Aula 5
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AULA 5
Para podermos fazer melhor uso dos conhecimentos que serão adquiridos
no estudo da eletroquímica, é necessário conhecermos os conceitos que
fundamentam essa importante área de estudos; então, é disso que trataremos
neste primeiro tema da Aula 5, além de sua definição e suas origens.
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com um cabo isolante que era carregado eletricamente por contato com uma
resina previamente eletrificada por atrito.
Volta fez diversas tentativas até que, em 1801, chegou à versão final do
seu aperfeiçoamento, em que discos de cobre e zinco eram empilhados de forma
alternada, tendo entre eles panos embebidos com solução de ácido sulfúrico.
Esse dispositivo, posteriormente chamado de pilha de Volta, gerava eletricidade
espontaneamente sem que houvesse necessidade de atrito quando as
extremidades de cobre e de zinco eram conectadas por um fio condutor. Assim,
Volta comprovou que a eletricidade vinha dos materiais metálicos e não de
bioenergia. Como curiosidade, logo após apresentar o seu invento à comunidade
científica na Itália, foi convidado pelo imperador Napoleão Bonaparte para
apresentá-lo no Institut de France, onde gerou bastante entusiasmo e interesse
tanto nos catedráticos quanto no Imperador. Posteriormente, o próprio Napoleão,
como reconhecimento aos estudos de Volta no campo da eletricidade, o agraciou
com o título de conde.
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Fonte: Domínio público.
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Figura 5 – Svante August Arrhenius
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Petrus Josephus Wilhelmus Debye, engenheiro elétrico holandês que
obteve cidadania norte-americana em 1946, quando lecionava na
Eidgenössische Technische Hochschule Zürich (ETH Zürich), em 1926,
desenvolveu, juntamente com seu auxiliar, o físico e químico Erich Armand
Arthur Joseph Hückel, uma otimização na teoria de Arrhenius que explicaria a
condutância e o potencial eletroquímico por meio de uma equação que hoje é
denominada de Debye-Hückel. Essa equação é um marco importante na
eletroquímica.
A evolução da eletroquímica continuou e, a partir de 1960, deu origem a
um novo ramo de estudo fundado pelo físico-químico e matemático russo Revaz
Dogonadze, professor da Universidade Estatal de Moscou (Lomonosov Moscow
State University): a eletroquímica quântica. Ela é a aplicação da mecânica
quântica ao estudo de processos e fenômenos eletroquímicos, como a
transferência de elétrons nos eletrodos.
1.2 Fundamentos
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A reação de oxidação é aquela na qual um elemento perde elétrons,
adquirindo carga positiva e se transformando em um cátion. A quantidade de
carga positiva é definida em função da quantidade de elétrons que o elemento
perdeu. O termo oxidação foi determinado porque os primeiros estudos, feitos
por alquimistas, foram aqueles das reações dos metais fundidos com o oxigênio
presente no ar.
Assim, por exemplo, na reação de oxidação do ferro (Fe) em presença do
oxigênio (O) presente no ar há ferrugem sendo gerada, conforme a reação:
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1.2.2 Número de oxidação
Fe0 nox=0
O20 nox=0
1A carga 1+ nox = +1
2A carga 2+ nox = +2
3A carga 3+ nox = +3
4A carga 4+ ou 4- nox = +4 ou -4
5A carga 3- nox = -3
6A carga 2- nox = -2
7A carga 1- nox = -1
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2.1 Balanceamento pelo método das semirreações
Cu(S) Cu2+(aq)
NO3-(aq) NO2(g)
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Já o nitrogênio, que tinha nox= +5 no nitrato, passou a ter nox= +4 no
óxido de nitrogênio e por isso foi adicionado um elétron aos produtos, para que
tivéssemos a mesma carga dos dois lados da equação.
Após o balanceamento das semirreações, se necessário, multiplicamos
uma das semirreações por um fator que faça com que o número de elétrons
perdidos em uma semirreação sejam iguais aos recebidos na outra:
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2.3 Balanceamento pelo método das semirreações em meio básico
CN-(aq) CNO-(aq)
MnO4-(aq) MnO2(S)
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(3x) 2OH- + CN-(aq) CNO-(aq) + H2O + 2𝑒𝑒̅
(2x) 2H2O + MnO4-(aq) +3𝑒𝑒̅ MnO2(S) +4OH-
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cobre (Cu2+), começa a perder essa coloração até ficar transparente. Ao mesmo
tempo, ocorre uma deposição sobre a superfície da placa, que cresce até se
desprender da placa e se precipitar para o fundo do recipiente.
Fonte: Magnetix/Schutterstock.
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Assim, a reação que ocorre será:
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Cu2+(aq) + 2𝑒𝑒̅ Cu0(S) E°red = + 0,34V
Zn2+(aq) + 2𝑒𝑒̅ Zn0(S) E°red = - 0,76V
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A diferença de potencial, seja de oxidação ou de redução, entre o anodo
e o catodo é o que fornece a força que move os ânions para o anodo e os elétrons
para o catodo. Portanto, é essa diferença de potencial que chamamos de força
eletromotriz da pilha (fem). Em condições normais de temperatura e pressão –
25°C, 1 atm –, mas também em concentração de 1 mol/L para reagentes e
produtos da reação eletroquímica da pilha, teremos o que se chama de força
eletromotriz padrão (fem padrão). Como ela é obtida em função da diferença de
potencial, é mais comumente chamada de potencial padrão (E0) da pilha ou
célula eletroquímica. O usual é a obtenção do potencial padrão pela diferença
entre o potencial padrão de redução do catodo e o potencial padrão de redução
do anodo.
Assim, para quaisquer catodos e anodos de uma pilha,
E0 = E0(catodo) - E0(anodo)
E0 = E0(Cu) - E0(Zn)
E0 = +0,34 - (- 0,76)
E0 = +0,34 +0,76
E0 = + 1,1 V
TEMA 4 – APLICAÇÕES
4.1 Pilhas
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As pilhas ácidas, sucessoras da pilha de Leclanché, apresentam o
problema de gerarem danos por vazamento ácido quando há rompimento do
cilindro de zinco pelo ataque ácido do cloreto. Além disso, não são recarregáveis,
pois sua reação é irreversível.
Embora tenha sido idealizada por Alessandro Volta anteriormente à pilha
de Leclanché, a pilha alcalina ganhou mercado a partir de 1949 em função de
resolver esse inconveniente da pilha ácida. Tem como princípio de
funcionamento possuir uma haste de zinco, o anodo, em seu centro, imerso em
uma solução alcalina de hidróxido de sódio (NaOH) ou hidróxido de potássio
(KOH), sendo o catodo um composto de dióxido de manganês (MnO2) separado
do anodo por papel poroso. Externamente, são envoltas por aço niquelado. Essa
pilha dura cerca de quatro vezes mais que a pilha ácida devido ao meio básico
exercer menor resistência ao fluxo iônico interno. Também não sofre
vazamentos e pode gerar até 1,55V, mas ainda apresenta o inconveniente de
não ser recarregável.
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Figura 14 – Pilha de Ni-HM
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Figura 15 – Pilhas de lítio
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Figura 16 – Bateria de chumbo e ácido
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Fonte: Universidad Complutense de Madrid. Disponível em:
<http://webs.ucm.es/info/tuma/quimicas_superficie/pilas_in.html>. Acesso em: 5 abr. 2018.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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