Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Tema 2 - (Livro P. Eletroquimica - Fernando Nobre

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 22

INTRODUÇÃO

A eletroquímica é o estudo das reações químicas que ocorrem com


a produção ou o consumo de trabalho elétrico. As reações que envolvem
troca de cargas elétricas são as reações de oxidação e redução, daí o título
eletroquímica, que significa obter eletricidade com a realização de uma
reação química.

HISTÓRICO
A eletroquímica teve início em 1780, com os estudos do italiano Luigi
Galvani sobre a anatomia dos sapos. Em seus experimentos, o cientista
obteve corrente elétrica no tecido muscular desses anfíbios. Em 1800, o
físico italiano Alessandro Volta discordou de Galvani, afirmando que a
eletricidade tinha como fonte os metais. Volta construiu um equipamento
capaz de produzir eletricidade de um modo constante, que foi chamado
pilha de Volta. Podemos ver o equipamento na figura nº. 01.

Figura nº. 01 – Pilha de Volta. O equipamento foi construído empilhando-se discos de zinco e cobre,
que eram separados por tecido do tipo feltro e embebidos em solução de ácido sulfúrico. A pilha
produzia corrente elétrica sempre que um fio condutor era ligado aos discos de zinco e de cobre
e colocados nas extremidades da pilha. A pilha de Volta acabou a divergência com Galvani, que
afirmava só ser possível obter eletricidade com tecido animal. Para homenagear os dois cientistas,
reconhecidos como de grande valor para a ciência, a eletrodeposição de metais foi chamada de
galvanização; e a unidade de diferença de potencial elétrico, de volt. Fonte: Wikipédia

Devemos observar que esses estudos antecedem ao estudo dos ácidos


feito pelo cientista sueco Svant August Arrhenius, em 1884, que mostrou a
dissociação iônica em água; e o estudo do cientista britânico J.J.Thomson que,
em 1897, verificou que os raios catódicos eram um feixe de partículas com
carga elétrica negativa, a qual ele chamou de elétrons.

QUÍMICA GERAL II 143


O estudo cronológico é importante para entender a dificuldade que
esses cientistas enfrentavam quando trabalhavam com corrente elétrica, sem
saber a natureza dessa corrente. O desconhecimento originou o erro de utilizar
o sentido da corrente de modo contrário ao do movimento dos elétrons, hoje
chamado pelos físicos de sentido convencional.
Em 1822, o físico alemão T. J. Seebeck construiu outra fonte de eletricidade,
usando dois metais com as extremidades em temperaturas diferentes; em
uma das extremidades, os metais estão unidos, aparecendo uma diferença de
potencial nas extremidades opostas. O par termoelétrico (usado por Galvani no
tecido muscular dos sapos), apesar de não constituir uma maneira de se obter
eletricidade através de uma reação química, serviu para orientar a construção
das primeiras pilhas com tecnologia diferente da pilha de Volta.
Em 1832, o cientista inglês Michael Faraday iniciou estudos no campo
da eletroquímica, com ênfase na eletrólise.
Em 1836, o cientista inglês John Frederic Daniell construiu a pilha, que foi
chamada de pilha de Daniell, usando a reação de oxidação e redução, sendo o
local da oxidação separado do local da redução, o que permite a transferência
de cargas por um condutor e o aproveitamento do trabalho elétrico.

ESTUDO DOS CONCEITOS DE OXIDAÇÃO E REDUÇÃO

Na 1ª unidade, já antecipamos os conceitos de oxidação e redução e


estudamos como determinar os coeficientes da equação química, usando o
método da oxidação e redução.
Ao iniciar o estudo que conceitua a reação química, usamos um
exemplo na 1ª unidade em que coloarmos uma barra de zinco em solução
de sulfato de cobre e, após decorrido certo tempo, obtivemos o sulfato de
zinco e o cobre metálico.
A equação química que representa a reação deve ser estudada com
relação ao modo e local onde aconteceu:

Zn (s) + CuSO4(aq) ZnSO4(aq) + Cu(s).

A reação aconteceu porque o zinco é mais reativo que o cobre, logo o


zinco oxidou e o cobre reduziu. Sobre o local da reação, podemos dizer que
foi na superfície da barra de zinco onde as cargas, oriundas da oxidação, foram
utilizadas pelo cobre para sua redução, ou seja, não ocorreu circulação de
cargas ou, melhor dizendo, produção de corrente elétrica.
A reação ocorreu de modo espontâneo, o que nos leva a afirmar que a
energia livre dos produtos é menor que a energia livre dos reagentes. A energia
produzida se dissipa em forma de calor e não produz trabalho elétrico.

CONSTRUÇÃO DE PILHAS E BATERIAS

Em 1836, Daniell, utilizando fundamentos de Volta e do par


termoelétrico, colocou em um recipiente uma barra de cobre em solução
de sulfato de cobre e, separadamente, em outro recipiente, uma barra de
zinco em solução de sulfato de zinco.
Do estudo da ligação metálica, pudemos concluir que o metal é
constituído por cernes de átomos com os elétrons, preenchendo os orbitais
formados no nível de valência.

144 QUÍMICA GERAL II


Na prática, o que temos é uma solução com baixa concentração de íons
metálicos e, na barra, alta concentração de cernes metálicos, que são idênticos
aos íons em estrutura.
Em estudos posteriores, mostraremos que o metal puro tem potencial
químico maior que o potencial do metal em solução, o que justifica a passagem
de matéria de um potencial maior para um potencial menor.
Visando igualar as concentrações, os cernes metálicos passam para
a solução e deixam seus elétrons na barra. O processo continua até que a
barra fique carregada negativamente, fazendo com que o cerne, ao tentar
sair da barra, seja atraído de volta, criando uma situação de equlíbrio entre a
barra com carga negativa e a solução, agora com excesso de catíons. Idêntico
processo ocorre na outra barra que fica em equlíbrio com sua solução. Como
estamos diante de um processo de oxidação e redução em equlíbrio, podemos
dizer que se trata de um equlíbrio químico, assunto já estudado na 5ª unidade.
Como os metais são diferentes em estrutura cristalina, tamanho atômico,
eletronegatividade e níveis energéticos de valência, tudo contribui para que
um metal seja mais reativo ou tenha maior potencial de oxidação que o outro.
Ligando externamente as duas barras, verificamos que os potenciais
elétricos são diferentes, ou seja, um eletrodo tem mais elétrons que o outro,
dando origem a uma corrente elétrica do eletrodo com maior quantidade
de elétrons (anodo) para o eletrodo com menor quantidade de elétrons
(catodo). A corrente retira elétrons do anodo e transporta para o catodo,
alterando o equilíbrio químico nos dois locais. No anodo, mais zinco vai
oxidar; e no catodo, mais cobre vai reduzir.
O processo continua até que a solução onde ocorre a oxidação fique muito
positiva; e a outra, onde ocorre a redução, fique muito negativa, paralisando o processo.
Nesse ponto, Daniell entendeu que havia necessidade de uma ponte
salina ligando os dois recipientes para fechar o circuito. A ponte salina
consiste em um tubo em forma de U que contém uma solução salina,
cujos íons não precipitam os íons das soluções dos recipientes. Vejamos o
dispositivo na figura nº. 02.

Figura nº. 02 – Pilha de Daniell. O eletrodo onde ocorre a oxidação é o anodo ou o polo negativo.
O eletrodo onde ocorre a redução é o catodo ou polo positivo. Os elétrons deixam a célula pelo
anodo, atravessam o circuito externo e retornam pelo catodo. Os elétrons são produzidos pela
oxidação e são consumidos pela redução. Na ponte salina, os ânions migram para a solução do
anodo; e os cátions migram para a solução do catodo.

QUÍMICA GERAL II 145


A reação química é a mesma estudada anteriormente, na qual o zinco
oxida e o cobre reduz. Podemos estudar a reação, usando duas semirreações.
Semirreação de oxidação: Zn (s) Zn2+ (aq) + 2e
Semirreação de redução: Cu 2+ (aq) + 2e Cu(s)
Somando as duas semirreações, fica:

Zn (s) + CuSO4(aq) ZnSO4(aq) + Cu(s).

A diferença de potencial entre os dois eletrodos foi medida e o


resultado observado foi de 1,10 volts.
Estudos futuros serão feitos no sentido de entender a influência da ponte
salina na diferença de potencial da pilha, pois, mesmo fechando o circuito, a ponte
representa uma resistência adicional que, dependendo da velocidade de migração
dos íons, resulta um valor alto de diferença de potencial da junção líquida.
Como o potencial do eletrodo é um equlíbrio químico, depende da
temperatura, da pressão e da concentração. Devemos então fixar valores
de temperatura, pressão e concentração para efetuar medidas e organizar
tabelas com os potenciais medidos. A medida de potenciais é feita como
sendo uma diferença entre dois eletrodos; de outro modo entendemos que
os valores são então relativos uns aos outros. Com esse entendimento, um
eletrodo deve ser tomado como valor de referência.
O estado padrão foi escolhido como sendo de pressão igual a uma
atmosfera, temperatura 25ºC e concentração um molar. O eletrodo de
referência escolhido foi o de hidrogênio, pela facilidade em reduzir e oxidar para
ser confrontado com outros eletrodos. Vamos usar a espécie H+, já consagrada
na literatura, devido aos estudos de Arrhenius, e usada na definição de ácidos:
• O hidrogênio oxidando: H2 (g) 2H+ + 2e
• O hidrogênio reduzindo: 2H + 2e +
H2 (g)
• A representação total fica: H2 (g) 2H + 2e
+

Ao eletrodo de hidrogênio foi dado o valor zero e todas as medidas


foram feitas em relação a esse potencial. O trabalho de organização das
tabelas com os potenciais no estado padrão consiste em montar pilhas com
o eletrodo de referência e o eletrodo que se quer determinar seu potencial.
Vamos observar a figura nº. 03.

Figura nº. 03 – Medida do potencial no estado padrão do zinco usando o eletrodo de referência de
hidrogênio. A medida indica 0,76 V; e o sentido dos elétrons é do zinco para o hidrogênio.

146 QUÍMICA GERAL II


Como o sentido dos elétrons é do zinco para o hidrogênio, indica que o
zinco oxida, e o hidrogênio reduz. A equação da pilha fica:
Oxidação: Zn (s) Zn2+ + 2e
Redução: 2H+ + 2e H2 (g)
Somando: Zn (s) + 2H +
Zn2+ + H2 (g)
Para organizar a tabela, devemos decidir se será uma tabela com
potenciais de redução ou com potenciais de oxidação.
A tabela também pode conter os dois potenciais e, assim, fica fácil
verificar que o valor é o mesmo, o que muda é o seu sinal.
A análise do resultado experimental mostra que, se os elétrons têm
sentido do zinco para o hidrogênio, isto comprova que o zinco está oxidando, e
o hidrogênio está reduzindo. A conclusão é que o zinco tem maior potencial de
oxidação que o hidrogênio ou menor potencial de redução que o hidrogênio.
Nos dois casos, o valor numérico é 0,76 V.
Vamos usar uma tabela com os potenciais de redução dos eletrodos mais
conhecidos. Na tabela nº. 01, encontramos os potenciais de redução que, por
estarem no estado padrão, chamaremos de Eo.
Na tabela, podemos observar que o zinco consta com potencial de
redução igual a -0,76V (menor que o hidrogênio). Os eletrodos que estão acima
do hidrogênio têm tendência maior de reduzir, e os que estão abaixo, têm
tendência maior de oxidar. No cálculo da pilha, devemos escolher o uso de um
só tipo de potencial, pois a diferença de potencial é feita de modo automático.

EXERCÍCIO COMPLEMENTAR

Calcule a diferença de potencial em uma pilha formada por eletrodos de


alumínio e cobre no estado padrão.
Solução: Vamos trabalhar com potenciais de redução. Na tabela,
encontramos:
• para o alumínio: Al3+ + 3e Al (s). Eo = –1,66V
• para o cobre: Cu + 2e
2+
Cu (s). Eo = + 0,34V
Com os dados retirados da tabela, verificamos que o cobre tem maior
potencial de redução que o alumínio; logo o cobre vai reduzir, e o alumínio vai
oxidar. Devemos então corrigir a semirreação do alumínio de redução para oxidação.
• Para o alumínio: Al (s) Al3+ + 3e. Eo = + 1,66V
• Para o cobre: Cu + 2e
2+
Cu (s). Eo = + 0,34V
Observando as duas semirreações, verificamos que o número de cargas
perdidas é diferente do número de cargas ganhas. Estamos diante de uma
situação que já aprendemos a resolver no balanceamento de equações. Para
tornar igual o número de cargas, vamos achar o mínimo múltiplo comum a dois
e três, que é seis; logo vamos multiplicar a semirreação do alumínio por dois, e
a do cobre por três. As duas semirreações ajustadas podem então ser somadas
para produzir a equação da reação da pilha:
• Para o alumínio: 2 Al (s) 2 Al3+ + 6e. Eo = +1,66V
• Para o cobre: 3 Cu + 6e
2+
3Cu (s). Eo = + 0,34V
Somando: 2Al (s) + 3Cu 2+ (aq) 2 Al3+ (aq) + 3Cu (s). ∆Eo = 2,00V.
Devemos observar que a multiplicação da semirreação por um número
não altera o valor de Eo, que é uma propriedade do material, e não da
quantidade de material. A quantidade de material, como vamos ver a seguir,
tem influência no cálculo do trabalho produzido pela pilha.

QUÍMICA GERAL II 147


A dificuldade das primeiras pilhas estava no seu baixo tempo de utilização
e baixa capacidade de produzir trabalho.
Em 1859, o físico francês Raymond Gaston Planté iniciou estudos visando
construir pilhas que fossem recarregáveis. Seus estudos caminharam no sentido
de construir a pilha chumbo/ácido, como as que até hoje ainda usamos.
Em 1866, o químico francês George Leclanché construiu a primeira pilha
seca ou pilha comum, usada até hoje em aparelhos tipo rádio portátil.
Potanciais de redução em
ordem eletroquímica
Semireação E°, V Semireação E°, V
Fortemente oxidante
H4XeO6 + 2H+ + 2e – → XeO3 + H2O +3,0 Ti4+ + 3e – → Ti3+ 0,00
F2 + 2e – → 2 F– +2,87 2H+ + 2e – → H2 0, por definição
O3 + 2 H+ + 2e – → O2 + H2O +2,07 Fe3+ + 3e – → Fe –0,04
S2O 8
2–
+ 2e → 2 SO

4
2–
+2,05 O2 + H2O + 2e → HO + OH

2
– –
–0,08
S2O82– + 2e – → 2 SO42– +1,98 Pb2+ + 2e – → Pb –0,13
Co + e → Co
3+ – 2+
+1,81 In + e– → In
+
–0,14
H2O2 + 2 H+ + 2 e – → 2 H2O +1,78 Sn2+ + 2e – → Sn –0,14
Au + e → Au
+ –
+1,69 AgI + e → Ag + I
– –
–0,15
Pb4+ + 2 e – → Pb2+ +1,67 Ni2+ + 2e – → Ni –0,23
2HClO + 2H+ + 2e – → Cl2 + 2H2O +1,63 V3+ + e– → V2+ –0,26
Ce + e → Ce
4+ – 3+
+1,61 Co2+ + 2e – → Co –0,28
2 HBrO + 2 H+ + 2 e – → Br2 + 2 H2O +1,60 In3+ + 3e – → In –0,34
MnO4 – + 8 H+ + 5 e – → +1,51 TI+ + e – → TI –0,34
Mn2+ + 4 H2O
Mn3+ + e – → Mn2+ +1,51 PbSO4 + 2e – → Pb + SO42– –0,36
Au + 3e → Au
3+ –
+1,40 Ti3+
+ e → Ti
– 2+
–0,37
Cl2 + 2e – → 2Cl – +1,36 In2+ + e– → In+ –0,40
Cr2O72– + 14 H+ + 6 e- → +1,33 Cd2+ + 2e – → Cd –0,40
2Cr3+ + 7H2O
O3 +H2O + 2e – → O2 + 2OH – +1,24 Cr3+ + e – → Cr2+ –0,41
O2 + 4H+ 4e – → 2H2O +1,23 Fe2+ + 2e – → Fe –0,44
MnO2 + 4H+ + 2e – → Mn2+ + 2H2O +1,23 In3+ + 2e – → In+ –0,44
ClO4 – + 2H+ + 2e– → ClO3– + H2O +1,23 S + 2e – → S2– –0,48
Pt 2+
+ 2e → Pt

+1,20 In3+
+ e → In
– 2+
–0,49
Br2 + 2e – → 2Br– +1,09 Ga+ + e – → Ga –0,53
Pu4+ + e – → Pu3+ +0,97 O2 + e – → O2 –0,56
NO3– + 4H+ + 3e – → NO + 2H2O +0,96 U4+ + e – → U3+ –0,61
2 Hg 2+
+ 2e → Hg 2
– 2+
+0,92 Se + 2e → Se – 2+
–0,67
ClO – + H2O + 2e – → Cl – + 2OH – +0,89 Cr3+ + 3e – → Cr –0,74
Hg 2+
+ 2e → Hg

+0,85 Zn 2+
+ 2e → Zn–
–0,76
NO3– + 2H+ + e – → NO2 + H2O +0,80 Cd(OH)2 + 2e – → Cd + 2OH – –0,81
Ag+ + e – → Ag +0,80 2 H2O + 2e – → H2 + 2 OH – –0,83
Hg 22+ + 2e – → 2Hg +0,79 Te + 2e – → Te2– –0,84
AgF + e – → Ag + F– +0,78 Cr2+ 2e – → Cr –0,91
Fe3+ + e – → Fe2+ +0,77 Mn2+ + 2e– → Mn –1,18
BrO + H2O + 2e → Br + 2OH
– – – –
+0,76 V 2+
+ 2e → V –
–1,19
Ti 2+
+ 2e → Ti–
–1,63

148 QUÍMICA GERAL II


MnO4 – + 2H2O + 2e – → +0,60 Al3+ + 3e – → Al –1,66
MnO2 + 4OH –
I2 + 2e – → 2I – +0,54 U3+ + 3e – → U –1,79
I3 + 2e → 3I
– – –
+0,53 Be 2+
+ 2 → Be
e–
–1,85
Cu+ + e – → Cu +0,52 Mg 2+ + 2e– → Mg –2,36
Ni(OH)3 + e – → Ni(OH)2 + OH – +0,49 Ce3+ + 3e – → Ce –2,48
O2 + 2H2O + 4e → 4H – –
+0,40 La3+ + 3e – → La –2,52
ClO4 + H2O + 2e → ClO3 + 2OH
– – – –
+0,36 Na + e → Na
+ –
–2,71
Cu2+ + 2e – → Cu +0,34 Ca2+ + 2 e – → Ca –2,87
Hg 2Cl2 + 2e – → 2Hg + 2Cl – +0,27 Sr2+ + 2e – → Sr –2,89
AgCl + e → Ag + Cl
– –
+0,22 Ba2+ + 2e – → Ba –2,91
Bi
3+
+ 3e → Bi–
+0,20 Ra 2+
+ 2e → Ra

–2,92
SO42– + 4H+ + 2e – → H2SO3 + H2O +0,17 Cs+ + e – → Cs –2,92
Cu2+ + e – → Cu+ +0,15 Rb+ + e – → Rb –2,93
Sn4+ + 2e – → Sn2+ +0,15 K+ + e – → K –2,93
AgBr + e → Ag + Br
– –
+0,07 Li + e → Li
+ –
–3,05
NO3– + H2O + 2e – → NO2– + 2OH – +0,01 Fortemente redutor
Tabela nº. 01 – Potenciais de redução dos eletrodos no estado padrão.
Fonte: ATKINS, Peter e JONES, Loretta. Princípios de Química. Questionando a vida moderna e o meio
ambiente.

REAÇÕES ESPONTÂNEAS E EQUAÇÃO DE NERNST

Em 1889, o físico-químico alemão, Walther Nernst, estudioso da


termodinâmica, afirmou que, para resolver a dificuldade de produzir trabalho,
a reação da pilha teria seu estudo feito baseado na variação da energia livre da
reação e no trabalho elétrico possível.
Sabemos que, para a reação da pilha ser espontânea, devemos ter ∆G < 0.
A termodinâmica tem regra de sinais, tal que o trabalho
produzido é sempre positivo; logo devemos tomar: ∆G = –W, onde
W é o trabalho elétrico produzido.
O trabalho elétrico é igual à carga multiplicada pela diferença de potencial
que motiva a circulação da carga. Para expressar a carga de um modo mais
ligado à química e em quantidade maior que a de um elétron, vamos utilizar
uma unidade de carga, cujo nome foi dado em homenagem a Faraday.
A carga de um mol de elétrons (1,6 x 10 –19 x 6,02 x 10 –23) é de
aproximadamente 96.485 C e chamada de Faraday. Logo a carga produzida
será o número de mols de elétrons trocado na reação e multiplicado por um
faraday. Carga = nF. O trabalho será calculado pela fórmula: W = nF∆E.
Voltando para a expressão da variação de energia, temos: ∆G = –nF∆E.
Devemos entender que o ∆E deve ser sempre positivo, pois um valor
negativo tornaria ∆G positivo e a reação não seria espontânea, não servindo
para a construção de pilha.
No estudo do equlíbrio químico, chegamos à expressão da variação da
energia livre em uma reação: ∆G = ∆Go + RT ln Q, onde Q é o quociente
reacional. A expressão de ∆G liga a energia produzida às concentrações.
Substituindo os valores, fica: –nF∆E = –nF∆Eo + RTlnQ.
Multiplicando a expressão por (–1) e dividindo por (nF), fica:

∆E = ∆Eo – [(RT)/(nF)] x lnQ.

QUÍMICA GERAL II 149


Essa equação ficou conhecida como equação de Nernst.
Alguns mitos existiam em relação às pilhas; a equação pode ajudar a
responder certas perguntas:
a) Colocar a pilha em geladeira faz com que ela seja recarregada?
A temperatura está no termo que se subtrae ao ∆Eo, se ela diminui,
melhora o ∆E e pode, em certos casos, diminuir a pressão nas pilhas que
produzem gases em seu funcionamento, mas não há como ocorrer a reação
inversa, sem o auxílio da energia necessária. Logo, a pilha não será recarregada
e apenas pode melhorar por pouco tempo;
b) Colocar a pilha em água quente faz com que ela seja recarregada?
A temperatura da água quente pode ajudar na circulação das cargas,
mas, como no caso anterior, em curto espaço de tempo e, ainda, colocando
em risco os aparelhos em que as pilhas são usadas.
Após essas respostas, supomos ser correto simplificar a equação com
alguns cálculos preliminares:
1) Dispensar a influência da temperatura sobre a diferença de potencial
da pilha (D.D.P.) e fixar seu valor em 25ºC (298K);
2) O R é uma constante que deve estar em Joule /(molx K), pois Joule /
Coulomb = Volt; logo tomamos o valor R = 8,314 joule /(mol x K);
3) O Farady será substituído por seu valor calculado F =96.485C e,
finalmente, vamos usar o logaritmo decimal, fazendo, ln = 2,3 log.
Com essas simplificações, a equação de Nernst fica:

∆E = ∆Eo – (0,0592/n) x logQ.

EXERCÍCIO COMPLEMENTAR

Calcule a diferença de potencial existente em uma pilha formada por


eletrodo de zinco imerso em solução 1,0 M de Zn 2+ e eletrodo de cobre
imerso em solução 0,1 M de Cu2+.
Solução: Na tabela de potenciais de redução, encontramos:
• para o cobre: Cu2+ + 2e Cu (s). Eo = +0,34 V.
• para o zinco: Zn 2+ + 2e Zn (s). Eo = –0,76 V.
Com os dados da tabela, verificamos que o cobre tem maior potencial de
redução que o zinco; logo o cobre vai reduzir, e o zinco vai oxidar. Devemos então
inverter a semirreação do zinco para oxidação e o Eo fica positivo. As cargas ganhas
já estão iguais às cargas perdidas, logo não há necessidade de balanceamento.
• Para o cobre: Cu2+ (aq) + 2e Cu (s). Eo = +0,34V.
• Para o zinco: Zn (s) Zn2+ (aq) +2e. Eo = +0,76V.
Somando, fica: Zn (s) + Cu2+ (aq) Zn2+ (aq) + Cu (s). ∆Eo = 1,10V.
Esse valor é o mesmo medido na experiência de construção da pilha.
Temos então a equação da pilha, com diferença de potencial positiva e
com quantidade de carga dois mols de elétrons. Já calculamos o ∆Eo e o n; vamos
calcular o Q que é o quociente reacional. Sabendo a equação, é fácil calcular o Q.
Q = {[Cu(s)][Zn2+]}/{[Zn(s)][Cu2+]}. As concentrações do cobre no
próprio cobre e do zinco no próprio zinco, como já estudamos no equlíbrio
químico, é igual a 1. Então, substituindo, teremos: Q = 1,0/0,1 = 10. Na
equação de Nernst, fica:

∆E = 1,10 – (0,0592/2) x log 10 = 1,10 – 0,03 = 1,07V.

150 QUÍMICA GERAL II


Devemos observar que o fato da concentração da solução de
zinco, local para onde está indo o zinco que oxida, ter valor maior que a
concentração da solução de cobre, local que fornece o cobre que reduz,
implica em diminuição do ∆E.

COMO CALCULAR O TRABALHO DA PILHA?

Muito importante em eletricidade é o valor da corrente ou


carga, grandezas que possibilitam o cálculo da potência. A carga
depende da quantidade de material usado na construção da pilha.
A informação da carga é util para solucíonar o problema de tempo
de funcionamento da pilha. Outro problema é a necessidade de se
aumentar a diferença de potencial da pilha.
Vejamos como calcular a carga. A unidade de corrente é o ampère que
representa a carga na unidade de tempo, no caso, por segundo. Como a hora
tem 3600 segundos, vamos definir uma unidade de carga correspondente à
corrente de um ampère em uma hora. 1AH = 3600 C.
No exercício da pilha de cobre e zinco, na equação da pilha usamos as
massas estequiométricas e temos n = 2 (dois mols de elétrons), a carga então
pode ser calculada como: carga = nF = 2 x 96485 = 192.970 C. Usando uma
regra de três simples, podemos transformar em ampère hora. 1AH = 3.600
C, logo 192.970 C é igual a 53,6 AH. O valor significa que nossa pilha tem
condições de fornecer 53,6 A durante uma hora.

COMO MUDAR A CARGA DA PILHA?

O cálculo indica que a pilha foi construída com as quantidades da


equação química; logo vamos utilizar a equação para dimensionar uma pilha
com outra carga:
Zn (s) + Cu2+ (aq) Zn 2+ (aq) + Cu (s).
65,39g 63,55g carga = 53,6 AH.
X1 X2 carga = 30 AH.
A pilha a ser construída terá 30 AH de carga e as massas de reagentes
serão X1 e X2.

COMO AUMENTAR A DIFERENÇA DE POTENCIAL?

Sabemos do estudo da Física que, nas pilhas ligadas em série, a


corrente que passa pelas pilhas é a mesma, mas a diferença de potencial
é somada. Voltando ao nosso exercício, a pilha tem diferença de potencial
de 1,07 V. Se queremos uma diferença de potencial de 6,0 V, devemos
construir um dispositivo com seis pilhas, onde teremos 1,07 x 6 = 6,42 V.
O dispositivo construído é chamado de bateria.

COMO CALCULAR O TEMPO DE FUNCIONAMENTO?

Nossa bateria com 6,42 V e 30 AH será utilizada para acionar um


equipamento de potência igual a 30 Watts. Qual o tempo de funcionamento?
Sabemos que P = Vi, onde P é a potência, V a diferença de potencial
ou voltagem, e i, a corrente em ampère. Com a fórmula, calculamos a
corrente requisitada pelo equipamento: i = P/V = 30 W/6,42 V = 4,673 A.

QUÍMICA GERAL II 151


Como a bateria tem 30 AH, o tempo será calculado com a nova corrente:
30 = 4,673 x tempo (hora).

tempo = 6,42 horas.

QUAIS OS TIPOS ESPECIAIS DE PILHAS?

1) Pilha de concentração. A pilha de concentração é um tipo especial,


pois dela decorre a fabricação do medidor de pH, chamado de pHmêtro
(estudado na 5ª unidade).
Seja uma pilha formada por dois eletrodos de níquel mergulhados em
duas soluções com concentrações diferentes. Ver figura nº 04.

Figura nº. 04 – Pilha de concentração. As concentrações das soluções de Ni2+ são diferentes.
Como já estudamos, as soluções possuem potenciais químicos diferentes, teremos, então, uma
tendência para igualar as concentrações.

Como as soluções não estão em contato, o modo de buscar a igualdade


de concentrações será através da redução de níquel no catodo (solução mais
concentrada) e oxidação de níquel no anodo (solução menos concentrada).
Teoricamente, o processo continua até que as concentrações fiquem iguais.
Vamos entender melhor, observando um exercício resolvido.

EXERCÍCIO COMPLEMENTAR

Calcular a diferença de potencial de uma pilha com eletrodos de


níquel mergulhados um em solução de [Ni2+] = 1,0 x 10 -3 mol/L, e o outro,
em solução [Ni2+] = 1,0 mol/L.
Solução: Vamos supor a solução diluída na esquerda e a
concentrada na direita.
Sabemos que, no anodo, ocorre oxidação, e no catodo, redução. As
semirreações podem ser representadas:
Oxidação no anodo: Ni (s) Ni2+ (0,001M) + 2e. Eo = +0,23 V.
Redução no catodo: Ni (1,0M) +2e
2+
Ni (s). Eo = –0,23 V.
Somando, fica: Ni (s) + Ni2+ (concentrada) Ni2+ (diluída) + Ni (s).
∆Eo = 0,0 V.

152 QUÍMICA GERAL II


Aplicando a equação de Nernst, temos: ∆E = 0,0 – (0,0592/2) x log [(1,0 x
10-3)/1,0] = 0,0888 V ou 89 mV, voltagem compativel com os medidores de pH.

2) Pilha seca. A pilha seca foi desenvolvida pelo francês George


Leclanché, tentando resolver os inconvenientes de transporte e uso das pilhas.
Ver figura nº. 05.

Figura nº. 05 – Pilha de Leclanché. A pilha tem anodo de zinco e catodo constituído por um bastão
de grafita imerso em pasta de MnO2, NH4Cl, ZnCl2 e C. Tem caráter ácido, devido à presença do
cloreto de amônio. Não pode ser recarregada, devido à semirreação de redução do dióxido de
manganês. Fornece uma diferença de potencial de 1,5 e foi aperfeiçoada, dando origem à chamada
pilha alcalina, em que o hidróxido de potássio foi colocado no lugar do cloreto de amônio.

As semirreações da pilha de Leclanché podem ser estudadas, como sendo:

no anodo (oxidação): Zn (s) Zn2+ (aq) + 2e.


no catodo (redução): 2 NH4+ (aq) + 2 MnO2 (s) + 2e 2MnO(OH)
(s) + 2NH3 (g) Mn2O3 (s) + H2O (l) + 2NH3 (g).

As semirreações estão representadas do modo sugerido por alguns


autores, em etapas. Em qualquer caso, temos o zinco oxidando e fornecendo
elétrons para a redução do manganês, que passa de +4 para +3.
O íon zinco migra para o catodo e forma complexo com o gás amoníaco;
o fato é comprovado, pois a pilha não resiste a uma corrente muito intensa
devido à formação do gás amoníaco, mas, após certo “repouso”, a migração dos
íons zinco retira as moléculas do NH3 e a pilha volta a funcionar normalmente.
A reação completa no anodo e no catodo fica:
anodo: Zn (s) Zn2+ + 2 NH3 (g) Zn(NH3)22+ (aq) + 2e. Eo = 1,0 V.
catodo: 2MnO2 (s) + 2NH4 + 2e
+
Mn2O3(s) + 2NH3 + H2O. Eo = 0,5V.
∆Eo = 1,5 V.

QUÍMICA GERAL II 153


3) Bateria chumbo-ácido. O estudo de Raymond Gaston Planté resultou
na construção inicialmente de uma pilha e, em seguida, de uma bateria
chamada chumbo-ácido, considerada muito especial por ser recarregável.
Os eletrodos escolhidos foram o anodo de chumbo e o catodo de
dióxido de chumbo. A solução usada para os dois eletrodos é o ácido sulfúrico.
Na tabela nº. 01, temos os potenciais e as semirreações utilizadas:
Para o chumbo: PbSO4 + 2e Pb + SO42-. Eo = – 0,36 V.
Para o dióxido: Pb 4+ + 2e Pb 2+. Eo = + 1,67 V.
Como o dióxido de chumbo vai reduzir e o chumbo vai oxidar, devemos
inverter a semirreação do chumbo.
Para o chumbo: Pb (s) + H2SO4 PbSO4 + 2e + 2H+. Eo = 0,36 V.
Para o dióxido: PbO2 + H2SO4 + 2H+ + 2e PbSO4 + 2H2O.
Eo = 1,67 V.
Somando: Pb (s) + PbO2 (s) + 2 H2SO4 (aq) 2 PbSO4 (aq) + 2 H2O
(l). ∆E = 2,03 V. Cada pilha fornece 2,03 V; se a bateria for de 6 V, devemos unir
em série três pilhas. Para melhor entendimento, vamos observar a figura nº. 06.

Figura nº. 06 – Uma bateria automotiva de chumbo e ácido de 12 V. Cada pilha fornece 2,0 V; logo
devemos ter seis pilhas em série para obter os 12 V. A carga em AH, vai determinar a massa das
placas e tamanho da bateria. Em automóveis, a carga oscila entre 30 a 50 AH.
A partida é o ponto principal, pois é solicitada amperagem muito alta.

A grande vantagem da bateria chumbo e ácido está no fato de que


ela é recarregável. Como o ácido sulfúrico toma parte na reação, a solução
deve ser objeto de cálculo, sendo fator determinante no volume da bateria;
e seu controle é feito através da densidade. O sulfato de chumbo é insolúvel
e adere aos eletrodos, sendo aproveitado na reação de carga.

154 QUÍMICA GERAL II


COMO APROVEITAR A REAÇÃO DE OXIDAÇÃO E REDUÇÃO NÃO
ESPONTÂNEA INVERSA DA REAÇÃO DA PILHA?

As reações de eletrólise são as reações de oxidação e redução não


espontâneas que ocorrem nas células ou cubas eletrolíticas (recipientes
contendo solução de íons), pela passagem de corrente elétrica, com consumo
de trabalho elétrico. No caso teremos ∆G > 0.
Algumas recomendações precisam ser feitas para o uso da tabela
de potenciais de eletrodos na previsão das reações de oxidação e
redução da eletrólise.
a) A tabela utiliza a concentração de 1,0 M, o que de modo geral não
ocorre nas soluções submetidas à eletrólise;
b) A energia de descarga do íon se afasta do Eo, devido a fenômenos
ligados à adsorção, o que implica no uso de uma maior voltagem para liberação
da substância reduzida. O hidrogênio é um exemplo de uso de maior voltagem
na eletrólise, pois sua posição na tabela fica entre o titânio e o alumínio, fato
muito importante já que do alumínio até o lítio não podemos descarregar esses
íons em solução aquosa;
c) Na eletrólise e na recarga de pilhas e baterias, em geral ocorrem
reações secundárias, como no caso da bateria chumbo/ácido, em que ocorre a
eletrólise da água, produzindo hidrogênio e oxigênio,
d) Devemos acrescentar na tabela a sequência de descarga dos aníons na
eletrólise; ela é baseada na reatividade que, como já estudamos na 1ª unidade
(tipo de reação), está ligada a eletronegatividade. A sequência está organizada
do mais fácil de descarga para o mais difícil:

aníons não oxigenados aníons orgânicos OH–


aníons oxigenados F–

Em 1834, o cientista Michael Faraday apresentou os resultados


experimentais de seu estudo, em forma de leis empíricas da eletrólise. São elas:
1ª lei: a massa da substância eletrolisada é diretamente proporcional à
quantidade de eletricidade que atravessa a solução.
Como a quantidade de eletricidade é igual à corrente, multiplicada pelo
tempo em segundo, podemos fazer como expressão da lei: m = k1 x i x t.
2ª lei: a massa da substância eletrolisada é diretamente proporcional à
massa molar dividida pelo número de oxidação ou valência da espécie química.
A expressão da lei fica: m = k 2 x (MM/nox).
3ª lei: sendo a massa da substância eletrolisada proporcional à quantidade
de eletricidade e a massa molar dividida pelo nox, será também proporcional ao
produto das duas quantidades. A expressão da lei fica: m = k3 x (MM/nox) x i x t.
Essa é uma fórmula mais geral, pois envolve todas as variáveis da
eletrólise. Resta calcular a constante de proporcionalidade k 3. Faraday
verificou que quando a massa eletrolisada era igual à (MM / nox), a carga
era igual a 96.485 . Substituindo na expressão, fica: (MM / nox) = k 3 x (MM/
nox) x 96485. Calculando, fica: k 3 = 1/96.485. Substituindo na expressão:
m = [(MM/nox) x i x t]/(96.485).
Os fatores ligados ao processo de eletrólise, tais como interações
entre os íons, potencial oriundo das cargas dissolvidas e outros, tornam o
rendimento baixo e não podemos deixar de considerar na expressão: m =
[(MM/nox) x i x t x R]/(96.485). Sendo R o rendimento.

QUÍMICA GERAL II 155


Após o estudo das leis de Faraday, vamos abordar a eletrólise, em suas
principais aplicações, para boa motivação do estudo.
a) Refino de metais, produção de metais com alto grau de pureza;
b) Produção de substâncias pela reação da eletrólise;
c) Recarga de pilhas e baterias;
d) Proteção de superfícies por eletrodeposição de metais nobres.
A expressão de Faraday mostra uma relação entre carga e massa.
Como a reação da eletrólise é realizada por passagem de corrente em uma
solução de íons, vamos fazer um esquema que nos ajude a entender as etapas
que relacionam a quantidade de carga elétrica usada na eletrólise com as
quantidades de substâncias oxidadas ou reduzidas.

EXERCÍCIO COMPLEMENTAR

Calcule a massa em gramas do alumínio produzido em uma hora pela


eletrólise do AlCl3 fundido, usando uma corrente de 10,0 A.
Solução: Usando a expressão de Faraday:
m = [(MM/nox) x i x t x R]/(96.485) = [(27/3) x 10,0 x 3600 x
1]/96485 = 3,358 g.
Podemos usar a relação entre as cargas e a massa da substância para os cálculos.
Quantidade de eletricidade = 10,0 (C / s) x 3.600 s = 36.000 C.
Número de mols de elétrons = (36.000 C)/(96485 C/mol de e) = 0,373 mol de e.
Mols de produto = (0,373 mol de e) x [(1 mol de Al)/(3 mols de e)] =
0,124 mol de Al.
Massa do produto = (0,124 mol de Al) x [(27,0g de Al)/(1 mol de Al)]
= 3,358 g de Al.
Usando os dois caminhos, o resultado é o mesmo. Com esse
conhecimento, podemos abordar as pilhas de combustível que são
abastecidas com massas de reagentes e têm sua corrente como fonte de
informação sobre seu funcionamento.
As aplicações serão estudadas ao mesmo tempo em que abordamos
os tipos de eletrodos usados na eletrólise. Alguns eletrodos são inertes, ou
seja, não participam da reação da eletrólise, enquanto outros eletrodos são
chamados de ativos, pois participam da reação de eletrólise.

ELETRODO INERTE

O eletrodo inerte mais utilizado é a grafita, porém, com restrições


para reações em que há formação de oxigênio, pois este queima a grafita.
Como exemplo, vamos utilizar a eletrólise em solução aquosa do cloreto de
sódio, por ser uma das mais importantes do ponto de vista comercial, na

156 QUÍMICA GERAL II


obtenção de substâncias, como o hidróxido de sódio e o cloro. O hidrogênio
é um subproduto, mas igualmente importante como combustível. Vamos
observar a figura nº. 07.

Figura nº. 07 – Eletrólise de uma solução de cloreto de sódio em meio aquoso. No catodo, a espécie
H+ disputa com a espécie Na+. Na tabela, verificamos que o H+ tem maior tendência de reduzir que
o Na+; logo terá a formação de H2. No anodo, a espécie Cl- disputa com a espécie OH-. Na tabela de
descarga de aníons, verificamos que o Cl- tem maior tendência de oxidar; logo terá a formação de Cl2.
Em solução restam as espécies Na+ e o OH-, que, após concentração, produzem o hidróxido de sódio.

A equação da eletrólise pode ser obtida pela soma das semirreações


de oxidação e de redução:
No anodo (+), temos: 2 Cl – (aq) Cl2 (g) + 2e.
No catodo (–), temos: 2 H+ (aq) + 2e H2 (g).
Somando fica: 2Cl- (aq) + 2H+ (aq) Cl2 (g) + H2 (g).

ELETRODO ATIVO

O eletrodo ativo pode participar da reação da eletrólise desde que


tenha prioridade em oxidar. O exemplo nos eletrodos inertes foi de produção
de substâncias por meio de eletrólise. Vamos usar um exemplo de refino de
metais. O eletrodo metálico que funciona como catodo não sofre desgaste,
pois, ocorrendo redução, ele recebe os íons que se depositam.
No anodo deve existir uma competição entre os íons que desejam oxidar,
ganha o que tiver maior potencial de oxidação. Nosso exemplo é a eletrólise
de uma solução de ácido sulfúrico com eletrodos de cobre. Propositadamente,
colocamos um eletrodo com pouco cobre, mas de alto grau de pureza no
catodo, e um eletrodo com cobre impuro no anodo. No início da operação,
para redução no catodo, temos apenas o íon H+ proveniente do ácido e da
água. Então, no início, no catodo acontece:

Catodo (–): 2H+ (aq) + 2e H2 (g).

QUÍMICA GERAL II 157


Vamos estudar a disputa no anodo pela oxidação. Temos o íon OH -,
o íon sulfato e o cobre, todos com tendência a oxidar. Na lista de descarga,
verificamos que o OH- ganha do sulfato; logo vamos analisar agora entre o
cobre e o OH-. Da tabela (tabela de redução), obtemos:
oxidação: Cu (s) Cu2+ (aq) + 2e. Eo = -0,34V.
oxidação: 2OH –
H2O (l) + ½ O2 (g) + 2e. Eo = -0,40V.
Como os dois são negativos, o que tem maior potencial de oxidação é o cobre.
Vamos observar a figura nº. 08.

Figura nº. 08 – Eletrólise de uma solução de ácido sulfúrico com eletrodos de cobre. No catodo (-),
colocamos um eletrodo com cobre puro; e no anodo. um eletrodo com cobre impuro. Desejamos
obter no catodo mais cobre puro pelo processo eletrolítico. No início, no catodo, apenas o íon H+
disputa a redução e forma H2 (g). No anodo, temos uma disputa dos íons SO4 2-, OH – e o cobre
pela oxidação. O estudo do texto mostra que o cobre vai oxidar, produzindo íons Cu2+. Os íons
produzidos no anodo migram para o catodo e ganham na disputa por redução do H+.

A oxidação do cobre no anodo produz íons Cu2+, que migram para


o catodo e ganham a disputa por redução com os íons H+. Após certo
tempo, teremos depósito de cobre puro no catodo; e desgaste do anodo,
por oxidação do cobre. Nota-se a formação de uma lama anódica com as
impurezas que estavam no cobre impuro.

ELETRODEPOSIÇÃO METÁLICA

Na eletrodeposição, a peça que vai receber a camada de metal será


usada como catodo (polo negativo). A aderência do metal sobre a peça é obtida
com o controle do pH, da concentração, da temperatura, da intensidade de
corrente e do uso de aditivos. O banho eletrolítico, assim chamado a solução
eletrolítica, tem composição determinada de modo experimental. O uso do
cianeto de sódio, no banho eletrolítico, foi descartado pelos riscos decorrentes.
A peça a ser revestida passa por várias etapas que podem ser resumidas
em três: limpeza, banho eletrolítico e acabamento.
A etapa da limpeza se constitui de:
a) limpeza mecânica, com lixa ou jato especial;
b) desengraxe a quente, com material detergente;
c) decapagem com ácido para retirada de restos de oxidação.
No banho eletrolítico, devemos controlar a corrente, a voltagem e
o tempo. Antes e depois do banho, a peça deve ser pesada para controle
da massa depositada.
No acabamento, devemos utilizar um metal que associe proteção com
embelezamento. Em geral, a solução de cromo é a mais utilizada.
Antes da solução de cromo, colocamos a peça, em imersão rápida, em solução
ácida para produzir pontos na superfície que garanta boa aderência do cromo.

158 QUÍMICA GERAL II


Vejamos a figura nº. 09.

Figura nº. 09 - Cuba eletrolítica para banho de zinco em peça de aço.


No catodo, temos redução do Zn 2+ (aq); e no anodo, temos oxidação do Zn (s). A solução é de Zn ,
2+

abastecida pela oxidação do zinco no anodo.

EXERCÍCIO COMPLEMENTAR

Uma peça de aço foi submetida ao banho eletrolítico de zinco. Os dados


levantados sobre o processo estão anotados como:
• Massa antes do banho = 19,256g,
• Massa depois do banho = 19,786g,
• Voltagem = 12 V,
• Amperagem = 1,35 A,
• Tempo de eletrólise = 45 minutos,
• Banho eletrolítico = Zn2+,
• Custo do kWh = R$ 0,80.
Calcule:
a) o rendimento do processo de eletrodeposição.
b) o custo com energia elétrica.
Solução
a) Vamos calcular o rendimento pela fórmula que aprendemos no
cálculo estequiométrico.
Massa observada = 19,786g – 19,256g = 0,53g,
Massa teórica = [(MM / nox) x i x t] / 96485 = [(65,37 / 2) x 1,35 x 45 x
60] / 96485 = 119.136,8 / 96485 = 1,235g,
Rendimento = (0,530g / 1,235g) x 100 = 42,9 %

b) Aprendemos que P = V x i = 12 x 1,35 = 16,2 W = 0,0162 kW.


O tempo é de 0,75 horas, o trabalho = 0,0162 x 0,75 = 0,0122kWh.
Com uma regra de três, resolvemos o cálculo que resta:
1kWh R$ 0,80
0,0122kWh X

Calculando, fica: X = R$ 0,01.

QUÍMICA GERAL II 159


ESTUDO DA CÉLULA DE COMBUSTÍVEL

O estudo da célula de combustível ficou para último assunto, pois


muitos autores não consideram pilha, e sim uma célula onde é queimado um
combustível e produzido um trabalho elétrico. Vamos observar a figura nº. 10.

Figura nº. 10 – Célula de combustível de baixa temperatura. O aproveitamento de energia em


uma célula de combustível é maior do que nas termoelétricas convencionais. Nas células de
combustíveis, não se usa a carga em AH, pois a corrente depende da alimentação da célula.

Nossa célula de combustível usa o hidrogênio como combustível, mas


podemos diferenciar as semirreações de catodo e anodo.
No catodo, temos redução do oxigênio:

O2 (g) + 2 H2O (l) + 4e 4 OH –. Eo = 1,23 V (tabela nº. 01).

No anodo, temos oxidação do hidrogênio:

2 H2 (g) + 4 OH- (aq) 4 H2O (l) + 4e. Eo = 0,0 V.

O número de mols de elétrons trocados é n = 4. Vamos usar a


expressão de Faraday para calcular a célula. A solução da célula é de KOH.
A reação final fica: 2 H2 (g) + O2 (g) 2 H2O (l). ∆Eo = 1,23 V.

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

Exercício 01: Uma célula de combustível tem as seguintes semirreações:


• Catodo: O2 (g) + 2 H2O (l) + 4e 4 OH-.
• Anodo: 2 H2 (g) + 4 OH –
4 H2O (l) + 4e.
A célula é abastecida com oxigênio e hidrogênio gasoso nas CNTP.
Foi solicitada uma corrente de 1A durante 2 horas, 40 minutos e 50 segundos.
Calcule o volume de cada gás consumido nas CNTP.

160 QUÍMICA GERAL II


Solução: Vamos usar a expressão de Faraday para relacionar a massa
com a corrente.
No catodo: m = [(32/ 4) x 1 x 9650] / 96485 = 0,8g;
Número de mols: n = 0,8g / 32g = 0,025;
Volume: V = (n x R x T)/p = (0,025 x 0,082 x 273)/1 = 0,56 litros de oxigênio;
No anodo: m = [(4/4) x 1 x 9650] / 96485 = 0,1g;
Número de mols: n = 0,1g / 2g = 0,05;
Volume: V = (0,05 x 0,082 x 273) / 1 = 1,12 litros de hidrogênio.

Exercício 02: Duas células eletrolíticas estão ligadas em série. A primeira


célula tem solução de nitrato de prata, e a segunda tem solução de sulfato de
cobre. Durante certo tempo, foi mantida uma corrente nas duas células em
série. Na primeira célula com nitrato de prata, foram encontrados 2,16g de
prata. Qual a massa de cobre encontrada na segunda célula?
Solução: Vamos usar a expressão de Faraday para as duas células:
Para a prata: 2,16g = [(108/1) x i x t]/96485.
Para o cobre: m = [(63,54/2) x i x t]/96485.
Note que a corrente e o tempo são os mesmos para as duas células.
Dividindo as duas expressões fica:
2,16/m = 108/31,77. Operando, fica: m = 0,635g.

Exercício 03: Uma pilha seca funciona fornecendo 0,2 A. A massa de


zinco oxidada foi de 0,1959g. Qual foi o tempo de funcionamento da pilha?
Solução: o exercício é útil para mostrar o uso da expressão de Faraday
no funcionamento das pilhas,
m = [(65,3 / 2) x 0,2 x t] / 96485 = 0,1959g.
Operando, temos t = 2.895 s = 48 minutos 15s.

Exercício 04: Uma pilha é formada por uma barra de cromo em solução
0,1 M de Cr3+ e uma barra de estanho em solução 0,001 de Sn2+.
Calcule:
a) a diferença de potencial da pilha.
b) a variação da energia livre na reação da pilha.
Solução:
a) Na tabela nº. 01, temos os potenciais de redução:
Para o estanho: Sn2+ + 2e Sn (s). Eo = –0,14 V.
Para o cromo: Cr3+ + 3e Cr (s). Eo = –0,74 V.
O estanho tem potencial de redução maior que o cromo, logo o
estanho vai reduzir e o cromo vai oxidar. Devemos inverter a semirreação
do cromo e balancear as cargas. Operando, fica:
para o estanho: 3 Sn2+ + 6e 3 Sn (s). Eo = -0,14 V.
para o cromo: 2 Cr (s) 2 Cr 3+ + 6e. Eo = +0,74 V.
Somando: 2 Cr (s) + 3 Sn2+ 3 Sn (s) + 2 Cr3+. ∆Eo = 0,60 V.
Aplicando a equação de Nernst:
∆E = 0,60 – (0,0592 / 6) x log [(10 -1)² / (10 -3)³] = 0,53 V.
b) ∆G = -nF∆E = –6 x 96.485 x 0,53 = - 220.962,3 J = 221 kJ.

QUÍMICA GERAL II 161


Exercício 05: Uma bateria de chumbo/ácido tem capacidade de 80AH.
Após a bateria ter sido descarregada em 80%, qual a massa de chumbo oxidada?
Solução: A equação da pilha já é nossa conhecida:
Pb (s) + PbO2 (s) + 2 H2SO4 (aq) 2 PbSO4 (aq) + 2 H2O (l).
A carga é calculada como: carga = n x F = 2 x 96.485 = 192.970 C.

A capacidade é calculada usando a equação estequiométrica:


1AH 3.600 C,
X 192.970 C, o que resulta X = 53,6 AH.

Na tabela periódica, temos: MM do chumbo igual a 207,2g.


207,2g 53,6 AH,
X 80,0AH, o que resulta X = 309,25g.

Massa oxidada = 309,25 x 0,8 = 247,4g. Medindo a corrente, podemos


ter o tempo de funcionamento, pela expressão de Faraday.

Exercício 06: Uma indústria produz alumínio, por eletrólise de Al2O3


fundido. A indústria funciona 24 horas por dia e utiliza uma corrente de 100A
em uma fonte de corrente continua de 50 V. O custo do kWh é de R$ 0,80 e
o rendimento catódico é de 60%.
Calcule:
a) a massa de alumínio produzida em 24 horas,
b) o custo com energia elétrica para essa produção.
Solução
a) São dados: tempo = 24 horas = 86.400 s.

i = 100 A, R = 0,60.
V = 50 V.

Na tabela periódica: MM do alumínio = 26,98g. Usando a


expressão de Faraday:
m (observada) = [(26,98 / 3) x 100 x 86.400 x 0,6] / 96.485 = 483,2g.
b) P = V x i = 50 x 100 = 5.000 watts = 5 kW.
Trabalho elétrico = 5 x 24 = 120 kWh.
O custo com energia elétrica para a produção de 483,2g de alumínio será:
1 kWh R$ 0,80.
120 kWh X, calculando, temos: X = R$ 96,00.

1º Exercício
Uma pilha foi montada para usar as seguintes semirreações:
Oxidação: Fe2+ Fe3+ + 1e.
Redução: ½ Br2 + 1e Br1-.
Verifique se o projeto da piha está correto.

Resposta
Na tabela nº. 01, para a 1ª semirreação, temos Eo = –0,77V; e para a 2ª,
temos Eo = + 1,09V. O ∆Eo = +0,32V. Como é positivo, o projeto está correto.

162 QUÍMICA GERAL II


2º Exercício
Níquel pulverizado é adicionado a uma solução de íons Sn 2+
com concentração 0,1 M. Quando o equilíbrio é atingido, calcule as
concentrações dos íons Ni2+ e Sn2+.
Resposta
Devemos inicialmente calcular ∆Eo = 0,09V. Com esse valor, calculamos
∆Go= –17.367,3 J. Usando a fórmula ∆Go= –R x T x ln K, calculamos K. Com
K, calculamos as concentrações.

3º Exercício
Uma pilha usa uma peça de cobre em solução 0,025M de Cu2+ e uma
peça de prata em solução 0,015 M de Ag1+. Calcule:
a) a diferença de potencial da pilha.
b) a carga da pilha em AH.
c) o tempo de funcionamento da pilha quando mantém em
funcionamento um computador de 100W.
Resposta
(a) ∆E = 0,40 V,
(b) carga = 53,6 AH,
(c) tempo = 1,28 horas.

4º Exercício
Uma pilha de concentração com dois eletrodos de hidrogênio foi
construída para medir o pH. O eletrodo padrão tem p = 1atm e [H+] = 1,0M o
outro eletrodo tem p = 1atm e [H+] =? O eletrodo medidor foi mergulhado em
solução de pH desconhecido, a voltagem foi medida como 0,211V, e a corrente
de elétrons flui do eletrodo medidor para o padrão. Calcule o pH da solução.
Resposta
Usando a equação de Nernst, temos ∆E, ∆Eo, n e uma das concentrações
[H+] = 1. Calculamos a concentração desconhecida como [H+] = 2,7 x 10 -4.
Com a concentração de [H+], calculamos o pH = 3,57.

QUÍMICA GERAL II 163


ATKINS, Peter e JONES, Loretta. Princípios de Química. Questionando a vida
moderna e o meio ambiente. Porto Alegre: Editora Bookman, 2001, 914 p.

BROWN, Theodore L.; LEMAY JÚNIOR, H. Eugene e BURSTEN, Bruce E. Química.


A ciência central. São Paulo: Editora Pearson Prentice Hall, 2005, 972 p.

EBBING, Darrell D. Química Geral. Volume 1. 5 ed. Rio de Janeiro: Livros


Técnicos e Científicos Editora S. A., 1998, 569 p.

KOTZ, John C.; TREICHEL JÚNIOR, Paul M. Química Geral e reações


químicas. Volume 1. São Paulo: Editora Thomson, 2005, 671 p.

MAHAN, Bruce M. e MYERS, Rollie J. Química um curso universitário Tradução


da 4ª edição americana. São Paulo: Editora Edgard Blucher Ltda, 1997.

RUSSEL, John Blair. Química Geral. Volume 1. 2 ed. São Paulo: Editora Makron
Books, 1994, 621 p.

164 QUÍMICA GERAL II

Você também pode gostar