coisas novas.
Eu não o conhecia na época. Eu compartilhei a cama dele depois que ele já era um
consultor cometa cruzando céu noturno do mundo da arte. Eu tinha ouvido falar
da sua loja no centro, que havia sido intitulada Arcade Idaho e tinha gerado uma
centena de imitadores, mas não outra história de sucesso.
Kevin era um empresário astuto também. Suas instalações não deixaram nada
para o artista vender. Sua arte não era uma pintura que uma pessoa rica poderia
colocar em sua sala de estar, ou uma escultura para o seu quintal. Ele vendeu os
esboços preparatórios e trabalhou em estreita colaboração com um pouco de
equipamento moderno de encadernação em Santa Monica Boulevard, para criar
livretos edição limitada contendo impressões de halide14 de prata da instalação,
juntamente com sua lábia, super-modificada prosa, descrevendo o que tudo aquilo
significava.
Eu sabia que sua exibição seria uma porcaria. Eu sabia que seriam
significados fabricados, e irritantes, e isso me lembraria de todo o drama dele. Mas
quando eu virei a esquina e vi a porta de entrada para a montagem, eu fiquei um
pouco nervosa. Placas de metal penduradas do lado de fora. CUIDADO.
CAPACETE DE AREA. NÃO ULTRAPASSAR. Os sinais eram típicos do
exagero de Kevin, mas o sinal no topo me preocupou.

FAULKNER MINA DE CARVÃO


— Esse não é o seu sobrenome? — Perguntou Jonathan.
— Yeah.
— Você tem certeza que quer entrar?
— Não.

13
A palavra — mise en scène — é de origem francesa, teve sua origem no teatro clássico e refere-se à movimentação e
posicionamento no palco, bem como,no sete de filmagem.
14
Composição binária de um halogênio com outro elemento ou grupo químico.
Mas segui em frente de qualquer maneira.
Do lado de fora, eu ouvi um canto de canário, um pássaro solitário, no
volume máximo. A porta tinha pouco mais de 70 cm de altura. Inclinei-me um
pouco para entrar, e Jonathan se inclinou bastante.
O quarto estava escuro, com luzes apontando onde ele quer que você olhe.
No início, eu não tinha me ajustado para o que eu estava vendo. Ele tinha
rabiscado um monte de palavras, do chão ao teto, em duas paredes revestidas e as
outras duas paredes com revestimento tinham oito e meio por onze com papeis
transcritos presos a eles. Pilhas de objetos estavam no chão com papéis sobre
estantes de música, que eu não pude ler, porque as pessoas estavam na frente dela.
Então, como um tiro, o canário se transformou em um grasnido de acordes
desconectados. Todo mundo se encolheu, e algumas pessoas ficaram irritadas com
o barulho inoportuno. Exceto eu. Eu sabia do que se tratava o barulho. Eu sabia o
que era o canário, e eu sabia que, por maldição, com certeza, sobre o que era a
montagem.
O barulho do telefone expulsou as pessoas que estavam em frente de uma
pilha de cerca de nove pequenos objetos. A linha de giz preto tinha sido desenhada
em torno deles. A estante de música ficava na frente. A estante tinha um pedaço de
papel preso a ela, e gravado no papel:

1 (um) 13,5 onças garrafa Purell shampoo. 50% vazio. Valor atual -
$ 2,39

1 (um) 13,5 onças garrafa Purell condicionado, fórmula cabelos


secos. Fechado. Valor atual - $ 4,79

5 (cinco) Tampax marca tampões, regulares. Valor atual - $ 1,34

1 (uma) escova de dentes reciclável, cerdas macias. Usado. Valor


atual - $ 0

1 (um) frasco de 16 onças da Kiehl Crème de Corps hidratante. 75%


vazio. Valor atual - 12,50 dólares
Lembrei-me de uma conversa sobre aquele tubo. Ele me questionou sobre
isso e tudo o mais, porque ele achava que eu era muito incompetente para cuidar
da minha pele.
— Quanto você gasta com isso? — Kevin perguntou, colocando uma gota
de Kiehl na palma da mão.
— Esse frasco vai durar um ano, se você não passar muito.
Então ele esfregou nas minhas coxas, e fizemos isso no chão do banheiro. O
frasco estava 75% vazio, porque essa não foi a última vez.
Senti Jonathan atrás de mim. — O que é isso? — Perguntou ele, justo
quando o canário voltou.
— Este é o material que deixei neste lugar.
Alguém se mexeu na minha direita, e vi uma pilha de roupas. Os bolsos da
minha calça jeans e camiseta que eu usei quando pernoitei lá, estavam dobradas,
ordenadamente, sob um par de simples cuecas de algodão. Eu não li o pequeno
cardápio. Eu sabia a importância daquele jeans. Qualquer pessoa normal, que não
estivesse com medo de ser sugada de volta para a vida do seu ex-namorado, voltaria
para eles.
À minha esquerda, um monte de acessórios para o cabelo: uma escova e algo
barulhento. E um disco de pílulas anticoncepcionais. Abertas. Usadas na metade.
— Tem certeza de que você está tomando isso certo? — Ele disse em um
mês, quando eu estava com um dia de atraso.
— É fácil o suficiente.
— Não se você está grávida.
As luzes mudaram e iluminavam as paredes, fazendo com que os pequenos
montes de coisas minhas desaparecessem na escuridão. Os rabiscos tornaram-se
legíveis, e mais das minhas coisas em exposição, mais do que o exato significado do
que eu tinha deixado para trás, essas palavras, escritas há um tempo, o susto de
uma gravidez com a ausência de menstruação, levou meses de emoção
marginalizada na parte de trás da minha garganta.
Eu não disse que ela era mais importante, por que você tem que
construir tudo para você, ela precisa de mim, ela tentou se matar, Kevin,
o que diabos você acha que vai acontecer em sua vida, isso é mais
importante agora, como você pode me dizer que eu não posso fazê-lo,
como você pode tentar me calar novamente. Eu coloquei tudo em
espera, por você. Eu não posso fazer isso, eu não posso cuidar de todos,
eu não posso estar lá por todo mundo. Eu preciso ir, eu preciso ir, eu
preciso ir, eu preciso ir.

— Merda em uma caixa? — Jonathan perguntou a uma distância segura,


como se soubesse, que se aproximar seria impróprio.
— Estas foram as últimas coisas que eu disse a ele.
Eu andei até o outro lado da sala. Mais palavras rabiscadas na parede.

Eu não estou dizendo para você não trabalhar, eu estou dizendo a


você para ficar comigo quando estou com estes caras que me fazem
sentir inadequado e estúpido e você é a única em quem eu confio, você
é a única pessoa que eu conheço que não me faz sentir pequeno. Sem
você eu não sou um homem. Você não entende que eu preciso de você.
Eu preciso de você. Eu preciso de você. Eu preciso de você. Eu preciso de
você.

Saí tão rápido quanto a entrada suspensa abaixo me deixou.


Capítulo Catorze

T endo sido parte do relacionamento

descrito na Mina de Carvão de Faulkner, eu sabia o quão corajoso Kevin foi, em


criar e exibi-lo. Nós tínhamos sido impecáveis juntos. Nós parecíamos bons. Nós
nunca brigamos em público. Ninguém ouviu uma palavra dele ou minha, de que
nada entre nós era menos do que perfeito. Ele arrastou a sua confiança ao redor,
como se fosse uma pele, que ele dava a impressão de possuir. Aquela montagem,
corajosamente, deixou seus amigos e admiradores saberem, não apenas que nosso
relacionamento foi imperfeito, mas ele mesmo não possuía confiança e arrogância.
Mas esse era Kevin. Senhor de si cem por cento. Quando ele me amou, foi
com todo o seu coração e alma. Eu nunca me preocupei com o seu
comprometimento ou a sua fidelidade. Eu nunca encontrei uma lacuna em sua
paixão. Eu era o seu tudo, e tão sufocante como foi, eu nunca senti curiosidade
sobre onde eu estava. Isso, em si, foi libertador.
Mas agora, todos os nossos amigos conheceriam a nossa última gota. Terça-
feira era sua noite de poker. Todos os caras sentavam no sótão para fumar charutos
de Jack e falar sobre didática no pós-modernismo, ou definições de arte popular da
diáspora cultural do século XX. As namoradas sentavam na cozinha, falando sobre
sexo e bebendo vinho. Era como nos anos cinquenta.
Gabby e eu finalmente montamos uma banda, porque tocar músicas a fazia
se sentir melhor. Isso queimou sua bunda. Porque desde que Gabby tinha tentado
se matar, eu estava menos disponível. Harry conseguiu um tempo livre no estúdio
para nós em noites de terça, para os ensaios. Perfeito. Ele ia jogar poker, para que
eu pudesse ensaiar. Mas ele teve um ataque. Ele precisava do meu apoio. Ele
precisava de mim lá. Por que eu estava abandonando-o por Gabby? E você sabe o
quê? Eu me senti péssima. Minha primeira reação foi que ele estava certo. Porque
aquela era toda nossa conexão. As necessidades dele, e elas eram muitas.
No jardim de esculturas, atrás de uma pequena pagoda15, estava um ponto
onde as luzes não alcançaram. Eu sabia disso, porque eu tinha dado a Kevin um
boquete neste lugar, na noite em que ajudou o seu mentor pendurar sua
retrospectiva.
Eu estava indo para lá, quando Jonathan agarrou meu braço no pátio. —
Monica?
Peguei a mão dele e puxei-o junto comigo, até que eu peguei um vislumbre
de Jessica. Ela sorriu para nós. Eu estava tentando não desatar a chorar, então eu
balancei a cabeça, deixando Jonathan fazer todo o sorriso.
Ele soltou a minha mão.
Olhei para trás. Ele e Jessica estavam falando. Ele meio encarou-a, um pé
ainda apontando em minha direção, como se ele não estivesse comprometido com
qualquer uma de nós. Eu não tinha tempo para isso. Eu não precisava dele de
qualquer maneira. Desci correndo as escadas.
Eu estava a meio caminho do pátio, quando ouvi seus sapatos batendo atrás
de mim. — Monica espere.
Eu diminuí, e ele pegou minha mão novamente sem dizer uma palavra.

15
Um templo em forma de uma torre piramidal de várias histórias, geralmente temos um número ímpar, comumente
construída como uma obra de devoção. Encontrada principalmente na Índia e no Extremo Oriente.
Quando chegamos ao primeiro piso, eu me virei para o jardim de esculturas.
Estava vazio a maioria, por isso fui mais devagar. Eu não estava respirando bem.
Foi por ter chorado: respiração ficou ruim. Então grandes lágrimas viriam. Eu era
uma distinta senhora que berra, mais ou menos, foi por isso que deixei Jonathan
colocar o braço em volta de mim e reduzir minha velocidade. Se eu estivesse
confusa, chorando ruidosamente, eu teria fugido e pego um ônibus para casa. Ele
me sentou em um banco tranquilo, devagar, como se lembrasse do estrago que ele
tinha feito para mim.
— Você está bem? — ele perguntou.
Eu coloquei meu dedo sobre seus lábios, então coloquei meus braços em
torno dele e descansei a cabeça em seu ombro. — Eu sinto muito por tudo isso.
— Está tudo bem.
— Esta noite era presumível para ser o seu drama.
— Eu prefiro que seja seu, para ser honesto.
Levantei a cabeça. — Foi por isso que ele me convidou tão tarde. Ele não
tinha certeza se ele queria que eu viesse. E foi por isso que foi um espaço único na
lista e mais nenhum adicional.
— Mas você o enganou. — Ele tirou um lenço do bolso e entregou-o para
mim. Era grosso, possivelmente, de seda e com monograma.
— Deus, eu me sinto como uma puta deixando o lugar como eu fiz. Que
tipo de pessoa, simplesmente, deixa todas as suas coisas e... — Eu tomei uma
respiração difícil, e as lágrimas gordas vieram, toda vez que eu piscava. Eu enxuguei
os olhos com o lenço.
— Alguém te amedrontou. — disse Jonathan. — Vamos lá, ele fez aquela
coisa da perspectiva dele. Você não esperou, que isso seria certo, não é?
Dei de ombros e bati levemente, tentando obter o controle de mim mesma e
não perder muita mais da minha maquiagem. Funguei forte.
— Eu só desapareci de cena. — eu disse. — Eu não tive o desfecho. Eu sei
que a maneira que eu fiz era o único caminho, porque eu poderia ser forte uma vez
e ir embora, mas ele tinha um jeito de me fazer perdoá-lo. Nós éramos um casal
que estava sempre meio brigado, e eu sabia que não poderia ser forte mais cem
vezes.
Eu limpei o interior de meus olhos com o lenço, mas eu não queria que
ficasse o rímel nele, então as bolhas úmidas ficaram do lado de fora dos meus
olhos. Jonathan acariciou a parte de trás do meu pescoço e esperou pacientemente.
— Eu não sei o que isso vai fazer você pensar de mim. — eu disse.
— Que um homem, que esteja com você, deve prestar mais atenção, ou eles
a encontrarão indo embora.
Um curto exalar de uma risada saiu de mim. Eu balancei minha cabeça. Se eu
quisesse mais de Jonathan, do que uma foda casual, as minhas chances de chegar lá
teriam acabado de reduzir-se a zero. Quem iria querer ficar com uma psicopata?
— Veja, eu estava mantendo-o em um necessário conhecimento do básico.
— eu disse. — E agora você sabe muito sobre mim. Eu vou ter que te matar. Sinto
muito.
Olhei por cima do lenço. Ele estava olhando para a minha boca, como se
fosse a parte mais interessante do corpo que ele já tinha visto. Ele tocou meu lábio
inferior com o polegar e o trouxe até meu queixo.
— Eu sei que você está tentando se proteger, mas você é muito autêntica
para isso. — Ele roçou meus lábios com os dedos, e beijou-os. — Eu acho que
aquela peça, lá em cima, não foi bobagem. Eu acho que é a coisa mais cruel que eu
já tenha visto. E vender as peças para um estranho é um truque sujo.
Olhei para o meu colo, onde as minhas mãos estavam. Meus pulsos estavam
cobertos de braceletes para esconder os hematomas. Senti bater.
— Obrigada por me ouvir. — eu disse. — Isto pode não ser atraente.
— Se você nunca viu beleza em um momento de sofrimento, você nunca viu
beleza em sua totalidade.
— Quem disse isso?
— Alguns poetas alemães. Agora, assoe o nariz. O fungado está me
deixando louco.
Eu levantei o lenço. — Eu não posso. Isso é muito bom. — Eu cheirei
novamente.
— Você está falando sério? — Puxou o lenço de mim e colocou-o sobre a
palma da mão. Colocou-o sobre o nariz. Estava seco, cheiro de nevoeiro. — Assoe.
— disse ele.
Eu olhei para ele sobre o tecido de seda, e ele olhou para mim, inclinando a
cabeça como se estivesse esperando impacientemente para eu assuar o nariz na
palma da mão coberta pelo lenço. Os cantos de sua boca se curvaram levemente.
Ele estava tentando não rir.
— Vamos lá, agora. — ele disse, apertando meu nariz.
Eu não consegui segurar e comecei a rir.
Ele riu também, ainda dizendo — Assoe já.
— Eu não posso quando estou rindo.
— Pare de rir, então. — Ele era um pobre vendedor por não parar de rir, é
claro, que ele estava meio-cansado.
Peguei o lenço de volta e me afastei dele. Eu assoei meu nariz direto dentro
daquele verdadeiramente belo, acessório bordado, dobrei-o, e assoei novamente
antes de me voltar para ele. Ele recostou-se no banco, com o braço ao redor do
topo deste. Postes de luz azul refletia em seu rosto e as pontas de seu cabelo. Seu
dedo roçou meu ombro nu.
— Você quer isso de volta? — Eu disse, tentando não rir de novo.
— Fique com ele.
Capítulo Quinze

E u esperei no banco de trás, enquanto

Jonathan falava com Lil do lado de fora. Eu queria vê-lo nu novamente. Eu queria
seu pênis e os lábios. Eu queria suas mãos nas minhas partes machucadas. Mas eu
não conseguia parar de pensar em Kevin. Depois que eu o deixei, pensei que ele
tinha me esquecido. Às vezes eu achava que ele pudesse ter se machucado, mas
sentia apenas uma alegre satisfação nesse pensamento. Ele sempre foi forte e
confiante, e eu era o capacho.
Jonathan deslizou de lado a lado comigo, e Lil bateu a porta atrás dele.
— Você vai me dizer para espalhar minhas pernas? — eu perguntei.
— Farei isso.
Ele não fez. Ele só olhou para mim. Meus joelhos estavam pressionados
juntos. Meus mamilos estavam endurecidos do ar condicionado forte, e minhas
mãos estavam fechadas em meu colo. Uma vez que ele fez isso ao o meu corpo, ele
olhou para a minha cara.
O carro se moveu, e a vista do estacionamento se transformou em LA à
noite.
— Eu quero fazer coisas para você. — Jonathan disse — Mas você não tem
qualquer condição física para isso agora.
— Eu não sou feita de açúcar. — Eu tentei manter a decepção na minha
voz e temia que eu tivesse falhado.
— É verdade. — Ele tocou minha clavícula e passou o dedo para baixo, sob
o meu vestido, puxando-o para baixo até abaixo do meu peito. A malha das tiras
esticou e ficou presa, quando ele tirou meu mamilo. — Vira para frente de novo.
— Eu empurrei meus quadris para a borda do assento, estremecendo com a dor.
Ele puxou o outro lado do meu vestido para baixo e, ficando saindo de seu
assento, beijou o mamilo que ele tirou. Eu gemi e segurei sua cabeça para mim. Ele
chupou com força, depois mordeu e eu engasguei.
— Eu quero amarrar você na cama em uma centena de posições e, foder
você em todos os lugares, mas eu quero que estes hematomas se curem primeiro.
Eu quero uma bunda perfeita, para machucá-la novamente.
— Eu não deveria perguntar isso.
— Então, não pergunte. — Ele passou o dedo no meu mamilo.
— Eu preciso saber se você é assim com todo mundo. Todas as mulheres.
Ele olhou nos meus olhos por um segundo, em silêncio, em seguida, lançou
seu olhar para baixo. Eu não sabia o que eu queria que ele dissesse, mas a
curiosidade me queimou de dentro para fora.
A ponta de seus dedos tocaram meus lábios, e eu abri a boca para ele. —
Molhe-os. — ele disse. — Você vai precisar disso. — Ele deslizou dois dedos
para dentro.
Eu coloquei minha língua contra eles, e eu os senti esfregar minha língua e
deslizar na minha garganta. Ele puxou os dedos para fora, em seguida, empurrou-
os novamente. Chupei com força, tentando levar minha saliva.
— Vamos lá, Monica, você pode fazer melhor. — Ele deslizou seus dedos
dentro e fora da minha boca, pairando apenas nos meus lábios, em seguida,
empurrando-os de volta para dentro. Minha buceta dolorida pulsava com a
excitação. Eu o queria, apesar da dor, ou por causa dela.
Seus dedos estavam na minha boca até suas mãos. Meus lábios se curvaram
ao redor deles, e eu os estava chupando. Ele usou seus dedos para colocar minha
cabeça para cima, até que eu fiquei de cara para o teto, e seus dedos foderam minha
boca por cima.
— Puxe sua saia para cima. Suavemente. — Eu ouvi o sorriso pretensioso
em sua voz quando ele tirou os dedos para fora e então retornou. Desloquei minha
saia em torno da minha cintura.
— Ah, isso é lindo. — Com a mão livre, ele acariciou debaixo da liga, no
topo das minhas pernas, onde a dor não estava tão ruim. — Agora, espalha essas
pernas bonitas.
A guerra foi travada em minha buceta entre a dor da excitação e dos
hematomas, e o intenso fogo da necessidade. Quando eu abri as minhas pernas,
gemi em seus dedos, porque fico mais quente, quando me exponho para ele.
— Mais, Monica. Não seja tímida. — Movi as pernas um pouco mais, mas
meus músculos queimavam. Com a mão livre, ele deu um puxão, afastando minhas
pernas. Eu engasguei com a dor e o prazer. Ele tirou os dedos de imersão da minha
boca, e com o polegar esquerdo pressionado embaixo do meu queixo, me manteve
encarando o teto.
— Você não quer um relacionamento. — ele disse. — Mas você continua
perguntando sobre outras mulheres. — Ele colocou os dedos na minha, sob minha
calcinha e acariciou meu clitóris. — Por que isso?
— Eu não posso dizer. — Eu não sei como eu disse as palavras, ao invés de
somente sons. A pressão entre as minhas pernas estava muito perturbadora.
— Sim, você pode.
— Ah, isso está muito bom, Jonathan.
Ele colocou dois dedos na minha buceta. Eles queimaram todo o caminho, e
eu empurrei meu quadril para frente. Seu polegar esfregava meu clitóris, e eu segui,
em seu ritmo. O polegar esquerdo ficou embaixo do meu queixo quase
dolorosamente, impedindo que eu me movesse livremente.
— Ontem. — ele disse — Você mencionou algo sobre rumores, e você
perguntou quantas mulheres eu trouxe ao clube, e agora, outra pergunta. Você quer
transar ou não?
Deus, eu fui tão infantil? — Eu quero foder.
— Então, qual é a sua intenção? Por que você continua perguntando?
— Curiosidade.
Ele tirou os dedos e moveu minha calcinha de volta ao lugar. Eu pensei ok,
agora ele vai provocar minha buceta à noite toda, eu vou encarar, eu vou amar isso.
Mas ele fez algo que me surpreendeu. Eu não pude ver, porque ele segurou meu
queixo para cima, mas senti como se ele movesse meu clitóris da maneira que ele
tocava, levemente, como a uma migalha da mesa, com o polegar e o dedo médio. A
unha de seu polegar bateu no meu clitóris inchado como uma pedra jogada em um
balão de água. Senti uma dor intensa, seguida por um prazer agudo. Eu fiz um som
de vogal na minha garganta, ainda olhando para o teto.
— Diga-me, Monica. Por que tanto interesse? — Ele me virou novamente.
— Oh, Jonathan.... — Eu gemia. Uma pancada leve. Eu comecei a me
contorcer.
— Diga-me o que está em sua mente.
Era uma ótima tortura. Eu não tinha ideia de quando a pancadinha estava
chegando, e elas eram severas, insuportáveis e bonitas. Eu nunca, jamais seria capaz
de chegar, mesmo que ele fizesse isso vinte mil vezes.
— Se eu disser a você. — eu disse — Você me conta tudo.
Ele me bateu duas vezes, em rápida sucessão. Eu gritei. — Nenhum acordo
— disse ele.
— Não me faça gritar. — eu disse. — Lil vai ouvir.
— Então fale. — disse ele, me sacudindo novamente.
— Foda-se.
— Fale, baby. — ele disse em voz baixa, como se estivesse me bajulando.
Eu respirei profundamente, sentindo a leve pressão da mão dele na minha
garganta. Eu poderia tê-lo parado. Meus pulsos não estavam limitados. Eu poderia
ter puxado o braço dele. Honestamente, eu queria dizer a ele. — Eu quero você.
— E? — Ele esfregou minhas buceta sobre o tecido, agora molhado, da
minha calcinha. Ele acalmou o calor, mas não a excitação.
— Eu quero você inteiro para mim. Eu quero saber o que elas não fizeram
para que eu possa fazê-lo. Para que eu possa manter você, por mais tempo.
— Ah. — Ele tirou o seu polegar de debaixo do meu queixo. Minhas
pernas ainda estavam espalhadas, e os seus joelhos me impediram de fechá-las. Eu
olhei para ele, sentindo-me envergonhada. Eu tinha certeza que ele iria me deixar
cair como uma bola, ali na parte de trás de seu Bentley, em um vestido de designer
e ligas novas. — Três vezes é o meu limite. Nós somos uma foda com data de
validade. — ele disse.
— Espero que seja uma aberração, pois eu vou sentir falta.
Ele sorriu para mim, em seguida, empurrou-se para trás. Ele fechou minhas
pernas, e eu puxei minha saia para baixo, alisando-a contra as minhas coxas,
pensativa.
— Eu vou te dizer por que... — disse ele. — Eu não posso prometer nada
de longo prazo. Eu não consigo superar meu casamento. Mas eu gosto de você
mais do que eu gostaria, e eu não estou interessado em ninguém mais agora. — Ele
apertou minhas mãos nas suas e olhou para elas, então se voltou para mim. —
Vamos fazer isso. Contanto que você entenda onde eu não posso ir. Jess falou
comigo por meio de um monte de merda. Ela me salvou de maneiras, que você não
pode sequer imaginar.
Pedir-lhe para explicar teria sido agressivamente íntimo, o suficiente para
acabar com tudo o que tínhamos. Seja o que for essa coisa indefinida que era, o
relacionamento monogâmico de curto prazo, foda amigável, romance exclusivo,
não foi o que ele teve com Jessica. Nossa conexão não tem alcance suficiente para
sustentar a dor distante sepultada em nosso passado, e provocar a opressão de
nosso presente. Seu passado pertencia a ela, mesmo que ela tivesse cortado a linha,
levando isso com ela, puxando-o, não deixando que ele desse isso a mais ninguém.
— Eu entendo. — eu disse — E eu estou bem com isso.
— Não por muito tempo. É isso que eu tenho medo.
Olhei para ele por um segundo, em seguida, para baixo em nossas mãos. —
Eu não entrei neste carro querendo nada mais de você.
— Sim, você fez. Você, simplesmente, não diz a si mesma a verdade o
tempo todo. — Ele colocou um dedo no meu queixo. — Você é uma deusa,
Monica. Nunca tenha medo de pedir o que quiser.
Nossos rostos estavam sem fôlego. Beijei-o suavemente, os minutos
passando, enquanto a cidade passava por fora das janelas. Eu ouvi o bloop16 no
meu telefone, e eu ignorei. O dele apitou, e ele ignorou. Nossos dispositivos
estavam como um coro de sinos na igreja errada. Eu senti a queda de carro, desde o
nariz até a parte de trás, como se estivesse caindo de um penhasco.
Olhei para fora da janela quando paramos. — Você me trouxe para casa?
— Você esta preta e azul, em praticamente todos os lugares que eu quero
foder, e se você voltar comigo, eu vou fodê-los.
— As coisas que saem da sua boca. — eu disse.
— Será que elas te agradam?
— Não, na verdade.
— Vamos lá, Monica. Vou ficar fora por alguns dias. Quando eu voltar,
podemos retomar de onde paramos.
— Você está me deixando, por dias? Eu sinto como se eu estivesse
carregando uma bola de beisebol entre as minhas pernas.
— Sem toques, também. Esse orgasmo é meu, e eu estou confiando em você
para mantê-lo para mim.
Eu pus meu rosto no dele, beijando seu rosto, o nariz, os lábios. — Isso pesa
quase 50 kg. Apenas me liberte.

16
Som do toque de mensagem do celular
— Eu vou liberá-la quando eu voltar. — ele disse no meu ouvido. —
Repetidamente. — Ele chegou para trás e bateu na janela entre nós e a motorista.
— Você tem sérios traços de crueldade.
Ele sorriu para mim como se soubesse malditamente bem o que seu traço
tinha feito. Lil abriu a porta, e saímos. Ele me beijou pelos degraus da minha
varanda, e meu telefone apitou novamente. Da minha varanda, vi o Bentley descer
o morro, como se fosse uma pluma lançada a partir de um edifício alto. Dentro da
casa, ouvi o piano recebendo a atenção que eu desejei que eu tivesse.
Capítulo Dezesseis

G abby estava pra cima. Ninguém mais

poderia tocar assim. Ela não parou quando eu entrei, mas ela balançou a cabeça
para mim.
— São onze da noite. — eu gritei por cima da música.
— Então?
— Você pode tocar algo um pouco menos bombástico, para que os
vizinhos não chamem a polícia de novo?
Ela parou de tocar completamente. — Por que você está em casa? Vocês
brigaram ou algo assim?
— Não. Onde está o Darren? — Eu deixei minha bolsa e arranquei meus
sapatos, me pendurando por todo o sofá. Mesmo deitando no sofá, ainda estava
com pensamento em sexo, somando ao pulsar entre as pernas. Maldito Jonathan.
— Cara de cu foi para outro encontro. — Ela dedilhou uma musiquinha
divertida nas teclas. Eu nunca a tinha visto assim antes, com tão poucas palavras e
um tom com tanta raiva reprimida. Eu desejei poder ter minha velha amiga de
escola de volta. Ela era divertida. A pessoa com quem passei os últimos dois anos
assistindo, tinha uma nova personalidade a cada semana.
— Então? Nós te libertamos. Você deve estar feliz.
— Eu estou. Vou me encontrar com Theo para um show da meia-noite em
Sphere.
— Theo Scottish das tatuagens? Ele está bem? — Tão animada e
aprovando quanto eu tentei soar sobre sua nova aventura, ela parecia inclinada a
morder a isca. Ela sempre foi assim, o que eu gostava nela, mas ao longo dos
últimos dois anos, o traço tornou-se menos encantador e mais alarmante.
— Então... — ela disse — Darren tem uma dama misteriosa. Você tem o
Senhor bilionário.
— Eu não tenho ninguém. É completamente casual.
Ela ignorou a mim e à minha meia verdade. Eu estava caída por Jonathan, e
ela sabia disso melhor do que ninguém. Ela voltou para o piano, novamente, e
tocou algo doce e sensual, que me fez querer correr para o banheiro e o tocar-me
até meu orgasmo, apenas para que eu pudesse dormir.
Meu telefone tocou, e eu finalmente olhei para ele. O número não estava nos
meus contatos, mas eu o reconheci de qualquer maneira.

- Encontre-me-

Rolando mostrou mais cinco do mesmo número.

- Encontre-me-

- Encontre-me-

- Encontre-me-

- Encontre-me-

- Encontre-me--

— Como Kevin conseguiu meu número? — Perguntei.


— Darren. Eu lhe disse que não.
— Deus. Foda-se ele. Isso é uma coisa de homem? Nós somos todos muito
machos para admitir que alguma coisa seria um problema?
Eu segurei o telefone para Gabby, para que ela pudesse ver os seis textos. —
Você deveria vê-lo. — disse ela. — Ele nos encontrou após nosso show. Acho que
ele está em torno de você.
— E estes sms provam isso. — Eu segurei o telefone para ela ver, então,
mandei uma mensagem de volta pra ele.

- Me deixe em paz -

— Eu vou para a cama. — eu disse. — Você tomou seus remédios?


— Sim.
Eu fiquei atrás dela por um segundo. Eu não acreditei nela, e eu não sabia, se
eu deveria dizer alguma coisa ou não.
Eu marchei para o banheiro e peguei o frasco de Marplan. Ela tinha acabado
de fazer uma recarga, na segunda-feira passada. Havia um monte de pílulas, há um
mês, eu teria contado elas. Eu teria verificado o sms de Darren com o último
número que ele contou e contar o número de horas desde então, para ver se ela
tinha tomado duas por dia. Em seguida, eu teria mandado uma mensagem para
Darren com os resultados, e tudo estaria bem com o mundo.
Mas eu reconheci que não iria contar todos aqueles comprimidos. Darren
não tinha me mandado uma mensagem da contagem de comprimidos em um dia e
meio, e eu estava cansada, com tesão, e meu telefone apitou novamente.
Eu tampei o frasco e o coloquei longe. Escovei meus dentes e fui para a
cama, levando meu celular para debaixo das cobertas.

- Deixe-me explicar, por favor. Eu precisava fazer essa obra. Eu não


estou tentando ter você de volta. Eu sei que você está feliz com outra
pessoa -

Feliz. Claro. Kevin sabia que Monica nunca foi de sexo casual. Ele só tinha
me conhecido totalmente comprometida. De repente, eu estava infeliz com
Jonathan. Duas fodas e algumas dedilhadas ilícitas, e o que isso alguma vez seria?
Um pouco mais de fodas e mais alguns orgasmos negados. No final, nós
seguiríamos em frente. Ele não tem espaço em seu coração para mim. Ele deixou
isso bem claro. Eu nunca me senti tão vazia na minha vida.

- Boa noite, Kevin -

Outro sms chegou

- Obrigado por esta noite. Eu vou ligar para você durante a


semana para vermos beisebol -

- Combinado -

- Falando de beisebol... Eles estão jogando o Mets no dia seguinte


que eu voltar

Tive rápidos retornos preparados, mas se transformaram em gelo. Cada


pedaço de atenção que ele me dava, fez-me triste, porque era efêmero e sem
sentido. Eu não tinha vontade, nem energia para jogar o jogo dele.

- Ok boa noite -

Bloop.

- Encontre-me

Eu desliguei o telefone e fechei os olhos. O baseball, entre as minhas pernas,


encolheu como azeitona e eu adormeci.
Capítulo Dezessete

P or impossível que parecesse, eu estava

mais dolorida no dia seguinte. Gabby já estava de pé, quando eu caminhei com
dificuldades para a cozinha. Ela olhou de canto, com uma caneca de café nas mãos.
Se alguém tivesse colocado uma arma na minha cabeça e perguntado, eu teria dito
que o café estava frio.
— Gabby?
— Devemos praticar um novo repertório para o nosso encontro?
— Na WDE? Não. É uma reunião, não um teste. Você está se sentindo
bem?
— Yeah. — Ela olhou para mim, como se eu a tivesse acordado de um
cochilo. — Temos ensaio em uma hora. Deixe-me tomar banho primeiro.
Nós mudamos o local de ensaios do estúdio, o que custou dinheiro, mas era
necessário, com um grupo de quatro pessoas, para a sala, que estava livre e era boa
para duas pessoas. Estávamos tão diligentes sobre os nossos compromissos, quanto
se estivéssemos reunidas em um estúdio.
Eu fervi água para o chá, enquanto ouvi o chuveiro ligado. A batida de metal
sobre metal, da porta do lado de fora, era quase inaudível por causa do barulho.
Era muito cedo para o correio. Cheguei à porta da frente, bem a tempo de ver um
Jaguar verde subindo o morro e uma figura volumosa na frente. Lil, com certeza.
Eu saí para a varanda, rápido suficiente, para ver que o banco de trás estava vazio.
Quando virei para voltar para dentro, vi uma pequena caixa azul marinho, com
uma fita prata. Peguei-a e corri para o meu quarto, fechando a porta atrás de mim.
Sentei-me na minha cama e desfiz a fita, revelando a prata HW no topo da
caixa. Um pequeno envelope estava anexado ao fundo, e quando a fita foi retirada,
o envelope caiu no meu colo. Eu abri.

Cara, Monica -

Por favor, tome isso como um símbolo do meu reconhecimento.

- Jonathan

Deslizei a caixa aberta, então a caixa de dentro desta. Ocupada por uma
barra de uns três quartos de polegada, prata ou platina, com um conjunto de
diamante circular na parte inferior.
Um piercing de umbigo. Um real para substituir o anel falso, que eu tinha
adquirido em um local de piercings, em Melrose. Mantive-o acima, até a luz da
manhã e estava, novamente, distraída por quanto tudo parecia pobre e barato no
meu quarto, a confusão de roupa no canto, os velhos quadros em minhas fotos, as
manchas no meu espelho.
Eu tirei minha blusa e substituí o meu piercing porcaria no umbigo, por essa
coisa linda. Quando me olhei no espelho, amando-o, eu me perguntava o que era
isso. Eu li a nota novamente. Reconhecimento pelo quê? Eu, em geral? Ou algo
mais? O cartão era muito pequeno para escrever mais, mas eu não tinha certeza do
que fazer com essas nove palavras.
O chuveiro foi desligado. Eu segurei minha ansiedade. Eu tinha que tomar
banho, vestir-me, beber o meu chá, e aparecer na sala de estar pronta para ir. Eu
não poderia ficar sobrecarregada por minhas preocupações sobre o que Jonathan
significou para mim, e o que eu faço - ou não - significa para ele.
Capítulo Dezoito

S e minha inquietação apareceu durante o

ensaio, Gabby não disse nada, mas eu poderia dizer que foi um dia perdido. Eu
mandei uma mensagem para Jonathan agradecendo o presente, esperando que
minha inquietação não aparecesse. Ele não respondeu, e eu tinha certeza que ele
estava em um avião. Eu não queria ouvi-lo imediatamente de qualquer maneira. Eu
estava ocupada demais me preocupando.
Nada tinha mudado. Ele tinha me dado tudo o que eu havia lhe pedido.
— Como foi sua noite passada? — Perguntou Debbie. — Ouvi dizer que
você foi a L.A. Mod?
Debbie, Robert e eu estávamos no serviço de bar. Foi a parte mais sossegada
do meu turno, a caminho de terminar. Todas as minhas velas estavam acesas para o
próximo turno. Todas as minhas cadeiras haviam sido postas no lugar,
guardanapos de papel enrolados, e bandejas limpas. O sol passeava por sobre o
estabelecimento, criando um alaranjado ao longo do horizonte de Los Angeles,
uma visão que eu tinha como certa durante o turno da manhã.
— Foi bom. Meu ex-namorado fez uma obra inteira sobre mim,
basicamente me eviscerando como uma vadia sem coração na frente de todos. Não
sei o que vou fazer sobre isso.
— Isso é legal? — Robert perguntou.
— Apenas se eu for uma vadia sem coração. Mas eu acho que se não é ruim
para a minha carreira, eu deveria simplesmente fechar os olhos e fingir que isso não
aconteceu. — Robert foi afastando-se pouco a pouco para fazer bebidas.
— E como foi a companhia? — Debbie sorriu, uma pequena piscadela,
sacudindo o fundo de sua franja pendente abaixo.
— Tudo bem.
— Ele saiu com você em público. Isso é bom. Para ambos.
Eu balancei minha cabeça e reorganizei as bandejas de limão e lima. — Eu
não sei.
Debbie nem sequer ouviu a última palavra que eu disse. Ela se foi como uma
bala, já se aproximando de uma mulher que acabara de entrar sozinha. Ela era alta e
loira, e sua pele brilhava com saúde.
Era Jessica Carnes.
Debbie fez a sua função, sorrindo e dando dois beijos, iniciando uma
conversa do nada. Eu estava congelada no lugar. Eu não queria servir suas bebidas.
Nada no mundo poderia me fazer servir àquela mulher bebidas para receber
gorjeta. Nada, exceto a necessidade do meu trabalho.
Debbie indicou o bar para ela. Eu amei Debbie, com um coração
explodindo, logo em seguida, porque Robert servia no bar. Eu era a única
garçonete para os próximos vinte minutos. Se Jessica sentasse em uma mesa, eu
teria que servi-la.
Outra mulher veio atrás de Jessica, e mais beijos foram distribuídos. Ela
tinha cabelos castanhos ondulados e um rosto brilhante com cirurgia plástica. Uma
proteção? Ou uma equipe?
— Eu vou ficar doente. — eu disse para Robert.
— Aquele é o caminho do banheiro.
Debbie levou-as a uma mesa e entregou-lhes o menu de bebida. Quando ela
voltou para o serviço de bar, seu rosto não demonstrou nada.
— Eu tentei. — ela disse, quando estava no alcance da voz. — Você vai ter
que fazer isso.
— Eu não posso. Eu a conheci na noite passada.
— Isso é provavelmente porque ela está aqui. — Debbie pegou minha mão
e apertou-a, seu aperto frio e firme. Ela me olhou nos olhos, firme. — Seja uma
mulher com graça.
Engoli em seco, olhando para Jessica. Ela e sua amiga da cirurgia plástica
falavam de perto. O sofá onde se sentaram à esquerda deixava os braços expostos, e
eu vi que Jessica tinha um nylon fino moldando em seu pulso direito.
— Tudo bem. — Eu coloquei meu bloco de notas no bolso e saí de lá
como se eu fosse a dona do lugar.
Jessica e a Plástica me viram aproximar-se, dois olhos ovais beges,
aparentemente em sincronia, quando elas me olharam de cima a baixo, assim como
Jonathan tinha feito quando ele me conheceu. Eu coloquei um pouco de
encorajamento no meu andar e sorri com os lábios fechados.
— Oi. — eu disse — Eu sou Monica. Posso arranjar-lhes alguma coisa?
Eles só olhavam, até Plástica quebrar o silêncio. — Você é tão bonita
quanto um botão, não é?
Eu sorri, mostrando os dentes, desejando a pressão da mão de Debbie na
minha. — Obrigada.
— Nós nos conhecemos. — Jessica disse: — Na noite passada.
— Sim. — eu disse — isso é certo. Eu não estava cem por cento certa,
então eu não quis dizer nada. É bom vê-la novamente.
— Claro. O mesmo aqui.
O momento constrangedor foi quebrado por um telefone tocando. Plástica
estendeu a mão para ela. — Eu tenho que atender. — Ela sorriu para mim. —
Apanhe-me um mojito, você pode, querida? Suave no açúcar. — Ela apertou o
telefone no ouvido e se dirigiu para o corredor.
— Posso arranjar-lhe alguma coisa? — Eu perguntei a Jessica.
— Sim, eu vou querer o mesmo. — Ela se mexeu em seu assento. Eu estava
prestes a fugir quando ela disse: — Você realmente me assustou ontem à noite.
— Por que?
— Eu pensei que você fosse uma oitava irmã.
Seu olhar segurou-me, e eu senti que apenas me afastando para longe seria
rude. Debbie tinha me dito para ser uma mulher com graça, e eu não sabia uma
melhor maneira de fazer isso, do que mostrando que eu estava interessada nela. —
O que aconteceu com seu braço? Você não tinha isso na noite passada.
— Fratura. Passei metade da noite no pronto-socorro. Na verdade, estou
cansada.
— Oh, wow. Como isso aconteceu?
Jessica franziu os lábios e desviou o olhar, então se voltou para mim. O
movimento foi tão gracioso e rápido, que eu quase perdi. — Você sabe como é. —
disse ela. — Jonathan pode ser um pouco difícil.
Minha boca ficou seca. Eu não conseguia nem engolir. Acho que balancei
um pouco, porque eu senti meus joelhos baterem uma vez. Eu tinha que ir embora.
Eu tinha que estar em outro lugar.
— Claro. — eu botei pra fora. — Claro. Vou pegar as bebidas.
Eu fiz isso para o serviço de bar. Os olhos de Debbie se arregalaram. — O
que aconteceu? Você está branca como um lençol.
— Eu tenho 15 minutos restantes do meu turno.
— O que ela disse?
— Eu não vou repeti-lo. Eu tenho que ir para casa.
Debbie pegou minhas mãos trêmulas na dela, deslizando o bloco de notas
para longe. — Você termina seu turno. E você sorri. Outra mesa entrou. Cuide
deles, mas não demore. Você entendeu?
Seu rosto expressou-se sem argumentos. Meu gesto foi tão leve e forçado,
fiquei surpresa que ela ainda viu isso.
— Robert. — ela gritou — Faça dois mojitos, sem açúcar. — Ela olhou
para mim. — Deixe-as pedir o açúcar. Faça-as esperar. Cuide de suas outras mesas.
Sorria. Maddy está aqui para aliviá-la, mas você tem que terminar o seu turno.
Graça, Monica.
Robert colocou duas bebidas na minha bandeja.
— Sim. — eu sussurrei.
— Vá.
Quando eu fui para a mesa para deixar as bebidas, Jessica e Plástica estavam
absortas na conversa. Eu fiz uma cara boa para elas, e embora Plástica tenha aberto
a boca para dizer alguma coisa para mim, eu me virei antes que ela tivesse engatado
suas cordas vocais, dando-me a oportunidade de servir a minha outra mesa.
Doze minutos e meio depois, eu voltei para o serviço de bar, com uma
ordem de bebida e entreguei a Robert. Maddy continuaria, de olhos brilhantes, e
pronta para ir. Eu informei-a sobre as mesas.
— Você está bem? — Ela perguntou.
— Fantástica. Onde está a Debbie?
Ela encolheu os ombros. Eu não me importava. Eu fui para a parte de trás,
sem olhar atrás de mim para ver se Jessica me viu sair.
Eu cheguei na sala de descanso e liguei meu telefone. Eu tive que desligá-lo
quando eu estava no salão, mas agora eu daria a esse filho da puta um pedaço da
minha mente. Ele não conseguia manter-se em suas calças para mim, por quanto
tempo? Quantas horas? Eles devem ter arranjado se encontrar, enquanto eu estava
ocupada descendo as escadas. Ele prometeu fidelidade e me deixou em casa com
uma desculpa esfarrapada sobre não querer me machucar. Que piada. Ele foi e
conseguiu aliviar-se.
Com sua ex-esposa.
Que ele amava e sempre amaria.
Porque ela falou dele passar por um momento difícil.
— Até que a morte nos separe — .
Eu não tinha ideia do que eu diria para Jonathan, mas alguma coisa tinha que
ser dito. Se ele a queria, então tudo bem, mas por que brincar com meu clitóris
enquanto isso, exigindo que eu lhe pedisse o que quisesse? Por que pressionar-me a
lhe dizer que eu queria ser somente sua, seja por quanto tempo for, se ele iria
retornar o carro e foder sua ex-mulher tão forte que fraturou o pulso dela?
Olhei para minha tela. Ele me enviou duas mensagens de algumas horas
antes.

-Fico feliz que tenha gostado -

- Eu ainda te devo uma surra pela Barney -

E outra apenas três minutos anterior.

- Você pode me ligar? -

Darren:

- Você já viu Gabs? -

Eu respondi:

- Tente Theo -

Havia mais duas mensagens, enviadas em sequência rápida de uma hora


antes. Eles tinham um emocional fodido, mas um que era aberto, sincero, e
vulnerável comigo. Alguém que nunca, nos dois anos que me teve, nunca me traiu.
Ele, nunca, tinha sequer olhado para outra mulher. Nunca me deu uma razão para
duvidar de sua devoção.

- Última vez que eu estou pedindo -

Eu tinha esquecido o quanto era persistente a dor na bunda de Kevin. Eu


respondi, porque não seria o seu último texto, não importa o que ele dissesse. Eu
tinha aberto uma fresta da porta, e ele estava com a intenção de abrir caminho e
entrar.
TSOF02CDR002
- O que -

Eu esperei por sua resposta. Eu não me senti um zumbido entre as minhas


pernas com o pensamento dele, nem ele me fez sorrir com antecipação. Eu não o
queria como namorado, amante, ou foda - não que ele acharia os dois últimos
aceitáveis. Eu queria apenas falar com ele, para ver a devoção e fidelidade que eu
massacrei tão impiedosamente. Eu não o quero de volta. Eu queria remover
cirurgicamente as partes viáveis, classificá-las e colocá-las em um cofre, assim que
eu os reconheceria, se eu os visse novamente.

- Encontre-me-

Eu respondi.

- Onde? -

Continua em
Submite...

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